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7/17/2019 Caderno de Direito Constitucional para 1ª fase OAB http://slidepdf.com/reader/full/caderno-de-direito-constitucional-para-1a-fase-oab 1/13 Direito Constitucional 1ª Fase da OAB – 8 Questões na Prova Importantes para OAB: Artigos da CF: Art. 5º, 12 a 16,18, 19, 21 a 25, 34 a 36, 44 a 46, 53, 76 a 83, 87, 102 I, 105 I, 103ª 103 B e 170; L12.016/09; L11417/06; L9868/99; L9882/99 Tema I – Normas Constitucionais Segundo orientação dominante preâmbulo não é norma e por isso não serve como parâmetro do controle de constitucionalidade das leis. Não há hierarquia entre as normas do corpo fixo e as normas do ADCT e ambas servem como parâmetro do controle de constitucionalidade das normas. É importante salientar que a diferença entre as normas do corpo fixo da CF e os do ADCT dizem respeito à eficácia exaurível com o tempo, quanto às normas do ADCT. Dentro da constituição ainda é possível outra divisão, Normas constitucionais originárias que são aquelas que nasceram no dia 5 de outubro de 88, são as normas promulgadas pela assembleia constituinte. São as normas fruto do Poder Constituinte Originário. A constituição precisa de mecanismos de reforma, para que possa se oxigenar e manter viva. O Poder Constituinte Derivado Reformador, tem base no art. 60 da CF. Este poder tem a responsabilidade de editar as normas constitucionais derivadas. Abaixo da constituição existem as normas infraconstitucionais. Todas as normas sejam NCD (normas constitucionais derivadas) ou NIC (normas infraconstitucionais) gozam da presunção de constitucionalidade, ou seja, nasce produzindo seus efeitos jurídicos, porém tal previsão é relativa. Importante salientar que o STF já decidiu que existe uma categoria de normas jurídicas que não podem ser declaradas inconstitucionais: as NCO (normas constitucionais originárias). Todas as normas constitucionais derivadas e infraconstitucionais gozam de presunção relativa de constitucionalidade, ou seja, nascem produzindo seus efeitos jurídicos, mas podem ser declaradas inconstitucionais. Para o STF as normas constitucionais originárias são presumidas absolutamente constitucionais, ou seja, não podem ser declaradas inconstitucionais. Tema II – Limitações ao Poder Reformador As normas constitucionais derivadas são fruto do poder constituinte derivado reformador. No Art. 60 CF encontra-se a fonte deste poder de reforma a constituição. A carta de 88 não traz nenhuma limitação de ordem temporal ao poder de reforma. Porém na Constituição Imperial de 1824 em seu art. 174 previa que não seria possível modificar o corpo constitucional até o decorrer do prazo de 4 anos. Existem limites circunstanciais ao poder reformador. Art. 60 §1º CF. Intervenção Federal (Art. 34 a 36), Estado de Defesa e Estado de Sítio (Art. 136 a 141 CF). A intervenção estadual não é obstáculo à reforma da constituição federal tendo em vista que o art. 60 §1º se refere à intervenção federal. Existem também limitações formais que cuidam do processo legislativo para se reformar a constituição. Art. 60, I, II e III. O Rol de legitimados ativos para propositura de emendas a constituição é uma rol TAXATIVO. Rol: 1/3 Câmara dos deputados (171 de 513) e/ou 1/3 Senado Federal (27) e/ou Presidente da Republica e/ou mais da metade das assembleias legislativas. Não há iniciativa popular para apresentação da PEC, tendo em vista que o art. 61 §2º se refere a projetos de leis ordinárias e complementares. Segundo o art. 64 CF a casa iniciadora do processo legislativo brasileiro é normalmente a câmara dos deputados e o senado fica com o papel de casa revisora salvo se deflagrar o processo legislativo, pois nessa hipótese fica com o papel de casa iniciadora e a câmara será a casa revisora.

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estudos de Direito Constitucional para a 1ª fase da OAB.Aulas de direito constitucional com perguntas e elaboração de matéria.

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Direito Constitucional1ª Fase da OAB – 8 Questões na Prova

Importantes para OAB:

Artigos da CF: Art. 5º, 12 a 16,18, 19, 21 a 25, 34 a 36, 44 a 46, 53, 76 a 83, 87, 102 I, 105 I,

103ª 103 B e 170; L12.016/09; L11417/06; L9868/99; L9882/99

Tema I – Normas Constitucionais

Segundo orientação dominante preâmbulo não é norma e por isso não serve comoparâmetro do controle de constitucionalidade das leis. Não há hierarquia entre as normas docorpo fixo e as normas do ADCT e ambas servem como parâmetro do controle deconstitucionalidade das normas. É importante salientar que a diferença entre as normas docorpo fixo da CF e os do ADCT dizem respeito à eficácia exaurível com o tempo, quanto àsnormas do ADCT.

Dentro da constituição ainda é possível outra divisão, Normas constitucionaisoriginárias que são aquelas que nasceram no dia 5 de outubro de 88, são as normas

promulgadas pela assembleia constituinte. São as normas fruto do Poder ConstituinteOriginário. A constituição precisa de mecanismos de reforma, para que possa se oxigenar emanter viva. O Poder Constituinte Derivado Reformador, tem base no art. 60 da CF. Este podertem a responsabilidade de editar as normas constitucionais derivadas.

Abaixo da constituição existem as normas infraconstitucionais. Todas as normas sejamNCD (normas constitucionais derivadas) ou NIC (normas infraconstitucionais) gozam dapresunção de constitucionalidade, ou seja, nasce produzindo seus efeitos jurídicos, porém talprevisão é relativa. Importante salientar que o STF já decidiu que existe uma categoria denormas jurídicas que não podem ser declaradas inconstitucionais: as NCO (normasconstitucionais originárias).

