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ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI
A APLICAÇÃO DAS MÍDIAS SOCIAIS NO PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Rio de Janeiro 2012
ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI
A APLICAÇÃO DAS MÍDIAS SOCIAIS NO PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Prof. Hercules Guimarães Honorato.
Rio de Janeiro 2012
C2012 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG.
Alcides Teixeira Barbacovi
Biblioteca General Cordeiro de Farias
Barbacovi, Alcides Teixeira
A Aplicação das Redes Sociais no Processo de Mobilização Nacional / Alcides Teixeira Barbacovi. - Rio de Janeiro: ESG, 2012.
43 f.: il.
Orientador: Professor Hercules Guimarães Honorato. Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao
Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2012.
1. A Mobilização Nacional. 2. As Mídias Sociais. 3. O Emprego das Mídias Sociais na Estratégia das Forças Armadas para a Mobilização Nacional. I. Título.
A minha querida esposa Léa que
durante o meu período de
formação contribuiu com sua
alegria, paciência, compreensão,
carinho e incentivo.
AGRADECIMENTOS
Aos meus professores de todas as épocas por terem sido responsáveis por
parte considerável da minha formação e do meu aprendizado.
Aos estagiários da melhor Turma do CAEPE pelo convívio harmonioso de
todas as horas.
Ao Corpo Permanente da ESG pelos ensinamentos e orientações que me
fizeram refletir, cada vez mais, sobre a importância de se estudar o Brasil com
a responsabilidade implícita de ter que melhorar.
RESUMO
O objetivo geral desta pesquisa é identificar a importância das mídias sociais para
mobilização nacional visando sua utilização como um instrumento de divulgação e
conscientização da sociedade civil com o preparo das Forças Armadas. Como
metodologia de trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica, pesquisa para coleta de
dados com o Ministério da Defesa e os três Comandos Militares e o emprego de
ferramentas de busca disponíveis na internet. Os dados mostraram que as
organizações militares já estão inseridas em algum tipo de atividade que envolve
mídias sociais e que quando se pensa em um plano de ação estratégico da
organização para possível uso em casos de mobilização nacional, não há nenhuma
resposta que admita o uso das mídias sociais. Entende-se então que as
organizações militares podem ainda evoluir as suas estratégias de ações nas mídias
sociais com a finalidade de mobilizar a sociedade para fins de mobilização, além de
poderem identificar pessoas ou grupos que estejam voltados para determinados fins
de interesse das Forças Armadas. A conclusão do trabalho foi aprender que em
médio prazo é possível estabelecer uma relação de confiança entre os usuários da
rede e as instituições militares, sempre com o objetivo de tornar os assuntos de
defesa nacional cada vez mais presente na agenda nacional.
Palavras chave: Redes Sociais; Mídias Sociais; Mobilização Nacional; Internet;
Forças Armadas.
ABSTRACT
The overall goal of this research is to identify the importance of social media for
national mobilization for their use as a tool for dissemination and awareness of civil
society with the preparation of the Armed Forces. As a working methodology, was
used literature search, research data collection with the Ministry of Defence and the
three Military Commands and utilization of search tools available on the internet. The
data showed that military organizations are already included in some sort of activity
that involves social media and that, when thinking in a strategic action plan of the
organization for possible use in cases of national mobilization, there is no answer
that admits use of social media. It is understood, then, that military organizations may
still evolve their strategies of action in social media in order to stimulate society for
mobilization, and can identify individuals or groups who are facing certain interest
purposes of the Armed Forces. The conclusion of the study was to learn that in the
medium term it is possible to establish a trust relationship between network users
and military institutions, always with the goal of making the issues of national defense
increasingly presents on the national agenda.
Keywords: Social Networking, Social Media, National Mobilization, Internet, Armed
Forces.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................08 2 A MOBILIZAÇÃO NACIONAL........................................................................12 2.1 CONCEITUAÇÃO............................................................................................12 2.2 A ESTRATÉGIA DO MINISTÉRIO DA DEFESA.............................................14 2.3 SENSIBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE...............................................................15 2.4 AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO.............................................................................17 3 AS MÍDIAS SOCIAIS.......................................................................................20 3.1 CONCEITUAÇÃO............................................................................................20 3.2 TIPOS DE MÍDIAS SOCIAIS...........................................................................21 3.3 A SOCIEDADE EM REDE E OS MOVIMENTOS POLÍTICOS E SOCIAIS....25 3.4 O CRESCIMENTO DAS MÍDIAS SOCIAIS.....................................................28 4 O EMPREGO DAS MÍDIAS SOCIAIS NA ESTRATÉGIA DAS
FORÇAS ARMADAS PARA MOBILIZAÇÃO NACIONAL.............................32 4.1 USO DAS MÍDIAS SOCIAIS POR ORGANIZAÇÕES.....................................32 4.2 COMO MAXIMIZAR O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS PELAS FA EM
CASO DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL............................................................35 5 CONCLUSÃO..................................................................................................37 REFERÊNCIAS...............................................................................................41
APÊNDICE A...................................................................................................43
8
1 INTRODUÇÃO
“O mundo não é apenas pequeno, ele é instantâneo”.
Jeffrey Gitomer
Nos últimos anos a inovação tecnológica vem avançando em escala mundial.
Produtos são lançados e tendências são construídas proporcionando
transformações profundas nas relações interpessoais e profissionais. A chamada era
da informação ou era digital deu início ao abandono de velhos hábitos e inseriu um
novo cotidiano na população. Novos valores, novas relações de consumo ou mesmo
formas inéditas de integrações chegam de forma crescente e veloz na sociedade
moderna.
Favorecendo essas integrações globais, a tecnologia invadiu lares, empresas
ou instituições, tornando a sociedade mais informatizada. Para Soares e Alves
(2011), por meio de uma rede de computadores e de telecomunicações, pode-se
falar de muitos para muitos à distância, envolvendo comunidades de várias partes
do mundo, interagindo em rede à procura das mesmas informações.
A presença da internet ou da rede de informações, de novas tecnologias e de
diferentes ferramentas digitais está cada vez mais crescente na sociedade mundial,
como pode ser observado na utilização generalizada do uso de telefones celulares
conectados à internet, com uso de aplicativos e mídias sociais1. O termo mídia social
é traduzido do inglês social media e significa o uso do meio eletrônico para interação
entre pessoas. “Esses sistemas de relacionamentos digitais combinam textos,
imagens, sons e vídeo para criar uma interação social de compartilhamento de
experiências”. (WIKIPÉDIA, 2012). Esses conceitos serão mais explorados na
seção 3.
É importante perceber que a utilização maciça da internet está impactando as
organizações de uma maneira rápida e forte. Por esse motivo é crucial que se invista
1 Mídias Sociais: Trata-se da produção de conteúdos na internet de forma descentralizada e sem o
controle editorial de grandes grupos. Significa a produção de muitos para muitos (WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mídias_sociais>. Acesso em: 06 ago. 2012).
9
mais tempo em coletar e estudar o que se passa na rede de computadores para se
planejar as ações futuras de uma empresa. (TARCÍZIO et al., 2012).
Desta forma, ao identificar a internet como um instrumento que está sendo
utilizado de maneira crescente pela população, apresenta-se uma oportunidade de
se usufruir dos dados que ali trafegam, em prol da segurança do nosso País. Essa
análise mais criteriosa enseja a busca sobre quais dados e como eles poderiam ser
utilizados em proveito da defesa nacional por meio das Forças Armadas brasileiras
(FA).
Hoje em dia, as mídias sociais tomaram uma grande dimensão de utilização
em todo o mundo e segundo pesquisa publicada pelo instituto Ibope/Nielsen (2012),
o número de internautas com mais de 16 anos somente no Brasil atingiu,
aproximadamente, 82 milhões no final do primeiro semestre deste ano.
Sendo assim, o poder de identificar esta inteligência e divulgar as informações
para a população brasileira pode ser a chave para que o assunto defesa nacional
seja mais difundido no País. Isto passa pela maneira como a população se relaciona
ou se preocupa com a capacidade das FA brasileiras frente a uma possível
mobilização militar.
A iniciativa do Ministério da Defesa (MD) em produzir e divulgar uma
Estratégia Nacional de Defesa (END) para possibilitar a efetiva participação da
população brasileira em caso de mobilização foi atendida na diretriz n. 21 (BRASIL,
2008, p.17) onde dispõe que “diante de eventual degeneração do quadro
internacional, o Brasil e suas Forças Armadas [...] deverão, também, estar
habilitadas a aumentar rapidamente os meios humanos e materiais disponíveis para
a defesa”.
