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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - DCC TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: TOPOGRAFIA E ESTRADAS AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO NA UTILIZAÇÃO DO VLT DO CARIRI ITALO RODRIGUES DE SOUZA JUAZEIRO DO NORTE, CE 2019

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - DCC

TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: TOPOGRAFIA E ESTRADAS

AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO NA UTILIZAÇÃO DO VLT DO CARIRI

ITALO RODRIGUES DE SOUZA

JUAZEIRO DO NORTE, CE 2019

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ITALO RODRIGUES DE SOUZA

AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO NA

UTILIZAÇÃO DO VLT DO CARIRI

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à

Coordenação do Curso de Construção Civil,

da Universidade Regional do Cariri, como

requisito para a obtenção do grau de

Tecnólogo em Topografia e Estradas.

Orientador: Prof. Me. Synardo Leonardo de

Oliveira Pereira

JUAZEIRO DO NORTE, CE 2019

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Dedico este trabalho a minha avó Zulmira, por todo cuidado que teve comigo quando criança e por cuidar de mim até hoje, lá de cima, no céu.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me encaminhado e me dado

discernimento para chegar até aqui, sem Ele nada disso seria possível.

À minha família, em especial a meu pai, Antônio; à minha mãe, Maria; e ao meu

irmão, Elânio; que deixaram o sítio para me dar o apoio necessário para que eu

concluísse a faculdade aqui na cidade grande. Tudo isso foi por vocês, e para vocês. Eu

só tenho a agradecer por terem me acompanhado nessa jornada.

A cada professor que tive nessa caminhada universitária, incluindo meu orientador

Synardo Pereira, aprendi muito com cada um deles.

À Universidade Regional do Cariri, por dar oportunidade à jovens carentes como

eu, de terem a possibilidade de realizar o sonho da graduação.

A todos os colegas e amigos que fiz tanto dentro como fora da universidade, o

aprendizado de conviver com várias pessoas me trouxe bagagem e autoconhecimento,

ninguém passa pela nossa vida à toa.

Para cada pessoa que me ajudou diretamente ou indiretamente e que contribuíram

para a realização deste trabalho e foram meus parceiros e parceiras nessa caminhada.

Minha eterna gratidão.

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RESUMO

Ao longo dos anos as ferrovias do Cariri Cearense sofreram com a falta de cuidado por

parte do poder público, vindo a ter sobrevida com o advento de um novo tipo de

transporte público sobre trilhos: O veículo leve sobre trilhos (VLT). Este trabalho

apresenta o VLT que interliga as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, e como os

usuários o avaliam. Conta também um pouco da história das ferrovias na região do

Cariri Cearense além de apresentar como está atualmente os principais sistemas de

ferrovias do Estado do Ceará. A análise da qualidade do serviço oferecido se deu por

meio de questionários online e entrevista aplicada no próprio VLT. Foi analisado o perfil

do usuário e logo após os mesmos indicavam seu grau de satisfação em relação aos

itens apresentados. Dessa forma foi possível identificar quais aspectos do VLT os

usuários consideraram melhores e por final os mesmos escolheram os itens os quais

consideravam mais importantes em relação ao VLT. Quanto ao nível de satisfação, a

maioria dos usuário classificou o VLT do Cariri como bom, atingindo ótimas médias na

grande maioria dos itens apresentados. Nos itens de maior importância para o usuário

destacaram-se preço e segurança. Entre os itens que precisam melhorar, na opinião dos

usuários, destaque para o nível de ruído interno. A análise dos resultados permitiu

conhecer a opinião do usuário, ficando assim mais fácil de concentrar esforços para que

as devidas deficiências do sistema sejam sanadas.

Palavras chaves: VLT. Transporte Público. Ferrovia

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gravura representativa do Lançamento da pedra fundamental da estrada de

ferro de Mauá em 1854 . ............................................................................................. 15

Figura 2: Trem da R. F. Baturité na estação de Canafístula em 1880 ......................... 17

Figura 3: Estação Canafístula em 2011 ...................................................................... 17

Figura 4: Estação do Crato, anos 1930. ...................................................................... 20

Figura 5: Linhas do VLT e Metrô de Fortaleza ............................................................ 27

Figura 6: Linhas e estações do VLT de Sobral ............................................................ 29

Figura 7: Linhas e estações do VLT do Cariri ............................................................. 31

Figura 8: Fluxograma com as etapas da pesquisa ...................................................... 35

Figura 9: Mapa do Estado do Ceará ........................................................................... 37

Figura 10: VLT do Cariri estacionado na estação de Fátima ....................................... 38

Figura 11: Interior do VLT do Cariri com passageiros ................................................. 38

Figura 12: Estação Metroviária Teatro ........................................................................ 39

Figura 13: Entrevistas com usuários no interior do VLT .............................................. 41

Figura 14: Faixa etária dos passageiros por idade ...................................................... 45

Figura 15: Gênero dos passageiros ............................................................................ 46

Figura 16: Escolaridade dos usuários ......................................................................... 46

Figura 17: Renda Familiar mensal dos usuários ......................................................... 47

Figura 18: Motivos das viagens dos Usuários ............................................................. 47

Figura 19: Frequência das viagens dos Usuários ....................................................... 48

Figura 20: Estações de origem dos usuários .............................................................. 48

Figura 21: Estações de destino dos usuários .............................................................. 49

Figura 22: Distâncias do ponto de origem até a estação ............................................. 49

Figura 23: Distâncias da estação ao ponto de destino ................................................ 50

Figura 24: Meios de transportes que os usuários usam para chegar à estação .......... 50

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Figura 25: Meios de transportes que os usuários usam para chegar ao destino ......... 51

Figura 26: Conforto do VLT (poltronas, espaço interno e temperatura) ....................... 52

Figura 27: Nível de ruído interno como parâmetro de conforto.................................... 53

Figura 28: Tempo de viagem como parâmetro de conforto ......................................... 53

Figura 29: Higiene do VLT .......................................................................................... 54

Figura 30: Pontualidade do VLT.................................................................................. 55

Figura 31: Segurança na condução do VLT ................................................................ 55

Figura 32: Preço pago pela viagem ............................................................................ 56

Figura 33: Conservação dos vagões do VLT .............................................................. 57

Figura 34: Quantidade de paradas .............................................................................. 58

Figura 35: Tempo de paradas ..................................................................................... 58

Figura 36: Segurança nas estações ............................................................................ 59

Figura 37: Limpeza, conservação e conforto das estações ......................................... 60

Figura 38: Facilidade de acesso até as estações ........................................................ 60

Figura 39 Desnível e distancia do VLT em relação á plataforma ................................. 61

Figura 40: Parâmetro de qualidade mais importante ................................................... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização das modalidades de transporte metroviário de

passageiros ...................................................................................................... 24

Tabela 2: Números de desvio padrão calculados para cada porcentagem ...... 43

Tabela 3: Média de desempenho dos itens de qualidade ................................ 63

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12

1.1 Considerações iniciais ............................................................................ 12

1. 2 Justificativa............................................................................................ 13

1.3 Hipóteses ................................................................................................ 13

1.4 Objetivos ................................................................................................. 13

1.4.1 Geral ................................................................................................. 13

1.4.2 Específicos ....................................................................................... 14

1.5 Estrutura do trabalho .............................................................................. 14

2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 15

2.1 Breve histórico das ferrovias no Brasil .................................................... 15

2.2 As ferrovias chegam ao nordeste ............................................................ 16

2.3 Linha Baturité – Crato ............................................................................. 18

2.4 A seca como justificativa ......................................................................... 19

2.5 Do auge á decadência das ferrovias no Cariri ........................................ 20

2.6 Uma nova modalidade de ferrovias: o VLT. ............................................ 22

2.7 Principais linhas de transportes de passageiros sobre trilhos no estado do

Ceará ............................................................................................................ 25

2.7.1 Metrô e VLT de Fortaleza ................................................................. 25

2.7.2 VLT de Sobral ................................................................................... 28

2.7.3 VLT do Cariri .................................................................................... 30

2.8 Qualidade dos serviços no transporte público........................................ 31

3 METODOLOGIA .......................................................................................... 34

3.1 Tipos de estudo ....................................................................................... 34

3.2 Área de estudo ........................................................................................ 36

3.3 Coleta de Dados ..................................................................................... 39

3.4 Tamanho da amostra mínima ................................................................ 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 45

4.1 Resultado socioeconômico .................................................................... 45

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4.2 Motivos e Frequências das viagens ........................................................ 47

4.3 Estações de Origem e Destino mais procuradas .................................... 48

4.4 Distância das estações aos locais de origem e destino ......................... 49

4.5 Meios de transporte utilizados................................................................. 50

4.6 Acessibilidade para deficientes físicos ................................................... 51

4.7 Conforto .................................................................................................. 52

4.8 Higiene .................................................................................................... 54

4.9 Pontualidade ........................................................................................... 54

4.10 Segurança ............................................................................................. 55

4.11 Preço ..................................................................................................... 56

4.12 Estado de conservação dos vagões ..................................................... 56

4.13 Estações metroviárias ........................................................................... 57

4.13.1 Quantidade de paradas .................................................................. 57

4.13.2 Tempo de paradas .......................................................................... 58

4.13.3 Segurança nas estações ................................................................ 59

4.13.4 Limpeza, conservação e conforto das estações. ............................ 59

4.13.5 Facilidade de acesso ...................................................................... 60

4.13.6 Desnível e distância do VLT em relação à plataforma .................... 61

4.14 Parâmetro de qualidade considerado o item mais importante ............. 61

4.15 Resultado geral dos itens de satisfação ............................................... 62

5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 64

6. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 66

ANEXOS .......................................................................................................... 71

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

O Brasil é um grande país com dimensões continentais que depende muito

dos transportes de cargas pesadas para poder escoar sua produção agrícola de

um lugar para o outro. Para isso acontecer precisam modais de transportes

eficientes, que possam oferecer segurança, rapidez e economia, dentre outros. As

ferrovias foram trazidas ao Brasil para sanar esse problema, conseguiram atingir

seu objetivo por certo tempo, muitos lugares se desenvolveram através delas. Mas

uma sucessão de acontecimentos fez com que não fossem mais atrativas, tanto

financeiramente quanto visualmente.

