caderno lfg - direito processual civil v4

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1 PROCESSO CAUTELAR Dentro desse latifúndio que é o Processo Civil, aqui, no Intensivo II, eu cuido de alguns assuntos que são, basicamente, os seguintes: Cautelar, Procedimentos Especiais, Procedimento Sumário e Provas em Espécie. Bibliografia: Há três boas obras no mercado sobre processo cautelar: ü Humberto Theodoro Júnior – Ele tem uma obra específica sobre isso que é uma ampliação do Volume IV do Curso dele. ü Dinamarco – Instituições de Direito Processual Civil ü Processo Civil Moderno da RT 1. GENERALIDADES SOBRE O PROCESSO CAUTELAR Dentro desse tópico, eu quero fazer diversas considerações, fundamentais para que eu possa desenvolver o conteúdo do que é o processo cautelar. Quase todos os sistemas processuais do mundo, analisando os vários ordenamentos, analisando o direito comparado, adotam aquela divisão do processo conforme a sua finalidade, de modo que ninguém duvida que, nesses sistemas processuais civis modernos, os processos são divididos em três grandes grupos: I – Processo de Conhecimento – Ele tem uma índole eminentemente declaratória. A finalidade do processo de conhecimento que, aliás, tem previsão no Livro I, do CPC brasileiro, é dizer quem está certo, é dizer se o direito socorre ao autor, ou se o direito socorre ao réu. Todos os sistemas do mundo adotam, ao menos, um processo de conhecimento cuja finalidade é de acertamento, de dizer quem está certo ou errado. Nós somos um dos poucos países do mundo que usa a expressão ‘processo de conhecimento’, que é a tradução literal do italiano “processo di cognizione”. Mas, tecnicamente, todos os países de língua latina, quando vão se referir a esse processo, usam a expressão “processo declarativo” (Portugal, Espanha, Argentina), que é uma expressão muito mais próxima do que realmente é o processo de conhecimento. II – Processo de Execução – Tem previsão no Livro II, do Código de Processo Civil. E o processo de execução é a afirmação da soberania do Estado. E eu quero dizer o quê, com isso? É que não adiantaria nada você declarar quem está certo, dizer quem deve, dizer quem não deve, se você não tivesse, disposto pelo sistema, mecanismos suficientes para poder satisfazer o direito previamente declarado. Em bom Português, seria o seguinte: o Estado seria um fraco, se ele não pudesse fazer com que as partes coercitivamente fossem compelidas ao cumprimento das decisões. Por isso que o sistema prestigia, no Livro II, do CPC, um segundo tipo de processo, denominado Processo de Execução, cuja finalidade única e exclusiva é a de satisfazer o direito previamente declarado. O que interessa neste momento e o que eu quero que você perceba é que, tanto no processo de conhecimento, quando no processo de execução, é que você perceba a finalidade de ambos, que é realizar o direito material. Á luz dessa idéia de instrumentalidade do processo, à luz dessa idéia de processo como instrumento de obtenção de tutela, você tem que entender que, tanto o processo de conhecimento, quando o processo de execução, estão preocupados com o direito material, com a aplicação do Código Civil, do Código Comercial, do Código Tributário, da legislação que você quiser. porque eu não estou preocupado aqui com questões relacionadas ao próprio processo, mas sim com questões relacionadas ao efeito material. Vai ter sorte no processo de conhecimento, vai ter sorte no processo de execução, quem tiver razão no direito material. E isso é fundamental que você perceba, porque é exatamente a partir desse raciocínio, que eu posso

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    sto

    mui

    to

    de u

    ma

    expr

    ess

    o, d

    e um

    a m

    etf

    ora

    que

    eu fa

    o, d

    izen

    do q

    ue o

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r u

    m v

    erda

    deiro

    pro

    cess

    o-m

    ordo

    mo.

    Iss

    o po

    rque

    o p

    roce

    sso

    caut

    elar

    s

    exist

    e pa

    ra s

    ervi

    r ao

    pro

    cess

    o pr

    incip

    al, q

    ue p

    ode

    ser

    um

    proc

    esso

    de

    exec

    uo

    ou

    pode

    ser

    um

    pro

    cess

    o de

    con

    hecim

    ento

    . O p

    roce

    sso

    caut

    elar

    no

    exi

    ste p

    or s

    i s.

    E

    le se

    mpr

    e te

    m q

    ue e

    star

    atr

    elado

    p

    rote

    o

    de u

    m p

    roce

    sso

    prin

    cipal,

    exa

    tam

    ente

    por

    que

    o pr

    oces

    so

    caut

    elar

    no

    obj

    etiv

    a re

    aliza

    r o

    prp

    rio d

    ireito

    mat

    eria

    l, m

    as,

    sim,

    prot

    eger

    a e

    ficc

    ia d

    e um

    pro

    cess

    o pr

    inci

    pal. N

    s n

    o p

    odem

    os e

    sque

    cer q

    ue e

    xist

    em c

    erta

    s sit

    ua

    es d

    e ris

    co n

    o sis

    tem

    a, qu

    e fa

    zem

    com

    que

    se

    torn

    e ne

    cess

    ria

    um

    a tu

    tela

    de

    urg

    ncia,

    par

    a qu

    e n

    o ha

    ja p

    erec

    imen

    to d

    e be

    ns o

    u de

    dire

    itos.

    Tod

    a ve

    z qu

    e eu

    est

    iver

    na

    imin

    ncia

    de

    sofr

    er u

    m p

    reju

    zo,

    pela

    fal

    ta d

    e um

    a tu

    tela

    de

    urg

    ncia

    , que

    com

    prom

    eta

    um

    pouc

    o do

    pro

    cess

    o pr

    inci

    pal,

    surg

    e es

    se p

    roce

    sso

    caut

    elar.

    Para

    que

    eu

    poss

    a en

    cerr

    ar a

    s ge

    nera

    lidad

    es e

    pas

    sar

    para

    o t

    pico

    seg

    uint

    e, eu

    fa

    o um

    lti

    mo

    com

    ent

    rio c

    om v

    ocs

    e a

    gen

    te m

    ata

    essa

    idi

    a pr

    elim

    inar

    do

    que

    um

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r, pr

    oces

    so q

    ue

    sem

    pre

    serv

    e a

    um p

    roce

    sso

    prin

    cipal

    . E

    a

    ltim

    a ob

    serv

    ao

    im

    porta

    nte,

    que

    voc

    s d

    evem

    ano

    tar,

    a

    segu

    inte

    : a ra

    iz, o

    ber

    o d

    o pr

    oces

    so c

    aute

    lar e

    st

    na C

    onst

    itui

    o F

    eder

    al. S

    eu fu

    ndam

    ento

    da

    sua

    exist

    nci

    a

    um fu

    ndam

    ento

    con

    stitu

    cion

    al: a

    rt. 5

    , X

    XX

    V, d

    a CF

    : A

    lei n

    o e

    xclu

    ir d

    a ap

    recia

    o

    do P

    oder

    Judi

    cir

    io

    leso

    ou

    amea

    a a

    dire

    ito.

    Na

    med

    ida e

    m q

    ue a

    cau

    tela

    r obj

    etiv

    a exa

    tam

    ente

    tute

    lar e

    ssa

    situa

    o

    de ri

    sco

    ao

    proc

    esso

    prin

    cipal,

    diz

    -se,

    e a

    dout

    rina

    un

    iform

    e ne

    sse

    sent

    ido,

    que

    o p

    roce

    sso

    caut

    elar

    tem

    ber

    o

    cons

    tituc

    iona

    l. E

    u fa

    lei q

    ue e

    ra a

    lti

    ma,

    mas

    ain

    da h

    ou

    tra c

    onsid

    era

    o a

    ser

    feita

    . Eu

    quer

    ia q

    ue v

    oc

    perc

    ebes

    se

    o se

    guin

    te: e

    ssa

    divi

    so

    entre

    pro

    cess

    o de

    con

    heci

    men

    to, p

    roce

    sso

    de e

    xecu

    o

    e pr

    oces

    so c

    aute

    lar

    um

    a di

    vis

    o ac

    adm

    ica,

    porq

    ue h

    um

    a te

    ndn

    cia m

    uito

    for

    te d

    o pr

    oces

    so c

    ivil

    mod

    erno

    de

    acab

    ar c

    om a

    au

    tono

    mia

    dess

    es tr

    s p

    roce

    ssos

    , de

    form

    a qu

    e eu

    pas

    se a

    ter,

    com

    o j

    oco

    rre

    na e

    xecu

    o,

    a fu

    so

    dess

    as tr

    s

    ativ

    idad

    es (c

    onhe

    cimen

    to, e

    xecu

    o

    e ca

    utel

    ar)

    em u

    m

    nico

    pro

    cess

    o. E

    ssa

    um

    a te

    ndn

    cia

    que

    no

    tem

    vo

    lta. J

    fun

    dira

    m a

    exe

    cu

    o e

    a et

    apa s

    egui

    nte

    das r

    efor

    mas

    legi

    slativ

    as, j

    ve

    m se

    ndo

    traba

    lhad

    o um

    pro

    jeto

    pe

    lo I

    nstit

    uto

    Bras

    ileiro

    de

    Dire

    ito P

    roce

    ssua

    l par

    a se

    r lev

    ado

    ao C

    ongr

    esso

    no

    sent

    ido

    de a

    caba

    r co

    m a

    au

    tono

    mia

    do p

    roce

    sso

    caut

    elar

    , pe

    lo m

    enos

    com

    o p

    roce

    sso

    caut

    elar

    incid

    enta

    l. Se

    j

    tem

    a

    o de

    co

    nhec

    imen

    to a

    juiza

    da, q

    ue

    o p

    roce

    sso

    prin

    cipa

    l, se

    j t

    em a

    o

    de e

    xecu

    o

    ajui

    zada

    , que

    o

    pro

    cess

    o pr

    inci

    pal,

    no

    tem

    sen

    tido

    eu p

    edir

    uma

    caut

    elar d

    e ar

    rest

    o, d

    e se

    ques

    tro, n

    um o

    utro

    pro

    cess

    o.

