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1 TEXTO 8 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL Os benefícios da prática da atividade física associada à saúde e ao bem-estar são amplamente apresentados e discutidos na literatura. Menores níveis de prática de atividade física estão diretamente relacionados à elevada incidência de cardiopatias, diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer, que se tornam mais prevalentes com o avanço da idade e acarretam redução quanto à qualidade de vida e à longevidade. Além do mais, entre os portadores de fatores de risco predisponentes ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções crônico-degenerativas a proporção de sujeitos classificados habitualmente como sedentários é significativamente maior que de sujeitos ativos fisicamente 3, 24 . Neste particular, apesar de o maior número de evidências envolver sujeitos em idade adulta, não existem dificuldades em selecionar indicações quanto às vantagens de as crianças e de os adolescentes se tornarem adequadamente ativos fisicamente. Embora raramente sejam identificadas disfunções crônico-degenerativas na infância e na adolescência, níveis comprometedores quanto à prática de atividades físicas nestas idades podem induzir a importantes limitações biológicas e psicoemocionais projetadas para a idade adulta. Em assim sendo, as informações quanto aos níveis de prática de atividade física habitual deverão caracterizar-se como componente essencial em rotinas de avaliação voltadas ao campo da educação física. Contudo, faz-se necessário considerar que a atividade física constitui-se em fenômeno extremamente complexo e pode resultar de um conjunto de atributos provenientes de diferentes áreas do conhecimento. Portanto, para a observação de indicadores associados à atividade física torna-se de fundamental importância que esta seja clara e inequivocamente definida a fim de que as estimativas quanto aos seus níveis de prática habitual possam ser estabelecidas com critérios de exatidão, precisão e validação que atendam aos limites preestabelecidos. Em consulta à literatura, constata-se que, dependendo do enfoque desejado, diferentes conceitos podem ser apresentados à atividade física. No entanto, ao levar em conta a preocupação com relação ao aspecto operacional, observa-se que o conceito proposto em workshop internacional que reuniu especialistas de diferentes áreas do conhecimento no campo da epidemiologia e da saúde pública é o que tem obtido maior consenso 5 . Neste caso, a atividade física é entendida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em dispêndio energético acima dos níveis esperados de repouso. Desta forma, a quantidade de energia biológica necessária à realização de determinado movimento do corpo deverá oferecer informações quanto ao nível de atividade física solicitado por este mesmo movimento, assim como a energia biológica envolvida com todo e qualquer movimento do corpo protagonizado pelo avaliado em seu cotidiano (desempenho de uma ocupação profissional, cuidados pessoais, realização de tarefas domésticas, atividades de lazer e de tempo livre, programas de condicionamento físico, atividades esportivas mais ou menos organizadas, etc.) deverá oferecer informações quanto ao nível de prática da atividade física habitual. Com base neste modelo conceitual, verifica-se que, apesar de ser possível eleger um leque de possibilidades voltado à coleta de informações direcionadas à avaliação dos níveis de prática da atividade física, o elemento essencial neste caso é o dispêndio energético. A atividade física deve ser entendida como um constructo multidimensional em que se incluem variáveis como tipo, intensidade, duração e freqüência dos esforços físicos. Neste particular, se, por um lado, tanto as circunstâncias em que se praticam as atividades físicas

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TEXTO 8

AVA LIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL

Os benefícios da prática da atividade física associada à saúde e ao bem-estar são amplamente apresentados e discutidos na literatura. Menores níveis de prática de atividade física estão diretamente relacionados à elevada incidência de cardiopatias, diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer, que se tornam mais prevalentes com o avanço da idade e acarretam redução quanto à qualidade de vida e à longevidade. Além do mais, entre os portadores de fatores de risco predisponentes ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções crônico-degenerativas a proporção de sujeitos classificados habitualmente como sedentários é significativamente maior que de sujeitos ativos fisicamente 3, 24.

Neste particular, apesar de o maior número de evidências envolver sujeitos em idade adulta, não existem dificuldades em selecionar indicações quanto às vantagens de as crianças e de os adolescentes se tornarem adequadamente ativos fisicamente. Embora raramente sejam identificadas disfunções crônico-degenerativas na infância e na adolescência, níveis comprometedores quanto à prática de atividades físicas nestas idades podem induzir a importantes limitações biológicas e psicoemocionais projetadas para a idade adulta.

Em assim sendo, as informações quanto aos níveis de prática de atividade física habitual deverão caracterizar-se como componente essencial em rotinas de avaliação voltadas ao campo da educação física. Contudo, faz-se necessário considerar que a atividade física constitui-se em fenômeno extremamente complexo e pode resultar de um conjunto de atributos provenientes de diferentes áreas do conhecimento. Portanto, para a observação de indicadores associados à atividade física torna-se de fundamental importância que esta seja clara e inequivocamente definida a fim de que as estimativas quanto aos seus níveis de prática habitual possam ser estabelecidas com critérios de exatidão, precisão e validação que atendam aos limites preestabelecidos.

Em consulta à literatura, constata-se que, dependendo do enfoque desejado, diferentes conceitos podem ser apresentados à atividade física. No entanto, ao levar em conta a preocupação com relação ao aspecto operacional, observa-se que o conceito proposto em workshop internacional que reuniu especialistas de diferentes áreas do conhecimento no campo da epidemiologia e da saúde pública é o que tem obtido maior consenso 5. Neste caso, a atividade física é entendida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em dispêndio energético acima dos níveis esperados de repouso. Desta forma, a quantidade de energia biológica necessária à realização de determinado movimento do corpo deverá oferecer informações quanto ao nível de atividade física solicitado por este mesmo movimento, assim como a energia biológica envolvida com todo e qualquer movimento do corpo protagonizado pelo avaliado em seu cotidiano (desempenho de uma ocupação profissional, cuidados pessoais, realização de tarefas domésticas, atividades de lazer e de tempo livre, programas de condicionamento físico, atividades esportivas mais ou menos organizadas, etc.) deverá oferecer informações quanto ao nível de prática da atividade física habitual.

Com base neste modelo conceitual, verifica-se que, apesar de ser possível eleger um leque de possibilidades voltado à coleta de informações direcionadas à avaliação dos níveis de prática da atividade física, o elemento essencial neste caso é o dispêndio energético.

A atividade física deve ser entendida como um constructo multidimensional em que se incluem variáveis como tipo, intensidade, duração e freqüência dos esforços físicos. Neste particular, se, por um lado, tanto as circunstâncias em que se praticam as atividades físicas

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(altitude, temperatura ambiente, etc.) como o estado emocional ou psicológico do praticante podem modificar os efeitos de uma atividade física específica, por outro a intensidade, a duração e a freqüência devem ser combinadas para que delas surtam informações acerca do dispêndio energético considerado para a atividade física em questão 18. DISPÊNDIO ENERGÉTICO As informações quanto à quantidade de energia requerida para atender ao dispêndio energético associado ao trabalho biológico envolvido com a prática da atividade física deverão ser expressas em medidas de calor joule (J) ou caloria (cal). A maior unidade de calor, ou a quilocaloria (kcal), é igual a 1000 calorias. Da mesma forma, o quilojoule (kJ) equivale a 1000 joules. Em se tratando de humanos, o dispêndio energético deve ser analisado em sua unidade maior, e, para efeito de equivalência de unidades de medida, um kJ torna-se igual a 0,239kcal, ou, de maneira inversa, uma kcal corresponde a 4,184kJ. As estimativas quanto ao dispêndio energético com a utilização da unidade de medida MET também têm sido muito aceitas. A expressão MET, abreviatura em inglês de equivalente metabólico, representa a razão entre a quantidade de energia despendida em kJ ou kcal da atividade física considerada e a energia equivalente à situação de repouso. Convencionalmente, admite-se que o custo energético em repouso de qualquer avaliado torna-se igual a 1 MET. Logo, neste caso, o dispêndio energético das atividades físicas deverá ser expresso em múltiplos do equivalente metabólico de repouso 1. Exemplificando: em consulta ao apêndice 8.6, verifica-se que, ao pedalar em velocidade de passeio (22-25km/hora), estima-se um dispêndio energético de 10,0 METs a cada minuto, ou seja, um dispêndio energético dez vezes mais elevado que em situação de repouso. Para os fisiologistas, são universalmente aceitas estimativas da ordem de 1kcal (4,184 kJ) por kg de peso corporal por hora, ou 3,5ml de oxigênio utilizado por kg de peso corporal, a cada minuto, para cada MET. Portanto, ao ajustar as unidades de medida, considera-se que 1MET é igual a 0,0175kcal/kg/min: 1000mlO2 = 5kcal 200mlO2 = 1kcal 1Met = 3,5ml de O2/kg/min 3,5ml de O2/kg/min : 200mlO2 = 0,0175kcal/kg/min Com relação ao dispêndio energético diário, no organismo humano os dois principais componentes referem-se à taxa metabólica basal (TMB) e às solicitações energéticas direcionadas ao atendimento do trabalho biológico associado às contrações musculares voluntárias, ou seja, à taxa metabólica voluntária (TMV). Além destes, o efeito térmico dos alimentos e, eventualmente, a chamada termogênese facultativa também contribuem com menor porção para o dispêndio energético diário � ������������ �

9.

INSERIR FIGURA 8.99 Figura 8.99 � ���������������������! �" �#$�%� êndio energético diário. Importante salientar que a expressão “dispêndio energético” não deve ser empregada como sinônimo de “atividade física”. Neste particular, mesmo considerando que o dispêndio

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energético é conseqüência da prática de atividades físicas, no dispêndio energético diário incluem-se outros componentes, como o efeito térmico induzido pelos processos de assimilação e de digestão dos alimentos, a termogênese facultativa e a taxa metabólica basal. A quantidade de energia despendida pelo avaliado também é entendida como uma dimensão relativa ao peso corporal. Logo, o avaliado de menor peso corporal e extremamente ativo fisicamente pode despender, a cada dia, igual quantidade de energia à do avaliado de maior peso corporal e menos ativo fisicamente. Em vista disso, sempre que o nível de prática de atividade física for expresso em valores de dispêndio energético & ')(+*-,/.�01'�2435*76981:+;�<=;*76de peso corporais do avaliado deverão ser tomadas em consideração. Efeito térmico dos alimentos A energia equivalente ao custo de digestão, absorção, transporte e armazenamento dos nutrientes contidos nos alimentos ingeridos é conhecida como efeito térmico dos alimentos. Em valores médios, estima-se que o efeito térmico dos alimentos represente por volta de 10% do dispêndio energético diário; pode apresentar, porém, variações de acordo com a quantidade e a proporção dos macronutrientes dos alimentos consumidos. Estudos demonstram que o efeito termogênico das proteínas, dos carboidratos e das gorduras se situa em torno de 25%, 10% e 3% das calorias originais provenientes de cada nutriente, respectivamente. Contudo, evidências experimentais têm indicado que a maior quantidade de energia solicitada na digestão de uma superalimentação ou na ingestão de maiores proporções de proteínas ou de carboidratos não contribui para variações significativas na termogênese induzida pela dieta 21. Termogênese facultativa Outro componente, conhecido como termogênese facultativa, por vezes também é adicionado ao dispêndio energético diário. Esta compreende a troca de energia induzida por processos adaptativos de origem metabólica diante de alterações extremas nas condições ambientais, sobretudo temperatura e estresse emocional. Outra forma de termogênese facultativa tem lugar quando se altera radicalmente o suprimento energético. Restrições significativas na disponibilidade de alimentos por período prolongado podem induzir à progressiva diminuição da taxa metabólica basal maior do que pode ser atribuída à redução da massa isenta de gordura. A termogênese facultativa é bem descrita em animais inferiores, porém é pouco conhecida em humanos. Especula-se que, quando esta ocorre, representa menos que 10% do dispêndio energético diário. Metabolismo basal O dispêndio energético relacionado ao metabolismo basal refere-se à energia necessária para a manutenção da temperatura do corpo em estado de repouso e dos sistemas integrados associados às funções orgânicas básicas e essenciais. Seus valores se aproximam do dispêndio energético mínimo necessário à manutenção da vida, contudo se constitui no principal componente do dispêndio energético diário. A necessidade energética para a manutenção do metabolismo basal é proporcional ao tamanho e às variações associadas à composição corporal. Os indivíduos mais altos e mais pesados tendem a apresentar taxa metabólica basal mais elevada que os indivíduos de menor estatura e menor peso corporal. Os músculos e outros tecidos magros apresentam trabalho metabólico mais elevado que a gordura. Logo, o dispêndio energético associado ao metabolismo basal dos indivíduos magros é mais elevado que dos indivíduos com maiores quantidades de gordura, mas com o mesmo peso corporal. Independentemente dos aspectos morfológicos, o sexo e a idade são outros dois fatores determinantes do metabolismo basal. As mulheres apresentam dispêndio energético associado

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ao metabolismo basal por volta de 5% a 10% menor que os homens por causa das diferenças metabólicas específicas relacionadas ao sexo. Em indivíduos adultos, com o passar dos anos e em razão de a quantidade de células metabolicamente ativas diminuir, verifica-se que, em ambos os sexos, o metabolismo basal tende a se reduzir entre 2% e 5% a cada década de vida 11. Isso pode sugerir que, para prevenir o gradual aumento do peso corporal causado pelo processo de envelhecimento, deve-se reduzir o consumo calórico ou aumentar o dispêndio energético associado ao metabolismo voluntário. Para a maioria dos indivíduos, o custo energético associado ao metabolismo basal representa entre 50% e 70% do dispêndio energético diário. Contudo, esta proporção depende do nível de prática da atividade física do avaliado. A contribuição do dispêndio energético equivalente ao metabolismo basal é maior em indivíduos menos ativos fisicamente porque estes utilizam menores quantidades de energia acima dos níveis basais. Portanto, se um avaliado sedentário apresenta necessidade metabólica basal de 1750kcal e o dispêndio energético associado à natureza de seu cotidiano é estimado em 650kcal, e se, além disso, este mesmo avaliado não realiza atividades físicas adicionais, seu dispêndio energético/dia será de 2400kcal (1750kcal + 650kcal). Neste caso, o metabolismo basal representa 73% de seu dispêndio energético diário (1750kcal : 2400kcal). Contudo, ao se envolver com rotinas de exercícios físicos equivalentes a 600kcal/dia, seu dispêndio energético diário se elevará para 3000kcal (1750kcal + 650kcal + 600kcal), ou 58% do custo energético associado ao metabolismo basal (1750kcal : 3000kcal). Idealmente, as medições quanto à taxa metabólica basal devem ser realizadas mediante a determinação da quantidade de calor produzida pelo organismo do avaliado com a técnica de calorimetria direta ou por intermédio de estimativas quanto à quantidade de calor produzida pelo organismo do avaliado com base no consumo de oxigênio (VO2) e na excreção de gás carbônico (VCO2), o que se denomina de calorimetria indireta. Em ambos os casos, faz-se necessário estabelecer rigoroso protocolo de medida em ambiente laboratorial e se requer a disponibilidade de equipamentos de calorimetria, o que geralmente dificulta sua aplicação no campo da educação física. Desta forma, baseando-se na estreita relação entre o dispêndio energético em situação basal e as dimensões antropométricas específicas em avaliados de mesmo sexo e grupo etário, tem-se sugerido o uso de modelos matemáticos direcionados à estimativa dos valores da taxa metabólica basal. Neste sentido, a literatura oferece indicações de que as primeiras equações preditivas com esta finalidade foram apresentadas no início do século XX 13. Até hoje essas equações preditivas têm sido utilizadas; entretanto, estudos de validação demonstram que os valores estabelecidos por elas superestimam em torno de 9 a 14% a taxa metabólica determinada pela calorimetria indireta 6. Na década de 1980, importante pesquisador na área compilou dados da taxa metabólica basal disponíveis até então com o objetivo de derivar equações de predição adequadas para aplicação internacional 22. Para a proposição dos modelos de equação recorreu-se apenas às informações associadas ao peso corporal, visto que a introdução de outras dimensões antropométricas pouco aprimoravam as estimativas da taxa metabólica basal. Estas equações, com discretas modificações, na medida em que o banco de dados original foi ampliado, são atualmente preconizadas para uso corrente pela Organização Mundial da Saúde 10 > ?A@�B�C+D�@�E�F G�H/F