Dependendo de sua localização e dos recursos disponíveis na região, as

ferrovias podem ser essenciais para transportar imensos volumes de mercadorias

básicas ou grandes contêineres em uma cadeia logística global. As ferrovias

também eram muito importantes no transporte público, grande parte das viagens

intermunicipais e até interestaduais eram feitas através do modal ferroviário

antigamente.

Após meados da década de 1950, com o começo da popularização dos

automóveis, o Brasil passou a investir bastante em rodovias, gerando um

monopólio sobre esse modal e consequentemente deixando os outros modais de

lado. No transporte público os ônibus passaram a ser a principal forma de se

deslocar e as linhas férreas passaram a ser vistas como muito caras e

ultrapassadas para a época.

Na região do Cariri não foi diferente, após ser durante muitos anos umas

das únicas formas de acessar a cidade do Crato no início do século XX, com a

construção das rodovias o trem da cidade foi desativado em 1988 ficando por mais

de duas décadas abandonado. Mas na última década ganhou uma sobrevida com

a reativação da linha única Crato-Juazeiro, que conta com nove estações. Muito

pouco para uma região que se somada apenas as duas cidades em questão tem

uma população estimada de 400 mil habitantes, sendo inegável que a região teria

um potencial maior se tivesse um sistema de transporte ferroviário ampliado.

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1. 2 Justificativa

O trabalho aqui apresentado tem como finalidade analisar e apresentar

o VLT do Cariri visando compreender como está a satisfação dos usuários com

o atual serviço que está sendo oferecido para a população. Antes disso será

apresentado os benefícios de um sistema ferroviário eficiente e se o mesmo

poderia ser implantada aqui na região.

A escolha por esse tema se deve ao fato de que atualmente o assunto

ferrovias voltou a ter certo destaque no âmbito nacional, mas ainda é pouco

expressivo se comparado com o transporte rodoviário. Segundo a

Confederação Nacional de Transportes (CNT, 2009), 61,1% de toda a carga

transportada no Brasil utiliza-se do sistema rodoviário; e apenas 21,0%

passaram por ferrovias.

1.3 Hipóteses

Ao identificar os possíveis motivos que levam a insatisfação e desinteresse

por parte dos usuários pode-se propor melhorias ao modal, mostrando como uma

região em crescimento, a do Cariri, pode se desenvolver ainda mais se souber usar

o potencial de suas linhas férreas.

1.4 Objetivos

1.4.1 Geral

O objetivo desse trabalho é avaliar o nível de satisfação dos usuários que

utilizam o transporte público, no caso o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que

interliga as cidades de Crato e Juazeiro do Norte.

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1.4.2 Específicos

Realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema, visando compreender

os eventos que levaram ao desuso das ferrovias;

Caracterizar o atual sistema de VLT do Cariri. , comparando-o com os

demais vlts do estado do Ceará;

Verificar o perfil dos usuários do VLT do Cariri.

Entender quais as prioridades dos usuários na utilização do modal

metroferroviário.

1.5 Estrutura do trabalho

Este primeiro capítulo apresenta o tema do trabalho, algumas considerações

iniciais sobre o mesmo, apresentando a justificativa, e quais são os objetivos geral

e específicos, além de apresentar como o trabalho será estruturado.

No segundo capítulo, a revisão bibliográfica com o objetivo de conceituar as

ferrovias, entender os motivos que levaram a desistência do poder público de

investir no modal, além da sua reutilização com esse novo sistema de transporte,

diferente dos trens mas que utiliza sua infraestrutura.. Posteriormente apresentar

conceitos de qualidade utilizando a escala Likert como modelo de avaliação de

qualidade.

O terceiro capítulo descreve a metodologia, especifica o tipo de estudo em

qual a pesquisa se adequa, apresenta como a coleta de dados foi concebida de

que forma foi conduzida e o tamanho da amostra mínima.

No quarto capítulo compreende a análise dos resultados com uma

avaliação, na forma de gráficos e tabelas..

E por último, no quinto capitulo, será apresentado as considerações finais

deste trabalho.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Breve histórico das ferrovias no Brasil

Desde o século XIX o Brasil olhava com carinho para a ideia de ter

ferrovias como o seu principal modal de transportes de cargas e de pessoas.

Duncan (1932) destacou em sua obra que a forma que o governo encontrou

para desenvolver a malha ferroviária no país foi o subsidio ao capital privado,

na forma de garantia o retorno do capital investido. Porém, o deslocamento da

costa para o interior, que era de difícil acesso; o grande volume de chuvas; o

clima tropical; a escassez de carvão e a instabilidade da economia geraram o

desinteresse do capital estrangeiro.

De fato a malha ferroviária brasileira só começou a ser implantada em

1854, com a construção da Estrada de Ferro Mauá, no Rio de Janeiro (Figura

1). A partir daí, chegou a ter cerca de 37.000 km, na década de 1950. A Rede

Ferroviária Federal S/A (RFFSA), criada em 1957, operou por mais de 40 anos,

até ser liquidada em 1999. Com a realização de concessões, a malha da

extinta RFFSA passou a ser operada por empresas privadas e o patrimônio da

estatal foi transferido para o Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT,

2013).

Figura 1: Gravura representativa do Lançamento da pedra fundamental da estrada de ferro de Mauá em 1854 .

FONTE: Wikipédia (2019)

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O Brasil estava começando a se consolidar no cenário mundial como um

possível grande exportador de grãos, mas para isso tinha que ter um sistema

de transportes eficiente, coisa que não tinha até então. Fair & Williams (1959)

destacam que um sistema de transportes eficiente permite maior produção

para grandes mercados, permitindo produzir numa escala compatível com a

produção, economicamente falando, o que não seria possível sem se

vislumbrar maior demanda. Parar que isso ocorra esse sistema e transporte

precisa ter baixo custo¸ confiabilidade e rapidez.

As ferrovias no Brasil tiveram cerca de 50 anos de glória tendo seu auge

no começo do século XX. Todas as famílias da época queriam fazer uma

viagem de trem. Para o país era um orgulho nacional saber que tinha tantas

ferrovias em funcionamento, os governantes querendo se aproximar da Europa

e dos Estados Unidos, duas grandes potências já naquela época nesse

quesito.

2.2 As ferrovias chegam ao nordeste

Não demorou muito para que as ferrovias chegassem a região nordeste,

sendo que ele era estrategicamente uma das que mais precisava desse tipo de

modal. Quatro anos depois de ser inaugurada a primeira ferrovia em Mauá –SP

foi inaugurada em 1858, a segunda, que era a interligação Recife-São

Francisco. Esta ferrovia, apesar de não ter atingido a sua finalidade – o rio São

Francisco – ajudou a criar e desenvolver as cidades por onde passava e

constituiu o primeiro tronco da futura “Great Western” (MUNHOZ, 2014).

A “Great Western” era uma companhia criada em 1872 por alguns

capitalistas ingleses, que queriam construir estradas de ferro no Brasil. Em

1873, a “ Great Western” foi autorizada a funcionar pelo Império, e conseguiu

várias concessões para construir ferrovias, principalmente nos estados de

Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Em 1945 o sistema contava com 4 linhas

principais: Recife-Nova Cruz, RN; Recife-Albuquerque, Sertânia, PE; Recife-

Jaraguá e Paulo Afonso, BA (GASPAR, 2009).

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Esses foram os primeiros suspiros das estradas de ferro no nordeste, já

no estado do Ceará também no ano de 1873 seria construída a sua primeira

ferrovia, que ficou conhecida como: estrada de ferro de Baturité. com o primeiro

trecho com mais de 7km de extensão. O objetivo era o escoamento da

produção serrana de Pacatuba e Maranguape para o porto de Fortaleza. Após

a assinatura do contrato de construção da ferrovia entre a Companhia e o

Governo Provincial do Ceará o projeto passou a ter como ponto final à cidade

de Baturité, produtora de café.

