a cidade constitucional: capital da repÚblica viii - brasília – df

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A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA VIII - Brasília – DF Jéssica Maria dos Santos; Aluna do 8º semestre do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP Relatório: 1. introdução e início da viagem 'A cidade constitucional' é um projeto inovador. Que oferece recursos educativos diferentes dos tradicionais. O projeto que hoje é uma disciplina ofericada pela Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, inova na extensão, no ensino e na pesquisa interdisciplinar. Os participantes são apresentados a uma metodologia ativa, com atividades dinâmicas nas quais sua participação é constante. Ao contrário da educação tradicional, onde o ensino é centrado no professor e, o aluno, deve apenas trilhar o caminho determinado. O projeto visa oferecer recursos que possibilitem a cada indivíduo atingir seu potencial criativo, estimular e facilitar a ação comum, com intuito de aperfeiçoar o convívio em sociedade, o trabalho e exercer cidadania. A disciplina propõe uma viagem até a Capital da República – Brasília – rompendo com as paredes da sala de aula. Só o fato de viajar até outro estado para conhecer outra cidade, já sugere um movimento de renovação no qual o professor e a escola não são apenas transmissores de idéias. A educação informal, ou seja, que se aprende fora dos muros das instituições educacionais, como falava Paulo Freire na década de 60, é uma metodologia de ensinagem inovadora até hoje. Por forçar professores, alunos e instituições a romperem paradigmas, ela é pouca vista nas Universidades, apesar de muito positiva para a gestão do conhecimento. Esse modelo do projeto que hoje é uma disciplina de graduação, surgiu com base nos trabalhos do Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling e, hoje, conta também com o trabalho e dedicação do Prof. Dr. Douglas Roque Andrade, da Universidade de São Paulo e instituições parceiras em Brasília.

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'A cidade constitucional' é um projeto inovador. Que oferece recursos educativos diferentes dos tradicionais. O projeto que hoje é uma disciplina oferecida pela Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, inova na extensão, no ensino e na pesquisa interdisciplinar. Os participantes são apresentados a uma metodologia ativa, com atividades dinâmicas nas quais sua participação é constante. Ao contrário da educação tradicional, onde o ensino é centrado no professor e, o aluno, deve apenas trilhar o caminho determinado. O projeto visa oferecer recursos que possibilitem a cada indivíduo atingir seu potencial criativo, estimular e facilitar a ação comum, com intuito de aperfeiçoar o convívio em sociedade, o trabalho e exercer cidadania. A disciplina propõe uma viagem até a Capital da República – Brasília – rompendo com as paredes da sala de aula. Só o fato de viajar até outro estado para conhecer outra cidade, já sugere um movimento de renovação no qual o professor e a escola não são apenas transmissores de idéias. A educação informal, ou seja, que se aprende fora dos muros das instituições educacionais, como falava Paulo Freire na década de 60, é uma metodologia de ensinagem inovadora até hoje. Por forçar professores, alunos e instituições a romperem paradigmas, ela é pouca vista nas Universidades, apesar de muito positiva para a gestão do conhecimento. Esse modelo do projeto que hoje é uma disciplina de graduação, surgiu com base nos trabalhos do Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling e, hoje, conta também com o trabalho e dedicação do Prof. Dr. Douglas Roque Andrade, da Universidade de São Paulo e instituições parceiras em Brasília.

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Page 1: A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA VIII - Brasília – DF

A CIDADE CONSTITUCIONAL: CAPITAL DA REPÚBLICA VIII - Brasília – DF

Jéssica Maria dos Santos;

Aluna do 8º semestre do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP

Relatório:

1. introdução e início da viagem

'A cidade constitucional' é um projeto inovador. Que oferece recursos educativos diferentes

dos tradicionais. O projeto que hoje é uma disciplina ofericada pela Escola de Artes Ciências e

Humanidades da Universidade de São Paulo, inova na extensão, no ensino e na pesquisa

interdisciplinar. Os participantes são apresentados a uma metodologia ativa, com atividades dinâmicas

nas quais sua participação é constante.

Ao contrário da educação tradicional, onde o ensino é centrado no professor e, o aluno, deve

apenas trilhar o caminho determinado. O projeto visa oferecer recursos que possibilitem a cada

indivíduo atingir seu potencial criativo, estimular e facilitar a ação comum, com intuito de aperfeiçoar

o convívio em sociedade, o trabalho e exercer cidadania.

