relatório cidade constitucional
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Relatório apresentado em cumprimento às exigências da disciplina ACH3666 - A Cidade Constitucional e a Capital da República. Curso de Gestão de Política Públicas, da Escola de Artes Ciências e Humanidades, da Universidade de São Paulo. Professores: Marcelo Arno Nerling e Douglas Roque AndradeTRANSCRIPT
Universidade de São Paulo
EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades
RELATÓRIO A CIDADE CONSTITUCIONAL E A CAPITAL DA
REPÚBLICA
Relatório apresentado em cumprimento às exigências
da disciplina ACH3666 - A Cidade Constitucional e a
Capital da República. Curso de Gestão de Política
Públicas, da Escola de Artes Ciências e Humanidades,
da Universidade de São Paulo. Professores: Marcelo
Arno Nerling e Douglas Roque Andrade
Jéssica Sá Fernandes da Silva nº USP 7555051
São Paulo
2014
1. INTRODUÇÃO
A Cidade Constitucional e a Capital da Republica é uma Disciplina de
imersão ofertada pela Escola de Artes Ciências e Humanidades (EACH) da
Universidade de São Paulo (USP) que possui como objetivo central o acesso
do graduando às estruturas dos Três Poderes da República Federativa do
Brasil de modo a proporcionar ao estudante uma experiência ativa no que
tange as discussões sobre Cidadania, República, Garantia de Direitos e
Estado.
Por meio de visitas, palestras, atividades lúdicas, promoção de discussões e
estudo dirigido, o graduando de apropria dos espaços públicos da Capital da
República desenvolve sua percepção sobre as estruturas de poder e vivencia a
metodologia de ensinagem defendida e aplicada pelos idealizadores da
disciplina Prof. Marcelo Arno Nerlinge Prof. Dr. Douglas Roque Andradeda
EACH-USP, a andragogia.
Tal metodologia consiste na educação de adultos que no desenvolvimento
da aprendizagem adquirida através da auto-gestão de informações permite
uma aplicação do conhecimento na vida diária. A partir disso é possível
desenvolver o programa Cidade Constitucional, de modo a permitir que os
estudantes vivenciem a experiência de se apropriarem das estruturas da
Capital da República e que possam retornar para as suas cidades e permitir
que os processos de aprendizagem continuem ao inserirem as discussões
desenvolvidas nas disciplinas em suas ações diárias.
A disciplina Cidade Constitucional e a Capital da Republica ocorre ha oito
anos, levando tanto estudantes da Universidade de São Paulo como
estudantes de outras universidades para Brasília. Entre os dias 05 a 13 de
Setembro ocorreu a oitava edição da Cidade Constitucional, do qual relato as
minhas experiências de imersão no projeto.
2. A PRAÇA DOS TRÊS PODERES NA CAPITAL DA REPÚBLICA
Brasília é desde 1987 a maior área tombada pela UNESCO em todo o
Mundo contando com 112,25 km². Considerada Patrimônio Cultural da
Humanidade, entre um dos seus monumentos está a Praça dos Três Poderes
que abriga o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal
Federal, prédios que representam respectivamente o Poder Executivo, Poder
Legislativo e Poder Judiciário.
Projeto Arquitetônico de Oscar Niemeyer e urbanístico de Lúcio Costa, o
espaço além de abrigar a estrutura dos três poderes também abriga uma série
de monumentos e esculturas, como os Guerreiros de Bruno Giorgi e a Justiça
de Alfredo Ceschiatti.
Trata-se de uma Praça preponderante, que mesmo dividia pelas estruturas
que no dia seguinte porporcionaram o Desfile Cívico Militar de 7 de Setembro,
não perde seu caráter majestoso.
2.1. O Supremo Tribunal Federal
No dia 06 de Setembro de 2014, ocorreu uma
visita Guiada nas instalações do Supremo
Tribunal Federal, monitorada pela Claudia que
gerou discussões sobre o funcionamento do
Judiciário, da Constituição Brasileira e do
Histórico da Suprema Corte no Brasil.