    mui

    to m

    ais

    lgi

    co q

    ue e

    u fa

    a e

    sse

    pedi

    do n

    o pr

    prio

    con

    heci

    men

    to, n

    a pr

    pria

    exe

    cu

    o. E

    ssa

    um

    a te

    ndn

    cia

    natu

    ral

    das

    coisa

    s se

    des

    envo

    lver

    em. E

    m u

    m f

    utur

    o m

    uito

    pr

    xim

    o, e

    ssa

    divi

    so

    entr

    e co

    nhec

    imen

    to, e

    xecu

    o

    e ca

    utel

    ar, h

    oje

    aind

    a m

    uito

    impo

    rtant

    e do

    pon

    to d

    e vi

    sta

    acad

    mico

    , s

    vai s

    ervi

    r aca

    dem

    icam

    ente

    por

    que,

    na

    prt

    ica, o

    pro

    cess

    o va

    i des

    envo

    lver

    , tan

    to a

    tivid

    ades

    de

    exec

    uo

    , com

    o de

    con

    heci

    men

    to, c

    omo

    caut

    elar

    es.

    2.

    PRO

    CESS

    O C

    AUTE

    LAR

    SAT

    ISFA

    TIV

    O?

    To

    do m

    undo

    j o

    uviu

    fala

    r da

    tal d

    a ca

    utela

    r sat

    isfat

    iva.

    O q

    ue se

    ria is

    so? S

    eria

    uma

    pret

    ensa

    cau

    tela

    r no

    inte

    rior d

    o pr

    oces

    so p

    rincip

    al. S

    eria

    um

    a ca

    utela

    r que

    no

    serv

    iria d

    e m

    ordo

    mo.

    Ser

    ia u

    ma

    caut

    elar

    que

    ela

    , so

    zinh

    a, se

    ria c

    apaz

    de

    satis

    faze

    r o d

    ireito

    das

    par

    tes.

    Ela

    seria

    um

    a ca

    utela

    r que

    no

    tute

    la di

    reito

    pro

    cess

    ual,

    seria

    um

    a ca

    utel

    ar q

    ue tu

    tela

    dire

    ito m

    ater

    ial. A

    lfred

    o Bu

    zaid

    , que

    foi o

    prin

    cipa

    l rela

    tor d

    o pr

    ojet

    o do

    Cd

    igo

  • 3

    de P

    roce

    sso

    Civi

    l de

    1973

    , tin

    ha a

    seg

    uint

    e sin

    uca

    de b

    ico n

    a m

    o: e

    le co

    loco

    u as

    reg

    ras

    gera

    is de

    pro

    cess

    o ci

    vil n

    o liv

    ro I

    , col

    ocou

    a e

    xecu

    o

    no li

    vro

    II e

    a,

    o qu

    e ac

    onte

    ceu?

    Ele

    paro

    u e

    falo

    u:

    eu te

    nho

    aind

    a um

    m

    onte

    de

    med

    idas

    que

    eu

    prec

    iso t

    utela

    r, s

    que

    tem

    um

    peq

    ueno

    det

    alhe

    : es

    sas

    med

    idas

    , pa

    ra s

    erem

    tu

    telad

    as, t

    m q

    ue se

    r tut

    elada

    s por

    um

    pro

    cess

    o m

    ais r

    pido

    e o

    pro

    blem

    a

    que

    se e

    u te

    nho

    o co

    nhec

    imen

    to

    no L

    ivro

    I, se

    eu

    tenh

    o a

    exec

    uo

    no

    Livr

    o II

    e se

    eu

    tenh

    o as

    cau

    telar

    es le

    gtim

    as n

    o Li

    vro

    III,

    eu te

    nho

    que

    dar

    um je

    ito d

    e cr

    iar p

    ara

    elas

    alg

    o r

    pido

    . S

    que,

    na

    poca

    , a d

    outr

    ina

    no

    era

    to

    evol

    uda

    a p

    onto

    de

    adm

    itir u

    m q

    uart

    o tip

    o de

    pro

    cess

    o, u

    m p

    roce

    sso

    anm

    alo,

    que

    no

    enc

    aixa

    va, n

    em n

    o co

    nhec

    imen

    to, n

    em

    na e

    xecu

    o

    e ne

    m n

    a ca

    utela

    r. E

    nto

    , qu

    al f

    oi a

    sac

    ada

    do B

    uzaid

    ? D

    e es

    colh

    er e

    ntre

    os

    trs

    tipos

    de

    proc

    esso

    qu

    e ha

    via

    (con

    heci

    men

    to,

    exec

    uo

    e

    caut

    elar

    legti

    mo)

    o m

    ais r

    pid

    o er

    a o

    caut

    elar

    . O

    pr

    oced

    imen

    to d

    o ca

    utel

    ar, a

    lm

    de

    ser

    mais

    enx

    uto,

    u

    m p

    roce

    dim

    ento

    que

    per

    mite

    a a

    nlis

    e do

    s fa

    tos

    atra

    vs

    de c

    ogni

    o

    sum

    ria

    , at

    rav

    s de

    ju

    zo d

    e pr

    obab

    ilida

    de.

    O j

    uiz

    no

    prec

    isa e

    star

    con

    venc

    ido

    abso

    luta

    men

    te, b

    asta

    que

    ele

    se c

    onve

    na

    parc

    ialm

    ente

    da

    verd

    ade.

    Ent

    o, o

    que

    o B

    uzai

    d fe

    z? E

    u qu

    ero

    que

    voc

    ent

    enda

    que

    foi

    um

    a de

    ciso

    que

    pod

    e se

    r cr

    itica

    da h

    oje,

    mas

    , na

    poc

    a, fo

    i alg

    o br

    ilhan

    te. E

    le fe

    z o

    segu

    inte

    : ele

    peg

    ou u

    m m

    onte

    de

    med

    idas

    que

    no

    tin

    ham

    abs

    olut

    amen

    te n

    ada

    de c

    aute

    lar,

    que

    no

    tinha

    on

    de e

    ncaix

    ar n

    o C

    digo

    e s

    ocou

    no

    Livr

    o II

    I, do

    CPC

    . E a

    raz

    o d

    e ele

    col

    ocar

    toda

    s es

    sas

    med

    idas

    no

    ca

    utel

    ares

    no

    Livr

    o II

    I, do

    CPC

    , foi

    um

    a s

    : cel

    erid

    ade.

    Porq

    ue se

    foss

    e pa

    ra se

    r rig

    oros

    o, e

    ssas

    med

    idas

    , que

    n

    o s

    o ca

    utel

    ares

    , mas

    que

    est

    o n

    o Li

    vro

    III p

    or c

    ausa

    da

    cele

    ridad

    e, d

    ever

    iam

    esta

    r, ou

    no

    Livr

    o I,

    ou n

    o Li

    vro

    II, o

    u no

    Liv

    ro IV

    , do

    CPC,

    que

    trat

    a do

    s pro

    cedi

    men

    tos

    espe

    ciais.

    Eu

    quer

    o da

    r exe

    mpl

    o, s

    par

    a vo

    c e

    nten

    der a

    idi

    a do

    Buz

    aid. E

    le pe

    nsou

    na

    segu

    inte

    hip

    tes

    e do

    di

    reito

    mat

    erial

    : o p

    ai pe

    ga o

    men

    ino

    para

    pas

    sear

    em

    um

    a vi

    sita

    e so

    me

    com

    ele.

    O q

    ue a

    me

    faz

    par

    a re

    cupe

    rar o

    filh

    o? B

    usca

    e a

    pree

    nso

    . Na

    real,

    esq

    uece

    a p

    esso

    a! E

    la te

    m u

    m t

    tulo

    exe

    cutiv

    o? T

    em! A

    gua

    rda

    um

    ttu

    lo e

    xecu

    tivo,

    no

    ?

    Tecn

    icam

    ente

    , ela

    far

    ia o

    qu

    ? E

    xecu

    o

    para

    ent

    rega

    de

    coisa

    . Mas

    no

    fic

    a be

    m f

    alar

    que

    o m

    oleq

    ue

    um

    a co

    isa. S

    qu

    e eu

    ten

    ho q

    ue d

    ar p

    ara

    ele u

    ma

    med

    ida

    que

    seja

    cap

    az d

    e sa

    tisfa

    zer

    o di

    reito

    . O q

    ue o

    Buz

    aid f

    ez?

    Tra

    ta-s

    e de

    um

    a ex

    ecu

    o, s

    qu

    e pa

    ra s

    er m

    ais r

    pid

    o, p

    orqu

    e o

    men

    ino

    est

    em

    situ

    ao

    de

    risco

    , eu

    col

    oco

    onde

    ess

    a bu

    sca

    e ap

    reen

    so?

    Pro

    cess

    o Ca

    utel

    ar, L

    ivro

    III

    . A

    gora

    , par

    a e

    pens

    a: bu

    sca

    e ap

    reen

    so

    do m

    enor

    . Ach

    ou. E

    st

    na c

    asa

    da a

    v. O

    que

    o o

    ficia

    l de

    just

    ia fa

    z?

    Apr

    eend

    e e

    devo

    lve

    para

    a m

    e. O

    que

    ela

    faz

    dep

    ois?