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IAJ�K�L+M�JON�P Q�RTS U9VXW�Yções para a predição da taxa metabólica basal (TMB) preconizadas pela

Organização Mundial da Saúde: Idade (anos) TMB (kcal/dia) r Dp TMB (kJ/dia) r Dp Moças

< 3 3 - 10 10 - 18 18 - 30 30 - 60 > 60

Rapazes < 3

3 - 10 10 - 18 18 - 30 30 - 60 > 60

61,0 Peso – 51

22,5 Peso + 499 12,2 Peso + 746 14,7 Peso + 496 8,7 Peso + 829 10,5 Peso + 596

60,9 Peso – 54

22,7 Peso + 495 17,5 Peso + 651 15,3 Peso + 679 11,6 Peso + 879 13,5 Peso + 487

0,97 0,85 0,75 0,72 0,70 0,74

0,97 0,86 0,90 0,65 0,60 0,79

61 63 117 121 108 108

53 62 100 151 164 148

255 Peso – 2140 94,1 Peso + 2090 51,0 Peso + 3120 61,5 Peso + 2080 36,4 Peso + 3470 43,9 Peso + 2490

255 Peso – 2260 94,9 Peso + 2070 73,2 Peso + 2720 64,0 Peso + 2840 48,5 Peso + 3670 56,5 Peso + 2040

0,97 0,85 0,75 0,72 0,70 0,74

0,97 0,86 0,90 0,65 0,60 0,79

255 264 489 506 452 452

222 259 418 632 686 619

Fonte: FAO/WHO/UNU 10 r : Coeficiente de correlação entre as medidas real e estimada da TMB; e Dp : Desvio-padrão das diferenças entre as medidas real e estimada da TMB. Uma possível inadequação quanto à utilização de equações de predição da taxa metabólica basal para uso internacional refere-se à suspeita de que diferenças climáticas, regionais e étnicas possam interferir em seus valores estimados, sobretudo quando de sua utilização em avaliados que vivem em países tropicais. Uma análise detalhada do banco de dados que deu origem às equações sugeridas pela Organização Mundial da Saúde revela que os sujeitos envolvidos nos estudos eram europeus e norte-americanos. Baseando-se nesse pressuposto, mais recentemente houve uma tentativa de derivar equações de predição para estimar a taxa metabólica basal de indivíduos provenientes de regiões tropicais como a China, o Japão, a Malásia, o Havaí e países da América do Sul 15 ZTabela 8.48. Apesar de estas novas equações fornecerem estimativas menores que as obtidas pelas equações adotadas pela Organização Mundial da Saúde, os valores por elas apresentados não minimizam os erros de estimativas encontrados. Mediante estudos de validação com a técnica da calorimetria indireta, constata-se que a taxa metabólica basal é superestimada pelas equações em torno de 2,2 a 13,5%, e as mulheres tendem a apresentar valores percentuais de superestimativa menores quando comparados aos dos homens de mesma idade 25. [A\�]�^+_�\a`

b c` Z dfe�g \ ções para predição da taxa metabólica basal (TMB) preconizadas por

Henry e Rees (1991):

Idade Moças Rapazes (anos) TMB (kJ/dia)1 r TMB (kJ/dia)1 r 3 - 10 10 - 18 18 - 30 30 – 60

63 Peso + 2466 47 Peso + 2951 48 Peso + 2562 48 Peso + 2448

0,41 0,63 0,67 0,77

113 Peso + 1689 84 Peso + 2122 56 Peso + 2800 46 Peso + 3160

0,75 0,80 0,59 0,66

r : Coeficiente de correlação entre as medidas real e estimada da TMB. 1 Para converter em unidade de kcal, multiplicar os valores estimados da TMB por 0,239.

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Metabolismo voluntário O dispêndio energético equivalente ao metabolismo voluntário refere-se a toda participação energética relacionada às contrações musculares voluntárias, que, portanto, está associada às atividades físicas. Seus valores são os que mais contribuem para a variação do dispêndio energético/dia. Enquanto um avaliado com hábitos sedentários pode apresentar dispêndio energético de aproximadamente 2400kcal/dia, um avaliado ativo pode demonstrar dispêndio energético de 20% a 40% maior, por volta de 2900-3400kcal/dia, mesmo com necessidades energéticas associadas ao metabolismo basal muito similares às do avaliado sedentário. Com isso em mente, tem-se procurado enfatizar a importância de adotar estilo de vida fisicamente ativo na medida em que, muitas vezes, pequenas diferenças no dispêndio energético diário podem tornar-se bem substanciais ao longo de algum tempo. Similarmente ao que ocorre com o dispêndio energético equivalente ao metabolismo basal, a quantidade de calorias envolvida com o metabolismo voluntário é diretamente proporcional ao peso corporal. Além disso, a quantidade de massa muscular envolvida na atividade física, a intensidade, a duração e a freqüência das contrações musculares interferem decisivamente na fração do dispêndio energético envolvido com o metabolismo voluntário. A realização de movimentos espontâneos, denominados de inquietude motora, é outra variável que pode interferir no dispêndio energético envolvido com o metabolismo voluntário. Estudos demonstram que a realização dos movimentos espontâneos pode justificar variações entre 100 e 800kcal no dispêndio energético diário de indivíduos obesos e não-obesos 20. O dispêndio energético equivalente ao metabolismo voluntário associado às atividades físicas do cotidiano classifica-se basicamente em cinco categorias: I - dispêndio energético proveniente do tempo dedicado aos cuidados pessoais, como refeições, higiene e outros; II - dispêndio energético solicitado pelas atividades no desempenho da ocupação profissional; III - dispêndio energético necessário à execução das tarefas domésticas; IV - dispêndio energético voltado a atender às atividades de lazer e do tempo livre; e V - dispêndio energético induzido pelo envolvimento em atividades esportivas e rotinas de exercícios físicos voltados ao condicionamento físico. Mesmo admitindo a significativa participação de cada uma dessas categorias de dispêndio energético, estrategicamente a quantidade de energia despendida nas atividades esportivas e nas rotinas de exercícios físicos voltadas ao condicionamento físico é a que permite oferecer maiores variações energéticas e se constitui, portanto, no principal modulador quanto ao dispêndio energético/dia. Na realização de esforços físicos intensos podem-se alcançar elevações no dispêndio energético de 10 a 15 vezes maior que em situação de repouso. Estimativas quanto ao dispêndio energético As informações associadas à energia despendida pelo organismo humano durante o trabalho biológico somente podem ser estabelecidas com técnicas laboratoriais. O método-padrão voltado às medidas de dispêndio energético é a calorimetria. Em seus procedimentos, determina-se a quantidade de calor dissipada pelo organismo em repouso ou submetido a diferentes tipos/intensidades de esforço físico, com o avaliado no interior de uma câmera isotérmica hermeticamente fechada de tamanho suficiente para permitir a realização da atividade em questão. Os avaliados permanecem dentro desse ambiente, com controle de temperatura e de composição do ar, durante todo o período em que estão sendo observados. Em síntese, o método da calorimetria direta baseia-se no princípio da conservação de energia. Em assim sendo, considera-se que, dos alimentos ingeridos (energia química), por

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volta de 80% deverão ser sintetizados na forma de calor e os 20% restantes deverão ser direcionados a atender ao trabalho muscular 7. Desta forma, ao estabelecer a quantidade de calor produzida pelo organismo do avaliado submetido a determinada atividade mediante a subtração da quantidade de calor equivalente aos alimentos ingeridos obtém-se o dispêndio energético envolvido com a atividade muscular realizada. Apesar da elevada precisão da medida, os procedimentos relacionados à calorimetria direta exigem confinamento do avaliado em um espaço físico restrito delimitado pelo tamanho da câmara utilizada, o que inibe a realização de muitas atividades do cotidiano. Em vista disso, a calorimetria indireta surge como alternativa muito interessante. Este procedimento tem a vantagem da mobil idade do equipamento e pode ser utilizado tanto com o avaliado em repouso absoluto quanto engajado em várias atividades. A calorimetria indireta consiste na análise do quociente respiratório pela determinação da captação de oxigênio (VO2) e pela produção de gás carbônico (VCO2), com o avaliado em trabalho metabólico. Em tese, seus procedimentos baseiam-se no pressuposto de que não existem reservas suficientes de oxigênio no organismo humano, e, portanto, a quantidade de oxigênio consumida deverá refletir a proporção de oxidação dos nutrientes energéticos representados pelos carboidratos e pelas gorduras. Em razão de as proteínas apresentarem discreta participação na quantidade de energia envolvida no trabalho biológico, sua contribuição no dispêndio energético tem sido ignorada. Além disso, a quantidade de oxigênio solicitada para a oxidação e a produção de gás carbônico dependerá das proporções dos substratos energéticos envolvidos no processo energético. Neste caso, o quociente respiratório (QR = VCO2/VO2) deverá variar entre 0,70 durante oxidação exclusiva das gorduras e 1,0 quando ocorrer oxidação apenas dos carboidratos. A Tabela 8.49 apresenta equivalente térmico do oxigênio para as variações do quociente respiratório. Tah�i+j�kml�n o�prq sut�vxwzy){+|�}�~���}O� érmico do oxigênio para quociente respiratório não-protéico e proporção de energia derivada dos carboidratos e das gorduras:

Quociente respiratório não-protéico

Dispêndio energético por litro

de oxigênio consumido

Proporção de substratos energéticos envolvidos na produção de energia

kJ Kcal Carboidratos Gorduras 0,70 0,71 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,77 0,78 0,79 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87

19,62 19,63 19,68 19,73 19,79 19,84 19,89 19,94 19,99 20,04 20,10 20,15 20,20 20,25 20,30 20,35 20,41 20,46

4,69 4,69 4,70 4,71 4,72 4,74 4,75 4,76 4,77 4,79 4,80 4,81 4,82 4,84 4,85 4,86 4,87 4,89

0,0 1,1 4,8 8,4 12,0 15,6 19,2 22,8 26,3 29,9 33,4 36,9 40,3 43,8 47,2 50,7 54,1 57,1

100,0 98,9 95,2 91,6 88,0 84,4 80,8 77,2 73,7 70,1 66,6 63,1 59,7 56,2 52,8 49,3 45,9 42,5

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0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00

20,51 20,57 20,61 20,66 20,71 20,77 20,82 20,87 20,92 20,97 21,02 21,08 21,13

4,90 4,91 4,92 4,93 4,94 4,96 4,97 4,98 5,00 5,01 5,02 5,03 5,05

60,8 64,2 67,5 70,8 74,1 77,4 80,7 84,0 87,2 90,4 93,6 96,8 100,0

39,2 35,8 32,5 29,2 25,9 22,6 19,3 16,0 12,8 9,6 6,4 3,2 0,0

Fonte: Cooke 7 As informações associadas ao dispêndio energético por meio da utilização da técnica de calorimetria indireta podem ser obtidas em ambiente de laboratório com o auxílio de calorímetros convencionais para medida das trocas respiratórias ou em situações do cotidiano por intermédio de unidades portáteis de calorímetros que o avaliado utiliza durante a realização das atividades do dia-a-dia. Em ambas as opções, o método requer que o avaliado respire por uma máscara conectada ao aparelho, onde os gases inspirados e expirados são analisados com intuito de estabelecer as quantidades de VO2 e de VCO2 solicitados para atender às necessidades do trabalho metabólico ���������)������� 100.

INSERIR FIGURA 8.100 Figura 8.100 � �"�$��� êndio energético estimado mediante a técnica de calorimetria indireta. Para a conversão das informações associadas às trocas respiratórias (VO2 e VCO2) em energia despendida pelo organismo do avaliado, utiliza-se a expressão 26:

Dispêndio energético (kcal) = (3,9 x VO2) + (1,1 x VCO2) Para exempli ficar os cálculos do dispêndio energético por meio da técnica da calorimetria indireta, considera-se, hipoteticamente, um avaliado em posição sentada por período de 20 minutos, com os registros de VO2 = 4,2 litros e de VCO2 = 3,5 litros. Ao recorrer ao modelo de conversão, assume-se um dispêndio energético próximo de 20kcal: Dispêndio energético (kcal) = (3,9 x VO2) + (1,1 x VCO2) = (3,9 x 4,2 l) + (1,1 x 3,5 l) = 16,38 + 3,85 = 20,23kcal Baseando-se nas informações contidas na tabela 8.49 e mediante cálculo do QR = 0,83 (3,5 l : 4,2 l = 0,8333), estima-se que 43,8% do dispêndio energético são derivados dos carboidratos e os 56,2% restantes, das gorduras. Portanto, no exemplo considerado, das 20,23 kcal equivalente ao dispêndio energético apresentado pelo avaliado considera-se que os