A visita
teve início no
Hall dos Bustos, local que abriga o busto de
grandes nomes da história do país, como do
imperador D. Pedro I. Depois fomos
encaminhados ao Salão Nobre, espaço para
recepção de autoridades e exposição de
presentes recebidos pelo Brasil através do
STF. Entre eles está uma mine constituição mexicana que nos chamou muita
atenção pelo tamanho, detalhes e supremacia constitucional de uma nação que
ao presentear outra não vê nada mais valioso, produzido internamente, do que
sua própria constituição.
Além dos presentes, o salão possui uma série de móveis e objetos que
representam toda a história do STF, como mesas, cadeiras, abridores de cartas
do século XVIII, vestimentas, entre outros. Nesse espaço também há uma
representação de como foi o Tribunal Federal no passado.
Depois fomos direcionadas ao Plenário da Suprema Corte, momento de
entusiasmo do grupo, tendo em vista todos os grandes julgamentos feitos no
ambiente. Além disso, outro assunto destacado foi a presença da Cruz Cristã
dentro do Plenário, a medida que o Estado é laico. A visita terminou na
Galeria de Ministros, espaço em que há a foto de todos os Ministros que
passaram pelo Supremo.
2.2. Visita Guiada ao Palácio do Itamaraty – Ministério das
Relações Exteriores
Mesmo não inserido no Palácio dos Três Poderes, diante das proximidades
temporais e metodológicas das atividades realizadas, segue relatório da
primeira visita realizada no Palácio do
Itamaraty.
Como um dos Ministérios mais
importantes, devido sua função de auxílio à
Presidência da República na formulação da
política exterior do Brasil, o Ministério das
Relações Exteriores conta com três
edificações entre eles o Palácio do Itamaraty,
sua sede, que foi projetado por Embaixador Wladimir Murtinho e Joaquim
Cardoso.
Inaugurado em 1970, o objetivo principal do prédio era a espaço para
receber visitantes que vinham ao pais, por esse motivo ele apresenta obras de
brasileiros e foi construído apenas com materiais nacionais.
O prédio possui três andares e apresenta obras como “O Meteoro” de Bruno
Giorgi que fica na parte exterior do prédio; a obra “Índios” de Sebastião
Salgado, “Três Obras” de Omar Franco e “Ponto de Encontro” de Mary Vieira.
Além disso, o Palácio apresenta dois jardins com folhas da Amazônia.
Um dos pontos nevrálgico da visita foi além da extensão dos tapetes persas
localizados no terceiro piso do palácio, foram os questionamentos sobre os
distanciamentos dos escritórios
e a existência de um
apartamento particular e uma
rampa de acesso exclusiva ao
Ministro das Relações
Exteriores. Se por um lado há
uma preponderância de poder
próprio dessas estruturas, por
outro também nos deparamos
com um prédio antigo, com carpetes e mobiliário gastos, com costumes
tradicionais causando questionamentos sobre o que essa estrutura representa
e o que queremos como Estado e Cidade Constitucional.
3. A ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA – ESAF
O ministério da Fazenda, conta com a Escola de Administração Fazendária
para a seleção de servidores que desempenharão as funções de gestão das
finanças públicas. Além disso, a ESAF possui estruturas para realização de
programas e eventos de capacitação, além de alojamentos constituídos por
quartos para quatro pessoas, salas de aula, auditórios, refeitório, quadras,
piscinas, salão de festas entre outros.
Por conta da parceria realizada entre ESAF e USP, nos hospedamos nas
instalações da Escola Fazendária. A disponibilização do espaço e atividades
realizadas pela Prefeitura da ESAF são de importância crucial para a
realização das atividades da Cidade Constitucional, a medida que durante os
dias de permanência nos ambientes da Escola a tratativa dada aos estudantes
foi a melhor possível.
Além disso, e não mais importante, o ambiente da ESAF foi fundamental
para fomentar as discussões que se darão no âmbito da educação fiscal ao
longo dos dias de realização da disciplina.