    Nad

    a! E

    la j

    est

    ple

    nam

    ente

    sat

    isfeit

    a do

    pon

    to d

    e vi

    sta

    mat

    erial

    . Iss

    o

    uma

    busc

    a e

    apre

    ens

    o? I

    sso

    um

    a ca

    utela

    r sa

    tisfa

    tiva?

    Por

    que

    c

    aute

    lar

    satis

    fativ

    a?

    Porq

    ue n

    o

    cau

    tela

    r! E

    ra p

    ara

    ser u

    ma

    exec

    uo

    ! Mas

    est

    no

    Liv

    ro II

    I por

    op

    o le

    gisla

    tiva.

    Vou

    dar

    mais

    um

    exe

    mpl

    o m

    uito

    bom

    o

    do

    art.

    844,

    do

    CPC

    , qu

    e te

    m s

    ido

    usad

    o m

    uito

    ul

    timam

    ente

    na

    exib

    io.

    u

    ma

    med

    ida

    usad

    a po

    r aqu

    ele

    que,

    por q

    uest

    es c

    ontr

    atua

    is ou

    lega

    is, ti

    ver d

    ireito

    de

    ver

    um

    a co

    isa o

    u um

    doc

    umen

    to q

    ue e

    st

    em p

    oder

    alh

    eio.

    Exe

    mpl

    o cl

    ssic

    o s

    o as

    exi

    bi

    es d

    e ex

    trato

    s ba

    ncr

    ios p

    ara a

    juiz

    amen

    to d

    essa

    s a

    es d

    e ca

    dern

    eta

    de p

    oupa

    na.

    Ar

    t. 84

    4 -

    Tem

    luga

    r, co

    mo

    proc

    edim

    ento

    pre

    para

    trio

    , a e

    xibi

    o

    judi

    cial:

    I -

    de c

    oisa

    mv

    el em

    pod

    er d

    e ou

    trem

    e q

    ue o

    req

    uere

    nte

    repu

    te

    sua

    ou te

    nha

    inte

    ress

    e em

    con

    hece

    r; II

    - de

    doc

    umen

    to p

    rpr

    io o

    u co

    mum

    , em

    pod

    er d

    e co

    -inte

    ress

    ado,

    s

    cio, c

    ond

    min

    o, c

    redo

    r ou

    deve

    dor;

    ou e

    m p

    oder

    de

    terc

    eiro

    que

    o te

    nha

    em

    sua

    guar

    da,

    com

    o in

    vent

    aria

    nte,

    te

    stam

    ente

    iro,

    depo

    sitr

    io

    ou

    adm

    inist

    rado

    r de

    bens

    alhe

    ios;

    III

    - da

    esc

    ritur

    ao

    com

    ercia

    l por

    inte

    iro, b

    alan

    os e

    doc

    umen

    tos

    de a

    rqui

    vo, n

    os c

    asos

    exp

    ress

    os e

    m le

    i.

    Q

    ue r

    isco

    que

    voc

    tem

    de

    no

    rece

    ber

    os d

    ocum

    ento

    s qu

    e vo

    c p

    recis

    a ve

    r? T

    em r

    isco

    dess

    e do

    cum

    ento

    sum

    ir? N

    o, o

    ban

    co n

    o v

    ai co

    loca

    r fog

    o no

    doc

    umen

    to. S

    qu

    e vo

    c te

    m u

    rgn

    cia

    para

    ver

    at

    pa

    ra a

    valia

    r se

    vai

    ou n

    o e

    ntra

    r co

    m a

    a

    o. S

    qu

    e, te

    cnic

    amen

    te, q

    uand

    o vo

    c e

    ntra

    com

    um

    a a

    o d

    e ex

    ibi

    o,

    um

    a a

    o d

    e ob

    riga

    o d

    e fa

    zer (

    mos

    trar o

    s ex

    trato

    s), e

    isso

    pod

    eria

    ser

    tute

    lado

    pel

    o ar

    t. 46

    1, d

    o CP

    C.

    , s

    que

    aqui

    , eu

    prec

    iso d

    e um

    pou

    co m

    ais

    de c

    elerid

    ade.

    Ent

    o, o

    que

    o B

    uzaid

    fez?

    Inv

    ento

    u um

    a a

    o d

    e ob

    riga

    o d

    e fa

    zer m

    ais r

    pida

    . Se

    eu c

    oloc

    ar n

    o Li

    vro

    I, n

    o fu

    ncio

    na. E

    nto

    , vou

    col

    oc-

    la n

    o Li

    vro

    III,

    que

    func

    iona

    com

    o pr

    oces

    so c

    aute

    lar.

    Ent

    o, a

    exi

    bi

    o

    o se

    guin

    te: e

    u pe

    o p

    ara

    olha

    r os

    ext

    rato

    s. O

    ba

    nco

    fala

    : os

    ext

    rato

    s es

    to

    aqui

    e v

    oc

    no

    tinha

    sald

    o no

    per

    odo

    que

    voc

    qu

    er r

    eclam

    ar.

    O q

    ue e

    u fa

    o?

    Nad

    a. A

    cabo

    u. N

    o fa

    o n

    ada

    depo

    is. O

    s ex

    trato

    s n

    o se

    rvira

    m p

    ara

    a a

    o p

    rincip

    al. E

    qua

    l a

    a

    o pr

    inci

    pal?

    No

    tem

    . A e

    xibi

    o

    sa

    tisfa

    tiva.

    No

    fic

    a vi

    ncul

    ada

    a um

    a a

    o p

    rincip

    al, e

    xata

    men

    te p

    orqu

    e

  • 4

    poss

    o ve

    r alg

    o qu

    e m

    e in

    tere

    ssa,

    com

    o po

    sso

    ver a

    lgo

    que

    no

    me

    inte

    ress

    a. E

    ess

    e

    o ra

    cioc

    nio.

    E d

    ever

    ia

    esta

    r no

    pro

    cess

    o de

    con

    hecim

    ento

    por

    ser

    um

    a ob

    riga

    o d

    e fa

    zer.

    Cont

    udo,

    foi

    inclu

    da

    no L

    ivro

    III

    por

    pu

    ra o

    po

    legi

    slativ

    a.

    Eu

    pode

    ria fi

    car a

    qui o

    dia

    inte

    iro fi

    car d

    ando

    exe

    mpl

    inho

    s de

    caut

    elar

    es q

    ue e

    sto

    no

    Livr

    o II

    I, pa

    ra

    voc

    ver

    ifica

    r que

    o L

    ivro

    III

    um

    a ve

    rdad

    eira

    esb

    rnia.

    Esb

    rni

    a po

    rque

    l te

    m u

    m m

    onte

    de

    med

    idas

    que

    n

    o s

    o ca

    utel

    ares

    . Par

    a eu

    fech

    ar e

    com

    ear

    a ar

    rum

    ar o

    seu

    cade

    rno,

    um

    a l

    tima

    obse

    rva

    o.

    E

    sse

    prob

    lema

    da c

    aute

    lar

    satis

    fativ

    a ac

    abou

    sen

    do p

    reju

    dica

    do p

    ela tu

    tela

    ant

    ecip

    ada

    que

    foi c

    riada

    em

    199

    4. H

    oje,

    mui

    tas

    coisa

    s qu

    e er

    am p

    edid

    as c

    omo

    caut

    elar

    es s

    atisf

    ativ

    as, p

    odem

    ser

    ped

    idas

    com

    o tu

    tela

    an

    tecip

    ada.

    Ent

    o, o

    tem

    a ca

    utela

    r sa

    tisfa

    tiva

    acab

    a se

    ndo

    um p

    ouco

    pre

    judi

    cado

    , em

    bora

    a ju

    rispr

    udn

    cia

    aind

    a ad

    mita

    , por

    con

    ta d

    a po

    ssib

    ilida

    de d

    e eu

    obt

    er m

    edid

    as s

    atisf

    ativ

    as a

    ttu

    lo d

    e an

    tecip

    ao

    de

    tute

    la.

    Sabe

    qua

    ndo

    essa

    s ca

    utela

    res

    satis

    fativ

    as c

    oube

    ram

    mui

    to?

    Na

    poc

    a do

    blo

    queio

    dos

    Cru

    zado

    s, no

    Pla

    no

    Collo

    r. O

    cab

    oclo

    ent

    rava

    com

    a

    o ca

    utela

    r pe

    dind

    o o

    desb

    loqu

    eio d

    os v

    alore

    s bl

    oque

    ados

    pel

    o G

    over

    no.

    Ess

    a er

    a um

    a ca

    utel

    ar sa

    tisfa

    tiva.

    Hoj

    e, vo

    c e

    ntra

    ria (p

    orqu

    e de

    pois

    de 1

    994)

    com

    um

    a a

    o d

    e ob

    riga

    o d

    e fa

    zer c

    om p

    edid

    o de

    tute

    la an

    tecip

    ada.

    No

    tem

    sent

    ido

    mais

    ajui

    zar u

    ma c

    aute

    lar sa

    tisfa

    tiva

    dess

    as.

    Ess

    e co

    me

    o de

    Teo

    ria G

    eral

    se

    mpr

    e m

    ais p

    robl

    emt

    ico, m

    as v

    oc

    pode

    ano

    tar o

    segu

    inte

    : A

    que

    sto

    das

    cau

    telar

    es s

    atisf

    ativ

    as

    um

    fals

    o pr

    oble

    ma.

