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Espécies invasoras: visitantes indesejados quechegam para ficar
Nativo da região sul da África, o caramujo gigante africano está presente em todas asregiões do Brasil, sobretudo nas áreas urbanas. Foto: Silvia R. Ziller.
O dia corre tranqüilo na sua casa. Mas, de repente, um monte de pessoas, que você nunca viu
na vida, começa a aparecer. Elas chegam de mala e cuia e se instalam no seu sofá, comem a
comida toda da geladeira, usam suas roupas e, não satisfeitos com tudo isso, te colocam para
fora de casa. Você deve estar pensando: “É ruim, hein! Comigo não, violão!”. É, com você,
talvez isso não acontecesse. Mas sabia que muitas plantas e animais do Brasil sofrem com a
invasão de espécies que não são daqui?
Estamos falando das espécies exóticas invasoras: plantas e animais que originalmente
pertencem a um outro ambiente, mas que se deslocam para um território que não é o deles e
ali conseguem sobreviver. Instalados, eles se reproduzem e acabam expulsando as espécies
nativas e dominando todo o seu espaço.
Descubra quem são as espécies que representam uma ameaça aos bichos eplantas do Brasil
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As carpas foram trazidas da Ásia para serem criadas em tanques e estãodisseminadas por todo o Brasil. Escapam para os rios, onde alteram o ambienteaquático. Foto: Universidade do Arizona.
No Brasil, essa situação acontece em todos os ambientes: desde as praias, as florestas e os
campos até os rios, lagos e o mar. As invasões podem ocorrer tanto por plantas quanto por
animais vindos de outros lugares do próprio país ou do mundo. No caso das espécies
estrangeiras, os intrusos se deslocam de países que têm clima parecido com o do Brasil ou
então de lugares mais frios. Isso porque, para as espécies de clima frio, é mais fácil sobreviver
nos países de temperaturas mais quentes, ao contrário dos bichos e plantas que vivem em
países tropicais, que não sobrevivem a temperaturas baixas.
O Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, veio do Egito para o Brasil com otrânsito de navios. Aqui é encontrado especialmente nas áreas tropicais. Foto: GeniltonVieira/Fiocruz.
O grande problema causado pelas invasões é que as espécies estrangeiras podem causar o
desequilíbrio do ambiente que estão ocupando. As espécies de bichos invasoras competem
com as que nasceram no território – por alimento e locais de descanso, por exemplo –, além
de se reproduzirem mais depressa do que as espécies originais. Com isso, aumentam sua
população e dominam o território, expulsando os verdadeiros donos do lugar. As espécies que
são expulsas não têm para onde ir, pois o restante do ambiente já está ocupado por outras
plantas e animais. Isso causa o desequilíbrio ambiental, provoca brigas entre os animais por
espaço e a morte das plantas, por não conseguirem viver fora de seu ambiente natural.
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Originária do Japão, a nespereira é uma espécie invasora presente nasflorestas do sul do Brasil que ameaça a sobrevivência de árvores nativas comoa araucária. Foto: Silvia R. Ziller.
Para resolver esse problema, é necessário um trabalho de prevenção, ou seja, tentar conter as
invasões logo no início. Para isso, alguns ecólogos – profissionais que estudam as relações
dos seres vivos entre si e com o meio ambiente – criaram o Instituto Hórus deDesenvolvimento e Conservação Ambiental . Eles estudam as espécies exóticas invasoras
e desenvolvem formas de controlar o problema. Além disso, trabalham conscientizando as
pessoas sobre a importância do assunto, promovendo palestras e cursos para quem se
interessar. “Todo mundo pode fazer alguma coisa. Não cultivar plantas ornamentais invasoras,
como o beijinho, além de certas trepadeiras, ou mesmo abrir mão de ter peixes ornamentais,
iguanas, tartarugas ou cobras, é uma saída, por exemplo”, explica a engenheira florestal Silvia
Ziller, uma das fundadoras da entidade.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as espécies invasoras exóticas, fale sobre o
assunto na sua escola, comente com seus colegas e professores. Assim, pesquisando juntos,
todos podem contribuir para o equilíbrio ambiental do país.
Cathia Abreu, subeditora da CHC impressaAdoro aprender coisas novas. Tenho a sorte de trabalhar me divertindo efazendo descobertas todos os dias.
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