Foi motivo de muito orgulho para todo Estado do Ceará ter uma das

primeiras ferrovias do nordeste. A Figura 2 ilustra a antiga estação. A Figura 3

apresenta a estação atualmente:

Figura 2: Trem da R. F. Baturité na estação de Canafístula em 1880

Fonte: RODRIGUES et al (1960)

Figura 3: Estação Canafístula em 2011

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE (2011)

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2.3 Linha Baturité – Crato

A região do Cariri Cearense há tempos era considerada uma área das

que mais precisava de uma linha férrea. Políticos da época já enalteciam

principalmente a cidade do Crato, que a mesma tinha potencial para ser o

futuro celeiro do estado do Ceará, desde que se verificasse a possiblidade de

ter uma ligação da região com a capital do estado através de uma linha férrea

(REIS et al, 2016).

Na assembleia Legislativa do estado em 26 de agosto de 1873, Thomaz

Pompeu Sousa Brasil já defendia a região do Cariri com a justificativa do seu

forte potencial produtivo, conforme destaca Reis et al ( 2016, p.184).

O vale do Cariri, na minha Província, é considerado como o

centro de produção mais rico das Províncias do Norte. Não me refiro

às do Sul, porque não as conheço do mesmo modo. É um espaço

imenso circundado de serras, de onde correm arroios perenes que

fertilizam aquele solo, rico em todo gênero de produção,

principalmente de cana e algodão. Mas, como fica distante do litoral

80 léguas, é como um oásis encravado no deserto; não é possível

virem dali os gêneros para o litoral, senão quando estes sobem a um

preço muito elevado, como no tempo em que o algodão subiu a 20$

por arroba. Desde que o algodão e o açúcar descem a seus preços

normais, a exportação desses produtos do vale do Cariri torna-se

impossível. Entretanto, aquele vale contém uma população ativa de

mais de 200 mil habitantes, que poderia muito exportar; mas toda a

produção atual é consumida ali e pelos arredores e sertões

vizinhos;(...) A vista disso, não tenho razão de perguntar: por que o

governo não se lembra também de abrir comunicação entre o litoral

do Ceará e o vale do Cariry? (...)

Essa foi à tônica dos políticos caririenses durante muito tempo para a

vinda da ferrovia, enaltecer a grande produção agrícola da região, defendendo

a ideia de que a mesma cresceria muito se por ali um trem passasse.

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2.4 A seca como justificativa

Alguns anos depois a discussão ainda se estendia na câmara legislativa

do estado. Mas em 1877 com a chegada de uma seca na região finalmente o

projeto saiu do papel e começou a ser feito conforme destaca Rodrigues (2018)

que muitos retirantes da região foram para Fortaleza reclamar os seus direitos

e pedir ajuda a província. Agora a justificativa para a construção da estrada de

ferro era filantrópica. Os mesmos que foram para lá reclamar os seus direitos,

foram os que formaram a frente de trabalho para a construção da estrada de

ferro.

A ferrovia passou a ser uma questão de esperança, para que se outra

seca viesse à assolar a região o povo tivesse como sair dali. “Foi a única do

mundo de socorro aos retirantes da seca” (CORTEZ, 2008 apud RODRIGUES,

2018).

Esse processo de utilização da seca como justificativa foi amplamente

usado, assim como já se tinha feito anteriormente com o suposto “grande

potencial agrícola da região” esse sem muito sucesso. Esses dois foram as

duas grandes frentes de pensamento que conseguiram trazer a linha férrea

para o Cariri Cearense.

.

Os políticos da região mudaram o discurso de uma região rica e de

grande potencial para uma região muito pobre e carente que necessitava muito

da ferrovia quase como se fosse sua última fonte de esperança. Isso em

apenas alguns anos.

E assim o trem ficou conhecido como “agente de combate à seca” mesmo

sendo inegável que aquela esperança de que com ele viria a tão sonhada

prosperidade econômica, ainda estava viva dentro do povo (REIS et al, 2016).

No dia 8 de novembro de 1926, a Estação de Crato (Figura 4) foi

inaugurada e, no dia seguinte, o mesmo aconteceu em Juazeiro do Norte. A

princípio, Juazeiro do Norte não ia ter uma estação. A cidade escolhida era

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Barbalha, que tinha forte produção de cana-de-açúcar. No entanto, o Padre

Cícero foi para Fortaleza e conseguiu, com o seu prestígio político e religioso, e

depois de certo esforço por não ser tão fácil chegar até Fortaleza na época,

trazer o equipamento para o seu município (RODRIGUES, 2018).

Figura 4: Estação do Crato, anos 1930.

FONTE: A União; Jornal local do Crato; (1926)

Em 1940 a cidade de Barbalha também conseguiu um ramal da Linha

férrea, no hoje chamado triângulo Crajubar, que incluem as cidades de

Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. Entretatnto funcionou durante pouco

tempo, o motivo da desativação segundo os barbalhenses foi um acidente que

acabou vitimando uma família inteira e acabou traumatizando a cidade,

finalizando assim o trajeto (RODRIGUES, 2018).

2.5 Do auge á decadência das ferrovias no Cariri

No século XX as ferrovias já não recebiam o mesmo investimento, ou

seja, a linha férrea do Cariri chegou com alguns anos de atraso, sendo que a

discussão sobre a construção dessa ferrovia tinha começado no ano de 1873,

e vindo a ser concretizada somente no ano de 1926, sendo 53 anos de espera,

ainda assim ela foi de muita serventia principalmente ao povo do Crato que até

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então não tinha como escoar sua produção da cidade e com a chegada da

ferrovia conseguiam vender suas produções agrícolas pra outras regiões do

Ceará, e a produção não ficava concentrada apenas na cidade de Juazeiro do

Norte.

Mas logo nos primeiros anos de funcionamento da linha férrea, mas

precisamente em 1929, ano em que houve a ocorrência de boas chuvas na

região do Cariri, os agricultores já reclamavam da capacidade da ferrovia de

poder escoar a policultura da região (CORTEZ, 2008).

Os agricultores reivindicavam mais manutenções nos vagões dos trens e

mais capacidade de carga, para poderem escoar mais produtos em invernos

fartos como o que estava acontecendo naquele ano.

Mas nesse momento da história o então presidente Washington Luiz já

não estava mais olhando para as ferrovias com bons olhos. Ele inaugurou em

1926 o inicio da “era rodoviária” no país com sua frase muito conhecida:

“Governar é construir estradas” (PAULA, 2000, p. 53).

Ao mesmo tempo em que duas das principais montadoras mundiais de

automóveis se instalavam no Brasil – Ford em 1919 e General Motors 1925 – o

governo intensificou nesse período a construção de rodovias (PAULA, 2000).

A extinção do tráfego de trens no Ceará não foi uma coisa abrupta, foi

uma desativação gradual (CORTEZ, 2018). Mas foi a partir do governo de

Juscelino Kubistchek (1956 - 1961) que a ferrovia perdeu o seu último prestigio

que ainda lhe restava, Segundo Costa (2012), a prioridade do governo era a

industrialização via montadora de carros por consequência abandonando de

vez as ferrovias. Erro que os governos posteriores além de não resolverem

ainda o agravaram, com investimentos muitas vezes de cunho duvidoso.

Com o passar dos anos o trem perdeu todos os ares de modernidade,

cada vez mais sucateados, lentos e sem aquele charme que faziam as pessoas

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se interessarem pelo transporte. E a venda de caminhões e carros no Brasil só

aumentava.

Mas foi só no final da década de 80 que a Rede Viária do Ceará (RVC) foi

totalmente desligada conforme relata Cortez (2008, p. 212): ”A jornada que

encerrou o tráfego de passageiros por via férrea com destino a Crato ocorreu

em 12 de dezembro de 1988.”

2.6 Uma nova modalidade de ferrovias: o VLT.

O modal ferroviário no inicio dos anos 2000 ganhou uma nova

modalidade de transporte além dos trens e metrôs, que é o VLT (Veículo Leve

Sobre Trilhos) que seria uma espécie de metrô com menos capacidade de

transporte de pessoas porém com um menor custo de implantação, como

destaca Boorse (2000, p. 17).

Trata-se de um sistema metropolitano elétrico de transporte

sobre trilhos, formado por uma unidade motriz ou por uma

composição integrada por carros articulados, que circula em meio ao

tráfego, em vias exclusivas dispostas no solo, em estruturas aéreas

ou em túneis. No caso da via inserida ao nível do solo, suas estações

podem ser constituídas por simples plataformas baixas de embarque

e de desembarque, posicionadas a uma altura pouco superior ao

meio-fio das calçadas. Isso é tecnicamente viável, porquanto os

modernos VLTs têm piso rebaixado, podendo o mesmo distar apenas

35cm do solo.

Diante disso, entende-se que ele seria um meio de transporte muito

adequado para cidades de médio porte. Brinco (2012) destaca que essa nova

modalidade de transportes sobre trilhos também facilitaria a vida de inúmeros

usuários, sobretudo aqueles que têm algum tipo de deficiência física, como os

cadeirantes, por conta de não ser preciso construir estações muito grandes e

com pontos de embarque e desembarque bem acessíveis por conta de

estarem bem próximas ao solo.