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carboidratos contribuíram com 8,86kcal (43,8% de 20,23kcal) e as gorduras com 11,37kcal (56,2% de 20,23kcal). Por outro lado, em situações em que somente o VO2 é conhecido as informações equivalentes ao dispêndio energético deverão apresentar maiores limitações; contudo, mesmo assim, estas podem ser estimadas. Neste caso, considera-se o equivalente energético médio de 4,86kcal por litro de oxigênio consumido (eventualmente adota-se 5kcal/l O2 para facilitar os cálculos), proveniente de 4,69 e 5,05kcal/l O2 para as gorduras e os carboidratos, respectivamente. Retomando o exemplo apresentado anteriormente, por esta alternativa de cálculo encontra-se um dispêndio energético de 20,41kcal (4,2 l O2 x 4,86kcal/l O2). Outra opção disponível para a determinação do dispêndio energético é o método da água duplamente marcada. Seus procedimentos consistem na ingestão de quantidade conhecida de água marcada com isótopos de hidrogênio e oxigênio, para, na seqüência, após período de equilíbrio desses elementos, aquela ser novamente dosada por intermédio da eliminação pela urina. Com base na diferença entre a quantidade de oxigênio e de hidrogênio que foi ingerida e eliminada, é calculada a produção de gás carbônico e, por sua vez, deduzido o dispêndio energético. A principal l imitação deste método reside no fato de a eliminação de elementos marcados ocorrer somente após aproximadamente 36 horas de sua ingestão, o que condiciona a medição do dispêndio energético ao período entre a ingestão da água marcada e a coleta das amostras. Assim, o método se torna inadequado à verificação do dispêndio energético por tipo de atividade física e por intervalos de tempo específicos. Os maiores obstáculos que se enfrentam na utilização dos métodos de calorimetria e de água duplamente marcada são o alto custo dos equipamentos envolvidos e a sofisticação de seus procedimentos, o que os torna de uso proibitivo em avaliações rotineiras do dispêndio energético. Contudo, são técnicas extremamente úteis e amplamente empregadas na validação de outros instrumentos mais exeqüíveis para o campo da educação física que podem ser empregados como indicadores dos níveis de prática da atividade física. Técnicas de medida da atividade física Na literatura pode-se encontrar grande diversidade de métodos e procedimentos direcionados à determinação dos níveis de prática da atividade física. Essa diversidade justifica-se, em parte, pelo vasto espectro de dimensões que o fenômeno da atividade física pode apresentar e, sobretudo, pela complexidade das relações que cada uma dessas dimensões estabelece diante dos diferentes aspectos do comportamento humano. Portanto, torna-se evidente a dificuldade em uniformizar as opções de medida relacionadas a um fenômeno que é multidimensional por natureza e, portanto, cuja análise pode ser feita de diferentes formas. Em assim sendo, de acordo com a dimensão da atividade física que se pretende analisar deverá emergir o instrumento de medida mais apropriado, levando-se em conta que cada uma das abordagens associadas aos níveis de prática da atividade física é susceptível de medir apenas segmentos específicos do fenômeno visto de modo holístico. No conjunto de técnicas de medida relativo aos métodos laboratoriais encontram-se procedimentos de maior objetividade e precisão; estes, porém, exigem equipamentos altamente sofisticados e dispendiosos, além de processos de análise das informações muito complexos. Estes métodos não são recomendados para uso rotineiro em avaliações da atividade física; no entanto, são empregados como referenciais na tentativa de validação de outros métodos mais acessíveis e práticos no campo da educação física. Outro grupo de técnicas de medida voltado à avaliação dos níveis de prática da atividade física é constituído por procedimentos menos complexos, de menor custo financeiro e de mais fácil aplicação em

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diferentes contextos do cotidiano. Estas, porém, também fornecem informações menos precisas. Neste aspecto, a suposta menor precisão das técnicas de medida reunidas neste grupo apresenta controvérsias entre os estudiosos da área, considerando-se a inexistência de algum método universalmente aceito que possa oferecer indicações seguras de todos os componentes da atividade física em condições de situação real do cotidiano 18. De maneira geral, no campo da educação física os métodos mais freqüentemente empregados associados à avaliação dos níveis de prática da atividade física podem ser classificados em quatro categorias: observação direta, questionário e entrevista, registro recordatório e monitoração mecânica e eletrônica � �������+�����������/�X�u� ��O���1�7¡¢�1�¤£�¥z�O�-¦§¡ ão da atividade física, a opção por um dos métodos de medida disponível deverá estar intimamente relacionada à idade do avaliado, ao tempo disponível para levantamento das informações, à aceitabil idade do protocolo de medida por parte do avaliado e às questões quanto aos custos dos equipamentos. ̈�����+���a������ª© «¬)­ ário dos instrumentos de medida associados à avaliação dos níveis de

prática da atividade física mais empregados no campo da educação física:

1. Observação direta 2. Questionário e entrevista 3. Registro recordatório 4. Monitoração mecânica e eletrônica:

- Sensor de movimento - Pedômetro - Acelerômetro - Monitor de freqüência cardíaca

Observação direta O método da observação direta consiste no registro de informações associadas à prática da atividade física simultaneamente à ocorrência do evento, por tempo limitado e em ambiente físico claramente definido. De maneira alternativa, na tentativa de aprimorar a qualidade da coleta dos dados freqüentemente são utilizados recursos de filmagens e, a posteriori, o registro das informações pela análise do videoteipe. Os procedimentos relacionados à observação direta são mais comumente empregados em crianças na idade pré-escolar ou em sujeitos que não apresentam predisposição a serem submetidos a outros instrumentos de medida. As principais vantagens do método referem-se à oportunidade de registrar diretamente a ocorrência do evento e à solicitação de menor cooperação do avaliado no registro das informações. Outros métodos também são capazes de atender a estes itens; no entanto, a observação direta parece ser mais compreensiva neste aspecto considerando-se que não necessariamente se limita a relatar um único atributo. Por outro lado, as limitações associadas à coleta de informações pelo método de observação direta referem-se aos eventuais prejuízos quanto à qualidade das informações, na medida em que o avaliado pode estabelecer propositadamente situações artificiais ao perceber que está sendo observado, e à exeqüibilidade de seus procedimentos, levando-se em conta a disponibil idade do avaliador para acompanhar as ações do avaliado por considerável período de tempo. Para a construção dos instrumentos de observação direta, normalmente se procura dividir o período de tempo a ser observado em intervalos fixos de alguns minutos e categorizar os tipos de eventos de acordo com a intensidade dos esforços físicos solicitados.

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Assim, torna-se possível estabelecer informações quanto à duração, à freqüência e ao tipo de evento em que o avaliado se envolveu no período de tempo delimitado para avaliação, e, desta forma, ampliar as informações quanto ao nível de prática da atividade física. Um exemplo de instrumento padronizado de observação direta costumeiramente empregado na avaliação dos níveis de prática de atividade física em crianças é o denominado originalmente Children´s Activity Rating Scale (CARS) 19. Mediante seus procedimentos, os eventos de atividade física são categorizados em uma escala de medida que representa cinco níveis de intensidade de esforços físicos.

A categoria 1 representa basicamente as atividades associadas ao repouso e envolve movimentos muito limitados do corpo. As atividades contempladas na categoria 2 envolvem movimentos moderados dos braços, das pernas e do tronco, porém sem que ocorram deslocamentos do corpo de um lugar a outro. Se, eventualmente, as atividades na categoria 2 forem executadas de maneira mais vigorosa, estas devem ser assinaladas na categoria 3. As atividades que envolvem os deslocamentos do corpo e, portanto, requerem maior dispêndio energético, deverão ser classificadas nas categorias 3, 4 ou 5. Considerando que as atividades que exigem deslocamento do corpo podem ser realizadas em diferentes intensidades, aquelas executadas em intensidade baixa representam a categoria 3, as executadas em intensidades moderadas a categoria 4 e as executadas em intensidade elevada ou muito elevada a categoria ®�¯ °�±³²�´-µ=±�¶�·¹¸»ºX·

¼ ±�²�´+µ�±½¶�·¹¸»ºr¾ ¿À±³°�´+ÁXÂ�ÃÅÄ�±7ÆÈÇ)´

níveis de intensidade de esforços físicos de acordo com o instrumento de medida Children´s Activity Rating Scale (CARS): Categoria 1 Categoria 2

Ações sem deslocamento do corpo (situação de repouso por mais de 3 segundos; somente movimentos de cabeça, mãos ou pés):

1. Repouso na cama; 2. Posição deitada, sentada, em pé, agachada ou ajoelhada; 3. Flutuar sem deslocamento na água; 4. Deslocamento como passageiro em veículo.

Ações sem deslocamento do corpo, com eventuais e discretos movimentos de membros e tronco (movimentos de braços, tronco ou pernas sem deslocamento do corpo de um ponto a outro):

1. Posição em pé, sentada, agachada ou ajoelhada com movimentos de membros e tronco (inclinar-se, curvar-se, virar-se, revolver-se, sustentar pequenos objetos, bater palmas, mover as pernas, acompanhar ritmo de música);

2. Deslizar em sentido descendente no escorregador (exige algum equilíbrio e controle do corpo);

3. Suspenso ou parcialmente suspenso (em muro, grade, cerca, barra, etc.);

4. Movimentos calistênicos leves com flexões, extensões e alongamentos em posição em pé ou sentado (flexão do tronco, movimentos circundantes dos braços, balanço das pernas, etc.);

5. Exemplo de adição de subcategoria: (a) Posição em pé sem deslocamento (1) + sustentando pequenos

objetos (1) = 2.

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Categoria 3 Categoria 4

Ações com deslocamento do corpo de um ponto a outro (intensidade baixa): 1. Caminhada/corrida:

(a) caminhada em baixa ou moderada intensidades (2-5km/hora); (b) marcha, caminhada aos saltos, saltos, salto em somente um pé,

rastejo (baixa e moderada intensidades); (c) marcha no mesmo lugar (idêntico à marcha com deslocamento).

2. Deslocamentos sobre rodas: (a) bicicleta e triciclo; (b) skate; (c) roller e patins de rodas; (d) patinete.

3. Natação: - natação com auxílio.

4. Exercícios calistênicos: (a) abdominais; (b) flexões e extensões dos braços;

5. Trepador e escorregador: (a) atividade em balanços (mantendo o momentum); (b) suspensão pelos braços sem movimento.

6. Acrobacias: - acrobacias e lutas (baixa intensidade);

7. Exemplo de adição de subcategorias: - Deslocamento descendente sobre rodas (2) e caminhada de retorno (1) = 3

Ações com deslocamento do corpo de um ponto a outro (intensidade moderada):

1. Caminhada/corrida: (a) caminhada muito rápida (> 5km/hora); (b) corrida moderada (jogging); (c) marcha, caminhada com saltos, rastejar; (d) caminhada subindo escadas; (e) caminhada subindo morro, colina.

2. Deslocamentos sobre rodas: (a) bicicleta e triciclo; (b) skate; (c) roller e patins de rodas; (d) patinete.

3. Natação: (a) natação com auxílio mínimo; (b) natação de baixa intensidade sem auxílio; (c) caminhada na água.

4. Exercícios calistênicos: - exercícios moderadamente vigorosos.

5. Atividades no playground: (a) deslocar-se com apoio das mãos em barras (imitação de

macaco); (b) subir no escorregador pela rampa de deslizamento; (c) suspender-se pelos braços em uma barra com balanceio das

pernas;

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Categoria 5

(d) subir em barras. 6. Acrobacias:

(a) rolamento para frente e atrás (seqüência de três ou mais); (b) acrobacias e lutas (moderada); (c) saltos sobre trampolim.

7. Exemplo de adição de subcategorias: (a) caminhar (3) + carregando ou arrastando objeto pesado (1) = 4; (b) caminhar (3) + saltos (1) = 4 (veja 1-c); (c) balançar-se (3) + movimentos vigorosos ou ganho de

momentum (1) = 4. Ações com deslocamento do corpo de um ponto a outro (intensidade elevada):

1. Caminhada/corrida: (a) corrida ou jogging (ritmo intenso ou muito intenso); (b) subida em escadas rapidamente ou trepada utilizando os braços; (c) caminhada por degraus elevados; (d) caminhada com saltos rápidos; (e) pulo sobre corda.

2. Deslocamentos sob rodas (a) bicicleta e triciclo; (b) skate; (c) roller e patins de rodas; (d) patinete.

3. Natação: - sem auxílio.

4. Exercícios calistênicos: (a) flexões e extensões dos braços; (b) saltos variados; (c) movimentos de tração; (d) movimentos contínuos de braços e pernas.

5. Atividades no playground: - balanceio do corpo sustentado pelos braços.

6. Acrobacias: (a) destrezas acrobáticas em seqüência; (b) lutas; (c) ginástica em aparelhos.

7. Exemplos de adição de subcategorias: (a) caminhando (3) + carregando objeto muito pesado ou uma

pessoa (2) = 5; (b) correndo (4) + carregando objeto (1) = 5.

Fonte: Puhl et al 19 Para o registro das informações, o período de tempo a ser observado deverá ser dividido minuto a minuto, e, em cada fração do minuto, cada uma das cinco categorias de atividade física deverá ser registrada uma única vez. Assim, um máximo de cinco categorias (categorias 1, 2, 3, 4 e 5) poderão ser anotadas a cada minuto. Para que a categoria correspondente à atividade realizada seja registrada, o evento deverá ocorrer por pelo menos 3 segundos. Na eventualidade de ocorrer troca de evento que resulte em mudanças no nível de atividade e caso o novo evento apresente duração inferior a 3 segundos, a categoria da atividade equivalente a este evento não deverá ser registrada. No entanto, quando os eventos

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pertencentes a duas categorias de atividade diferente ocorrerem por menos de 3 segundos cada um, mas de maneira repetitiva por três ou mais vezes em um curto espaço de tempo (15 a 20 segundos), ambas as categorias de atividade física deverão ser registradas. Exceção a estes casos é aquele em que os eventos pertencentes à categoria 1 são intercalados com eventos de elevadas categorias de atividade física (4 e 5). A análise das informações com o instrumento CARS é realizada mediante o cálculo de escores específicos. Para tanto, o primeiro passo é computar o número de ocorrências das categorias de atividade (1, 2, 3, 4 e 5) em cada minuto observado. Depois, estabelece-se a proporção média do tempo, expresso em segundos, de permanência de cada categoria de atividade no minuto considerado. Por exemplo: supondo que, no mesmo minuto, foram registradas três categorias de atividade (categoria 2, 3 e 4), a proporção média de permanência em cada categoria de atividade no minuto é 20 segundos (60 segundos : 3 categorias = 20 segundos). Na seqüência, atribuindo-se o valor 1 à categoria de atividade 1, o valor 2 à categoria de atividade 2, e assim sucessivamente até ao valor 5 à categoria de atividade 5, deverá ser estabelecido o escore da atividade física no minuto em questão mediante o somatório ponderado. Retomando o exemplo considerado anteriormente, encontra-se:

Categoria 2 É Ê¤ËÌÊ�Í�΢Ï+Ð�ÑÒ�ÓÔ)ÎfÕTÖ�Í ×�Ø�ÙÛÚ�Ü�Ý7Þ�ß=Øáà¤â ã�äÌå�æ�çéè+ê�ëì�íî)çAïñðæ ò�ó�ôÛè�ê�î7õ�ö=ó4÷�øù÷"äÌå�æ�çéè+ê�ëì�íî)çAïaú7æ

Total do minuto = 180 Em assim sendo, neste caso constata-se que o avaliado alcançou escore associado à atividade física de 180 pontos no minuto observado. Por este raciocínio matemático, a pontuação mínima a ser registrada por minuto é 60 pontos (categoria 1

ø ûüäTðæ1çÅè-ê�ëì�í)îçfï60 pontos), e a pontuação máxima é 300 pontos (categoria 5

ø ýþäÿðæ çéè-ê�ëì�í)îç"ï ã)ææpontos). Para a efetivação dos cálculos do escore total da atividade física deverá ser somada a pontuação alcançada em cada minuto durante o período de tempo considerado para análise. Para ilustrar os cálculos empregados para a determinação do escore de atividade física mediante o instrumento CARS, considera-se, no campo hipotético, o registro das atividades realizadas por uma criança de 7 anos de idade, durante o período do recreio escolar com duração de 20 minutos

ø ô�ó � è��=ó�ú��¹ý�å��

� ó � è���óTú���ý7åñø � ������������������� ��� ��!�"�#�$�"����% �'& ���ços físicos realizados e cálculo do escore de

atividade física durante o período de recreio escolar de uma criança hipoteticamente considerada:

Minutos

do

Categoria de esforços físicos

Tempo médio de permanência em cada

categoria de esforço físico

recreio 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Escore ponderado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