A disciplina propõe uma viagem até a Capital da República – Brasília – rompendo com as

paredes da sala de aula. Só o fato de viajar até outro estado para conhecer outra cidade, já sugere um

movimento de renovação no qual o professor e a escola não são apenas transmissores de idéias.

A educação informal, ou seja, que se aprende fora dos muros das instituições educacionais,

como falava Paulo Freire na década de 60, é uma metodologia de ensinagem inovadora até hoje. Por

forçar professores, alunos e instituições a romperem paradigmas, ela é pouca vista nas Universidades,

apesar de muito positiva para a gestão do conhecimento.

Esse modelo do projeto que hoje é uma disciplina de graduação, surgiu com base nos

trabalhos do Prof. Dr. Marcelo Arno Nerling e, hoje, conta também com o trabalho e dedicação do Prof.

Dr. Douglas Roque Andrade, da Universidade de São Paulo e instituições parceiras em Brasília.

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2. Sábado, chegada a Capital da República e Praça dos Três Poderes

A chegada na Capital da República já possibilita compreender um pouco do objetivo do

projeto. Logo no início o visitante/estudante superara a condição de mero espectador, pois, visualiza,

sente, ouve e interage dentro da dinâmica da cidade. Ao chegar, a nossa primeira parada foi em frente

ao Palácio do Planalto.

Figura 1- Palácio do Planalto

Em frente ao Palacio do Planlto está a Praça dos Três Poderes, que foi idealizada por Lúcio

Costa e projetada por Oscar Niemeyer, é um amplo espaço que oferece visão privilegiada das sedes dos

Três Poderes da República: Legislativo, Executivo e Judiciário.

No local, inúmeras esculturas estão presentes como, por exemplo, Os Guerreiros, de Bruno

Giorgi (conhecida também como Os Candangos), a Justiça, de Alfredo Ceschiatti (escultura que fica

em frente ao Supremo Tribunal Federal), a Pira da Pátria, o Marco Brasília e o Panteão da Pátria

(que está na foto logo abaixo).

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Figura 2- Panteão da Pátria

Assim, logo na primeira parada somos expostos à paisagem concreta da Praça dos Três

Poderes. Porém, todas as esculturas e detalhes arquitetônicos extrapolam o físico, tudo aquilo ganha

mais sentido devido aos inúmeros ocorridos históricos e a tudo que aquele lugar representa para as

decisões políticas do país.

3. Visita Guiada ao Palácio do Itamaraty - Ministério das Relações Exteriores e Supremo Tribunal

Federal

O Palácio do Itamaraty é a sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE), é um órgão do

Poder Executivo, cujas funções auxiliam o Presidente da República na formulação da política exterior

do Brasil.

O Palácio é rodeado por um espelho d'água que abriga a famosa escultura O Meteoro, de

Bruno Giorgi, que é montada com cinco partes de uma esfera vazada, que significam os laços

diplomáticos entre os continentes. Esta escultura tornou-se um símbolo da diplomacia brasileira.

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Figura 3 – Palácio do Itamaraty

O interior do Palácio é muito luxuoso, possui a fachada em arcos e inúmeros painéis

decorativos de artistas, como Athos Bulcão, Rubem Valentim, Sérgio Camargo, Maria Martins, além de

um afresco de Alfredo Volpi. Alguns salões eram restritos, mas os acessíveis para a visitação continham

muitas peças históricas, presentes, tapetes persas e obras de artistas contemporâneos. O espaço interno

e externo ainda contavam com a beleza paisagística dos jardins de Burle Marx.

Figura 4 - Jardim de Burle Marx

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Depois de visitar o Palácio do Itamaraty, fomos ao Supremo Tribunal Federal, que é um órgão

do Poder Judiciário, que faz a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição

Federal. Para explicar de maneira bem simplista sua função, pode-se dizer que sua atividade principal

é julgar ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.