Acrescenta também a END (BRASIL, 2008) que ao decretar a mobilização
nacional, o Poder Executivo delimitará a área em que será realizada e especificará
as medidas necessárias à sua execução, tais como poderes para assumir o controle
de recursos materiais, inclusive meios de transporte, necessários à defesa, de
acordo com a Lei de Mobilização Nacional.
Sendo a defesa da Pátria, responsabilidade das FA, atribuída pela
Constituição Federal (CF/88) (BRASIL, 1988), esta deveria estar preparada para
atuar em todas as hipóteses de emprego, para tanto é que se propõe que as Forças
10
Armadas possam utilizar as ferramentas da internet como mais um meio de se
efetuar uma mobilização nacional.
Atualmente, as Forças Armadas vivem um longo período sem investimentos
expressivos em seus equipamentos de Defesa, e não se percebe uma ação mais
efetiva, nem formação de uma agenda nacional relevante para discussão destes
problemas. “O País, que já foi o oitavo exportador mundial de produtos de defesa
nos anos 80 e que hoje não passa do 30º lugar, segundo dados do setor, [...] as FA
estão há mais de duas décadas sem investimentos em equipamentos”
(DEFESANET, 2012). A ausência de percepção da sociedade brasileira em discutir
a modernização das Forças Armadas entra em descompasso com o crescimento
acelerado da nação e sua projeção no cenário internacional.
O objetivo geral desta pesquisa é identificar a importância das mídias sociais
na mobilização nacional visando sua utilização como um instrumento de divulgação
e conscientização da sociedade civil em relação ao preparo das Forças Armadas. O
desafio é utilizá-las para divulgar as mensagens das FA e motivar a população
brasileira a pensar e participar dos assuntos ligados à defesa e à segurança
nacional, opinando e se envolvendo, a fim de que, no futuro, se possa construir uma
rede de mobilização nacional baseada nas mídias sociais.
Estipulou-se, então que com o limitado histórico e a falta experiência de
mobilização nacional no Brasil, e os casos mundiais de mobilização de massa nos
últimos anos, as FA poderiam estabelecer uma estratégia para orientar a população,
por intermédio das mídias sociais, a fim de mobilizar a Nação em caso de
calamidades ou conflito. Porém, o uso das mídias sociais na internet é muito recente
e o número de publicações que abordam o tema ainda é muito escasso. O mesmo
ocorre quando se aborda o assunto mobilização nacional, pois é quase inexistente.
As fontes teóricas utilizadas no desenvolvimento do estudo foram de revistas,
internet, uma pesquisa e alguns livros.
A pesquisa foi direcionada ao MD e aos três Comandos Militares. O estudo
considerou a evolução das mídias sociais no Brasil e no mundo nos últimos anos,
bem como a estratégia de emprego da mobilização nacional no âmbito do Ministério
da Defesa. Como metodologia de trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica,
pesquisa para coleta de dados com as organizações militares, e o emprego de
11
ferramentas de busca disponíveis na internet, com o intuito de obter as informações
para análise e estudo dos objetivos propostos.
Este estudo foi então organizado em cinco seções para se buscar o objetivo
geral proposto. A primeira traz uma breve introdução onde é abordada a utilização
da internet e mostra a importância do conceito defesa nacional. Na segunda seção
- A Mobilização Nacional – apresenta-se a conceituação e a aplicação de diversas
literaturas a respeito do emprego da mobilização nacional pelas FA. A terceira seção
- As Mídias Sociais – aborda uma breve conceituação das principais mídias sociais
em uso no Brasil, identificando seu papel no cenário nacional e mundial.
A partir do conhecimento obtido nas seções anteriores, a quarta seção - O
Emprego das Mídias Sociais na Estratégia das Forças Armadas para Mobilização
Nacional – mostra a maneira de se relacionar em rede no âmbito das mídias sociais,
focando nos objetivos da pesquisa do trabalho. Por fim, a última seção - Conclusão -
apresenta possíveis ações para que esta proposta seja desenvolvida pelas FA com
vistas à produção de estratégias por parte do Ministério da Defesa em relação à
mobilização nacional.
Com esta ótica, observa-se a importância deste estudo que aborda o quê
fazer em médio e longo prazo para despertar na sociedade brasileira o entendimento
do conceito de mobilização nacional.
A partir desta visão, pretende-se apresentar uma nova abordagem a respeito
das estratégias para implantação da mobilização nacional por meio das mídias
sociais como instrumento de comunicação do mundo contemporâneo.
12
2 A MOBILIZAÇÃO NACIONAL
2.1 CONCEITUAÇÃO
Segundo Clausewitz2 (2008), uma guerra não era feita apenas com
movimentos de tropas e o emprego do armamento durante os confrontos, havia
outras questões a serem consideradas. Tinha a crença de que as preocupações
com a mobilização deveriam estar presentes desde a identificação da necessidade
militar. Acreditava que não havia mais espaço para apenas “descobrir” as limitações
operacionais impostas pela logística quando o sistema se apresentava pronto para o
emprego. Tais limitações deveriam ser consideradas e trabalhadas desde cedo.
De acordo com a doutrina da Escola Superior de Guerra (ESG), ao fornecer
os meios para as ações estratégicas, a logística vale-se da estrutura do Estado e
das regras que norteiam as suas relações com as pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado. Contudo, diante de uma situação de instabilidade social ou em face
de uma iminente eclosão de guerra, em que os meios previstos e alocados pela
Logística Nacional sejam insuficientes para vencer os óbices, o Estado poderá ativar
outro mecanismo que é a Mobilização Nacional. Segundo o Manual Básico da
Escola Superior de Guerra (2009, pag. 111):
A Mobilização Nacional é o conjunto de atividades planejadas, orientadas e empreendidas pelo Estado, desde a situação de normalidade, complementando a Logística Nacional, com o propósito de capacitar o País a realizar ações estratégicas no campo da Defesa Nacional, para fazer face a uma agressão estrangeira.
Esse mecanismo de mobilizar a nação é um instrumento legal do Estado,
previsto na CF/88 (BRASIL, 1988), art. 84, que reforça a competência exclusiva do
Presidente da República: “... declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no
intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional”. E também no art. 22 compete privativamente
2 Carl Phillip Gottlieb von Clausewitz (Burg, 1 de junho de 1780 — Breslau, 16 de novembro de 1831) foi um militar da Prússia (hoje parte da Alemanha) que ocupou o posto de general e é considerado um grande estrategista militar e teórico da guerra (WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ Clausewitz >. Acesso em: 06 ago. 2012).
13
à União legislar sobre: “defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
defesa civil e mobilização nacional”.
A mobilização envolve desta forma, todas as Expressões do Poder Nacional
(política, econômica, militar, psicossocial, científica e tecnológica), possibilitando a
soma de esforços no sentido de garantir a soberania do Estado. E ante a
possibilidade de a crise evoluir para uma situação de conflito armado, poderão ser
desencadeadas, entre outras medidas a decretação da mobilização nacional, se
necessária. Como conceituação, entende-se por Poder Nacional de acordo com o
Manual Básico da Escola Superior de Guerra (2009, pag. 31): “É a capacidade que
tem o conjunto de homens e meios que constituem a nação para alcançar e manter
os objetivos nacionais em conformidade com a vontade nacional”.
Para estruturar a mobilização nacional, a Doutrina Básica de Mobilização
Nacional (BRASIL, 1987, pag. 7) fixou os fundamentos doutrinários a serem
considerados no trato de suas atividades, conceituando-a como um:
Conjunto de atividades empreendidas pelo Estado, ou por ele orientadas, desde a situação de normalidade, completando e complementando a Logística Nacional, com o propósito de capacitar o Poder Nacional a realizar ações estratégicas, no campo da Segurança Nacional, para fazer face a uma situação de emergência, decorrente da iminência de concretização ou efetivação de uma Hipótese de Guerra.
Um sistema de mobilização deve possibilitar, em curto espaço de tempo, a
sua execução de forma a complementar os meios das Forças Armadas para atuar
em pronta-resposta a uma demanda da Nação. Dessa forma, para que o emprego
eficaz se realize, através de ações planejadas e organizadas, é necessário que
sejam emanadas leis, diretrizes, políticas etc.
O preparo do País começa pelo direcionamento do Governo Federal em
emanar ordens para que essa atividade seja cumprida. Para isso, o art. 2º da
Política de Mobilização Nacional (BRASIL, 2010, pag. 5) define que, além de valores
e princípios fundamentais consagrados na Constituição, a Política “[...] consiste no
conjunto de orientações do Governo Federal com o objetivo de impulsionar o Estado
brasileiro para o preparo e a execução da mobilização nacional e da consequente
desmobilização nacional”.
