AULA 4 - EPIDEMIOLOGIA EM NUTRIÇÃO

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

• DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS CONSTITUEM IMPORTANTE CAUSA DE MORTE NA

POPULAÇÃO, PRINCIPALMENTE EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO;

• AGENTES ETIOLÓGICOS ► M.O. ( TRATAMENTO = ANTIBIÓTICOS - ATB)

• ATB ► M.O. ► RESISTÊNCIA MICROBIANA ► NOVAS PESQUISAS ATB

• MECANISMOS DE RESISTÊNCIA DOS M.O. PODEM OCORRER DEVIDO:

• DEFINIÇÃO DE DOENÇA: “ FALHA NOS MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO DO

ORGANISMO OU UMA AUSÊNCIA DE REAÇÃO AOS ESTÍMULOS A CUJA AÇÃO ESTÁ

EXPOSTO. O PROCESSO LEVA A PERTURBAÇÃO DA ESTRUTURA OU FUNÇÃO DE

UM ÓRGÃO OU DOS SISTEMAS E/OU DE SUAS FUNÇÕES VITAIS.”

ROMPIMENTO DE BARREIRAS MANTENEDORAS DO EQUILÍBRIO AMBIENTAL;

OPORTUNISMO DEHOSPEDEIROS SUSCETÍVEIS;

MUTAÇÕES DAS DOENÇAS EMERGENTES.

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA (H.N.D) MOSTRA QUE:

ORGANISMOESTADO INICIAL

DE SAÚDE

PRESENÇA DE AGENTES PATOGÊNICOS

PRESENÇA DE FATORES DE RISCO

PERTURBAR O ESTADODE NORMALIDADE

PROCESSO DE DOENÇA

H.N.D:

• PRIMEIRAS INTER-RELAÇÕES: PERTURBAÇÕES LEVES, NÃO FACIL//

DETECTÁVEIS (POSSIVELMENTE DETECTÁVEIS);

• ESTÁGIO INICIAL: PERTURBAÇÕES DETECTÁVEIS (SINAIS E SINTOMAS INICIAIS

NÃO-CARACTERÍSTICOS);

• PROGRESSÃO: SINTOMATOLOGIA CLÍN ICA – DIAGNÓSTICO;

• ESTADO AVANÇADO: ALTERAÇÕES IRREVERSSÍVEIS DA MORFOLOGIA QUE

PODEM EVOLUIR PARA: INVALIDEZ PARCIAL INVALIDEZ TOTAL (SEQUELAS) MORTE

DE ACORDO COM O MECANISMO ETIOLÓGICO, AS DOENÇAS PODEM SER CLASSIFICADAS EM:

• DOENÇA INFECCIOSA: SEGUNDO A OMS (1983) É A DOENÇA MANIFESTADA

CLINICAMENTE, RESULTANTE DE UM PROCESSO DE INFECÇÃO – MECANISMO

INFECCIOSA NA SUA OCLUSÃO.

• DOENÇA NÃO-INFECCIOSA: SÃO TODAS QUE NÃO RESULTAREM DE UM

PROCESSO INFECCIOSO. EX: H.AS., DIABETES, DISLIPIDEMIAS, ETC. SÃO

TAMBÉM CHAMADAS DE DOENÇAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS.

INFECÇÃO:

PENETRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO OU MULTIPLICAÇÃO DE UM AGENTE

INFECCIOSO NO ORGANISMO DE UMA PESSOA OU ANIMAL. INFECÇÃO NÃO

É SINÔNIMO DE DOENÇA INFECCIOSA. PODE OCORRER INFECÇÃO SEM

DOENÇA!

INFESTAÇÃO:

PODE OCORRER EM HOMENS E ANIMAIS E, REFERE-SE AO ALOJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E REPRODUÇÃO DE M.O. NA SUPERFÍCIE DO CORPO, SECREÇÕES ORGÂNICAS, VESTIMENTA, OBJETOS DE CONTATO, ETC...

DOENÇA CONTAGIOSA:

O TERMO REFERE-SE AO CONJUNTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS ONDE OS

AGENTES ETIOLÓGICOS ATINGEM OS INDIVÍDUOS SADIOS ATRAVÉS DO

CONTATO DIRETO COM OS INDIVÍDUOS INFECTADOS.

