caderno bairros - 23/03/2011

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Quarta-feira, 23 de março de 2011 páginas 4 e 5 A VOZ DOS BAIRROS Banheiros novos nas praças da cidade Bairros Em busca do seu espaço Na terra da uva e do vinho, pouco mais de duas mil pessoas possuem algum tipo de deficiência. Através de iniciativas e união, esta parcela da população busca a garantia de seus direitos. página 3 página 3 BETTINA SCHÜNKE Santo Antônio Festeiros da paróquia são homenageados página 7 BETTINA SCHÜNKE BETTINA SCHÜNKE Comercial O campeão do bairro Universitário página 6 ARQUIVO Solidariedade Sopão para os moradores do bairro Zatt

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Jornal Semanário - Edição 2705 - 23/03/2011 - Bento Gonçalves - Caderno Bairros

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Page 1: Caderno Bairros - 23/03/2011

Quarta-feira, 23 de março de 2011

páginas 4 e 5

A VOZ DOS BAIRROS

Banheiros novos nas praças da cidadeBairros

Em busca do seu espaçoNa terra da uva e do vinho, pouco mais de duas mil pessoas possuem algum tipo de deficiência. Através de iniciativas e união, esta parcela da população busca a garantia de seus direitos.

página 3

página 3

BETTINA SCHÜNKE

Santo AntônioFesteiros da paróquia são homenageados

página 7

BETTINA SCHÜNKE

BETTINA SCHÜNKE

ComercialO campeão do bairro Universitário

página 6

ARQUIVO

Solidariedade Sopão para os moradores do bairro Zatt

Page 2: Caderno Bairros - 23/03/2011

Editorial

Edição: Bettina Schünke [email protected]ção: Noemir LeitãoRevisão: Márcia [email protected]ção: Maiara [email protected] Gráfico: Maiara Alvarez

2 Quarta-feira, 23 de março de 2011 Bairros

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2705, de quarta-feira, 23 de março de 2011, do Jornal Semanário

Bairros

Direção: Henrique Alfredo [email protected] A. Antonini, 451Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RSFone: 54 3455-4500

Lixo que não é lixoARTIGO

A experiência adquirida ao longo de mais de 30 anos militando nas questões ambientais, nos concedeu uma visão, acredito, diferen-ciada do que efetivamente é lixo.

Por questões culturais, muitas vezes, não muito acertadas, con-vencionamos chamar de lixo, tudo aquilo que, na nossa visão, não presta mais. Entretanto, se observarmos com mais atenção, tudo aquilo que jogamos na lata ou no saco do “lixo”, somente 10% ou 12% que foi colocado lá poderia efetivamente ser chamado de lixo. Que façamos uma espécie de reciclagem das nossas consciências, e depois, arregaçar as mangas e proceder a separação do que é maté-ria orgânica e inorgânica e não lixo.

Com o intuito do bem estar das futuras gerações em relação às questões ambientais, a população necessita adotar a política dos “4Rs”. Inicialmente devemos nos reeducar, alterando nossas ati-tudes, incentivando familiares e amigos a adotarem posturas que beneficiam a natureza. Outro ponto que devemos trabalhar é a re-dução na geração dos resíduos, assim menos “lixo” teremos para descartar.

Os outros “2Rs” são a reciclagem, onde o material usado, poderá ser transformado em novos produtos para o consumo, evitando o uso e a extração da matéria-prima bruta. E a reutilização, na qual, se utilizamos alguns materiais por mais tempo, aumentamos sua vida útil.

Trabalhando nossas atitudes baseadas nessa política e a partir dela dermos alguns pequenos passos, como desenvolver o hábito de lavar ligeiramente os vasilhames de refrigerante, leite, conservas, entre outros, mesmo quando estão separados. Utilizar o resíduo or-gânico como adubo a horta de casa. Escolher na hora das compras produtos que utilizam menos embalagens, apenas com um tipo de material e as que não são individualizadas. Se adotarmos essas atitudes estaremos nos tornando consumidores mais responsáveis e estaremos colaborando com as associações de recicladores e com a própria saúde do nosso Planeta. Não podemos esquecer que, quan-to mais reciclarmos nossas embalagens, menos estaremos retirando da natureza para produzi-las. Igualmente, acontece com o resíduo orgânico, que se transformado em composto teremos um excelente adubo e com isso devolvemos a terra os nutrientes que dela retira-mos.

