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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM SELEÇÃO DE PESSOAL: UM ESTUDO COM PSICOLÓGOS QUE ATUAM EM CONSULTORIAS DE RECURSOS HUMANOS VANESSA MARIA HARTMANN Itajaí SC,2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM SELEÇÃO DE PESSOAL: UM

ESTUDO COM PSICOLÓGOS QUE ATUAM EM CONSULTORIAS

DE RECURSOS HUMANOS

VANESSA MARIA HARTMANN

Itajaí SC,2007

1

VANESSA MARIA HARTMANN

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM SELEÇÃO DE PESSOAL: UM

ESTUDO COM PSICOLÓGOS QUE ATUAM EM CONSULTORIAS

DE RECURSOS HUMANOS

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientador: Prof. Rosana Marques da Silva

Itajaí SC, 2007

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade da vida. Agradeço aos

meus pais, Aster e Aloísio, e também ao meu irmão Cláudio, que mesmo

estando tão longe, sempre estão me apoiando em minhas dificuldades e

meus sucessos, tentando me mostrar sempre o melhor caminho a seguir e

me apoiando ininterruptamente na minha caminhada.

Obrigada pelo carinho, amor e dedicação.

Agradeço a minha orientadora Rosana, por aceitar compartilhar comigo seus

conhecimentos.

Agradeço a professora Sueli Bobato e a professora Maria José Moreira da

Silva, por terem contribuído com suas sugestões, possibilitando a efetivação

de um melhor resultado.

Agradeço aos meus amigos, por estarem por perto neste momento de tanta

batalha, me apoiando e incentivando em todos os momentos, em especial a

Carol, o Maninho e ao Bruno que teve tanta paciência em me levar aos locais

para a coleta de dados.

Agradeço também aos participantes da pesquisa que tiveram um papel

fundamental na sua realização.

OBRIGADA A TODOS!!!

3

SUMÁRIO

RESUMO ...............................................................................................................04

LISTA DE QUADROS ............................................................................................05

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 06

2 EMBASAMENTO TEÓRICO ...............................................................................09

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 19

3.1 Tipo da pesquisa...............................................................................................19

3.2 Amostra/ Sujeitos/ Participantes da pesquisa...................................................19

3.3 Instrumento.......................................................................................................20

3.4 Coleta de dados................................................................................................21

3.5 Análise dos dados.............................................................................................21

3.6 Procedimentos éticos........................................................................................23

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................48

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 52

7 APÊNDICES ...................................................................................................... 55

7.1 Apêndice – Carta de Consentimento da Instituição..........................................56

7.2 Apêndice – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................57

7.3 Apêndice – Perguntas para Entrevista..............................................................59

4

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM SELEÇÃO DE PESSOAL: Um estudo com psicólogos que atuam em consultorias de recursos humanos Orientador: Rosana Marques da Silva Defesa: Junho de 2007

Resumo: Com a globalização e o aumento de competitividade nas últimas décadas, a avaliação psicológica no processo

seletivo tem se tornado uma atividade relevante nas organizações, pois estas buscam pessoas com

conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitam ao indivíduo desempenhar com eficácia

determinadas tarefas, em qualquer situação. O processo de seleção tem a finalidade de escolher o candidato

que apresente as competências necessárias ao cargo, para isso algumas empresas utilizam os serviços de

Consultorias em Recursos Humanos. A presente pesquisa objetivou: analisar o processo de avaliação

psicológica no processo de seleção de pessoal em Consultorias de Recursos Humanos localizadas no

município de Itajaí, descrever as etapas do processo de seleção de pessoal realizada pelos psicólogos;

investigar qual o conceito de avaliação psicológica no contexto organizacional para os entrevistados;

identificar as técnicas que os psicólogos utilizam durante o processo de avaliação psicológica na seleção de

pessoal; levantar os testes que os psicólogos utilizam durante o processo de avaliação psicológica na seleção

de pessoal; analisar as técnicas psicológicas que os psicólogos consideram mais eficientes para levantar os

perfis dos cargos selecionados. A metodologia empregada foi de cunho qualitativo, através de um estudo

exploratório, onde fizeram parte da pesquisa psicólogos que atuam em empresas de consultorias em recursos

humanos localizadas no município de Itajaí/SC. Para a coleta de dados foi realizada a entrevista semi-

estruturada. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os resultados revelaram conhecimento

do processo de avaliação psicológica, com exceção de uma entrevistada, que só desenvolve testagem, porém,

não souberam conceituar o que é avaliação psicológica. Há conhecimento da aplicação das técnicas

psicológicas, sendo que todos os entrevistados dizem utilizar testes psicológicos e a entrevista psicológica. Os

testes psicológicos mais utilizados são os que avaliam a personalidade e a técnica psicológica considerada a

mais eficiente para levantar o perfil do cargo solicitado é a entrevista psicológica.

Palavras-chave: avaliação psicológica; seleção de pessoal; consultoria de recursos humanos.

5

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Caracterização dos entrevistados...................................................25

QUADRO 2 – Técnicas utilizadas na avaliação psicológica no processo de seleção

de pessoal...............................................................................................................35

QUADRO 3 – Testes utilizados na avaliação psicológica no processo de seleção

de pessoal...............................................................................................................38

6

1. INTRODUÇÃO

Com a globalização e o aumento de competitividade nas últimas décadas, a

avaliação psicológica no processo seletivo tem se tornado uma atividade

indispensável nas organizações, sendo que estas estão buscando pessoas com

conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitam ao

indivíduo desempenhar com eficácia determinadas tarefas, em qualquer situação.

Nas organizações a avaliação psicológica pode ser utilizada na seleção de

pessoal, sendo solicitada com o intuito de avaliar o potencial intelectual, as

aptidões, a personalidade, entre outras, sendo que a avaliação psicológica,

mensura a possibilidade de adaptação do candidato ao cargo da empresa

(PONTES, 2001).

A seleção de pessoal não deve somente levar em conta a qualificação e o

potencial dos candidatos, deve investigar entre os candidatos recrutados aquele

que mais apresenta o perfil que atenda às necessidades do cargo em questão e

da organização.

O processo de seleção de pessoal é composta de uma série de etapas:

após o candidato ser recrutado, ele passa por uma triagem, onde ocorre entrevista

e análise de currículo, em seguida acontece uma sessão de testes que são de

conhecimento, desempenho e testes psicológicos; após ocorre a entrevista de

seleção e a entrevista técnica. Outra etapa é o exame médico e a procura de

referências do candidato. Se ele for considerado capaz de ocupar a vaga

solicitada, após todas essas etapas ele é admitido (PONTES, 2001).

7

Sendo o comportamento humano o objeto de estudo da psicologia, somente

após a avaliação psicológica, que é exclusivamente desenvolvida por psicólogos,

que se consegue fazer uma melhor escolha para o cargo solicitado, pois no

processo seletivo temos que levar em conta que as pessoas têm necessidades

diferentes, influenciando no seu desenvolvimento futuro. É necessário averiguar

se suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, estima e auto-realização

podem ser satisfeitas no cargo e na empresa.

Diante dos dados expostos, o presente estudo objetivou analisar o processo

de avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal em Consultorias de

Recursos Humanos localizadas no município de Itajaí, descrever as etapas do

processo de seleção de pessoal realizada pelos psicólogos; investigar qual o

conceito de avaliação psicológica no contexto organizacional para os

entrevistados; identificar as técnicas que os psicólogos utilizam durante o

processo de avaliação psicológica na seleção de pessoal; levantar os testes que

os psicólogos utilizam durante o processo de avaliação psicológica na seleção de

pessoal; analisar as técnicas psicológicas que os psicólogos consideram mais

eficientes para levantar os perfis dos cargos selecionados.

A partir dos resultados, os profissionais entrevistados poderão ter

conhecimento do processo da avaliação psicológica realizado por outros

profissionais, incluindo as técnicas psicológicas e os possíveis testes psicológicos

utilizados pelos psicólogos que atuam nas consultorias de Recursos Humanos.

Diante deste fato, podem refletir sobre seu fazer e sua prática profissional. Esta

pesquisa também contribuiu para a formação profissional da acadêmica,

possibilitando o aprofundamento do conhecimento sobre a atuação do psicólogo

8

organizacional e do trabalho na avaliação psicológica no processo de seleção de

pessoal.

Esta pesquisa tornou-se viável por existir bibliografia sobre seleção de

pessoal e avaliação psicológica, além do município de Itajaí contar com psicólogos

que trabalham em consultorias e prestam serviços na área de Recursos Humanos,

em atividades de recrutamento e seleção de pessoal.

Esta monografia é composta por sete capítulos. O capítulo um, apresenta a

introdução, mencionada em linhas gerais, o tema da pesquisa, seus objetivos e a

sua contribuição. O capítulo dois apresenta o embasamento teórico. Segue-se no

capítulo três a apresentação dos aspectos metodológicos utilizados para a

realização da pesquisa, sendo estes: tipo de pesquisa,

amostra/sujeitos/participantes da pesquisa, instrumento, coleta de dados, análise

dos dados e procedimentos éticos. No capítulo quatro é abordada a apresentação

e discussão dos resultados obtidos. Posteriormente, no capítulo cinco as

considerações finais. No capítulo seis constam as referências bibliográficas

utilizadas no embasamento da pesquisa. Por fim, o capítulo sete apresenta os

apêndices: a carta de consentimento da organização, termo de consentimento

livre e esclarecido e roteiro das perguntas da entrevista

9

2. EMBASAMENTO TEÓRICO

A maioria das empresas tem como um de seus principais objetivos a

geração de lucros, o que impõe a busca de candidatos que possam cumprir

melhor as tarefas dos cargos a serem ocupados, bem como atender a visão da

organização. Neste contexto, a finalidade do processo de seleção de pessoal é

escolher o candidato com melhores conhecimentos e habilidades para

desempenhar determinada tarefa. (SANTOS et. al. , 2003).