    Isso

    por

    que,

    no L

    ivro

    III

    , do

    CPC,

    por

    pu

    ra q

    uest

    o d

    e co

    nven

    inc

    ia le

    gisla

    tiva,

    inse

    riram

    -se

    alm

    de

    proc

    esso

    s gen

    uina

    men

    te c

    aute

    lare

    s (co

    mo

    ao

    pr

    inci

    pal),

    pro

    cess

    os d

    e na

    ture

    za d

    iver

    sa (

    exec

    ue

    s, pr

    oces

    sos

    de c

    onhe

    cimen

    to e

    med

    idas

    de

    juris

    di

    o vo

    lunt

    ria)

    . S

    o es

    tes

    proc

    esso

    s n

    o-ca

    utela

    res,

    que

    usam

    o p

    roce

    dim

    ento

    cau

    tela

    r em

    raz

    o d

    a su

    a su

    mar

    ieda

    de, q

    ue c

    omp

    em a

    s ju

    rispr

    uden

    cialm

    ente

    nom

    inad

    as c

    aute

    lares

    sat

    isfat

    ivas

    (art.

    844

    , do

    CPC,

    que

    fa

    la da

    exi

    bi

    o; a

    rt. 8

    61, d

    o CP

    C, f

    ala d

    a ju

    stific

    ao

    , art.

    877

    , bus

    ca e

    apr

    eens

    o d

    o m

    enor

    sub

    trad

    o do

    gu

    ardi

    o).

    C

    om o

    adv

    ento

    da

    tute

    la a

    ntec

    ipad

    a, a

    gran

    de m

    aioria

    das

    dita

    s ca

    utela

    res

    satis

    fativ

    as p

    erde

    u ra

    zo

    de e

    xist

    ir. Era

    isso

    que

    eu

    quer

    ia c

    oloc

    ar p

    ara

    voc

    e q

    ueria

    , mais

    do

    que

    isso,

    que

    voc

    se

    com

    porta

    sse

    da

    segu

    inte

    man

    eira

    : tec

    nica

    men

    te, s

    e te

    per

    gunt

    arem

    : exi

    ste

    caut

    elar s

    atisf

    ativ

    a? T

    ecni

    cam

    ente

    , se

    ca

    utela

    r, n

    o po

    de s

    er s

    atisf

    ativ

    a e

    se

    sat

    isfat

    iva,

    no

    pode

    ser

    cau

    tela

    r. Ca

    utela

    r te

    m s

    empr

    e a

    fun

    o d

    e m

    ordo

    mo,

    de

    serv

    ir ao

    pro

    cess

    o pr

    incip

    al. A

    gora

    , jur

    ispru

    denc

    ialm

    ente

    adm

    ite-s

    e? S

    im, p

    rincip

    almen

    te n

    os p

    roce

    ssos

    mais

    an

    tigos

    , prin

    cipa

    lmen

    te q

    uand

    o n

    o ha

    via t

    utela

    ant

    ecip

    ada.

    Para

    fech

    ar e

    sse t

    pico

    , eu

    vou

    faze

    r um

    a su

    gest

    o p

    ara

    voc

    aqu

    i: em

    virt

    ude

    de tu

    do o

    que

    eu

    diss

    e,

    eu p

    osso

    div

    idir

    as t

    utel

    as s

    umr

    ias

    do d

    ireito

    pro

    cess

    ual

    civi

    l br

    asile

    iro q

    ue t

    m p

    or e

    scop

    o a

    cele

    ridad

    e, em

    trs

    gru

    pos.

    I

    Tut

    ela

    Caut

    elar

    O

    bjet

    iva

    a ce

    lerid

    ade.

    r

    pido

    e su

    mr

    io. V

    oc

    prec

    isa d

    o ar

    resto

    j,

    sen

    o de

    pois

    o ca

    ra v

    ende

    as c

    oisa

    s e v

    oc

    no

    vai p

    oder

    exe

    cuta

    r; vo

    c p

    reci

    sa d

    a pr

    odu

    o

    ante

    cipa

    da d

    e pr

    ovas

    j, p

    orqu

    e se

    no

    a pr

    ova

    pere

    ce e

    voc

    n

    o co

    nseg

    ue o

    uvi-l

    a, vo

    c

    prec

    isa d

    a ca

    utel

    ar p

    ara

    ajuiz

    ar a

    ao

    prin

    cipa

    l.

    II

    T

    utel

    a An

    teci

    pada

    (tu

    tela

    sat

    isfat

    iva

    prov

    isr

    ia)

    Te

    cnica

    men

    te,

    cham

    amos

    de

    tute

    la an

    tecip

    ada,

    mas

    o n

    ome

    corre

    to d

    ela, n

    o di

    reito

    itali

    ano,

    tu

    tela

    satis

    fativ

    a pr

    ovis

    ria.

    Por q

    ue tu

    tela

    satis

    fativ

    a pr

    ovis

    ria?

    A tu

    tela

    ant

    ecip

    ada

    satis

    faz,

    no

    satis

    faz?

    Ela

    no

    enc

    he

    a ba

    rrig

    a? A

    tute

    la a

    ntec

    ipad

    a n

    o an

    tecip

    a os

    pr

    prio

    s ef

    eito

    s qu

    e vo

    c q

    uer

    no fi

    nal?

    Mas

    es

    sa

    satis

    fa

    o

    defin

    itiva

    ou

    pr

    ovis

    ria?

    Prov

    isria

    . E

    la n

    o po

    de

    ser

    mud

    ada

    post

    erio

    rmen

    te?

    Ent

    o,

    tecn

    icam

    ente

    , a

    tute

    la a

    ntec

    ipad

    a de

    veria

    ser

    cha

    mad

    a de

    tut

    ela

    satis

    fativ

    a.

    E a

    tute

    la c

    aute

    lar?

    u

    ma

    tute

    la c

    onse

    rvat

    iva.

    Ela

    cons

    erva

    a e

    ficc

    ia, c

    onse

    rva

    os b

    ens,

    as p

    esso

    as,

    as p

    rova

    s, pa

    ra u

    ma

    futu

    ra a

    o

    prin

    cipa

    l. E

    tem

    mais

    um

    a ca

    tego

    ria q

    ue

    indi

    cada

    pela

    dou

    trina

    , que

    e

    ssa

    que

    a ge

    nte

    acab

    ou d

    e es

    tuda

    r:

  • 5

    III

    Med

    idas

    Cau

    tela

    res S

    atis

    fativ

    as (t

    utel

    as sa

    tisfa

    tivas

    aut

    nom

    as)

    Vam

    os d

    ar u

    m

    nom

    e de

    cent

    e pa

    ra e

    las!

    Caut

    elar

    satis

    fativ

    a, pe

    lo a

    mor

    de

    Deu

    s! C

    aute

    lar

    satis

    fativ

    a n

    o ex

    iste!

    Tec

    nica

    men

    te, a

    terc

    eira

    cate

    goria

    das

    tute

    las

    sum

    rias

    , que

    so

    ess

    a bi

    zarr

    as, s

    o a

    s tu

    telas

    sat

    isfat

    ivas

    , e n

    o c

    aute

    lare

    s sa

    tisfa

    tivas

    aut

    nom

    as. T

    utela

    s sa

    tisfa

    tivas

    aut

    nom

    as,

    que

    so

    as f

    alsa

    s ca

    utela

    res

    satis

    fativ

    as q

    ue s

    e va

    lem d

    essa

    cel

    erid

    ade.

    A d

    outri

    na m

    ais

    mod

    erna

    tem

    rec

    onhe

    cido

    a ex

    istn

    cia d

    essa

    cau

    telar

    es s

    atisf

    ativ

    as p

    orqu

    e a

    juris

    prud

    nci

    a re

    conh

    ece,

    mas

    des

    de q

    ue d

    entro

    des

    sa c

    lassif

    ica

    o de

    tut

    ela

    satis

    fativ

    a au

    tno

    ma.

    a

    m

    anei

    ra m

    ais f

    cil d

    e se

    adm

    itir a

    exi

    stnc

    ia da

    cau

    tela

    r sat

    isfat

    iva.

    E

    u so

    u ju

    iz n

    o in

    terio

    r de

    SP, e

    stav

    a de

    plan

    to

    e re

    cebi

    um

    a tp

    ica T

    SA (t

    utela

    satis

    fativ

    a au

    tno

    ma)

    : pe

    dido

    de

    trans

    fus

    o de

    sang

    ue d

    e te

    stem

    unha

    de

    Jeov

    . Q

    uant

    o te

    mpo

    voc

    te

    m p

    ara

    decid

    ir iss

    o? 2

    4 ho

    ras.

    Det

    erm

    inad

    a a

    trans

    fus

    o, o

    que

    se

    faz

    depo

    is di

    sso?

    Nad

    a! A

    h, m

    as

    pro

    cess

    o de

    con

    heci

    men

    to,

    ob

    riga

    o d

    e fa

    zer.

    Ent

    o, c

    ita, p

    rodu

    z pr

    ova

    e de

    pois

    sent

    encia

    par

    a ver

    o q

    ue a

    cont

    ece.

    Perc

    ebeu

    ? 3.

    A

    O, P

    RO

    CESS

    O, M

    ED

    IDA

    E L

    IMIN

    AR C

    AUTE

    LAR

    A

    o ca

    utela

    r d

    ifere

    nte

    de p

    roce

    sso

    caut

    elar

    , que

    d

    ifere

    nte

    de m

    edid

    a ca

    utela

    r, qu

    e

    dife

    rent

    e de

    lim

    inar

    cau

    telar

    .

    Ao

    cau

    tela

    r

    o d

    ireito

    pb

    lico

    subj

    etiv

    o de

    se p

    edir

    prot

    eo

    cau

    tela

    r.