Todas as normas constitucionais derivadas e infraconstitucionais gozam de presunçãorelativa de constitucionalidade, ou seja, nascem produzindo seus efeitos jurídicos, mas podemser declaradas inconstitucionais. Para o STF as normas constitucionais originárias sãopresumidas absolutamente constitucionais, ou seja, não podem ser declaradasinconstitucionais.

Tema II – Limitações ao Poder Reformador

As normas constitucionais derivadas são fruto do poder constituinte derivadoreformador. No Art. 60 CF encontra-se a fonte deste poder de reforma a constituição.

A carta de 88 não traz nenhuma limitação de ordem temporal ao poder de reforma.Porém na Constituição Imperial de 1824 em seu art. 174 previa que não seria possívelmodificar o corpo constitucional até o decorrer do prazo de 4 anos.

Existem limites circunstanciais ao poder reformador. Art. 60 §1º CF. IntervençãoFederal (Art. 34 a 36), Estado de Defesa e Estado de Sítio (Art. 136 a 141 CF). A intervençãoestadual não é obstáculo à reforma da constituição federal tendo em vista que o art. 60 §1º serefere à intervenção federal.

Existem também limitações formais que cuidam do processo legislativo para sereformar a constituição. Art. 60, I, II e III. O Rol de legitimados ativos para propositura deemendas a constituição é uma rol TAXATIVO. Rol: 1/3 Câmara dos deputados (171 de 513)e/ou 1/3 Senado Federal (27) e/ou Presidente da Republica e/ou mais da metade dasassembleias legislativas. Não há iniciativa popular para apresentação da PEC, tendo em vistaque o art. 61 §2º se refere a projetos de leis ordinárias e complementares.

Segundo o art. 64 CF a casa iniciadora do processo legislativo brasileiro é normalmentea câmara dos deputados e o senado fica com o papel de casa revisora salvo se deflagrar oprocesso legislativo, pois nessa hipótese fica com o papel de casa iniciadora e a câmara será acasa revisora.

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Art. 60 §2º - Quórum de Maioria Qualificada para PEC

Câmara dos Deputados (513) Senado Federal (81)

3/5 = 308 - 1º Turno 3/5 = 49 - 1º Turno

3/5 = 308 – 2º Turno 3/5 = 49 – 2º Turno

Não há, conforme prevê o Art. 60 §3º CF, sanção ou veto do presidente da república

no processo de elaboração das emendas constitucionais que após aprovadas serãopromulgadas pelas duas mesas do congresso nacional.

Sessão legislativa representa o período anual de trabalho legislativo (art. 57 CF) XLegislatura período de 4 anos de mandato do deputado federal, o senador tem mandato deduas legislaturas(Art. 44, § ún).

Quanto às sessões legislativas:

Datas Sessão

02/02 a 17/07 Sessão Ordinária (Art. 57 CF) – NOVA SESSÃO LEGISLATIVA

Intervalo Sessão Extraordinária (Art. 57 §6º CF)

01/08 a 22/12 Sessão Ordinária (Art. 57 CF)

Intervalo Sessão Extraordinária (Art. 57 §6º CF)

02/02 a 17/07 Sessão Ordinária (Art. 57 CF) – NOVA SESSÃO LEGISLATIVAO Art. 60 §5º CF determina que a PEC rejeitada só possa ser votada na próxima sessão

legislativa. Nota importante: é possível que a PEC seja rejeitada e reapresentada no mesmoano desde tal apresentação ocorra em nova Sessão Legislativa Exemplo: PEC REJEIADA em JANde 2012 pode ser reapresentada a partir de 2 de fevereiro do mesmo ano. Porém, instasalientar que PEC apresentada em 3 de fevereiro só poderá ser reapresentada a partir de 2 defevereiro do próximo ano, data em que se inicia Nova Sessão Legislativa.

Quanto às limitações materiais (Art. 60 §4ºCF), tal artigo prevê as cláusulas pétreasque não são imutáveis, mas visam preservar as características essenciais dos institutosprevistos entre os incisos I a IV. Nada impede que a emenda reforce a sua proteção.

Além dos limites materiais expressos doutrina e jurisprudência defendem a existência

de limites materiais implícitas tais como: a forma de governo, o sistema de governo1

  atitularidade do poder constituinte e o próprio art. 60 que não pode ser alterado para facilitar oprocesso de reforma da CF, tendo em vista a rigidez constitucional.

A carta de 88 é rígida ou super-rígida, pois só pode ser modificada por um processolegislativo mais solene e dificultoso do que o existente para a elaboração das demais espéciesnormativas.

É importante salientar a existência da Mutação Constitucional, que se refere aoprocesso informal de mudança da constituição que permite a releitura do texto a luz dos novosfatos sociais, econômicos, políticos e culturais, tornando a constituição ainda mais efetiva. Émudança de sentido ou de contexto sem alteração formal do dispositivo. Ex: recente decisãodo STF sobre o art. 226 CF.

Tema III – Súmulas Vinculantes (103-A CF inserido pela EC 45/04 e Lei 11.417/06)

Órgão Competente: Somente o STFExtensão dos efeitos vinculantes: O legislador pode criar uma lei que contraria uma S.

vinculante. Ou seja, o poder legiferante não está preso aos efeitos vinculantes da S.Vinculante, por conta do princípio da separação de poderes.

Requisitos para sua edição (edição/revisão/cancelamento):I. Matéria constitucional sedimentadaII. Controvérsias judiciais/administrativas (atuais)III. 2/3 dos Ministros

1 A forma de governo é a republicana e o sistema de governo é o presidencialista. Observem que essasduas características importantíssimas do Estado Brasileiro não são cláusulas pétreas.

