relatório cidade constitucional

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Universidade de São Paulo EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades RELATÓRIO A CIDADE CONSTITUCIONAL E A CAPITAL DA REPÚBLICA Relatório apresentado em cumprimento às exigências da disciplina ACH3666 - A Cidade Constitucional e a Capital da República. Curso de Gestão de Política Públicas, da Escola de Artes Ciências e Humanidades, da Universidade de São Paulo. Professores: Marcelo Arno Nerling e Douglas Roque Andrade Jéssica Sá Fernandes da Silva nº USP 7555051 São Paulo 2014

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Relatório apresentado em cumprimento às exigências da disciplina ACH3666 - A Cidade Constitucional e a Capital da República. Curso de Gestão de Política Públicas, da Escola de Artes Ciências e Humanidades, da Universidade de São Paulo. Professores: Marcelo Arno Nerling e Douglas Roque Andrade

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Page 1: Relatório cidade constitucional

Universidade de São Paulo

EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades

RELATÓRIO A CIDADE CONSTITUCIONAL E A CAPITAL DA

REPÚBLICA

Relatório apresentado em cumprimento às exigências

da disciplina ACH3666 - A Cidade Constitucional e a

Capital da República. Curso de Gestão de Política

Públicas, da Escola de Artes Ciências e Humanidades,

da Universidade de São Paulo. Professores: Marcelo

Arno Nerling e Douglas Roque Andrade

Jéssica Sá Fernandes da Silva nº USP 7555051

São Paulo

2014

Page 2: Relatório cidade constitucional

1. INTRODUÇÃO

A Cidade Constitucional e a Capital da Republica é uma Disciplina de

imersão ofertada pela Escola de Artes Ciências e Humanidades (EACH) da

Universidade de São Paulo (USP) que possui como objetivo central o acesso

do graduando às estruturas dos Três Poderes da República Federativa do

Brasil de modo a proporcionar ao estudante uma experiência ativa no que

tange as discussões sobre Cidadania, República, Garantia de Direitos e

Estado.

Por meio de visitas, palestras, atividades lúdicas, promoção de discussões e

estudo dirigido, o graduando de apropria dos espaços públicos da Capital da

República desenvolve sua percepção sobre as estruturas de poder e vivencia a

metodologia de ensinagem defendida e aplicada pelos idealizadores da

disciplina Prof. Marcelo Arno Nerlinge Prof. Dr. Douglas Roque Andradeda

EACH-USP, a andragogia.

Tal metodologia consiste na educação de adultos que no desenvolvimento

da aprendizagem adquirida através da auto-gestão de informações permite

uma aplicação do conhecimento na vida diária. A partir disso é possível

desenvolver o programa Cidade Constitucional, de modo a permitir que os

estudantes vivenciem a experiência de se apropriarem das estruturas da

Capital da República e que possam retornar para as suas cidades e permitir

que os processos de aprendizagem continuem ao inserirem as discussões

desenvolvidas nas disciplinas em suas ações diárias.

A disciplina Cidade Constitucional e a Capital da Republica ocorre ha oito

anos, levando tanto estudantes da Universidade de São Paulo como

estudantes de outras universidades para Brasília. Entre os dias 05 a 13 de

Setembro ocorreu a oitava edição da Cidade Constitucional, do qual relato as

minhas experiências de imersão no projeto.

Page 3: Relatório cidade constitucional

2. A PRAÇA DOS TRÊS PODERES NA CAPITAL DA REPÚBLICA

Brasília é desde 1987 a maior área tombada pela UNESCO em todo o

Mundo contando com 112,25 km². Considerada Patrimônio Cultural da

Humanidade, entre um dos seus monumentos está a Praça dos Três Poderes

que abriga o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal

Federal, prédios que representam respectivamente o Poder Executivo, Poder

Legislativo e Poder Judiciário.

Projeto Arquitetônico de Oscar Niemeyer e urbanístico de Lúcio Costa, o

espaço além de abrigar a estrutura dos três poderes também abriga uma série

de monumentos e esculturas, como os Guerreiros de Bruno Giorgi e a Justiça

de Alfredo Ceschiatti.

Trata-se de uma Praça preponderante, que mesmo dividia pelas estruturas

que no dia seguinte porporcionaram o Desfile Cívico Militar de 7 de Setembro,

não perde seu caráter majestoso.