Como se pode observar há muito pouco lixo ao nosso redor se soubermos reciclá-lo . Porém para que isso ocorra, precisamos an-tes de tudo reciclar nossas atitudes e nossa consciência.

Luiz Augusto Signor

Presidente da Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente

Natural (ABEPAN)

Pouco mais de duas mil pessoas que moram em Bento Gonçal-ves possuem alguma deficiência. Não é um número tão expressivo se comparamos com os outros 105 mil que residem na cidade. Mas isso não significa que estas pessoas não mereçam atenção. Acolhedora, a cidade sabe receber – e muito bem – os milhares de turistas que aqui visitam, mas precisa aprender a acolher as pessoas que possuem alguma deficiência, seja ela física, auditiva, intelectual, visual, e assim por diante. Mas é só oferecer espaço para as pessoas certas, que as coisas acontecem. Veremos nas páginas centrais inicia-tivas que servem de exemplo para todos desta cidade. Acompanhe exemplos de pessoas que clamam por um pouco mais de atenção diante de suas dificuldades e deficiências.

Mas veremos também que existem cidadãos comprometidos e dispostos a doar parte de sua vida e de seu tempo para abrir novas oportunidades de realização e felicidade desta gente que é gente daqui. Leia e se envolva.

Enquete: Qual sua opinião sobre a realização de feiras em Bento?

“Eu acho que é muito bom porque aumenta o turismo e movimenta o comércio de toda a cidade”.Iraci Orsato, 47 anosLinha Paulina

“Acho muito bom. Abre espaço para a cidade e municípios da região. É gratificante receber pessoas de várias cidades”.Jair Lagunas, 42 anos Progresso

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

“É positivo. Fomenta o turismo, faz com que as empresas locais cresçam. Além disso, aumenta o mercado de trabalho”Janete Bianchi, 39 anosBotafogo

Direção: Henrique Alfredo [email protected] A. Antonini, 451Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RSFone: 54 3455-4500

Page 3: Caderno Bairros - 23/03/2011

Foi lançado no sábado, 19, no bairro Licorsul, o ga-binete móvel para atendimento direto nos bairros da ci-dade. A ideia veio através da vereadora Marlen Peliciolli (PPS), que inova nesta questão para ficar mais próxima da população que tanto necessita. Isso começa a fluir positivamente, pois a iniciativa revela com entusiasmo a busca por soluções para a melhoria da infraestrutura nos locais de difícil acesso do poder público.

No bairro Vila Nova III, mesmo que as residências existentes nesta comunidade tenham iluminação pública e boa infraestrutura, está faltando uma reforma das ruas, ou seja, pavimentação em todo o prolongamento das quatro vias que têm no local. Já foram solicitados diver-sos pedidos no sentido de haver esta pavimentação, mas ainda não existe nada de concreto. Com as fortes chuvas que caíram na cidade, o barro vem tomando conta dos acostamentos e da entrada das casas dos moradores.

Vejam na foto abaixo. Esta é a avenida São Roque. Neste trecho próximo à subida da caixa d’água, as cal-çadas não existem, e muitos pedestres têm que acessar a rua para transitar pelo local. O perigo ameaça, princi-palmente, os estudantes e as crianças que passam todo o dia no local, sem haver qualquer segurança. Algo deve ser feito com urgência.

Os moradores do bairro Progresso reclamam da si-tuação das ruas e dos esgotos que estão com cheiro e ainda da falta de infraestrutura em alguns lugares do bairro. Eles esperam não ser esquecidos pela adminis-tração atual, já que o Progresso é um bairro enorme e que precisa de uma melhor atenção.