Grande parte das empresas, atualmente, vêm recorrendo às consultorias

para realizar o processo de recrutamento e seleção de pessoal. Segundo Orlickas

(2001,p.39) “consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de determinada

prestação de serviço, em geral por um profissional muito qualificado e conhecedor

do tema, provido de remuneração por hora ou projeto, para um determinado

cliente”.

...consultoria não é apenas uma técnica, uma atividade, um cargo ou função, mas um novo recurso que contribui para a melhoria da qualidade de vida e de trabalho de equipe de empregadores de uma organização. Seu cliente principal é todo aquele que precisa atuar com gestão de pessoas para alcançar os objetivos sob sua responsabilidade (LEITE et. al., 2006, p.24).

A necessidade de mudança dos processos nos sistemas organizacionais

ampliou consideravelmente a importância de um trabalho de consultoria, na

medida em que novas formas de gestão e de performance passam a ser exigidas

no cenário atual. O consultor em gestão de pessoas deve ser um facilitador no

processo de mudanças, ele também pode prestar serviços mais técnicos, ele é um

incentivador de talentos e interações mais críticas, mais criativas e mais

10

produtivas entre os empregadores. Em algumas situações o consultor em suas

intervenções deve descrever, além de catalisar, para o cliente fazer a decisão

final, sendo que cabe ao consultor alertar seu cliente e orientá-lo objetivamente,

entre outras funções (LEITE et. al., 2006).

As empresas de consultoria constituem fontes de recrutamento e são

constituídas pelas ofertas de trabalho oferecidas pelas empresas, onde candidatos

vão a procura de emprego (CHIAVENATO, 1992). Segundo Pontes (2001), para

as empresas de consultoria colocar pessoal no mercado de trabalho, elas

precisam atrair e manter grandes talentos. Estas empresas precisam identificar a

pessoa que possua as competências necessárias para determinado cargo, sendo

que a seleção de pessoal apresenta este objetivo.

Conforme Rabaglio (2001), para que uma seleção seja bem feita, em

primeiro lugar, é imprescindível conhecer o perfil ideal do funcionário a ocupar

aquele cargo. Este perfil deve contemplar todos os tipos de informações

relevantes, tanto para a seleção quanto para que o candidato conheça as

condições da vaga.

O processo de recrutamento e seleção de pessoal vem se aperfeiçoando a

cada dia, sendo que normalmente é feita uma pré-seleção, através de várias

técnicas, por causa do elevado número de candidatos (RABAGLIO, 2001).

As empresas vêem o processo de seleção de pessoal como uma peça-

chave para o sucesso de seu negócio. Segundo Perreira, et.al., (2003 pg.2) “a

seleção é um processo pelo qual se escolhem, dentre um grupo homogêneo, os

candidatos com as melhores aptidões e capacidades para determinada posição na

empresa”.

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Seleção de pessoal é o procedimento para identificar dentre um grupo de candidatos recrutados aqueles aos quais será oferecido um cargo. Havendo menos vagas do que candidatos, alguns serão contratados e outros não. A seleção é o processo de separar os candidatos selecionados dos recrutados. Idealmente, os funcionários selecionados serão bem-sucedidos no cargo e contribuirão para o bem estar da organização. (MUCHINSKY, 2004, p.155)

Faissal (2005), afirma que para que a seleção tenha qualidade, é

necessário realizar um conjunto integrado de atividades, sendo que a seleção

configura-se como um processo de tomada de decisão, que envolve comparação,

onde cada candidato é comparado com um perfil de competências da posição em

aberto e com os demais candidatos.

Quanto mais seletiva for uma organização, maiores serão as chances de

contratar bons funcionários. Isto se dá pelo fato do psicólogo organizacional ter

alguns procedimentos que funcionam melhor quando se pode escolher entre

vários candidatos. O psicólogo deve considerar dois elementos: o primeiro é o

critério, que é a definição do que deve ser um bom funcionário; e o segundo é o

fator de previsão, o qual é necessário ter bastante conhecimento sobre o que está

sendo solicitado. (SPECTOR, 2006).

O processo de recrutamento e seleção de pessoal requer algumas etapas.

Selecionar um profissional que atenda às exigências da empresa não é uma tarefa

fácil, mesmo assim, as consultorias de recursos humanos têm apresentado

resultados adequados e satisfatórios quando oferecem profissionais compatíveis

com a cultura e a necessidade da empresa. (PONTES, 2001).

12

Segundo Santos, et.al., (2003), um programa de seleção de pessoal,

envolve alguns aspectos:

• análise do cargo;

• identificação das dimensões de desempenho do cargo;

• identificação do conhecimento e habilidades necessárias para o cargo;

• desenvolvimento, seleção, validação de instrumentos de medidas para

acessar os conhecimentos, habilidades e competências do candidato;

• uso de tais instrumentos de medida no processo de seleção de

candidatos.

Faissal (2005), propõe outro programa para fazer o processo de seleção de

pessoal que ele considera mais adequado. Esse programa inclui a triagem, a

análise de competências, a avaliação dos candidatos, a decisão final, a verificação

das referências, o exame médico, o feedback aos participantes e a avaliação da

seleção.

Chiavenato (1992), cita as técnicas utilizadas para um processo de seleção

de pessoal adequado:

1- Entrevista: tem como objetivo analisar o candidato, de modo que possa

saber alguma coisa a respeito de sua vida e de sua carreira.

2- Prova de conhecimento ou capacidade: visam avaliar tanto quanto

objetivamente o grau de noções, conhecimentos e habilidades adquiridas

através de estudos, da prática ou do exercício.

3- Testes psicométricos: é definido como qualquer medida de desempenho.

Podem ser projetados para medir elegibilidade para a admissão,

13

transferência, promoção, treinamento, podem incluir medidas de

inteligência geral, capacidade mental, entre outras.

4- Testes de personalidade: visam avaliar os diversos traços determinados

pelo caráter e pelo temperamento.

5- Técnica de simulação: seu objetivo é de reconstruir em contexto dramático,

no momento presente, o acontecimento que se pretende estudar e analisar

o mais proximamente do real.

6- Provas situacionais: é criada uma situação real de alguns conhecimentos

geralmente relacionados ao futuro papel que desempenhará na empresa,

fornecendo uma expectativa mais realista do seu comportamento no futuro.

Além das técnicas adotadas, Rabaglio (2001), aborda a entrevista por

competências, que analisa comportamentos, atitudes e habilidades (CHA). Ela

afirma que todo profissional tem um perfil de competências que compreende

competências técnicas que são os conhecimentos e habilidades em técnicas ou

funções específicas, e comportamentais que são as atitudes e comportamentos

compatíveis com as atribuições a serem desempenhadas. Através desta

entrevista, o entrevistador poderá coletar dados sobre habilidades críticas que

assegurarão que a pessoa possui o atributo ou competência investigada, e só é

aceito do candidato uma declaração comportamental, que contenha o contexto, a

ação e o resultado (CAR), o qual tem como objetivo aumentar a habilidade de

ouvir do profissional de seleção. Para captar os comportamentos, é necessário

fazer perguntas específicas para investigar cada atributo ou competência, com

verbos de ação no passado e com foco em competências.

14

Uma qualidade essencial da seleção por competência é o fato de não se basear na intuição, no “bater sino” para a escolha do candidato, mas sim em fatos concretos e mensuráveis com o comportamento (RABAGLIO, 2001, p.33).

Além destas técnicas, cabe-nos acrescentar a dinâmica de grupo que é

uma técnica que vem sendo muito utilizada nos processos de seleção. Pode-se

referir-se a esta técnica como um conjunto de métodos práticos de trabalhos com

grupo. Nesta técnica, é proposto aos candidatos um conjunto de atividades, onde

será observado os comportamentos mais rotineiros, sendo que isto será nossa

coleta de dados (FAISSAL, 2005).

Considerando que a Seleção de Pessoal constitui-se num processo de

avaliação, cabe ressaltar que avaliar pressupõe a construção de um conhecimento

sobre fenômenos psicológicos delimitados pelas condições teóricas,

metodológicas e instrumentais do trabalho do psicólogo (ALCHIERI & CRUZ,

2003).

Para se fazer uma avaliação psicológica, é necessário a estruturação de um

campo de estudos para a especulação sobre a realidade que nos cerca. Neste

campo é necessário que tenha o objeto de estudo, que são os fenômenos ou

processos psicológicos, o campo teórico, que são os sistemas conceituais, estado

de arte do conhecimento, o objetivo visado que tem a função de diagnosticar,

compreender, avaliar a ocorrência ou prevalência de determinadas condutas e o

método que é a condução através do qual é possível conhecer formas de acesso

ao que se pretende conhecer. Sendo assim, a avaliação psicológica ao se apoiar

em dados empíricos, resulta de uma avaliação objetiva, de acordo com o sistema

de representação conceitual que se trabalha (ALCHIERI, et. al., 2002).

15

...a avaliação psicológica se refere ao modo de conhecer fenômenos e processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnóstico e prognóstico e, ao mesmo tempo, aos procedimentos de exame propriamente ditos para criar as condições de aferição ou dimensionamento dos fenômenos e processos psicológicos conhecidos. (ALCHIERI & CRUZ, 2003 p.24).