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Existem mais definições para o que seria um VLT conforme destaca

Bazani (2016):

Os veículos leves sobre trilhos – VLTs são uma modalidade de

transporte de média capacidade. Movimentam de 7.000 a 24.000

passageiros por sentido por hora com linhas curtas atendendo os

centros das cidades, cujo espaçamento entre estações varia de 500 a

800 metros, podendo ter segregação total ou parcial. (...) O Ministério

das Cidades, em particular, define VLT como o veículo de mobilidade

urbana para transporte coletivo de passageiros de tração automotora

ou elétrica, que se move sobre trilhos e que compartilha a mesma via,

concorrendo com outros tipos de veículos e pedestres, em faixas

segregadas ou não. Infere-se, assim, pela definição, que os VLTs

podem circular com qualquer tipo de direito de tráfego, inclusive o

tráfego misto. No âmbito deste estudo, entretanto, considera-se que

os VLTs devem contar com segregação total ou parcial. Diversas

cidades, por todo o mundo, têm implantado VLTs com tração elétrica

e aspecto moderno. Utilizados geralmente nas áreas centrais, em

linhas curtas, os veículos apresentam baixos níveis de ruídos e não

emitem poluentes.

Os VLT´s ocupam menos espaço urbano do que um metrô ocuparia, além

de ser mais harmonioso com a paisagem e não emitir sons agudos ou muito

altos. Pode-se então a partir disso afirmar que ele seria uma espécie de bonde

moderno conforme realça Brinco (2012, p.108) “É o herdeiro do antigo bonde,

cujas redes se espalhavam pelo mundo e que foram retirados de circulação

nas cidades brasileiras no início dos anos 70”.

A extinção dos bondes foi um evento de abrangência mundial, sendo que

as razões para serem abandonadas foram as mais diversas possíveis, mas a

que mais se sobrepôs em relação as outras foi o grande tráfego de automóveis.

No entanto, em algumas cidades da Europa suas redes foram preservadas,

aguardando o momento em que um dia o bonde voltasse mais rejuvenescido e

com grande estilo, sendo notabilizado pela sua eficácia e rapidez no

atendimento a população (BRINCO ,2012).

Atualmente algumas pessoas, talvez por desinformação, acabam falando

de metrô e VLT como se fossem a mesma coisa, realmente os dois têm muitas

semelhanças, mas tecnicamente falando há várias distinções entre os dois. A

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Tabela 1 a seguir apresenta as diferenças entre diversos transportes sobre

trilhos, incluindo o VLT e o Metrô.

Tabela 1: Caracterização das modalidades de transporte metroviário de passageiros

Fonte: CNT (2016)

Observa-se que o VLT tem uma capacidade reduzida de transporte de

passageiros, mas o custo-benefício para uma cidade mediana, se sai melhor

que o custo de fazer uma linha de metrô que arcaria grandes custos para

cidade conforme destaca Brinco (2012, p.109).

O VLT moderno afirma-se, crescentemente, como um modal

que se distingue por sua originalidade e estética apuradas, pelos

níveis de segurança que oferece, por sua capacidade de adaptação a

uma oferta de transporte variável — sendo capaz, assim, de bem

acompanhar a evolução da demanda — e por suas ótimas condições

de inserção no meio urbano. Acrescentem-se seus excelentes

atributos técnicos, herdados de uma tecnologia secularmente

120 a 300 90 a 180 180 a 480 600 a 840 60 a 180

Ligam municipios periféricos

nas regiões metropolitanas;

Zonas centrais: segregação

total; Zonas periféricas:

podem circular com

segregação parcial.

Segregação total;

Transporte interno

ao municipio.

Trilho único; por ser

delgado, ocupa

menos espaço e

tem menor impacto

visual na cidade e

menores custos.

Segregação total ou

parcial; Intervalos

entre veículos

depende do

tráfego;

Alimentação

Implantado em

circuitos fechados

de pequena

extensão.

40000 a 80000 40000 a 80000 20000 a 48000 7000 a 24000 5000 a 15000

1500 a 2500 700 a 1200 500 a 1000 500 a 800 _

1

2000 720 a 2500 _

100 a 720

_

Capacidade da linha

(passageiros/

sentido/ hora)

Distancia média

entre estaçãoes (m)

Intervalo entre

veículos na hora de

pico (s)

Observações

Veiculo Leve sobre

Trilhos - VLT

Automated people

Mover - APM

N° de carros por

composição

Capacidade da

composição

(Passageiros)

6 a 12 4 a 10 _ 1 a 4

Modalidade Trem Metropolitano Metrô Monotrilho

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comprovada, seu rodar silencioso e as condições de conforto

oferecidas aos passageiros, tudo isso dentro de um quadro

orçamentário de investimentos comparativamente modesto. Com

efeito, diferenciando-se do metrô, o VLT caracteriza-se por ser uma

solução de infraestrutura menos complicada, representando uma

tecnologia intermediária no campo do transporte de massa. Por isso

mesmo, ao circular em via totalmente segregada, recebe, muitas

vezes, o nome de “metrô leve”.

Um metrô de grande porte levaria no mínimo 7 a 8 anos para ser entregue

em sua totalidade, ou seja, com todas as suas linhas e terminais prontos,

podendo ser estender por mais algum tempo se tiver áreas subterrâneas, o que

encareceria ainda mais a obra (BRINCO ,2012).

Nesse contexto o VLT surge como alternativa menos cara e mais atrativa

para as cidades que queiram contar com os seus serviços. Por não precisar de

segregação podem ser instaladas linhas férreas sobre a pista de tráfego, desde

que sejam bem sinalizadas. Isso evitaria grandes gastos com enormes

viadutos, deixando a obra ainda mais barata. O seu tempo de execução da

obra pode variar, mas em geral duram de 2 a 3 anos.

2.7 Principais linhas de transportes de passageiros sobre trilhos no

estado do Ceará

2.7.1 Metrô e VLT de Fortaleza

As origens da malha metro ferroviária em operação remontam ao ano de

1873. Em um contexto mais recente, a partir da criação da Companhia

Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em 1984, a Superintendência de Trens

Urbanos de Fortaleza – (STU-FOR) ficou responsável pela operação do

transporte de passageiros sobre trilhos na região metropolitana. Em 1997, foi

criada a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos - METROFOR,

com o propósito de planejar, implantar, operar e manter os serviços de

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transportes de passageiros sobre trilhos na Região Metropolitana de Fortaleza.

No seguimento do já referido processo de estadualização dos sistemas da

CBTU, o sistema de trens metropolitanos da região foi entregue, em 2002, ao

Governo do Estado do Ceará (CNT, 2016).

Atualmente, o Metrofor é vinculado à Secretaria das Cidades, do Governo

do Estado do Ceará. O sistema de transporte de passageiros sobre trilhos da

Região Metropolitana de Fortaleza conta com 43,6 km de extensão em duas

linhas, com 28 estações. As linhas Sul e Oeste do Metrofor foram construídas,

respectivamente, sobre as diretrizes das antigas linhas ferroviárias Sul e Norte

da Rede de Viação Cearense (CNT, 2016).

A linha Sul foi modernizada e transformada em metrô. O seu traçado, em

via segregada, com alimentação elétrica, tem 24,1 km - sendo 18 km em

superfície, 3,9 km em subterrâneo (na área central) e 2,2 km em via elevada - e

18 estações, nos municípios de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. Na linha

Oeste – inicialmente prevista para o serviço de metrô – há a operação de um

VLT a diesel, com 19,5 km – sendo aproximadamente 17 km em superfície e 2

km em elevado - e 10 estações, nos municípios de Caucaia e Fortaleza. O seu

traçado, em superfície, tem diversos cruzamentos com o tráfego de veículos e

pedestres. Essas linhas possuem integração física, porém não possuem

integração tarifária e temporal (CNT, 2016).

A cidade de Fortaleza possui um VLT, mas precisamente ele está

funcionando entre os bairros da Parangaba indo até o bairro Mucuripe e está

operando de forma assistida, com transporte de passageiros e sem cobrança

de tarifa, da Estação Parangaba à Estação Papicu. O modal percorre cerca de

10 km nesse trecho, passando por 8 estações, das dez previstas no projeto

(METROFOR, 2019).

A Figura 5 a seguir, ilustra as estações que compõem o Metrô de

Fortaleza, e suas respectivas localizações.

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Figura 5: Linhas do VLT e Metrô de Fortaleza

Fonte: METROFOR (2019)

A linha azul corresponde ao VLT, as demais linhas são compostas por

vagões do tipo Metrô.

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2.7.2 VLT de Sobral

Após a seca de 1877, o governo imperial lança o projeto da Estrada de

Ferro de Sobral, com o objetivo de ligação entre o interior do Ceará e o litoral.

Após três anos de obras a ferrovia é inaugurada em 1882. Após diversas

mudanças de controle acionário, a ferrovia retorna ao controle do estado em

1915. Com a construção de uma nova ferrovia na década de 1950, torna-se um

ramal com importância mínima, até ser parcialmente desativado em 1977. Os

últimos trens de passageiros circularam até meados de 1980, quando foram

desativados pela RFFSA (GIESBRECHT,2014)

O trajeto do VLT se utiliza das antigas linhas já existentes na região. O

projeto era de construir duas linhas, a Norte usando o antigo trecho do ramal

ferroviário de Camocim e a Sul usando a ferrovia de carga. As obras

implantação do VLT foram iniciadas em 4 de março de 2011 e tinham previsão

de conclusão máxima de 18 meses. Devido a problemas encontrados nos

projetos e nas desapropriações. As obras sofreram sucessivas paralisações.

