aula birman 12 do 06 de 2013

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Aula Birman 12 do 06 de 2013 O louco no jardim das espécies A doença era concebida como castigo de deus. Agora deus não se submeteu a uma ordem menos certa para organizar o jardim das flores nem a das doenças. Isso inclui as doenças, e a loucura como obra da razão, da razão divina. O que marca a ordem da sabedoria divina. Se a doença é uma planta, os caules e galhos são os sintomas. No cap. anterior a doença fora entendida como um fato de natureza, aqui isso se acentua, como produção de um ser supremo, articulação da natureza com a razão, a sabedoria divina. A loucura deveria ser reconhecida em suas várias manifestações em suas razões. Ele faz as distinções entre lunático (mudanças da lua, fatores externos), insano (nascimento, fatores de privação de alimento ou bebida) e melancólicos (ligado ao vício). Isso tudo pra mostrar que o trabalho de classificação evidencia uma nova ordem da racionalidade que estava se formando. No entanto, parece que algo de vazio foi deixado ali, diferente das classificações do sec XIX em 4 elementos: Afinidade dos sintomas, afinidades das causas, evluçao no tempo, evolução progressiva. Esta não tem mais a pretensão de cobrir o espaço patológico em sua totalidade, em espécies e famílias como a do sec XVIII. Há um índice de desconhecimento aí. Como a loucura se situa neste espaço? Quando a loucura alcança o homem concreto, acaba se chegando a uma ordem moral ou a uma ordem causal, de um ou de outro lado… esta é a dupla problemática com rel á loucura. Acaba caindo em algo de cunho moral ou causal, aí a própria significação patológica acaba se modificando em prol de uma visão crítica, como se fosse impossível determinar a verdade da loucura, assim como é impossível identificar a os sintmoas que definem a loucura.

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aula professor Joel birman no insitituto de medicina social da uerj - rio de janiero.tratando od capítulo O louco no jardim das espéicas de Histoira da locura de Michel Foucault

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Aula Birman 12 do 06 de 2013

Aula Birman 12 do 06 de 2013

O louco no jardim das espcies

A doena era concebida como castigo de deus.

Agora deus no se submeteu a uma ordem menos certa para organizar o jardim das flores nem a das doenas. Isso inclui as doenas, e a loucura como obra da razo, da razo divina. O que marca a ordem da sabedoria divina.

Se a doena uma planta, os caules e galhos so os sintomas.

No cap. anterior a doena fora entendida como um fato de natureza, aqui isso se acentua, como produo de um ser supremo, articulao da natureza com a razo, a sabedoria divina.

A loucura deveria ser reconhecida em suas vrias manifestaes em suas razes. Ele faz as distines entre luntico (mudanas da lua, fatores externos), insano (nascimento, fatores de privao de alimento ou bebida) e melanclicos (ligado ao vcio).

Isso tudo pra mostrar que o trabalho de classificao evidencia uma nova ordem da racionalidade que estava se formando.

No entanto, parece que algo de vazio foi deixado ali, diferente das classificaes do sec XIX em 4 elementos: Afinidade dos sintomas, afinidades das causas, evluao no tempo, evoluo progressiva.

Esta no tem mais a pretenso de cobrir o espao patolgico em sua totalidade, em espcies e famlias como a do sec XVIII.

H um ndice de desconhecimento a.

Como a loucura se situa neste espao? Quando a loucura alcana o homem concreto, acaba se chegando a uma ordem moral ou a uma ordem causal, de um ou de outro lado esta a dupla problemtica com rel loucura. Acaba caindo em algo de cunho moral ou causal, a a prpria significao patolgica acaba se modificando em prol de uma viso crtica, como se fosse impossvel determinar a verdade da loucura, assim como impossvel identificar a os sintmoas que definem a loucura.Num nvel geral e abstrato essa definio no funciona tanto, mas a causa material acaba se interpondo como causa maior.

Teoria geral da paixo e do delrio, que seria uma transcendncia que definiria sintomaticamente a loucura.

Este captulo orientado pela tenso entre a conscincia prtica (distino entre o que louco e o que no ) e a cs crtica. So que esta cs prtica discriminativa.

Cs analtica dedutiva.

Foucault sugere que o discurso do alienismo, da loucura como alienao mental, conjuga a cs prtica com a analtica. Inventa um discurso analtico que pretende dar conta da cs prtica, da distino.

E o ponto de virada desta aproximao entre prtica e analtica, vem de uam tradio anterior era clssica, mas que bastante investida nesta era a dieia de teraputica, a curabilidade ou no da doena.

A cs prtica opera num nvel social, ela normativa e no se desdobra como a analtica, a conjuno dada pela teraputica.

O modelo do jardim e das medicinas das espcies o da historia natural, que atravessa HL, NC e PC. Sauvages era um terico da botnica. A doena est prevista na racionalidade divina.

A transposio da organizao botnica transposta para a medicina.

neste sentido que em NC, tinha-se doenas (localizveis no quadro) mas no se tinha doentes (um mero portador da doena). Razo pela qual o mdico do sec XVIII se preocupava

O problema da teraputica que vai revirar o sistema. o encontro do mdico com o paciente. Que vai ser a chave para a med moderna no sex XIX tambm. todo um istema da teraputica que ganha no sec XIX um esquema moral e que revira as relaes entre prtica e analtica.Descartes enterrou Montaigne, toda o ceticismo do renascimento.

Reconhece o louco, mas no consegue construir a ideia de loucura. Razo desrazo comea a ficar mais fluida. A loucura como desodem consdiao da ordem. H uma dialetica entre paixo e razo, razo e desrazo, Foucault enuncia as condicoes de possibilidade para a louicura enquanto razo tem a loucura em seu corao, isto se d atravs da noo de natureza e de uam certa animalidade. Ele vai detonando aquilo que foi contraposto no sec CVII, a loucura como invisibilidade essas coisas.

Aqui a loucura comea a ser algo subjacente razo.

A loucura est no corao da razo e ns podemos enlouquecer a qualquer momento.A razo se aliena, mas tambm pode se desalienar, esta a teswe dos alienistas e de Hegel que, contrariamente Descartes, v uma dialetica entre razo e desrazo.

A ideia de uma excluso inclusiva da razo, na qual a desrazo trabalha no mago, no interior da razo.

O furor pode destronar a razo, a desrazo est no centro da razo.

Em razo disto que se d a oposio entre insnia e furor.