Para Noronha (2002), a avaliação psicológica é de extrema relevância para

a tomada de decisões, sendo que serve para orientar uma ação mais segura e

adequada do psicólogo no seu trabalho. Cunha (2002), afirma que o psicólogo

utiliza estratégias de avaliação psicológica, com objetivos de encontrar respostas

a questões propostas com vistas a soluções de problemas.

Goulart e Sampaio (1998), abordam qual é a função da avaliação

psicológica no processo de Seleção de pessoal. Eles nos falam que o psicólogo

precisa avaliar a capacidade do sujeito, analisando suas aptidões, prática

profissional, conhecimentos teóricos, adaptabilidade e dedicação. Outro fator que

eles consideram importante é a eficiência que a empresa oferece que nos mostra

as condições de trabalho oferecidas pela empresa.

A atividade de avaliar pressupõe a construção de um conhecimento que

será sobre fenômenos psicológicos delimitados pelas condições teóricas,

metodológicas e instrumentais do trabalho do psicólogo. A avaliação dos

fenômenos psicológicos e processos psicológicos e a investigação de

características dos padrões comportamentais humanos, encontram-se

respaldadas nos pressupostos derivados da medida, onde será identificado e

caracterizado um determinado fenômeno. Para analisar as características do

comportamento humano, usa-se os instrumentos ou testes psicológicos

(ALCHIERI & CRUZ, 2003).

16

Porém cabe ressaltar que a avaliação psicológica, não é só aplicar testes

psicológicos e corrigi-los com crivos, encaixando a pessoa em uma determinada

faixa, o uso de testes e de outros instrumentos são uma parte deste processo de

avaliação (MACHADO, 2007)

O uso de testes, sendo uma técnica importantíssima no processo de

avaliação psicológica, tem sido algo de muita preocupação, pois alguns

profissionais fazem o uso inadequado e incorreto destes testes o que acaba

prejudicando as pessoas avaliadas (GODOY & NORONHA, 2005).

Noronha (2002), mencionam os problemas mais freqüentes na prática de

testes: xerocar material de testes, usar testes inadequados para algumas

situações, não estar em sintonia com as modificações da área, avaliações

incorretas, não usar folhas de respostas padronizadas, não ter clareza das

limitações dos instrumentos quanto às normas, aplicação de testes por leigos, não

adaptar os instrumentos para os determinados países ou regiões, não arquivar os

instrumentos e não dar o devido seguimento aos estudos dos testes e fazer

interpretações que extrapolam o instrumento. Estes problemas podem estar

relacionados com a formação dos profissionais psicólogos. Porém, vale lembrar

que

“(...) cabe exclusivamente ao psicólogo a responsabilidade pela qualidade da aplicação dos testes psicológicos, sendo esta condição essencial para a obtenção de um resultado fidedigno”. “(...) o psicólogo deverá respeitar rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras orientações que se encontram no manual ou no próprio caderno de teste, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer todo o processo de validade do instrumento” (GODOY & NORONHA, 2005 apud WECASLER, 1999, p. 137).

17

Alchieri e Cruz (2003), falam que na preparação de um instrumento ou teste

psicológico, quatro condições são necessárias para garantir a sua qualidade e

possibilidade de uso seguro. Inicialmente se faz a elaboração, onde são

elaboradas e avaliadas as questões individuais (itens), juntamente se faz a análise

dos itens, onde é feita a compreensão da leitura e respostas do item. O segundo

passo é a verificação da validade do teste, para estar vendo se ele pode avaliar

um comportamento de modo a garantir que realmente se possa medir aquilo que

se propõe. A próxima etapa é o processo de precisão, que tem como objetivo

verificar a consistência das respostas obtidas pelos sujeitos no teste. A última

etapa é a padronização, onde são estabelecidas as normas para a utilização do

teste.

Cabe ressaltar, que dentre os instrumentos utilizados na avaliação

psicológica, existem outros recursos além dos testes que podem e devem fazer

parte do processo. Isso porque o mercado está extremamente competitivo, o que

acaba exigindo que se faça a aplicação de várias técnicas, para conseguirmos

candidatos com competências técnicas e interpessoais adaquadas ao que se

pretende. As técnicas mais utilizadas para percebermos estas competências, são

a entrevista psicológica, a dinâmica de grupo e os testes psicológicos (GODOY &

NORONHA, 2005).

Machado (2000), afirma que qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com

avaliações deverá ter em mente as dimensões técnicas, relacionais, éticas e

sociais, diretamente implicada em seu trabalho. A respeito das dimensões

técnicas, o psicólogo necessita ter, antes de mais nada, um vasto conhecimento

18

em relação às técnicas que pretende utilizar, assim como uma possibilidade de

crítica consciente em relação aos instrumentos de avaliação que utiliza.

No que se refere às questões éticas da avaliação psicológica, Costa (2002)

comenta que, a avaliação psicológica tem sido apontada como uma forma de

exclusão de oportunidades a indivíduos pós rotulados com os testes. O autor

acrescenta que a prática da avaliação psicológica tem com objetivo discriminar,

diferenciar, discernir elementos, o que nos possibilita selecionar de acordo com os

objetivos que se pretende. No entanto, discriminar neste contexto, não se

relaciona a segregar no sentido religioso, político, sexual, entre outros, o que

estaria ferindo a legalidade constitucional. As informações resultantes da

avaliação psicológica jamais poderão ser ocultadas do candidato, constituindo-se

como falta prevista no código de Ética. Somente o examinador poderá ser

informado dos resultados dos exames, salvo nos casos previstos nesse código.

Costa (2002) enfatiza que não é a psicologia e nem suas práticas que, na

maior parte das vezes, são contestadas em processos judiciais, mas alguns

procedimentos técnicos e operacionais realizados por psicólogos.

19

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS:

Este capítulo aborda os aspectos metodológicos da referida pesquisa,

apresentando o tipo de pesquisa, a amostra, sujeitos, participantes da pesquisa, o

instrumento de coleta de dados; a análise de dados e os procedimentos éticos

envolvidos.

3.1 Tipo da pesquisa

Foi utilizada a pesquisa exploratória, cujo método foi o qualitativo, sendo

que o objetivo da pesquisa foi analisar o processo de avaliação psicológica na

seleção de pessoal em Consultorias de Recursos Humanos localizadas no

município de Itajaí. Cabe ressaltar que, devido à população analisada ser

pequena, não foi possível utilizar a abordagem quantitativa.

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 1996, p.21)

3.2 Amostra/ Sujeitos/ Participantes da pesquisa

Através de levantamento realizado pela pesquisadora no município de Itajaí

foram localizadas quatro empresas de consultoria de Recursos Humanos. A

pesquisadora entrou em contato com as quatro empresas, convidando os

20

profissionais psicólogos, a participarem da referida pesquisa, atendendo aos

seguintes critérios.

• Atuar em seleção de pessoal em Consultorias de Recursos Humanos,

localizadas no município de Itajaí;

• Possuir experiência na área de psicologia organizacional e do trabalho

há no mínimo seis meses.

Desta forma, fizeram parte desta pesquisa cinco psicólogos organizacionais

e do trabalho de três empresas de consultoria, que atenderam aos critérios acima

apontados e que aceitaram participar da referida pesquisa. Cabe ressaltar que não

foi possível realizar a entrevista em todas as empresas de consultorias

anteriormente contatadas, pois duas haviam fechado. Dessa forma, a

pesquisadora entrou em contato com mais duas consultorias, onde as psicólogas

aceitaram a participação na pesquisa. Em uma das empresas em que a pesquisa

for realizada, uma psicóloga recusou-se a participar.

3.3 Instrumento

Foi utilizada a entrevista semi-estruturada (apêndice 7.3). O roteiro de

entrevista foi elaborado a partir dos objetivos específicos da referida pesquisa. A

entrevista é uma conversa orientada com objetivo de recolher, através de

interrogatório do informante, dados para a pesquisa.

Segundo Pádua (2003), entrevista semi-estruturada é aquela em que o

pesquisador é responsável por organizar questões sobre o tema que está sendo

analisado, e às vezes até incentivando, o entrevistado a falar livremente sobre

assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal.

21

A entrevista é o procedimento mais usual no trabalho de campo. Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada. Suas formas de realização podem ser de natureza individuais e/ou coletivas. (MINAYO, 1996, p.57)

Cabe ressaltar, que foi realizada uma entrevista piloto, de forma a verificar

se o instrumento estava adequado à população e aos objetivos da pesquisa.

Percebeu-se a necessidade de incluir mais uma pergunta relacionada ao

“Conceito Avaliação Psicológica”.

3.4 Coleta dos Dados

Para a coleta de dados foi utilizado o roteiro de entrevista (apêndice 7.3).

Antes da coleta foram apresentados aos sujeitos da pesquisa e aos

representantes das consultorias de Recursos Humanos, os objetivos e as

perguntas da referida pesquisa. Após o consentimento (apêndice 7.1), realizou-se

o agendamento das entrevistas no local de trabalho dos psicólogos. Foram

explicados os objetivos da pesquisa, dando-lhes o direito de desistir, através do

termo de consentimento livre e esclarecido (apêndice 7.2), e explicado que a

pesquisa era para fins acadêmicos.

As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas pela

pesquisadora. Para garantir o sigilo e anonimato dos participantes, atribuiu-se a

eles os códigos E1, E2, E3, E4, E5.

3.5 Análise dos Dados

22

Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo. A análise de

conteúdo sendo um método de investigação, um guia prático para a ação, constitui

uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de

toda classe de documentos e textos. Essa análise ajuda a reinterpretar as

mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai

além de uma leitura comum, sendo que de certo modo, a análise de conteúdo é

uma interpretação pessoal por parte do pesquisador com relação à percepção que

tem dos dados (MORAES, 1999).

