caderno bairros - 06/04/2011 - jornal semanÁrio

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Quarta-feira, 6 de abril de 2011 páginas 4 e 5 A VOZ DOS BAIRROS Esgoto entupido no Santa Helena Bairros Em busca de um lar Milhares de gatos e cachorros andam pelas ruas de Bento Gonçalves sem destino certo. Para a maioria deles, a rua se transforma em moradia. Eles vivem em busca de um pouco de atenção e carinho. página 3 Literatura Amigas se unem e criam biblioteca em uma casa no bairro Universitário página 3 BETTINA SCHÜNKE Cruzeirinho Equipe do bairro São Roque deixou sua marca na história do futebol página 8 DIVULGAÇÃO BETTINA SCHÜNKE Poesia O professor, poeta e escritor do bairro Santa Marta página 7 BETTINA SCHÜNKE

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Caderno Bairros - Jornal Semanário - Edição 2709 - 06/04/2011 - Bento Gonçalves

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Quarta-feira, 6 de abril de 2011

páginas 4 e 5

A VOZ DOS BAIRROS

Esgoto entupido noSanta HelenaBairros

Em busca de um larMilhares de gatos e cachorros andam pelas ruas de Bento Gonçalves sem destino certo. Para a maioria deles, a rua se transforma em moradia. Eles vivem em busca de um pouco de atenção e carinho.

página 3

LiteraturaAmigas se unem e criam biblioteca em uma casa no bairro Universitário

página 3

BETTINA SCHÜNKE

CruzeirinhoEquipe do bairro São Roque deixou sua marca na história do futebol página 8

DIVULGAÇÃO

BETTINA SCHÜNKE

PoesiaO professor, poeta e escritor do bairro Santa Marta

página 7

BETTINA SCHÜNKE

Editorial

Edição: Bettina Schünke [email protected]ção: Noemir LeitãoRevisão: Márcia [email protected]ção: Maiara [email protected] Gráfico: Maiara Alvarez

Leia também o blog Bairros, no site

www.jornalsemanario.com.br

2 Quarta-feira, 6 de abril de 2011 Bairros

Autoestima: alternativa para uma vida melhorARTIGO

“Depende de cada caso. Existem outros animais que também são companheiros, como gatos e pássaros” Celso de Rossi, 55 anosMaria Goretti

Enquete: O cachorro é o melhor amigo do homem?

“Eu concordo, porque o cachorro é muito amigo, companheiro. Hoje não tenho mais, mas eu já tive e ele cuidava de mim e da minha casa” Vitória Trevisan, 50 anosProgresso

“Acho que sim. Eu tenho uma cachorra que é muito companheira. Cuida da casa e a minha filha adora brincar com ela”.Daniela Bernich, 22 anosMedianeira

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2705, de quarta-feira, 23 de março de 2011, do Jornal Semanário

BairrosDireção: Henrique Alfredo [email protected] A. Antonini, 451Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RSFone: 54 3455-4500

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Os tempos realmente são outros e as exigên-cias também. O acúmulo de coisas consome energias e capacidades. Esse contexto faz com que o ser humano perca, em muitos casos, o gosto pela vida, ocasionado por um esgotamen-to físico e emocional derivado de tais exigências.

O homem precisa encontrar alternativas para modificar a situação e sentir que tem o controle sobre as coisas e que não é um ser passivo, repetidor e consumidor do que lhe é apresentado. Tarefa difícil, mas possível. Se-gundo Augusto Cury, “Apesar dos nossos de-feitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracas-sadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles”.

A autoestima é um tema contemporâneo e falar sobre ela requer uma avaliação que a pes-soa faz de si mesmo. É a opinião e o sentimen-to que cada pessoa tem de si. É ser capaz de respeitar, confiar e gostar de si, aceitar as pró-prias fraquezas e erros. Ela esta intimamente ligada a autoaceitação e a autoconfiança. A pessoa que tem autoestima não se deixa levar pelas circunstâncias externas, mas vive a partir dos seus valores interiores, fundamental para uma vida saudável.