4. O 7 DE SETEMBRO EM BRASÍLIA
O Dia 7 de Setembro traz em si uma série de sentimentos e significados,
porém a experiência de vivenciá-lo na Capital da República permite uma nova
reflexão e aquisição de sentimentos que dificilmente teríamos em outras partes
do Brasil. Primeiro porque o fato de estar na Cidade Constitucional e observar
suas estruturas já nos
provoca questionamentos
sobre o que queremos
dessa cidade, segundo
porque a Comemoração da
Proclamação da
Independência nos faz
refletir sobre como se deram
os acontecimentos históricos
que tornaram o país o que
ele é hoje.
Se por um lado somos pouco ufanistas e pouco compreendemos das
estruturas do estado, por outro o 7 de Setembro assim como 15 de Novembro
conseguem de uma forma ou de outra chancelar aquilo que chamamos de
sentimento nacionalista, ou seja, nosso reconhecimento das estruturas do
estado, sua aprovação e convicção de suas existências.
Estar na Capital da República e observar seus prédios ostentosos e
poderosos ao mesmo tempo que se observa a distancia entre eles e a falta de
interação física entre os setores (tudo é muito longe de tudo) nos faz refletir se
a estrutura física não é nada além da expressão sintomática da uma falta de
interação entre os poderes e entre a gestão desses setores representados por
Ministério, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal
Federal.
4.1. O Palácio da Alvorada
Aproximadamente às 5:00hs do dia 07 de Setembro de 2014 saímos das
propriedades da ESAF para o Palácio da Alvorada, local designado a
residência oficial do Presidente da República. O objetivo inicial era a vista do
nascer do sol, porém como o amanhecer foi um pouco nublado, não tivemos
uma da melhores visões do Palácio.
4.2. Desfile Cívico Militar de 7 de Setembro
Ao sairmos do Palácio da Alvorada fomos até a Praça dos Três Poderes
para aguardar o inicio do Desfile
Cívico e Militar de 7 de Setembro.
Visto que tínhamos tempo
significativo para aguardar o
próximo evento, andamos pela
parte externa do Congresso
Nacional e pela Explanada dos
Ministérios.
O Desfile Cívico iniciou por volta de
10:00hs da manhã e teve sua
apresentação dividida em partes com a
apresentação das Forças Armadas
Brasileiras e apresentações da escolas da
região que trouxeram as características
nas nações que colonizaram o país para o
evento. O desfile contou com a presença
da Presidente Dilma Rousseff que foi vaiada e aplaudida pelos espectadores.
As percepções sobre a preponderância e
decadência das estruturas físicas de poder da
nossa Capital da República foram bem
demonstradas no momento em que um dos carros
do Exercito quebraram ao entrar na passarela do
desfile, tendo que ser guinchado por todo o
percurso. Um carro quebrado em um desfile pode
não ter representatividade nenhuma, porém se for
possível pensar com mais afinco nessas estruturas
de poder, um carro guinchado representa a austeridade disfarçada de algumas
instituições que durante muitos anos pós a promulgação da CF/88 chegaram a
beira da falência. Além disso, como enaltecer as forças armadas de um pais
que tem como chaga, anos de ditadura militar e que vê em seus policiais civis
por muitas vezes o descrédito? Porém, mesmo diante de trais reflexões não
pode-se desconsiderar a beleza do evento.
Essas ruas sem calçada não estão lá por ser, a disposição dos prédios que
soam um tanto quanto inibidoras também não estão lá por ser. Tudo tem um
significado, assim como a construção da Capital da República em uma região
de difícil acesso para a época de sua construção. E ai que residiu o papel da
cidade constitucional para mim, na busca de respostas através da
compreensão real das de como se estruturam os poderes e como que o direito
a cidadania e o direito a constituição tem sidos garantidos ao longo dos últimos
26 anos de promulgada a Constituição Federal.
5. A COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL – EUROSOCIAL –
'EDUCACIÓN FISCAL Y COHESIÓN SOCIAL'
No dia 08 de Setembro deram-se início as palestras que compunham o
cronograma da cidade constitucional. As atividades começaram com discursos
de abertura da direção da ESAF, do Prof. Dr. Douglas Roque Andrade, do
representante de Honduras David Revesant, da representante de El Salvador
Wendy Margarid e do Prof. Marcelo Arno Nerling.