A partir dos resultados obtidos, foi feita a análise dos resultados, a qual teve

cinco etapas que serão descritas posteriormente:

No primeiro momento foi codificado a cada entrevistado a letra E e um

número para a identificação de cada sujeito, o que possibilitou identificar

rapidamente cada indivíduo da amostra.

Em seguida, foram estabelecidos códigos para cada objetivos, o que serviu

para facilitar o agrupamento dos dados. Depois de estabelecidos os códigos, na

terceira etapa, foram feitos a classificação das categorias, sendo que esta ocorreu

a partir dos objetivos específicos da pesquisa.

Na quarta etapa, após a categorização, foram relidas cuidadosamente cada

entrevista, para posteriormente agrupar os dados por semelhança de acordo com

as seguintes categorias: etapas do processo de seleção de pessoal; conceito de

avaliação psicológica; técnicas psicológicas utilizadas; testes psicológicos

utilizados; técnicas psicológicas consideradas mais eficientes.

Por fim, na quinta etapa, foi feita a produção de um texto-síntese, que

expressou o conjunto de significados presentes nas categorias de análise.

23

3.6 Procedimentos Éticos

Quanto aos procedimentos éticos foi assegurado ao cumprimento do CNS

196/96 que se refere às diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa

envolvendo Seres Humanos. Também, foi seguida a resolução CPF n-016/2000

que se refere à realização de pesquisa em psicologia com seres humanos,

referenciando, do consentimento informado, da confiabilidade, sigilo e uso das

informações, da autoria, e da divulgação dos resultados. Foi utilizado Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, que se encontra no (apêndice 7.2). Os dados

foram divulgados e também foi realizada a devolutiva dos resultados aos sujeitos e

às organizações envolvidas na pesquisa. Também foi garantido privacidade e

anonimato aos participantes, através do termo de consentimento, os quais

participantes orientados a assinar, autorizando a utilização das informações

obtidas através da entrevista para cunho científico.

24

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÂO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa analisados e

fundamentados teoricamente. Num primeiro momento serão apresentados os

dados referentes à caracterização da amostra e posteriormente, os resultados,

dispostos nas seguintes categorias:

Categoria 1: Etapas do processo de seleção de pessoal;

Categoria 2: Conceito de avaliação psicológica;

Categoria 3: Técnicas psicológicas utilizadas;

Categoria 4: Testes psicológicos utilizados;

Categoria 5: Técnicas psicológicas consideradas mais eficientes.

O quadro 1 apresenta a caracterização dos entrevistados que fizeram parte dessa pesquisa.

IDADE ANO DE

FORMAÇÃO

CARGO QUE

OCUPA

TEMPO DE

EXPERIÊNCIA

PÓS GRADUAÇÃO

E1 37 1993 Psicóloga perita

no Detran,

também na

polícia federal

atua em

consultoria de

vigilância

10 anos Especialização em

avaliação

psicológica e curso

de formação

especialização em

testes

E2 25 2005 Consultora de 7 meses Formação em

25

recursos

humanos

psicodrama

E3 29 2000 Consultora de

recursos

humanos

3 ano e 3

meses

Especialização em

psicologia da

infância e

orientação

profissional

E4 38 1993 Selecionadora 14 anos Não possui

E5 36 1989 Proprietária da

clínica,

autônoma

17 anos Especialização em

psicologia social e

avaliação

psicológica

Fonte: Entrevistas realizadas com as psicólogas, abril/2007. Quadro1: caracterização da amostra.

Como apresenta o quadro 1, todas as entrevistadas são do sexo feminino,

cujas idades variam entre 25 e 38 anos. O ano de formação varia de 1989 a 2005,

sendo que o tempo de experiência na área, varia de 7 meses a 17 anos. Entre as

entrevistadas há 2 consultoras de recursos humanos, uma Perita do Detran,

(polícia federal) e atuante em consultoria de vigilância, uma selecionadora e uma

proprietária da clínica e autônoma.

Das cinco psicólogas entrevistadas apenas uma não possui pós-graduação. As

especializações foram realizadas em avaliação psicológica, cursos de formação,

especialização em testes, psicodrama, psicologia da infância, orientação profissional e

psicologia social.

26

Categoria 1 – Etapas do processo de seleção de pessoal

Esta categoria teve o objetivo de descrever as etapas do Processo de

Seleção de Pessoal realizados pelos psicólogos.

No que diz respeito às etapas do processo de seleção de pessoal, duas

entrevistadas relataram que as primeiras etapas do processo seletivo são

realizadas pela empresa-cliente, sendo solicitadas a executar a avaliação

psicológica.

[...a seleção já vem feita pela empresa, eles fazendo todo o processo de análise de currículo, eles fazem a entrevista, e fazem uma pré-seleção e nos mandam apenas para fazer a avaliação psicológica. Nessa avaliação psicológica a gente faz uma entrevista muito bem estruturada, bem completa nesse sentido para resgatar todos os dados do candidato. Dados históricos, dados acadêmicos, dados profissionais, aplicando testes psicológicos e fizemos um laudo e entregamos para empresa, e o processo posterior é uma entrevista de devolução para o candidato, que geralmente são os vigilantes que precisam do porte de arma...] (E1).

[... tem empresa que a gente só faz a parte de avaliação psicológica, então nós fizemos uma anamnese com o cliente, a entrevista, nós aplicamos alguns instrumentos psicométricos, os famosos testes psicológicos...] (E2).

Machado (2007), afirma que avaliar alguém envolve reconhecer

inicialmente os objetivos daquela avaliação, a que fim se destina, e principalmente

a importância dos resultados para a pessoa e para os envolvidos na situação.

Afirma também que a entrevista é imprescindível a qualquer avaliação psicológica,

sendo que ela é o máximo de dados que podemos obter, juntamente com os

outros recursos técnicos, que também são importantes. Quando temos uma

compreensão ou entendimento daquela pessoa, de como ela se comporta em

27

diferentes situações e de suas habilidades e características, a avaliação se

esgota.

A mesma autora, também fala sobre o processo de fechamento da

avaliação psicológica, ou seja, da entrevista de devolução de resultados, que é

considerada um momento produtivo para o candidato, um momento que propicia

uma possibilidade de crescimento e reflexão, e não simplesmente um fechar.

Para que o profissional em avaliação psicológica tenha uma melhor

compreensão do que se quer avaliar, é necessário criar condições para conhecer

e permitir que o conhecimento traga benefícios. Sendo assim, é necessário

organizar os instrumentos para compreensão dos fenômenos ou processos

psicológicos, constituindo-se com o método em avaliação psicológica (ALCHIERI

& CRUZ, 2003).

Algumas psicólogas pontuaram a importância de investigar o perfil do

cargo, classificando a descrição da vaga em aberto.

[...começa primeiro com a descrição da vaga, então faço uma análise de cargo, elaboro o perfil e a partir daí começo a recrutar os candidatos, e a partir do recrutamento a gente vai entrevistando, selecionando, encaminha para a empresa e aguarda o retorno da empresa...] (E2).

[...abriu a vaga, eu tenho o perfil que a empresa me pede. Recebendo alguns currículos ou as pessoas vindo aqui a gente chama para a entrevista. Na entrevista dependendo do que a empresa pede, a gente faz ou não a aplicação de testes. Em alguns momentos é onde a gente faz esses avaliações , para ter uma noção melhor do candidato. Mas acho que a entrevista na maioria das vezes é o que a gente mais utiliza, dá um apoio. Depois da entrevista, o candidato que está dentro do perfil, a gente encaminha para vaga. Geralmente por e-mail para empresa. A empresa faz análise do currículo depois encaminha,

28

dá esse retorno para gente chamando o candidato ou para entrevista e depois finaliza o processo...] (E3).

Faissal (2005), fala que para que a seleção seja bem feita, é necessário

conhecer sobre os requisitos e as competências sobre a posição que se está

selecionando, sendo que quanto maior o volume de informações que obtivermos,

maior será a probabilidade de selecionarmos o melhor candidato.

A descrição da vaga é algo mais detalhado, pois visa determinar com mais

exatidão aspectos voltados a aptidões, habilidades e traços comportamentais das

exigências do ocupante do cargo, por isso o processo de recrutamento e seleção

se torna mais preciso. (PONTES, 2001).

A descrição e análise de cargos também foi considerada uma etapa

importante no processo de seleção de pessoal, sendo utilizada para esclarecer

melhor o perfil da vaga.

[...a gente também faz a parte de contato, levantamento de currículo, então a gente tem a descrição de cargos, a empresa nos procura e, digamos ela precisa de um vendedor, então nós entramos em contato. Sempre na clínica mais ou menos, temos um perfil do que é um vendedor mas a gente pega com a empresa também, porque a empresa também tem aquilo que ela espera de um vendedor, então a gente tendo o cargo daquilo que a pessoa quer, a descrição de cargo a gente começa a fazer a seleção a partir daquela descrição, então tendo bem delimitado aquela descrição, a gente já tem delimitado a idade, o que a gente vai exigir no currículo, se a empresa exige, ver se a pessoa tem débito no comércio ou não, essa parte pessoal também existe, e depois de feita essa primeira parte é feita a avaliação psicológica...] (E5).

Chiavenato (1999), fala que a descrição do cargo é um relato simplificado

do conteúdo e das principais responsabilidades do cargo, isso significa, relacionar

29

o que o ocupante faz, como ele faz, sob que condições ele faz e porque ele faz.

Isso é mencionado de uma maneira breve, através de uma narrativa expositiva

que se preocupa com aspectos intrínsecos do cargo, isto é, com seu conteúdo.