No bairro Zatt, duas reclamações tomam conta da irresignação dos moradores. Os matos estão esconden-do a própria escola que existe no local. Até o momento a limpeza esqueceu de passar por lá. Outra solicitação diz respeito à rua Alziro Pedroso Fã que tem os esgotos entupidos e cheirando mau, causando transtornos para quem passa pelo local. É hora é de buscar solução de imediato.

Finalmente uma boa notícia. Além dos banheiros públicos da Praça Walter Galassi, no centro que está sendo reformado, existe uma grande possibilidade de serem avaliados os demais banheiros das demais praças, como a Centenário, Vico Barbieri e das Rosas na Cidade Alta. E, se isso ocorrer, com certeza para os eventos que ocorrerem na cidade, os banheiros serão de luxo para a população, principalmente os turistas.

BETTINA SCHÜNKE

3Quarta-feira, 23 de março de 2011BairrosA VOZ DOS BAIRROS

Noemir Leitã[email protected]ão para os

moradores do Zatt

Solidariedade

Associação Água Viva entrega alimentos para os necessitados do bairro

Ajudar as pessoas sempre foi um desejo forte entre

os moradores do bairro Zatt, de Bento Gonçalves. E uma das formas encontradas por um gru-po de moradores da região tem ajudado muitas famílias que mo-ram tanto no bairro, como tam-bém nas localidades próximas.

Todos os sábados pela manhã, a Associação Evangélica Água Viva prepara e organiza um so-pão, entregue para as famílias carentes da região.

O idealizador da ação é Alfeu Siqueira, 43 anos, pastor da igre-ja pentecostal Fonte de Água Viva, instalada na comunidade há oito anos. Siqueira conta que a ideia surgiu de um sonho pes-soal, que era ajudar, de alguma forma, as pessoas necessitadas. “Nossa prioridade é ver as pes-soas felizes. Estamos satisfeitos com o trabalho que estamos fa-zendo aqui”, disse Siqueira.

Natural de Marau, interior do Estado, e morando em Bento Gonçalves há 20 anos, Siquei-ra tem a ajuda de outras seis pessoas, que dedicam há quatro anos, os sábados pela manhã para irem até a sede da asso-ciação preparar e distribuir os alimentos. “As comidas para a sopa são arrecadadas através de

parcerias com empresas e mora-dores do bairro. É tudo feito de forma voluntária e com muito carinho”, completa Siqueira.

Para receber o alimento, basta comparecer com uma panela ou pote na associação. Em média, são entregues mais de 200 por-ções de sopa a cada sábado.

Além da sopa, a associação também arrecada roupas e equi-pamentos eletrônicos, como computadores, para serem en-tregues às famílias mais carentes do bairro. “O bairro tem mais de mil famílias. Mas nós conhe-cemos estas pessoas e sabemos de sua situação. A pessoa vem

aqui e diz que precisa de roupas e nós, na medida do possível, tentamos ajudar”, explica Si-queira.

O grupo também auxilia a li-nha KM2, localizada no distrito de Tuiuty, com a doação de rou-pas e alimentos. “Nós constru-ímos uma igreja na localidade há cerca de dois anos. Além de alimentos e roupas também do-amos sementes e instalamos no local uma horta onde as famílias podem colher frutas e verduras como milho, feijão e verduras”, disse Siqueira.