O primeiro tema em discussão foi
a cooperação técnica internacional
entre Brasil, El Salvador e Honduras
através do EUROsociAL – 'Educación
Fiscal y cohesión social' e do
programa de educação Fiscal de
iniciativa da Disciplina Cidade
Constitucional. As reflexões se deram
no âmbito do desenvolvimento dos direitos humanos e da importância da
Cidade Constitucional para a promoção de discussões além das salas de aula
sobre as relações de dignidades da pessoa humana a cidadania e as vias de
acesso aos instrumentos públicos para garantirmos uma nação republicana.
Dentro desse contexto destacou-se a importância da Educação para construir e
chegar a esses aspectos de cidadania.
6. IV SEMINÁRIO USP-ESAF – 'SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL'
A Palestra seguinte foi dada por um dos professores da ESAF. Inicialmente
foi apresentado orientações gerais sobre o cronograma e atividades da EASF,
bem como informações sobre a origem da Escola Fazendária e a estrutura do
Ministério da Fazenda.
Sobre o projeto de sustentabilidade, a EASF publicou quatro livros
baseados nos pilares do conhecimento que são: saber aprender, saber
conviver, saber ser e saber fazer. O objetivo é trazer o tema sustentabilidade
para a gestão das finanças públicas e promover a mudança de comportamento
atual das estruturas de poder. O palestrante citou o Projeto Esplanada
Sustentável para a estruturação de gastos da Esplanada dos ministérios como
uma importante iniciativa sobre o assunto.
Quanto as estruturas físicas a ESAF tem promovido trabalhos para a
eficiência energética da sua estrutura.
Após a primeira palestra Lucia Arruda e Alisson Palmeiras falaram sobre os
cursos da ESAF sobre finanças públicas e sobre os cursos EAD ofertados pela
Escola. Dentre as informações o curso de capacidade fiscal EAD é responsável
por mais matrículas na ESAF e também é realizado fora das estruturas da
Escola tanto por técnicos especializados no assunto como por parceiros. A
sociedade pode participar dos cursos disponíveis na plataforma.
7. PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NA CONTRIBUIÇÃO DO
BRASIL PARA UM ACORDO SOBRE A CONVENÇÃO-QUADRO
DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Estão em andamento negociações de um novo acordo sob a Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a ser firmado
em 2015, para entrada em vigor a partir de 2020. Para tanto, a 19ª Conferência
das Partes na UNFCCC (COP-19) solicitou as partes integrantes do acordo o
desenvolvimento domestico de contribuições nacionais ao novo acordo e a
comunicá-las antes da COP-21.
Nesse contexto o Ministério das Relações Exteriores está coordenando uma
consulta à sociedade civil brasileira para subsidiar na construção desse
documento. A primeira fase foi realizada através de um questionário
segmentado de acordo com a área de atuação do participante: academia, setor
empresarial, setor público e terceiro setor. Participantes dos segmentos
academia e setor público concentraram sua participação como indivíduos,
enquanto participantes do setor empresarial e do terceiro setor contribuíram
tanto em caráter individual, quanto institucional.
A partir das respostas gerou-se um
relatório que foi publicado de modo a
subsidiar uma séria de consultas eletrônicas
e reuniões presenciais. Entre elas as que
ocorreram entre os dias 08 a 12 de
Setembro. O documento versa sobre
Mitigação, Adaptação, Meios de
Implementação e outras questões gerais
sobre o tema.
A nossa aproximação com o evento se deu através do convite do Professor
Nerling para compormos um grupo que acompanhasse as reuniões e
promovesse um projeto de análises e reflexões para um posicionamento final a
ser dado através da consulta eletrônica ainda em andamento.
No dia 08 de Setembro participamos da abertura dessa rodada de
discussões presenciais no Palácio do Itamaraty. O Evento contava com
representantes de vários setores como Ministério do Meio Ambiente,
Observatório do Clima, WWF, Secretaria de Assuntos estratégicos entre outros.