2.1. O Supremo Tribunal Federal

No dia 06 de Setembro de 2014, ocorreu uma

visita Guiada nas instalações do Supremo

Tribunal Federal, monitorada pela Claudia que

gerou discussões sobre o funcionamento do

Judiciário, da Constituição Brasileira e do

Histórico da Suprema Corte no Brasil.

A visita

teve início no

Hall dos Bustos, local que abriga o busto de

grandes nomes da história do país, como do

imperador D. Pedro I. Depois fomos

encaminhados ao Salão Nobre, espaço para

recepção de autoridades e exposição de

presentes recebidos pelo Brasil através do

STF. Entre eles está uma mine constituição mexicana que nos chamou muita

Page 4: Relatório cidade constitucional

atenção pelo tamanho, detalhes e supremacia constitucional de uma nação que

ao presentear outra não vê nada mais valioso, produzido internamente, do que

sua própria constituição.

Além dos presentes, o salão possui uma série de móveis e objetos que

representam toda a história do STF, como mesas, cadeiras, abridores de cartas

do século XVIII, vestimentas, entre outros. Nesse espaço também há uma

representação de como foi o Tribunal Federal no passado.

Depois fomos direcionadas ao Plenário da Suprema Corte, momento de

entusiasmo do grupo, tendo em vista todos os grandes julgamentos feitos no

ambiente. Além disso, outro assunto destacado foi a presença da Cruz Cristã

dentro do Plenário, a medida que o Estado é laico. A visita terminou na

Galeria de Ministros, espaço em que há a foto de todos os Ministros que

passaram pelo Supremo.

2.2. Visita Guiada ao Palácio do Itamaraty – Ministério das

Relações Exteriores

Mesmo não inserido no Palácio dos Três Poderes, diante das proximidades

temporais e metodológicas das atividades realizadas, segue relatório da

primeira visita realizada no Palácio do

Itamaraty.

Como um dos Ministérios mais

importantes, devido sua função de auxílio à

Presidência da República na formulação da

política exterior do Brasil, o Ministério das

Relações Exteriores conta com três

edificações entre eles o Palácio do Itamaraty,

sua sede, que foi projetado por Embaixador Wladimir Murtinho e Joaquim

Cardoso.

Inaugurado em 1970, o objetivo principal do prédio era a espaço para

receber visitantes que vinham ao pais, por esse motivo ele apresenta obras de

brasileiros e foi construído apenas com materiais nacionais.

Page 5: Relatório cidade constitucional

O prédio possui três andares e apresenta obras como “O Meteoro” de Bruno

Giorgi que fica na parte exterior do prédio; a obra “Índios” de Sebastião

Salgado, “Três Obras” de Omar Franco e “Ponto de Encontro” de Mary Vieira.

Além disso, o Palácio apresenta dois jardins com folhas da Amazônia.

Um dos pontos nevrálgico da visita foi além da extensão dos tapetes persas

localizados no terceiro piso do palácio, foram os questionamentos sobre os

distanciamentos dos escritórios

e a existência de um

apartamento particular e uma

rampa de acesso exclusiva ao

Ministro das Relações

Exteriores. Se por um lado há

uma preponderância de poder

próprio dessas estruturas, por

outro também nos deparamos

com um prédio antigo, com carpetes e mobiliário gastos, com costumes

tradicionais causando questionamentos sobre o que essa estrutura representa

e o que queremos como Estado e Cidade Constitucional.

3. A ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA – ESAF

O ministério da Fazenda, conta com a Escola de Administração Fazendária

para a seleção de servidores que desempenharão as funções de gestão das

finanças públicas. Além disso, a ESAF possui estruturas para realização de

programas e eventos de capacitação, além de alojamentos constituídos por

quartos para quatro pessoas, salas de aula, auditórios, refeitório, quadras,

piscinas, salão de festas entre outros.

Por conta da parceria realizada entre ESAF e USP, nos hospedamos nas

instalações da Escola Fazendária. A disponibilização do espaço e atividades

realizadas pela Prefeitura da ESAF são de importância crucial para a

realização das atividades da Cidade Constitucional, a medida que durante os

dias de permanência nos ambientes da Escola a tratativa dada aos estudantes

foi a melhor possível.