Bettina Schünke

Semanalmente, são entregues mais de 200 porções do sopão

[email protected]

Page 4: Caderno Bairros - 23/03/2011

4 Quarta-feira, 23 de março de 2011 Bairros

Rodrigues ficou tetraplégico em 2007 e a superação está presente em sua vida

Professor Jeferson Trivelin ensina crianças com deficiência a tocarem instrumentos musicais Caispede, criada em 2009, está promovendo curso de capacitação e de Libras

Bettina Schünke

Que Bento Gonçalves é uma cidade plural e mul-

ticultural não é novidade para ninguém. Com mais de 100 mil habitantes, a capital da uva e do vinho abriga pessoas oriundas de vários países, com vários estilos e formas de viver. Mas Bento Gonçalves também é uma cidade acolhedora. Sabe muito bem receber e acolher todos os que visitam o muni-cípio, ou vem morar aqui, mas precisa ainda apreender a lidar com as pessoas que possuem uma ou outra forma de defi-ciência. Pouco mais de 2% da população da cidade, aproxi-madamente, 2.272 pessoas têm algum tipo de deficiência, seja ela física, auditiva, intelectual, visual, autistas ou down.

A pequena e esperta Chaia-ne dos Santos Pian tem apenas cinco anos. A paralisia nas per-nas a impossibilita de caminhar e correr, porém, não impede que a menina procure reali-zar o maior número possível de atividades. Chaiane nasceu prematura e em razão da pré--eclampsia da mãe, a menina sofreu uma parada respiratória, o que afetou a parte motora, causando a paralisia dos mem-bros inferiores.

A mãe Rosele dos Santos Pian é sua fiel companheira e acompanha a filha em todas as suas atividades. A vida da du-pla poderia ser mais fácil se a cidade estivesse preparada para receber pessoas como Chaiane. Segundo conta Rosele, ela en-contra dificuldade em transitar com a filha na cadeira de rodas nas ruas de Bento Gonçalves. “Falta calçada, rampa de aces-so. Os ônibus adaptados não são frequentes e ninguém sabe dizer quais são os horários que eles circulam. É uma dificul-dade só”, explica. A dupla in-separável conta com o apoio incondicional de Evandro, pai de Chaiane, que leva a filha e esposa para a escola e demais atividades. “Todos os dias ela tem alguma coisa. Se não fosse meu marido buscar e levar, se-ria praticamente impossível sair com ela”, disse Rosele.

A família de Chaiane tem condições de pagar por um tra-tamento adequado mas, se não fosse isso, a mãe acha que seria muito mais difícil ver a evolu-ção da filha. Além de fisiote-rapia e hidroterapia, a menina também fez equoterapia, ati-vidade que utiliza cavalos para reabilitar e melhorar a quali-dade de vida das pessoas com deficiência. “O preconceito

sempre existiu, mas eu não me deixo abater. Só tenho a agra-decer pela filha maravilhosa que eu tenho”, finaliza Rosele.

Reinaldo Rodrigues ficou te-traplégico em 2007, após sofrer um acidente de carro. Com 47 anos, ele se queixa do descaso e da falta de preparo dos profis-sionais que trabalham com os deficientes. “Aqui em Bento os cuidados com o deficiente são uma lástima. Principalmente, com os menos favorecidos, que não têm condições de pagar por um tratamento particular adequado”, reclama Rodrigues. Ele conta que teve que mandar fazer um adaptador em Porto Alegre, pois não encontrou ninguém na região serrana que fizesse o trabalho. “O municí-pio está muito atrasado. É um total descaso com a população que necessita de cuidados espe-ciais”, disse Rodrigues.

Para o presidente da Asso-ciação dos Deficientes Físicos de Bento Gonçalves (Adef), Jair Lagunas, quando se fala no tema acessibilidade, não se está falando apenas em rampas nas calçadas, mas referimos a pré-dios e estabelecimentos adap-tados para receber qualquer pessoa com as mais variadas deficiências. “Quando se fala em deficiente, tem que olhar

como um todo. Em restau-rantes, os cadeirantes têm acesso com rampas, mas não tem cardápios em braile, por exemplo”, disse Lagunas.

Jair também salienta que é preciso realizar um trabalho de conscientização tanto com os moradores da cidade como com as próprias pessoas com deficiência. “Nossa cidade tem muito o que aprender ainda. As coisas estão sendo feitas, mas temos que apren-der a ter mais paciência e aguardar as resoluções”, disse.