Após a descrição, vem a análise do cargo, que serve para identificar os

requisitos e as competências necessárias para a vaga. Essa descrição requer uma

análise de toda a organização, considerando sua estratégia competitiva, as

competências essenciais e básicas, pois essas garantem a efetivação da

estratégia e a cultura organizacional até chegarmos às competências profissionais

dos empregados. É necessário também fazer uma análise das principais

atividades, para o selecionador identificar as competências necessárias para a

execução e também para fornecer para os candidatos o maior número possível de

informações (FAISSAL, 2005).

Segundo Pontes (2001), a análise de cargo é o estudo das atribuições e

responsabilidades dos cargos. Nelas são obtidas as descrições e especificações

dos cargos, sendo que são obtidos detalhes que permitam a compreensão do que,

como e porque é feita cada uma das tarefas.

Embora a descrição e análise de cargo sejam intimamente relacionadas, a

diferença é que, enquanto a descrição de cargos focaliza o conteúdo do cargo a

análise de cargos procura determinar quais os requisitos físicos e mentais que o

ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo lhe impõe e as

condições em que o trabalho deve ser feito (CHIAVENATO, 1999).

Uma entrevistada abordou que as etapas do processo de seleção

dependem do que a empresa-cliente pede, sendo que esta determina as técnicas

psicológicas a serem utilizadas.

30

[...eu tenho cliente que pede entrevista e alguns testes, de atenção, personalidade ou pede ser um teste especifico, já atendi clientes que queriam entrevista por competência que querem um perfil profissional, sabe faço de acordo com a necessidade do cliente...] (E4)

O psicólogo em sua atuação tem que ter diferentes posturas de acordo com

suas necessidades específicas, porém é importante o conhecimento amplo os

instrumentos, para que haja uma solução de problemas que podem surgir no

processo, sendo que só o psicólogo saberá qual o melhor instrumento a ser

utilizado (NORONHA, 2002).

Por existir muitos instrumentos para se fazer o processo de seleção de

pessoal, é importante que o psicólogo tenha domínio e conhecimento dos

instrumentos, fazendo valer o critério de validade do instrumento, o que requer a

utilização do instrumento adequado àquilo que se pretende medir e avaliar. Só

assim ele poderá fazer a melhor escolha de acordo com os requisitos necessários

do cargo, lembrando que esta é uma das competências éticas relevantes no

processo de avaliação psicológica. Sendo que ele deve definir qual instrumento

utilizar, pois somente o psicólogo tem o conhecimento necessário de algumas

técnicas específicas.

Categoria 2 – Conceito de Avaliação Psicológica

O objetivo dessa categoria foi investigar o conceito de avaliação psicológica

no contexto organizacional.

A respeito deste item, foram mencionados diversos conceitos, que

sinalizam a compreensão que o psicólogo possui sobre avaliação psicológica.

31

Uma psicóloga se referiu ao processo de avaliação psicológica como a

aplicação de técnicas psicológicos.

[... são as técnicas utilizadas para investigar as características do comportamento dos candidatos, sendo que através delas chegamos a um parecer se este candidato esta apto a ocupar determinada vaga...] (E1).

No entanto, a avaliação psicológica é uma prática profissional que requer

um processo de conhecer os fenômenos psicológicos, isto demanda uma postura

profissional que não pode basear-se somente nas técnicas, pois ele corre o risco

de aumentar sua possibilidade de erros nas outras etapas de sua intervenção. O

psicólogo deve saber “para que e porque” ele intervem, dado que ele também

deve assumir a responsabilidade pelos diagnósticos que ele promove e pelas

soluções que ele considera (ALCHIERI et. al., 2002).

Segundo Godoy & Noronha (2005), a avaliação psicológica é um processo

de coleta de dados que inclui métodos e técnicas de investigação que podem se

usadas adequadamente, estar oferecendo informações importantes sobre os

candidatos.

O princípio de responsabilidade científica e profissional na avaliação

psicológica estabelece que o psicólogo deve reconhecer a importância e atuação,

procurando sempre atender, com técnicas específicas, as necessidades de

diferentes tipos de clientela. (PASQUALI, 2001).

A respeito da dimensão técnica, o psicólogo necessita ter, antes de mais

nada, um vasto conhecimento em relação às técnicas que pretende utilizar, assim

como uma possibilidade de crítica consciente em relação aos instrumentos de

avaliação que utiliza (MACHADO, 2000)

32

Informações coletadas com os candidatos foram referidas por duas

entrevistadas em relação ao conceito de avaliação psicológica.

[...é o conjunto de informações que você vai recolher do candidato, para poder chegar mais perto do perfil que a vaga pede, então esse conjunto de informações, através de entrevistas de testes também, isso é o conjunto de informações. É a avaliação dela mesma, do comportamento dela...] (E2).

[...é o processo que você colhe dados com o paciente, com o cliente para estar fazendo um encaminhamento, seja um encaminhamento clínico, um encaminhamento para uma seleção em uma empresa, na verdade a avaliação, ela vai colher dados sobre o teu paciente, na verdade todo o processo com o cliente é avaliação. Às vezes a pessoa usa um teste como avaliação psicológica, na verdade eles são mais um instrumento desse processo avaliativo...] (E5).

A meta da avaliação psicológica é conhecer alguns aspectos do indivíduo

avaliado com a finalidade de se fazer uma inferência sobre essa pessoa. Dentro

de uma empresa essa inferência muitas vezes significa saber se o indivíduo se

sairá bem ou não em um cargo. Para ajudar nesse processo de avaliação, o

psicólogo tem uma grande quantidade de instrumentos, que servirão para coletar

os dados com o candidato (MUCHINSKY, 2004).

Segundo Primi (2005), a avaliação se refere a um processo de busca de

dados, agrupando diferentes informações com três objetivos principais, conhecer

os sujeitos, identificar o problema e programar uma intervenção. A avaliação

psicológica é a busca sistemática de conhecimento a respeito do funcionamento

psicológico em situações específicas, que possa ser útil.

Uma entrevistada mencionou o diagnóstico/prognóstico como avaliação

psicológica.

33

[...avaliação psicológica para mim é tu analisar o indivíduo de uma maneira geral, não basta pegar um comportamento, ou outro, tem que ser de uma maneira geral mesmo. Então em todos os aspectos da personalidade, enfim daquilo, no caso se esta falando de vaga que a gente trabalha aqui, analisar tudo aquilo que a empresa passou, o perfil que a empresa esta pedindo, tem que se fazer uma análise de forma geral, para saber um pouco mais sobre o candidato, ficar por dentro dele, o que ele pretende para o futuro o que ele pode estar desenvolvendo...] (E3).

Faissal (2005), afirma que é necessário avaliar no candidato suas crenças e

valores, pois o núcleo cultural é composto por um conjunto de crenças e valores, e

se estes não forem compatíveis com os da organização, ele pode não querer ser

aquilo que a organização espera que ele seja e não fazer aquilo que a

organização espera que ele faça, sendo que a atitude é o principal componente da

competência, estando relacionado ao querer ser e ao querer agir.

Alchieri & Cruz (2003), de uma forma geral, afirmam que por meio de

procedimentos de diagnóstico e prognóstico, se conhece fenômenos e processos

psicológicos que se referem à avaliação psicológica, sendo que a avaliação de

fenômenos e processos psicológicos é a investigação de características dos

padrões comportamentais humanos, encontra-se respaldada nos pressupostos

derivados da medida, onde a medida apresenta-se como um correlato de

identificação e caracterização de um determinado fenômeno psicológico.

Para se fazer um diagnóstico psicológico, as teorias psicológicas são

sistemas conceituais que podem nos ajudar a encontrar a inteligibilidade dos

fenômenos presentes no diagnóstico, entendendo e interpretando, articulando e

organizando, sintetizando e universalizando nossa experiência. Para isso, é

preciso contar com uma outra linguagem, diferente da comum, denominada de

científica (ALCHIERI et. al., 2002).

34

Avaliar o potencial do profissional também foi mencionada como avaliação

psicológica por uma entrevistada.

[...quando a gente fala de avaliação psicológica em recursos humanos, falamos de seleção normal, você avalia o potencial, o desenvolvimento do profissional dentro da empresa, o cargo, uma avaliação de perfil, pode ou não usar testes psicológicos...](E4).

Nas organizações a avaliação psicológica ainda é dedicada em maior

parcela aos processos de recrutamento e seleção, com base nos critérios oriundos

da organização de baterias e testes psicológicos ou questionários de validade

duvidosa, o que acaba por reduzir a capacidade de ampliação do trabalho do

psicólogo nas organizações, porque implica em manter no status de quem avalia

pessoas e não o trabalho que as pessoas fazem (ALCHIERI et. al., 2002).

Os mesmos autores falam que a avaliação psicológica dentro das

organizações gerou uma psicologia das funções, sendo que ela é concebida como

um método de instrumentalizar as empresas acerca das medidas psicológicas dos

trabalhadores, a fim de avaliar condições psicológicas de quem trabalha, e de

quem irá ocupar um posto de trabalho, uma avaliação no processo de seleção,

para escolher entre os candidatos, aqueles que correspondem ao perfil da

empresa. Nesse sentido, ainda se permanece lidando com um procedimento de

avaliar personalidade.

Sendo a avaliação psicológica um processo que avalia fenômenos

psicológicos, é importante que este processo seja norteado por um campo teórico,

e que o psicólogo defina o objetivo visado, de modo a escolher adequadamente os

métodos a serem utilizados na condução do processo.