DOENÇA TRANSMISSÍVEL:

“ É QUALQUER DOENÇA CAUSADA POR UM AGENTE INFECCIOSO ESPECÍFICO, OU DE SEUS PRODUTOS TÓXICOS, QUE SE MANIFESTA PELA TRANSMISSÃO DESSE AGENTE OU DE SEUS PRODUTOS, DE UMA PESSOA, OU ANIMAL OU DE

UM RESERVATÓRIO INFECTADO – A UM HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL – DIRETA OU

INDIRETAMENTE POR MEIO:- HOSPEDEIRO INFECTADO INTERMEDIÁRIO;- DE NATUREZA VEGETAL OU ANIMAL OU- DE UM VETOR OU MEIO AMBIENTE INANIMADO.”

CAUSALIDADES:

► MEDIDAS DE CARÁTER PERMANENTE:

• MEIO AMBIENTE (POBREZA, RENDA, CULTURA, SANEAMENTO BÁSICO - ÁGUA

E REDE DE ESGOTO TRATADOS, ACESSO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA, NÍVEL

DE ESCOLARIDADE, VACINAÇÃO, AMPLIAÇÃO DAS CAMPANHAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO, ETC..)

► MEDIDAS DE CARÁTER EMERGENCIAL:

• CONTROLE DEFINITIVO DE ALGUMAS ENFERMIDADES (FEBRE TIFÓIDE,

CÓLERA, MALÁRIA, FEBRE AMARELA, DOENÇA DE CHAGAS, LEISHMANIOSE,

ESQUISTOSSOMOSE E OUTRAS VERMINOSES);

• COMBATE AOS AGENTES ETIOLÓGICOS;

• COMBATE ÀS CARÊNCIAS ESPECÍFICAS DE DETERMIANDOS NUTRIENTES.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS:

1. MANIFESTADA – AQUELA QUE APRESENTA TODAS AS CARACTERÍSTICAS

CLÍNICAS QUE LHES SÃO TÍPICAS (SINAIS E SINTOMAS CLÁSSICOS);

2. LATENTE – AQUELA DOENÇA QUE NÃO APRESENTA AINDA SUA

SINTOMATOLOGIA (FALA-SE EM FORMA SUBCLÍNICA OU

ASSINTOMÁTICA). **IMPORTÂNCIA: INDIVÍDUOS CONTAMINADOS PODEM

TRANSMITIR O AGENTE INFECCIOSO AOS SUSCETÍVEIS SEM SABER QUE

ESTÃO INFECTADOS.

3. FULM INANTE – CHAMADAS FORMAS AGUDAS, ONDE A DOENÇA

OCORRE DE FORMA EXTREMAMENTE GRAVE, RAPIDAMETNE E COM

COEFICIENTE DE LETALIDADE ELEVADO.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO:

É O INTERVALO DE TEMPO QUE DECORRE ENTRE A EXPOSIÇÃO A UM AGENTE

INFECCIOSO E O APARECIMENTO DE SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA

(MANIFESTAÇÃO). VARIA CONFORME:

- TIPO DE AGENTE ETIOLÓGICO (VIRAL, BACTERIANO, FÚNGICO, ETC)

- INTENSIDADE (GRAU DE VIRULÊNCIA DO AGENTE);

- FORMA DE TRANSMISSÃO;

- ESTADO ORGÂNICO DO SUSCETÍVEL (CONTAMINADA);

- SURGIMENTO (HORAS ATÉ MESES OU ANOS).

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE:

É O PERÍODO DURANTE O QUAL O AGENTE INFECCIOSO PODE SER

TRANSFERIDO, DIRETA OU INDIRETAMENTE, DE UMA PESSOA INFECTADA A

OUTRA SUSCETÍVEL, OU DE UM ANIMAL INFECTADO A UM HOMEM, OU DE UM

HOMEM INFECTADO A UM ANIMAL.

DOENÇAS DE ISOLAMENTO:

SÃO AS DOENÇAS QUE EXIGEM A SEPARAÇÃO DOS INDIVÍDUOS DOENTES, E DE

SEU ACOMPANHAMENTO (OBSERVAÇÃO) DURANTE O PERÍODO DE

TRANSMISSIBILIDADE DA DOENÇA, EM UM DETERMINADO LOCAL E

CONDIÇÕES QUE EVITEM A TRANSMISSÃO DIRETA OU INDIRETA DO AGENTE

INFECCIOSO A PESSOAS OU ANIMAIS SUSCETÍVEIS.