Coordenadoria para regular

Mas a cidade caminha para melhorar a qualidade de vida dos portadores de deficiên-cia. Através da Secretaria de Habitação e Assistência Social (SEMHAS) foi criada em 17 de novembro de 2009 a lei municipal nº. 4.743, que inaugura a Coordenadoria de Acessibilidade e Inclusão da Pessoa com Deficiência - Caispede. A organização tem por finalidade elaborar, coordenar e articular políti-cas públicas que garantam a cidadania plena das pessoas com deficiência.

Segundo conta a coorde-nadora do Caispede, Marise Gaspari, Bento Gonçalves foi a segunda cidade a implantar a coordenadoria. “O nosso município serve de exemplo para as outras cidades, em relação a projetos que estão dando certo. A visão antes era de que o deficiente tinha que se adaptar à cidade. Mas agora é a cidade que tem que se adaptar para receber estas pessoas”, explica Marise.

Articulando ações nas áreas da saúde, educação, trabalho, cidadania, cultura, turismo, esporte, lazer, mobilidade e assistência social, a coordena-doria realizou em 2010, o 1º Encontro Municipal da Pes-soa com Deficiência, com o objetivo de qualificar e orien-tar os profissionais que traba-lham na área pública. “Nós não trabalhamos sozinhos, mas sim, com a transversa-lidade do serviço. Trabalha-

mos com todos os setores da sociedade. É como uma rede de pesca. Estamos todos juntos neste barco” disse Marise.

Outro projeto implantado pela Caispede, em seu primei-ro ano de trabalho, foi o proje-to Reciclando com Arte, onde pessoas com deficiência e seus familiares participaram de um curso de reciclagem de papel, oferecendo qualificação e uma opção de trabalho para eles.

Em 2011, a SEMHAS e Cais-pede estão promovendo cursos sobre a capacitação e desenvol-vimento de políticas de inclu-são da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e de Libras. Os cursos iniciaram no dia 11, com aulas nas sextas--feiras. São 35 vagas distribu-ídas conforme orientação da Fundação de Articulação e De-senvolvimento de Políticas Pú-blicas para Pessoas Portadoras de Deficiências e Altas Habi-lidades do Rio Grande do Sul (Faders) entre CRAS, secretaria municipal da Educação, Sine, Senai, Sesi, além de agências de emprego e entidades que traba-lham com deficientes.

Já o curso da Língua Brasilei-ra de Sinais (Libras) acontece em parceria com a secretaria de Educação e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. A capacitação será desenvolvida em três módulos: básico, inter-mediário e avançado. Integram essa primeira turma, professo-res e monitores de escolas mu-

Inclusão

Suprindo as diferenças e deficiências

Page 5: Caderno Bairros - 23/03/2011

5Quarta-feira, 23 de março de 2011Bairros

Rodrigues ficou tetraplégico em 2007 e a superação está presente em sua vida

Rosele Pian e a pequena Chaiane, moradoras do São Roque, encontram dificuldades em circular diariamente pelas ruas do município

Caispede, criada em 2009, está promovendo curso de capacitação e de Libras

Banda da Associação dos Deficientes Físicos ensaia todas as sextas

[email protected]

nicipais infantis e profissionais interessados na capacitação. “Estamos com outras ideias para este ano, que tem tudo para dar certo. Mas estamos aguardando algumas defini-ções”, finaliza Marlise.

Música para as crianças

Outro projeto que vem dan-do certo é na Associação dos Deficientes Físicos de Bento Gonçalves (Adef). A oficina de música tem nove alunos, que se encontram todas as sextas--feiras pela manhã, para uma aula cheia de melodias e ritmos. Instrumentos como triângu-lo, pandeiro meia lua, escaleta e tarol, são ensinados para as crianças que possuem algum

Suprindo as diferenças e deficiências

tipo de deficiência, e que fre-quentam a entidade.