Na mesma linha de pensamento é importante entender a necessidade de se
possuir uma cadeia logística e um processo nacional de mobilização, para que a
14
Nação possa antecipadamente planejar as ações necessárias a serem implantadas
quando a situação assim o exigir. A Doutrina de Mobilização Militar (BRASIL, 2012,
pag. 15) prevê, em seu cap. II, a relação entre logística e mobilização:
2.1.1 A Logística Nacional deve fornecer os meios necessários para a realização das ações estratégicas nacionais. Quando esses meios se tornam insuficientes para fazer face às ameaças de maior magnitude à Defesa Nacional, o Estado lança mão da Mobilização Nacional, de modo a obter os meios que não puderem ser proporcionados de imediato. A Logística é, portanto, o ponto de partida para a Mobilização. 2.1.2 O Poder Nacional é o campo comum de atuação da Logística e da Mobilização. Isso faz com que, particularmente na fase do preparo da Mobilização, as ações desenvolvidas pelos dois sistemas sejam concorrentes, porém não conflitantes, tornando, por vezes, complexo o entendimento da distinção do que é Logística e do que é Mobilização. 2.1.3 Essa distinção, em determinados momentos, torna-se desnecessária, uma vez que o que se busca com as ações empreendidas pelos dois sistemas é a capacitação da Expressão Militar do Poder Nacional para cumprir as suas destinações constitucionais, em especial aquelas relacionadas com a manutenção e a defesa da Soberania Nacional. (grifo nosso).
Nesse caso, o Estado pode obrigar o setor privado a atender às suas
demandas, pois a mobilização nacional ao ser decretada pelo Presidente da
República dá à Nação o poder de mobilizar o parque industrial e de serviços para o
atendimento dos interesses da logística militar. Fato este ocorrido na Guerra das
Malvinas em 1982, na qual segundo o jornal argentino Diário Liberdade (2012, não
paginado): “[...] a ‘Dama de Ferro’ [...] faz da reconquista deste arquipélago distante,
uma questão de princípio e mobiliza as melhores unidades da Marinha Real para
recuperá-lo”.
2.2 A ESTRATÉGIA DO MINISTÉRIO DA DEFESA
Inicialmente, para se fazer uma abordagem da estruturação da mobilização e
de conceitos fundamentais, é apresentado um diagnóstico do Sistema de
Mobilização em vigor no Brasil relacionado com o Poder Nacional, em todas as suas
expressões.
Por meio do Ministério da Defesa (MD), criado em 10 de junho de 1999, a
nação brasileira estabeleceu uma estratégia de mobilização através de políticas e
diretrizes, ações estratégicas e normas, doutrinas e leis de mobilização nacional.
Isto se coaduna com a lei federal nº 11.631 (BRASIL, 2007) em seu art. 3º, onde o
15
preparo da mobilização nacional consiste na realização de ações estratégicas que
viabilizem a sua execução, sendo desenvolvido desde a situação de normalidade, de
modo contínuo, metódico e permanente.
Para tanto, o decreto nº 7.294 (BRASIL, 2010, pag. 5) estabeleceu uma
política de mobilização da nação brasileira, onde em seu art. 1º destaca que a PMN
fundamenta-se, além de princípios constitucionais, também “[...] nos preceitos da
Política Externa Brasileira, da Política Nacional de Defesa (PND) e das demais
políticas de governo, [...]”.
Para que as atividades de mobilização sejam colocadas em prática é
imperioso que ações governamentais identifiquem o que está priorizado na PND a
fim de executar a mobilização nacional. No seu art. 5º a Política de Mobilização
Nacional (BRASIL, 2010, pag. 5) identifica várias ações, conforme seguem:
I - capacitar o País para realizar as atividades de mobilização nacional; II - promover a pesquisa e do desenvolvimento das tecnologias relevantes para a mobilização nacional; [...] IX - envolvimento da sociedade brasileira com a mobilização nacional; X – minimizar os efeitos negativos decorrentes da mobilização nacional na sociedade; XI – integrar as atividades de defesa civil à mobilização nacional; [...] e outras. (grifo nosso).
Dentre todas as ações elencadas na PND, mas sem posicioná-las em grau de
importância ou de prioridade, este estudo foca principalmente naquelas ligadas
diretamente à mobilização da população brasileira desde o tempo de paz, com as
ferramentas já disponíveis das mídias sociais, mas direcionando o foco para a
formação de redes de contatos e identificação de lideranças.
2.3 SENSIBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE
Toda nação deve lembrar que o tempo de paz é o período que se tem para se
preparar para a guerra, em todas as expressões do Poder Nacional, porque havendo
a hipótese de um conflito armado, ela estará sempre apta a executar uma pronta-
resposta. Segundo a END (BRASIL, 2008, p. 8): “Nada substitui o envolvimento do
povo brasileiro e na construção da sua própria defesa”.
Por isso, em tempos de normalidade, a mobilização nacional deve ser objeto
de atenção do governo e de toda a sociedade. A aplicação dos recursos financeiros
16
destinados aos programas de desenvolvimento em âmbito nacional deveria guardar
sintonia, desde o tempo de paz, com setores de interesse da defesa nacional,
utilizando-se, para tal, de um sistema integrado por órgãos do governo denominado
Sistema Nacional de Mobilização.
O que se pretende mostrar é que a utilização dos meios civis e militares
conjuntamente, em caso de esforço de guerra ou em calamidades, trará um ônus
para a população. De acordo com a END (BRASIL, 2008, p. 8): “Porém, se o Brasil
quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para
defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças”. Se isso não
for bem compreendido e assimilado pelas pessoas engajadas ou pelas empresas
requisitadas, poderá haver prejuízos irreparáveis à Nação brasileira, até mesmo uma
derrota em um conflito e seus consequentes efeitos deletérios.
Colabora para esse entendimento a Doutrina de Mobilização Militar (BRASIL,
2012) que em seu cap. I, estabelece os fundamentos doutrinários a serem
considerados pelo MD no preparo e na execução da mobilização e outras ações, o
conceito de que as FA deverão estruturar uma estratégia de dissuasão, de modo
compatível com a estatura político-estratégica do País, para preservar a soberania e
os interesses nacionais em conformidade com os interesses da Nação.
A dissuasão nesse contexto deverá ser sustentada não apenas pela
superioridade econômica, tecnológica e militar, mas enfatiza a Doutrina de
Mobilização Militar (BRASIL, 2012) que também deverá ter uma capacidade de
mobilização nacional. É justamente nesse diapasão que se insere a necessidade de
se ter ferramentas que concretizem essa tarefa.
Para tanto, é necessária a formação de uma consciência nacional, uma rede
ou mesmo uma consciência geral da importância da participação de todos e de
engajamento em tarefas que potencializem todas as capacidades do Poder
Nacional.
Essa participação poderá ser executada, como já mencionada tanto na lei
quanto na política e na doutrina de mobilização, desde o tempo de paz, como por
exemplo, quando o Estado realiza ações de fomento da pesquisa científico-
tecnológica e da inovação para nacionalização de material de defesa, está, ao
mesmo tempo, desenvolvendo o potencial nacional, relacionado à mobilização e,
consequentemente, fortalecendo o Poder Nacional.
Mas para que o processo de mobilização seja colocado em prática, algumas
ações podem ser executadas pelos órgãos do Governo Federal. Com esse intuito, a
Doutrina de Mobilização Militar (BRASIL, 2012, pag. 19), no seu cap. III, ao
17
especificar a mobilização na expressão militar do Poder Nacional, coloca algumas
fases distintas para sua execução e enaltece claramente, entre outras, a atividade
de convocação da população para fazer frente às necessidades de uma eventual
mobilização nacional:
3.3 Fases da Mobilização Militar [...] 3.3.3.4 São exemplos de atividades básicas a serem empreendidas durante a fase de execução, entre outras: [...] c) convocação, incorporação e destinação dos recursos humanos, de acordo com os planejamentos; e d) intervenção nas indústrias militares, civis, instalações e órgãos logísticos de interesse militar, dentro dos limites fixados em lei. (grifo nosso).
Esses exemplos de convocação e intervenção mostram alguns mecanismos
de que a nação possui para utilizá-las quando necessário. A sensibilização da
opinião pública para esse fim passa pela divulgação e esclarecimento das ações
dessa atividade.