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Tais requisitos são cumulativos e todos devem ser preenchidos.Legitimados Ativos: STF de ofício + Art. 103, I a IX CF (Lembrar: ADI/ADC/ADO/ADPF)+ Defensor Público Geral da União + “Tribunais” + PGR – Procurador Geral da

República.Na forma do Art. 2º §2º L11.417/06 o procurador da república participara como fiscal

da lei nos processos de edição, revisão ou cancelamento de súmula que não tenham sido porele deflagrados.É permitido ainda ao Município interpor, incidentalmente ao curso do processo em

que é parte, proposta e edição, revisão ou cancelamento de enunciado de SV, nos termos doArt. 3º §1º L11.417/06.

Quanto à figura do amicus curiae (Amigo da corte) é muito importante também parasações do controle concentrado de constitucionalidade. O art. 7º §2º da L9868/99 e o art. 3º§2º da L11.417/06 apresentam o amicus curiae que é importante instrumento de legitimaçãosocial das decisões da corte tendo em vista que o cidadão não pode apresentar nenhuma dasações do controle concentrado , tão pouco propostas de súmulas vinculantes. Poderá atuarnessa função qualquer organização coletiva que tenha dentre as suas finalidades institucionais

pertinência temática com o que está sendo discutido pelo STF. Se aceita sua colaboração oamicus curiae poderá apresentar memoriais, perícias, dados estatísticos e até mesmo realizaruma sustentação oral.

Tema IV – Processo Legislativo Ordinário / Comum – (Lei Ordinária/Lei Complementar)

1-  Há hierarquia entre as normas? Não há hierarquia entre a LO e a LC, as duascomplementam a constituição federal de maneira infraconstitucional. Desta forma,não pode haver qualquer hierarquia já que ambas retiram fundamento jurídico devalidade do mesmo texto constitucional.

2-  Quais são as diferenças? São diferenças de duas naturezas: Material e Formal. Sob oviés material (conteúdo, tema, assunto), a matéria a ser regida por lei complementarterá disposição específica no corpo constitucional. Exemplo: Lei complementar cuidaráde determinada matéria; Já quando no corpo constitucional a CF utilizar a expressão“Lei”, esta será uma lei ordinária. Ex: Art. 5º Inciso XII CF. Sob a perspectiva formal adiferença diz respeito ao quórum, a LC é aprovada com quórum de maioria absolutaenquanto que a LO é aprovada com quórum de maioria simples.

Atos do Processo:a)  Iniciativa: é o primeiro ato no processo legislativo. Quem pode apresentar o projeto de

LC ou LO.a.  ExtraparlamentarQuem apresenta o projeto de lei não faz parte do

parlamento. Ex: Presidente da República, Cidadãos.b.  Parlamentar Comissão de deputados e senadores.c.  Privativa ou reservada (Art. 61 §1º CF) A CF reserva ao presidente da

república. No plano estadual e municipal deve-se observar o princípio dasimetria. Portanto se no âmbito federal o projeto é de iniciativa privativa dopresidente no plano estadual será do governador e nos municípios do prefeito.A sanção do chefe do executivo não convalida o vício de iniciativa naapresentação do projeto de lei.

d. 

Concorrente (Art. 61, caput)e.  Popular (Art. 61 §2º CF) 1% do eleitorado + 5 estados + 0,3%

b)  Discussão e Emendasa.  CCJ é uma comissão que funciona na discussão do projeto de lei. Realiza o

controle preventivo político de constitucionalidade das leis.b.

 

Art. 63, I CF Na forma deste artigo, podemos concluir que os projetos deiniciativa privativa do presidente da república podem eventualmente sofreralterações desde que não acarretem em regra aumento de despesas.

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c)  Votaçãoa.  LO Maioria Simples ou Relativa (Maioria dos presentes, porém a maioria

absoluta 257 na CD e 41 no SF deve estar presente).i.  Art. 47 CF

CD (513) SF (81)

257 41129 21

b. 

LC Maioria Absoluta (Totalidade dos membros)i. 

Art. 69 CF

CD SF

257 41

d) 

Sanção e VetoSanção e veto são atos exclusivos do chefe do executivo e devem serrealizados no prazo de 15 dias úteis contados do recebimento do projeto. A sançãoque significa a aquiescência pode ser tácita ou expressa, entretanto o veto é sempreexpresso. São características constitucionais do veto: é irretratável, superável pela

derrubada do congresso nacional na forma do art. 66, pode ser total ou parcial sendoque este último não pode ser de palavra ou de expressão, pois deve abranger textointegral de artigo, inciso, alínea ou parágrafo. Pode ser material ou político e ainda

 jurídico ou formal. No primeiro caso o presidente veta um projeto contrário aointeresse público e na segunda hipótese contrário a constituição federal. O vetoformal é mais uma manifestação de controle preventivo político deconstitucionalidade.

e)  Promulgação e Publicação Não são atos exclusivos do chefe do executivo e recaemsobre a lei e não mais sobre o projeto. A promulgação certifica formalmente aexistência da norma confirmando a sua validade a publicação dá notoriedade a lei coma sua inserção no diário oficial. A norma pode ser declarada inconstitucional a partir do

momento de sua promulgação.f)  Dúvida: Professora, é possível que o presidente vete um projeto de lei de sua

iniciativa? Sim, não há óbice.

Tema V – Conselho Nacional de Justiça (Art. 103-B CF incluído pela EC 45/04)

O CNJ é órgão do poder judiciário na forma do art. 92 CF, entretanto é desprovido deatividade jurisdicional típica, ou seja, não exerce função jurisdicional. Foi criado pela EC 45 de2004 com o objetivo de ampliar a fiscalização administrativa e financeira dos órgãos do poder

 judiciário. Além desta função, o CNJ também realiza controle do cumprimento dos deveresfuncionais dos Juízes (disciplinar).