Page 6: Relatório cidade constitucional

Além disso, e não mais importante, o ambiente da ESAF foi fundamental

para fomentar as discussões que se darão no âmbito da educação fiscal ao

longo dos dias de realização da disciplina.

4. O 7 DE SETEMBRO EM BRASÍLIA

O Dia 7 de Setembro traz em si uma série de sentimentos e significados,

porém a experiência de vivenciá-lo na Capital da República permite uma nova

reflexão e aquisição de sentimentos que dificilmente teríamos em outras partes

do Brasil. Primeiro porque o fato de estar na Cidade Constitucional e observar

suas estruturas já nos

provoca questionamentos

sobre o que queremos

dessa cidade, segundo

porque a Comemoração da

Proclamação da

Independência nos faz

refletir sobre como se deram

os acontecimentos históricos

que tornaram o país o que

ele é hoje.

Se por um lado somos pouco ufanistas e pouco compreendemos das

estruturas do estado, por outro o 7 de Setembro assim como 15 de Novembro

conseguem de uma forma ou de outra chancelar aquilo que chamamos de

sentimento nacionalista, ou seja, nosso reconhecimento das estruturas do

estado, sua aprovação e convicção de suas existências.

Estar na Capital da República e observar seus prédios ostentosos e

poderosos ao mesmo tempo que se observa a distancia entre eles e a falta de

interação física entre os setores (tudo é muito longe de tudo) nos faz refletir se

a estrutura física não é nada além da expressão sintomática da uma falta de

interação entre os poderes e entre a gestão desses setores representados por

Page 7: Relatório cidade constitucional

Ministério, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal

Federal.

4.1. O Palácio da Alvorada

Aproximadamente às 5:00hs do dia 07 de Setembro de 2014 saímos das

propriedades da ESAF para o Palácio da Alvorada, local designado a

residência oficial do Presidente da República. O objetivo inicial era a vista do

nascer do sol, porém como o amanhecer foi um pouco nublado, não tivemos

uma da melhores visões do Palácio.

4.2. Desfile Cívico Militar de 7 de Setembro

Ao sairmos do Palácio da Alvorada fomos até a Praça dos Três Poderes

para aguardar o inicio do Desfile

Cívico e Militar de 7 de Setembro.

Visto que tínhamos tempo

significativo para aguardar o

próximo evento, andamos pela

parte externa do Congresso

Nacional e pela Explanada dos

Ministérios.

O Desfile Cívico iniciou por volta de

10:00hs da manhã e teve sua

apresentação dividida em partes com a

apresentação das Forças Armadas

Brasileiras e apresentações da escolas da

região que trouxeram as características

nas nações que colonizaram o país para o

evento. O desfile contou com a presença

da Presidente Dilma Rousseff que foi vaiada e aplaudida pelos espectadores.

Page 8: Relatório cidade constitucional

As percepções sobre a preponderância e

decadência das estruturas físicas de poder da

nossa Capital da República foram bem

demonstradas no momento em que um dos carros

do Exercito quebraram ao entrar na passarela do

desfile, tendo que ser guinchado por todo o

percurso. Um carro quebrado em um desfile pode

não ter representatividade nenhuma, porém se for

possível pensar com mais afinco nessas estruturas

de poder, um carro guinchado representa a austeridade disfarçada de algumas

instituições que durante muitos anos pós a promulgação da CF/88 chegaram a

beira da falência. Além disso, como enaltecer as forças armadas de um pais

que tem como chaga, anos de ditadura militar e que vê em seus policiais civis

por muitas vezes o descrédito? Porém, mesmo diante de trais reflexões não

pode-se desconsiderar a beleza do evento.

Essas ruas sem calçada não estão lá por ser, a disposição dos prédios que

soam um tanto quanto inibidoras também não estão lá por ser. Tudo tem um

significado, assim como a construção da Capital da República em uma região

de difícil acesso para a época de sua construção. E ai que residiu o papel da

cidade constitucional para mim, na busca de respostas através da

compreensão real das de como se estruturam os poderes e como que o direito

a cidadania e o direito a constituição tem sidos garantidos ao longo dos últimos

26 anos de promulgada a Constituição Federal.