Posteriormente a apresentação dos órgãos participantes, ocorreu um
detalhamento da discussão sobre o documento então elaborado. Então as
partes presentes começaram a expor dúvidas e posicionamentos sobre seus
entendimentos quanto a o que estava sendo produzido e as questões criticas
sobre o tema, como a conservadorismo brasileiro e a dualidade entre produção
agrícola e proteção ao meio ambiente.
Porém na reunião em si não se levantaram grandes discussões a medida
que os atores presentes defendiam seus posicionamentos de forma bastante
amigável.
Após a reunião, verificou-se que não havia a necessidade de presenciarmos
todas as reuniões, visto que todas foram transmitidas e por meio eletrônico e
poderíamos escolher aquelas que nos seria mais interessante para a
construção do relatório posterior. Sendo assim, assistimos no dia 10 de
Setembro a reunião com a temática “Setor Público” em que se discutiu a
importância de um acordo colaborativo e de construção interna para a
observação e discussão externa a posteriori.
De modo geral, as reuniões do Itamaraty foram ricas em se compreender o
posicionamento de determinados atores sobre o assunto. Muitas reuniões se
basearam penas na passagem do relatório até então elaborado, porém outras
alavancam questionamentos importantes a serem considerados caso o
posicionamento do pais pós 2020 seja inovador no campo da preservação
ambiental.
8. IV SEMINÁRIO USP-ESAF – O PROGRAMA NACIONAL DE
EDUCAÇÃO FISCAL - PNEF10: EDUCAÇÃO FISCAL E
PREPARO DA CIDADANIA
A palestra foi ministrada pelo gerente do PNEF Ronaldo Iunes. O Programa
Nacional de Educação Fiscal – PNEF é um instrumento que integra os
Ministérios da Educação, Receita Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro
Nacional, Escola Superior de Administração Fazendária - ESAF e Secretarias
de Fazenda e de Educação estaduais para levar conhecimento aos cidadãos
sobre a administração pública e fiscal de modo a incentivar um
acompanhamento da população sobre o tema e permitir uma relação
harmoniosa entre o Estado e o cidadão, através a participação do cidadão nos
processos de prestação de contas.1.
O Palestrante enfatiza a crítica sobre o pagamento de impostos
desproporcionalmente pela população brasileira e que o trabalho da educação
fiscal é contribuir para algo diferente em reação a realidade vivida. De acordo
com Iunes o PNEF é participativo a medida que não adianta criar algo top-
down para atividades que buscam atender os anseios da população local.
Além das observações sobre o programa Iunes também apresentou a
estrutura fazendária.
9. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E EDUCACIONAL: EXEMPLOS
DE APROXIMAÇÃO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL -
RFB1
Em seguida, tivemos uma palestra com o Antônio Lindenberg sobre como
surge a necessidade de tributar do Estado.
A discussão inicia-se com a subjetividade da ética e o comportamento
hierárquico e sancionatório dos países pós Segunda-Guerra mundial diante do
positivismo jurídico vivido até então. Tal análise cria as bases para se
1http://www.receita.fazenda.gov.br/educafiscal/pnef.htm
compreender a politica fiscal contemporânea que leva o processo de reflexão
de um estado calcado em um histórico positivista jurídico.
O tributo surge como forma de o estado se financiar e a ideia de
redistribuição de renda é a origem do imposto. Porém, há alguma forma de
manter o estado sem tributação?
Além desse questionamento e tantos outros o palestrante afirma que o
problema fiscal dos países não é a carga tributária ser baixa ou alta, o real
problema é se ela é ou não equânime.
10. V SEMINÁRIO USP – CONTROLADORIA GERAL DA
UNIÃO – CGU
No dia 09 de Setembro as atividades deram início da Controladoria Geral da
União. Lá tivemos palestras com
o Cristiano - secretário adjunto,
Henrique Rocha - Coordenador
do Observatório da despesa
Pública, Ronald da Silva – diretor
de planejamento da Secretaria
Federal do Controle Interno, o
Amilton – Diretor da Secretaria
de Transparência e Prevenção a
Corrupção e o Marcos – Secretaria Geral da União no setor sobre acesso a Lei
da Informação.