Na cidade de Sobral o sistema de VLT foi o terceiro a ser inaugurado no Ceará,

tendo suas operações iniciadas no dia 22 de outubro de 2014, em operação

assistida, e com sua operação comercial iniciada no dia 28 de dezembro de

2016 (METROFOR , 2016).

Em média são 4,8 mil pessoas transportadas por dia. Os 13,9

quilômetros de extensão passam por 12 estações. São duas linhas, a Norte e a

Sul, juntas formam traçados que se tangenciam na estação Coração de Jesus,

que funciona como Estação de Integração.

O metrô de Sobral sofreu com críticas e controvérsias partindo do

Ministério Público, e de alguns moradores da cidade. Por conta que na época

que foi implantado a demanda local não alcançava o mínimo estimado para a

construção de um VLT, mas o governo Cearense insistiu na implantação do

meio de transporte (CASTRO, 2013). Após o inicio da fase comercial

composições com pouquíssimos passageiros circularam pela cidade de Sobral

quase que diariamente, levando diversas pessoas a questionar a real

necessidade do sistema. Contudo após a baixa dos preços da passagem de

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R$3,00 para R$1.00 a inteira e de R$1.50 para R$0,50 a meia passagem no

dia 19 de setembro de 2017, o sistema contou com uma maior utilização por

parte da população

A seguir na Figura 6, uma imagem representativa do metrô de Sobral,

suas estações e suas respectivas localizações. As linhas azuis representam a

linha Norte e as linhas vermelhas representam a linha Sul.

Figura 6: Linhas e estações do VLT de Sobral

Fonte: SEINFRA (2015)

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2.7.3 VLT do Cariri

O VLT do Cariri, mais conhecido como Metrô do Cariri também é

administrado pela empresa Metrofor e atende a população de Juazeiro do

Norte e Crato, duas das principais cidades do interior do estado.

O convênio para implantação do transporte urbano de passageiros sobre

trilhos na região do Cariri foi assinado em 6 Junho de 2006, entre o estado do

Ceará e os municípios do Crato e do Juazeiro do Norte. O estado se

comprometia a remodelar a via férrea existente, construir as estações, oficinas,

centro de controle, fornecer os veículos, operar e manter o sistema de

transportes, enquanto os municípios se comprometiam a desapropriar as áreas

necessárias, desimpedi-las e cedê-las. Oficialmente, era denominado "Trem do

Cariri". (CAVALCANTI, 2009).

O VLT do Cariri funciona de segunda á sexta, no horário de 06:00h às

19:00h, e aos sábados das 06:05h às 13:30h.

A frota é composta por duas composições. Elas são do tipo VLT com

capacidade para transportar até 330 passageiros por composição que são

formadas por 2 carros climatizados com sistema de ar-condicionado. A

velocidade operacional é de 40 km/h dentre as estações, com restrição de 20

km/h nas passagens de níveis (PN´s) e a tração é a diesel hidráulico mecânico.

A taxa de embarque custa R$ 1,00 a inteira e R$ 0,50 a meia, que está

disponível para estudantes que possuam carteira de estudante e a para idosos

acima de 60 anos.

Em alguns pontos das cidades (Crato e Juazeiro do norte) ele atravessa a

via de tráfego de veículos. Mas todos esses locais são sinalizados com cancela

e sinal sonoro e luminoso, além do próprio vagão emitir um som alto para

alertar os condutores mais distraídos.

A figura 7 a seguir ilustra o trajeto do VLT do Cariri, assim como a

disposição das suas 9 estações.

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Figura 7: Linhas e estações do VLT do Cariri

Fonte: METROFOR (2019)

Ao todo são 9 estações que compõem o atual sistema de trilhos, com

uma extensão total de 13,9 Km. Cinco dessas estações se encontram na

cidade de Juazeiro do Norte (Fátima, Juazeiro do Norte, Teatro, Antônio Vieira,

Escola) e quatro na cidade de Crato (São José, Muriti, Padre Cícero, Crato).

2.8 Qualidade dos serviços no transporte público

Em todas as áreas de prestação de serviço, a qualidade é um item

imprescindível para a realização pessoal, empresas que não prezam pela

forma como seus usuários estão sendo tratados diariamente certamente tem

uma avaliação muito abaixo da média.

A qualidade foi definida por Crosby (1979) como conformação aos

requisitos, ou seja, requisitos estabelecidos para produtos e serviços, que

devem ser oferecidos da melhor forma possível ao usuário.

No caso dos serviços de transporte público, os requisitos estabelecidos

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seriam oferecer para elas vários itens, entre eles segurança, conforto, higiene,

espaços bem-conservados, etc.

De tempos em tempos as necessidades de cada usuário mudam, o que

para ele servia até pouco tempo atrás, futuramente pode não ser tão atrativo,

isso influencia na qualidade final do produto. Para Deming (1990) qualidade é

tudo aquilo que melhora o produto na percepção do cliente. Somente o cliente

é capaz de definir a qualidade de um produto. O conceito de qualidade muda

de significado na mesma proporção em que as necessidades dos clientes

evoluem.

Em sua obra, Juran (1993) define a qualidade a partir de dois significados:

“qualidade é adequação ao uso” e “qualidade é ausência de falhas”. Além

disso, define a função qualidade como sendo “o conjunto de atividades através

das quais atingimos a adequação ao uso, não importando em que parte da

organização estas atividades são executadas”. A função qualidade é

organizada através das atividades básicas conhecidas como “trilogia Juran”,

que trata-se dos 3 itens apresentados a seguir:

Item 1- Planejamento: processo de estabelecimento de objetivos e dos

meios para realizar estes objetivos. Começa com o estabelecimento de metas

da qualidade até o desenvolvimento de controles de processo para garantir o

cumprimento das metas;

Item 2 - Controle: consiste em definir características a serem controladas,

meios para avaliar o desempenho, comparar o desempenho com os objetivos e

tomar ações corretivas;

Item 3 - Aperfeiçoamento: busca “atingir níveis de desempenho sem

precedentes”.

Campos (2009), afirma que um produto ou serviço de qualidade é aquele

que atende perfeitamente, de forma segura e confiável e no tempo certo, às

necessidades do usuário. O autor entende que isto pode se dividir em cinco

aspectos:

a) Atende perfeitamente = Projeto Perfeito;

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b) De forma confiável = Sem Defeitos;

c) De forma acessível = Baixo Custo;

d) De forma segura = Segurança do Cliente;

e) No tempo certo = Entrega no prazo certo, no local certo e na

quantidade certa

Cumprir todas essas tarefas para obter um transporte público de

qualidade é uma grande responsabilidade, por isso que muitas vezes grandes

obras públicas custam a sair da fase de planejamento, porque é nessa fase

que se descobre se a obra é viável ou não, se essa fase for mal dirigida a

execução será mal executada e posteriormente o funcionamento também. Isso

influenciará bastante na forma como o usuário avalia o transporte, podendo até

deixá-lo de utilizar caso não encontre a qualidade que ele procura.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipos de estudo

O presente estudo teve seu desenvolvimento utilizando o método de

pesquisa de caráter exploratório, descritivo, empírico e de abordagem

quantitativa.

Para Gil (2007) a pesquisa exploratória tem a função de ajudar o

pesquisador a entender o problema, tornando-o mais explícito e ajudando-o a

construir hipóteses. Em relação à pesquisa descritiva realizou-se o estudo, a

análise, o registro e a interpretação dos dados sem a interferência do

pesquisador expondo assim as características de determinada população ou

fenômeno, estabelecendo correlações entre as variáveis e definindo sua

natureza, e ainda acrescenta "não têm o compromisso de explicar os

fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação"

(VERGARA, 2000, p.47)

Já a pesquisa empírica ou de campo é caracterizada por Fonseca (2002)

como um tipo de investigação na qual se realiza a coleta de dados junto a

pessoas, utilizando para diferentes recursos de pesquisa.

A abordagem desse trabalho de conclusão de curso será através do

método quantitativo no qual será possível quantificar os dados coletados. A

técnica de coleta de dados escolhida para medir o grau de satisfação foi a

distribuição de um questionário, feito sob forma de entrevista, utilizando como

base o questionário da Agência Nacional de Transportes Terrestres

(ANTT,2018). No qual foi feito uma adaptação de algumas perguntas e retirado

uma quantidade de 28 perguntas, sendo 13 dessas perguntas de cunho

pessoal (perfil de usuário) e 15 de avaliação propriamente ditos, que foram

aplicadas na linha Crato-Juazeiro do metrô do Cariri.

Trabalho semelhante foi realizado por Nascimento (2014) que também

explorou a satisfação do usuário do VLT do Cariri. Assim, o presente trabalho

buscou também atualizar alguns dados além de preencher lacunas do trabalho

anterior.

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A escala categórica Likert foi escolhida por conta da sua praticidade no

processamento de dados pós-campo e sua simplicidade de entendimento.

Essa escala se trata de perguntas diretas na qual os entrevistados avaliam o

grau de satisfação que eles têm sobre determinados serviços. Nessa escala 5

equivale á um ótimo serviço oferecido e 1 equivale a péssimo serviço oferecido.