X X

X

X X X

X X X X

X X X X

X

X X

X

X X

30 30

60

30 60 20

60 30 30 60

20 60 60 30

20

30 20

20

30 20

(3x60) 180 (2x30)+(3x30) 150 (2x30)+(3x30) 150 (3x60) 180 (2x60) 120 (4x30)+(5x30) 270 (3x20)+(4x20)+(5x20) 240 (3x60) 180 (3x60) 180 (2x30)+(3x30) 150 (2x60) 120 (2x20)+(3x20)+(4x20) 180

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13 14 15 16 17 18 19 20

X X

X X

X

X X

X X

X X X

20 60

30 20

60

60 30

30 20

30 60 60

(4x60) 240 (4x30)+(5x30) 270 (5x60) 300 (5x60) 300 (3x30)+(4x30) 210 (2x20)+(3x20)+(4x20) 180 (2x60) 120 (3x60) 180

Escore total = 3900 pontos Ao admiti r que, no período de tempo disponibil izado para observação (20 minutos), se poderia alcançar uma pontuação máxima de 6000 pontos (300 pontos/minuto x 20 minutos) e uma pontuação mínima de 1200 pontos (60 pontos/minuto x 20 minutos), considera-se que o escore de atividade física alcançado pelo avaliado considerado no exemplo (3900 pontos) oferece indicações quanto a um nível de prática de atividade física no recreio escolar de moderada a elevada magnitude. Questionário e entrevista Os questionários e as entrevistas representam os instrumentos de medida de maior praticidade direcionada à avaliação dos níveis de prática de atividades físicas, sobretudo em situações em que o número de avaliados a serem analisados atinge grandes proporções. Seus procedimentos apresentam como principais vantagens os custos financeiros acessíveis e a facilidade de coleta e análise das informações. Desta forma, embora possa apresentar alguma preocupação com relação a garantir níveis satisfatórios quanto à qualidade das informações, (*),+�-/.�021435-!6 0�7$1432-�6839.�32:�;�.�< à dificuldade de alguns avaliados em recordar com fidelidade as características das atividades realizadas e, ainda, à tendência de os avaliados menos ativos fisicamente superestimarem as informações associadas à duração e à intensidade das ações =�>�?@>2A%B�>2C�D�E�=�E ?4F > ?�G >HA

étodo tem apresentado grande aceitação no campo da educação física. Especificamente com relação aos questionários que buscam auto-repostas, estes por vezes podem ser menos interessantes por conta de eventuais limitações apresentadas pelos avaliados quanto à interpretação de questões associadas à duração, à intensidade e ao tipo das atividades físicas realizadas. Nestes casos, sugere-se utilizar instrumentos de medida com estas características somente em avaliados que apresentam comprovadamente um nível de compreensão suficiente para que possam interpretar adequadamente as informações solicitadas. A utilização de questionários e entrevistas direcionados à obtenção de informações quanto ao nível de prática de atividade física em crianças também deve ser evitada, considerando que estas, muitas vezes, apresentam dificuldades

F >2AJI$C!G >2K�B�KL>2G8E5KNMque está sendo solicitado e em responder corretamente

F OQP8O5R/S�O�TVUWO5R/X!U�YZU2[-se em atividades

físicas de elevada intermitência quanto à duração e à intensidade dos esforços físicos. Dentre as inúmeras opções de instrumentos de medida com questionários e entrevistas disponíveis na li teratura, o questionário idealizado pela equipe do pesquisador Baeck et al 2 é o que tem recebido maior aceitação no campo da educação física. O referido instrumento de T4O�S�\]S�U_^a`�b�Tdc/b�e�P b%c/b"[gf5hjilk�O e�P

ões com respostas indicadas em escala Lickert de 5 pontos ^mc�[�bl`�kl[�Unblo O5[�O�`�O5[p\qR�o,b"[rTsUções associadas a três distintas dimensões da atividade física do

avaliado. A primeira parte do instrumento refere-se à prática de atividade física no trabalho e/ou na escola; a segunda é dedicada às atividades esportivas, aos programas de exercícios físicos e ao lazer ativo; e a terceira parte visa oferecer indicações quanto às atividades de ocupação do tempo livre ̂

tP U2u�O�v�Uxw/y{z!|}y

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~��5�/���]���/�{�"��� �9��� �L�r�]�"�ário voltado à estimativa do nível de prática habitual de atividade

física proposto por Baecke (1982):

Seção 1 � �g�r�q���������������/�������5 /��¡q¢��£�p�/���l�#¤��!¡�� Questão 1 ¥§¦�¨ ��©��'�ª�/¤l�«©�� ¡��l¤ ¨ ©�� ção profissional: .................................................................... Questão 2 ¥ ¬®­2¯�­ realizar as atividades em seu trabalho você permanece sentado: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 3 ° ±®²2³�²N³�´ ²�µ·¶$¸ ²5³�²�¹º²5»8¶q¼½¶]¾�²�¾�´ ¹¿´2ÀÁ¹#´�Â_»·³L²5Ã/²�µqÄ�Å�¼�Å!Æ ê fica em posição em pé: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 4 Çȱ®²2³�²N³�´ ²�µ·¶$¸ ²5³�²�¹º²5»8¶q¼½¶]¾�²�¾�´ ¹¿´2ÀÁ¹#´�Â_»·³L²5Ã/²�µqÄ�Å�¼�Å!Æ ê necessita caminhar: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 5 Çȱ®²2³�²N³�´ ²�µ·¶$¸ ²5³�²�¹º²5»8¶q¼½¶]¾�²�¾�´ ¹¿´2ÀÁ¹#´�Â_»·³L²5Ã/²�µqÄ�Å�¼�Å!Æ ê necessita carregar cargas: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 6 ÇtÉ�Ê ós um dia de trabalho você se sente cansado ou fatigado: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 7 Çȱ®²2³�²N³�´ ²�µ·¶$¸ ²5³�²�¹º²5»8¶q¼½¶]¾�²�¾�´ ¹¿´2ÀÁ¹#´�Â_»·³L²5Ã/²�µqÄ�Å�¼�Å!Æ ê transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 8 Ç ËÌÀÍÆ�Å"À%Ê�²2³�² ção com o trabalho de outras pessoas da mesma idade, você acredita que seu trabalho é fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve

Seção 2 Ç ÎgÏrÐqѽÐ]Ò�Ó�Ò�Ô ÕºÔ"ÕLÖ�×"ØrÏrЫÑ�ÓlÕ@Ù�Ö�Ø�× gramas de exercícios físicos e lazer ativo: Questão 9 Ú ÛxÜ!Ý ê pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em programas de exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10.

Questão 9.1 Þ*ßàÜ"á4Üxâ�ã'äqáså äqã�ægÜ"â ção, o esporte/programa de exercícios físicos que você mais freqüentemente pratica apresenta intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Questão 9.2 Þ çgè�é�ê5ë!ì íïî!è/ê5ë!ì ê ðòñ/ó"é�ê ð�ô�ð@í2õ4ê5ë/ê÷ö/ó!ø ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas

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Questão 9.3 ù§úgû�ü�ý2þ�ÿ����!û�ý�þ!ÿ������������� 8ý5þ�������� ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) > 9 meses Questão 9.4 ù��àý���������� ê apresente uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10.

Questão 9.5 ù úgû�ü�ý5þ!ÿ����!û/ý5þ!ÿ ý������"ü�ý��� ������4ý5þ/ý ����� ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.6 ù§úgû�ü�ý2þ�ÿ����!û�ý�þ!ÿ������������� 8ý5þ�������� ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) > 9 meses Questão 10 ù !"�#�$�$�&%�ý�ü�ý ção com outras pessoas de mesma idade, você acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas Questão 11 ù ')($*+(-,/.102.43�(�365�*7365984(;:�5�<"593659=�>�?6@�( ção do tempo livre você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 12 A ')($*+(-,/.102.43�( des de lazer e de ocupação do tempo livre você pratica esportes: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre

Seção 3 ACB ,�.D02.436(E365�*7365F=�>�?6@�( ção do tempo livre: Questão 13 A ')($*+(-,/.102.43�(�365�*7365984(;:�5�<"593659=�>�?6@�( ção do tempo livre você assiste à TV: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 14 A ')($*+(-,/.102.43�(�365�*7365984(;:�5�<"593659=�>�?6@�( ção do tempo livre você caminha: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 15 A ' as atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você anda de bicicleta: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 16 AHG ?�<�(JI�,�5LK�?6(EI�,�=�,�5JMN@O=N@�=�<36.4(P0�=�> ê caminha e/ou anda de bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? (1) (2) (3) (4) (5) < 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos

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O índice de prática de atividade física no trabalho e/ou na escola (IAFT) resulta da média dos escores apresentados pela escala Lickert equivalentes às respostas observadas das questões 1 a 8: Questão 1 + (6 – Questão 2) + Questão 3 + Questão 4 + Questão 5 + Questão 6 + Questão 7 + Questão 8

IAFT = ------------------------------------------------------------ 8

No caso da questão 1, atribui-se escore = 1 àquelas ocupações relacionadas ao trabalho em escritório/clínicas, de motoristas, professores, loji stas, estudantes, etc.; escore = 3 àquelas ocupações identificadas com trabalhos realizados em fábricas, de encanadores, eletricistas, marceneiros, mecânicos, etc.; e escore = 5 àquelas ocupações que exigem maior participação de trabalho braçal pesado, como o da construção civil e o rural, o dos carregadores de cargas, etc. Para o cálculo do índice de prática das atividades esportivas e para programas de exercícios físicos e lazer ativo o procedimento inicial é estabelecer o escore da questão 9. Para tanto, busca-se a interação das informações associadas à intensidade e ao volume dos esforços físicos envolvidos com o esporte praticado mediante a relação:

(Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3) + (Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6)

Para os itens 9.1 e 9.4 consideram-se os valores prefixados: Q�RDS6T)UWVYXática de esportes/exercícios físicos que exigem esforços físicos

de baixa intensidade; ZER\[OT)UWVYXática de esportes/exercícios físicos que exigem esforços físicos

de moderada intensidade; e 1,7T)UWVYX

ática de esportes/exercícios físicos que exigem esforços físicos de elevada intensidade.

Para os itens 9.2 e 9.5 consideram-se os valores prefixados: Q�R^]�U _a`bOc$d�e�f/g�h�ije�kOe�l `Em^n�o `

-2 horas/semana; p2m^n�oWp-3 horas/semana; q�m^n�orq-4 horas/semana; e s2m^n�o tju�vOw$x�y$z�{/z�|J}y�~Oy6�

Para os itens 9.3 e 9.6 adotam-se os valores prefixados: ���D��uN�W���}

ês/ano; �����J�)� �-3 meses/ano; ���\u6�N�Wu-6 meses/ano; ���D�6�)�r�-9 meses/ano; e ���D���N�rt���}|�z�|$z�{�yE~Ow��

Na seqüência, o índice de prática das atividades esportivas e de programas de exercícios físicos e lazer ativo (IAFE) é consignado pela média dos escores equivalentes às respostas observadas das questões 9 a 12: Questão 9 + Questão 10 + Questão 11 + Questão 12

IAFE = ------------------------------------------------------------ 4

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Para estabelecer o índice de prática da atividade física na ocupação do tempo livre (IAFL) recorre-se à média dos escores equivalentes às respostas observadas das questões 13 a 16: (6 – Questão 13) + (Questão 14) + (Questão 15) + (Questão 16)

IAFL = ------------------------------------------------------------------------- 4

Importante é destacar que, no caso das questões 2 e 13, os escores equivalentes às respostas observadas na escala Lickert são subtraídos de 6 unidades. Este procedimento torna-se necessário uma vez que os índices resultantes do questionário são adimensionais e os escores equivalentes às respostas das questões que compõem o instrumento de medida foram designados para classificar o nível de prática da atividade física em uma distribuição crescente de quintis. Por este instrumento de medida, as estimativas quanto ao nível de prática da atividade física habitual (IAFH) podem ser estabelecidas pelo somatório dos índices encontrados em cada uma das três dimensões consideradas:

IAFT + IAFE + IAFL IAFH = -------------------------------

3 Na tentativa de exemplificar a seqüência de cálculos direcionados à estimativa dos níveis de prática da atividade física por meio do questionário preconizado por Baecke, consideram-se, no campo hipotético, as informações:

Seção 1 � �F���D�2�4�6�E�6�����O�P�������O�E�^�������O�9�����;���4�6  Questão 1 ¡H¢�£��¥¤����D�����D¤O�������E£6¤O� ção profissional: Professor Questão 2 ¡W¦§�����������;�¨�^©��J� as atividades em seu trabalho você permanece sentado: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 3 ¡W¦§�����������;�¨�^©��J���$�7�J���1�2�4�6�E�6���+��ª«���;£��¨�¬�J���;�1�O�P�6��� ê fica em posição em pé: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 4 ¡W¦§�����������;�¨�^©��J���$�7�J���1�2�4�6�E�6���+��ª«���;£��¨�¬�J���;�1�O�P�6��� ê necessita caminhar: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 5 ¡W¦§�����������;�¨�^©��J���$�7�J���1�2�4�6�E�6���+��ª«���;£��¨�¬�J���;�1�O�P�6��� ê necessita carregar cargas: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 6 ¡C�P¤ ós um dia de trabalho você se sente cansado ou fatigado: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca

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Questão 7 ­W®§¯�°�¯�°�±�¯;²¨³^´�¯J°�¯$µ7¯J¶�³1·2³4¸6¯E¸6±�µ+±�¹«µ�±;º�¶¨°¬¯J»�¯;²1¼O½P·6½�¾ ê transpira: (5) (4) (3) (4) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 8 ­ ¿"¹À¾E½�¹NÁO¯�°�¯ ção com o trabalho de outras pessoas da mesma idade, você acredita que seu trabalho é fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve

Seção 2 ­CÂF¶/³1·2³4¸6¯E¸6±�µ7±�µ¬ÁO½�°/¶/³Ã·6¯�µ�Ä$Á6°�½�Å$°�¯;¹¯�µ7¸6± exercícios físicos e lazer ativo: Questão 9 ­ Æ�½�¾ ê pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em programas de exercícios físicos? ( X ) Sim ( ) Não Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10.

Questão 9.1 ­rǽ�¹½�Á�°�³1¹j±�³1°�¯F½�Á ção, o esporte/programa de exercícios físicos que você mais freqüentemente pratica apresenta uma intensidade: ( ) Baixa ( X ) Moderada ( ) Elevada Questão 9.2 ­ ÈFº�°�¯JÉ�¶�±�Ê�º�¯JÉ�¶�¯�µ�¼�½�°�¯�µ�Ë�µ�±�¹¯JÉ�¯ ·�½�¾ ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( X ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.3 ­HÈFº�°�¯�É�¶�±�Ê�º�¯;É�¶�½�µ¹±�µ�±�µ�Ë�¯JÉ�½�·�½�¾ ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( X ) > 9 meses Questão 9 Ì Í ­�ǯ�µ�½�·�½�¾ ê apresente uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10.