** DEPENDENDO DA FORMA DE TRANSMISSÃO DESSES AGENTES, AS

DOENÇAS REQUEREM DIFERENTES TIPOS DE ISOLAMENTOS:

EX:

1. TUBERCULOSE (ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO) – USO DE MÁSCARAS;

2. CÓLERA (ISOLAMENTO ENTÉRICO) – USO DE LUVAS PARA LIDAR COM AS

FEZES;

3. INFECÇÃO ESTAFILOCÓCCICA CUTÂNEA (ISOLAMENTO CUTÂNEO E

RESPIRATÓRIO) – USO DE LUVAS E CAPOTE NÃO-ESTÉRIL;

4. DIFTERIA (ISOLAMENTO TOTAL) – USO DE LUVAS, MÁSCARA, GORRO E

CAPOTE.

AGENTE INFECCIOSO:

É UM SER VIVO, BACTERIANO, VIRAL, FÚNGICO, PROTOZOÁRIO OU HELMÍNTICO

QUE, ATRAVÉS DE UMA DAS FORMAS QUE ASSUME NO SEU CICLO

REPRODUTIVO (ADULTO, LARVA, CISTO, OVO, ESPORO, ETC...), PODE SER

INTRODUZIDO (HOMEM OU ANIMAL VIVO), ONDE SERÁ CAPAZ DE SE

DESENVOLVER (MULTIPLICAR) E, DEPENDENDO DO MEIO AMBIENTE INTERNO E

EXTERNO DO NOVO HOSPEDEIRO – PODE GERAR OU NÃO UM ESTADO

PATOLÓGICO MANIFESTADO (DOENÇA INFECCIOSA OU TRANSMISSÍVEL).

OU BIOAGENTE PATOGÊNICO

EPIDEMIOLOGICAMENTE O QUE IMPORTA SOBRE ESTES AGENTES SÃO AS

PROPRIEDADES DE SUA

RELAÇÃO COM O HOSPEDEIRO• INFECTIVIDADE

• PATOGENICIDADE

• VIRULÊNCIA

• PODER INVASIVO

• PODER IMUNOGÊNICO

1. INFECTIVIDADE: CAPACIDADE QUE OS M.O. APRESENTAM DE PENETRAR E

DE SE DESENVOLVER NO NOVO HOSPEDEIRO, CAUSANDO INFECÇÃO. EX:

VÍRUS (ALTA INFECTIVIDADE), FUNGOS (BAIXA INFECTIVIDADE).

2. PATOGENICIDADE: É A QUALIDADE DO AGENTE INFECCIOSO DE, QUANDO

UMA VEZ INSTALADO NO ORGANISMO, DE PRODUZIR SINTOMAS E SINAIS

CLÍNICOS EM MAIOR OU MENOR PROPORÇÃO DENTRE OS HOSPEDEIROS

INFECTADOS. EX: VÍRUS DO SARAMPO (ALTA PATOGENICIDADE – UMA VEZ

INFECTADO, QUASE TODOS INDIVÍDUOS DESENVOLVEM RAPIDAMENTE,

SINTOMAS E SINAIS ESPECÍFICOS).

PATOGENICIDADE = X 100

Nº TOTAL DE INFECTADOS

CASOS DA DOENÇA

3. VIRULÊNCIA: É A CAPACIDADE DE UM AGENTE INFECCIOSO PRODUZIR

CASOS GRAVES OU FATAIS. EX: DOENÇAS INFECCIOSAS DE ALTA VIRULÊNCIA

INDICA UMA GRANDE PROPORÇÃO DE CASOS FATAIS OU GRAVES.

VIRULÊNCIA ESTÁ ASSOCIADA A ALGUMAS PROPRIEDADES DO AGENTE

INFECCIOSO. EX:

• ESTRUTURA BIOQUÍMICA (PRODUÇÃO DE TOXIMAS);

• CAPACIDADE DE MULTIPLICAÇÃO NO ORGANISMO INFECTADO;

• ESTADO ORGÂNICO DO SUSCETÍVEL.

4. PODER INFECTANTE: É A QUANTIDADE DO AGENTE ETIOLÓGICO

NECESSÁRIO PARA INICIAR UMA INFECÇÃO. VARIA CONFORME O GRAU DE

VIRULÊNCIA DO AGENTE E O GRAU DE SUSCETIBILIDADE (RESISTÊNCIA

ORGÂNICA) DO INFECTADO.