Mesmo nas situações mais dramáticas e trá-gicas da vida sempre teremos algo a apren-der. É necessário sentir-se capaz de lidar com os fatos complicados tendo reações flexíveis. Viver com autoestima é dar um enfoque po-sitivo para as realidades presentes na nossa

Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. Talvez seja mesmo porque é uma relação recíproca, tanto da parte dos criadores como do cãozinho. Se bem tratado, tanto na alimentação, cuidados com a higiene, saúde e, principalmente, dando-lhe carinho e atenção, você terá com certeza um grande amigo e aliado para todas as horas. Isto vale também para gatos e outros bichinhos de estimação.

É muito gratificante você chegar em casa e ver a alegria do seu cachorrinho. Ele pula, sacode o rabo, late, fica em sua volta demonstrando que está feliz por ter você do lado dele. Para quem gosta de vê-los assim, também é uma alegria. Pena que algumas pessoas não têm essa consciência e, muitas vezes, descuidam de seus animais, abandonam e, por vezes, até maltratam.

Em Bento Gonçalves muitos animais, tanto cachorros como gatos, são abandonados por seus donos por muitos motivos, e acabam fazendo das ruas da cidade sua casa.

Hoje em dia, graças a pessoas que se envolvem em trabalhos e projetos voluntários, pensando na melhoria e bem-estar destes animais, alguns são resgatados das ruas e ganham uma nova vida.

Mas todo este problema seria evitado se, na hora de adotar um animal de estimação, o proprietário verificasse se tem condições de ter um bichinho em sua residência. Um animal envolve muitas despesas e muita atenção. É preciso estar consciente no momento da adoção de que ele será seu companheiro por muitos anos, e você não poderá descartar o animal assim como faz com o lixo.

existência.Na rede social e educacional precisamos

incentivar a autoestima como peça chave no processo de aprendizagem. O diálogo nos permite meios de compreensão e de relação satisfatória com o outro no direcionamento da nossa vida. Somos alimentados em nossa autoestima quando, independente da faixa etá-ria, somos respeitados em nossas opiniões e desejos, quando somos amados, valorizados e encorajados a confiar em nós mesmos. Preci-samos a cada instante alimentar a autoestima como o impulsor do nosso ânimo. Isso nos conduz a felicidade, que é essencial para viver plenamente.

Portanto, um grande desafio surge no pro-cesso educacional. Enquanto pais e educado-res, temos o papel fundamental de intervir, de corrigir, mas sempre de modo muito respeito-so, generoso e amoroso, mesmo sabendo que em alguns momentos precisamos ter atitudes fortes e firmes na educação, pensando no bem e no desenvolvimento pessoal e continuo.

Educar é complexo, pois somos seres úni-cos em nossa essência e personalidade, mas é gratificante ver alguém se tornando o autor e protagonista de sua vida com a convicção de que precisa ser ele mesmo, acreditando que está no lugar certo e que é capaz de enfrentar as adversidades e vencê-las.

Michele Nunes

Diretora da E E E F General Amaro Bittencourt

3Quarta-feira, 6 de abril de 2011BairrosA VOZ DOS BAIRROS

Noemir Leitã[email protected]

[email protected]

Livros e histórias para toda a comunidade

Universitário

Estudantes da 8ª série cuidam de biblioteca comunitária no bairro

Thainá Tavares e Emanuele Marcon são estudantes da

oitava série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ernes-to Dorneles. Em razão do gosto pela leitura, desde 2007 a dupla de amigas – ambas de 13 anos – cuida e organiza uma biblio-teca comunitária. Com o nome de Biblioteca Mario Quintana, o espaço está montado no porão da casa de Thainá, localizada no bairro Universitário.

A ideia de montar uma bi-blioteca surgiu das próprias garotas. “Meu pai queria mon-tar um cantinho para estudar e aí surgiu a ideia de abrir o

espaço para toda a comunida-de”, explica Thainá. Com mais de seis mil exemplares, entre livros didáticos, de literatura e revistas, as garotas foram arre-cadando os exemplares através de doações, batendo de porta em porta na casa dos vizinhos e também através de doações de escritores que apoiaram a iniciativa.

A biblioteca esta à disposição de todos os moradores da cida-de para o empréstimo gratuito de livros. Quem reside na região procura o local para leitura e es-tudos. “Muita gente vem aqui para fazer os trabalhos escola-res”, conta Emanuele.

Com dez anos de idade, as

garotas receberam notorieda-de e foram homenageadas pela Feira do Livro da cidade, com a distinção de “Amigas do Livro” e receberam o troféu Adyles Ros de Souza.