O CNJ é composto por 15 Membros; 9 membros advém da estrutura do poder judiciário e

6 externos ao judiciário. São estes 2 advogados, 2 que integram o MP e 2 cidadãos. Osmembros do CNJ têm mandato de 2 anos admitida uma recondução.O §1º determina que o CNJ seja presidido pelo presidente do STF. E o §2º determina que o

presidente da república nomeie os membros após a aprovação por maioria absoluta da listapelo senado federal.

Importante salientar que não é o presidente da república que escolhe os membros do CNJ,os membros são escolhidos de acordo com o disposto nos incisos I a XII da CF. Contudo, éimportante ressaltar que o Presidente do STF é membro nato do CNJ, independendo denomeação do presidente.

As atribuições do CNJ encontram-se no Art. 103-B §4º CF.O único órgão do poder judiciário que não está sujeito à fiscalização do CNJ é o STF, já que

na forma do Art. 102 I R CF é responsável por apreciar as eventuais ilegalidades cometidas peloreferido órgão.

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Na forma do Art. 103-B §6º junto ao CNJ oficiarão o PGR e o presidente do conselhofederal da ordem dos advogados do Brasil.

Tema VI – Poder Legislativo

a. 

Estatuto dos Congressistas

i. 

Estatuto dos Congressistas (Art. 53 CF)ii.  Prerrogativa de foro:1.  Crime Cometido antes da diplomação.2.  Crime cometido após a diplomação.

iii.  Imunidades Materiais / Inviolabilidades parlamentares. Art. 53 CFiv.

 

Imunidades Formais1.

 

Prisão Art. 53 §2º CF2.  Processo Art. 53, §3º a §5º CF.

v.  Imunidades:1.  Deputado Estadual (DE)Art. 27§1º CF2.  Deputado do Distrito-Federal (DD) Art. 32 §2º e §º3 CF

3. 

Vereador (V)

 Art. 29, VIII CF

i. O estatuto dos congressistas é o conjunto das imunidades, inviolabilidades,prerrogativas e impedimentos que cercam a função do parlamentar garantindo-lhe uma maiorliberdade e autonomia funcional. Como pertencem ao cargo e não ao parlamentar sãoirrenunciáveis. Não podem ser extintas por emendas a constituição uma vez que esbarram emcláusula pétrea relativa à separação dos poderes (Art. 60 §4º III CF).

ii. Prerrogativa de foro Criminal. Art. 53 §1º CF. É regida pela regra da atualidade domandato, o que significa dizer que se tem mandato tem prerrogativa de foro. A diplomaçãoocorre no mesmo ano em que as eleições são realizadas. Por crimes dolosos contra a vidaparlamentares federais são julgados pelo STF e não pelo tribunal do Júri. Hoje é a regra daatualidade do mandato que comanda o tema, se tem mandado tem prerrogativa, casocontrário será julgado pela justiça comum, ou seja, crime antes da diplomação começa na

 justiça comum, vai ao STF com a diplomação e depois regressa para justiça comum com otérmino do mandato. Os crimes cometidos após a diplomação serão julgados pelo STForiginariamente e depois irão para justiça comum com o término do mandato.

iii. As imunidades materiais representam a subtração da responsabilidade penal e civildos parlamentares pelos excessos das palavras, votos e opiniões. Em plenário o STF entendeque a imunidade estará sempre presente, porém fora do plenário é preciso avaliar se aspalavras estão ou não relacionadas ao exercício da função parlamentar. Normalmenteprogramas de rádio e TV expressam manifestação da função parlamentar.

iv. As imunidades formais são relativas à prisão e processo. A regra geral é que nãohaja prisão. Porém existe uma exceção prevista no §2º, que é a prisão em flagrante de crimeinafiançável (Art. 5º XLII, XLIII, XLIV CF). Além da prisão em flagrante de crime inafiançável,segundo entendimento doutrinário o parlamentar pode ser preso por força de sentençacondenatória criminal transitada em julgado. É possível a prisão por conta de dívida dealimentos2. Na forma do art. 53§ 3º podemos concluir que o parlamentar que cometer crimeantes da diplomação pós ser diplomado terá seu processo remetido ao STF, entretanto, nãogozará de imunidade formal processual tendo em vista que esta só se aplica ao parlamentarque cometer crime após a diplomação. Desta forma, só existe a possibilidade de sustar oandamento da ação penal de crime ocorrido após a diplomação.

v.

2

 Este posicionamento adotado pela professora não encontra chancela unânime em toda a doutrina. Háquem entenda que a CF veda todo e qualquer tipo de prisão, salvo as exceções ali diretamenteexpressas.

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  IMDE (27, §1º) IF (Prisão e Processo)

Prerrogativa de Foro: TJ

IMDD (32§3º) IF (Prisão e Processo)

Prerrogativa de foro: TJ DFT

IM está limitada ao próprio município.V (29, VIII) IF Não tem IMUNIDADE FORMAL

Prerrogativa de foro: Somente se a CF estadual estabelecer e721 STF, nos crimes dolosos contra vida os vereadores irão a

 júri.

Tema VII –

 Responsabilidade e Imunidades do Presidente da República.1. 

Imunidades Formaisa.

 

Prisão Art. 86 §3CFb.

 

Processo Art. 86 CF2.  Prerrogativa de Foro

a.  Crime comum STFb.  Crime de responsabilidade “Impeachment”  SF

3. 

Processo de impedimento/afastamento no SF. Art. 52 §ún.4.