No começo da palestra o Secretário Adjunto iniciou seu discurso
ressaltando a necessidade de uma discussão aprofundada e madura a respeito
da corrupção. Diante desse cenário amadurecido observa-se que países ditos
desenvolvidos são mais efetivos no combate a corrupção.
Henrique Rocha, por sua vez,
destaca o papel que a CGU, o
órgão governamental no âmbito da
Presidência da República que
promovem o controle interno
auditoria pública, prevenção e
combate à corrupção e ouvidoria.2
Em seguida apresenta o
Observatório de Despesas Públicas, unidade de produção de informação
estratégica responsável por monitorar o gastos públicos de todo o Brasil.
Rocha apresentou as ferramentas utilizadas para efetuar o cruzamento de
dados e os temas de monitoramento, assim como as trilas de auditoria por
programas sociais, licitações e contratose gastos administrativos.
São mais de 100.000 aletas por ano sendo os principais móvitos os
parlamentares sócios de empresas com contratos com o governo e famílias em
programas sociais com media salarial acima do permitido.
Em seguida o Ronald as Silva destaca o controle interno como ferramenta
para aperfeiçoamento dos programas governamentais, tendo em vista a papel
do controle interno de diagnosticar falhas de gestão. Silva destaca que de
2009 a 2014 ocorreu a capacitação de 45 mil servidores para que atividades
até então realizadas erroneamente fossem corrigidas. Dessa forma, o órgão de
controle interno consegue enfrentar problemas de infraestrutura e problemas
sociais.
No que tange a atuação da Secretaria Federal do Controle Interno o ponto
principal foi a apresentação das principais convenções internacionais contra a
corrupção ratificadas pelo Brasil e as cooperações jurídicas internacionais.
Outro ponto foi a apresentação da Lei de Responsabilização da Pessoa
Jurídica.
Por fim, o Marcos da Secretaria Geral da União discursou sobre as
dificuldades de se ter acesso a informação diante de uma ambiente de gestão
documental caótica. Após a Constituição Federal de 1988, através do artigo
33º, apresenta-se o princípio do acesso a informação diferente da divulgação
2http://www.cgu.gov.br/
de documentos a medida que a informação não precisa ser necessariamente
impressa. O palestrante então apresenta os instrumentos básicos de gestão
documental: tabela de classificação, tabela de temporalidade, tabela
destinação e tabela de eliminação.
11. CATEDRAL DE BRASÍLIA
Após as palestras na CGU fomos visitar
a Catedral de Brasília. O monumento é
datado de 1960 e foi projetada pelo Oscar
Neimeyer. Trata-se de uma Catedral
Metropolitana de Nossa Senhora
Aparecida.
12. IV SEMINÁRIO USP-UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
A Universidade de Brasília – UNB foi inaugurada em 1962 e atualmente
abriga 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa. Atualmente ela
oferta 109 cursos de graduação, 147 cursos de pós-graduação stricto sensu e
22 especializações lato sensu, todos espalhados por quatro campi no Distrito
Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama.
As atividades realizadas na Cidade Constitucional, na tarde do dia 10 de
Setembro, ocorreram no Departamento de Direito no campi Darcy Ribeiro.
12.1. O direito achado na rua e nas instituições da cidade
constitucional
O Primeiro Palestrante foi o Professor José Geraldo de Sousa, um
verdadeiro exemplo no que tange as discussões das relações humanas na
atualidade. O objetivo da palestra era a discussão sobre o Direito achado na
Rua, ou seja, uma reflexão sobre a criação e existência de direito fora das
estruturas jurídicas.
Nesse contexto, ocorreram reflexões sobre os movimentos sociais, a
importância de manifestações, a forma com que os indivíduos se percebem
como detentores de direitos e o papel do cidadão na legitimação de ações do
estado. Outro ponto foi a criação de direitos a partir do momento em que o
direito positivo não consegue dar respostas a muitas demandas sociais.