Lendo atualmente o livro “Morro dos ventos uivantes”, obra da autora Emily Bronte, Thainá conta que o porão de sua casa já não comporta o nú-mero de livros e falta estante para expor todas as obras arre-cadadas. “A ideia é mantê-la no mesmo local, mas precisamos de estantes para continuar rece-bendo as doações e emprestar os livros”, disse.

Hoje, a biblioteca não possui a mesma procura inicial, mas a intenção é, mesmo assim, seguir com o trabalho por tempo in-definido. Emanuele, disse que, quando surgiu a biblioteca, o espaço era bem movimentado. “Agora, a procura está bem fra-ca. Acho que as pessoas esque-ceram que aqui tem um espaço para elas. Falta também o hábito de ler”, disse a leitora da coleção de Harry Potter.

A biblioteca Mario Quintana aceita doações de estantes e fun-ciona, no turno da tarde, na rua Ferrúcio Fasolo, 141, no bairro Universitário

BETTINA SCHÜNKE

As amigas leitoras possuem mais de 6 mil livros para empréstimo

Bettina Schünke

No bairro Santa Helena, os moradores reclamam da situa-ção dos esgotos que estão entupidos. Quando chove, como nas últimas semanas, há muitos alagamentos em todo o prolonga-mento das ruas. Até mesmo as residências que ficam na parte baixa do bairro acabaram sendo prejudicadas com as águas que adentram em vários cômodos causando transtornos para as pessoas. O bairro quer uma definição na questão do tratamento e de uma nova canalização.

Na rua Ari da Silva, no bairro Vila dos Eucaliptos, existe muito lixo jogado nas encostas da rua e que, muitas vezes, fica à espera da coleta. Os moradores colocam os resíduos em locais próximos dos barrancos, pois não há lixeiras suficientes para suprir o acúmulo de lixo orgânico neste local. Eles querem mais coletores em pontos estratégicos para que o lixo não seja espa-lhado e, com isso, venha a causar transtorno.

E continua a luta dos moradores da avenida São Roque, para resolver a questão dos estacionamentos, já que, com a cria-ção da nova circulação do trânsito, ficou difícil de se achar lugar apropriado para estacionar. Quem sofre com tudo isso, sem dúvida, são os comerciantes que reclamam da falta de critério para que não haja prejuízos aos seus clientes. Além disso, há a dificuldade dos pedestres em transitar pelo local.

Uma travessia difícil de ser feita ocorre no bairro Fenavinho. Nos cruzamentos das ruas Aldo Francisco Valenti, Giovanni Grando Filho e Wolsir Antonini, e que dá acesso para a Hum-berto de Alencar Castello Branco, não há semáforo e, tão pou-co, sinalização. Nos horários de pico, a situação complica ainda mais, pois os estudantes também estão envolvidos para cruzar estas ruas. Todo o cuidado é pouco, já que o movimento tende a aumentar ainda mais.

Uma reivindicação dos moradores e dos motoristas do bair-ro São Francisco diz respeito à reformulação asfáltica da rua Marques de Souza. Em todo o seu prolongamento há falhas e muitos buracos, pois ocorreram obras de manutenção das re-des de água e esgoto, o que deixou bem ruim a pista. Já foram solicitados os trabalhos para a Secretaria Municipal de Obras do município, porém, ainda não há retorno para os moradores.

Quase todo mundo reclama da situação das praças da cidade. Elas estão sendo revitalizadas dentro do possível, mas algumas ainda vivem em estado de abandono. No bairro Humaitá, por exemplo, um morador e frequentador deste espaço afirmou que até mesmo os balanços foram colocados sobre as árvores. Falta areia no local e uma melhor estrutura para os bancos.

4 Quarta-feira, 6 de abril de 2011 BairrosAbandono

À procura de um lar para os peludosOs animais estão presentes

na vida dos seres huma-nos desde os primórdios do mundo. Conforme consta na bíblia cristã, os animais foram criados no sexto dia, no mes-mo dia da criação do homem.Quem anda pelos bairros de Bento Gonçalves, normalmen-te, se depara com um proble-ma que há muito tempo vem preocupando os moradores da cidade: os animais de rua. Não existe uma estatística de quan-tos bichos circulam pelas ruas da capital da uva e do vinho, o que se sabe é que muitos cães e gatos fazem das ruas o seu lar.