 

Suspensão das funções. Art. 86 §1º e §2º5.  Cláusula de irresponsabilidade penal relativa (Art. 86 §5º CF).6.  Governadores e Prefeitos

1.b. A imunidade formal processual relativa ao presidente determina que somentepor dois terços dos membros da câmara dos deputados (a CD exerce uma espécie de

 juízo de admissibilidade) haverá julgamento seja por crime comum ou por crime deresponsabilidade. É uma espécie de blindagem. Importante salientar que o crimecomum pode ser também crime eleitoral. Crimes de responsabilidade são infraçõespolítico-administrativas (Art. 85CF e S. 722 STF). Segundo o STF ampla defesa econtraditório devem ser observados tanto na fase procedimental quanto na faseprocessual.

3. Na forma do art. 52 § u. CF recebida a acusação por crime de responsabilidadeno senado o presidente do STF passará a atuar como presidente da casa paracomandar o julgamento. A condenação dependerá de dois terços dos membros dosenado e terá como sanções cumulativas a perda do cargo e a inabilitação ao exercíciode qualquer cargo emprego ou função pública pelo período de 8 anos. As decisões demérito do senado são irrecorríveis.

OBS: O único sucessor do presidente da república é o vice-presidente, no caso emque os dois cargos estejam vagos, por renúncia, por exemplo, ocorre a hipótesecontida no Art.81 CF. Contudo, o rol de substitutos é formado pelo vice, o presidenteda câmara, o presidente do senado, e por fim o presidente do supremo tribunalfederal (Art. 79 e 80 CF).

5. De acordo com o art. 86 §4º podemos concluir que o STF não tem competênciapara julgar crimes ocorridos antes da diplomação, tão pouco durante o mandato, massem relação com o exercício das funções presidenciais. Em resumo, o STF só écompetente para processar o presidente por infrações penais relacionados às suasfunções como, por exemplo, os crimes contra a administração pública.

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 6. Para o STF governadores e prefeitos não gozam de imunidade formal quanto à

prisão. Tão pouco da cláusula de irresponsabilidade penal relativa. Entretanto épossível que se institua a imunidade formal processual nas respectivas cartas estaduaise leis orgânicas municipais. Por crime comum governadores (Art. 105, I a CF) e

prefeitos (Art. 29, X CF) são julgados respectivamente pelo STJ e pelo TJ.

Tema VIII - Eficácia e Aplicabilidade das N. Constitucionais.

Teoria Tripartida, José Afonso da Silva, 1968.

As normas de eficácia plena produzem efeitos jurídicos desde a sua entradaem vigor tem a aplicação imediata, direta e integral. Pois, não pode sofrer restriçõespor parte do poder público. Exemplos: Art. 1º, 2º e 5º III CF.

As normas de eficácia contida também produzem efeitos jurídicos desde a suaentrada em vigor, tem aplicação direta, imediata, mas não integral, pois podem sofrerrelativizações e condicionamentos por parte do poder público. Exemplos: Art. 5º XIII eXV e Art. 93 IX CF.

As normas de eficácia limitada produzem efeitos jurídicos mínimos, poisdependem de atuação futura por parte do poder público. Tem incidência indireta emediata, pois dependem de atuação futura por parte do poder público. Dividem-seentre programáticas e institutivas. As primeiras estabelecem diretrizes e metas quedevem ser cumpridas pelo poder público, principalmente no que tange a questõessociais. Exemplos: Art. 196, 205 e 215 CF. Já as normas institutivas ou organizatóriascriam órgãos e funções que deverão ser regulamentados por parte do poder público.Exemplos: 134 §1º e 93 Caput.

O mandado de injunção surgiu em 88 com o propósito de defender a plenaefetividade de normas constitucionais de eficácia limitada dependentes deregulamentação. Não se empresta a defesa da efetividade da norma contida, pois esta

 já possui normatividade máxima.

Tema IX – Teoria do Controle de Constitucionalidade

A) 

PrincípiosO controle de constitucionalidade tem a finalidade de verificar se as normas

elaboradas pelo poder legiferante estão em conformidade com a Constituição Federal,promovendo assim uma unidade no ordenamento jurídico pátrio. O Controle deconstitucionalidade tem sua razão de ser no princípio da supremacia da constituição, sendoesta o coração do ordenamento jurídico.

O controle de constitucionalidade visa defender a supremacia da constituição federal,a unidade do ordenamento jurídico e os direitos e garantias fundamentais. O controle é averificação da compatibilidade material e formal das normas produzidas no país de acordocom a constituição federal.

B)  Históricoa.  No direito comparado

i. 

EUA, Marbury X Madison, 1803 (Difuso)ii.  Modelo Europeu em geral, Áustria, 1920 (Concentrado)

Desde 1803 os EUA realizam o controle difuso de Constitucionalidade que permite quequalquer juiz ou tribunal possa aplicar ou deixar de aplicar uma lei, de acordo com o seu livreconvencimento. Em 1920 surgiu o modelo europeu de fiscalização permitindo que somenteum tribunal, ou seja, a corte constitucional possa realizar a fiscalização.

b. 

No direito brasileiroNo direito brasileiro o sistema difuso surgiu em 1891 e a ação mais importante do

controle concentrado nasceu em 1965 com a representação de inconstitucionalidade, hojedenominada ADI. Portanto, o sistema brasileiro é misto (combina o difuso com o concentrado).

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C)  Tipos de Inconstitucionalidadea.  Material (nomoestática) – Conteúdo material da Leib.  Formal (nomodinâmica) – Processo Legislativo

i.  Subjetivo   Vício de iniciativa (quem detém a iniciativa Art. 61§1ºCF) e Vícios de Competência (o ente que detém competência -

Art. 21 a 25 e 30CF).ii.  Objetivo   Vícios nos demais atos do processo legislativo(Exemplo: Derrubada do veto).

c.  Total/Parcial   Em nome do princípio de constitucionalidade das leis épossível que seja declarada a inconstitucionalidade de apenas uma palavraou expressão.

d. 