2.4 AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO
As ações de mobilização em tempo de paz preparam um país para executar
as atividades necessárias à implementação de meios disponíveis de logística e
pessoal de acordo com um planejamento e tempo para sua execução. O parágrafo
único do art. 4 da Lei de Mobilização Nacional (BRASIL, 2012, p. 13) esclarece o
limiar conceitual entre Logística e Mobilização quando especifica medidas que
caracterizam o poder coercitivo do Estado para preparar o País para enfrentar
situações de emergência:
I - a convocação dos entes federados para integrar o esforço da Mobilização Nacional; II - a reorientação da produção, da comercialização, da distribuição e do consumo de bens e da utilização de serviços; III - a intervenção nos fatores da produção públicos e privados; IV - a requisição e a ocupação de bens e serviços; e V - a convocação de civis e militares. (grifo nosso).
O que se pretende expor é a importância da preparação da mobilização em
tempo de paz. Colabora para essa situação o Brasil ser uma nação que
historicamente sempre procurou resolver conflitos buscando o diálogo e fortalecendo
18
suas relações, buscando alianças como os exemplos da União de Nações
Sul-Americanas (UNASUL3) e Mercado Comum do Sul (MERCOSUL4).
Jamais, entretanto, deve-se imaginar que um conflito ou ambições
internacionais contra o Brasil não possam vir a acontecer, principalmente, se essas
argumentações forem um pretexto para se diminuir a importância do assunto
mobilização ou deixar de se dar o devido tratamento.
Para isso, é imperioso que, enquanto a nação esteja em tempo de paz, ações
estratégicas sejam pensadas e medidas preventivas sejam tomadas. Reforça-se o
entendimento de que a preparação da mobilização é um assunto que deva ser
tratado desde o tempo de normalidade com medidas efetivas, com vistas a uma
futura pronta-resposta do país. Mesmo sendo remota a hipótese de conflito armado,
em curto espaço de tempo, a Nação brasileira, nas expressões do Poder Nacional,
deve preparar-se para a defesa da Pátria e ações de ajuda em calamidades e
catástrofes.
O que se faz hoje em dia é fomentar projetos de desenvolvimento e de
produção de artigos de aplicação civil e militar, de forma a contribuir com o
crescimento das empresas e a manutenção de linhas de produção de materiais de
possível emprego militar. Segundo a END (BRASIL, 2008, p. 37), a defesa do Brasil
requer a reorganização da indústria nacional de material de defesa: “O objetivo será
fomentar o desenvolvimento de um complexo militar – universitário - empresarial
capaz de atuar na fronteira de tecnologias que terão quase sempre utilidade dual,
militar e civil”.
Como exemplo dessa dualidade, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC)
fabrica seus coletes à prova de bala, considerado como o mais eficiente item de
segurança para quem precisa de proteção constante. O produto é utilizado tanto por
3 UNASUL: é uma comunidade formada por doze países sul-americanos. Fazem parte da UNASUL os seguintes países: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela. Panamá e México participam como membros observadores e poderão, futuramente, integrar a comunidade. O objetivo principal é propiciar a integração entre os países da América do Sul. Esta integração ocorrerá nas áreas econômica, social e política. (WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Unasul>. Acesso em: 10 ago. 2012). 4 MERCOSUL: como é conhecido o Mercado Comum do Sul é a união aduaneira de cinco países da América do Sul. O bloco é atualmente composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. (WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercosul>. Acesso em: 10 ago. 2012).
19
militares das FA, como por policiais e profissionais de segurança privada. Entretanto,
o MD depende exclusivamente do seu orçamento para poder implementar sua
estratégia de preparação do Poder Nacional. Em tempos de orçamentos limitados e
dificuldades de se investir em materiais de defesa, reforça-se a tese da necessidade
de se trabalhar com a conscientização nacional.
A Força Aérea Brasileira (FAB) vem nos últimos anos priorizando as
empresas nacionais para a aquisição e modernização da sua frota de aeronaves e
equipamentos, como ocorreu com a compra de 99 aeronaves EMB 314 Super
Tucano da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER). Nessa linha a END
(BRASIL, 2008, p. 54) orienta: “[...] aproveitar o potencial de tecnologias
empregadas no País e transformá-las em bens finais, estimulando a indústria
nacional”.
Esse fomento de projetos é apenas um ponto dentro do universo da
mobilização militar. O que se apresenta a seguir é o poder das mídias sociais em
compartilhar dados e conectar pessoas.
20
3 AS MÍDIAS SOCIAIS
3.1 CONCEITUAÇÃO
Dentro de uma concepção ampla de mobilização de pessoas e ideias,
observa-se o crescimento do fenômeno “mídias sociais” no mundo. Pode-se dizer
que as redes surgiram para revolucionar a forma do relacionamento entre a
sociedade e também na comunicação entre grupos e seus usuários. Além disso,
este novo canal é capaz de traduzir rapidamente a opinião da sociedade, bem como
modificar e trazer novas abordagens sobre qualquer assunto e até mesmo induzir a
tomada de ações. Pelo seu perfil democrático e veloz, as mídias sociais podem ser
utilizadas como importante instrumento de mobilização de massas.
As mídias sociais são espaços criados no mundo virtual e utilizados por
pessoas ou organizações para compartilhar ideias, conteúdos, informações, fotos,
vídeos ou simplesmente uma experiência. Várias ferramentas podem ser utilizadas
para esta finalidade. As mídias sociais vão desde a publicação de um conteúdo num
blog ou um filme no youtube, até a interação de comunidades por meio das redes
sociais.
Com as mídias sociais, segundo Gitomer (2012), indivíduos ou empresas
expressam opiniões expondo suas ideias, a fim de que possam ser lidos ou ouvidos
em espaços virtuais específicos. Compartilhamento é a palavra-chave, pois há uma
clara intenção em dividir mensagens, expressando desta forma uma atitude ativa e
não mais passiva no mundo digital.
Com o desenvolvimento das mídias sociais começou a existir a formação de
grupos com os mesmos interesses e afinidades. Naquele momento, foram criadas
ferramentas com a intenção de aproximar os usuários e fazer com que estes grupos
pudessem interagir e não somente compartilhar conteúdos.
O poder de interconexão dessas relações sociais, nas últimas décadas, foi potencializado a patamares dificilmente imaginados, pelo surgimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs), em particular as que possibilitam a operação das redes sociais da internet. O impacto dessas relações transbordou para o mundo real: os papéis sociais já não têm divisões claras. (SBPC, 2012, p.19).
Assim, pessoas, grupos ou empresas começaram a expressar opiniões e
publicar conteúdos a partir de valores e interesses comuns. Diante de cada objetivo,
21
grupos começaram a se relacionar em um ambiente social criando as chamadas
redes de relacionamento. E são várias as razões que vêm movendo este
comportamento: comerciais, profissionais, políticas, amizades etc.
Em relação às redes sociais pode-se dizer que o que difere do conceito mais
abrangente de mídias sociais é a interação entre indivíduos ou organizações. Ou
seja, existe o compartilhamento de conteúdo em redes formadas por grupos. Quem
participa destes grupos são previamente autorizados, formando assim uma espécie
de comunidade virtual movida por interesses comuns.
Basicamente, nas redes sociais não há hierarquia das informações e o
resultado do compartilhamento de ideias e da interação entre as pessoas é cada vez
mais percebido e utilizado por pesquisadores, pelo Estado ou mesmo por outras
Organizações. Comportamentos, opiniões, avaliações ou escolhas passam a ter
importância estratégica para várias organizações desenvolverem seus planos de
ação de acordo com o seu negócio.
3.2 TIPOS DE MÍDIAS SOCIAIS
As ferramentas que compõem as mídias sociais ou as redes sociais são
inúmeras e crescem a cada dia, fazendo com que milhares de usuários no Brasil
conectem-se diariamente. Como foi dito anteriormente, pessoas e organizações
podem construir páginas eletrônicas, publicar conteúdos em blogs ou mesmo postar
vídeos ou fotos. De acordo com a característica de cada ferramenta digital e do
interesse pessoal, comercial ou institucional, pode-se construir o instrumento virtual
adequado.
Como exemplo, pode-se citar as redes sociais mais informais, que geralmente
são estabelecidas por pessoas que já se conhecem, como familiares, colegas de
colégio ou de trabalho, vizinhos etc. Há também as redes com interesses
acadêmicos, religiosos, profissionais, comerciais, políticos e estratégicos. São redes
mais utilizadas por organizações públicas, privadas e não-govertamentais.
Desta maneira, as mídias sociais podem se manifestar de diferentes formas.