5. A COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL – EUROSOCIAL –

'EDUCACIÓN FISCAL Y COHESIÓN SOCIAL'

No dia 08 de Setembro deram-se início as palestras que compunham o

cronograma da cidade constitucional. As atividades começaram com discursos

de abertura da direção da ESAF, do Prof. Dr. Douglas Roque Andrade, do

representante de Honduras David Revesant, da representante de El Salvador

Wendy Margarid e do Prof. Marcelo Arno Nerling.

Page 9: Relatório cidade constitucional

O primeiro tema em discussão foi

a cooperação técnica internacional

entre Brasil, El Salvador e Honduras

através do EUROsociAL – 'Educación

Fiscal y cohesión social' e do

programa de educação Fiscal de

iniciativa da Disciplina Cidade

Constitucional. As reflexões se deram

no âmbito do desenvolvimento dos direitos humanos e da importância da

Cidade Constitucional para a promoção de discussões além das salas de aula

sobre as relações de dignidades da pessoa humana a cidadania e as vias de

acesso aos instrumentos públicos para garantirmos uma nação republicana.

Dentro desse contexto destacou-se a importância da Educação para construir e

chegar a esses aspectos de cidadania.

6. IV SEMINÁRIO USP-ESAF – 'SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL'

A Palestra seguinte foi dada por um dos professores da ESAF. Inicialmente

foi apresentado orientações gerais sobre o cronograma e atividades da EASF,

bem como informações sobre a origem da Escola Fazendária e a estrutura do

Ministério da Fazenda.

Sobre o projeto de sustentabilidade, a EASF publicou quatro livros

baseados nos pilares do conhecimento que são: saber aprender, saber

conviver, saber ser e saber fazer. O objetivo é trazer o tema sustentabilidade

para a gestão das finanças públicas e promover a mudança de comportamento

atual das estruturas de poder. O palestrante citou o Projeto Esplanada

Sustentável para a estruturação de gastos da Esplanada dos ministérios como

uma importante iniciativa sobre o assunto.

Quanto as estruturas físicas a ESAF tem promovido trabalhos para a

eficiência energética da sua estrutura.

Após a primeira palestra Lucia Arruda e Alisson Palmeiras falaram sobre os

cursos da ESAF sobre finanças públicas e sobre os cursos EAD ofertados pela

Escola. Dentre as informações o curso de capacidade fiscal EAD é responsável

Page 10: Relatório cidade constitucional

por mais matrículas na ESAF e também é realizado fora das estruturas da

Escola tanto por técnicos especializados no assunto como por parceiros. A

sociedade pode participar dos cursos disponíveis na plataforma.

7. PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NA CONTRIBUIÇÃO DO

BRASIL PARA UM ACORDO SOBRE A CONVENÇÃO-QUADRO

DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Estão em andamento negociações de um novo acordo sob a Convenção-

Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a ser firmado

em 2015, para entrada em vigor a partir de 2020. Para tanto, a 19ª Conferência

das Partes na UNFCCC (COP-19) solicitou as partes integrantes do acordo o

desenvolvimento domestico de contribuições nacionais ao novo acordo e a

comunicá-las antes da COP-21.

Nesse contexto o Ministério das Relações Exteriores está coordenando uma

consulta à sociedade civil brasileira para subsidiar na construção desse

documento. A primeira fase foi realizada através de um questionário

segmentado de acordo com a área de atuação do participante: academia, setor

empresarial, setor público e terceiro setor. Participantes dos segmentos

academia e setor público concentraram sua participação como indivíduos,

enquanto participantes do setor empresarial e do terceiro setor contribuíram

tanto em caráter individual, quanto institucional.

A partir das respostas gerou-se um

relatório que foi publicado de modo a

subsidiar uma séria de consultas eletrônicas

e reuniões presenciais. Entre elas as que

ocorreram entre os dias 08 a 12 de

Setembro. O documento versa sobre

Mitigação, Adaptação, Meios de

Implementação e outras questões gerais

sobre o tema.

A nossa aproximação com o evento se deu através do convite do Professor

Page 11: Relatório cidade constitucional

Nerling para compormos um grupo que acompanhasse as reuniões e

promovesse um projeto de análises e reflexões para um posicionamento final a

ser dado através da consulta eletrônica ainda em andamento.