Por ação Ação Direta de Inconstitucionalidade, que tem como objeto a“lei” que combate uma conduta comissiva. 

e.  Por omissão   Ação de Direta de Inconstitucionalidade por Omissão(ADO) que tem como objeto a inexistência da lei que combate a condutaomissiva. Exemplo: Art. 37, VII CF

D) 

Modalidades de controlea. 

Quanto ao momentoi. 

Preventivo (“A priori”)  Tem como objeto um projeto de lei ouuma proposta de EC.

ii.  Repressivo (“A posteriori”) A lei ou a emenda já nasceram.b.  Quanto ao órgão

i.  Político (Legislativo e Executivo)ii.

 

JudicialO controle preventivo de constitucionalidade é normalmente político tendo em vista

que é realizado pelo legislativo e pelo executivo no processo de elaboração das leis. Comoexemplos, podemos destacar: O parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e o vetoformal do presidente da república. Por sua vez, o controle repressivo é normalmente judicial edivido entre os sistemas difuso e concentrado.

Segundo a jurisprudência do STF é possível que por meio de um Mandado deSegurança Preventivo impetrado por parlamentar no curso do de um processo legislativoinconstitucional seja feito o controle preventivo judicial de constitucionalidade. A legitimidadepara impetrar tal MS é exclusiva do parlamentar, não pode o cidadão ou o partido políticoimpetrar tal MS.

São exemplos de controle repressivo político: O Art. 49, V CF que prevê a possibilidadedo congresso nacional sustar os atos do presidente que tenham exorbitado os limites dadelegação legislativa. O art. 62, §§ 5º e 9º destacam o controle repressivo político realizadopor meio de um parecer de uma comissão mista de deputados e senadores, que tem comoobjetivo avaliar a compatibilidade da MP com a constituição federal.

E) 

Quadro comparativo: Difuso/Concentrado

Difuso ou Aberto (“Concreto”)  Concentrado, Reservado ou Fechado (“Abstrato”) 

Qualquer tribunal ou juiz STF (em defesa da CF) e TJ (em defesa da CE)

Qualquer pessoa (Autor, Réu, Terceiros eJuiz ou tribunal de ofício).

Art. 103, I a IX CF; O STF faz a divisão entrelegitimados ativos especiais precisam comprovarpertinência temática3 (IV,V e IX)e os universaisque não precisam comprovar tal pertinência (I, II,III, VI, VII e VIII.

Via incidental, de defesa, de exceção. Via direta, Principal, de ação4. É o mérito.

“Inter Partes”5  “Erga Omnes” 

3 Interesse de estar em juízo, ou seja, a relação entre o objeto da ação e o interesse defendido em juízo.4 ADI, ADC, ADO e ADPF.

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Obs: O partido político deve ter representação no congresso nacional, ou seja, em pelo menosuma das casas. A perda superveniente da representação política no curso da ação não acarretaextinção do feito sem decisão de mérito, pois o momento de aferição sobre a existência ounão da representação é quando da propositura da ação. O partido político é legitimadouniversal tendo em vista o seu importante papel na defesa das instituições democráticas.

F) 

Princípios da Reserva de Plenário (Art. 97 CF; Arts. 480 a 482 CPC; SúmulaVinculante 10)Quando a CF se refere a tribunal, o que se quer dizer é pleno; Porém no art. 93, XI CF

permite a criação de órgão especial nos tribunais com 25 membros ou mais. No caso do TJ-RJnão existe pleno, e sim órgão especial. Esses órgãos especiais podem declarar ainconstitucionalidade de lei, por quórum maioria absoluta.

Os tribunais são divididos também em órgãos fracionários (Câmaras, Seções e Turmas),estes órgãos não podem declarar lei inconstitucional, salvo nos casos em que já houverprecedentes de inconstitucionalidade da norma no mesmo tribunal.

O princípio da reserva de plenário visa defender a presunção de constitucionalidade dalei. Somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ou do respectivo órgão

especial a lei poderá ser declarada inconstitucional. Portanto, os órgãos fracionários nãopodem em princípio declarar a inconstitucionalidade da lei, salvo na forma do art. 481§únicoCPC, se houver precedente pela inconstitucionalidade da lei no próprio tribunal ou no STF.

Esse princípio se aplica tanto no sistema difuso quanto no concentrado. A SV. 10reforça o princípio presente no Art. 97. O princípio hora analisado não se aplica as TurmasRecursais de Juizados Especiais, que são órgãos de primeiro grau6.

G)  As ações do controle concentrado (Ferramentas e Armas)Tem como objeto declarar a inconstitucionalidade de:

a. 

ADI (102, I,a)Lei ou ato normativo federal/estadual.b.  ADC (102, I, a)  Lei ou ato normativo federal (Art. 14, III, L9868/99);

Apesar de presumida constitucional, a aplicação da lei não é obrigatória,uma vez que por conta do sistema difuso a lei federal pode deixar de seraplicada. Visa evitar que o judiciário vire uma loteria. O Art. 14, III,L9868/99 indica que a petição inicial da ADC deve ter cópia de decisões

 judicias controvertidas a respeito da aplicação da lei, objeto da ação. Naforma do Art. 24 L9868/99 concluímos que a ADI e a ADC possuemnatureza ambivalente, dúplice ou fungível, pois é possível se extrair adeclaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade emqualquer uma delas.

c.  ADO (103, §2º)  Omissão Inconstitucional. Pode haver omissãoconstitucional total (Art. 18 §4º CF e Art. 37 VII CF) ou parcial, a lei existe,mas não consegue atingir o fim constitucional (art. 7º, IV CF).

d.  ADPF (102, §1º)Lei Municipal/Norma pré-constitucional. As normas pré-constitucionais não retiram fundamento jurídico de validade da CF atual. Anorma pré-constitucional não poderá ser declarada inconstitucional em