Entretanto, os conceitos são encontrados em algumas literaturas e na internet, mas
não variam substancialmente de significado. Optou-se então por apresentar algumas
definições segundo Telles (2010):
22
- FlicKr
Trata-se de um serviço na internet para compartilhamento de fotos. Com ele,
pode-se inserir álbuns em sites e blogs. O serviço ainda traz inúmeras opções para
armazenamento do material. Além disso, há a possibilidade de integrar-se a outras
mídias sociais como, por exemplo, o twitter.
- Blog
Conceitua-se Blog como um diário online pois é organizado de forma
cronológica. Este serviço permite a inserção de conteúdo - denominado posts - fotos
ou vídeos. Geralmente tem a ver com um assunto específico ou vários temas ligados
a um assunto. Pode-se ainda permitir algum comentário em que todos que acessam
podem participar e acompanhar a opinião dos demais. Denomina-se de blogueiro a
pessoa que publica o conteúdo em um blog e blogosfera a um conjunto de blogs.
- Youtube
O Youtube é a maior rede de compartilhamento de vídeos. Utilizada por
pessoas ou organizações, a rede objetiva a publicação de vídeos com
características pessoais, informativas, institucionais, comerciais, políticas e uma
infinidade de interesses. Ao publicar um vídeo, o usuário permite que qualquer
pessoa possa procurar e conhecer o conteúdo deste vídeo postado a partir de
palavras-chave.
Criado em 2006, é uma espécie de microblog onde é possível seguir ou ser
seguido por outras pessoas que podem acompanhar tudo o que foi postado por um
indivíduo ou uma organização. Podem ser postadas mensagens de até 140
caracteres e é baseado na pergunta: “O que está acontecendo?”. Trata-se de uma
ferramenta que mais cresce em números de usuários no mundo. O twitter objetiva,
na maior parte dos casos, saber o que a pessoa está fazendo, conhecer a opinião
da pessoa que é “seguida”, inserir fotos ou vídeos. Há a possibilidade de retuitar, ou
seja, de copiar uma mensagem recebida e divulgá-la.
Ainda de acordo como esse autor (TELLES, 2010), as principais redes sociais
são:
É uma das maiores redes sociais do mundo. No Brasil, vem crescendo junto
às classes A e B. O Facebook é um espaço que ajuda a manter contato com
23
amigos, encontrar antigos conhecidos ou conhecer pessoas novas. Atualmente, é
um grande agregador de conteúdos e funcionalidades e propicia um alto
envolvimento de consumidores.
Desta forma, organizações públicas ou privadas estão, cada vez mais,
expondo seu perfil no facebook a fim de interagir com seus usuários ou clientes.
Neste caso, páginas do facebook podem ser utilizadas como espaços de
disseminação de conteúdo útil para a população ou plataforma de relacionamento
com o público de interesse. Chamadas de “fan pages”, estas páginas institucionais
ou comerciais também podem trazer aplicativos, jogos, minimizar uma crise com
informações velozes, realizar pesquisas, promover eventos, vender um produto ou
fidelizar grupos para uma marca.
Trata-se de uma rede de negócios voltada para estudantes, profissionais,
executivos etc., que foi iniciada em 2003. Diferente dos sites de relacionamento, o
Linkedin objetiva formar uma rede de contatos profissionais. Nele, o usuário pode
incluir seu currículo profissional com informações de seu momento atual, cargos que
exerceu, escolaridade e outros.
O principal propósito do site é permitir que usuários registrados possam
manter uma lista detalhada de contatos de pessoas que eles conheçam e em quem
confiem em empresas. As pessoas nessa lista são chamadas de conexões. Os
usuários podem convidar qualquer interessado (seja um usuário LinkedIn ou não)
para tornar-se uma conexão.
- Formspring
É uma rede social utilizada para esclarecer dúvidas ou conversar.
Geralmente, as organizações usam esta ferramenta para que seus usuários ou
clientes possam tirar dúvidas sobre um serviço ou produto, estimulando a interação
com seus públicos por meio de respostas onlines. Trata-se de uma rede com
potencial de minimizar crises ou evitar algum tipo de conflito.
- Orkut
É uma das maiores redes sociais do Brasil e foi criada para estimular a rede
de relacionamentos. São objetivos do Orkut estabelecer novas amizades, interagir
com novas pessoas, procurar relacionamentos afetivos ou mesmo encontrar
pessoas a partir de grupos que tem a mesma afinidade e estão inseridos em
24
comunidades. Há ainda a possibilidade de conversar de forma online com outros
membros da rede, previamente aceito pelo gestor do Orkut.
O Orkut tem grande força nas classes B, C e D. Entretanto, grande parte das
pessoas que o utilizam já migrou para o Facebook ou mantém ativa as duas redes.
- Foursquare
É uma ferramenta que permite a geolocalização, ou seja, permite saber onde
uma pessoa está a partir do uso do GPS (Global Positioning System) nos telefones
móveis. O usuário deste serviço pode publicar onde está e fazer recomendações de
um local em uma determinada cidade.
Ao publicar onde a pessoa está ela pode fazer um checkin. Na prática, a
pessoa informa um ambiente público ou comercial onde está e pode ganhar pontos
por ter ido àquele local. Dentro de uma perspectiva de marketing, empresas buscam
incentivar o uso do chekin em seus estabelecimentos e, em contrapartida, podem
oferecer algum benefício como descontos em produtos, serviços ou prêmios.
Figura 1: Algumas das principais redes sociais no Brasil Fonte: SBPC, n. 3, p.19, 2012
A figura 1 mostra que algumas mídias sociais podem ocasionar a formação de
grupos. Estes segmentos, associados entre si, geram as redes. Ainda existe a
possibilidade de uma crescente interconexão entre essas mídias. Na seção
seguinte, apresenta-se como a sociedade está utilizando-as.
25
3.3 A SOCIEDADE EM REDE E OS MOVIMENTOS POLÍTICOS E SOCIAIS
Nos dias atuais, o facilitado acesso aos dispositivos móveis, que vão desde
os smartphones até os tablets possibilitaram milhares de pessoas a interagir com
esta nova ferramenta digital que são as mídias sociais. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira chegou a 191,5
milhões de pessoas em julho de 2012, da qual 35% são internautas
(aproximadamente 67 milhões). Ainda segundo o IBGE, a quantidade de usuários
brasileiros de internet que acessam as mídias sociais é alta, somando 58,7 milhões
de pessoas.
Outro estudo do Ibope (2012, não paginado) em parceria com a Worldwide
Independent Network of Market Research mostra que: “[...] 87% dos internautas
brasileiros acessam redes sociais. Este número tende a crescer ainda mais, já que
20% da população entrevistada dizem pretender entrar nesses sites num futuro
próximo”. Esses números colocam o Brasil como quinto país com o maior número de
conexões na internet e na décima posição entre os países que mais acessam sites
como Orkut, YouTube, Twitter, Facebook e LinkedIn.
Com a permanente conectividade garantida pela acessível mobilidade, este
universo virtual integrou-se à rotina de uma considerável parcela da sociedade. "A
internet processa a virtualidade e a transforma em nossa realidade, constituindo a
sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos". (CASTELLS, 2003,
p. 286).
Através desta nova ferramenta, novos atores estabelecem diálogos virtuais
alicerçados no capital social. A professora Raquel Recuero, do Programa de Pós-
Graduação em Letras e do Centro de Educação e Comunicação da UCPel/RS/BR,
associa este conceito ao compartilhamento de princípios entre indivíduos.
Essa ideia foi discutida por inúmeros pesquisadores e foi, quase sempre, associada aos valores conectados com o pertencimento a um determinado grupo. Por exemplo, o fato de você jogar futebol todo o domingo com um 4grupo de amigos dá acesso a valores específicos. O primeiro e mais óbvio deles é a possibilidade de divertir-se com o grupo. Ora, futebol é um esporte coletivo, que só pode ser jogado se um grupo de pessoas entra em acordo e participa do jogo. As amizades que podem surgir do jogo e passar a outras esferas também são um valor. Assim, fazer parte de um grupo dá acesso a todo um conjunto de vantagens, o que é chamado capital social. (RECUERO, 2009, não paginado)
26
As mídias sociais estão adquirindo uma crescente importância na sociedade
moderna. Segundo o Wikipédia5 (2012), o crescente aumento e formação das mídias
sociais, com o engajamento em um contexto de maior participação democrática e
mobilização social, reflete em última análise, um processo de fortalecimento da
sociedade civil.