A escala Likert costuma ser apresentada como uma espécie de tabela de

classificação. As afirmativas são apresentadas e o respondente é convidado a

emitir o seu grau de satisfação com os itens apresentados. Para isso, ele deve

marcar, na escala, a resposta que mais traduz sua opinião. Ficou dividido,

portanto em:

5-Ótimo; 4- Bom; 3-Regular; 2-Ruim; 1-Péssimo.

A seguir a imagem 8 ilustra um fluxograma que representa como foi

concebido todos as etapas deste trabalho.

Figura 8: Fluxograma com as etapas da pesquisa

FONTE: Autor (2019)

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3.2 Área de estudo

Os questionários foram aplicados nas cidades de Crato e Juazeiro do

Norte, as duas principais cidades do interior sul do Estado do Ceará. As duas

se localizam na região mais conhecida como Cariri Cearense.

O município de Crato está localizado a uma distância de 503 km da

cidade de Fortaleza, capital do estado. Sua área é de aproximadamente

1.176,467 km² e sua altitude média em relação ao nível do mar é de 446

metros. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2019) tem uma população de 132 123 habitantes.

O município de Juazeiro do Norte está a uma distância de 533 km de

Fortaleza. Sua área é de aproximadamente 250000 km² e sua altitude média é

de 377,3 metros. Segundo estimativas do IBGE (2019) sua população é de

aproximadamente 274.207 habitantes. .

A Figura 9 ilustra a localização de Crato e Juazeiro do Norte no Estado

do Ceará marcado pelo círculo em vermelho no mapa.

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Figura 9: Mapa do Estado do Ceará

FONTE: IBGE (2019)

Os questionários foram aplicados durante todo o trajeto do VLT, passando

por todas as 9 estações que compõem o atual sistema de trilhos, cinco delas

em Juazeiro do Norte (Fátima, Juazeiro do Norte, Teatro, Antônio Vieira,

Escola) e quatro no Crato (São José, Muriti, Padre Cícero, Crato). A figura 8

ilustra qual a localização das estações e seu atual trajeto.

A frota é composta por duas composições. Elas são do tipo VLT com

capacidade para transportar 96 passageiros sentados, tendo uma capacidade

total de 330 passageiros. As duas composições são climatizadas com sistema

de ar-condicionado. O comprimento da composição é de 30m, a largura é de

2,85m e a altura é 3,76m. A seguir as figuras 10,11 e 12 ilustram

respectivamente o VLT do Cariri na estação de Fátima em Juazeiro do Norte, o

interior do veiculo com passageiros, e a estação Teatro.

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38

Figura 10: VLT do Cariri estacionado na estação de Fátima

Fonte: METROFOR (2019)

Figura 11: Interior do VLT do Cariri com passageiros

Fonte: METROFOR (2019)

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39

Figura 12: Estação Metroviária Teatro

Fonte: METROFOR (2019)

O VLT do Cariri interliga alguns dos principais pontos das duas cidades,

como universidades, escolas indústrias e comércios. E também atende a

demanda do turismo religioso que cresce bastante em época de romarias na

cidade de Juazeiro do Norte, que chega a movimentar mais de meio milhão de

fiéis por toda a região.

Também foi implantado na expectativa de atender ao rápido processo de

urbanização que ocorre nas duas cidades , provendo assim, solução planejada

de transporte público frente ao rápido crescimento urbano que está ocorrendo.

3.3 Coleta de Dados

Para medir a satisfação dos usuários do Metrô do Cariri que interliga as

cidades de Crato e Juazeiro do Norte foi feita uma pesquisa de opinião com os

mesmos. A pesquisa foi feita entre os meses de setembro e outubro de 2019, e

contemplou os períodos da manhã e da tarde.

O questionário ficou dividido em 3 partes. A primeira parte tratava-se do

perfil socioeconômico do usuário com 4 (quatro) perguntas referentes ao perfil

do mesmo e 8 (oito) perguntas referentes a estação de origem e destino,

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40

distancia em quilômetros da estação para o ponto de destino e qual distancia

do ponto de origem para a estação, se o usuário se utiliza de algum outro meio

de transporte para chegar ou depois que sai da estação, a frequência e os

motivos da viagem, etc. A pesquisa também contou com 1 (uma) pergunta

direcionada a pessoas que tivessem algum tipo de deficiência física e que

estivessem utilizando o VLT.

A segunda parte do questionário tratava-se da avaliação em si, sendo

abordados 6 (seis) atributos, divididos em 8 (oito) itens que compõem o grau de

satisfação do usuário sobre o VLT e o seu funcionamento, além de 1 (um)

atributo extra possuindo 6 (itens) que mediam apenas a satisfação em relação

às estações metroviárias. Foram utilizadas 5 (cinco) opções de resposta como

mostrado na escala Likert anteriormente. Quanto maior a nota, melhor seria a

satisfação do usuário e quanto menor a nota, pior seria satisfação do usuário

em relação ao VLT.

A terceira parte consistia em que o usuário dentre os 6 (seis) atributos

apresentados , escolhesse no máximo 3 (três) itens que o mesmo considerasse

mais importante no VLT.

A seguir a imagem 13 mostra como foi feita a coleta de dados com os

usuários no VLT.

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41

Figura 13: Entrevistas com usuários no interior do VLT

Fonte: Autor (2019)

Cada parâmetro de qualidade foi apresentado da seguinte forma, com

seus respectivos itens:

Atributo 1 – Conforto: 3 (três) itens relacionados ao conforto em geral

(poltronas, espaço interno temperatura, etc.), nível de ruído interno e tempo da

viagem.

Atributo 2 – Higiene: 1 (um) item relacionado a limpeza geral do vagão

(poltronas, vagão, etc.)

Atributo 3 – Pontualidade: 1 (um) item relacionado ao horário que o VLT parte

e chega em relação ao programado.

Atributo 4 – Segurança: 1 (um) item relacionado à segurança na condução do

VLT.

Atributo 5 – Preço: 1 (um) item relacionado ao valor pago como taxa, se é justo

em relação ao serviço oferecido.

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42

Atributo 6 – Conservação: 1 (um) item relacionado à conservação interna e

externa do vagão sob a percepção do usuário.

Atributo Extra – Estações Metroviárias: 6 (seis) itens relacionados á

quantidade de estações, tempo de paradas, segurança nas estações, limpeza

e conforto das instalações, facilidade de acesso e por último, desnível e

distância do VLT em relação à plataforma.

O modelo de questionário proposto encontra-se no Anexo I, ao final do

presente trabalho.

3.4 Tamanho da amostra mínima

Uma parte muito importante do trabalho é a determinação da amostra

mínima em relação à população, para que essa tenha a representação

adequada.

O tamanho da amostra é o número de respostas completas recebidas em

um questionário. Isso é chamado de "amostra" porque representa apenas uma

parcela do grupo (ou população alvo) cujas opiniões ou comportamentos são

relevantes para a pesquisa. Por exemplo, é possível obter uma amostra de

maneira aleatória, na qual os respondentes são escolhidos totalmente por

acaso entre a população como um todo.

Foi determinado o tamanho da amostra da pesquisa utilizando a fórmula

proposta por Agranonik et al (2011) através da equação 1:

𝑁 =𝑧2×𝑝(1−𝑝)

𝑒2

1+(𝑧2×𝑝 (1−𝑝)

𝑒2𝑁) (equação 1)

Onde:

N= tamanho da população

e= margem de erro (formato decimal)

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43

p= constante igual a 0,5

z= grau de confiança em desvios padrões;

O valor de “z” é o número de desvios padrão entre determinada proporção

e a média. Os valores calculados para as porcentagens mais utilizadas são

mostrados na tabela 2 a seguir:

Tabela 2: Números de desvio padrão calculados para cada porcentagem

Grau de confiança desejado Valor de z

80% 1,28

85% 1,44

90% 1,65

95% 1,96

99% 2,58

FONTE: Survey Monkey (2019)

O tamanho da população adotada foi de 1700 passageiros diários,

segundo o site oficial do METROFOR, empresa que administra atualmente a

linha, essa é a quantidade de passageiros que utilizam diariamente o VLT do

cariri. O grau de confiança aplicado foi de 90% e o erro amostral de 7%.

Dessa forma, aplicando os valores na equação 1, temos:

Tamanho da amostra =

1,652×0,5(1−0,5)

0,072

1+1,652×0,5(1−0,5)

0,072×1700

= 128,41

Portanto foi tomada a amostra com 130 passageiros, um pouco acima do

número estipulado pela fórmula.

As entrevistas ocorreram em momentos variados do dia, para ilustrar

como seria um dia normal de uso por parte dos usuários. Pela manhã das

6:00h até às 9:00h, das 11:00h às 13:00h no inicio da tarde e no final da tarde

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44

das 15:00h às 17:30h. Esses foram os 3 períodos de horários contemplados

com as entrevistas de campo.

Foi feito também entrevistas por meio de questionário online, o qual foi

divulgado em aplicativo de mensagens, em grupos específicos e não oficiais

somente com pessoas que utilizam o VLT do Cariri, no qual o autor deste

trabalho teve acesso.