Questão 9.5 ­ ÈFº�°�¯JÉ�¶�±�Ê�º�¯JÉ�¶�¯�µ�¼�½�°�¯�µ�Ë�µ�±�¹¯JÉ�¯ ·�½�¾ ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.6 ­HÈFº�°�¯�É�¶�±�Ê�º�¯;É�¶�½�µ¹±�µ�±�µ�Ë�¯JÉ�½�·�½�¾ ê pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) > 9 meses Questão 10 ­W¿"¹Î¾�½�¹NÁ6¯E°�¯ ção com outras pessoas da mesma idade, você acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas Questão 11 ­ÐÏ)¯$µ+¯-¶/³1·2³4¸�¯�¸6±�µ7¸6±9²4¯;´�±�°"±9¸6±9½�¾�º6Á�¯ ção do tempo livre você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca

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Questão 12 ÑÐÒ)Ó$Ô+Ó-Õ/Ö1×2Ö4Ø�Ó�Ø6Ù�Ô7Ø6Ù lazer e de ocupação do tempo livre você pratica esportes: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre

Seção 3 ÑCÚFÕ�ÖD×2Ö4Ø6ÓEØ6Ù�Ô7Ø6ÙFÛ�Ü�Ý6Þ�Ó ção do tempo livre: Questão 13 ÑÐÒ)Ó$Ô+Ó-Õ/Ö1×2Ö4Ø�Ó�Ø6Ù�Ô7Ø6Ù9ß4Ó;à�Ù�á"Ù9Ø6Ù9Û�Ü�Ý6Þ�Ó ção do tempo livre você assiste à TV: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 14 ÑÐÒ)Ó$Ô+Ó-Õ/Ö1×2Ö4Ø�Ó�Ø6Ù�Ô7Ø6Ù9ß4Ó;à�Ù�á"Ù9Ø6Ù9Û�Ü�Ý6Þ�Ó ção do tempo livre você caminha: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 15 ÑÐÒ)Ó$Ô+Ó-Õ/Ö vidades de lazer e de ocupação do tempo livre você anda de bicicleta: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 16 ÑãâFÝ�á�Ó;ä�Õ�ÙLå�Ý�Ó;ä�ÕæÛ&Õ�Ù�ç&Þ�ÛèÓEÛèØOÖ4ÓL×6Û�Ü ê caminha e/ou anda de bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? (1) (2) (3) (4) (5) < 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos Questão 1 + (6 Ñêé9Ý�Ù$Ô�Õ ão 2) + Questão 3 + Questão 4 + Questão 5 + Questão 6 + Questão 7 + Questão 8

IAFT = ------------------------------------------------------------ 8

1 + (6 – 3) + 4 + 3 + 1 + 2 + 1 + 2 17 = ---------------------------------------- = --------- 8 8 = 2,13 Questão 9 =

(Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3) + (Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6) = (1,26 x 3,5 x 0,92) + (0 x 0 x 0) Questão 9 = 4,06 Questão 9 + Questão 10 + Questão 11 + Questão 12

IAFE = ------------------------------------------------------------ 4

4,06 + 4 + 4 + 4 16,06 = --------------------- = --------- 4 4 = 4,15

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(6 – Questão 13) + (Questão 14) + (Questão 15) + (Questão 16)

IAFL = ------------------------------------------------------------------------- 4

(6 – 4) + 5 + 3 + 2 12 = ----------------------- = ------ 4 4 = 3,00

IAFT + IAFE + IAFL IAFH = -------------------------------

3 2,13 + 4,15 + 3,00 9,28 = -------------------------- = --------- 3 3 = 3,1 Registro recordatório Pela sua praticidade e capacidade de reunir grande variedade de informações, como tipo, freqüência, intensidade e duração dos eventos de atividade física, os registros recordatórios vêm sendo os instrumentos de medida mais empregados nas estimativas dos níveis de prática de atividade física. Sua utilização pressupõe que o avaliado possa recordar os eventos de atividade física realizados em espaço de tempo que varia de algumas horas do dia até semanas. Para tanto, pode-se recorrer a dois procedimentos:

(a) informações retrospectivas de auto-recordação com o intuito de levantar as características quanto aos eventos de atividade física realizados pelo avaliado durante o espaço de tempo selecionado para análise; e

(b) pedido ao avaliado para que mantenha um anedotário ou um diário em que todos os eventos de atividade física possam ser registrados imediatamente após sua realização. Depois do levantamento dos eventos de atividade física realizados pelo avaliado, as informações deverão ser codificadas e quantificadas em tempo e podem ser convertidas em valores estimados de dispêndio energético com o uso de tabelas de conversão dos conhecidos custos energéticos das atividades cotidianas. Vários modelos de instrumentos retrospectivos direcionados à avaliação dos níveis de pratica de atividade física podem ser identificados na literatura. No entanto, em todos eles o avaliado deverá procurar identificar, com a maior fidelidade possível, os itens associados às atividades físicas do cotidiano:

(a) classe da atividade física (ocupação profissional, condicionamento físico, trabalho doméstico, etc.);

(b) tipo da atividade física (magistério, exercícios físicos em academia de ginástica, lavar louça, etc.);

(c) posição do corpo (sentado, em pé, etc.); (d) intensidade do esforço físico (leve, moderado, intenso); e (e) tempo despendido na atividade.

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Para conversão dos eventos de atividade física em valores estimados de dispêndio energético pode-se recorrer ao compêndio de atividades físicas recentemente apresentado por um grupo de pesquisadores na área 1. Este compêndio oferece informações quanto ao custo energético, em unidades de MET, de aproximadamente 500 eventos de atividade física (Apêndice 8.6). Para exemplificar a util ização do compêndio de atividade física com finalidade de estabelecer valores estimados de dispêndio energético, considera-se, hipoteticamente, um avaliado com 70kg de peso corporal que relatou, retrospectivamente, ter pedalado durante 40 minutos em velocidade de passeio (22-25km/hora). Ao consultar o apêndice 8.6, constata-se que este evento de atividade física apresenta equivalente energético de 10 METs. Logo, ao se considerar que cada MET corresponde a 0,0175kcal/kg/min, encontra-se um valor estimado de dispêndio energético em unidades de kcal/min:

Dispêndio energético (kcal/min) = 0,0175kcal/kg/min x 70kg x 10 METs = 12,25kcal/min Considerando que o evento de atividade física apresentou duração de 40 minutos, encontra-se 490kcal (12,25kcal/min x 40min) como dispêndio energético total. Outro procedimento de medida direcionado à obtenção de informações acerca dos níveis de prática da atividade física pelo registro recordatório refere-se ao preenchimento, pelos próprios avaliados, de anedotários ou diários. Neste particular, em razão da facilidade de interpretação e dos indícios de validade concorrente diante dos indicadores fisiológicos associados ao dispêndio energético, o instrumento de medida preconizado pelo pesquisador Bouchard e sua equipe 4 é o que tem recebido maior aceitação no campo da educação física. Para a administração deste instrumento, o dia é dividido em 96 períodos de 15 minutos cada um e o avaliado deverá receber instruções e recomendações para registrar o tipo de evento de atividade física realizado em cada período de 15 minutos, durante as 24 horas do dia. Para a análise das informações, cada evento de atividade física registrado pelo avaliado deverá ser classificado de acordo com as nove categorias de atividade do cotidiano disponibilizadas pelo instrumento de medida. Neste caso, as categorias de atividades do cotidiano são estabelecidas de acordo com estimativas quanto ao custo energético médio de ë-ì�íDî2í4ï6ëEï6ð�ñ7ò�ðEë$ó¨íDô�ëEï6ë�ñ�õOö�òø÷6ù6úë�ûOö6ñ7üCì�ëJý�ð�óþë�ÿ�� ��� Depois, estabelece-se o número de períodos de 15 minutos em que o avaliado registrou ter permanecido em cada categoria de atividade do cotidiano ao longo do dia considerado para avaliação. Pelos referenciais energéticos sugeridos para cada uma das categorias de atividade física do cotidiano em período de 15 minutos, torna-se possível estabelecer indicadores quanto ao nível de prática da atividade física mediante estimativas em relação ao dispêndio energético por quilograma de peso corporal equivalente às atividades registradas durante o dia (kcal/kg/dia).

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����� ������������� ����������! #"���$&%'(�)�*",+-"�%'��%'.$/%'��0.����"1%�"1��2��34$56-$7 896:",+����1�2;���$/%;<%�"1$5=êndio

energético:

Categoria

Tipos de atividade

Dispêndio energético

(kcal/kg/min) 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Repouso na cama: horas de sono Posição sentada: refeições, assistência à TV, trabalho intelectual sentado, etc. Posição em pé suave: higiene pessoal, trabalhos domésticos leves sem deslocamentos, etc. Caminhada leve (< 4km/hora): trabalhos domésticos com deslocamento, dirigir veículos, etc. Trabalho manual suave: trabalhos domésticos como limpar chão, lavar veículo, jardinagem, etc. Atividades de lazer e prática de esportes recreativos: voleibol, ciclismo passeio, caminhadas a 4-6 km/hora, etc. Trabalho manual em ritmo moderado: trabalho braçal, de carpinteiro, pedreiro, pintor, etc. Atividades de lazer e prática de esportes de intensidade moderada: futebol, dança aeróbia, natação, tênis, jogging, etc. Trabalho manual intenso, prática de esportes competiti vos: de carregar cargas elevadas, de atletas profissionais, etc.

0,26

0,38

0,57

0,69

0,84

1,20

1,40

1,50

2,00

Fonte: Bouchard et al 4 Para ilustrar a seqüência de cálculos direcionada à avaliação dos níveis de prática de atividade física mediante estimativas do dispêndio energético/dia, consideram-se, de maneira hipotética, as informações apresentadas na figura 8.101.

INSERIR FIGURA 8.101 Figura 8.101

�?>A@-�BC=��D�FE-"D=����ético quanto à auto-recordação das atividades do cotidiano.

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O primeiro passo é classificar cada evento de atividade física registrado pelo avaliado em categoria de atividade do cotidiano:

Minutos Horas 00 - 15 16 - 30 31 - 45 46 - 60

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

2 1 1 1 1 1 1 3 2 2 4 2 4 2 2 2 4 2 4 6 4 2 2 3

2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 4 2 3 2 2 2 4 2 3 6 3 2 2 3

1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 6 5 3 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 4 2 2 2 2 2 4 2 2 2 2 6 5 2 2 2 2

Na seqüência, estabelece-se o número de períodos de 15 minutos em que o avaliado registrou ter permanecido em cada categoria de atividade física do cotidiano:

Categoria das atividades do cotidiano

Número de períodos de 15 minutos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Total

26 48 7 9 2 4 - - -

96 Em seguida, o dispêndio energético estimado para cada categoria de atividade física do cotidiano:

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Categoria das atividades do cotidiano

Dispêndio energético

1 2 3 4 5 6

26 períodos de 15’ x 0,26kcal/kg/15’ 48 períodos de 15’ x 0,38kcal/kg/15’ 7 períodos de 15’ x 0,57kcal/kg/15’ 9 períodos de 15’ x 0,69kcal/kg/15’ 2 períodos de 15’ x 0,84kcal/kg/15’ 4 períodos de 15’ x 1,20kcal/kg/15’

6,76kcal/kg 18,24kcal/kg 3,99kcal/kg 6,21kcal/kg 1,68kcal/kg 4,80kcal/kg

Depois, o dispêndio energético/dia mediante o somatório dos dispêndios energéticos estimados para cada categoria de atividade do cotidiano:

6, 76 + 18,24 + 3,99 + 6,21 + 1,68 + 4,80 = 41,68kcal/kg/dia Em razão de eventuais diferenças quanto às rotinas das atividades cotidianas realizadas de um dia para outro, sugere-se solicitar do avaliado o preenchimento do instrumento de medida de vários dias da semana, considerando, para efeito de análise, necessariamente, as informações tanto dos dias da semana como em seu final, já que a prática de atividade física de final da semana pode ser muito variável individualmente. O ideal é considerar os registros dos sete dias consecutivos da semana e estabelecer o dispêndio energético médio dos dias registrados. Contudo, os registros em quatro dias da mesma semana G H'I'JLKNM�IPORQ!JDITSUQM�VXWYQZK[Q \�]'M�H;^_QPK5Q`'VX^ -feira) e dois no final da semana (sábado e domingo) a H'Q.K[H'Q/b9]�QcK5Qedf^�Ohg I�M:K[J1H;QWe^ H;I'KRI'K_i'^ j�I!WYQ.KRH'QkO édia ponderada, apresentam estimativas quanto ao dispêndio energético bem similares àquelas provenientes dos sete dias da semana. A principal vantagem quanto ao registro das atividades realizadas durante as 24 horas do dia refere-se ao fato de ser possível estabelecer estimativas associadas ao dispêndio energético/dia e, desta forma, estabelecer especificações com relação ao nível de prática de atividade física de acordo com a taxa metabólica basal. Para tanto, recorre-se ao que se denomina de nível de atividade física (NAF), calculado por meio da razão entre a energia total despendida, em média, no dia e a taxa metabólica basal (TMB) para as 24 horas: Dispêndio energético (kcal/dia)

NAF = ------------------------------------ Taxa metabólica basal (kcal/dia) Quanto à interpretação do NAF, têm-se sugerido aproximações independentemente da idade, mas separadamente por sexo 10:

Nível de Atividade Física (NAF)

Mulheres

Homens

Leve Moderado Vigoroso

< 1,56 1,64

> 1,82

< 1,55 1,78

> 2,10 Fonte: FAO/WHO/UNU 10 Retomando o exemplo apresentado anteriormente (dispêndio energético = 41,68 kcal/kg/dia) e adotando o avaliado como do sexo masculino, com 25 anos de idade e com medida para o peso corporal de 70kg, encontra-se uma aproximação para o nível de atividade física de leve a moderado:

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Dispêndio energético (kcal/dia) = 41,68kcal/kg/dia x 70kg = 2918kcal/dia Taxa metabólica de repouso (kcal/dia) = (15,3 x Peso) + 679 = (15,3 x 70kg) + 679 = 1071 + 679 = 1750kcal/dia Dispêndio energético (kcal/dia)

NAF = ------------------------------------ Taxa metabólica basal (kcal/dia) 2918kcal/dia

= ------------------- 1750kcal/dia = 1,67 Monitoração mecânica e eletrônica Em razão do baixo custo e da facil idade de implementação, parece evidente que a coleta de informações por meio de uma das técnicas anteriormente apresentadas lnm5o!p;qYr�sut�v;oos questionários/entrevistas e os registros recordatórios l v'rw�r�q ão constituir-se em opção preferencial para a avaliação dos níveis de prática da atividade física. Contudo, não se pode perder de vista que estas técnicas de medida, por apresentarem informações de natureza subjetiva e, por vezes, evasivas, podem repercutir limitações indesejáveis. Em assim sendo, torna-se necessário explorar técnicas de medida alternativas que não estejam vinculadas à capacidade do avaliado em informar e/ou recordar sua rotina de prática de atividade física, especialmente em idades mais jovens. A monitoração mecânica e eletrônica de indicadores associados à atividade física lyxRr�v�z�{|�s}r~m5r�|:m[o!qer�m�v'r�xRo�w-z�xRr|�s}o;m�r�xRo!|-z�s ores de freqüência cardíaca l ��o9v'r7xTz,|-zDxTz���{�qZ��{�qUs}r7v;{�met'p)��r)s*z,w-z�v'{�v'r7rcv;{7rw�{�m[z�p:z��uz�v'{�v'rcz�|�r�qYr�|;s�r�m às outras técnicas de medida e potencializar a qualidade das informações. Sensores de movimentos são instrumentos de medida que permitem monitorar a realização de movimentos e oferecem a possibilidade de informações quanto ao dispêndio energético associado. Os sensores de movimentos mais freqüentemente empregados como indicadores dos níveis de prática da atividade física são os acelerômetros portáteis e os pedômetros. No caso dos acelerômetros portáteis, considera-se que o avaliado, ao se movimentar, sofre uma aceleração no corpo teoricamente proporcional à solicitação muscular responsável pelo movimento realizado, e, portanto, equivalente ao dispêndio energético induzido pelo trabalho metabólico. Deste modo, as variações quanto à aceleração dos membros e do corpo, em um ou em múltiplos planos, podem prover informações associadas à freqüência, à intensidade e à duração dos movimentos voluntários referentes à atividade física realizada pelo avaliado 12. A avaliação dos níveis de prática da atividade física com o emprego dos sensores de movimento é cada vez mais convincente na medida em que toda atividade física implica a realização de movimento; portanto, ao serem obtidas informações quanto à quantidade de movimentos realizados, provavelmente se estará mais próximo dos verdadeiros valores de atividade física do avaliado. Em tese, supõe-se que os avaliados mais ativos se movam mais que os menos ativos fisicamente.