35

Categoria 3 – Técnicas Psicológicas Utilizadas

O objetivo dessa categoria foi identificar as técnicas psicológicas que os

psicólogos utilizam durante o processo de avaliação psicológica na seleção de

pessoal.

O quadro 2 apresenta as técnicas utilizadas na avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal

TÉCNICAS NÚMERO DE PESSOAS

Técnica expressiva 01

Técnica projetiva 01

Entrevista psicológica 05

Questionário 02

Testes psicológicos 05

Dinâmica de grupo 03

Inventário 01

Levantamento de saúde (anamnese) 01

Fonte: Entrevistas realizadas com as psicólogas, abril/2007. Quadro2: Técnicas utilizadas na avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal

As técnicas psicológicas mais mencionadas foram: os testes psicológicos, a

entrevista psicológica e a dinâmica de grupo.

Os testes psicológicos são utilizados por todas as entrevistadas e são

considerados uma situação padronizada que serve de estímulo a um

comportamento por parte do examinado. Esse comportamento é avaliado por

comparação estatística com o de outros indivíduos submetidos à mesma situação,

36

permitindo assim sua classificação quantitativa e qualitativa (GOULART &

SAMPAIO, 1998).

Os testes psicológicos objetivam avaliar o desenvolvimento intelectual

geral, aptidões específicas e a personalidade dos candidatos. Os testes se

propõem a identificar aspectos da dinâmica da personalidade de um candidato,

mas as questões propostas com esse objetivo não pressupõem que haja uma

resposta certa a ser apresentada pelo candidato (FAISSAL, 2005).

O uso de testes psicológicos no processo de seleção de pessoal tem como

objetivo avaliar características da personalidade, conhecimentos e competências

do candidato, no momento em que ele concorre a uma vaga, e, por meio delas,

predizer o desempenho que ele teria em atividades específicas associadas ao

trabalho pretendido (PEREIRA et. al., 2003).

Segundo Spector (2006), existem muitos tipos diferentes de testes

psicológicos, que estão disponíveis para avaliar centenas de características

individuais, por isso precisa-se saber qual a característica que se tem interesse

em avaliar, para determinar qual teste será utilizado.

Segundo Pontes (2001), para que os testes psicológicos tenham validade, é

necessário que os escores dos testes se relacionem significativamente com o

desempenho do cargo ou algum outro critério relevante, quanto mais forte o

relacionamento entre os resultados do teste e o desempenho, tanto mais o teste é

instrumento efetivo de seleção.

A entrevista psicológica também é utilizada por todos os entrevistados.

Consiste num encontro face a face entre um ou mais entrevistadores, e um

37

entrevistado. Os entrevistadores recolhem informações ou tomam decisões para

contratações (SPECTOR, 2006).

Segundo Faissal (2005), a entrevista consiste na proposição de perguntas

aos candidatos, tendo como objetivo avaliar o domínio de determinadas

competências relacionadas ao perfil profissional, levantar informações

complementares sobre competências que não foram vistas por meio de outras

técnicas, investigar mais profundamente aspectos de uma competência que não

tenham sido suficientemente explorados e esclarecer fatos, impressões, confirmar

ou rejeitar hipóteses que surgiram ao longo do processo seletivo.

A entrevista é um processo de comunicação, em que pessoas interagem

entre si e no qual uma das partes está interessada em conhecer a outra. Apesar

do seu forte componente subjetivo e impreciso, a entrevista pessoal é aquela que

mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos, sendo que entrevistar é

provavelmente, o técnica mais utilizado (CHIAVENATO, 1999).

Ao entrevistar um candidato a emprego, o entrevistador deve ter um grande conhecimento do cargo para o qual a pessoa se habilita, a ponto de poder avaliá-la quanto aos requisitos do cargo e ao mesmo tempo poder informá-la sobre aspectos do cargo que a interessem. Por este motivo a entrevista é uma técnica que requer aprendizado. É importante despojar-se de preconceitos, pois nem sempre os candidatos falantes são os melhores (LODI, 1986, p. 36).

A dinâmica de grupo foi referida por três psicólogos. Sendo utilizada como

técnica de seleção, consiste em propor a um grupo de candidatos um conjunto de

atividades, tais como vivências, jogos simulações, testes situacionais, estudos de

caso ou debates sobre temas específicos. Essas atividades promovem uma

38

dinâmica de funcionamento que possibilita a observação direta do comportamento

dos candidatos e atuam como estímulo para deflagrar a interação entre os

participantes. De maneira geral, as dinâmicas de grupo são indicadas para avaliar

habilidades interpessoais e atitudes (FAISSAL, 2005).

Dinâmica de grupo é uma técnica vivencial, utilizada para observar

comportamentos específicos diversos. Essa técnica tem o objetivo de observar a

presença ou ausência das competências no comportamento dos candidatos, para

decidir qual entre eles tem o perfil mais compatível com o perfil da vaga

(RABAGLIO, 2001).

Outras técnicas abordadas pelos entrevistados foram as técnicas

expressivas, o questionário e o levantamento de saúde (anamnese).

A entrevista psicológica, os testes psicológicos e a dinâmica de grupo, que

foram as técnicas mais citadas pelos entrevistados, também são apontadas no

referencial teórico como pertinentes à avaliação psicológica. No entanto, é

importante que o profissional tenha conhecimento das técnicas psicológicas,

considerando as vantagens e desvantagens de cada uma delas e em que

momentos devem ser utilizadas.

Categoria 4 – Testes Psicológicos Utilizados

Essa categoria teve como objetivo levantar os testes psicológicos que os

psicólogos utilizam no processo de avaliação psicológica na seleção de pessoal.

O quadro 3 apresenta os testes utilizados na avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal

TESTES NÚMERO DE PESSOAS Palográfico 5

39

Rorschach 2 PMK 2

TESTES PROJETIVOS

HTP 1 CPS 1

BPR5 1 TEPEM 1

AC 4 IFP 2 QUATI 2

TESTES PSICOMÉTRICOS

QSG 1 Fonte: Entrevistas realizadas com as psicólogas, abril/2007. Quadro3: Testes utilizados na avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal

Nesta categoria, foi percebida uma grande utilização de testes que avaliam

a personalidade. Também, notou-se a utilização dos testes que medem as

aptidões, habilidades, conhecimentos, etc. Esses testes nas empresas de

consultoria, geralmente são utilizados para servir de base para melhor conhecer

as pessoas nas decisões de emprego, de orientação profissional, de avaliação

profissional, de diagnóstico de personalidade, etc.

Dentre os testes de personalidade, o mais mencionado foi o teste

palográfico, sendo que todos os entrevistados falaram de sua utilização. Os outros

testes de personalidade que foram citados são: o PMK (Teste Psicodiagnóstico

Miocinético), QUATI (Questionário Avaliação Tipológica), Rorschach, CPS (Escala

de Personalidade), HTP (The House-Tree Person), IFP (Inventário Fatorial da

Personalidade).

Já nos testes cujo objetivo é descobrir aptidões, habilidades,

conhecimentos, etc, o teste mais mencionado foi o teste AC (Atenção

Concentrada), o qual foi citado por quatro entrevistados. Os demais testes citados

40

foram: QSG (Questionário SAÚDE Geral Goldberg), BPR5 (Bateria de Provas de

Raciocínio) TEPEM (Teste de Prontidão Emocional para Motoristas).

Os testes de personalidade são importantes para avaliar características de

personalidade que podem ser importantes em seu comportamento dentro de uma

organização. Estes testes avaliam características pessoais (SPECTOR, 2006).

Goulart & Sampaio (1998), afirmam que os testes de personalidade buscam

identificar características mais ou menos constantes da personalidade. Eles

medem as características de personalidade propriamente ditas, que não se

referem aos aspectos cognitivos.

Os testes de aptidão medem o potencial do indivíduo para aprender ou

realizar uma tarefa. Estes testes podem medir a aptidão em geral, ou de forma

mais específica, podem medir o nível de inteligência, etc. (GOULART &

SAMPAIO, 1998)

Percebe-se, a partir dos relatos, que todos os profissionais utilizam testes

psicológicos, principalmente os que avaliam o construto personalidade. Cabe

ressaltar que existem vários testes que avaliam alguns atributos da personalidade.

Desta forma, cabe ao psicólogo conhecer profundamente as teorias de

personalidade que fundamentam os testes psicológicos, de forma a escolher

adequadamente o teste que atenda aos objetivos da avaliação psicológica.

Categoria 5 – Técnicas psicológicas consideradas mais eficientes

41

Esta categoria teve como objetivo investigar as técnicas psicológicas que os

psicólogos consideram mais eficientes para levantar os perfis dos candidatos aos

cargos selecionados.

No que diz respeito às técnicas, uma entrevistada falou sobre os testes

para o porte de arma.

[...para a polícia federal de porte de arma, o PMK e o rorschach, então quanto para empresa a gente utiliza o palográfico, e outros de personalidade nesse sentido, porém quando ficamos em dúvida ou quando achamos que tem a necessidade de rever alguns fatores que não ficaram na média que a gente está pretendendo, a gente até faz o PMK ou algum outro, mas geralmente mais para polícia federal...] (E1).

Todos os testes mencionados são testes de personalidade, os quais são

de extrema importância para avaliar se a pessoa tem condições de ter porte de

arma ou não. Spector (2006) afirma que os testes de personalidade podem ser

importantes porque certas classes de comportamento são relevantes para o

desempenho no trabalho e outras para as organizações, sendo que podem ver

diferentes aspectos do comportamento, e podem classificar as pessoas em tipos

que combinam diferentes características.