Era a situação de cinco ani-mais que andavam perdidos pelas ruas do bairro Zatt. Pelé, Fantini, Diana, Brinquedo e Pitchuca andavam sem rumo pelas ruas da região até serem adotados pela família Souza. “Resolvi adotar os bichos por-que eu gosto deles”, disse a matriarca da família, Ieda Sou-za, 46 anos.

Ieda e sua família cuidam de animais de rua há mais de 15 anos. Sem nenhuma ajuda, além dos cinco cachorros, a família Souza tem mais 12 ga-tos e já chegou a ter mais de 15 animais em sua pequena residência. “Ninguém nos aju-da. A prefeitura apenas castrou

os animais. Eu recebo ajuda da minha patroa, que paga os veterinários quando precisa”, conta a empregada doméstica.

“Tem muito cachorro de rua no nosso bairro. Temos reclamações de moradores de cachorros grandes e perigo-sos circulando pelas ruas. Tem cachorro de rua entrando até na escola do bairro”, conta o presidente da Associação de moradores do bairro Zatt, An-tônio Dallasen.

Responsabilidade

O município não possui ca-nil público, nem entidades com capacidade para abrigar cachorros de rua. Segundo conta a coordenadora do De-partamento de Vigilância Am-biental de Bento Gonçalves, Analiz Zattera, é necessário a construção de um canil públi-co. “Hoje, a gente não tem um espaço para abrigar os animais de rua. O que temos são con-tratos com clínicas veterinárias para fazer a castração dos ani-mais. É complicado”, revela Analiz.

Entretanto, o departamento está na luta pela construção de um abrigo para os animais em situação de risco. “Eu pleiteio a construção de um canil, mas não um canil para recolher os animais de rua, porque não temos como recolher todos.

Mas um canil para recolher os animais em situação especial, como doenças, e os animais que apresentem algum perigo para os moradores”, completa Analiz.

Animais de rua podem trazer várias doenças como sarnas, pulgas, carrapato, bicho de pé além de toxoplasmose, vermi-noses e a transmissão da rai-va. Conforme explica Analiz, o departamento de vigilância ambiental está dentro da secre-taria municipal de Saúde e pos-sui uma verba anual de cerca de 90 mil para realizar o trabalho com os animais. “Por estarmos dentro de um órgão da saúde, nosso foco é a saúde humana, por isso, não podemos investir na saúde e bem-estar dos ani-mais”, explica a veterinária.

Desde 2008 está sendo re-alizada a castração – cirurgia onde são retirados os órgãos reprodutivos – de gatos e ca-chorros, evitando que haja mais filhotes e animais aban-donados. O primeiro bairro a receber a visita dos veteriná-rios foi o Municipal. Agora é a vez dos animais de rua do bairro Aparecida. Mas a co-ordenadora adverte: “Apenas 1% dos animais que castramos são de rua. O resto tem dono. Nós recomendamos para que, quem tem animal de estimação o mantenha em casa, impedin-

Jorge Souza e sua familia adotaram cinco cachorros que estavam circulando pelas ruas do bairro

FOTOS DIVULGAÇÃO

BETTINA SCHÜNKE

Bettina Schünke

Brigithe

Miguel

Chico

Pablito

5Quarta-feira, 6 de abril de 2011Bairros

À procura de um lar para os peludosdo que ele vá para rua e traga problemas para a vizinhança”, pede Analiz.

Além disso, o departamento de vigilância ambiental entre-gou em 2008 cerca de cinco mil unidades da cartilha “Pro-grama de posse responsável de animais de estimação”, para alunos de escolas públicas.