    Proc

    esso

    o in

    strum

    ento

    ade

    quad

    o pa

    ra se

    ped

    ir pr

    ote

    o c

    aute

    lar.

    M

    edid

    a ca

    utel

    ar

    Nad

    a m

    ais

    do

    que

    um p

    rovi

    men

    to.

    o re

    sulta

    do d

    o qu

    e se

    ped

    iu.

    o

    que

    o E

    stad

    o m

    e d

    qua

    ndo

    eu p

    eo

    a m

    edid

    a ca

    utela

    r.

    Med

    ida

    limin

    ar c

    aute

    lar

    A c

    aute

    lar p

    ode

    ser c

    once

    dida

    lim

    inar

    men

    te e

    , lim

    inar

    men

    te, s

    e ve

    rifica

    , sim

    ples

    men

    te,

    no c

    ome

    o do

    pro

    cess

    o, o

    u ela

    pod

    e se

    r co

    nced

    ida

    no f

    inal

    . A

    ca

    utel

    ar p

    ode

    ser

    conc

    edid

    a, li

    min

    arm

    ente

    , no

    com

    eo

    ou p

    ode

    ser

    conc

    edid

    a no

    fin

    al, e

    qu

    ando

    dig

    o no

    fin

    al,

    no

    mom

    ento

    sen

    ten

    a. E

    voc

    te

    m q

    ue e

    nten

    der

    a di

    fere

    na

    entre

    es

    ses d

    ois m

    omen

    tos

    porq

    ue te

    m re

    levn

    cia p

    rtic

    a gi

    gant

    esca

    . A c

    aute

    lar t

    em q

    ue se

    r rp

    ida,

    mas

    s v

    ezes

    eu

    no

    cons

    igo

    com

    prov

    ar d

    e pl

    ano

    a ex

    istn

    cia d

    os re

    quisi

    tos d

    a cau

    tela

    r.

    V

    ou t

    e da

    r um

    exe

    mpl

    o: e

    u en

    tro c

    om u

    ma

    caut

    elar

    de a

    rres

    to p

    ara

    pode

    r bl

    oque

    ar o

    s be

    ns d

    o de

    vedo

    r. Se

    eu

    cons

    igo

    prov

    ar, d

    e pl

    ano,

    pro

    var p

    ara

    o ju

    iz q

    ue a

    pes

    soa

    est

    diss

    ipan

    do p

    atrim

    nio

    , o ju

    iz j

    m

    e d

    no

    com

    eo

    a pr

    ote

    o c

    aute

    lar,

    a m

    edid

    a ca

    utela

    r, o

    prov

    imen

    to c

    aute

    lar.

    Ago

    ra, p

    ode

    ser q

    ue e

    u n

    o pr

    ove

    que,

    de p

    lano,

    a p

    esso

    a es

    t d

    issip

    ando

    os

    bens

    . Ent

    o, d

    uran

    te o

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r, eu

    pos

    so p

    rova

    r iss

    o. N

    esse

    cas

    o, o

    juiz

    no

    me

    d a

    cau

    tela

    r lim

    inar

    men

    te, n

    o co

    me

    o, m

    as n

    o fim

    , na

    sent

    ena

    . Por

    tant

    o, a

    lim

    inar

    cau

    telar

    no

    d

    ifere

    nte

    da s

    ente

    na

    caut

    elar.

    O q

    ue m

    uda

    entr

    e te

    r a

    limin

    ar n

    o co

    me

    o ou

    ter

    no

    final

    , e

    xclu

    sivam

    ente

    , no

    mom

    ento

    . Mas

    qua

    l a

    repe

    rcus

    so

    prt

    ica d

    isso?

    Eno

    rme!

    Exi

    ste

    um a

    rtigo

    , que

    va

    mos

    util

    izar

    bas

    tant

    e, qu

    e

    o ar

    t. 80

    6, q

    ue fa

    la d

    o pr

    azo

    que

    voc

    tem

    par

    a en

    trar

    com

    a a

    o p

    rinci

    pal,

    que

    o

    praz

    o de

    30

    dias

    . Qua

    ndo

    voc

    vai

    olha

    r o

    art.

    806,

    que

    fal

    a do

    pra

    zo p

    ara

    voc

    ent

    rar

    com

    a a

    o

    prin

    cipa

    l, vo

    c v

    ai v

    er q

    ue e

    le di

    z qu

    e ca

    be e

    m 3

    0 di

    as c

    onta

    dos d

    a ef

    etiv

    ao

    da

    med

    ida

    caut

    elar.

    Que

    r diz

    er,

    que

    se o

    juiz

    d

    a lim

    inar

    cau

    tela

    r, el

    e d

    no

    com

    eo.

    Voc

    te

    m q

    ue e

    ntra

    r co

    m a

    med

    ida

    prin

    cipa

    l qua

    ndo

    aind

    a es

    tiver

    pen

    dent

    e a

    ao

    cau

    tela

    r. M

    as e

    u en

    trei

    com

    o a

    rres

    to, o

    juiz

    no

    me

    deu

    a lim

    inar

    , qua

    l o p

    razo

    qu

    e eu

    ten

    ho p

    ara

    entra

    r co

    m a

    prin

    cipal

    ? N

    enhu

    m! N

    enhu

    m p

    or q

    u?

    Porq

    ue e

    le a

    inda

    no

    me

    deu

    a m

    edid

    a. A

    cau

    tela

    r int

    eira

    duro

    u 10

    ano

    s, o

    juiz

    deu

    a s

    ente

    na

    caut

    elar.

    A p

    artir

    da

    com

    eam

    a c

    onta

    r os

    30

    dias

    .

    Eu

    rece

    bi u

    m p

    roce

    sso

    no c

    art

    rio q

    ue f

    alav

    a as

    sim:

    certi

    fico

    e do

    u f

    que

    o a

    utor

    no

    aju

    izou

    a a

    o p

    rincip

    al a

    nulat

    ria

    (era

    um

    a sit

    ua

    o de

    pro

    test

    o) n

    o pr

    azo

    do a

    rt. 8

    06.

    E o

    des

    pach

    o:

    Tend

    o em

    vi

    sta

    o n

    o aj

    uiza

    men

    to d

    a a

    o p

    rinci

    pal n

    o pr

    azo

    do a

    rt. 8

    06, j

    ulgo

    ext

    into

    o p

    roce

    sso

    caut

    elar

    . E

    tem

    um

    de

    talh

    e: fu

    i ver

    a li

    min

    ar. T

    inha

    sid

    o in

    defe

    rida.

    Se a

    lim

    inar

    foi

    inde

    ferid

    a, n

    o te

    ve o

    com

    eo

    do p

    razo

    do

    art.

    806.

    Por

    isso

    que

    fu

    ndam

    enta

    l a a

    nlis

    e do

    mom

    ento

    da

    conc

    ess

    o da

    cau

    tela

    r lim

    inar

    ou

    na se

    nten

    a.

  • 6

    Pa

    ra e

    u fe

    char

    e v

    oc

    ente

    nder

    por

    que

    eu

    colo

    quei

    essa

    s qu

    atro

    dife

    renc

    ia

    es,

    po

    rque

    ess

    as

    expr

    ess

    es n

    o p

    odem

    ser

    usa

    das

    com

    o sin

    nim

    as.

    mui

    to c

    omum

    a p

    esso

    a fa

    lar

    assim

    : eu

    obt

    ive

    uma

    med

    ida

    caut

    elar,

    eu o

    btiv

    e um

    a a

    o c

    aute

    lar.

    Na

    verd

    ade,

    med

    ida

    caut

    elar

    o p

    rovi

    men

    to q

    ue e

    u pe

    o n

    o pr

    oces

    so q

    uand

    o eu

    exe

    rcito

    a a

    o.

    Rep

    ito:

    A

    trav

    s do

    exer

    ccio

    da a

    o

    caut

    elar p

    elo

    proc

    esso

    cau

    telar

    , se

    obt

    m m

    edid

    a ca

    utela

    r lim

    inar

    ou

    ao

    final

    .

    Regr

    a ge

    ral,

    as m

    edid

    as c

    aute

    lare

    s s

    o ob

    tidas

    no

    proc

    esso

    cau

    telar

    , que

    r di

    zer,

    para

    obt

    er m

    edid

    a ca

    utel

    ar, p

    ara

    obte

    r tut

    ela

    de g

    aran

    tia, p

    ara

    prot

    eger

    um

    pro

    cess

    o pr

    incip

    al de

    con

    heci

    men

    to o

    u de

    exe

    cu

    o,

    eu u

    so o

    pro

    cess

    o ca

    utel

    ar. C

    ontu

    do, e

    m c

    art

    er e

    xcep

    cion

    al ai

    nda

    (no

    futu

    ro se

    r a

    regr

    a), o

    sist

    ema

    auto

    riza

    a ob

    ten

    o d

    e m

    edid

    as c

    aute

    lare

    s for

    a do

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r.

    Ent

    o, q

    uer

    dize

    r, s

    vez

    es d

    pa

    ra t

    er m

    edid

    a ca

    utela

    r se

    m te

    r pr

    oces

    so c

    aute

    lar.

    Isso

    r

    aro,

    mas

    te

    m. U

    m e

    xem

    plo

    o

    art.

    273,

    7

    , do

    CPC

    . Ess

    e di

    spos

    itivo

    , que

    dep

    ois

    estu

    dare

    mos

    com

    mais

    det

    alhes

    ,

    aque

    le d

    ispos

    itivo

    que

    fala

    que

    se

    a pa

    rte p

    edir

    a tt

    ulo

    de t

    utel

    a an

    tecip

    ada

    prov

    idn

    cia q

    ue o

    juiz

    ent

    enda

    qu

    e n

    o

    ante

    cipa

    tria

    , que

    c

    aute

    lar, o

    que

    o ju

    iz d

    eve

    faze

    r, de

    ntro

    do

    prp

    rio p

    roce

    sso

    de c

    onhe

    cimen

    to?