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Os acelerômetros apresentam dimensões bem reduzidas e devem ser fixados na cintura do avaliado com o objetivo de registrar predominantemente os movimentos realizados pelos membros inferiores ����� �����u�*�!������� �*�1���'�*�����L����� . As informações apresentadas pelos acelerômetros apontam a quantidade de movimentos registrada minuto a minuto e acumulada no período de uso do equipamento. Alternativamente, os acelerômetros podem ser preparados para, de maneira simultânea à quantidade de movimentos registrada, oferecer também informações quanto às correspondentes unidades de dispêndio energético por meio do envolvimento de equivalentes de energia associados ao metabolismo de repouso, estimado com base nas características individuais do avaliado. Para tanto, torna-se necessário introduzir nos acelerômetros, por meio de teclas específicas, informações associadas ao sexo, à idade, à estatura e ao peso corporal do avaliado em questão.

INSERIR FIGURA 8.102 Figura ���L��9�C� � �¢¡�£ ção do acelerômetro na cintura do avaliado. Os acelerômetros convencionais, também denominados de uniaxiais, têm apresentado maior validade e consistência em informações quanto à aceleração do corpo resultante de movimentos contínuos e unidirecionais, como caminhar, correr e subir escadas. Contudo, em movimentos multidirecionais intermitentes que incluem importante participação dos membros superiores, a qualidade das informações se reduz significativamente. As marcas comerciais Caltrac (Caltrac Personal Activity Computer) e CSA (Computer Science and Aplication) são as mais comume¤�¥}¦§¦�¨P©'ªY¦�«�£�¬'£.­¯®±°U��«!²;ªY£F³�´Lµ�¶'· .

INSERIR FIGURA 8.103 Figura 8.103 ®¹¸»º�¦ ¼�¦ ª ômetros unixiais CSA. Por outro lado, mais recentemente os avanços tecnológicos conduziram ao desenvolvimento de modelos mais sofisticados de acelerômetros, os chamados triaxiais, que possibilitam detectar a aceleração pela análise tridimensional dos movimentos realizados. Levando-se em conta que a maior movimentação do corpo nas atividades físicas do cotidiano é multidirecional, o emprego dos acelerômetros triaxiais é mais apropriado para a avaliação dos níveis de prática da atividade física que os uniaxiais. Os acelerômetros triaxiais são representados pela marca comercial Tritac-RT3 (Stayhealthy, Inc.) ®±°*�1«�²'ª*£F³�´ 104.

INSERIR FIGURA 8.104 Figura 8.104 ®¹¸»º�¦ ¼�¦ ª ômetro triaxial Tritac-RT3.

Este modelo de acelerômetro oferece informações quanto à aceleração dos movimentos em três planos: vertical, ântero-posterior e médio lateral, e um valor composto designado de vetor resultante. Pode registrar e armazenar movimentos realizados por 30 dias consecutivos em intervalos de tempo que variam de 1 a 15 minutos.

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Quanto às informações associadas ao dispêndio energético, enquanto o avaliado não se move o acelerômetro assume dispêndio de energia equivalente ao das condições de repouso, estimado com base nas informações individuais apresentadas ao equipamento. Com a realização de movimentos, o dispêndio energético da atividade é computado e adicionado à energia equivalente aos níveis de repouso. A figura 8.105 representa graficamente a quantidade de movimentos (vetor resultante) registrada pelo acelerômetro em uma situação hipotética de algumas horas.

INSERIR FIGURA 8.105 Figura 8.105 ½±¾§¿�À�Á;ÂUÃ�Ä'À�Ä'ŧÄ'ÅÇÆRÈ�É-Ã�ÆRÅÁ�Â}È'Ê registrada pelo acelerômetro triaxial Tritac RT3. Com relação aos aspectos de validação, vários estudos disponíveis na literatura indicam que as informações associadas à quantidade de movimentos e ao dispêndio energético apresentadas pelos acelerômetros, especificamente os modelos tridirecionais, em diferentes perspectivas da atividade física, tanto em crianças como em adolescentes, podem oferecer elevado índice de validade concorrente diante de medidas critérios produzidas pelas técnicas de água duplamente marcada e de calorimetria indireta (r = 0,90 a r = 0,96) 8, 16, 27. Os pedômetros são equipamentos extremamente simples, também fixados na cintura do avaliado, e delineados para oferecer informações quanto ao número de passos e à distância percorrida por intermédio da marcha em período de tempo específico. Portanto, similares aos demais sensores de movimento, os pedômetros detectam acelerações ocorridas no plano vertical do corpo. A marcha (caminhada/corrida) constitui um dos eventos mais comuns no rol de atividades do cotidiano e, muitas vezes, o que mais contribui para a efetivação dos níveis de prática de atividade física do avaliado. Portanto, os pedômetros podem oferecer, com custos bem mais reduzidos se comparados aos acelerômetros, informações objetivas e de elevada precisão quanto à atividade física relativa ao deslocamento a pé, que, por sua vez, se torna responsável por fração significativa do nível de prática da atividade física do avaliado. Outra vantagem importante dos pedômetros refere-se à possibilidade do registro de informações por um longo espaço de tempo, o que permite avaliações quanto ao padrão de atividade física de um a vários dias. Contudo, os pedômetros apresentam algumas limitações que merecem destaque. Embora possam apresentar informações satisfatórias quanto à contagem do número de passos realizados, não são sensíveis quanto ao registro de acelerações verticais acima de determinados limites. Portanto, por exemplo, não fazem distinção entre a caminhada e a corrida, por isso considera-se que os avaliados estariam apresentando dispêndio energético constante por cada passo, independentemente de seu comprimento e velocidade de deslocamento. Outra limitação prende-se ao fato de os pedômetros não fornecerem informações acerca da duração, da freqüência e da intensidade da atividade física e de não serem sensíveis às atividades que não envolvem locomoção ou que envolvem sustentação de sobrecargas. A marca comercial de pedômetro mais utilizada é o Yamax Digi-Walker (Yamasa Corporation, Tokyo), que, de maneira genérica, apresenta um braço de alavanca horizontal que se move para cima e para baixo em resposta às oscilações verticais do corpo. Em cada passo realizado pelo avaliado, o braço da alavanca move-se e armazena um registro. Para seu funcionamento deve-se introduzir, por meio das teclas específicas do aparelho, o valor estimado acerca do comprimento médio da passada e a medida do peso corporal do avaliado.

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Neste caso, para estabelecer o comprimento médio da passada sugere-se que o avaliado caminhe por volta de 100-200 metros em um terreno plano, registrando-se o número de passos necessários para atender à distância. O valor médio entre a distância percorrida e o número de passos realizados deverá traduzir o comprimento médio das passadas do avaliado. Este modelo de pedômetro fornece informações quanto à distância percorrida e à estimativa do dispêndio energético para o número de passo registrado. Em assim sendo, considera-se a equivalência energética de cerca de 0,00055kcal/kg/passo, independentemente da velocidade a que o avaliado se desloca 14. A figura 8.106 mostra imagem do pedômetro Yamax Digi-Walker.

INSERIR FIGURA 8.106 Figura 8.106 Ë?Ì Í�Î ômetro Yamax Digi-Walker. No que se refere à tentativa de validação das informações apresentadas pelos pedômetros como indicadores dos níveis de prática da atividade física, estudos realizados com crianças e adolescentes sugerem que os valores associados aos coeficientes de correlação entre o dispêndio energético estimado pelo pedômetro e aquele obtido mediante calorimetria indireta situam-se entre 0,78 e 0,92 9. Em adultos, há menor número de informações disponíveis neste campo, porém alguns estudos mostram que, embora os pedômetros ofereçam informações quanto ao número de passos realizados e não à intensidade do movimento corporal, os coeficientes de correlação entre o número de passos/dia e a contagem de movimentos (vetor magnitude) por intermédio de acelerômetros triaxiais são elevados e significativos em linguagem estatística (r entre 0,88 a 0,93) 17. Por outro lado, o registro contínuo da freqüência cardíaca por período de tempo relativamente longo tem sido mais uma opção empregada com a finalidade de avaliar os níveis de prática da atividade física. Os princípios que norteiam este método decorrem do fato de aumentos observados na freqüência cardíaca estarem relacionados à intensidade do trabalho metabólico realizado. Até há pouco tempo, a maior restrição quanto ao registro contínuo da freqüência cardíaca era com relação à sua operacionalização. Os recursos até então empregados (radiotelemetria e eletrocardiografia), apesar de precisos e extremamente úteis em determinadas circunstâncias, exigiam supervisão constante e equipamentos sofisticados e dispendiosos. Contudo, com os recentes progressos na instrumentação eletrônica surgiram os monitores cardíacos que permitem armazenar as informações da freqüência cardíaca minuto a minuto, durante várias horas ou dias, continuamente, em atividades do cotidiano, sem maiores inconvenientes para o avaliado. Os monitores cardíacos eletrônicos incluem um transmissor, para ser fixado à parte anterior do tronco, e um receptor, utilizado como relógio de pulso e capaz de armazenar sinais emitidos pelos batimentos cardíacos ËÐÏ*ÑDÒ�Ó'ÔYÕPÖ�×LØ�Ù 7. Após o período de coleta dos dados, as informações armazenadas no receptor relacionadas à freqüência cardíaca são decodificadas mediante análise computacional e apresentadas na forma de tabelas e gráficos ˹Ï*Ñ�Ò!Ó'Ô*Õ�Ö�×1ØÙ 8.

INSERIR FIGURA 8.107 Figura 8.107 Ë ÚcÛ!Ü:Ý,Þ�Û!ß direcionado ao armazenamento de sinais emitidos pelos batimentos cardíacos.

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INSERIR FIGURA 8.108 Figura 8.108 à á¯â;ãUä�å3æ'ç�èLãYç�é üência cardíaca minuto a minuto durante atividades do cotidiano. Uma preocupação que se deve ter quando da utilização do registro contínuo da freqüência cardíaca como indicador do nível de prática da atividade física refere-se à influência de diferentes fatores na relação entre as variações de freqüência cardíaca e a magnitude do trabalho biológico realizado. Entre os fatores de maior importância destacam-se o nível de condicionamento físico, a quantidade de massa muscular envolvida na realização da atividade, o tipo de contração muscular executada, a posição do corpo durante a realização da atividade, o estado emocional e a temperatura ambiente. Neste particular, convém salientar que estes fatores influenciam de maneira mais significativa a freqüência cardíaca quando esta se encontra em níveis próximos de repouso. Portanto, considera-se que a monitoração contínua da freqüência cardíaca deverá tornar-se um procedimento mais preciso associado aos níveis de prática de atividade física quando empregada na avaliação de atividades de moderada a elevada intensidade (arbitrariamente entre 110 e 150bpm). Contudo, ao recorrer a essa opção, deve-se levar em conta que, apesar de a relação entre a freqüência cardíaca induzida por esforços submáximos e consumo de oxigênio se apresentar essencialmente linear para todos os indivíduos, o comportamento das linhas de regressão entre ambas as variáveis pode apresentar variações individuais. Deste modo, as estimativas quanto ao dispêndio energético deverão ser produzidas com maior precisão quando as curvas de calibração “freqüência cardíaca-consumo de oxigênio” , representada por modelos de regressão, são estabelecidas para cada avaliado separadamente. As avaliações quanto aos níveis da prática de atividade física mediante registro contínuo da freqüência cardíaca podem ser realizadas com base em duas diferentes formas de análise. A mais comumente empregada constitui-se em identificar o tempo em que a freqüência cardíaca do avaliado permanece em determinados limites em relação às diferentes proporções de sua freqüência cardíaca de reserva, estimada com base na idade e na freqüência cardíaca de repouso. Nestes casos, geralmente procura-se definir cinco limites de proporção da freqüência cardíaca de reserva na tentativa de classificar as intensidades do trabalho biológico envolvido com a prática da atividade física:

< 20% FCreserva - 20 a 40% FCreserva - 40 a 60% FCreserva - 60 a 80% FCreserva -

> 80% FCreserva -

Intensidade baixa Intensidade baixa a moderada Intensidade moderada Intensidade moderada a elevada Intensidade elevada

Para exemplificar a utilização desta forma de avaliação considera-se, hipoteticamente, um avaliado com 20 anos de idade e com freqüência cardíaca de repouso de 70bpm. Para estabelecer os limites de freqüência cardíaca correspondente aos cinco estágios de intensidades, inicialmente estima-se a freqüência cardíaca máxima teórica com base na idade mediante um dos ajustes matemáticos disponíveis. Neste caso, pode-se optar pela aproximação FC máxima = 220 – idade em anos. Portanto, 220 – 20 anos sugere uma freqüência cardíaca máxima teórica de 200bpm. Na seqüência, calcula-se a freqüência cardíaca de reserva pela diferença entre a freqüência cardíaca máxima teórica e a freqüência cardíaca de reserva. No caso, 200bpm –

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70bpm = 130bpm. Depois, estabelecem-se os pontos de corte para as freqüências cardíacas equivalentes aos cinco estágios de intensidades por meio do envolvimento da freqüência cardíaca de reserva e da freqüência cardíaca de repouso: Limite de FCesforço = (FCmáx. – Fcrepouso) x % FC) + FCrepouso Limite de 20% = (200bpm – 70bpm) x 0,20) + 70bpm = 96bpm Limite de 40% = (200bpm – 70bpm) x 0,40) + 70bpm = 122bpm Limite de 60% = (200bpm – 70bpm) x 0,60) + 70bpm = 148bpm Limite de 80% = (200bpm – 70bpm) x 0,80) + 70bpm = 174bpm

Portanto, os limites de freqüência cardíaca direcionados à classificação das intensidades do trabalho biológico associado à prática da atividade física ficam assim constituídos:

Intensidade baixa - Intensidade baixa a moderada -

Intensidade moderada - Intensidade moderada a elevada -

Intensidade elevada -

< 96bpm 96 a 122bpm 122 a 148bpm 148 a 174bpm > 174bpm

Retomando o exemplo e com base no registro contínuo da freqüência cardíaca ilustrado na figura 8.103, encontra-se a distribuição do tempo de permanência da freqüência cardíaca do avaliado durante as 12 horas de observação:

Intensidade baixa Intensidade baixa a moderada

Intensidade moderada Intensidade moderada a elevada

Intensidade elevada

< 96bpm 96 a 122bpm 122 a 148bpm 148 a 174bpm

> 174bpm

623 min 78 min 19 min 00 min 00 min 720 min

Outra forma de análise dos registros contínuos da freqüência cardíaca refere-se à estimativa de unidades de dispêndio energético. Este recurso de análise baseia-se no pressuposto da relação linear entre as variações da freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio envolvido no trabalho metabólico realizado. Em assim sendo, com base em curvas de calibração previamente estabelecidas as informações associadas à freqüência cardíaca podem repercutir em valores estimados relacionados ao consumo de oxigênio e, mediante aproximações de equivalência energética (1 litro de O2 = 5kcal), em dispêndio de energia resultante do trabalho metabólico equivalente às alterações da freqüência cardíaca observadas. No entanto, ao recorrer a essa alternativa de análise deve-se levar em conta que, apesar de a relação entre a freqüência cardíaca induzida por esforços físicos submáximos e o consumo de oxigênio se apresentar essencialmente linear para todos os avaliados, o comportamento das linhas de regressão entre ambos os indicadores fisiológicos pode

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apresentar importante variações individuais 23. Deste modo, as estimativas quanto às unidades de dispêndio energético deverão ser realizadas com maior precisão quando as curvas de calibração “freqüência cardíaca-consumo de oxigênio” são delineadas para cada avaliado separadamente. Para definição das curvas de calibração individual da “freqüência cardíaca-consumo de oxigênio” util izam-se os procedimentos estatísticos associados à técnica da análise de regressão e consideram-se como variável dependente as informações quanto ao consumo de oxigênio estabelecido pelos recursos da calorimetria indireta, e como variável independente as informações quanto ao registro contínuo da freqüência cardíaca. Para tanto, com o avaliado em condições padronizadas de repouso e de esforço físico progressivamente mais intenso, deverão ser observadas simultaneamente as informações equivalentes à freqüência cardíaca (x) e ao consumo de oxigênio (y) com intuito de delinear a função de ajuste x-y. A tabela 8.55 procura ilustrar o delineamento hipotético de uma curva de calibração FC-VO2. Neste caso, a função de ajuste VO2 = a + b(FC) é construída com os procedimentos estatísticos aplicados ao modelo de regressão simples. Tabela 8.55 ê±ëFì íLîDï�ì ð�ñRìï�ò}óZô�õ�ðï�ò}ó à equivalência entre as respostas de freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio de um avaliado hipoteticamente selecionado voltado ao estabelecimento de curva de calibração:

Freqüência cardíaca (bpm)

Consumo de oxigênio

(li tros/min)

Freqüência cardíaca (bpm)

Consumo de oxigênio

(li tros/min) 80 82 95 97 99 100 106 109 110 112 114 116 117 119 121 123 125

0,12 0,30 0,55 0,69 0,72 0,78 0,84 0,89 0,92 0,93 0,94 0,98 0,97 0,98 1,15 1,19 1,28

126 128 129 137 142 144 146 148 156 165 174 185 192 194 200 203 204

1,31 1,36 1,36 1,49 1,58 1,62 1,64 1,69 1,77 1,81 1,98 2,10 2,44 2,45 2,54 2,61 2,72

Para a construção do modelo VO2 (L/min) = a + b(FC bpm), adota-se: Sxy öø÷ öúù b = -------- a = ------- – b (------) Sxx n n

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em que: a: b:

Sxy:

Sxx:

coeficiente de intercepção do modelo de regressão; coeficiente de inclinação do modelo de regressão ; variabilidade conjunta associada às respostas de freqüência cardíaca (x) e às medidas equivalente ao consumo de oxigênio (y); e variabilidade associada às respostas de freqüência cardíaca (x).

As variabilidades são calculadas por meio das expressões matemáticas: ( ûúü-ýÿþXû���ý ( ûøü�ý 2 Sxy = ûúü�� – ( --------------) Sxx = ûúü 2 – ( -------- ) n n em que:

û<ü����

û<ü�� û���� ûúü 2:

( ûúü�ý 2: n:

somatório dos produtos entre as respostas de freqüência cardíaca e das medidas equivalentes ao consumo de oxigênio; somatório das respostas de freqüência cardíaca; somatório das medidas equivalentes ao consumo de oxigênio; somatório dos quadrados das respostas de freqüência cardíaca; quadrado do somatório das respostas de freqüência cardíaca; e número de mensurações realizadas.

Considerando as informações equivalentes às respostas de freqüência cardíaca (x) e as medidas do consumo de oxigênio (y) apresentadas na tabela 8.55, encontra-se:

ûúü���� ûúü�� û���� ûúü 2:

( ûúü-ý 2: n:

7.100,73 4.598,0 46,7 663.994,0 21.141.604,0 34

Logo, (4.598,0) (46,7) (4.598,0)2 Sxy = 7.100,73 – ( -------------------) Sxx = 663.994,0 – ( ---------- ) 34 34 214.726,6 21.141.604,0 = 7.100,73 – ( -------------- ) = 663.994,0 – ( ---------------- ) 34 34 = 7.100,73 – 6315,49 = 663.994,0 – 621.811,88 = 785,24 = 42.182,12 Depois, com base nos valores de variabilidade, calculam-se os coeficientes de regressão a e b:

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785,24 46,7 4.598,0 b = ------------ a = -------- – 0,0186 (------------) 42.182,12 34 34 = 0,0186 = 1,3735 – 0,0186 x 135,2353 = 1,3735 – 2,5154 = –1,1419 Desse modo, a função de ajuste é expressa pela expressão:

VO2 (L/min) = –1,1419 + 0,0186 (FC bpm)

Portanto, especificamente para o avaliado em questão e ao se registrar uma resposta de freqüência cardíaca de 90bpm, considera-se um consumo de oxigênio de 0,5321L/min ou dispêndio energético de 2,66kcal/min (VO2 (L/min) = –1,1419 + 0,0186 (90bpm) = 0,5321L/min x 5kcal = 2,66kcal/min). Por outro lado, ao se registrar uma resposta de freqüência cardíaca de 150bpm, um consumo de oxigênio de 2,79L/min ou dispêndio energético de 13,95kcal/min (VO2 (L/min)= –1,1419 + 0,0186 (150bpm) = 2,79L/min x 5kcal = 13,95kcal/min). Referências bibliográficas

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25. Wahrlich V; Anjos LA. Aspectos históricos e metodológicos da medição e estimativa da taxa metabólica basal: uma revisão da literatura. Cadernos de Saúde Pública, v.17, n.4, p.801-17, 2001.

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APÊNDICE 8.6

Equivalentes energéticos de atividades físicas

Tipo de atividade Detalhe MET ������ ����� ������

����Condicionamento físico � ��! #"

ça

BMX: mountain-bike Passeio: < 16km/h, deslocamento para trabalho/escola Passeio: 16-19km/h, esforço leve Passeio: 19-22km/h, esforço moderado Passeio: 22-25km/h, esforço vigoroso Ritmo intenso: 25-30km/h Ritmo intenso: > 30km/h Monociclo Cicloergômetro estacionário em geral Cicloergômetro 50 watts, 1kg: esforço muito leve Cicloergômetro 100 watts, 2kg: esforço leve Cicloergômetro 150 watts, 3kg: esforço moderado Cicloergômetro 200 watts, 4kg: esforço vigoroso Cicloergômetro 250 watts, 5kg: esforço muito vigoroso Exercícios calistênicos,esforços vigorosos Exercícios calistênicos, esforços de leve a moderado Exercícios em circuito com mínimo de descanso Exercícios com sobrecarga, cargas elevadas Exercícios com sobrecarga, cargas de leve a moderado Exercícios em academias de ginástica Exercícios em esteira rolante em geral Remo estacionário em geral Remo estacionário: 50 watts, 1kg, esforço leve Remo estacionário: 100 watts, 2kg, esforço moderado Remo estacionário: 150 watts, 3kg, esforço vigoroso Remo estacionário: 200 watts, 4kg, esforço muito vigoroso Esqui estacionário em geral Exercícios de alongamento e ioga Aula de dança aeróbia em academia de ginástica Hidroginástica: exercícios calistênicos na água Exercícios na água, sentado Balé, jazz e dança moderna Danças aeróbias em geral Step: 15-20cm Step: 25-30cm Dança aeróbia, baixo impacto Dança aeróbia, alto impacto Hula, flamenco e swing Dança de salão, ritmo intenso Dança de salão, ritmo lento

8,5 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 16,0 5,0

7,0 3,0 5,5 7,0 10,5 12,5 8,0 3,5 8,0 6,0 3,0 5,5 9,0 7,0 3,5 7,0 8,5 12,0 7,0 2,5 6,0 4,0 1,0

4,8 6,5 8,5 10,0 5,0 7,0 4,5 5,5 3,0

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$�%�&('ça e Pesca

) %�*,+-'/.0'214365

doméstico

Pesca em geral Pesca de barco, sentado Pesca à beira de rio/lago, caminhando Pesca à beira de rio/lago, em pé, parado Pesca contra a correnteza, caminhando na água Pesca no gelo, sentado Caça em geral Caça com arco e flecha Caça ao veado/alce e a animais de grande porte Caça ao pato/aves pernaltas Caça ao faisão e ao galo-silvestre Caça ao coelho, ao esquilo, ao coiote e a animais de pequeno porte Caça em tocaia, em pé, com arma de fogo Limpeza em geral Varrer chão, limpar carpete Lavar janelas, veículo, etc. Tarefas múltiplas ao mesmo tempo, esforços leves Tarefas múltiplas ao mesmo tempo, esforços moderados Tarefas múltiplas ao mesmo tempo, esforços vigorosos Espanar pó e arrumar objetos, esforços leves Lavar louça em pé Lavar louça e tirar mesa, envolvendo caminhada Tirar pó com aspirador Abater animais domésticos para consumo Preparar alimentos e cozinhar sentado e/ou em pé Preparar alimentos e cozinhar com deslocamentos Servir alimentos em pé e/ou caminhando Alimentar animais domésticos Guardar produtos de mercearia Carregar produtos de mercearia Fazer compras, em pé e/ou caminhando Passar roupa Costurar e tricotar sentado Lavar roupa em pé sem deslocamento Lavar roupa, caminhando Arrumar cama Trocar móveis de lugar Esfregar e lavar banheiro Varrer calçadas fora da casa Empacotamento de objetos, em pé Transportar pequenos objetos da casa, esforços moderados Aguar e molhar plantas Acender lareira Carregar grandes objetos para fora da casa, mudanças Trocar lâmpadas e tarefas domésticas similares, em pé Fechar/abrir janela/porta e tarefas similares, caminhando Brincar com crianças sentado Brincar com crianças em pé

3,0 2,5 4,0 3,5 6,0 2,0 5,0 2,5 6,0 2,5 6,0

5,0 2,5

3,0 3,3 3,0 2,5 3,5 4,0 2,5 2,3 2,5 3,5 6,0 2,0 2,5 2,5 2,5 2,5 7,5 2,3 2,3 1,5 2,0 2,3 2,0 6,0 3,8 4,0 3,5 3,0 2,5 2,5 9,0 2,0 3,0 2,5 2,8

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798�:(;=<?>A@/BDC�;E>

domésticos F 8�G�@#H6;=I?>A;

8. Jardinagem

Brincar com crianças caminhando/correndo, moderado Brincar com crianças caminhando/correndo, vigoroso Carregar crianças pequenas Trocar roupas de crianças pequenas; sentado/ajoelhado Trocar roupas de crianças pequenas; em pé Cuidar de pessoas idosas/adultos doentes Ninar crianças pequenas Brincar com animais, sentado Brincar com animais, em pé Brincar com animais caminhando/correndo, leve Brincar com animais caminhando/correndo, moderado Brincar com animais caminhando/correndo, vigoroso Banho em cachorro, em pé Mecânica de carro, de motocicleta, etc. Carpintaria no interior da casa, leve a moderado Carpintaria fora de casa, vigoroso Carpintaria em acabamentos de utensílios domésticos Carpintaria, serrando madeira Reparar calefação Limpar calhas Reparar janelas Aplicar ou remover carpete Aplicar óleo de linhaça Pintura de parede no interior e no exterior da casa Pintura de pequenos objetos no interior da casa Reparar telhados Lixar chão com máquina Lixar/pintar barcos Remover lixo/entulho com pá ou similar Lavar/encerar carro, moto, barco, etc. Lavar/pintar muros/janelas Pequenos serviços de encanamento, elétrico, etc. Assistir à TV, deitado Ouvir música, deitado Assistir à TV, sentado Ouvir música, deitado Dormir, deitado Em pé sem deslocamento Escrever, deitado Conversar e falar ao telefone, deitado Ler, deitado Meditar Carregar/empilhar pequenos entulhos Carregar/empilhar grandes entulhos e cortar lenha Limpar a terra, arrastar galhos e empurrar carrinho de mão Remover terra com pequenos implementos Remover terra com enxada, pá, etc.

4,0 5,0 3,0 2,5 3,0 4,0 1,5 2,5 2,8 2,8 4,0 5,0 3,5

3,0 3,0 6,0 4,5 7,5 5,0 5,0 5,0 4,5 4,5 5,0 3,0 6,0 4,5 4,5 5,0 4,5 4,5 3,0

1,0 1,0 1,0 1,0 0,9 1,2 1,0 1,0 1,0 1,0

5,0 6,0 5,0 5,0 6,0

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J9KMLON-P4QRP�SETUSEV2W

diversas X/Y K Z\[?]-^�_-`Ea�bU[c^�dE]

musicais

Espalhar pedra/areia Espalhar terra Aparar grama em geral Aparar grama com ceifadeira manual, sem deslocamento Aparar grama com ceifadeira manual, com deslocamento Aparar grama com máquina de cortar grama, caminhando Aparar grama com máquina de cortar grama, sem deslocamento Remover gelo com máquina, caminhando Semear plantas e arbustos Semear árvores Rastelar grama Rastelar grama com neve Ensacar grama ou folhas Remover neve com pá ou similar Aparar arbusto ou árvore com cortador manual Aparar arbusto ou árvore com uso de máquina Aplicar fertilizante ou semear grama, caminhando Aguar grama ou jardim, em pé ou caminhando Retirar erva daninha ao cultivar jardim Jardinagem em geral Colher frutas em árvore ou vegetais, esforço moderado Colher flores ou vegetais, em pé/caminhando Reunir/guardar ferramentas de jardinagem, caminhando Jogar cartas, games, etc., sentado Desenhar,escrever, fotocopiar, etc., em pé Ler livro, jornal, revista, etc., sentado Escrever, datilografar, etc., sentado Conversar ou falar ao telefone, em pé Conversar ou falar ao telefone, sentado Estudar, lendo e escrevendo, sentado Assistir a aulas em geral ou fazer anotações/intervenções, sentado Ler livro, jornal, revista, etc., em pé Atividades diversas, em pé Trabalhos manuais, sentado, esforço leve Trabalhos manuais, sentado, esforço moderado Trabalhos manuais, em pé, esforço leve Trabalhos manuais, em pé, esforço moderado Trabalhos manuais, em pé, esforço intenso Reunião em família ou refeições, conversando, sentado Turismo/viagens/férias com caminhadas Camping, sentado/em pé/caminhada, esforço leve a moderado Ser espectador de eventos artísticos e esportivos, sentado Acordeão Violoncelo Reger instrumentos