Associação para os animais

A luta da Associação Vo-luntária de Proteção Animal de Bento Gonçalves (Apabg) é pela conscientização da po-pulação pela posse respon-sável. Para a voluntária da associação, Juliana Brunetto Tonus, 33 anos, existem vá-rios motivos para o abandono dos bichos. “Ás vezes eles são abandonados porque crescem demais, porque choram muito quando filhotes, porque latem, porque desobedecem, porque fazem xixi no lugar errado. As pessoas precisam se mu-dar e ‘esquecem’ de levá-los, e simplesmente, não os querem mais. Pura covardia, ignorância e falta de compaixão”, disse Ju-liana. Com três cachorros e um cavalo que adotou no ano pas-sado de uma entidade de Por-to Alegre, Juliana disse que a “Apa”, como é carinhosamen-te chamada a entidade, não recolhe animais abandonados, pois os recursos da instituição

são bem limitados, mas ajuda os animais a encontrarem um lar através da divulgação, em redes sociais, ou acomodando eles em algum lar temporário até que sejam adotados. “Atu-almente temos pouco mais de 30 cães sob nossa responsabili-dade. Eles são prioridade, pois foram encontrados doentes, atropelados ou espancados. Passaram por tratamento vete-rinário e hoje se encontram em uma de nossas hospedagens pagas”, explica.

A colaboradora da insti-tuição, Renata Ducatti, reco-menda que, antes de adotar um bicho, a pessoa planeje e verifique as condições de sua residência. “O animal dá des-pesa e precisa de cuidados. Ele precisa ter uma casinha para se proteger da chuva e do sol, condições de higiene, espaço para correr e brincar e precisa, principalmente, de atenção e carinho”, disse Renata.

A associação foi fundada em 1999, mas poucos anos depois parou de funcionar por falta de recursos físicos e financeiros. Apenas em 2005 os trabalhos foram retomados quando um grupo de amigos decidiu enca-rar novamente o desafio. For-mada por mais de 15 voluntá-rios, a entidade atua de forma anônima em defesa do bem-es-tar dos animais desenvolvendo

projetos voluntários voltados à educação e conscientização da comunidade para convivência responsável e harmônica com os animais e a natureza. “Te-mos vários projetos que, infe-lizmente, sem dinheiro e sem apoio, acabam ficando só no papel, mas estamos fechando uma bela parceria e, se tudo der certo, ainda neste ano va-mos começar um programa de conscientização, que deverá ocorrer em mais de 20 escolas do município”, comemora a tesoureira da entidade, Juliana.

Mesmo com todo o esforço dos voluntários, a Apabg vem lutando para existir e continuar com o trabalho que vem rea-lizando. A entidade sobrevive apenas de doações. Por não possuir uma sede própria, cães e gatos são abrigados em lares temporários ou hospedagens pagas (diárias que variam de R$ 3,50 a R$ 5 por animal), até serem adotados. Enquanto o animal não encontra uma famí-lia, todas as despesas ficam por conta da entidade. “Estamos precisando de ração, cober-tinhas e casinhas para os ani-mais. Estamos fazendo o pos-sível pra tirar a Apa do buraco e manter as atividades. Caso contrário, ela corre o risco de fechar as portas”, disse Juliana.

Como ajudarA Apabg está promovendo uma campanha chamada “Seja um padrinho/

madrinha legal”. A proposta consiste em um carnê com 12 boletos, que podem ser pagos em qualquer banco, com data de vencimento e valor a ser definido pela própria pessoa. A ação também é válida para empresas, com o nome “Empresa amiga dos animais”.

Além disso está sendo feita uma “Ação entre amigos”, com a venda de uma rifa no valor de R$ 10. O primeiro prêmio é uma TV LCD 32. A rifa está a venda com os voluntários. A entidade também aceita doações de material de limpeza, medicamentos, potes de alimentos e água, caminhas, entre outros objetos. Toda arrecadação será destinada ao pagamento das dívidas.

Você também pode ajudar adotando alguns dos animais das fotos. Uma voluntária conversa com as pessoas interessadas pra ver se as condições oferecidas são ideais ao cão escolhido. Depois de tudo acertado, a pessoa é convidada a assinar um termo de adoção responsável e a entidade monito-ra a adoção por algum tempo. Os interessados devem mandar e-mail para apabg@apabg ou buscar informações pelo telefone 9962-1583.