    Dar

    a m

    edid

    a cau

    tela

    r. M

    as o

    juiz

    est

    dan

    do, n

    esse

    cas

    o, u

    ma

    med

    ida c

    aute

    lar s

    em p

    roce

    sso

    caut

    elar

    . Ele

    est

    da

    ndo

    uma

    med

    ida

    caut

    elar i

    ncid

    enta

    lmen

    te a

    o pr

    oces

    so d

    e co

    nhec

    imen

    to.

    um

    a ex

    ce

    o

    regr

    a de

    que

    as

    caut

    elar

    es se

    obt

    m ap

    enas

    atra

    vs d

    e pr

    oces

    so c

    aute

    lar.

    7

    Se

    o au

    tor,

    a tt

    ulo

    de a

    ntec

    ipa

    o

    de t

    utela

    , re

    quer

    er

    prov

    idn

    cia d

    e na

    ture

    za c

    aute

    lar,

    pode

    r o

    jui

    z, qu

    ando

    pre

    sent

    es o

    s re

    spec

    tivos

    pre

    ssup

    osto

    s, de

    ferir

    a m

    edid

    a ca

    utela

    r em

    car

    ter

    inci

    dent

    al d

    o pr

    oces

    so a

    juiza

    do.

    O

    out

    ro a

    rtigo

    o

    ca

    pet

    geno

    ar

    tigo

    666,

    do

    CPC.

    Ess

    e ar

    tigo

    fala

    do d

    epos

    itrio

    . Ele

    vai

    dize

    r no

    proc

    esso

    de

    exec

    uo

    que

    m v

    ai se

    r o d

    epos

    itrio

    do

    bem

    .

    Art.

    666

    - O

    s be

    ns

    penh

    orad

    os

    ser

    o pr

    efer

    enci

    alm

    ente

    de

    posit

    ados

    : (A

    ltera

    do p

    ela L

    -011

    .382

    -200

    6)

    I -

    no B

    anco

    do

    Bras

    il, n

    a C

    aixa

    Eco

    nm

    ica F

    eder

    al, o

    u em

    um

    ba

    nco,

    de

    que

    o E

    stad

    o-M

    embr

    o da

    Uni

    o p

    ossu

    a m

    ais d

    e m

    etad

    e do

    ca

    pita

    l soc

    ial in

    tegr

    aliza

    do; o

    u, e

    m f

    alta

    de

    tais

    esta

    belec

    imen

    tos

    de c

    rdi

    to,

    ou

    agn

    cias

    suas

    no

    lu

    gar,

    em

    qualq

    uer

    esta

    belec

    imen

    to

    de

    crd

    ito,

    desig

    nado

    pel

    o ju

    iz,

    as q

    uant

    ias

    em d

    inhe

    iro,

    as p

    edra

    s e

    os m

    etai

    s pr

    ecio

    sos,

    bem

    com

    o os

    pap

    is d

    e cr

    dito

    ; II

    - e

    m p

    oder

    do

    depo

    sitr

    io j

    udic

    ial,

    os m

    veis

    e o

    s im

    vei

    s ur

    bano

    s; III

    - em

    mo

    s de

    dep

    osit

    rio p

    artic

    ular

    , os

    dem

    ais b

    ens.

    (Alte

    rado

    pe

    la L-

    011.

    382-

    2006

    )

    Ou

    seja

    , vai

    dize

    r co

    m q

    uem

    fica

    ro

    os b

    ens

    enqu

    anto

    a e

    xecu

    o

    corre

    . Ant

    es, e

    ra o

    dev

    edor

    que

    fic

    ava

    com

    o b

    em, c

    omo

    depo

    sitr

    io, c

    omo

    regr

    a. H

    oje

    mud

    ou. H

    oje,

    fica

    em b

    anco

    . Se

    no

    for d

    inhe

    iro fi

    ca

    em p

    oder

    de

    um d

    epos

    itrio

    jud

    icial

    (qu

    e n

    o ex

    iste!)

    ou

    em m

    os

    do d

    epos

    itrio

    par

    ticul

    ar q

    ue

    , no

    rmal

    men

    te q

    uem

    o ju

    iz n

    omeia

    . Ago

    ra, o

    lha

    a gr

    ande

    nov

    idad

    e do

    siste

    ma:

    1 C

    om a

    exp

    ress

    a an

    unc

    ia d

    o ex

    eqe

    nte

    ou n

    os c

    asos

    de

    difc

    il re

    mo

    o,

    os

    bens

    po

    der

    o se

    r de

    posit

    ados

    em

    pod

    er d

    o ex

    ecut

    ado.

    (A

    cres

    cent

    ado

    pela

    L-01

    1.38

    2-20

    06)

    A

    regr

    a

    que

    s e

    m

    ltim

    a cir

    cuns

    tnc

    ia

    que

    o be

    m fi

    que

    com

    o d

    eved

    or. O

    u se

    ja,

    op

    o

    ltim

    a. A

    ntes

    era

    a re

    gra.

    Para

    e p

    ensa

    : j

    que

    o de

    vedo

    r n

    o va

    i fic

    ar c

    om o

    bem

    , o q

    ue c

    aute

    larm

    ente

    b

    om fa

    zer?

    Re

    mov

    er o

    bem

    del

    e. A

    rem

    oo

    u

    ma

    med

    ida

    caut

    elar c

    once

    dida

    no

    mbi

    to d

    o pr

    oces

    so d

    e ex

    ecu

    o, s

    em

    proc

    esso

    cau

    tela

    r. A

    rem

    oo

    de

    bens

    t

    pico

    cau

    so d

    e m

    edid

    a ca

    utela

    r con

    cedi

    da fo

    ra d

    o pr

    oces

    so c

    aute

    lar.

  • 7

    Vou

    dar

    mai

    s um

    exe

    mpl

    o e

    ence

    rro.

    O S

    upre

    mo

    acab

    ou c

    om o

    dep

    osit

    rio in

    fiel.

    Deix

    a o

    bem

    com

    o

    deve

    dor

    para

    voc

    ve

    r! E

    le so

    me

    com

    o b

    em e

    voc

    , o

    que

    faz?

    Chu

    pa o

    ded

    o! P

    enho

    rou?

    Ped

    e re

    mo

    o

    porq

    ue se

    ele

    alie

    nar,

    voc

    no

    tem

    o q

    ue fa

    zer c

    ontra

    isso

    . A m

    edid

    a, an

    tes,

    era

    a pr

    iso

    do d

    epos

    itrio

    infie

    l. Co

    mo

    isso

    no

    exist

    e m

    ais n

    o or

    dena

    men

    to, m

    esm

    o do

    dep

    osit

    rio ju

    dicia

    l, en

    to,

    a o

    po

    do

    siste

    ma

    a

    rem

    oo

    do

    bem

    .

    O

    ltim

    o ex

    empl

    o de

    med

    ida

    caut

    elar c

    once

    dida

    den

    tro d

    o pr

    oces

    so d

    e ex

    ecu

    o e

    , por

    tant

    o,

    um

    a m

    edid

    a ca

    utela

    r qu

    e n

    o

    conc

    edid

    a at

    rav

    s de

    pro

    cess

    o ca

    utel

    ar,

    o a

    rt. 6

    53, d

    o C

    PC q

    ue v

    ai fa

    lar

    de

    arre

    sto

    caut

    elar,

    mas

    o a

    rres

    to c

    aute

    lar e

    xecu

    tivo.

    Se

    o of

    icia

    l de

    jus

    tia

    for

    na c

    asa

    do d

    eved

    or e

    no

    en

    cont

    rar o

    dev

    edor

    , mas

    enc

    ontr

    ar b

    ens,

    o qu

    e ele

    faz?

    Ele

    j de

    ve a

    rres

    tar t

    anto

    s ben

    s qu

    anto

    bas

    tem

    par

    a a

    exec

    uo

    .

    Art.

    653

    - O o

    ficial

    de

    just

    ia, n

    o e

    ncon

    trand

    o o

    deve

    dor,

    arre

    star

    -lh

    e-

    tant

    os b

    ens

    quan

    tos b

    aste

    m p

    ara

    gara

    ntir

    a ex

    ecu

    o.

    O

    art.

    653

    caut

    elar d

    e ar

    rest

    o, m

    edid

    a ca

    utel

    ar c

    once

    dida

    den

    tro

    do p

    roce

    sso

    de e

    xecu

    o.

    Ess

    e

    o m

    otiv

    o pe

    lo q

    ual e

    u qu

    is fa

    zer d

    ifere

    na

    entre

    pro

    cess

    o, m

    edid

    a, a

    o e

    lim

    inar

    caut

    elar.

    4.

    A

    SUJE

    IO

    DO

    PR

    OCE

    SSO

    CAU

    TELA

    R A

    O L

    IVR

    O I

    DO

    CPC

    Isso

    sign

    ifica

    , bas

    icam

    ente

    , o se

    guin

    te: q

    ue o

    Liv

    ro I

    func

    iona

    com

    o ve

    rdad

    eira

    Parte

    Ger

    al d

    o di

    reito

    pr

    oces

    sual

    civ

    il br

    asile

    iro. E

    nto

    , tud

    o qu

    e n

    o fo

    r disc

    iplin

    ado

    no L

    ivro

    III,

    do C

    PC, a

    plic

    am-s

    e as

    regr

    as d

    o Li

    vro

    I. V

    ou d

    ar d

    ois e

    xem

    plos

    mui

    to si

    mpl

    es:

    Ci

    ta

    o

    No

    Livr

    o II

    I, do

    CPC

    , no

    tem

    um

    a n

    ica re

    gra

    sobr

    e a

    cita

    o. C

    omo

    no

    h re

    gra

    sobr

    e cit

    ao

    , voc

    ap

    lica

    o ar

    t. 22

    2 e

    ss. d

    o C

    PC.