No dia 08 de Setembro participamos da abertura dessa rodada de

discussões presenciais no Palácio do Itamaraty. O Evento contava com

representantes de vários setores como Ministério do Meio Ambiente,

Observatório do Clima, WWF, Secretaria de Assuntos estratégicos entre outros.

Posteriormente a apresentação dos órgãos participantes, ocorreu um

detalhamento da discussão sobre o documento então elaborado. Então as

partes presentes começaram a expor dúvidas e posicionamentos sobre seus

entendimentos quanto a o que estava sendo produzido e as questões criticas

sobre o tema, como a conservadorismo brasileiro e a dualidade entre produção

agrícola e proteção ao meio ambiente.

Porém na reunião em si não se levantaram grandes discussões a medida

que os atores presentes defendiam seus posicionamentos de forma bastante

amigável.

Após a reunião, verificou-se que não havia a necessidade de presenciarmos

todas as reuniões, visto que todas foram transmitidas e por meio eletrônico e

poderíamos escolher aquelas que nos seria mais interessante para a

construção do relatório posterior. Sendo assim, assistimos no dia 10 de

Setembro a reunião com a temática “Setor Público” em que se discutiu a

importância de um acordo colaborativo e de construção interna para a

observação e discussão externa a posteriori.

De modo geral, as reuniões do Itamaraty foram ricas em se compreender o

posicionamento de determinados atores sobre o assunto. Muitas reuniões se

basearam penas na passagem do relatório até então elaborado, porém outras

alavancam questionamentos importantes a serem considerados caso o

posicionamento do pais pós 2020 seja inovador no campo da preservação

ambiental.

Page 12: Relatório cidade constitucional

8. IV SEMINÁRIO USP-ESAF – O PROGRAMA NACIONAL DE

EDUCAÇÃO FISCAL - PNEF10: EDUCAÇÃO FISCAL E

PREPARO DA CIDADANIA

A palestra foi ministrada pelo gerente do PNEF Ronaldo Iunes. O Programa

Nacional de Educação Fiscal – PNEF é um instrumento que integra os

Ministérios da Educação, Receita Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro

Nacional, Escola Superior de Administração Fazendária - ESAF e Secretarias

de Fazenda e de Educação estaduais para levar conhecimento aos cidadãos

sobre a administração pública e fiscal de modo a incentivar um

acompanhamento da população sobre o tema e permitir uma relação

harmoniosa entre o Estado e o cidadão, através a participação do cidadão nos

processos de prestação de contas.1.

O Palestrante enfatiza a crítica sobre o pagamento de impostos

desproporcionalmente pela população brasileira e que o trabalho da educação

fiscal é contribuir para algo diferente em reação a realidade vivida. De acordo

com Iunes o PNEF é participativo a medida que não adianta criar algo top-

down para atividades que buscam atender os anseios da população local.

Além das observações sobre o programa Iunes também apresentou a

estrutura fazendária.

9. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E EDUCACIONAL: EXEMPLOS

DE APROXIMAÇÃO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL -

RFB1

Em seguida, tivemos uma palestra com o Antônio Lindenberg sobre como

surge a necessidade de tributar do Estado.

A discussão inicia-se com a subjetividade da ética e o comportamento

hierárquico e sancionatório dos países pós Segunda-Guerra mundial diante do

positivismo jurídico vivido até então. Tal análise cria as bases para se

1http://www.receita.fazenda.gov.br/educafiscal/pnef.htm

Page 13: Relatório cidade constitucional

compreender a politica fiscal contemporânea que leva o processo de reflexão

de um estado calcado em um histórico positivista jurídico.

O tributo surge como forma de o estado se financiar e a ideia de

redistribuição de renda é a origem do imposto. Porém, há alguma forma de

manter o estado sem tributação?

Além desse questionamento e tantos outros o palestrante afirma que o

problema fiscal dos países não é a carga tributária ser baixa ou alta, o real

problema é se ela é ou não equânime.

10. V SEMINÁRIO USP – CONTROLADORIA GERAL DA

UNIÃO – CGU

No dia 09 de Setembro as atividades deram início da Controladoria Geral da

União. Lá tivemos palestras com

o Cristiano - secretário adjunto,

Henrique Rocha - Coordenador

do Observatório da despesa

Pública, Ronald da Silva – diretor

de planejamento da Secretaria

Federal do Controle Interno, o

Amilton – Diretor da Secretaria

de Transparência e Prevenção a

Corrupção e o Marcos – Secretaria Geral da União no setor sobre acesso a Lei

da Informação.