Juliana Tonus tem três cachorros e um cavalo adotados de ONGs

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[email protected]

Dalila

Nicole

Pipo

6 Quarta-feira, 6 de abril de 2011 Bairros

Sociais

AniversariantesA equipe de professores e funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental Amaro Bittencourt, localizada no bairro Aparecida, que completou 58 anos de fundação no dia 12 de março

São RoqueOs casais festeiros da Paróquia São Roque, Gilberto e Joceli Faccin, Delmar e Fabiane Franciskivicz, Luiz e Ana Inês dos Santos, Aneli e Maria Cimadon e Odair e Ângela Cimadon, já estão se preparando para a festa em honra ao padroeiro que será realizada no dia 14 de agosto

Flores Valentina Pessutto, de um ano e meio, entre as flores da casa de sua avó, localizada no bairro Universitário

FéOs casais de festeiros da 26º Festa em honra a São José Operário. O evento ocorreu no dia 20 de março

Pai e filhaMarcos Fracalossi com a filha Maria Eduarda, de um ano e nove meses, no Jantar em homenagem aos festeiros jubilares da Paróquia Santo Antônio, ocorrido no dia 18 de março

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NOEMIR LEITÃO

BETTINA SCHÜNKE

BETTINA SCHÜNKE

NOEMIR LEITÃO

7Quarta-feira, 6 de abril de 2011Bairros

O bairro Zatt elegeu, no dia 12 de março, as suas soberanas para o ano de 2011.

Pâmela da Silva, de 14 anos, foi eleita a Mais Bela Comu-nitária, seguida por Gabrie-la Haschilo e Vanessa Klaus, como primeira e segunda prin-cesas, respectivamente. O tí-tulo de Miss Simpatia foi para Eduarda Galvan.

Ao todo foram 10 meninas, com idade entre 15 e 24 anos, desfilando na passarela para um júri composto por 13 pes-

Letras que traduzem emoção e sabedoria

Anônimos

As letras do alfabeto sem-pre tiveram importância

na vida de Nilo Feldman, de 76 anos. O professor aposentado, morador do bairro Santa Mar-ta, escreve contos e poesias há mais de 30 anos.

Leitor assíduo de romancistas como Machado de Assis, Ma-nuel Bandeira e Fagundes Vare-la, Feldman conta que começou a escrever poesias quando tinha 17 anos, e estudava no Seminá-rio de Taquari. “Sempre fui de ler muito. Faço poemas inspira-dos na natureza, na vida do ho-mem. Também já fiz muitas po-esias para as gurias, depois que casei, para a esposa, e também pros filhos. Escrevo de acordo com o que estou vivendo”, ex-plica Feldmann.

Sem saber exatamente quan-tos contos e poemas já escre-veu, o escritor faz um chute: “Acho que já passa de mil”. Sua primeira poesia se chama “A

primeira rosa do meu jardim”, inspirado em sua poesia prefe-rida “Vida de Flor”, do autor Fagundes Varela.

Segundo explica Feldman, o gosto pelas letras é herança de família. “Quando eu era peque-no, a minha tia havia escrito um livro de poesias e pediu que eu lesse para as crianças. Acho que foi daí que me veio a inspiração para escrever também”, disse.

Espalhados por toda a casa, seus poemas e contos encan-tam a todos. “O poeta nunca se contenta com o que escreveu. Ele está sempre reescrevendo e reinventando”, afirma. Seu maior sonho é publicar um li-vro com os escritos. Sua última poesia foi inspirada em uma se-nhora que o acolheu na cidade de Coronel Pilar, onde traba-lhou por muitos anos.

Professor de português e in-glês, o aposentado sempre foi muito estudioso e chegou a falar 12 línguas. “Falava inglês, francês, alemão, esperanto, ita-

liano, e assim por diante. Mas com a falta da prática, e tam-bém com o passar do tempo, fui perdendo e esquecendo”, disse Feldman.

Natural de Estrela, interior do Estado, se mudou para Bento Gonçalves em 1975 e lecionou em escolas públicas como a do bairro Universitário, General Amaro Bittencourt, e em esco-las rurais do interior. “Sempre tive muito carinho por Bento. Antes de morar aqui, vinha vi-sitar parentes que moravam em Garibaldi, e vinha para a cidade a pé”, lembra ele.

Cheio de vida e vontade de realizar grandes projetos, o aposentado agora quer ser con-tador de histórias. “As crianças adoram escutar histórias. E eu adoro contá-las. Por isso quero ser contador de histórias em es-colas. Quero fazer alguma coisa para me inteirar novamente na sociedade”, disse Feldman.

Morador do bairro Santa Marta escreve contos e poemas há 32 anos

Estimativa de Feldman é que ele já tenha escrito mais de mil textos

Semana SantaSemana de derrubar os muros

da separação. E voltar a amar os excluídos de coração. Os discrimi-nados, amar a cada irmão.