Figura 5 – Supremo Tribunal Federal e a escultura Justiça

4. Chegada a ESAF - Apresentação da metologia, conteúdo programático e plano de atividades

A ESAF é a Escola de Administração Fazendária, um órgão integrante da estrutura do

Ministério da Fazenda, pertencente ao poder Executivo. É uma escola que promove cursos de

formação, preparando os funcionários públicos para o desempenho de suas atividades. Sua missão é

desenvolver pessoas para o aperfeiçoamento da gestão das finanças públicas e a promoção da

cidadania.

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Figura 6 – Entrada da ESAF

A ESAF foi o local onde ficamos alojados durante a nossa estadia em Brasília. Nesse

primeiro dia, foi falado sobre conteúdo programático da disciplina, o plano de atividades da semana e a

proposta de ensinagem (vivenciar uma prática educativa de ensino + aprendizagem).

5. Domingo, 7 de setembro – Nascer do sol no Palácio da Alvorada e Desfile Cívico Militar

No período da manhã, a primeira atividade do dia necessitou de disposição para acordar

cedinho e ver o nascer do sol no Palácio da Alvorada. A arquitetura do Palácio é uma das obras-primas

de Oscar Niemeyer, e foi projetada antes mesmo do concurso que escolheu o plano urbanístico de

Brasília. O Palácio possui uma localização privilegiada que desperta o interesse turístico, além, é claro,

de ser a morada dos presidentes.

Apesar de ser um local lindo e imponente, o que mais chama atenção é o céu. Como diria o

poeta Nicolas Behr:

“O que mais fascina em Brasília?

A cidade ou o poder?

O céu!”

(Behr, poemas inéditos, 2010)

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Figura 7 – Palácio da Alvorada

Ainda no período da manhã, acompanhamos o desfile cívico militar de 7 de Setembro na

Esplanada dos Ministérios.

Figura 8 – Essa sou eu durante o desfile

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Figura 9 – Foto do desfile cívico

6. Segunda-feira – Mesa de abertura – ESAF, USP e Representante de la Oficina EUROsociAL II

–FIIAPP; El Salvador e Honduras

Segunda-feira, foi o dia da primeira mesa de debates que contou com os Profs. Marcelo

Nerling e Douglas Andrade, os convidados da ESAF, de El Salvador, Honduras e da comunidade

européia. A primeira fala foi do representante da comunidade européia, que falou sobre a cooperação

técnica internacional – EUROsociAL – 'Educación Fiscal y cohesión social'. A segunda fala foi sobre

'Sustentabilidade ambiental', onde o representante da ESAF, Paulo Marger, descreveu as formas de

eficiência energética que a ESAF propõe para sua unidade e também sobre cooperação internacional e

formas de compartilhar conhecimento.

7. Seminário USP-ENAP

As próximas palestras foram realizadas na ENAP – Escola Nacional de Administração

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Pública, a ENAP é uma escola de governo, do Poder Executivo, que oferece formação e

aperfeiçoamento em Administração Pública a servidores públicos federais, e está vinculada ao

Ministério do Planejamento.

O primeiro seminário foi com Paulo Marques, que expos a visão de futuro da empresa que

anseia ser referência na formação e no desenvolvimento de agentes públicos de alto desempenho e

indutora de inovação na gestão pública. O segundo seminário foi de cooperação internacional da

ENAP, com o palestrante Luis Henrique D'Andrea, que falou sobre a cooperação técnica internacional

e o desenvolvimento de capacidades. A terceira e última palestra na ENAP foi com a Marisaura, sobre

o projeto de pesquisa rede de escolas de governo, que tem como objetivo aumentar a eficácia das

instituições que trabalham com formação e aperfeiçoamento profissional dos servidores públicos .

8. Seminário USP-ESAF

O seminário na ESAF falou sobre o Programa Nacional de Educação Fiscal, que é um

instrumento à disposição da sociedade, que busca sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica

do tributo e incentivar o acompanhamento e fiscalização pela sociedade. O palestrante Ronaldo Iunes é

gerente do Programa Nacional de Educação Fiscal, e fala que a educação fiscal é uma forma de

construção de uma consciência voltada ao exercício da cidadania. Os cidadãos podem agir ativamente

no aperfeiçoamento dos instrumentos de controles social e fiscal do Estado. Logo em seguida, ouvimos

as palavras de Henrique Baltazar, palestrante e representante da Receita Federal, falando sobre o papel

dos tributos na sociedade brasileira.