Aliado a este fato, sabe-se que este novo comportamento da sociedade
moderna veio para ficar. Ou seja, trata-se de uma mudança de hábito. A
democratização da sociedade está em todas as classes, influenciando novos gostos,
modificando hábitos e criando novos valores. Assim, comunidades online vão
tomando maior espaço diário na vida das pessoas, permitindo uma nova maneira de
participação da sociedade de forma veloz e criativa, a partir de aplicativos modernos.
Desta forma, pode-se dizer que as mídias sociais já são um fenômeno a cada
dia mais forte, capaz de tornar uma sociedade mais atuante, aumentando seu poder
de influenciar vários grupos a partir de uma comunicação interativa que impulsiona a
mobilização popular. Como exemplo, pode-se citar importantes fatos onde a força
humana, por meio das mídias sociais, possibilitou a mudança de um acontecimento
ou mesmo o início de mobilizações importantes. Segundo Exame.com (2012, não
paginado) o protesto batizado de Occupy Wall Street: “Em 2011, os manifestantes
após se articularem nas redes sociais passaram dias em Wall Street, em Nova York,
para protestar sobre questões da economia e do mercado financeiro. O ato foi
replicado também para outros países”.
Casos como catástrofes ou campanhas solidárias podem servir de exemplo
de como a sociedade pode interagir virtualmente. Doações de sangue, alimentos ou
remédios, nestes casos, tiveram respostas rápidas e positivas por conta de
interações nas redes sociais. Exemplos mostram como uma comunidade organizada
em rede pode alterar a resposta de uma determinada situação crítica. Desta forma, a
mobilização popular está cada vez mais presente com as mídias sociais enfatizando
uma sociedade participativa.
Como consequência na mudança desse comportamento, também surgem no
mundo ondas de participação dos movimentos sociais unidos pelos
5Wikipédia: é uma enciclopédia escrita em colaboração pelos seus leitores. Este site utiliza a ferramenta Wiki, que permite a qualquer pessoa, melhorar de imediato qualquer artigo. (WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/>. Acesso em 10 ago. 2012).
27
descontentamentos mais variados. A força das organizações em rede, em alguns
casos, passou a se transformar em protestos generalizados e que provocaram
distúrbios em diversas regiões do planeta, conforme mostra o quadro a seguir.
País Data de Início Tipo de Protesto Consequências
Tunísia 18 de dezembro de 2010
Auto-imolação de Mohamed Bouazizi e grandes manifestações públicas
Deposição de Ben Ali
Argélia 28 de dezembro de 2010
Grandes manifestações públicas
O presidente Abdelaziz Bouteflika promete o fim do estado de emergência
Líbia 13 de janeiro de 2011
Protestos por habitação e grandes manifestações públicas, segundo ONG, mais de 200 pessoas já foram mortas nestes protestos
Guerra civil, intervenção internacional e deposição do regime. Morte do ditador Muammar al-Gaddafi
Egito 25 de janeiro de 2011
Grandes manifestações públicas
Renúncia de Hosni Mubarak
Síria 26 de janeiro de 2011
Auto-imolação, grandes protestos
O presidente Bashar al-Assad prometeu reformas no governo. Escalada da violência e substancial número de mortes
Iraque
02011-02-10 10 de
fevereiro de 2011
Autoimolação, protestos
em várias cidades por todo o país
O premier Nouri al-Maliki anuncia
que não concorrerá a um terceiro mandato
Barein
02011-02-14 14 de fevereiro de 2011
Grandes manifestações públicas
O rei Hamad doará dinheiro para
cada família e ordena a soltura de presos políticos
Kuwait
02011-02-18 18 de
fevereiro de 2011
Grandes manifestações públicas
-
Quadro 1: Distúrbios em diversas regiões do planeta Fonte: Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera_Árabe>. Acesso em 08 ago. 2012
Atribui-se às redes sociais fortalecidas o poder de mobilização política de
seus países, como aconteceu na Líbia e no Egito (veja quadro acima), em que
grupos organizados através da internet, mensagens de texto e redes sociais
programaram manifestações e discutiram a ideologia dos protestos.
O que essas manifestações tiveram em comum foi a maneira como se
articularam e mobilizaram, de forma rápida e informal e em torno de um mesmo
tema. Essas reivindicações e protestos seguiram-se por meio das mídias sociais na
internet e possibilitaram mobilizações em diversos países como nunca antes vista no
mundo.
Vale lembrar que organizações populares com um perfil mais revolucionário
ou mesmo reivindicativo não puderam ocorrer antes em países como os do norte da
28
África e no Oriente Médio, pois manifestações políticas não eram permitidas,
conforme consta Wikipédia, 2012. Entretanto, em 2010 e 2011, pode-se atestar que,
em países como Egito ou Tunísia, as organizações nas mídias sociais iniciaram um
período de protestos com fins democráticos, enfraquecendo os regimes autoritários
destes países.
Trata-se nessa nova abordagem dos movimentos, de visualizar novos
espaços de mobilização e novas formas de se movimentar ou de ações coletivas, e
entender seus significados políticos e culturais (SCHERER- WARRREN, 1993).
Essa visão de que as oportunidades de utilização das mídias sociais estão
abertas, e que são possíveis de serem acompanhadas e desenvolvidas, mostra a
necessidade de maior envolvimento das FA na questão, com o objetivo de
possibilitar um acompanhamento dos grupos sociais conectados na rede com vistas
à mobilização nacional.
3.4 O CRESCIMENTO DAS MÍDIAS SOCIAIS
A utilização crescente dos recursos da internet tem sido motivo de diversas
pesquisas relacionadas com o tema, haja vista a necessidade das empresas
entenderem quais são os meios de divulgação mais procurados, compreendidas as
mídias sociais.
Desde 1993, a empresa Mayer&Bunge Informática (MBI) passou a
sistematizar algumas destas pesquisas e publicá-las na forma de relatórios com
estatísticas do mercado, demandada, principalmente, por outras empresas
fornecedoras de produtos e serviços de tecnologia da informação (TI).
Na sequência, apresenta-se o gráfico das mídias sociais realizada pela MBI
na primeira quinzena de maio de 2011, em comparação com os dados obtidos em
2010. Salienta-se que os profissionais e executivos de grandes e médias empresas
usuárias de TI, no Brasil, foram o público-alvo da pesquisa.
O gráfico apresenta um ranking das mídias sociais mais utilizadas pelas
empresas. Os dados obtidos mostram que o número médio de participação das
29
mídias passou de 4,8 em 2010, para 5,2 em 2011, com um crescimento da ordem de
10%.
Gráfico 1: Ranking de participação em redes sociais Fonte: Disponível em: <http://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/relatorios/2010-
11>. Acesso em: 15 jun. 2012. Ao analisar o gráfico acima, constata-se o crescimento do Facebook, do
Twitter e do Youtube superiores a dez por cento e algumas pequenas quedas como
no Orkut e Google Groups. A maior queda de participação, entretanto, ficou com a
mídia Orkut. Segundo a mesma empresa, essa mídia ocupou o primeiro lugar
durante muitos anos no Brasil, mas neste momento, como mostra a pesquisa, já caiu
para o quarto lugar.
Outro aspecto interessante é que as mídias sociais líderes estão alcançando
índices de participação de mais de 75%. Por isso a importância de se monitorar mais
de uma delas para se buscar estar sempre à frente das tendências dos usuários. A
rápida ascensão e queda de algumas mídias identifica que não depende das
empresas o quanto uma ou outra será mais utilizada, e sim, exclusivamente do
interesse dos usuários. Colabora com esse entendimento a pesquisa do
Ibope/Nielsen (2012), onde em abril deste ano, o Facebook somou 40 milhões de
usuários no Brasil, ante 27 milhões do Orkut e 11 milhões de contas ativas no
Twitter. A ComScore (2012), consultoria especializada em internet, analisa que:
“apenas o crescimento do Facebook, no Brasil, até fevereiro deste ano, foi em torno
30
de 250%. Já o Linkedin (150 milhões de usuários no mundo) chegou a 4 milhões de
usuários nos país, 428% de crescimento em um ano”. (SBPC, 2012, p. 19).
Já no gráfico a seguir, observa-se que os profissionais buscam nas mídias
sociais, principalmente, a manutenção de contatos, tanto pessoais quanto
profissionais. Sua utilização ainda está baseada na formação de uma rede de
relacionamento e não na obtenção de dados estratégicos para as empresas.
Gráfico 2: Benefícios buscados nas redes sociais Fonte: Disponível em: <http://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/relatorios/2010-
11>. Acesso em: 15 jun. 2012.