No começo da palestra o Secretário Adjunto iniciou seu discurso

ressaltando a necessidade de uma discussão aprofundada e madura a respeito

da corrupção. Diante desse cenário amadurecido observa-se que países ditos

desenvolvidos são mais efetivos no combate a corrupção.

Page 14: Relatório cidade constitucional

Henrique Rocha, por sua vez,

destaca o papel que a CGU, o

órgão governamental no âmbito da

Presidência da República que

promovem o controle interno

auditoria pública, prevenção e

combate à corrupção e ouvidoria.2

Em seguida apresenta o

Observatório de Despesas Públicas, unidade de produção de informação

estratégica responsável por monitorar o gastos públicos de todo o Brasil.

Rocha apresentou as ferramentas utilizadas para efetuar o cruzamento de

dados e os temas de monitoramento, assim como as trilas de auditoria por

programas sociais, licitações e contratose gastos administrativos.

São mais de 100.000 aletas por ano sendo os principais móvitos os

parlamentares sócios de empresas com contratos com o governo e famílias em

programas sociais com media salarial acima do permitido.

Em seguida o Ronald as Silva destaca o controle interno como ferramenta

para aperfeiçoamento dos programas governamentais, tendo em vista a papel

do controle interno de diagnosticar falhas de gestão. Silva destaca que de

2009 a 2014 ocorreu a capacitação de 45 mil servidores para que atividades

até então realizadas erroneamente fossem corrigidas. Dessa forma, o órgão de

controle interno consegue enfrentar problemas de infraestrutura e problemas

sociais.

No que tange a atuação da Secretaria Federal do Controle Interno o ponto

principal foi a apresentação das principais convenções internacionais contra a

corrupção ratificadas pelo Brasil e as cooperações jurídicas internacionais.

Outro ponto foi a apresentação da Lei de Responsabilização da Pessoa

Jurídica.

Por fim, o Marcos da Secretaria Geral da União discursou sobre as

dificuldades de se ter acesso a informação diante de uma ambiente de gestão

documental caótica. Após a Constituição Federal de 1988, através do artigo

33º, apresenta-se o princípio do acesso a informação diferente da divulgação

2http://www.cgu.gov.br/

Page 15: Relatório cidade constitucional

de documentos a medida que a informação não precisa ser necessariamente

impressa. O palestrante então apresenta os instrumentos básicos de gestão

documental: tabela de classificação, tabela de temporalidade, tabela

destinação e tabela de eliminação.

11. CATEDRAL DE BRASÍLIA

Após as palestras na CGU fomos visitar

a Catedral de Brasília. O monumento é

datado de 1960 e foi projetada pelo Oscar

Neimeyer. Trata-se de uma Catedral

Metropolitana de Nossa Senhora

Aparecida.

12. IV SEMINÁRIO USP-UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

A Universidade de Brasília – UNB foi inaugurada em 1962 e atualmente

abriga 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa. Atualmente ela

oferta 109 cursos de graduação, 147 cursos de pós-graduação stricto sensu e

22 especializações lato sensu, todos espalhados por quatro campi no Distrito

Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama.

As atividades realizadas na Cidade Constitucional, na tarde do dia 10 de

Setembro, ocorreram no Departamento de Direito no campi Darcy Ribeiro.

12.1. O direito achado na rua e nas instituições da cidade

constitucional

O Primeiro Palestrante foi o Professor José Geraldo de Sousa, um

verdadeiro exemplo no que tange as discussões das relações humanas na

atualidade. O objetivo da palestra era a discussão sobre o Direito achado na

Rua, ou seja, uma reflexão sobre a criação e existência de direito fora das

estruturas jurídicas.

Page 16: Relatório cidade constitucional

Nesse contexto, ocorreram reflexões sobre os movimentos sociais, a

importância de manifestações, a forma com que os indivíduos se percebem

como detentores de direitos e o papel do cidadão na legitimação de ações do

estado. Outro ponto foi a criação de direitos a partir do momento em que o

direito positivo não consegue dar respostas a muitas demandas sociais.