    Co

    isa

    julg

    ada

    - Ago

    ra, o

    lha

    com

    o m

    uda.

    No

    Livr

    o II

    I tem

    um

    arti

    go q

    ue c

    uida

    de

    coisa

    julg

    ada,

    que

    o

    art.

    810.

    Tra

    ta d

    a co

    isa ju

    lgad

    a no

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r.

    Ar

    t. 81

    0 -

    O i

    ndef

    erim

    ento

    da

    med

    ida

    no

    obst

    a a

    que

    a pa

    rte

    inte

    nte

    a a

    o,

    nem

    inf

    lui

    no j

    ulga

    men

    to

    desta

    , sa

    lvo

    se o

    ju

    iz,

    no

    proc

    edim

    ento

    cau

    tela

    r, ac

    olhe

    r a a

    lega

    o d

    e de

    cad

    ncia

    ou

    de p

    resc

    rio

    do

    dire

    ito d

    o au

    tor.

    Te

    m p

    revi

    so

    de c

    oisa

    julg

    ada

    no p

    roce

    sso

    caut

    elar

    ? Si

    m. E

    nto

    , se

    tem

    ess

    a re

    gra

    no L

    ivro

    III,

    no

    se a

    plica

    o a

    rt. 4

    72, d

    o CP

    C. O

    que

    tem

    no

    Livr

    o II

    I, n

    o se

    apl

    ica o

    Liv

    ro I.

    O q

    ue n

    o te

    m n

    o Li

    vro

    III,

    se

    aplic

    a o

    Livr

    o I.

    5.

    CAR

    ACT

    ER

    ST

    ICAS

    DO

    PR

    OCE

    SSO

    CAU

    TELA

    R

    5.

    1. Au

    tono

    mia

    O p

    roce

    sso

    caut

    elar

    tem

    indi

    vidu

    alida

    de p

    rpr

    ia. O

    que

    eu

    quer

    o di

    zer

    com

    isso

    ? Q

    ue e

    le t

    em u

    m

    proc

    edim

    ento

    pr

    prio

    , que

    ele

    tem

    um

    a fin

    alida

    de p

    rpr

    ia. Q

    uand

    o se

    diz

    que

    h

    indi

    vidu

    alida

    de, q

    uer

    se

    dize

    r qu

    e te

    m p

    roce

    dim

    ento

    pr

    prio

    , um

    a in

    divi

    dual

    idad

    e, um

    a fin

    alid

    ade

    prp

    ria.

    um

    pro

    cess

    o, c

    omo

    qualq

    uer o

    utro

    , com

    pet

    io

    inici

    al, c

    ita

    o, p

    rova

    s e se

    nten

    a.

    um

    pro

    cess

    o co

    mo

    qualq

    uer o

    utro

    e n

    o u

    m

    apn

    dice

    dos

    out

    ros

    dem

    ais p

    roce

    ssos

    .

    Alm

    diss

    o,

    bom

    des

    taca

    r qu

    e, pa

    ra p

    rova

    r qu

    e o

    proc

    esso

    cau

    tela

    r

    aut

    nom

    o, a

    ten

    o,

    o re

    sulta

    do d

    o pr

    oces

    so c

    aute

    lar n

    o a

    feta

    o d

    a a

    o p

    rinci

    pal.

    Olh

    a qu

    e in

    tere

    ssan

    te: e

    u po

    sso

    usar

    um

    a m

    edid

    a de

    pro

    du

    o an

    tecip

    ada

    de p

    rova

    s, e

    ouvi

    r um

    a te

    stem

    unha

    que

    est

    m

    orre

    ndo

    e el

    a fa

    lar a

    ssim

    : n

    o

  • 8

    sei n

    ada

    . Gan

    hei a

    pro

    du

    o an

    teci

    pada

    de

    prov

    as, p

    erdi

    a p

    rinci

    pal (

    a te

    stem

    unha

    no

    sab

    ia na

    da!).

    isso

    po

    rque

    o ra

    cioc

    nio

    si

    mpl

    es: u

    ma

    um

    a, a o

    utra

    a

    out

    ra.

    E

    xce

    es

    (h

    med

    idas

    cau

    tela

    res

    que

    no

    so

    aut

    nom

    as)

    So

    as

    que

    eu m

    encio

    nei n

    o ite

    m 3

    . eu

    falei

    de

    algu

    mas

    cau

    tela

    res

    que

    no

    so

    dada

    s em

    pro

    cess

    o ca

    utela

    r. Fa

    lei p

    rincip

    almen

    te d

    o ar

    t. 27

    3,

    7,

    porta

    nto,

    ess

    a re

    gra

    da a

    uton

    omia

    j c

    ompo

    rta e

    xce

    es.

    Qua

    is s

    o el

    as?

    As c

    aute

    lare

    s que

    so

    conc

    edid

    as n

    o bo

    jo d

    os d

    emais

    pro

    cess

    os e

    eu

    j e

    num

    erei

    as

    exce

    es

    : art.

    273

    , 7

    , art.

    653

    , art.

    666

    , enf

    im, t

    udo

    o qu

    e eu

    co

    loqu

    ei no

    fin

    al d

    o t

    pico

    3, v

    oc

    copi

    a aq

    ui. S

    o a

    s hi

    pte

    ses

    que

    perm

    item

    ao

    juiz

    dar

    cau

    tela

    res

    no

    prp

    rio p

    roce

    sso

    de c

    onhe

    cimen

    to c

    om p

    edid

    os a

    ttu

    lo d

    e tu

    tela

    ante

    cipad

    a.

    5.2.

    Ac

    esso

    rieda

    de

    A

    lm d

    e aut

    nom

    o, d

    iz-s

    e qu

    e pr

    oces

    so c

    aute

    lar

    ace

    ssr

    io. E

    isso

    est

    exp

    ress

    o no

    art.

    796,

    2 p

    arte

    do

    CPC

    :

    Art.

    796

    - O p

    roce

    dim

    ento

    cau

    tela

    r pod

    e se

    r ins

    taur

    ado

    ante

    s ou

    no

    curs

    o do

    pro

    cess

    o pr

    incip

    al e

    dest

    e s

    empr

    e de

    pend

    ente

    .

    Ape

    sar

    de

    ter

    auto

    nom

    ia,

    o pr

    oces

    so

    caut

    elar

    ac

    ess

    rio.

    Pres

    te

    aten

    o.

    Is

    so

    tem

    du

    as

    cons

    equ

    ncia

    s pr

    ticas

    impo

    rtant

    ssim

    as.

    a)

    Co

    mo

    regr

    a, a

    caut

    elar

    di

    strib

    uda

    por

    dep

    end

    ncia

    a

    o p

    rincip

    al, f

    ican

    do c

    om e

    la

    apen

    sada

    . Iss

    o es

    t n

    a 2 p

    arte

    do

    art.

    800,

    do

    CPC:

    Art.

    800

    - A

    s m

    edid

    as c

    aute

    lare

    s se

    ro

    requ

    erid

    as a

    o ju

    iz d

    a ca

    usa;

    e, qu

    ando

    pre

    para

    tria

    s, ao

    juiz

    com

    pete

    nte

    para

    con

    hece

    r da

    ao

    prin

    cipa

    l.

    b)

    A s

    egun

    da c

    onse

    qun

    cia

    nat

    ural

    : a

    sorte

    da

    ao

    prin

    cipal

    alca

    na

    o qu

    e

    deci

    dido

    na

    caut

    elar.

    Se e

    u ga

    nho

    a pr

    incip

    al, e

    u ga

    nho

    a ca

    utela

    r, se

    eu

    perc

    o a

    prin

    cipal

    , eu

    perc

    o a

    caut

    elar.

    No

    o c

    ontr

    rio. S

    e eu

    per

    co a

    cau

    tela

    r, eu

    pos

    so g

    anha

    r a a

    o

    prin

    cipa

    l. O

    u se

    ja, o

    ac

    ess

    rio se

    gue

    o pr

    incip

    al, n

    o o

    prin

    cipa

    l seg

    ue o

    ace

    ssr

    io.

    5.

    3.

    Dup

    la in

    stru

    men

    talid

    ade

    E

    ssa

    cara

    cter

    stic

    a fo

    i obs

    erva

    da p

    or u

    m it

    alian

    o, C

    alam

    andr

    ei. P

    ara

    a te

    oria

    pred

    omin

    ante

    no

    Bras

    il,

    que

    a

    teor

    ia da

    ins

    trum

    enta

    lidad

    e do

    pro

    cess

    o, c

    onsid

    eran

    do q

    ue o

    pro

    cess

    o

    inst

    rum

    ento

    do

    dire

    ito

    mat

    erial

    , o p

    roce

    sso

    caut

    elar

    um

    inst

    rum

    ento

    da

    tute

    la d

    o ou

    tro

    proc

    esso

    . Se

    o ca

    utela

    r se

    rve

    para

    tute

    lar

    um o

    utro

    pro

    cess

    o, d

    iz-s

    e qu

    e o

    caut

    elar

    um

    inst

    rum

    ento

    que

    pro

    tege

    um

    out

    ro in

    stru

    men

    to. T

    em d

    upla

    in

    stru

    men

    talid

    ade,

    na m

    edid

    a em

    que

    u

    m in

    stru

    men

    to q

    ue p

    rote

    ge u

    m o

    utro

    inst

    rum

    ento

    . u

    m p

    roce

    sso

    que

    prot

    ege

    um o

    utro

    inst

    rum

    ento

    dito

    prin

    cipal.