VIRULÊNCIA = X 100CASOS GRAVES OU FATAIS

TOTAL DE CASOS DA DOENÇA

5. PODER INVASIVO: É A CAPACIDADE QUE TEM O PARASITA DE SE DIFUNDIR (TECIDOS, FLUIDOS CORPORAIS, ÓRGÃOS) NO HOSPEDEIRO.

6. IMUNOGENICIDADE: OU PODER IMUNOGÊNICO – É A CAPACIDADE QUE APRESENTA O AGENTE INFECCIOSO PARA INDUZIR IMUNIDADE NO HOSPEDEIRO. EX: VÍRUS DA RUBÉOLA, SARAMPO, CAXUMBA DOTADOS DE ALTO PODER IMUNOGÊNICO (UMA VEZ INFECTADOS POR ESTES AGENTES, OS INDIVÍDUOS FICAM IMUNES POR TODA A VIDA).

HOPEDEIRO SUSCETÍVEL (OU INFECTADO)

DEFINIÇÃO: HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL – INDIVÍDUO (PESSOA OU ANIMAL) QUE,

EM CONDIÇÕES NATURAIS, PENETRADA (INFECTADA) POR AGENTES

INFECCIOSOS, CONCEDE SUBSISTÊNCIA A ESTES, PERMITINDO-LHE SEU

DESENVOLVIMENTO.

ESPÉCIE REFRATÁRIA – (PESSOA OU ANIMAL) QUE QUANDO PENETRADO

POR AGENTE INFECCIOSO, INVIABILIZA SEU DESENVOLVIMENTO OU

MULTIPLICAÇÃO.

EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS:

a) INDIVÍDUO SUSCETÍVEL OU INFECTÁVEL: É A PESSOA OU ANIMAL SUJEITOS

A UM A INFECÇÃO;

b) INDIVÍDUO RESISTENTE: É AQUELE QUE POR VIA DE ALGUM MECANISMO

NATURAL OU ATRAVÉS DE IMUNIZAÇÃO ARTIFICIAL, TORNOU-SE CAPAZ DE

IMPEDIR O DESENVOLVIMENTO, EM SEU ORGANISMO, DE AGENTES

INFECCIOSOS.

INDIVÍDUO INFECTADO X PORTADOR

- INDIVÍDUO INFECTADO: É A PESSOA OU ANIMAL QUE ALBERGA UM AGENTE INFECCIOSO E QUE APRESENTA MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA OU UMA INFECÇÃO INAPARENTE.

- PORTADOR: É O INDIVÍDUO INFECTADO (PESSOA OU ANIMAL), QUE ALBERGA UMA GENTE INFECCIOSO DE UMA DOENÇA, SEM APRESENTAR SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS, PORÉM CONSTITUINDO POTENTE FONTE DE INFECÇÃO. ESTADO DE PORTADOR PODE OCORRER: DURANTE UM ESTÁGIO DE INFECÇÃO INAPARENTE, OU DURANTE O PERÍODO DE INCUBAÇÃO, OU FASE DE CONVALESCENÇA E PÓS-CONVALESCENÇA.

PROPRIEDADES RELATIVAS AO HOSPEDEIRO:

RESISTÊNCIA

É O SISTEMA DE DEFESA COM O QUAL O ORGANISMO IMPEDE A DIFUSÃO OU

A MULTIPLICAÇÃO DE AGENTES INFECCIOSOS QUE O INVADIRAM, OU AOS

EFEITOS NOCIVOS DOS SEUS PRODUTOS TÓXICOS. VARIÁVEIS

DEPENDENTES:a) ESTADO NUTRICIONAL

b) INTEGRIDADE DA PELE E MUCOSA;

c) CAPACIDADE DE REAÇÃO E ADAPTAÇÃO FRENTE A AÇÃO DE ESTÍMULOS DO MEIO;

d) FATORES GENÉTICOS (HEREDITARIEDADE);

e) ESTADO ATUAL DE SAÚDE “PLENA”;

f) ESTRESSE PSÍQUICO-MENTAL, EMOCIONAL E/OU FÍSICO E;

g) ESTADO IMUNOLÓGICO (IMUNIDADE ESPECÍFICA)

SUSCETIBILIDADE

INDIVÍDUO SUSCETÍVEL – É AQUELE QUE NÃO POSSUI RESISTÊNCIA A DETERMINADO AGENTE PATOGÊNICO, E PODE CONTRAIR E MANIFESTAR O PROCESSO PATOLÓGICO, QUANDO EM CONTATO COM O AGENTE.