ANTIBIOTICOS: O FUTURO É AGORA!

DIA EUROPEU DOS

ANTIBIOTICOS 18

Novembro

INFORMAÇÃO PARA

PROFISSIONAIS

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Hospital de S. Bernardo Hospital Ortopédico Sant`Iago do Outão Grupo Coordenador Local de Controlo de Infeção e de Prevenção de Resistência aos Antimicrobianos (GCLCIPRA) 2016

RECOMENDAÇÕES:

Não peça uroculturas por rotina sem que exista suspeita clinica de infeção

urinária. Muitos utentes estão colonizados com bactérias e não requerem

terapêutica;

Complemente sempre o pedido de urocultura com exame sumário de urina

(urina II), valorizando essencialmente a esterase leucocitária;

Não prescreva antibióticos para bacteriúrias assintomáticas, exceto em

situações definidas;

As zaragatoas superficiais de ulceras são desaconselhadas pois podem

apenas revelar colonizações e não infeções, não requerendo tratamento;

Nas infeçoes da pele e tecidos moles os antibióticos isoladamente podem

ser ineficazes, sendo necessários procedimentos de desbridamento e

limpeza cirúrgicos;

Evite prescrever quinolonas e cefalosporinas de 3ª geração , as quais estão

associadas à emergência de Gram negativos , produtores de ESBL ou

resistentes aos carbapenemos, além do MRSA e clostridium difficile. 30%

das E. coli em Portugal são resistentes às quinolonas;

A maioria das infeções trata-se com uma duração de 7 dias de terapêutica;

Informe o doente, o familiar e o cuidador da razão porque se está a

prescrever o antibiótico, do resultado esperado e de possíveis efeitos

secundários, nomeadamente diarreia.

O Dia Europeu dos Antibióticos, celebrado a 18 de Novembro, é uma iniciativa europeia

que visa sensibilizar para a ameaça que a resistência aos antibióticos representa para a

saúde pública, bem como promover o uso racional de antibióticos. Dados recentes

confirmam que está a aumentar na União Europeia o número de doentes infectados por

bactérias resistentes e que a resistência a antibióticos constitui uma grave ameaça para

a saúde pública.

O mau uso de antibióticos pode fazer com que os utentes se tornem colonizados ou

infetados com bactérias multirresistentes, como o Staphylococcus aureus resistente à

meticilina (MRSA), enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e bacilos Gram-

negativos altamente resistentes. O mau uso de antibióticos está tambem associado a

uma maior incidência de infeções por Clostridium difficile .

A prescrição inapropriada de antibióticos contribui para a resistência aos antibióticos e é

uma ameaça para a segurança do paciente.

O uso racional de antibióticos pode ajudar a travar o aumento da resistência bacteriana

e a manter a eficácia do uso de antibióticos em gerações futuras.

Bactérias Gram - Bactérias Gram +

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Nº amostras 1315 266 178 252 4 25 9 555 197 21 21

ß-lactâmicos

Oxacilina 46 < 50% de estirpes sensíveis Ampicilina 42 62 88 22 100 24 100

Amoxicilina/Ác.Clavulânico 81 69 93 100 Entre 50 a 85% de estirpes

sensíveis Cefotaxima 89 72 95 100 100

Ceftazidima 89 70 95 79 75 38 >85% de estirpes sensíveis Piperacilina/Tazobactam 93 72 99 78 75 41

Imipenem; Meropenem 100 98 100 78 75 50 100 100 24 100

Aminoglicosidos

Gentamicina 87 80 88 86 75 54 100 95

Gentamicina_HC 72 65

Amikacina 95 89 97 88 100 80

Quinolonas Ciprofloxacina 72 70 66 69 75 46 100 39 82 6 100

Macrólidos Eritromicina 74

Glicopéptidos Vancomicina 100 100 95 100

Sulfamidas Cotrimoxazol 65 73 65 75 52 100 98

85

Centro Hospitalar de Setubal, EPE Grupo Coordenador Local de Controlo de Infeção e de Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos (GCLCIPRA)

Perfil de sensibilidade (%) das

principais bactérias isoladas em 2015

Porquê promover o uso racional de antibióticos?

A resistência aos antibióticos constitui um problema de qualidade e segurança, tanto a nível ambulatório como

hospitalar

A emergência de Gram negativos produtores de ESBL ou dotados de resistência aos carbapenemos constitui uma

ameaça emergente, para a qual contribuem especialmente as quinolonas e os carbapenemos

Os médicos, como prescritores, têm o desafio de prescrever melhor, com base em elementos clínico-

epidemiológicos e microbiológicos, o que implica uma mudança de paradigma de prescrição

Se nada for feito, 10 milhões de pessoas morrerão no ano 2050 por infeções causadas por bactérias

resistentes

CONSULTE A TABELA DE PERFIL DE SENSIBILIDADE DO CHS

Anualmente o GCLCIPRA em articulação com o laboratório de microbiologia, emite a carta de perfil de

sensibilidade, encontrando-se disponível para consulta na intranet, pasta Comissões/Grupos, CCI - Tabelas

microbiológicas

Referências bibliográficas e Links principais: – PORTUGAL-Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números. DGS, 2016 – EARS-Net surveillance data. ECDC, 2015 – ESAC-Net surveillance data. ECDC, 2015 – HALT-2. ECDC, 2014 – Dia Europeu dos Antibióticos, DGS:http://www.dgs.pt/programa-de-prevencao-e-controlo-de-infecoes-e-de-resistencia-aos-antimicrobianos.aspx

– Dia Europeu dos Antibióticos, ECDC:http://ecdc.europa.eu/PT/eaad/Pages/Home.aspx

– Semana Mundial dos Antibióticos, OMS: http://www.who.int/campaigns/world-antibiotic-awareness-week/en/

ANTIBIOTICOS: O FUTURO É AGORA! GCLCIPRA/CHS/2016