5  Se o STF declarar a inconstitucionalidade da norma no sistema difuso, deverá comunicar ao SenadoFederal que, na forma do Art. 52, X CF, poderá quando quiser editar uma resolução dando efeito ergaomnes a decisão do STF. Em nome da separação de poderes o senado não é obrigado, tão pouco temprazo para editar a referida resolução. Se decidir pela edição da resolução deverá seguir os limitesindicados na decisão do supremo, ou seja, não pode suspender em parte lei declarada completamenteinconstitucional pelo STF. Não pode adotar posicionamento diferenciado do STF, suspendo apenas aparte que ache inconstitucional da lei, pois a discricionariedade neste caso limita-se a produzir aresolução nos termos comunicados pelo STF. Essa atuação do art. 52, X não está presente no sistema

concentrado, pois nesse caso todas as decisões do STF produzem efeitos erga omnes.6 Não são propriamente órgãos de primeiro grau. Os juizados representam um microssistema próprio. Aterminologia é inadequada.

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face de uma constituição que não existia quanto à época de sua criação.Esta lei será revogada, e não declarada a inconstitucional. Para o STF umanorma válida, não se torna invalidade com a superveniência de uma novaconstituição, por isso a norma pré-constitucional não pode ser declaradainconstitucional com base na atual constituição nova, daí porque a ADPF

pode ser ajuizada para pleitear a revogação da lei. Protege os preceitosfundamentais, segundo o STF em rol exemplificativo:i.  Art. 1º a 4º CF, princípios fundamentais;

ii.  Art. 5º a 17 CF, direitos e garantias fundamentais;iii.  Art. 34, VII CF, princípios sensíveis;iv.

 

Art. 37, parte inicial CF, Princípios da Administração pública;v.

 

Art. 60 CF, cláusulas pétreas;OBS: Na forma do Art. 4º §1º L9882/99, concluímos que a ADPF é uma ação residual,

ou seja, só pode ser ajuizada quando não couber nenhuma das ações do controle concentrado,se couber ADI não cabe ADPF.

OBS2: Todas as decisões de mérito do STF no controle concentrado são irrecorríveis,

não cabe ação rescisória somente embargos declaratórios.

Tema X – Controle Concentrado Estadual (Art. 125, §2º CF)

A) 

Parâmetro: CE (até as observâncias obrigatórias)Art. 11 ADCT CF88 traz a obrigatoriedade de que todo estado membro tenha sua Carta

Estadual. Munícipio e Distrito Federal possuem lei orgânica. Desta forma, o parâmetro para ocontrole de constitucionalidade é a Constituição Estadual.

Segundo orientação do STF toda a constituição do estado inclusive as normas deobservância obrigatória ao modelo federal servem como parâmetro do controle deconstitucionalidade estadual.

O art. 125 §2º CF determina que cabe aos estados instituir a RI no âmbito estadual. Acompetência para julgamento da RI é o TJ o Estado. A RI é a ADI estadual.

B)  Ação: Representação de Inconstitucionalidade e as demais?Não há óbice para que o poder constituinte derivado decorrente institua outras ações

de constitucionalidade.Segundo orientação do STF é possível que os estados membros instituam outras ações

no controle concentrado estadual além da RI desde que utilizem como parâmetro a cartaestadual.

C)  Órgão competente para julgamento: Tribunal de JustiçaD)  E os legitimados ativos? É preciso reproduzir o art. 103, I a IX?Na visão do STF o Art. 103, I a IX não são de reprodução obrigatória no plano estadual,

sendo, entretanto vedada a legitimidade de agir a apenas um órgão, exemplo: na CERJ podeajuizar a RI o defensor público geral do estado e no plano federal o defensor público geral daunião não pode ajuizar as ações do controle concentrado de constitucionalidade.

E)  As decisões do TJ são irrecorríveis?As decisões de mérito do controle concentrado federal são irrecorríveis não cabe ação

rescisória somente Embargos de declaração. Entretanto, as decisões de mérito do TJ nocontrole concentrado estadual são passíveis de RE, caso violem a CF na forma do Art. 102 III ACF.

Tema XI – Modulação Temporal dos Efeitos da Sentença que declara a inconstitucionalidade

da lei. (Art. 27, L9868/99)

Regra Geral: Ex TuncExceção: Ex Nunc/ Pro futuro/prospectivos 2/3 dos ministros.

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Na forma do artigo 27 da L9868/99, em caso de interesse público e segurança jurídicao STF pode manipular os efeitos temporais decidindo por 2/3 dos seus membros que a normavai deixar de produzir seus efeitos a partir da decisão ou de quando a corte entender que osefeitos devam deixar de ser produzidos. Essa técnica de manipulação dos efeitos temporais dasentença é adotada pelo STF tanto no sistema difuso quanto no concentrado.

Tema XII – Medida Provisória

A)  Base LegalA MP é um ato normativo primário porque retira fundamento jurídico de validade

diretamente da CF. A MP também é uma norma precária, tendo um prazo determinado paraprodução de seus efeitos. A MP tem força de lei ordinária, ou seja, não pode dispor de matériareservada a LC.

B)  MP nos Estados e MunicípiosDe acordo com o princípio da simetria é possível que as medidas provisórias sejam

instituídas no plano dos Estados e Municípios desde que haja previsão nas respectivas cartasestaduais e leis orgânicas municipais.

C) 

“Análise dos critérios de relevância e urgência” em juízo. Segundo o STF, excepcionalmente, é possível sim que os critérios de relevância e urgênciasejam apreciados em uma decisão judicial. Desta forma, MP pode ser decretadainconstitucional por ter desrespeitado tais critérios.