Sob os olhos atentos da mãe, Gustavo Bianchi, de sete anos, toca um instrumento de per-cussão chamado tarol. Mora-dora do bairro Botafogo, a mãe Janete Bianchi conta que o filho está na banda desde o primeiro ensaio e que sempre gostou de música. “A música só tem a favorecer. Ele canta e toca. É uma forma de desenvolver tudo, a fala e os movimentos

corporais”, disse Janete. O menino, que ficou paraplégico com um ano de idade, quando questionado sobre o que gosta mais nas aulas admite: “Gosto de duas coisas. Cantar e tocar”, disse Gustavo.

A pequena Ingrid Moiano também está no grupo. To-cando tambor e pandeiro meia lua, a menina de 10 anos que nasceu com mielomeningocele – uma má formação congêni-ta da coluna vertebral – gosta muito de cantar. “No começo ela não gostava muito de vir aos ensaios, mas agora ela se entusiasmou e não quer perder um encontro. Quando ela escu-ta música no rádio é uma folia só”, disse a mãe Paula Moiano.

Quem ministra as aulas é o professor Jeferson Trivelin, de 24 anos. Há cerca de um ano e meio, Trivelin ensina as crianças a tocar instrumentos, acompanhar o ritmo e tam-bém a cantar as melodias. “O meu receio era de que o tra-balho não fosse acontecer por causa da coordenação motora delas, mas elas aprendem mui-to rápidos”, disse o professor orgulhoso.

Músicas da cultura popular como “Cai, cai balão” e “Ati-

rei o pau no gato” fazem parte do repertório da turminha, que realiza apresentações na enti-dade e também em locais onde recebe convite. “É um desafio novo. Eu adoro dar aula para eles”, completa Trivelin.

Gabrielle Orasato é a caçula do grupo. Com apenas cinco anos ela acompanha os alunos com o triângulo. “Gosto muito de tocar”, disse ela. Morado-ra da linha Paulina, interior de Bento Gonçalves, a mãe Iraci Orasato acorda às 5h da manhã para levar a menina até a asso-

ciação. “Vale muito à pena, pois a música incentiva muito seu desenvolvimento”, disse Iraci.

Ieda D’Agostine, coordena-dora da Adef, conta que a ini-ciativa surgiu em 2007, mas a entidade só conseguiu implan-tar o projeto em 2009. “Nós víamos na TV as crianças dan-çando e cantando e nós pensa-mos no que poderíamos ofere-cer para as nossas crianças, e a música é uma ferramenta que engloba todas elas”, disse Ieda.

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

DIVULGAÇÃO

Page 6: Caderno Bairros - 23/03/2011

6 Quarta-feira, 23 de março de 2011 BairrosESPORTES

[email protected]

O campeão do UniversitárioMemória Esportiva

Equipe da Sociedade Recreativa e Esportiva Comercial durou uma década e conquistou o coração dos moradores do bairro

No bairro Universitário, os moradores ainda não

esqueceram de uma equipe que fez a alegria dos torce-dores da região, por dez anos. A Sociedade Recreativa e Es-portiva Comercial foi funda-da em 1984, por um grupo de amigos que resolveu trocar o nome do time – que se cha-mava Cristófoli – para dispu-tar jogos amistosos em com-petições oficiais da cidade.

A equipe do Comercial surgiu com um quadro composto por 32 atletas e diversos membros,

de ponta no bairro. “Naquele tempo jogávamos por amor à camisa, criamos o nosso estatu-to e registramos a equipe, onde a sede era num porão de uma residência, localizada rua An-tonio Faggion, no bairro São Roque”, disse.

Segundo Dal Prá, o Comer-cial durou apenas uma déca-da. “Com a chegada de outras equipes estruturadas, como era a nossa, os atletas começaram a ganhar dinheiro nos finais de semana, o que, de fato, iniciou uma depredação do futebol amador. Mas ainda tentamos continuar, o que ficou inviável. Mas, com certeza, deixamos nossa marca e contribuição no futebol amador de Bento Gon-çalves”, afirma.