Demoli os muros do preconcei-to. Da cor, da raça. Ter o respeito, ajudar os da praça. O pobre, o ve-lho, o doente.

Sabes que o tempo passa quan-do de repente... podes estar tu naquela praça.

Então pedirás água. Então pe-dirás pão.

Não fiques com mágoa de não ter ajudado teu irmão.

Agora é tempo. Aproveita ago-ra. Neste momento.

As coisas sem demora.Se esvaem, somem. O espírito

não passa.Material? Terra comeSó no além permanece o santo.Bendito seu nome. Junto a DeusFeliz na eternidade.O pedido que eu fiz: fiz de ver-

dade.No céu, feliz. Contigo dar glória

a Deus.O sem fim amar. Amém.

Nilo Feldmann

BELEZA

Eleitas as soberanas do bairro Zatt

soas. Pâmela da Silva irá re-presentar o Zatt no concurso “Mais Bela Comunitária”.

Organizado pela Associação de moradores, mais de 500 pessoas estiveram presentes no o ginásio da Madecenter Após o desfile, a comunidade parti-cipou do baile com animação de Adelar dos Teclados. Segun-do o presidente da associação, Antônio Dallasen “o papel das meninas é divulgar e represen-tar o nosso bairro em eventos sociais”, disse.

As novas belas da localidade representarão o bairro em eventos

KG PRODUÇÕES/ESPECIAL

Bettina Schünke

[email protected]

BETTINA SCHÜNKE

SANTO ANTÃO

Festa em honra a Santo Antão teve a presença de mais de 500 fiéis

No domingo, 3, a comuni-dade do bairro Santo Antão homenageou o seu padroeiro. Cerca de 500 pessoas estiveram reunidas para as festividades que iniciaram às 6h, com a al-vorada festiva. A celebração re-ligiosa teve início às 10h45min com uma missa ao livre realiza-da pelo padre Nivaldo Pauleti. Após, o almoço foi servido no salão da comunidade.

Lisete Bruski, da diretoria da comunidade, disse que cerca de 80 pessoas estiveram traba-lhando no evento. “A diretoria anterior deu um grande impul-so para a festa pelo trabalho re-alizado no ano passado”, disse. A festa foi organizada pelos ca-sais festeiros Ronaldo e Flávia Anceski, Jorge e Leni Peterle, Valdecir e Maria Pinto e Mar-celo e Simone Anceski.

Festa do padroeiro reúne centenas de fiéis

MARCILEI ROSSI

8 Quarta-feira, 6 de abril de 2011 BairrosESPORTES

Memória Esportiva

Cruzeirinho, quantas saudadesTime do bairro São Roque fez história no futebol amador da década de 70 e deixou sua marca na vida dos moradores

Os mais antigos morado-res do bairro São Roque

lembram, com muita saudade, do Esporte Clube Cruzeiro, o Cruzeirinho como era cari-nhosamente chamado pelos torcedores. O bairro Apareci-da ainda não existia, tudo era São Roque. O Cruzeiro era o símbolo futebolístico da co-munidade daquela época.

Fundado por um grupo de desportistas do bairro, que de-pois começou a criar adeptos fanáticos pelo clube, a equipe surgiu no início dos anos 70, e durou pouco mais de 15 anos. Adão Vilson de Paula, o popu-lar “Doti”, foi um dos funda-dores da equipe e, juntamente com Irineu Ribeiro, o “Pulli”, Flávio Aurélio dos Santos, ou “Preto”, e Darci Rodrigues, conhecido também como “Russo”, que tiveram impor-tante participação na forma-ção do grupo do Cruzeiro.