A utilização cada vez maior das mídias sociais por parte das empresas com o
intuito de se relacionarem em rede mostrou que, nos últimos anos, as tendências
mudaram muito rapidamente. A queda da utilização do Orkut, representada no
gráfico, é um exemplo disto. A própria maneira de se relacionar em rede mudou
também. O gráfico mostra então, que o principal benefício procurado consiste na
busca e manutenção de contatos, tanto pessoais quanto profissionais. Ambos
cresceram ligeiramente e se situam praticamente no mesmo nível.
Em termos de variação percentual, a resposta que mais cresceu (29% de
aumento) foi “Desenvolver negócios para minha empresa”, o que pode ser
interpretado como um sinal de uma maior procura das organizações pelas mídias
sociais, principalmente, na busca de realizar mais contatos profissionais, colocando-
as definitivamente como um meio de se relacionar com os clientes.
31
Os resultados da pesquisa sobre mídias sociais revelam, então, que a
utilização por parte dos profissionais se aproxima de um ponto de maturidade. Por
outro lado, as empresas ainda estão num rápido e crescente processo de entrada no
mundo das mídias sociais, mas ainda não há um consenso sobre quais sejam
efetivamente os benefícios a serem obtidos e os riscos que estariam expostos.
Entretanto, é de esperar que, a experiência crescente de utilização leve as
empresas a participarem mais ativamente, de forma que haja também cada vez mais
envolvimento dos usuários na rede. Na mesma direção, as FA e o MD já iniciaram
suas participações na rede. Essa lógica de utilização das mídias sociais pelas FA é
apresentada na próxima seção.
32
4 O EMPREGO DAS REDES SOCIAIS NA ESTRATÉGIA DAS FORÇAS
ARMADAS PARA MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Para melhor percepção de como as FA estão trabalhando com as mídias
sociais, quais relacionamentos estão sendo mantidos com os usuários das mídias e
de que maneira estas ferramentas podem ser utilizadas no caso de mobilização
social, foi realizada uma pesquisa, por meio de um questionário objetivo, junto aos
órgãos de comunicação social do Ministério da Defesa e dos Comandos Militares.
4.1 USO DAS MÍDIAS SOCIAIS POR ORGANIZAÇÕES
Na abordagem a seguir, apresenta-se o questionário realizado para a
pesquisa que se encontra no apêndice deste estudo. Para melhor compreensão dos
resultados da pesquisa serão apresentadas observações individuais das questões
levantadas.
A primeira questão, dentro de oito quesitos, abordou se “as organizações
utilizam as mídias sociais como ferramenta de gestão”. Todas responderam que
utilizam. Entende-se pela unanimidade das respostas que as organizações militares
já estão inseridas em algum tipo de atividade que envolve mídias sociais e que estão
dando importância para o que é veiculado a respeito de cada órgão.
No segundo quesito, se “a organização interage com as mídias sociais”, 100%
das respostas dizem que sim, que além de monitorar, respondem e trabalham os
resultados. Observa-se então que não há somente um desejo em divulgar
institucionalmente as organizações, mas também de trocar informações, responder
questionamentos da sociedade e entender o que este público demanda para poder
influenciar os resultados que não sejam positivos para as instituições.
Na pergunta de número três, a questão foi: “Qual o maior benefício com o
trabalho junto às mídias sociais?”. O questionário dá a opção de responder, por
ordem de importância de 01 a 10 os itens mais pertinentes. Nota-se, entre as
organizações, algumas diferenças nas respostas. Entretanto, de uma maneira geral,
os itens de mais importância foram: Fortalecer a marca, Fidelizar e Divulgar
atividades. Os que receberam importância intermediária foram: Melhorar
relacionamento e ter uma ferramenta de gestão veloz e atual. Já os itens julgados de
33
menor importância foram: Estar atualizado com novas ferramentas, Mobilização,
Interagir com a área de inteligência, gerenciar crises e Inovar planejamento
estratégico.
Com os resultados obtidos, pode-se, então, entender que o “primeiro passo”
já foi dado, ou seja, a iniciativa em adentrar com algumas ferramentas junto às
mídias sociais foi feita de maneira positiva. Isso representa uma preocupação da
organização em estar atualizada com modernas técnicas de se fazer comunicação
social. Entretanto, quando se pensa em utilizar este trabalho a partir de um plano de
ação estratégico da organização para possível uso em casos de mobilização
nacional, não há nenhuma resposta que admita o uso das mídias sociais com vistas
a este fim.
Na questão quatro, a pergunta foi: “A área de inteligência é envolvida no
processo de monitoramento de respostas?”. A maior parte das respostas foi negativa
e a única positiva fez a observação de que não há efetivo para um trabalho ideal. O
resultado aponta que ainda não se criou um relacionamento entre as áreas de
comunicação social e inteligência para este fim. Entende-se, ainda, por meio da
negativa das respostas, a falta de visão no tocante a informações adicionais para a
confecção de um banco de dados dos usuários da rede.
No item cinco a pergunta foi se “existe a preocupação em monitorar as
pessoas que se destacam como líderes dentro das mídias sociais”. A maior parte
das respostas também foi negativa e a única positiva fez a observação de que não
há efetivo para um trabalho ideal. Este resultado aponta para o entendimento de que
não há ainda uma preocupação em agir de forma mais estratégica a partir da
identificação de possíveis líderes nas redes sociais ou de monitorá-los. Sabe-se que
a identificação destes líderes de rede poderia maximizar uma ação de uma possível
mobilização nacional, principalmente, para identificar as pessoas a serem
contatadas de acordo com a necessidade apresentada.
Já a pergunta de número seis quis saber se “a organização utiliza as mídias
sociais como ferramenta para implantação de estratégica em caso de mobilização
nacional”. A totalidade respondeu que não. Confirma-se então que as organizações
podem ainda evoluir as suas estratégias de ações nas mídias sociais com a
finalidade de mobilizar grupos, comunidades e sociedade como um todo a partir do
momento em que as organizações necessitem de uma ação veloz para fins de
34
mobilização, além de poderem identificar pessoas ou grupos que estejam voltados
para determinados fins de interesse das FA.
Na questão sete, a pergunta abordou se “a chefia utiliza os dados das mídias
sociais para o planejamento estratégico da organização”. A maior parte das
organizações disse que sim, que utiliza os dados provenientes das mídias sociais
como base para elaboração de seu planejamento estratégico, o que demonstra a
preocupação não somente com esta nova área de atuação, mas, principalmente, de
como posicionar os resultados obtidos com o trabalho nas mídias sociais com as
ações dos Comandos Militares e do MD. Cabe salientar que qualquer ação para ter
sucesso de aplicação em uma organização depende diretamente da aprovação e
incentivo da chefia.
A questão oito foi aberta. Deu a opção de a organização acrescentar algo que
pudesse enriquecer a pesquisa. O Comando da Marinha limitou-se a informar o
quantitativo de usuários nas redes sociais. Já o MD disse que implementará, em
2013, um Plano de Presença Digital na Internet e que este Plano prevê, entre outras
ações, diretrizes para a criação e gestão integrada das redes sociais. A resposta
ainda abordou “que o objetivo maior é estabelecer uma via de mão dupla na
comunicação, fazendo com que estes veículos deixem de ser canais que passam
informação para se constituir em processos que permitam aos usuários
manifestarem, interagirem e compartilharem experiências com a instituição”.
As respostas apontam para uma falta de política definida nos Comandos
Militares e no MD com relação à utilização das mídias sociais. Entretanto, é de se
salientar que essas unidades já deram um primeiro e importante passo em direção
ao envolvimento e interação com essas mídias, na busca de aprender, mesmo que
timidamente o que se pode usufruir. Colabora para essa análise o relatório “Social
networks VS. Management” da Manpower (2010, não paginado), onde o estudo
comprova duas situações: “A primeira é que muitas empresas se lançam nas mídias
sociais sem definir uma política ou estratégia. A segunda é que, na prática, o
potencial de risco à reputação para as empresas é bem menor do que as pessoas
imaginam”.
35
4.2 COMO MAXIMIZAR O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS PELAS FA EM CASO DE
MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Diante do que foi abordado nas seções anteriores e em face do resultado da
pesquisa realizada junto às FA, observa-se que as áreas de comunicação social -
responsáveis pela atuação nas mídias sociais – têm trabalhado com algumas das
principais ferramentas para inserir as organizações neste ambiente virtual. Observa-
se também que estas áreas consideram importante a presença da comunicação
digital como forma de compor com outras atividades já exercidas pela comunicação
social.
O fortalecimento da presença institucional, a importância em divulgar as
atividades das FA, a necessidade de ter uma ferramenta de gestão veloz e atual,
além de melhorar o relacionamento com seus usuários são uma das principais
razões, mostradas na pesquisa, para a entrada das organizações militares nas
mídias sociais. Porém, há que se evoluir neste posicionamento e assumir um novo
patamar de importância no uso de relatórios provenientes das redes sociais.