O Comercial teve outros im-portantes nomes na sua direção, como Edemir de Oliveira, o popular “Bianco”, e Vanderlei Klaus, que foi um dos grandes idealistas do clube, ao lado de Dal Prá. Hoje, alguns ex-diri-gentes e atletas do clube desta-cam a sequência de um projeto para viabilizar as equipes ama-doras da cidade, mas concor-dam que as novas gerações não conseguiram manter uma estru-tura.

Um dos atletas e participan-tes do time foi Sidney Marcon,

que atuavam nos gramados do interior. Em 1992, o time parti-cipou da Copa JR Marcante de Futebol, organizada por uma empresa da cidade, e que tinha a coordenação do então vereador, Gilmar Pessutto. Esta compe-tição substituiu o campeonato citadino daquele ano. Com os dois quadros – principal e aspi-rante –, a equipe foi campeã de forma espetacular.

Dalcimir Dal Prá foi o pri-meiro presidente do clube. Ele ressalta que foram realizados encontros e muitas reuniões com os primeiros dirigentes, na busca de formar uma equipe

43 anos. Ele conta que acom-panhou a trajetória do Co-mercial desde jovem. “Sempre tínhamos vitórias importantes, o que mostrava o empenho e a dedicação de todos os joga-dores. Mas, infelizmente, tudo que era apreciado e bem or-ganizado, não teve sequência. Joguei com bons jogadores, era

uma equipe fantástica, que foi campeã e que venceu diversos amistosos na cidade”, comple-tou. O Comercial está no cora-ção dos moradores e, o que fica na memória, é a saudade de um time que encantou uma comu-nidade inteira.

Noemir Letião

O Comercial “B” conquistou o campeonato da copa J.R.Marcante de Futebol, em 1992

Goleiro Edenir jogou muito tempo no time do Comercial

Lances do jogo final, entre Comercial e Estrela da Serra, em 1992

FOTOS ARQUIVO

Page 7: Caderno Bairros - 23/03/2011

7Quarta-feira, 23 de março de 2011Bairros

Homenagem para celebrar a féParóquia Santo Antônio

Ex-festeiros receberam honrarias, em evento realizado na sexta-feira, 18, pela organização da maior festa do município

Na sexta-feira, 18, cerca de 500 pessoas reuniram-

-se no salão paroquial da igreja Santo Antônio para homenage-ar os festeiros que, há 25 anos, organizaram a festa em home-nagem ao padroeiro da cidade.

Os casais Bernardino e Ana Luiza Brandelli, Vitalino e Nair Nichetti receberam as honras como festeiros jubilares. Já os casais Fidelis e Laura Giusti e Carlos e Claudia Tieppo foram homenageados como festeiros jubilares jovens. Todos foram condecorados pelo trabalho re-alizado no ano de 1986. Os fes-teiros de 2011 entregaram um buquê de flores, para as mulhe-res e uma imagem de Santo An-tônio, para os homens. Na ce-rimônia, que teve início às 20h, foi mostrado um vídeo com imagens relembrando a festa.

Fidelis Giusti – na época com 22 anos – lembra que o objetivo dos festeiros jovens era trazer e envolver mais a juventude na programação da igreja. “É muito gratificante estar aqui. É reviver o passado. Na época, todos eram namo-rados e, agora, estão casados. É muita bênção de Santo An-tônio”, disse Giusti. Já Laura Giusti lembra que na ocasião, eles não se deram conta da res-ponsabilidade que era organi-zar o evento. “Foi um desafio que assumimos sem a real per-cepção do tamanho de nossa responsabilidade. Mas encara-mos tudo com muita alegria. Inclusive, faltamos muitas au-las para organizar o evento”, lembra. “Cada festeiro deixa um legado. É muito gratifi-cante ser reconhecido, após tanto tempo, por um trabalho que realizamos com tanto cari-nho”, disse Carlos Tieppo.