9. Terça-feira, Controladoria Geral da União – CGU

A Controladoria Geral da União (CGU) é um órgão do Poder Executivo, com o papel de

verificar se o recurso federal está sendo usado adequadamente ou se está sendo desviado para outras

finalidades.

A primeira palestra na CGU foi com Carlos Higino, ele falou sobre alguns aspectos abordados

pelo órgão como, por exemplo, a corrupção, a LAI (Lei de Acesso a Informação), o relacionamento da

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sociedade com o governo, as páginas de transparência, a relação com o terceiro setor, etc.

A CGU tem dois pilares importantes que são: a defesa do patrimônio público e o incremento

da transparência da gestão.

Neste dia, foi falado também sobre o Observatório da Despesa Pública (ODP), que é uma

unidade de produção de informações. O palestrante Henrique Rocha, nos disse que o objetivo do ODP

é contribuir para o aprimoramento do controle interno e funcionar como ferramenta de apoio à gestão

pública.

Na sequência, o palestrante Ronald, falou sobre o controle interno e o papel da CGU no

aperfeiçoamento dos programas governamentais. Segundo Ronald, a controladoria segue 4 grandes

eixos: a avaliação da execução de programas de governo, avaliação da gestão, orientação e capacitação,

e ação investigativa. A missão é prevenir e combater a corrupção e aprimorar a gestão pública,

fortalecendo os controles internos e incrementando a transparência, a ética e o controle social.

O palestrante Amilton, trouxe o assunto das convenções internacionais contra corrupção, a

promoção da integridade no setor privado e a Lei de Responsabilização de Pessoas Jurídicas 12.846/13.

A última palestra na CGU foi sobre acesso a informação e arquivos públicos com Marcos

Lindenmayer, o palestrante falou sobre a importância de discutir e elaborar um modelo de gestão

documental que facilite o acesso à informação. Mas que ainda é um grande desafio incorporar devido

as diversas realidades brasileiras, principalmente de arquivos de pequenos municípios.

10. Catedral de Brasília

Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi o primeiro monumento a ser criado em Brasília.

Sua pedra fundamental foi lançada em 12 de setembro de 1958.

A Catedral é lindíssima, eu tento descrever com todas as informações que vi disponíveis, mas

estar lá e ver toda sua estrutura e beleza é incomparável.

A cúpula da Catedral é diferente e muito bonita, é composta por 16 pilares curvos de concreto

unidos pelos painéis de vitrais que dão leveza ao conjunto e possibilita a entrada da luz natural ao

interior da igreja.

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Figura 10 – Catedral de Brasília

A Catedral é cheia de obras de arte, no lado externo, as esculturas dos quatro evangelistas, de

Alfredo Ceschiatti. Dentro possui os lindos vitrais de Marianne Peretti, as pinturas de Di Cavalcante e

um painel no batistério em cerâmica de Athos Bulcão. Pura arte, beleza e religiosidade.

Figura 11 – Catedral de Brasília (interior)

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11. Universidade de Brasília

A Universidade de Brasília (UnB) é uma Universidade Federal Pública, mantida pela União

através de recursos do Ministério da Educação.

A UnB foi construída quando Brasília tinha apenas dois anos e foi fundada com a promessa de

reinventar a educação superior. Na página da Universidade está escrito assim: “A construção do

campus brotou do cruzamento de mentes geniais. O inquieto antropólogo Darcy Ribeiro definiu as

bases da instituição. O educador Anísio Teixeira planejou o modelo pedagógico. O arquiteto Oscar

Niemeyer transformou as ideias em prédios.”

O primeiro seminário realizado na UnB foi com Prof. Dr. José Geraldo de Sousa Júnior sobre

o direito achado na rua e nas instituições da cidade constitucional. A expressão “direito achado na rua”

foi criada pelo jurista Roberto Lyra Filho, professor da UnB, e um dos principais formuladores do

pensamento jurídico brasileiro. Essa expressão é uma metáfora para pensar uma nova concepção do

direito. O direito que poderia emergir das ruas, dos espaços públicos, e que leva em conta as constantes

transformações sociais e o apelo dos movimentos populares.