Neste ponto, pode-se enfatizar o relacionamento entre a comunicação social
e as áreas de inteligência e estratégia. Neste caso, a área de inteligência poderia
obter resultados a partir de opiniões, comportamentos ou mesmo informações, a fim
de que possa ser feito um plano de ação estratégico já com o intuito de desenvolver
uma possível ação de mobilização nacional.
Pode-se perceber, desta forma, que estas áreas integradas podem propiciar
ações específicas em vários casos de mobilização nacional de maneira mais rápida.
Por meio das redes sociais, por exemplo, pode-se identificar uma determinada
liderança, ou ainda, pessoas que repetidas vezes comentam ou compartilham
assuntos militares. Estes segmentos poderiam ser considerados alvos de ações
estratégicas para um determinado fim.
Ressalta-se ainda que o uso das mídias sociais para a mobilização nacional
pode ser utilizado com diversos fins. Seja com o intuito de chamar a sociedade para
alguma ação coletiva de ajuda humanitária, ou mesmo para uma ação motivada por
uma possível situação de conflito ligado à defesa nacional.
Cabe também apresentar que a relevância de realização de treinamentos,
principalmente em casos de exercício militares, quando são utilizadas várias ações
36
de comunicação e de inteligência, simulações de conflitos ou guerras fictícias.
Mesmo já existindo as ações de comunicação digital nestes exercícios, cabe avaliar
a possibilidade de integrar as áreas citadas acima como forma de estudar possíveis
resultados.
Destaca-se, também, a possibilidade de utilizar a inteligência militar nas
ações de caráter psicológico, as chamadas Operações Psicológicas. O uso desta
ferramenta dentro das redes poderá propiciar a inserção de informações e
mensagens direcionadas à mobilização nacional.
Esse foi o foco da pesquisa, onde se buscou identificar se os setores de
comunicações e de inteligência estavam atuando na área das mídias sociais com a
intenção de mobilizar a nação brasileira em caso de necessidade tanto humanitária
como de defesa nacional.
37
5 CONCLUSÃO
A Defesa Nacional é a maneira pela qual uma nação consegue manter sua
soberania. Buscá-la e mantê-la é tarefa de todo cidadão brasileiro e para as FA é
missão intrínseca ao dever constitucional.
O Brasil por suas extensas terras e seus maravilhosos recursos naturais,
necessita ampliar as possibilidades da nação em se preparar para sua tarefa
constitucional mais importante: a defesa nacional. E uma dessas possibilidades é a
mobilização nacional.
A mobilização nacional é um meio através do qual as FA brasileiras podem se
capacitar para realizar ações estratégicas com o objetivo de defender o País. Além
das atividades de logística para a aquisição e preparo das forças, a mobilização
nacional prevê também a reunião pessoas e profissionais em torno de um objetivo
comum.
Neste contexto abordam-se as mídias sociais, cujas ferramentas de formação
de redes poderiam ser mais bem exploradas pelas FA. Elas estão se difundindo de
forma crescente no seio da sociedade, independente da idade e do poder
econômico, e sendo utilizadas, tanto para o lazer como para os negócios. Os
usuários divulgam, compartilham, reclamam ou opinam cada vez mais devido à
facilidade de comunicação que a internet proporciona. E é por isso que as FA estão
atentas à presença de suas marcas nas mídias sociais. Então, como interagir de
maneira eficaz com esse público que está habituado com a web diariamente?
Uma das importantes mensagens a ser difundida nas redes poderia trazer
conceito de algumas ações importantes para o MD e os Comandos Militares, tais
como: reequipamento, treinamentos, simulações, mobilizações, recrutamento, e
acima de tudo, formação de lideranças na rede voltadas para o assunto defesa
nacional. Esses líderes precisariam ser acompanhados e monitorados para
desenvolvimento de ações que poderiam possibilitar atividades em prol da
mobilização nacional.
O que se propõe é a formação de uma equipe especializada em cada
comando que passe a monitorar constantemente algumas mídias sociais que mais
estão sendo utilizadas pela população como o Facebook, o Linkedin e o Twitter,
conforme já apresentado. Sugere-se que este trabalho de administração de
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conteúdo seja realizado por profissionais da área de comunicação social e
marketing, pela natureza do trabalho interativo e que exige rapidez e criatividade a
partir das estratégias emanadas do corpo dirigente. Assim, ações motivadoras
poderão fazer com que o leitor se engaje, divulgue, compartilhe ou interaja.
É necessária uma análise contínua dos diálogos, seja sobre a marca
institucional ou sobre assuntos polêmicos da atualidade. As mídias sociais são
canais de comunicação que exigem estratégias específicas para cada caso, tanto do
ponto de vista do conteúdo como de plataforma. O tratamento dado ao Facebook e
ao Twitter (por exemplo) deve variar de acordo com o assunto, momento, região ou
perfil do usuário. A mensuração das mídias sociais deve ser realizada
constantemente e por diferentes aspectos, pois não serão só as “curtidas” ou o
número de seguidores que poderão dar entendimento a um determinado assunto.
É preciso estar atento aos movimentos dentro das redes e saber quais
mensagens, produtos ou serviços estão sendo compartilhados, pois são eles que
levam a outros sites ou relatam a real opinião da sociedade sobre um determinado
assunto. Existem ferramentas capazes de efetuar não só esta monitoração como
mapear onde os usuários “alvo” estão navegando.
Para isto, é preciso que se tenha mais alternativas de comunicação. As
mídias sociais estão em constante transformação. E para acompanhá-las é preciso
muita rapidez e inovação. A própria hierarquia de respostas aos questionamentos
deverá ser repensada, pois se o usuário não obtiver as respostas advindas do canal
institucional ele procurará em outra fonte e, provavelmente, não se fidelizará. O
contrário tende a ser verdadeiro, caso haja a construção de um relacionamento
confiável e de lideranças dentro da rede que possam mobilizar pessoas para o que
se deseja.
Essa relação criada e expandida, e ainda compartilhada entre os canais de
comunicação das FA, é que irá possibilitar ao MD e aos Comandos Militares ter mais
um canal possível de divulgação e conscientização da sociedade civil com vistas à
mobilização nacional. Essa rede seria então incorporada aos treinamentos das
Forças e mantida uma relação de contato, com troca de informações e crescimento
de agentes multiplicadores das atividades ligadas às FA.
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Essas mídias seriam acompanhadas periodicamente por equipes técnicas e
relatórios mensais poderiam ser acompanhados também pelas áreas de inteligência,
além dos centros de comunicação dos órgãos militares.
A relevância deste estudo mostra a importância da formação de uma rede e a
troca de estratégias entre as FA e MD para que as ações possam ser multiplicadas e
lições aprendidas sejam compartilhadas e utilizadas por todos. Igualmente às mídias
sociais, que se modificam diariamente, as ações das FA devem ser constantemente
repensadas e as redes realimentadas. O mais importante será aprender com as
redes e poder em médio prazo estabelecer uma relação de confiança entre os
usuários selecionados e as instituições militares, sempre com o objetivo de tornar os
assuntos de defesa nacional cada vez mais presente na agenda nacional e junto à
sociedade.
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO REALIZADO NO MD E FA
1- Esta organização utiliza as mídias sociais como ferramenta de gestão?
2- A organização interage com as mídias sociais?
( )não. Somente monitora
( )sim. Além de monitorar, respondemos e trabalhamos os resultados
3- Qual é o maior benefício com o trabalho junto as mídias sociais? Coloque por
ordem de importância, de 01 a 10, marcando somente os itens que julgar pertinente.
( )fidelizar ( )fortalecer a marca
( )estar atualizado com as novas
ferramentas
( )ter uma ferramenta de gestão veloz e
atual
( )melhorar relacionamento ( )gerenciar crises
( )mobilização ( )divulgar atividades
( )interagir com área de inteligência ( )inovar planejamento estratégico
4- A área de inteligência é envolvida no processo de monitoramento ou respostas?
5- Existe a preocupação em monitorar as pessoas que se destacam como lideres
dentro das mídias sociais?
6- Esta organização utiliza as mídias sociais como ferramenta para implantação de
estratégia em caso de mobilização nacional?
Caso afirmativo, de que maneira?
7- A Chefia utiliza os dados das mídias sociais para o planejamento estratégico da
organização?
8- Caso deseje acrescentar algo que possa enriquecer esta pesquisa, utilize o
espaço abaixo.