No evento foram entregues aos casais de festeiros da edição de 2010, Idalo e Ivone Scotton, Fernando e Teresinha Tureck, Jandiro e Inês Parisotto, João e Inês Strapazzon, José e Luci-lene Panizzi e Enio e Maggada

de Paris, o troféu “Tonito”, ho-menagem ao santo que passou a ser entregue, todos os anos, aos casais festeiros, como reco-nhecimento pelo trabalho reali-zado durante a festa.

Segundo conta Fernando Tureck, um sentimento de gra-tidão toma conta de todos os ex-festeiros. “Nos sentimos gratificados pela lembrança do trabalho que realizamos, de forma espontânea, no ano passado”, disse. Sua esposa Te-resinha concorda. “É um senti-mento de satisfação. É o maior evento religioso do município, e nos sentimos alegres em co-laborar com isso”, disse Tere-sinha. “Não podemos esquecer dos nossos antepassados. So-mos muito agradecidos a eles por terem colocado esta fé em nossos corações. Eles foram exemplo de vida para nós, onde aprendemos a nos doar como eles”, disse Enio de Paris.

Segundo o padre Izidoro Bigolin, o objetivo é celebrar, agradecer e festejar. “Todos os anos temos centenas de pesso-as que colaboram com a paró-quia e com a festa de Santo An-tônio. Queremos partilhar com a comunidade as homenagens que, são simples, mas revelam gratidão e reconhecimento”. O evento também prestou ho-menagem a senhora Helena Robbo (in memoriam), cozinhei-ra coordenadora da paróquia, que, através de sua filha Rosa, recebeu uma lembrança pelos anos de trabalho prestados à comunidade.

A programação abriu, ofi-cialmente, as atividades da 133ª Festa de Santo Antônio, que ocorrerá no dia 13 de ju-nho. Os festeiros deste ano – Davi e Marli de Toni, Dirceu e Vera Franzoni, Hermes e Ju-raci Buffon, Nilso e Elena Li-viera, Rene e Sirlei Balestro e Valeri e Maria da Glória Pertile – já organizam os preparativos para a festa, que irá receber mais de 15 mil fiéis.

Em reconhecimento aos serviços prestados, festeiros da edição de 2010 receberam o troféu “Tonito”

Festeiros jubilares e festeiros jubilares jovens foram homenageados pelos 25 anos de organização da festa

[email protected]

Bettina Schünke

A equipe de festeiros de 2011 já está organizando os preparativos para 133º Festa de Santo Antônio

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Page 8: Caderno Bairros - 23/03/2011

8 Quarta-feira, 23 de março de 2011 Bairros

SociaisFOTOS MARCILEI ROSSI

Jantar dançante no São JoãoO jantar baile da comunidade São João, no bairro São Vendelino, ocorrido no dia 5 de março foi um sucesso. Cerca de 300 pessoas estiveram no evento organizado pelos casais Airton Dias e Fátima Ribeiro, Claudiomiro e Leonice Nalim, Ademir e Inês Invernizzi, e Auri e Cleci Copat.

Almoço para homenagear Nossa Senhora de LurdesMais de 370 pessoas lotaram o salão da Igreja Santa Rita, na festa em honra à Nossa Senhora de Lurdes, no dia 13 de março. A programação começou às 10h30min, com missa. Após foi servido o almoço.

MaluquicesEsta é a menina “maluquinha” do bairro Ouro Verde, Valentina Zanchettin, de apenas sete meses. Ela é filha de Bruna Daniella e Rodrigo Zanchettin.

Salete Rubbo, Maria Frâncio e Lourdes Torresan

Equipe de assadores: Geraldo Pierosan, Geronimo Stanislosaski, Antenor De Toni e Aldino Troian

Eduardo Da Campo, Vinicius Da Campo e Susimara Sensi

Lourdes De Toni Ambrosi e Gilmar Ambrosi

Ariete e Sérgio Pereira

Tania e Adilson Coelho

FOTOS FRANCIELE PICININ

NOEMIR LEITÃO