D)  Limitações Materiaisa.  Expressas Art. 62 §1º CF; Art. 73 ADCT; Art. 25 §2º CFb.  Implícitas Em nome do princípio da separação dos poderes a MP enfrenta

limitações materiais implícitas que impedem que o presidente edite MP sobrematéria reservada ao congresso nacional na forma do Art. 49 CF privativa dacâmara e do senado na forma dos artigos 51 e 52 respectivamente.

E)  Noções de Procedimentoa.  Prazo  60 dias, admitida uma prorrogação por mais 60 dias. É possível que

uma MP produza mais que 120 dias de efeito jurídica, tendo em vista que naforma do Art. 622 §4º CF o prazo ficará suspenso durante o recessoparlamentar.

b. 

Casa Iniciadora Art. 62 §8º CF.c.  Vedação à reedição na mesma sessão legislativa que ocorreu sua rejeição 

Art. 62 §10º CF.

Tema XII – Remédios Constitucionais (Art. 5º, LVIII a LXXIII CF)

HC HD MI AP MSNasce em 1891 Nasce em 1988 Nasce em1988 Nasce em 1934 MSI1934 / MSC88Liberdade de ir e vir; Exclusivamente Dados Direito fundamental Direitos Difusos; Remédio residual;

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Gratuito (LXXVIII); Semadvogado; Preventivo:Salvo Contudo;Repressiva: Alvará desoltura. Em nome doprincípio dauniversalidade o HC

pode ser impetradopor qualquer pessoanatural ou jurídica,nacional ouestrangeira. A açãodispensa a capacidadecivil para estar em

 juízo e por isso, atéincapazes podemapresenta-la7.

pessoais (nome, saúde,estado civil...) dadospúblicos devem serobtidos pelo MS;Personalíssimo,somente o titular podeutilizar o HD, portanto

não cabe HD paraconhecer dados sobreterceiros8; Gratuito;Súmula 2 STJ, não seexige o esgotamento deinstância e simtentativa de acesso aodado; Segundo

 jurisprudênciamajoritária da negativade obtenção dacertidão cabe MS e nãoHD.

dependente deregulamentação;Exemplo: Art. 37, VII;40, §4º CF. MI podeser individual oucoletivo. Até 2007 oSTF adotava posição

não concretista geralque em nome daseparação dos poderesimpedia que o

 judiciário aplicasse poranalogia lei jáexistente para suprir aomissão normativa etambém nãoautorizava o judiciárioa fixar prazo para olegislador legislar

9.

Legitimidade Ativa daAP é o Cidadão; Deacordo com a CF a APsó pode ser propostaspelo cidadão, que ébrasileiro nato ounaturalizado em pleno

gozo dos seus direitospolíticos10. Por isso,nem toda pessoa nemtodo brasileiro poderáajuizar a AP. PJ e MPtambém não podemapresentar a ação;Proposta de Boa-féserá gratuita; Já deMá-fé será onerosa;

prova préconstituída.Pode ser preventivo ourepressivo (120 dias);Não admite dilaçãoprobatória tendo emvista que precisa deprova préconstituida,

tendo em vista que orito da ação é sumário.S. 266 STF não cabeMS contra lei em tese.

Não se admite o princípio da fungibilidade em remédio constitucional, ou seja, não seaproveita um remédio em lugar do outro.

Tema XIII – Organização do EstadoA)  A federação

Na federação o poder não está concentrado nas mãos da união, está distribuído entre osentes. Diferente é o caso do estado unitário. Na federação dos entes que manifestamforça política são: U – E  – DF – M = RFB; Estes entes gozam de autonomia que é a tríplicecapacidade (Autoorganização, Autogoverno, Autoadministração). A RFB é quem goza desoberania. A carta de 88 não conferiu aos territórios autonomia, ou seja, a tríplicecapacidade.

B)  Repartição de competências. Princípios da predominância de interesses.O princípio da predominância de interesses norteia o sistema de repartição de

competências, ou seja, se a matéria for de interesse nacional, cabe a União legislar se deinteresse regional aos estados, e se de interesse local aos municípios. Se a matériainteressar a todos os entes provavelmente estamos diante de competências comuns ouconcorrentes previstas nos artigos 23 e 24 respectivamente.

C)  Divisão Geográfica Art. 18, §3º, §4º CF;

E (Art. 18 §3º CF) M (Art. 18 §4º CF)

Plebiscito; LC Federal; Estudos de viabilidade; Plebiscito; Leiestadual no período fixado por LC Federal. EC57/08 criou o Art. 96 ADCT.

D) 

Vedações Equilíbrio Federativo. Art.19 CF;a.

 

Princípio da Laicidadeb.

 

Princípio da presunção de veracidade dos documentos públicosc.  Princípio da Isonomia

7 A doutrina brasileira do HC defendida por Rui Barbosa permitia que o remédio fosse utilizado para defender vários direitos

fundamentais e não apenas a liberdade de ir e vir.8 A jurisprudência admite que os herdeiros do titular falecido impetrem o HD buscando seus dados.

9 Desde 2007 o STF numa verdadeira virada jurisprudencial vem adotando posições concretistas que não se limitam a declarar amora do poder omisso, determinando muitas vezes a aplicação analógica de lei já existente para suprir a omissão normativa.Como exemplo podemos citar a aplicação da lei de greve do empregado de empresa privada para suprir a omissão da lei de grevedo servidor público do Art. 37, VII CF.10

 Nem todos que possuem a capacidade eleitoral ativa possuem a capacidade eleitoral passiva. Nem todos que podem votarpodem ser votados, entretanto, todos que possuem a capacidade eleitoral passiva possuem a capacidade eleitoral ativa, pois sópode se eleger aquele que pode votar, tendo em vista que na forma do artigo 14 §3º CF, o alistamento eleitoral é uma dascondições de elegibilidade. 

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i.  Exceções: Art. 12 §3º CF; Art. 5º LI CF; Art. 222 CF;