12.2. VII Seminário USP-MS – Políticas públicas, saúde e
esporte
Em seguida, dando continuidade ao cronograma de atividades, ocorreu
a apresentação de uma série de políticas se saúdes aplicadas pelo Governo
Federal. Segue breve descrição delas:
A Taís Porto da Secretaria de Segurança do Ministério da Saúde apresentou
as intervenções do em doenças crônicas não transmissíveis;
A Valdeth Santos do Departamento de Agravo e Doenças Não transmissíveis
falou sobre o Programa Academia e Saúde;
A Edneia Paiva falou do papel da saúde no enfrentamento da violência;
E a Patrícia Faria falou sobre o Plano Juventude Viva.
13. BOSQUE DOS CONSTITUINTES
O Bosque dos
Constituintes foi criando
em 2008 e está
localizado ao lado da
Praça dos Três Poderes.
Seu objetivo é deixar viva
na memória social os
episódios que marcaram
a Assembleia Nacional
Constituinte e a
Constituição Federal de 1988.
O espaço conta com arvores históricas que representam os três poderes e
foram plantadas por Ulysses Guimarães, no momento presidente da
Assembleia Nacional Constituinte; Iris Rezende , o ministro da Agricultura,
representando o Poder Executivo; Humberto Lucena, presidente do Congresso
Nacional, representando o Legislativo; e o ministro Luiz Rafael Mayer,
presidente do Supremo Tribunal Federal, representante do Judiciário3.
Fomos recepcionados por um funcionário da Assembleia Legislativa e pela
responsável pelo parque que nos explicou sobre sua origem, significado e
quais são os cuidados dados ao espaço.
14. CEFOR – PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELO
DEPARTAMENTO E VISITA ÀS INSTALAÇÕES
O CEFOR é o Centro de Formação e Treinamento e Aperfeiçoamento da
Câmara dos Deputados e é a responsável pelas atividades que tange a
educação legislativa, principalmente no que se refere a diagnósticos e
pesquisas para pautar as decisões dos deputados.
Fomos recebidos pelo Aldo
Moreno e o Claudio Paes que
nos explicaram o contexto de
criação do CEFOR e sobre
seu funcionamento.
Atualmente eles possuem 23
áreas com consultores –
aproximadamente 7 por área -
que compõem grupos de
temas específicos. Os deputados e senadores utilizam desses consultores para
criar suas leis.
Os palestrantes destacaram que há 300 servidores efetivos sem contar com
os gabinetes e que cada deputado pode nomear 25 servidores, totalizando
então 1000 servidores.
3 http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/bosque-dos-constituintes/flora
Os palestrantes destacaram a importância de sabemos como funciona o
sistema político eleitoral e do poder que o cidadão tem nas mãos na hora de
votar. Explicou sobre o processo de votação para deputados e também tirou
dúvidas sobre processos de transparência, como a instituição lida com os
processos de corrupção e se há capacitações para deputados eleitos.
15. V SEMINÁRIO USP - EVENTOS LEGISLATIVOS DO SENADO
Após sairmos do CEFOR fomos para o Congresso Nacional. Em um
primeiro momento visitamos os Salões Branco e Preto, além de observarmos
as obras expostas nesses
ambientes. O prédio foi projetado
por Oscar Niemeyer e o monitor
Fernando nos encaminhou até o
Plenário do Senado Federal para
nos explicar fisicamente seu
funcionamento. Cada estado
elege 3 senadores e eles sentam
lado a lado sando que o primeiro
do lado esquerdo é o primeiro
senador do Acre e o último do canto direito é o ultimo senador de Santa
Catarina. As Cadeiras são fixas.
Além disso, o monitor nos
explicou que as áreas ao redor do
plenário são para a mídia e
população, e nenhum deles podem
fotografar ou filmar as Sessões.
Também não é permitido qualquer
tipo de manifestação dentro do
espaço. Nessa primeira etapa da
visita não foi possível entrar na
Câmara dos Deputados porque
estava em reforma.
Depois formos orientados a seguir até o espaço destinado a Comissão de
Direitos Humanos, a fim de conhecemos o funcionamento da Comissão. A
assessora parlamentar Mariana explicou sobre como se dão as tramitações de
projetos de lei de origem civil assim como a dinâmica da casa. Ela também
expressou posicionamento sobre um possível fim da Comissão de Direitos
Humanos ao ser integrada a Comissão de Assuntos Sociais.