O time disputou diversos

torneios e amistosos e agrega-va dois grupos, o principal e o aspirante. Mas foi de 1975 até 1977 que a equipe ganhou no-toriedade no futebol amador da cidade. Com a disputa do famoso campeonato municipal ou citadino, o Cruzeiro conse-guiu ser vice-campeão em um destes eventos esportivos e chamou a atenção das pessoas, principalmente, daquelas que mantinham uma admiração pelo clube. Os jogos, quando eram realizados na praça de esporte do clube ou no campo do 6º BCom, sempre estavam lotados de torcedores, a maio-ria do bairro, incentivando a equipe. Adão de Paula, 57 anos, hoje um mero torcedor, conta que a torcida era, na sua maioria, formada pelos fami-liares e moradores que se apai-xonaram pelo Cruzeiro. “Eles vinham em bom número e, muitas vezes, não tinha espa-ço para acomodar tanta gente. Éramos imbatíveis em nosso campo e todos respeitavam e

temiam o Cruzeirinho”, disse.Nos jogos fora do seu redu-

to, a equipe levava uma quan-tidade enorme de torcedores, o que fazia com que o pres-tígio aumentasse ainda mais. Muitas vezes, as pessoas eram conduzidas por quatro ônibus lotados que os levavam até os locais das partidas que o clube iria jogar. Adão ressalta ainda que, “sempre buscávamos o melhor para o grupo, mas na intenção de alegrar nossa tor-cida nos domingos à tarde, e também nas quartas-feiras à noite, já que o campo do Bata-lhão tinha iluminação”, conta.

Um time de luxo

Com o passar do tempo, o Cruzeirinho começou a competir em nível regional. A torcida sempre estava lá para prestigiar o clube que, entre 1975 e 1977, teve uma formação especial e de quali-dade, segundo os torcedores. A escalação, que fica na me-mória dos moradores, tinha Paulo Lopes, Pedro, Kieza, Carlinhos, Paim, Meio, Don-ga, Gilmar, Sérgio Barbosa, Zulu, Quaraí, Cabeça, e ainda contava com atletas do qua-dro “B”, que despontavam como possíveis substitutos como Raul, Juarez, Dutra, Balisa, Feijão, Dotti, Áuber, Machado, Maneco, Valdemar, Ivan, entre tantos outros. Um destes atletas era Edson Lo-pes de Freitas, o Donga, hoje com 53 anos, mas que na épo-ca atuou na equipe Juvenil do Clube Esportivo. Poucos sa-bem, mas Donga era titular e tinha como seu reserva Rena-to Portaluppi, hoje técnico do Grêmio. Donga afirma que o Cruzeirinho era uma equipe que dava prazer de jogar, pois tinha organização, direção e uma excelente comissão téc-nica. “Jogávamos por amor a camisa e tínhamos um dos melhores time da cidade em uma época que outros times de Bento Gonçalves também eram fortes, mas para vencer o Cruzeiro tinha que suar mui-to”, afirma emocionado.

Torcedores apaixonados

Alguns dos jogadores do Cruzeirinho já faleceram, mas muitos ainda residem na ci-dade e lembram com muita saudade daquele saudoso time imbatível, que dava a alegria para os moradores do bairro São Roque. Eles hoje são me-ros torcedores que, também na época, se apaixonaram pelo belo futebol que compunha a equipe. Mas, três torcedores são destaques daquele time. Marcilio Lopes de Abreu, Cândido Cardoso (Candinho) e Coraldino de Melo foram os grandes protagonistas desta paixão pelo clube. Eles eram fanáticos e não perdiam ne-nhum jogo em São Roque e mesmo fora dele. Marcilio, por exemplo, tinha uma ami-zade com os atletas e, antes de iniciar a partida, os jogadores ouviam seus conselhos. Ele até dormia com a bandeira e a

Noemir Leitão

camisa do clube. Era um apai-xonado eterno pelas cores do Cruzeirinho. Assim, o clube ti-nha o incentivo deles, e de mui-tos outros, nas arquibancadas durante os 90 minutos, e que jamais abandonaram a equipe, mesmo nas horas mais difíceis. Paixão de coração. Era assim com estes três torcedores.

Antes mesmo do final da década de 80, o clube acabou, mas deixou saudades e lem-branças de animados domin-gos que alegravam a comu-nidade do bairro São Roque. Durante os anos de glória da equipe do Cruzeiro, um dos atletas, que hoje é músico, Al-tair Fernandes, escreveu um hino que ficou famoso entre os torcedores da época. A letra falava do amor pelo clube e o refrão ficava assim: “Cruzeiro, eu não me engano, tu és po-bre, mas eu te amo”.

NOEMIR LEITÃO

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O time do Cruzeirinho, do bairro São Roque, alegrava os moradores

O meia atacante Donga lembra com saudades dos velhos tempos

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