Para construir a metáfora, Lyra Filho se inspirou em Marx:

“Kant e Fichte buscavam o país distante

pelo gosto de andar lá no mundo da lua,

mas eu tento só ver, sem viés deformante,

o que pude encontrar bem no meio da rua”.

(Epigrama Hegeliano n° 3, de Karl Marx)

O direito achado na rua coloca o Judiciário a serviço do povo. A rua é o lugar de revindicação

popular, como diz Castro Alves “A praça! A praça é do povo/ Como o céu é do condor”, o Prof. José

Geraldo fala até da música de Caetano Veloso que diz “A praça Castro Alves é do povo / como o céu é

do avião”. Pois, é na rua, na praça, no espaço público que nasce o clamor popular.

Os outros seminários na UnB eram sobre políticas públicas e saúde, com participação de

representantes do Ministério da Saúde do Governo Federal. Foram descritas pesquisas, ações e

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programas que explicaram a necessidade de trazer os dados de saúde para perto do cidadão.

12. Quarta-feira, Bosque dos Constituintes

O Bosque dos Constituintes foi algo muito novo pra mim. Mesmo quem não conhece Brasília,

já pelo menos ouviu falar da maioria das lugares da cidade. Afinal, Brasília é uma cidade de onde se

originam as principais decisões que conduzem a vida do país, e a cidade foi construída com essa

finalidade. Então, sempre está em destaque, porém, o Bosque dos Constituintes não é tão citado na

maioria dos veículos de comunicação.

Por isso, o Bosque dos Constituintes foi uma agradável surpresa na viagem. O Bosque foi

plantado em 4 de outubro de 1988, véspera da promulgação da Constituição Cidadã e é uma

homenagem aos membros da Assembleia Nacional Constituinte.

Figura 12 – Bosque dos Constituintes

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Figura 13 – Árvores do Bosque dos Constituintes

13. Comissão de Legislação Participativa- Política, sistema e mecanismos de participação

Ainda na quarta-feira, fomos nos locais da Comissão de Legislação Participativa, do poder

Legislativo, vimos o trabalho desempenhado pela Comissão que recebe e examina as sugestões de

iniciativa legislativa e pareceres técnicos, exposições e propostas oriundas da sociedade civil

organizada. No final, todos nós participamos de uma simulação de trabalho de uma Comissão

Legislativa, atuando em dois temas, a redução a maioridade penal e a legalização da maconha. Na

simulassão, vimos como os deputados votam e propõem novos debates.

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Figura 14 - Simulação do Trabalho das Comissões

Depois de ver o papel institucional da Câmara dos Deputados, fomos conhecer mais o trabalho

do CEFOR - Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados, onde

tivemos conhecimento dos cursos de especialização, pós graduação, capacitação e recrutamento de

servidores, entre outros.

14. Visita Guiada ao Congresso Nacional – Casas e Plenários

O edifício do Congresso Nacional é sede do Poder Legislativo, que se compõe da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal.

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Figura 15 - Congresso Nacional

Pode-ser dizer que é o projeto arquitetônico mais emblemático de Brasília. E dizem também,

que Oscar Niemeyer considerava o edifício do Congresso sua realização arquitetônica predileta. Possui

uma concepção plástica extremamente diferente, a sede do Poder Legislativo é um conjunto de duas

cúpulas. Uma cúpula representando os plenários da Câmara dos Deputados, que corresponde à cúpula

convexa, e outra cúpula do Senado Federal, a cúpula côncava. Além do edifício central de 28

pavimentos, onde funciona a administração das duas Casas legislativas.

Durante a visita guiada, a nossa guia explicou que “A Câmara dos Deputados é composta por

representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada estado, em cada território e no

Distrito Federal. São 513 Deputados Federais, com mandato de quatro anos. O número de Deputados é

proporcional à população do estado ou do Distrito Federal, com o limite mínimo de oito e máximo de

setenta Deputados para cada um deles. E, para o Senado Federal, cada estado e o Distrito Federal

elegem três Senadores, com mandato de oito anos, renovados de quatro em quatro anos,

alternadamente, por um e dois terços. A composição do Senado Federal é de 81 Senadores.”