5,0 5,0 5,5 2,5 6,0 5,5

4,5 4,5 4,5 4,5 4,3 4,0 4,0 6,0 4,5 3,5 2,5 1,5 4,5 4,0 3,0 3,0 3,0

1,5 2,3 1,3 1,8 1,8 1,5 1,8

1,8 1,8 2,0 1,5 2,0 1,8 3,0 3,5 1,5 2,0 2,5

1,5 1,8 2,0 2,5

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ecef gOh/iEj0k

ção profissional

Tambor Flauta, sentado Trompa Piano, órgão Trombone Trompete Violino Guitarra clássica, sentado Guitarra de rock-and-roll, em pé Banda de música, tocando um instrumento, caminhando Padeiro/confeiteiro, esforço moderado Padeiro/confeiteiro, esforço leve Encadernador Construtor de estradas, operador de máquinas pesadas Construtor de estradas, controlador de tráfego, em pé Carpinteiro Carregador de mudanças Carregador,cargas moderadas; < 20 kg Camareira/arrumadeira Trabalhador em minas de carvão Trabalhador da construção civil, reformas Serviços gerais, limpar assoalho com aparelhos elétricos Serviços gerais, limpar banheiro lnm2oAprq=s ço leve Serviços gerais, limpar pó de móveis l�mtoAprq=s ço leve Serviços gerais, limpar chão l�mtoAprq=s ço moderado Serviços gerais, limpeza em geral l�mtoAprq=s ço moderado Serviços gerais, baba de crianças l�m2oApuqts ço moderado Serviços gerais, remover lixo Serviços gerais, uso de aspiradores lnm2oAprq=s ço leve Serviços gerav�oAw

ioAqyxEm

kojvzskxcq=s{m2o|lnm=o�p\q=s ço moderado

Eletricista ou encanador Trabalhador rural: limpar curral/cocheira, carregar feno Trabalhador rural: pastorear animais, caminhando Trabalhador rural: pastorear animais, sem caminhar Trabalhador rural: trabalho de irrigação Trabalhador rural: dirigir trator ou colheitadeira Trabalhador rural: alimentar pequenos animais Trabalhador rural: alimentar grandes animais Trabalhador rural: dar água aos animais em geral Trabalhador rural: serviço veterinário em geral Trabalhador rural: ordenhar manualmente Trabalhador rural: ordenhar com máquina Trabalhador rural: remoção de grãos Bombeiro em geral Bombeiro: subir escadas com equipamento Bombeiro: puxar mangueiras Silvicultor: cortar lenha, rápido Silvicultor: cortar lenha, lento Silvicultor: descascar árvores

4,0 2,0 2,0 2,5 3,5 2,5 2,5 2,0 3,0 4,0

4,0 2,5 2,3 6,0 2,0 3,5 8,0 8,0 2,5 6,0 5,5 3,0 2,5 2,5 4,0 3,5 3,5 3,0 2,5 3,0 3,5 8,0 3,5 4,0 2,0 2,5 4,0 4,5 4,5 6,0 3,0 1,5 5,5 12,0 11,0 8,0 17,0 5,0 7,0

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Silvicultor: carregar árvores derrubadas Silvicultor: desmatar Silvicultor em geral Silvicultor: capinar Silvicultor: plantar manualmente Silvicultor: serrar manualmente Silvicultor: serrar com máquina Silvicultor: empilhar troncos de árvores Silvicultor: retirar erva daninha Tratador de cavalos Andar a cavalo: galopar Andar a cavalo: trotar Andar a cavalo: caminhar Serralheiro Operador de máquina: trabalho em chapa de metal Operador de máquina: trabalho em torno Operador de máquina: trabalho em prensa Operador de máquina: perfuração Operador de máquina: soldador Pedreiro Massagista: em pé Carregador de móveis: mudanças Operador de máquinas automáticas Coletor de frutas Operador de máquina fotocopiadora, em pé Policial: trabalho no trânsito, em pé Policial: trabalho em viatura, dirigindo sentado Policial: trabalho em viatura, acompanhante sentado Policial: trabalho de ação realizando detenções, em pé Sapateiro Escavador de valetas, esforço intenso Escavador de valetas, esforço leve Escavador de valetas, esforço moderado Trabalho em escritório, sentado Reunião de trabalho, sentado Professor de alongamento ou ioga, sentado Trabalho em pé, leve: garçom, balconista, etc. Trabalho em pé, moderado: empacotador, enfermeiro, etc. Trabalho em pé, moderado: carregando < 25kg Trabalho em pé, intenso: carregando > 25kg Alfaiate: cortando Alfaiate em geral Alfaiate: costurando à mão Alfaiate: costurando à máquina Alfaiate: passando roupa Digitador em computador Trabalho com equipamentos elétricos/eletrônicos pesados Trabalho com equipamentos manuais pesados Caminhar no escritório; < 3km/h, sem carregar objetos Caminhar no escritório; 3-5km/h; sem carregar objetos

11,0 8,0 8,0 5,0 6,0 7,0 4,5 9,0 4,0 6,0 8,0 6,5 2,6 3,5 2,5 3,0 5,0 4,0 3,0 7,0 4,0 7,5 2,5 4,5 2,3 2,5 2,0 1,3 4,0 2,5 9,0 6,0 7,0 1,5 1,5 2,5 2,3 3,0 3,5 4,0 2,5 2,5 2,0 2,5 4,0 1,5 6,0 8,0 2,0 3,3

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}�~����(�=�D���z�c���

}/�������R���c���c�E�

pessoais }����M�O�D���R���E�U�E�2�

sexuais }U���������6�=�D�����

Caminhar no escritório; 5-6km/h sem carregar objetos Caminhar 4km/h, carregando objetos < 10kg Caminhar reunindo material de trabalho Caminhar 4-5km/h, moderado, carregando objetos < 10kg Caminhar 5-6km/h, intenso, carregando objetos < 10kg Caminhar carregando objetos entre 10-25kg Caminhar carregando objetos entre 25-35kg Caminhar carregando objetos entre 35-50kg Caminhar carregando objetos > 50kg Ator e representações artísticas Professor de Educação Física sem participação ativa nas aulas Professor de Educação Física com participação ativa nas aulas Combinação jogging/caminhada Jogging em geral Correr 7-8km/h Correr 8-9km/h Correr 9-10km/h Correr 10-11km/h Correr 11-12km/h Correr 12-13km/h Correr 13-14km/h Correr 14-15km/h Correr 15-16km/h Correr 16-17km/h Correr 17-18km/h Correr: cross-country Correr: subindo escadas Toalete, em pé Toalete, sentado Banho, sentado Vestir/despir, sentado ou em pé Refeições, sentado Preparar/consumir ou somente consumir alimentos, em pé Preparar medicação, sentado ou em pé Higiene pessoal, banho ou escovação dentes, sentado ou em pé Aparar cabelo ou unha, sentado Ativo: esforços vigorosos Em geral: esforços moderados Passivo: esforços leves, beijos, abraços ou afagos Arco-e-flecha Badminton: competição Badminton: recreação; simples ou dupla Basquetebol: jogo

3,8 3,0 3,0 4,0 4,5 5,0 6,5 7,5 8,5 3,0

4,0

6,5

6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 11,5 12,5 13,5 14,0 15,0 16,0 18,0 9,0 15,0

2,0 1,0 1,5 2,0 1,5 2,0 1,0

2,0 1,0

1,5 1,3 1,0

3,5 7,0 4,5 8,0

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�/������� �#¡R¢�£0¤=�u¥u¦

Basquetebol: não-jogo Basquetebol: somente arremessos Bilhar Boliche Boxe no ringue Boxe: socos no saco Boxe: sparring Jogos infantis e atividades no playground Ensino de basquetebol, de futebol, de natação, etc. Dardo de parede Esgrima Futebol: competição Golfe em geral Golfe: caminhando e carregando tacos Golfe: miniatura Golfe: utilizando carro Ginástica olímpica Handebol Hockey em grama Hockey no gelo Judô, caratê; kick-box; tae-kwon-do Moto-cross Raquetebol competitivo Raquetebol recreativo Pular corda, vigoroso Pular corda, moderado Pular corda, lento Rugby Skate Patinação Futebol: competição Futebol: recreação Softball e baseball Squash Tênis de mesa: ping-pong Tênis de campo em duplas Tênis de campo simples Voleibol: competição Voleibol: recreação Voleibol de praia Luta romana Atletismo: lançamento e arremessos Atletismo: saltos Atletismo: corrida com barreiras e steeplechase Dirigir carro ou caminhão pequeno Viajar em carro ou caminhão Viajar em ônibus, sentado Viajar em avião Motopatinete ou motocicleta

6,0 4,5 2,5 3,0 12,0 6,0 9,0 5,0 4,0 2,5 6,0 9,0 4,5 4,5 3,0 3,5 4,0 12,0 8,0 8,0 10,0 4,0 10,0 7,0 12,0 10,0 8,0 10,0 5,0 7,0 10,0 7,0 5,0 12,0 4,0 6,0 8,0 8,0 3,0 8,0 6,0 4,0 6,0 10,0

2,0 1,0 1,0 2,0 2,5

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§/¨�©MªO«D¬�­R¬�®E¯U®E°2±|®E°

caminhada §2²!©MªO«D¬�­R¬�®E¯U®E°2±

aquáticas

Dirigir trator, ônibus ou caminhão pesado Terreno plano ou descendo escadas com carga < 8kg Subindo escadas com carga < 8kg Subindo escadas com carga 8-12kg Subindo escadas com carga 12-25kg Subindo escadas com carga 25-37kg Subindo escadas com carga > 37kg Carregando/descarregando volumes do carro Terreno íngreme com carga < 5kg Terreno íngreme com carga 5-10kg Terreno íngreme com carga 10-20kg Terreno íngreme com carga > 20kg Subindo escadas sem cargas Trilha em terreno acidentado Marcha mil itar Passeando com criança pequena, segurando sua mão Marcha atlética Subindo colina de elevado aclive Utilizando muletas No interior da casa/escritório Terreno plano, < 3km/h, ritmo muito leve Terreno plano e firme, < 3km/h, ritmo leve Caminhar por divertimento, continuamente Caminhar até o carro/ônibus Caminhar até à casa do vizinho/familiares por razões sociais Caminhar com cachorro Terreno plano e firme, < 4km/h Terreno em declive, < 4km/h Terreno firme e plano, 4-5 km/h Terreno firme e plano, 5-6km/h, caminhada como exercício Terreno em aclive, 5-6km/h, caminhada como exercício Terreno firme e plano, 6-7km/h Terreno firme e plano, 7-8km/h Caminhar por divertimento, com intermitência Caminhar em relva alta Caminhar apressadamente para o trabalho ou a escola Passeio de bote/barco a motor Puxar barco na superfície Remar 3-6km/h, esforço leve Remar 6-9km/h, esforço moderado Remar > 9m/h, esforço vigoroso Remar por diversão Remar em competição ou com tripulação no barco Caiaque Windsurf ou barcos a vela, diversão Windsurf ou barcos a vela, competição Esqui aquático, diversão Esqui aquático, competição

3,0

3,5 5,0 6,0 8,0 10,0 12,0 3,0 7,0 7,5 8,0 9,0 3,0 6,0 6,5 2,5 6,5 8,0 5,0 2,0 2,0 2,5 3,5 2,5 2,5 3,0 3,0 2,8 3,3 3,8 6,0 5,0 6,3 3,5 5,0 4,0

2,5 7,0 3,0 7,0 12,0 3,5 12,0 5,0 3,0 5,0 6,0 16,0

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³/´�µM¶O·D¸�¹R¸�ºE»UºE¼2½|ºE¼

inverno ¾6¿ µM¶O·D¸�¹R¸�ºE»Uº

es religiosas

Esqui aquático, esforço moderado Surf e body-board Natação: estilo livre, esforço vigoroso Natação: estilo livre, esforços de leve a moderado Natação: estilo costa, em geral Natação: estilo peito, em geral Natação: estilo golfo, em geral Natação: estilo crawl, 60 m/min, esforço vigoroso Natação: estilo crawl, 40 m/min, esforços de leve a moderado Natação: mar, rio ou lagoa Natação: divertimento Nado sincronizado Caminhar na água: esforço vigoroso Caminhar na água: esforço moderado Hidroginástica: exercícios calistênicos na água Pólo aquático Voleibol aquático Jogging aquático Remover gelo da casa Patinação no gelo: < 14 km/h Patinação no gelo em geral Patinação no gelo: > 14 km/h Patinação no gelo: competição Esqui: salto Esqui em geral Esqui: cross-country, 4km/h, esforço leve Esqui: cross-country, 6-8km/h, esforço moderado Esqui: cross-country, 8-12km/h, esforço intenso Esqui: cross-country, > 12 km/h Esqui: em nevasca intensa, terreno montanhoso Esqui: terreno em declive, esforço leve Esqui: terreno em declive, esforço moderado Esqui: terreno em declive, esforço intenso Trenó: em tobogã, competição Assistindo a cerimônias, sentado Tocando instrumento musical, sentado Falando/cantando com participação ativa, sentado Lendo texto religioso, sentado Assistindo a cerimônias, com participação passiva, em pé Falando/cantando, com participação ativa, em pé Orando, ajoelhado Conversando, em pé Caminhar no interior da igreja Caminhar: < 3km/h, esforço muito leve Caminhar: 5km/h sem carregar objeto Caminhar: 6km/h, passos firme sem carregar objeto Combinação em pé/caminhando para propósitos religiosos

12,5 3,0 10,0 7,0 7,0 10,0 11,0 11,0 8,0 6,0 6,0 8,0 10,0 4,0 4,0 10,0 3,0 8,0

6,0 5,5 7,0 9,0 15,0 7,0 7,0 7,0 8,0 9,0 14,0 16,5 5,0 6,0 8,0 7,0

1,0 2,5 1,5 1,3 1,2 2,0 1,0 1,8 2,0 2,0 3,3 3,8 2,0

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À�ÁÂMÃOÄDÅ�ÆRÅ�ÇEÈUÇEÉ2Ê

voluntárias

Louvor com danças ou danças religiosas Servir refeições na igreja Preparar refeições na igreja Lavar louça, limpar cozinha na igreja Comendo/conversando na igreja, sentado Comendo/conversando na igreja, em pé Limpar igreja Trabalho de datilografia ou com computador Trabalho de escritório: reunião, sentado Trabalho moderado, sentado Trabalho leve, conversando, em pé Cuidar de crianças, sentado Cuidar de crianças, em pé Brincar com crianças, caminhando/correndo, moderado Brincar com crianças, caminhando/correndo, intenso Trabalho leve/moderado, em pé Trabalho moderado, com carga < 25kg, em pé Trabalho moderado/intenso, em pé Trabalho de datilografia ou no computador Caminhando: < 3km/h, muito leve, sem cargas Caminhando: 5km/h, velocidade moderada Caminhando: 6km/h, sem cargas Caminhando: < 3km/h, com carga < 12kg Caminhando: 5km/h; com carga < 12kg Caminhando: 6km/h; com carga < 12kg Combinação em pé/caminhando para propósitos voluntários

5,0 2,5 2,0 2,3 1,5 2,0 3,0 1,5

1,5 2,5 2,3 2,5 3,0 4,0 5,0 3,0 3,5 4,0 1,5 2,0 3,3 3,8 3,0 4,0 4,5 3,0