12.2. VII Seminário USP-MS – Políticas públicas, saúde e

esporte

Em seguida, dando continuidade ao cronograma de atividades, ocorreu

a apresentação de uma série de políticas se saúdes aplicadas pelo Governo

Federal. Segue breve descrição delas:

A Taís Porto da Secretaria de Segurança do Ministério da Saúde apresentou

as intervenções do em doenças crônicas não transmissíveis;

A Valdeth Santos do Departamento de Agravo e Doenças Não transmissíveis

falou sobre o Programa Academia e Saúde;

A Edneia Paiva falou do papel da saúde no enfrentamento da violência;

E a Patrícia Faria falou sobre o Plano Juventude Viva.

13. BOSQUE DOS CONSTITUINTES

O Bosque dos

Constituintes foi criando

em 2008 e está

localizado ao lado da

Praça dos Três Poderes.

Seu objetivo é deixar viva

na memória social os

episódios que marcaram

a Assembleia Nacional

Constituinte e a

Page 17: Relatório cidade constitucional

Constituição Federal de 1988.

O espaço conta com arvores históricas que representam os três poderes e

foram plantadas por Ulysses Guimarães, no momento presidente da

Assembleia Nacional Constituinte; Iris Rezende , o ministro da Agricultura,

representando o Poder Executivo; Humberto Lucena, presidente do Congresso

Nacional, representando o Legislativo; e o ministro Luiz Rafael Mayer,

presidente do Supremo Tribunal Federal, representante do Judiciário3.

Fomos recepcionados por um funcionário da Assembleia Legislativa e pela

responsável pelo parque que nos explicou sobre sua origem, significado e

quais são os cuidados dados ao espaço.

14. CEFOR – PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELO

DEPARTAMENTO E VISITA ÀS INSTALAÇÕES

O CEFOR é o Centro de Formação e Treinamento e Aperfeiçoamento da

Câmara dos Deputados e é a responsável pelas atividades que tange a

educação legislativa, principalmente no que se refere a diagnósticos e

pesquisas para pautar as decisões dos deputados.

Fomos recebidos pelo Aldo

Moreno e o Claudio Paes que

nos explicaram o contexto de

criação do CEFOR e sobre

seu funcionamento.

Atualmente eles possuem 23

áreas com consultores –

aproximadamente 7 por área -

que compõem grupos de

temas específicos. Os deputados e senadores utilizam desses consultores para

criar suas leis.

Os palestrantes destacaram que há 300 servidores efetivos sem contar com

os gabinetes e que cada deputado pode nomear 25 servidores, totalizando

então 1000 servidores.

3 http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/bosque-dos-constituintes/flora

Page 18: Relatório cidade constitucional

Os palestrantes destacaram a importância de sabemos como funciona o

sistema político eleitoral e do poder que o cidadão tem nas mãos na hora de

votar. Explicou sobre o processo de votação para deputados e também tirou

dúvidas sobre processos de transparência, como a instituição lida com os

processos de corrupção e se há capacitações para deputados eleitos.

15. V SEMINÁRIO USP - EVENTOS LEGISLATIVOS DO SENADO

Após sairmos do CEFOR fomos para o Congresso Nacional. Em um

primeiro momento visitamos os Salões Branco e Preto, além de observarmos

as obras expostas nesses

ambientes. O prédio foi projetado

por Oscar Niemeyer e o monitor

Fernando nos encaminhou até o

Plenário do Senado Federal para

nos explicar fisicamente seu

funcionamento. Cada estado

elege 3 senadores e eles sentam

lado a lado sando que o primeiro

do lado esquerdo é o primeiro

senador do Acre e o último do canto direito é o ultimo senador de Santa

Catarina. As Cadeiras são fixas.

Além disso, o monitor nos

explicou que as áreas ao redor do

plenário são para a mídia e

população, e nenhum deles podem

fotografar ou filmar as Sessões.

Também não é permitido qualquer

tipo de manifestação dentro do

espaço. Nessa primeira etapa da

visita não foi possível entrar na

Câmara dos Deputados porque

estava em reforma.

Page 19: Relatório cidade constitucional

Depois formos orientados a seguir até o espaço destinado a Comissão de

Direitos Humanos, a fim de conhecemos o funcionamento da Comissão. A

assessora parlamentar Mariana explicou sobre como se dão as tramitações de

projetos de lei de origem civil assim como a dinâmica da casa. Ela também

expressou posicionamento sobre um possível fim da Comissão de Direitos

Humanos ao ser integrada a Comissão de Assuntos Sociais.