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45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No questionário socioeconômico da pesquisa foi analisado os seguintes

aspectos: idade, sexo, grau de escolaridade, renda familiar mensal, motivo da

viagem e sua frequência, estação de origem e de destino e as distâncias da

estação, tanto de destino como de origem, ao seu respectivo ponto onde se

quer chegar e o meio de transporte no qual o usuário percorre esse trajeto. Em

seguida foi analisado os parâmetros de qualidade individualmente e por último

o respondente iria escolher até 3 parâmetros que ele considerasse mais

importante na utilização do VLT.

Os resultados foram analisados e apresentados na forma de gráficos e

tabelas, de forma simples e objetiva para fácil entendimento.

4.1 Resultado socioeconômico

A maioria dos passageiros tem idade entre 15 e 24 anos, tendo também

uma grande parcela entre 25 e 39 anos, conforme mostra a Figura 14 a seguir:

Figura 14: Faixa etária dos passageiros por idade

FONTE: Autor (2019)

37%

35%

26%

2%

15 a 24

25 a 39

40 a 65

acima de 65

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46

A maioria dos passageiros é do sexo feminino, tendo um número total de

72 contra 58 do sexo masculino. Conforme mostra a Figura 15:

Figura 15: Gênero dos passageiros

FONTE: Autor (2019)

A escolaridade com o maior índice foi superior incompleto, com 44

respondentes, seguido por ensino médio completo com 29 respondentes. A

escolaridade analfabeta não foi contemplada em nenhuma das duas formas de

pesquisa, todos responderam que tinham pelo menos fundamental incompleto

como ilustra a Figura 16 logo abaixo:

Figura 16: Escolaridade dos usuários

FONTE: Autor (2019)

55%

45%

feminino

masculino

0%5%

12%

22%

9%18%

34%

analfabeto

fundamental

fundamentalincompleto

medio

medio incompleto

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47

A Figura 17 apresenta a Renda familiar mensal dos passageiros teve

resultados bem semelhantes nas duas opções mais respondidas que foram:

até 1 salário e entre 1 e 2 salários mínimos, ambas com 40 respondentes cada.

Figura 17: Renda Familiar mensal dos usuários

FONTE: Autor (2019)

4.2 Motivos e Frequências das viagens

O motivo mais recorrente de utilização do VLT foi trabalho, com 56

respondentes. O estudo ficou sendo o segundo motivo com mais viagens com

47 respondentes como demonstra a Figura 18:

Figura 18: Motivos das viagens dos Usuários

FONTE: Autor (2019)

31%

31%

21%

12%5%

até 1 salario

entre 1 e 2

entre 2 e 3

entre 3 e 5

acima de 5

43%

36%

6%15%

trabalho

estudo

saude

lazer / compras

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48

Do total de entrevistados, 70 responderam que usam o VLT diariamente.

Desse total, a ampla maioria usa para ir ao trabalho, escola ou faculdade.

Como mostra a Figura 19:

Figura 19: Frequência das viagens dos Usuários

FONTE: Autor (2019)

4.3 Estações de Origem e Destino mais procuradas

As estações mais procuradas para embarque são Crato, Juazeiro e

Fátima, como pode ser mostrado na figura 20 a seguir.

Figura 20: Estações de origem dos usuários

FONTE: Autor (2019)

54%

6%

25%

15%

diariamente

1 vez por semana

2 a 3 vezes por semana

eventualmente

33%

7%

9%2%6%3%

9%

17%

14% crato

padre cicero

muriti

são josé

escola

antonio vieira

teatro

juazeiro

fátima

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49

Nas estações de destino o panorama não muda, as 3 mais procuradas

continuam sendo as mesmas da estação de origem, pois essas são as

estações que concentram a maior quantidade de pessoas e as que estão mais

próximas dos grandes centros urbanos. Como demonstra a Figura 21:

Figura 21: Estações de destino dos usuários

FONTE: Autor (2019)

4.4 Distância das estações aos locais de origem e destino

A maioria dos passageiros origina-se a menos de 1km das estações e

também se desloca menos de 1 km para chegar ao seu destino. Como

ilustrado nos gráficos 22 e 23 a seguir:

Figura 22: Distâncias do ponto de origem até a estação

FONTE: Autor (2019)

29%

3%4%

1%1%

4%8%

27%

23%crato

padre cicero

muriti

são josé

escola

antonio vieira

teatro

juazeiro

52%

23%

15%10%

ate 1 km

entre 1 e 3 km

acima de 3 km

não sabe

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50

Figura 23: Distâncias da estação ao ponto de destino

FONTE: Autor (2019)

4.5 Meios de transporte utilizados

A maioria dos passageiros não usa nenhum meio de transporte para

chegar a estação e nem para chegar ao seu ponto de destino. Isso se deve a

pouca distância que as pessoas se encontram das estações (como foi

mostrado no item anterior), e acabam optando por fazer esse curto trajeto a pé.

As informações estão ilustradas nas figuras 24 e 25.

Figura 24: Meios de transportes que os usuários usam para chegar à estação

FONTE: Autor (2019)

59%27%

9% 5%

ate 1 km

entre 1 e 3 km

acima de 3 km

não sabe

80%

13%7%

a pé

carro/moto

onibus/van

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51

Figura 25: Meios de transportes que os usuários usam para chegar ao destino

FONTE: Autor (2019)

4.6 Acessibilidade para deficientes físicos

Durante a pesquisa de campo foi encontrado apenas 2 cadeirantes e

indagados sobre essa questão de acessibilidade para deficientes físicos ambos

se mostraram satisfeitos com a acessibilidade do veículo, um deles inclusive

relatou que costuma fazer a viagem sozinho, o restante dos respondentes, 3 no

total, responderam por meio do questionário online que também estavam

satisfeitos. Totalizando 5 pessoas que se disseram satisfeitos. Não houve

nenhuma resposta negativa em relação à este quesito por parte dos usuário

que se consideravam com algum tipo de deficiência física.

O VLT talvez se mostre como melhor opção de transporte público na

região do Cariri para as pessoas que tem algum tipo de problema de

locomoção, visto que seu espaço interno e comodidade são bem maiores do

que de um ônibus por exemplo.

85%

6% 9%

a pé

carro/moto

onibus/van

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52

4.7 Conforto

O primeiro parâmetro a ser abordado na pesquisa foi o de conforto do

VLT. No primeiro item as pessoas classificaram o conforto geral, incluindo

poltronas, espaço interno e temperatura. A maioria dos usuários classificou

como bom ou regular, mas durante a pesquisa muitos entrevistados

reclamaram da falta do ar condicionado em alguns períodos do dia e do calor

no interior do VLT. Como mostra a Figura 26 a seguir.

Figura 26: Conforto do VLT (poltronas, espaço interno e temperatura)

FONTE: Autor (2019)

O segundo item a ser abordado como parâmetro de conforto foi o nível

de ruído interno do VLT. Nesse fator 40% dos entrevistados classificaram como

regular, mas dando grande ênfase que poderia ser melhor. A quantidade de

pessoas que classificou esse item como bom ou ótimo foi bem baixo como

observado na figura 27 a seguir:

1% 12%

32%

34%

21% Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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53

Figura 27: Nível de ruído interno como parâmetro de conforto

FONTE: Autor (2019)

O terceiro item a ser abordado como parâmetro de conforto foi o tempo da

viagem. Foi perguntado como os passageiros avaliavam o tempo que

passavam no VLT, e se o trajeto era feito em um tempo satisfatório. A maioria

dos passageiros classificou como bom ou ótimo, mostrando satisfação em

relação a esse item. Como ilustrado na Figura 28:

Figura 28: Tempo de viagem como parâmetro de conforto

FONTE: Autor (2019)

9%

22%

40%

20%

9%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

4% 5%

22%

40%

29%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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54

4.8 Higiene

Quanto a limpeza geral do VLT 50% dos entrevistados classificaram como

ótimo, mostrando que os usuários estão bem satisfeitos com esse item, e

apenas 6% dos entrevistados classificaram como péssima ou ruim, como está

ilustrado na figura 29.

Figura 29: Higiene do VLT

FONTE: Autor (2019)

4.9 Pontualidade

A pontualidade foi medida em relação ao horário programado de chegada

e saída do VLT das estações. 38% dos entrevistados classificaram como ótimo

e apenas 10% como péssimo ou ruim como está ilustrado na figura 30 a seguir.

4%

2%

12%

32%

50%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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55

Figura 30: Pontualidade do VLT

FONTE: Autor (2019)

4.10 Segurança

A maioria dos entrevistados se mostraram satisfeitos com esse item, mas

alegaram que eventualmente o VLT dá algumas freadas mais bruscas,

principalmente nos pontos de intersecção com algumas avenidas muito por

conta dos motoristas não respeitarem e acabarem avançando enquanto o VLT

já está próximo de passar. A figura 31 a seguir ilustra o resultado:

Figura 31: Segurança na condução do VLT

FONTE: Autor (2019)

3% 7%

22%

30%

38%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

2%8%

25%

32%

33%Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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56

4.11 Preço

Neste item a avaliação do preço pago foi em relação ao serviço oferecido.