    Cala

    man

    drei

    foi o

    prim

    eiro

    a cu

    nhar

    ess

    a ex

    pres

    so.

    Dep

    ois

    dele

    vei

    o um

    mon

    te d

    e co

    pio

    , fal

    ando

    de

    inst

    rum

    enta

    lidad

    e ao

    qua

    drad

    o,

    inst

    rum

    enta

    lidad

    e po

    tenc

    iada

    ao

    quad

    rado

    , en

    fim, m

    uita

    bab

    ao

    .

    5.4.

    U

    rgn

    cia

    D

    e to

    das

    as c

    arac

    ters

    ticas

    , no

    meu

    ent

    ende

    r,

    a qu

    e m

    ais

    cara

    cter

    iza

    a ca

    utela

    r. S

    c

    aute

    lar

    uma

    med

    ida

    se t

    iver

    o t

    al do

    per

    icul

    um in

    mor

    a. Se

    no

    tiv

    er o

    tal

    do

    peric

    ulum

    in m

    ora,

    a m

    edid

    a po

    de s

    er

    qualq

    uer c

    oisa

    , men

    os m

    edid

    a ca

    utela

    r. Po

    r exe

    mpl

    o, v

    oc

    tem

    um

    as m

    edid

    as n

    o CP

    C qu

    e n

    o t

    m u

    rgn

    cia

    nenh

    uma

    e, co

    nseq

    uent

    emen

    te, n

    o p

    odem

    ser

    con

    sider

    adas

    pro

    cess

    os c

    aute

    lare

    s. U

    m t

    pico

    cas

    o de

    sses

    a

    ta

    l da

    med

    ida

    de e

    xibi

    o.

    Vo

    bot

    ar f

    ogo

    no d

    ocum

    ento

    ? Se

    ras

    gar

    ca

    utela

    r. M

    as, c

    omo

    regr

    a, vo

    c n

    o

    tem

    risc

    o pa

    ra o

    per

    ecim

    ento

    da

    coisa

    . E

    se

    no

    tem

    risc

    o pa

    ra o

    per

    ecim

    ento

    da

    coisa

    , n

    o po

    de s

    er

    cons

    ider

    ada

    caut

    elar.

  • 9

    A

    qui

    impo

    rtan

    te q

    ue v

    oc

    faa

    a s

    egui

    nte

    disti

    no

    : mui

    tas

    pess

    oas

    cost

    umam

    falar

    que

    as

    tute

    las

    de u

    rgn

    cia

    so

    de d

    ois

    tipos

    , de

    um la

    do a

    tut

    ela

    caut

    elar

    e, de

    out

    ro, a

    tute

    la an

    tecip

    ada.

    Voc

    j

    deve

    ter

    ouvi

    do is

    so: t

    utela

    de

    urg

    ncia,

    tut

    ela c

    aute

    lar, t

    utela

    ant

    ecip

    ada.

    Ela

    s

    tute

    la de

    urg

    ncia

    , num

    a hi

    pte

    se,

    que

    a

    do ar

    t. 27

    3, I.

    Eu

    vou

    expl

    icar i

    sso

    um p

    ouco

    melh

    or.

    O

    que

    eu

    quer

    o di

    zer

    o s

    egui

    nte:

    pode

    -se

    dize

    r qu

    e a

    tute

    la de

    urg

    ncia

    tu

    tela

    caut

    elar

    ou

    tute

    la

    ante

    cipad

    a. V

    oc

    quer

    fala

    r que

    a tu

    tela

    de

    urg

    ncia

    tu

    tela

    caut

    elar o

    u tu

    tela

    ante

    cipad

    a, po

    de. S

    qu

    e te

    nha

    em m

    ente

    , ape

    nas

    uma

    obse

    rva

    o: n

    em t

    oda

    tute

    la an

    teci

    pada

    d

    e ur

    gnc

    ia. E

    xiste

    tut

    ela a

    ntec

    ipad

    a qu

    e n

    o

    de u

    rgn

    cia. V

    oc

    acom

    panh

    a co

    mig

    o o

    art.

    273

    e va

    i ver

    ifica

    r o se

    guin

    te:

    Ar

    t. 27

    3 -

    O ju

    iz p

    oder

    , a

    requ

    erim

    ento

    da

    part

    e, an

    teci

    par,

    tota

    l ou

    par

    cial

    men

    te, o

    s efe

    itos d

    a tu

    tela

    pre

    tend

    ida

    no p

    edid

    o in

    icia

    l, de

    sde

    que,

    exist

    indo

    pro

    va in

    equ

    voca

    , se

    conv

    ena

    da

    vero

    ssim

    ilhan

    a d

    a ale

    ga

    o e:

    I

    - ha

    ja f

    unda

    do r

    eceio

    de

    dano

    irre

    par

    vel o

    u de

    dif

    cil r

    epar

    ao

    ; ou

    II

    - fiq

    ue c

    arac

    teriz

    ado

    o ab

    uso

    de d

    ireito

    de

    defe

    sa o

    u o

    man

    ifest

    o pr

    ops

    ito p

    rote

    latr

    io d

    o r

    u.

    Inci

    so I

    I

    sso

    aqui

    p

    ericu

    lum

    in m

    ora.

    Ess

    a tu

    tela

    ant

    ecip

    ada

    a

    caut

    elar,

    tu

    tela

    de u

    rgn

    cia.

    A

    gora

    , olh

    a o

    inci

    so II

    :

    Inci

    so I

    I

    aqui

    no

    tem

    risc

    o al

    gum

    de

    pere

    cimen

    to d

    a co

    isa. E

    u so

    u m

    ilion

    rio

    , em

    pres

    tei u

    ma

    casa

    par

    a o

    ru,

    que

    com

    ea

    a us

    ar u

    m m

    onte

    de

    med

    idas

    par

    a n

    o m

    e de

    volv

    er a

    cas

    a. E

    u te

    nho

    umas

    100

    ca

    sas.

    S q

    ue c

    omo

    o r

    u es

    t a

    busa

    ndo

    do d

    ireito

    de

    defe

    sa, o

    juiz

    me

    d a

    tute

    la an

    tecip

    ada,

    man

    dand

    o el

    e de

    volv

    er m

    inha

    cas

    a. O

    que

    voc

    s t

    m q

    ue e

    nten

    der

    o

    segu

    inte

    : n

    o te

    m,

    ness

    a hi

    pte

    se d

    e tu

    tela

    ante

    cipad

    a, o

    peric

    ulum

    in m

    ora.

    Se n

    o te

    m p

    ericu

    lum

    in m

    ora,

    voc

    no

    pod

    e fa

    lar q

    ue e

    ssa

    um

    a hi

    pte

    se

    de tu

    tela

    ant

    ecip

    ada c

    omo

    tute

    la de

    urg

    ncia

    .

    Por i

    sso,

    que

    r fal

    ar q

    ue a

    lm

    a c

    aute

    lar

    a tu

    tela

    ant

    ecip

    ada

    tam

    bm

    tu

    tela

    de u

    rgn

    cia,

    pode

    fal

    ar,

    mas

    pelo

    men

    os e

    xplic

    ita q

    ue

    s

    um ti

    po d

    e tu

    tela

    ant

    ecip

    ada,

    que

    a

    tute

    la a

    ntec

    ipad

    a do

    art.

    273

    , I, d

    o CP

    C, p

    orqu

    e a

    do 2

    73, I

    I, n

    o

    tute

    la de

    urg

    nci

    a.

    5.5.

    Su

    mar

    ieda

    de d

    a co

    gni

    o

    Pa

    ra e

    xplic

    ar o

    que

    is

    so, e

    u te

    nho

    que

    tent

    ar te

    con

    venc

    er q

    ue a

    cog

    ni

    o na

    da m

    ais

    do

    que

    a

    mat

    ria

    obj

    eto

    do c

    onhe

    cimen

    to d

    o ju

    lgad

    or. Q

    uer d

    izer

    , o q

    ue v

    oc

    leva

    par

    a ele

    , o q

    ue e

    le po

    de a

    prec

    iar,

    o

    que

    cham

    amos

    de

    cogn

    io

    judi

    cial.

    No

    Bras

    il, ta

    lvez

    no

    mun

    do, q

    uem

    mel

    hor d

    esen

    volv

    eu e

    sse

    tem

    a fo

    i um

    pro

    fess

    or d

    a U

    SP, u

    m d

    os m

    aiore

    s pr

    oces

    sual

    istas

    do

    Bras

    il, o

    pro

    fess

    or K

    asuo

    Wat

    anab

    e.

    dele

    a

    melh

    or e

    xplic

    ao

    par

    a co

    gni

    o. I

    nter

    pret

    ando

    o q

    ue e

    le d

    iz, t

    em-s

    e qu

    e a

    cogn

    io

    no p

    roce

    sso

    civi

    l pod

    e se

    r div

    idid

    a em

    doi

    s pla

    nos:

    a)

    Po

    de se

    r enc

    arad

    a nu

    m p

    lano

    hor

    izon

    tal e

    b)

    Po

    de se

    r enc

    arad

    a nu

    m p

    lano

    ver

    tical

    .

    No

    plan

    o ho

    rizon

    tal,

    se a

    nalis

    a a

    exte

    nso

    , a

    a