O teste PMK (Psicodiagnóstico Miocinético), trata-se de uma técnica

expressiva, onde o candidato deverá continuar os modelos de traçados que lhe

foram dados. Este teste pode estar indicando fatores de agressividade,

emocionalidade, extra e intratensão, tônus psicomotor, tendência à inibição ou

excitação, aspectos psicopatológicos, etc. (ALCHIERI & CRUZ, 2003).

O teste Rorschach permite avaliar a personalidade, considerando as

variáveis quantitativas e qualitativas, não se detendo apenas nos dados restritos e

42

absolutos dos números. Ele é capaz de fornecer subsídios para avaliarmos a

estrutura da personalidade do indivíduo e o funcionamento de seus

psicodinamismos, sendo que através de sua técnica, é possível avaliar traços da

personalidade, o funcionamento das condições intelectuais, o nível de ansiedade

básica e situacional, a depressão, suas condições afetivas e emocionais, quanto à

capacidade para suportar frustrações e conflitos, quanto à adaptação ao trabalho

e ao ajustamento e integração humano. Avalia, também, os impulsos, reações

emocionais, nível de aspiração. Além disso, é um instrumento capaz de auxiliar o

examinador no diagnóstico de paciente com problemas de interferência

neurológica e com perturbações ou desvio de conduta (VAZ, 1997).

O teste palográfico, por ser considerado um teste expressivo de

personalidade, avalia aspectos adaptativos, instrumentais e expressivos, mas dá

uma preferência ao comportamento expressivo. Esta avaliação acontece através

de traços que são sugeridos ao sujeito (ALVES & ESTEVES, 2004).

Três candidatas consideram o teste palográfico como sendo o mais

eficiente na avaliação psicológica.

[...eu acho que o palográfico é bem interessante porque ele dá um panorama geral da personalidade da pessoa, das atitudes, então acho que ele da um geral, eu acho ele importante porque é uma ferramenta que ajuda a gente...](E2).

[...palográfico, ele me dá uma visão bem mais ampla da personalidade mesmo do candidato, é interessante porque muita coisa vai se encaixando com a entrevista, aí a gente começa a compreender de uma maneira maior, eu considero ele assim um testes muito legal, ele dá bastante possibilidade de compreender muito assim da pessoa pelas entre linhas...](E3)

43

[...o palográfico por ser um teste de grafia, não tem a pessoa vai ter de fazer traçados, ela não tem muito sentido daquele objetivo, ela não sabe se aquele traçado que a gente quer é forte ou fraco, se é maior ou menor, como a gente mede os traçados, então é difícil alguém no teste palográfico manipular, coisas que em outros testes é mais fácil. Então o palográfico não dá só a parte da personalidade como ele dá uns tópicos específicos, como por exemplo, índices de depressão consegue ver no palográfico, ansiedade, a questão de relação...] (E5).

Sendo este um teste de desenhar, estão presentes juntamente, a

adaptação, a expressão e a projeção, os quais devem ser analisados

cuidadosamente. Na adaptação se observa se a tarefa solicitada é realizada de

modo convencional, original ou fantasioso. Na expressão observa-se o estilo

peculiar da resposta do sujeito, as quais se revelam através das qualidades

gráficas, que dizem mais respeito à forma. Por fim a projeção que é avaliada

através de atribuições de qualidades às situações e objetos, que aparecem no

conteúdo e na maneira de tratar do tema (ALVES & ESTEVES, 2004 apud VAN

KOLCK, 1984).

O teste palográfico avalia aspectos mais adaptativos e instrumentais, uma

vez que no início da tarefa o examinador vai trabalhar tentando se adequar às

instruções dadas, porém à medida que a tarefa continua vai se tornando uma

tarefa mais espontânea, controlada e vai revelando aspectos expressivos,

principalmente na segunda parte do teste. Na força do movimento, se expressa a

força do impulso psíquico, que pode se manifestar de diversas formas, como a

aplicação do movimento, a aceleração da velocidade, o reforçamento do traço ou

a intensificação da pressão sobre o lápis. Estes movimentos podem ser

44

instrumentais que é intencional ou expressivo que não é intencional (ALVES &

ESTEVES, 2004).

A entrevista foi considerada a técnica mais eficiente por três entrevistados.

[...sempre faço a entrevista, depois de uma dúvida eu vou para o palográfico, ele sempre me confirma assim mais ou menos o que eu achava...] (E2).

[...técnica, acho a entrevista, porque acho um instrumento fundamental, nela você vê muita coisa do candidato...] (E3)

[...não tem como tirar agora, não tem como não fazer entrevista, então é difícil dizer qual é a técnica mais eficiente, na verdade elas se completam...] (E5).

Segundo Faissal (2005), a entrevista é um dos instrumentos de seleção

mais utilizados para fundamentar as decisões relativas à contratação de um novo

empregado. A entrevista visa obter ou aprofundar informações sobre o

conhecimento técnico, a experiência profissional e as habilidades técnicas do

candidato. Ela visa mapear aspectos da personalidade e da vida pessoal do

candidato, e também possibilita ao candidato a discordar sobre o que lhe é

apresentado.

Neste sentido, Chiavenato (1999) afirma que a entrevista tem inúmeras

aplicações, como na triagem inicial do recrutamento, na seleção de pessoal, no

aconselhamento e orientação profissional, na avaliação de desempenho, no

desligamento, etc., sendo que em todas essas aplicações, a entrevista deve ser

feita com bastante habilidade e tato, a fim de que possa realmente produzir os

resultados esperados.

45

Uma entrevistada falou da eficiência da entrevista por competências,

juntamente com o uso de um teste não psicológico.

[...entrevista por competência, e eu gosto de trabalhar o teste que não é teste psicológico, que é o Disc que te dá perfil pessoal profissional, eu acho que a entrevista por competência e ele se completam porque o objetivo é uma visão total do conhecimento, da atitude, da virtudes e das habilidade do candidato, me dá mais segurança até pra discutir o perfil com o cliente que não é da área, porque eles acham que o teste é uma bola de cristal...] (E4).

A entrevista por competência é estrategicamente estruturada para

investigar o comportamento passado da pessoa, numa situação similar da

competência a ser investigada. A entrevista comportamental permite ao

entrevistador coletar dados sobre habilidades críticas, assegurando que a pessoa

possua o atributo ou competência investigada. O entrevistador provará por

evidências comportamentais o que o candidato disse, fez, sentiu e pensou e quais

foram os resultados da sua ação em determinada situação (RABAGLIO, 2001).

A entrevista comportamental é a melhor maneira de prever o

comportamento futuro de um candidato. O entrevistado formula a pergunta

solicitando ao candidato que descreva uma situação concreta, que ilustre a

competência que se pretende avaliar, enfatiza-se a experiência passada do

candidato, sendo que o comportamento passado é um indicador da probabilidade

de comportamentos futuros (FAISSAL, 2005).

Juntamente com a entrevista por competência, a entrevistada disse utilizar

o teste Disc, que é um teste não psicológico. Esse teste não avalia medidas de

inteligência de uma pessoa, medidas do nível de instrução e treinamento, medidas

46

de habilidades e da experiência, indicador de valores de uma pessoa. Ele avalia

os diferentes estilos de personalidade de uma pessoa.

A entrevista devolutiva foi mencionada por uma entrevistada como uma das

técnicas mais eficientes.

[...na verdade no processo avaliativo não dá para tirar nenhuma técnica, a gente contrapõe porque nós temos umas entrevistas, eu e minha colega, a gente combinou. Por isso a gente dá a devolutiva porque assim às vezes a gente faz uma entrevista, na hora da correção do teste psicométrico a gente percebe que alguma coisa não bateu com a entrevista dele, então no retorno a gente dá o laudo final, às vezes a gente liga para ele e fala, ou até mesmo na devolução, então é difícil falar o que tirar...] (E5).

Segundo Machado (2000), a entrevista devolutiva é muito esquecida pelos

psicólogos, porém ela é de extrema importância, pois ela pode servir como um

momento muito especial de crescimento para o cliente, se for bem realizada.

A entrevista de devolução é muito importante, pois a entrevista para fins de

contratação, gera ansiedade e expectativa. Por isso é necessária a entrevista de

devolução, mesmo que a resposta seja negativa, sendo que a devolutiva pode

acontecer por telefone ou carta (PONTES, 2001).

Rabaglio (2001), diz que ao finalizar uma entrevista deve-se dar

oportunidade ao candidato para ele expressar algo que ele ache importante ou

para fazer perguntas. Deve-se explicar quais serão as próximas fases e a duração

aproximada do processo, sendo que após qualquer decisão, devemos nos

comprometer a dar resposta sobre aquela fase, seja negativa ou positiva, pois

além da ansiedade causada por este processo, às vezes, essa resposta pode ser

decisiva para o fechamento de uma outra oportunidade de emprego.

47

Como foi visto nesta categoria, os entrevistados basicamente consideram

mais eficiente algum tipo de entrevista e os testes psicológicos. Os dois recursos

são técnicas muito eficientes, que podem estar ajudando no processo de seleção

de pessoal.

48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como objetivo, analisar o processo de avaliação

psicológica na seleção de pessoal em consultorias de recursos humanos

localizadas no município de Itajaí.

Ao investigar sobre as etapas do processo de seleção, verificou-se que o

processo seletivo é realizado de acordo com a necessidade da empresa e do perfil

da vaga, sendo que nenhuma das entrevistadas desenvolve todas as etapas

descritas no embasamento teórico, tais como análise do cargo; identificação das

dimensões do desempenho do cargo; identificação do conhecimento e habilidades

necessárias para o cargo; desenvolvimento, seleção, validação de instrumentos

de medidas para acessar os conhecimentos, habilidades e competências do

candidato; o uso de tais instrumentos de medida no processo de seleção de

candidato; triagem, análise de competências; avaliação dos candidatos; decisão

final; verificação da referências; exame médico e feedback aos participantes.