Por fim, o assessor Vinícius discursou sobre a importância da participação

politica dentro desses espaços deliberativos como fator fundamental para

provocar mudanças na forma com que as decisões são tomadas no pais.

16. VI VISITA AOS VITRAIS DA SEDE, ESPELHO DA

FEDERAÇÃO 25 E I SEMINÁRIO USP-CAIXA FEDERAL -

PROGRAMA CAIXA MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO

LOCAL;

No dia 11 de Setembro pela manhã fomos ao Centro Cultural da Caixa

Econômica Federal para apreciarmos seus vitrais. São um total de 24 vitrais,

criados por Lorenz Heilmair que representam todos os estados brasileiros.

17. II SEMINÁRIO USP-BANCO CENTRAL – EDUCAÇÃO

FISCAL E FINANCEIRA PARA A CIDADANIA

Ainda no período da manhã fomos ao Banco Central para termos uma

palestra com o Consultor Gustavo Ribeiro e com o Coordenador do Banco

Central Silvio Carlos Antônio.

Inicialmente se destacou o contexto

histórico do Banco central e o contexto

econômico da nossa época. Depois

houve uma apresentação do Programa

Caixa Melhores Práticas em Gestão

Local que premia os projetos mais

inovadores financiados pela Caixa

Econômica Federal.

Page 20: Relatório cidade constitucional

Em seguida, pontuou-se a falta de preparo da população para se

compreender assuntos do mundo financeiros. Nesse momento ele destaca que

75% da população não compreendem tabelas e gráficos. Nesse sentido ações

de educação financeira são fundamentais para o desenvolvimento social. Silvio

Carlos Antônio falou da ENEF – Estratégia Nacional de Educação Financeira –

como resposta a tal despreparo da população através da promoção da

educação financeira e previdenciária. Também foi apresentado o Comitê

Nacional de Educação Financeira – CONEF- responsável por determinar as

ações do ENEF

No final da manhã visitamos o Museu de Valores do Banco Central.

18. CONCLUSÃO:RETORNO A SÃO PAULO PÓS CIDADE

CONSTITUCIONAL

As atividades que sucedera a minha ultima visita e palestra em Brasília

foram ricas em diálogos sobre tudo aquilo que vivenciamos durante os dias 06

a 11 de Setembro. Primeiro porque a imersão, tão pouco vivida no curso de

Gestão de Políticas Pública, é tão impactante a nossa realidade de sala de aula

que provoca uma mistura de quebra de paradigmas e estranhamento ao nos

tornarmos protagonistas de nossos processos de aprendizagem.

O volume de informações e a sede de busca por mais, chegou a alguns

momentos a ser exaustiva, tanto psicológica como fisicamente. Porém esse

ponto não pode ser visto como negativo à medida que essa busca pela

apropriação das estruturas do estado nos desperta mais vontade de

Constituição e transcende o curto período da disciplina.

O Programa Cidade Constitucional promove um folego às vezes quase

inexistente para aqueles que, já dentro das estruturas do estado, perdem um

pouco das forças na luta constante para a garantia a qualidade do serviço

prestado, a transparência e a garantia da igualdade de direitos. A Cidade

Constitucional chega a ser um processo de releitura do papel do indivíduo na

sociedade republicana e democrática. Foi nesse processo que encontrei

grandes repostas e consequentemente questionamentos intragáveis a tal ponto

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que o que me resta é então reproduzir constantemente a Cidade Constitucional

a fim de encontrar as possíveis respostas!

As indagações provocadas pela forma com que a Capital da nossa

República foi estruturada, cheia de carros e vazia de calçadas, assim como o

contato direto com aqueles responsáveis pelas implementações e projetos no

âmbito federal também nos faz refletir sobre o nosso papel como protagonistas

da construção e legitimação de Direitos. Somos responsáveis por essas

estruturas e é nossa responsabilidade ocupar esses espaços.

Dessa forma, nesse momento ainda de intensa reflexão sobre as atividades

realidades na disciplina ACH3666 é agradecer aos idealizadores desse projeto

a incrível oportunidade.