Por fim, o assessor Vinícius discursou sobre a importância da participação
politica dentro desses espaços deliberativos como fator fundamental para
provocar mudanças na forma com que as decisões são tomadas no pais.
16. VI VISITA AOS VITRAIS DA SEDE, ESPELHO DA
FEDERAÇÃO 25 E I SEMINÁRIO USP-CAIXA FEDERAL -
PROGRAMA CAIXA MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO
LOCAL;
No dia 11 de Setembro pela manhã fomos ao Centro Cultural da Caixa
Econômica Federal para apreciarmos seus vitrais. São um total de 24 vitrais,
criados por Lorenz Heilmair que representam todos os estados brasileiros.
17. II SEMINÁRIO USP-BANCO CENTRAL – EDUCAÇÃO
FISCAL E FINANCEIRA PARA A CIDADANIA
Ainda no período da manhã fomos ao Banco Central para termos uma
palestra com o Consultor Gustavo Ribeiro e com o Coordenador do Banco
Central Silvio Carlos Antônio.
Inicialmente se destacou o contexto
histórico do Banco central e o contexto
econômico da nossa época. Depois
houve uma apresentação do Programa
Caixa Melhores Práticas em Gestão
Local que premia os projetos mais
inovadores financiados pela Caixa
Econômica Federal.
Em seguida, pontuou-se a falta de preparo da população para se
compreender assuntos do mundo financeiros. Nesse momento ele destaca que
75% da população não compreendem tabelas e gráficos. Nesse sentido ações
de educação financeira são fundamentais para o desenvolvimento social. Silvio
Carlos Antônio falou da ENEF – Estratégia Nacional de Educação Financeira –
como resposta a tal despreparo da população através da promoção da
educação financeira e previdenciária. Também foi apresentado o Comitê
Nacional de Educação Financeira – CONEF- responsável por determinar as
ações do ENEF
No final da manhã visitamos o Museu de Valores do Banco Central.
18. CONCLUSÃO:RETORNO A SÃO PAULO PÓS CIDADE
CONSTITUCIONAL
As atividades que sucedera a minha ultima visita e palestra em Brasília
foram ricas em diálogos sobre tudo aquilo que vivenciamos durante os dias 06
a 11 de Setembro. Primeiro porque a imersão, tão pouco vivida no curso de
Gestão de Políticas Pública, é tão impactante a nossa realidade de sala de aula
que provoca uma mistura de quebra de paradigmas e estranhamento ao nos
tornarmos protagonistas de nossos processos de aprendizagem.
O volume de informações e a sede de busca por mais, chegou a alguns
momentos a ser exaustiva, tanto psicológica como fisicamente. Porém esse
ponto não pode ser visto como negativo à medida que essa busca pela
apropriação das estruturas do estado nos desperta mais vontade de
Constituição e transcende o curto período da disciplina.
O Programa Cidade Constitucional promove um folego às vezes quase
inexistente para aqueles que, já dentro das estruturas do estado, perdem um
pouco das forças na luta constante para a garantia a qualidade do serviço
prestado, a transparência e a garantia da igualdade de direitos. A Cidade
Constitucional chega a ser um processo de releitura do papel do indivíduo na
sociedade republicana e democrática. Foi nesse processo que encontrei
grandes repostas e consequentemente questionamentos intragáveis a tal ponto
que o que me resta é então reproduzir constantemente a Cidade Constitucional
a fim de encontrar as possíveis respostas!
As indagações provocadas pela forma com que a Capital da nossa
República foi estruturada, cheia de carros e vazia de calçadas, assim como o
contato direto com aqueles responsáveis pelas implementações e projetos no
âmbito federal também nos faz refletir sobre o nosso papel como protagonistas
da construção e legitimação de Direitos. Somos responsáveis por essas
estruturas e é nossa responsabilidade ocupar esses espaços.
Dessa forma, nesse momento ainda de intensa reflexão sobre as atividades
realidades na disciplina ACH3666 é agradecer aos idealizadores desse projeto
a incrível oportunidade.