70% dos entrevistados classificaram esse item como ótimo mostrando grande

satisfação dos usuários, e apenas 1 por cento das pessoas classificou esse

item como ruim conforme mostra a figura 32 a seguir:

Figura 32: Preço pago pela viagem

FONTE: Autor (2019)

4.12 Estado de conservação dos vagões

Neste item foi levado em consideração o estado como se encontra o VLT

tanto externamente quanto internamente na percepção do usuário. A maioria

dos entrevistados considerou que os vagões se encontravam em um bom

estado de conservação, com uma porcentagem de 45% dos votos, como

mostra a Figura 33. Entretanto alguns usuários relataram que uma das duas

composições existentes seria mais conservada que a outra.

0% 1%

13%

16%

70%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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57

Figura 33: Conservação dos vagões do VLT

FONTE: Autor (2019)

4.13 Estações metroviárias

A seguir será apresentado a satisfação dos passageiros com temas que

envolvem somente as estações metroviárias. Ao todo serão 6 itens que

mediram o grau de satisfação somente sobre este parâmetro.

4.13.1 Quantidade de paradas

Neste item foi levado em consideração se a quantidade de estações

existentes e se estas estavam bem localizadas, conseguindo atender a

demanda de passageiros. Do total de entrevistados 46% dos respondentes

consideraram como bom os pontos de paradas, como mostra figura 34 a

seguir:

4% 5%

21%

45%

25% Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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58

Figura 34: Quantidade de paradas

FONTE: Autor (2019)

4.13.2 Tempo de paradas

O aspecto levado em consideração neste item foi se o tempo de parada

é suficiente para que todos consigam embarcar e desembarcar no VLT com

tranquilidade e sem pressa. Os usuários se mostraram satisfeitos com esse

tempo, 44% dos entrevistados consideraram como ótimo como demonstra a

Figura 35 a seguir:

Figura 35: Tempo de paradas

FONTE: Autor (2019)

4% 7%

22%

46%

21%Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

0% 2%

16%

38%

44%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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59

4.13.3 Segurança nas estações

Nesse aspecto 47% dos usuários se dizem seguros em relação as

estações metroviárias como demonstra a Figura 36. A presença de 1 (um)

guarda por estação inibe a ação de algum conflito ou roubo segundo os

entrevistados.

Figura 36: Segurança nas estações

FONTE: Autor (2019)

4.13.4 Limpeza, conservação e conforto das estações.

Neste item foram analisados os aspectos físicos das estações, onde a

maioria dos passageiros considerou como ótima, com uma porcentagem de

43% das respostas como está ilustrado na Figura 37. Cerca de 3 usuários

reclamaram apenas da quantidade de assentos nas estações com o maior

fluxo de passageiros, se queixando que são insuficientes para atender a

demanda em horários de pico.

0% 2%

17%

34%

47%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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60

Figura 37: Limpeza, conservação e conforto das estações

FONTE: Autor (2019)

4.13.5 Facilidade de acesso

Este item levou em consideração o acesso para chegar até as estações

se utilizando ou não de meios de transporte. A maioria das pessoas considerou

como bom o acesso, com 38% das repostas como está ilustrado na Figura 38.

Cerca de 5 entrevistados se consideraram turistas na região, e para essas

pessoas naturalmente foi mas difícil chegar até a estação, mas disseram ter

conseguido chegar até a estação por meio de perguntas feitas a pessoas que

moram na região, e segundo eles todos sabiam informar onde se localizavam

as estações.

Figura 38: Facilidade de acesso até as estações

FONTE: Autor (2019)

0% 1%

15%

41%

43%

Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

2%12%

25%

38%

23% Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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61

4.13.6 Desnível e distância do VLT em relação à plataforma

O espaço que existe entre o vagão e o VLT é preenchido por uma chapa

metálica soldada na plataforma, isso ajuda para que a distância do VLT para a

estação diminua consideravelmente. 42% dos usuários consideraram como

boa essa distância como mostra a figura 39 a seguir:

Figura 39 Desnível e distancia do VLT em relação á plataforma

FONTE: Autor (2019)

4.14 Parâmetro de qualidade considerado o item mais importante

A última parte da pesquisa consistia em saber dos usuários quais os 3

parâmetros que o mesmo considerava mais importante no VLT, dessa forma

ele poderia destacar 3 pontos de 6 possíveis, o que daria uma noção mais

ampla do que o usuário considera mais importante neste tipo de transporte

público.

Os itens mais importantes para os passageiros foram segurança com

23% dos votos, preço com 22% e pontualidade com19%.

As menos votadas foram higiene com 10% e conservação com 9%,

conforme observado na figura 40 a seguir:

2%3%

16%

42%

37%Pessimo

Ruim

Regular

Bom

Otimo

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62

Figura 40: Parâmetro de qualidade mais importante

FONTE: Autor (2019)

4.15 Resultado geral dos itens de satisfação

A pontuação final utilizando a escala Likert consistiu em fazer uma soma

de todas as notas e dividí-las pela quantidade de passageiros entrevistados.

Foi utilizado 5 opções de respostas, isso significa que a média quanto mais

próxima de 5, melhor avaliado é o item em questão, e quanto mais próximo de

1 pior será avaliação. A tabela 3 a seguir apresenta todas as notas médias do

itens de avaliação no VLT do Cariri.

17%

10%

19%

23%

22%

9%

Conforto

Higiene

pontualidade

Segurança

Preço

Conservação do VLT

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Tabela 3: Média de desempenho dos itens de qualidade

FONTE: Autor (2019)

Observa-se que apenas 1 item (nível de ruído interno) ficou abaixo da

média 3, ainda que por pouco, sendo essa a menor nota de todos os itens

abordados na pesquisa. A maior média foi em relação ao preço pago pela

viagem com média de 4,55. Isso mostra que o usuário se diz satisfeito com

praticamente todos os itens da lista, tal fato é confirmado através da média

simples da soma da nota de todos os itens que alcançou uma nota geral de

3,90.

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5. CONCLUSÃO

Os resultados aqui apresentados refletiram a qualidade do transporte

público sobre linhas férreas na região do Cariri Cearense, ou seja, a linha única

do VLT que interliga as cidades de Crato e Juazeiro do Norte.

A maioria dos passageiros avaliou o metrô como um meio de transporte

público acima da média, com avaliações em sua grande maioria positivas.

Também se apresenta como uma ótima opção para as pessoas que

moram mais próximas às estações, por ter que se locomover pouco e pela

agilidade do transporte, já os usuários que moram mais distantes ou tem que

se locomover um pouco mais para chegar até a estação, são minoria entre os

passageiros.

Dos itens de qualidade apresentados neste trabalho, o que recebeu

menor nota média foi o nível de ruído interno, com uma nota de 2,99. Isso pode

ser melhorado com revisões periódicas nos veículos, analisando o motivo de

barulhos tão exacerbados e incomodativos e tentar controlá-los ou inibi-los

completamente.

Os usuários reclamaram bastante também do ar-condicionado dos

vagões, alguns passageiros afirmam que ele funciona apenas em alguns

períodos do dia e em outros o mesmo não funciona ou não está ligado. Visto

que a região do Cariri encontra-se no semiárido nordestino, e que no período

em que a pesquisa foi realizada (setembro-outubro) as temperaturas médias

atingem valores superiores a 35°C, a temperatura no interior do vagão chega a

ser maior, por conta de ser um ambiente totalmente fechado.

Os itens mais importantes na visão dos usuários foram Segurança,

Preço e Pontualidade. Sendo preço o item mais bem avaliado dentre todos, a

tarifa de R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia) agrada bastante aos usuários,

principalmente aqueles que utilizam o transporte diariamente. Talvez os

maiores beneficiados sejam alunos de instituições de ensino, que devidamente

identificados com carteirinha, tem direito a meia passagem.

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Durante a pesquisa também percebeu-se que vários passageiros que se

diziam turistas estavam a passeio. Indagados do porquê de usar o VLT para

passeio, afirmaram que queriam apenas conhecer, alguns por motivos de

comparação com os serviços de transporte público da sua respectiva cidade e

outros porque nunca tinham experimentado, utilizando o VLT apenas pela

experiência. Das pessoas que já haviam utilizado o metrô nas suas cidades,

dois passageiros disseram sentir falta da localização das estações por meio do

sistema de som do VLT, e que estavam se sentindo um pouco desorientados

pela falta de informação. Usuários que utilizam o VLT diariamente afirmaram

que as vezes há informação da localização das estações por voz, àsvezes não.

O sistema de voz é comandado da cabine, mas não souberam informar com

precisão se é o condutor que fala ou algum tipo de voz eletrônica que repassa

as informações.

A medida que a cidade cresce, com ela cresce também a necessidade

e a busca por transportes públicos de qualidade. A cidade de Crato e Juazeiro

do Norte sofre com uma conurbação intensiva, e áreas por onde o VLT passa

atualmente. Possivelmente em um futuro próximo estejam altamente habitadas,

visto o grande número de loteamentos na região

O VLT do Cariri foi considerado como um bom serviço de transporte

público, mas para que ele consiga atender as demandas futuras,

periodicamente tem que ser analisado como está a qualidade dos serviços na

visão dos usuários e o que precisa ser feito e melhorado.

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ANEXOS

ANEXO I – MODELO DE QUESTIONÁRIO USADO NA PESQUISA

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