O conceito de avaliação psicológica foi mencionado como aplicação de

técnicas, informações coletadas com os candidatos, diagnóstico/prognóstico e

avaliar o potencial do profissional. Nesta categoria foi notado, a partir das leituras

realizadas sobre o assunto, que apesar das entrevistadas realizarem o processo

de avaliação psicológica, com exceção de uma que desenvolve somente testagem

psicológica, apresentam certa dificuldade ao conceituar a avaliação psicológica.

Na avaliação psicológica deve-se reconhecer inicialmente os objetivos da

avaliação, a que fim ela se destina e as conseqüências dos resultados para aquela

49

pessoa e para os envolvidos na situação. Já o uso de testes, deve ser entendido

como parte desse processo de avaliação, considerado importante, pois nos

oferece várias informações. Porém, não deve ser utilizado como um único

instrumento, pois a avaliação psicológica tem várias etapas, e só se esgota

quando tivermos uma compreensão ou entendimento daquela pessoa, o que não

é possível somente com a aplicação de testes. Também nenhuma entrevistada

comentou a importância do conhecimento teórico para a realização da avaliação

psicológica, bem como para a escolha das técnicas a serem utilizadas.

As técnicas que as entrevistadas utilizam na avaliação psicológica são as

mesmas mencionadas na literatura sobre o assunto, sendo que as mais utilizadas

são: a entrevista psicológica e os testes psicológicos. Estes são utilizados por

todas as entrevistadas, seguidos da dinâmica de grupo que foi mencionada por

três entrevistadas. Desse modo, nota-se que independente dos aspectos que

diferenciam um profissional do outro, como formação, abordagem ou forma de

atuação, a entrevista e os testes são vistos pelos psicólogos como técnicas

indispensáveis na avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal.

Os testes psicológicos mais utilizados pelas entrevistadas são os de

personalidade. Dependendo do perfil da vaga, podem ser utilizados testes de

aptidão, como o AC – Atenção Concentrada.

Em relação às técnicas psicológicas consideradas mais eficientes, foi

percebida a utilização de testes para o porte de arma, o uso do teste palográfico, a

entrevista, entrevista por competência e a entrevista devolutiva. No que se refere a

estas técnicas, basicamente percebe-se que a entrevista e os testes são o que

estes psicólogos consideram mais eficientes.

50

Diante dos resultados dessa pesquisa, percebe-se que a maioria dos

psicólogos possui um certo conhecimento sobre o processo da avaliação

psicológica e das técnicas psicológicas utilizadas. No entanto, nenhuma das

entrevistadas fez referência às teorias que embasam as técnicas psicológicas

citadas.

Por isso, é de extrema importância aprofundar nossos conhecimentos, para

utilizar métodos e técnicas que são instrumentos somente de nossa aplicação,

sendo que somente a formação do psicólogo, a competência desse profissional,

possibilitará uma compreensão mais ampla e contextualizada do processo de

avaliação psicológica, permitindo uma interpretação mais adequada dos

resultados.

Portanto, sugere-se que novas pesquisas sobre avaliação psicológica

sejam realizadas com alunos que estão terminando o curso de psicologia, para

verificar o conhecimento que possuem sobre avaliação psicológica, bem como a

teoria que sustentam os diferentes instrumentos psicológicos e possíveis

sugestões para o processo ensino aprendizagem sobre o tema.

Também sugere-se, pesquisas com psicólogos que trabalham em outras

áreas de atuação (clínica, educacional, saúde pública, trânsito), objetivando

investigar o processo de avaliação psicológica e as possíveis dificuldades

existentes em sua aplicação.

Ainda, pesquisas que abordem os mesmos objetivos estudados nesta

pesquisa, com profissionais de outras cidades e regiões, verificando as

semelhanças e diferenças entre a atuação do psicólogo organizacional e do

trabalho em empresas de Consultorias de Recursos Humanos. Também, discutir a

51

formação destes profissionais, isto é, que tipo de cursos eles têm procurado e que

os qualificam para o trabalho em Recursos Humanos.

52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCHIERI, J. C.; CRUZ, R. M. Avaliação psicológica: conceito, métodos e instrumentos. São Paulo: casa do psicólogo, 2003.

ALCHIERI, J. C.; CRUZ, R. M e SARDÁ, J. J. Avaliação e medidas psicológicas: produção do conhecimento e da intervenção profissional. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

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CHIAVENATO. I. Recursos humanos. Ed. Compacta, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1992.

CHIAVENATO, I. Planejamento recrutamento e seleção de pessoal. Como agregar talentos à empresa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.

CHIAVENATO, I. Recursos humanos na empresa. 2ª ed. São Paulo: LTr, 2001

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seleção profissional: Revista Departamento de Psicologia – UFF, v17, nº1,

p.139-159, Jan/Jun, 2005.

53

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LEITE, L. A. M .C.; CARVALHO, I. V.; OLIVEIRA, J. L. C. R.; ROHM, R. H. D.

Consultoria em gestão de pessoas. Rio de Janeiro: FGV,2006.

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Conselho Regional de Psicologia – 8ª Região - Ano 21, nº104, Set/Out, 2000.

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http://www.qualitapsi.com.br/imagens/conteudotexto/o%20uso%20tecnicas%20de

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MINAYO, M. C. S (ORG.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

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54

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PERREIRA, F. M.; PRIMI, R.; COBERO, C.; Validade de testes utilizados em seleção de pessoal segundo recrutadores. Psicologia: Teoria e Prática. Campinas, 2003

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SPECTOR P. E. Psicologia nas Organizações. São Paulo: Saraiva, 2006.

VAZ, C. E. O rorschach: teoria e desempenho. 3ª ed. São Paulo: Monele Ltda, 1997.

55

7. APÊNDICES

56

APÊNDICE 7.1

Carta de Consentimento da Instituição

Itajaí, 25 de Setembro de 2006

Prezado Sr. (Responsável pela instituição)

Responsável pela (nome da empresa)

Cumprimento-a cordialmente

Venho por meio desta solicitar seu consentimento para a realização da

pesquisa de TCC intitulada “AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO PROCESSO DE

SELEÇÃO DE PESSOAL EM CONSULTORIAS DE RECURSOS HUMANOS”,

junto aos colaboradores da (nome da empresa)

Cabe ressaltar que a referida pesquisa está sob supervisão da professora

Rosana Márquez da Silva.

Sem mais para o momento.

Atenciosamente,

Vanessa Maria Hartmann

Acadêmica

_____ ___________

(Responsável pela instituição) (Psicóloga)

57

APÊNDICE 7.2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma

pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: Avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal em consultorias de Recursos Humanos.

Pesquisador Responsável: Rosana Márquez da Silva Telefone para contato: (47) 3341 7688 Pesquisadora Participantes: Vanessa Maria Hartmann Telefones para contato: (47) 8804 3039 A pesquisa intitulada Avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal em Consultoria de Recursos Humanos, tem como objetivos: descrever as etapas do processo de seleção de pessoal realizado pelos psicólogos; identificar as técnicas que os psicólogos utilizam durante o processo de avaliação psicológica na seleção de pessoal; levantar os testes psicológicos que os psicólogos utilizam no processo de avaliação psicológica na seleção de pessoal; analisar as técnicas que os psicólogos consideram mais eficientes para levantar os perfis dos cargos selecionados. Nesta pesquisa será utilizado o método qualitativo, pelo fato da população analisada ser pequena. Farão parte psicólogos organizacionais e do trabalho do município de Itajaí/SC, que atuam na área há mais de seis meses. Será utilizada a entrevista semi-estruturada, elaborada a partir dos objetivos da referida pesquisa. A entrevista está prevista para ser realizada no mês de março de 2007 e será agendada no local de trabalho dos psicólogos e gravada. Os dados serão analisados através de análise de conteúdo. Será feita a devolutiva dos resultados aos participantes, os quais terão conhecimento das etapas que outros profissionais utilizam durante a avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal, as técnicas e os testes mais utilizados e as técnicas que outros profissionais consideram mais eficientes, assim podendo refletir sobre sua prática profissional. A participação dos psicólogos será somente durante a entrevista, a qual não será remunerada. Os participantes terão o direito de desistir a qualquer momento, caso queiram, sendo que para esta pesquisa será lhes garantido sigilo. Os resultados depois de analisados, serão devolvidos a todos os participantes da pesquisa.

- Nome do Pesquisador: Rosana Márquez da Silva - Assinatura do Pesquisador:

58

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO Eu, , RG , CPF abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade. Local e data: Nome: Assinatura do Sujeito ou Responsável: Telefone para contato:

59

APÊNDICE 7.3

PERGUNTAS PARA A ENTREVISTA

1- Nome:

2- Sexo :

3- Idade:

4- Ano que se formou:

5- Cargo que ocupa:

6- Tempo de experiência na área:

7- Pós graduação: (em que área, tema):

8- Descreva as etapas do Processo de Seleção de Pessoal.

9- Qual seu entendimento por avaliação psicológica?

10- Quais são as técnicas que você utiliza durante a avaliação psicológica no processo de seleção de pessoal? (entrevista, testes, dinâmica de grupo, prova situacional, outros...)

11- Quais os testes psicológicos que você mais utiliza na avaliação psicológica

no processo de seleção de pessoal? Por quê?

12- Das técnicas e testes psicológicos apontados anteriormente, quais você considera mais eficientes para levantar o perfil dos candidatos para os cargos selecionados? Justifique sua resposta.

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