Durante a nossa visita, a Câmara dos Deputados estava em reforma, então infelizmente não

conseguimos visita-la. Porém, aí estão duas fotos do Senado Federal:

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Figura 16 – Senado Federal

Figura 17 – Teto do Senado

15. Eventos Legislativos do Senado – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa

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A Comissão foi criada originalmente em 2002, como Comissão de Legislação Participativa, a

CDH ampliou as suas prerrogativas em 2005. Sua atividade é opinar sobre as proposições que

concernem à garantia e à promoção dos direitos humanos, das mulheres e das minorias em geral.

Figura 18 - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa

16. Quinta-feira, visita aos Vitrais da Sede, espelho da Federação e Seminário USP-Caixa

Federal-Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local

A Caixa Econômica Federal (CEF), é uma instituição financeira vinculada ao Ministério da

Fazenda, do Poder Executivo. A sede da Caixa em Brasília tem um extenso acervo de vitrais. São, ao

todo 24 painéis criados pelo alemão Lorenz Heilmair. A ideia é representar cada um dos estados

brasileiros e o DF. Como na época em que os vidros foram criados não havia o Tocantins e nem o Mato

Grosso do Sul, estes estados acabaram ficando sem representação.

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Figura 19 – Vitrais na Caixa Econômica Federal

O seminário sobre o Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local foi no Banco

Central, o objetivo do programa é fazer com que experiências bem-sucedidas possam melhorar a

qualidade de vida das pessoas cada vez mais. Por isso, as práticas devem ser valorizadas e

disseminadas por todo o país.

17 . Banco Central – Educação fiscal e financeira para a cidadania

O Banco Central do Brasil (BC, BACEN ou BCB) é autarquia federal integrante do Sistema

Financeiro Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda, do Poder Executivo. A palestra no

BACEN foi sobre a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) com Silvio Carlos.

A ENEF tem alguns objetivos:

• promover a educação financeira e previdenciária

• aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes

• contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de

previdência e de capitalização.

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Figura 20 – Seminário no BACEN

Ainda durante a visita ao BACEN, vistamos também o Museu de Valores e a Galeria de Artes

do Banco Central.

Figura 21 – Museu de Valores

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Figura 22 – Galeria de Artes (Nordeste, de Antônio Bandeira)

18. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal responsável

pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC). É uma autarquia que

realiza compras governamentais, que auxilia diversos projetos e programas em execução como, por

exemplo, Alimentação Escolar, Livro Didático, Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca da Escola,

Transporte do Escolar, Caminho da Escola, Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede

Escolar Pública de Educação Infantil. Foram ótimas as palestras do FNDE que contaram até com a

participação de um egresso de GPP.

19. Ministério da Justiça

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O Ministério da Justiça é um órgão do Poder Executivo.

Figura 23 – Ministério da Justiça

As palestras realizadas no Misnistério da Justiça foram sobre defesa do consumidor e a

atuação da Secretaria Nacional do Consumidor, com a palestrante Ana, e sobre o tráfico de pessoas,

com a palestrante Eloísa Greco, que falou a respeito da Política Nacional de Enfrentamento de Tráfico

de Pessoas. Infelizmente o palestrante que falaria sobre a política sobre drogas não pode comparecer.

20. Sexta-feira, Torre de TV, Feira de Artesanatos

Quando vi a Torre de TV no plano de atividades não dei muita importância por total

desconhecimento, depois que fui descobrir que a Torre de Televisão foi projetada também por Lucio

Costa, funcionando também como mirante. É o ponto mais alto de todo o Plano Piloto, onde é possível

ter uma bela visão. A torre é uma referência de Lucio Costa à Torre Eiffel de Paris e fica ao lado do

museu e da feira de artesanatos.

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21. Viagem de Retorno e Chegada em São Paulo

Depois de uma intensa semana, só agradeço aos professores, guias, palestrantes e colegas que

contribuíram para o aumento do conhecimento. Do mesmo modo, as suas instituições e a Universidade

de São Paulo que subsidiam a viagem. Agora é compartilhar conhecimentos de tudo que aprendi.

22. Bibliografia :

NERLING, Marcelo Arno. ANDRADE, Douglas de. A cidade constitucional: Capital da

República – VIIIEdição. Brasília: Disciplina de graduação da Universidade de São Paulo, ACH 3666,

2014, Mimeo. http://each.uspnet.usp.br/site/docentes- nome.php