aula 2 - curso de comunicação e redação científica

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Curso de Comunicação e Redação Científica Centro Técnico de Documentação Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Maio/2016 Dr. Lilian N. Calò Comunicação Científica em Saúde BIREME/OPAS/OMS [email protected]

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Page 1: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Curso de Comunicação e Redação Científica

Centro Técnico de Documentação

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Maio/2016

Dr. Lilian N. Calò Comunicação Científica em Saúde

BIREME/OPAS/OMS [email protected]

Page 2: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

5° aula • Avaliação de periódicos científicos • Índices de impacto

...”Deveria causar surpresa o fato de que o uso de um indicador torne elegível um ou outro autor apenas com base no FI, ...e que é mais importante saber onde ele publicou do que ler seu trabalho”

Se seu índice h for maior que 10 você entra, caso contrário…

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Comunicação científica

• Componente essencial do processo de pesquisa: visibilidade e reconhecimento da propriedade intelectual • Publish or perish • O que não conheço não é conhecimento (Bordieu, 1930-2002, filósofo francês)

• O que não está online não existe • Informação para a comunidade acadêmica, validada por seus pares

• Instrumentos para a comunicação científica:

• Cartas e comunicações pessoais entre autores • Conferencias e debates • Revistas científicas • Livros

• A forma da comunicação depende do tipo de informação e da audiência

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Fluxo da comunicação científica no ambiente eletrônico

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Atividades relacionadas com a publicação científica

• Redação do manuscrito: redação científica, formatos, standards, normas éticas

• Canais de transmissão: seleção do veículo apropriado para disseminar a informação, público-alvo, idioma, alcance geográfico

• Avaliação: peer-review, inclusão em bases de dados; medidas de impacto, uso e download; novas métricas,

• Publicação e difusão: periódicos impressos, online, conferencias, blogs, twitter, redes sociais, fóruns online,

etc.

Page 6: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Avaliação da Produção Científica

• É importante avaliar a produção científica para traduzir os resultados de pesquisa em programas e políticas públicas e saber o que é relevante;

• Indicadores de impacto científico: Fator de Impacto, Scimago Journal

Rank, Eigenfactor, Indice h, medidas de uso e download, altmetrics, novas métricas;

• Indexação em bases de dados regionais e internacionais: Scopus,

LILACS, SciELO, MEDLINE, Web of Science, JCR; • Redes sociais na avaliação de impacto

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Fator de Impacto

• Utiliza a base Web of Science (Thomson Reuters)

• FI = Citações recebidas / numero de artigos • É calculado em base a 2 ou 5 anos para efeito de comparação de áreas com distintos parâmetros de citação Por exemplo, FI de NEJM em 2008: Citações recebidas em 2008 a artigos publicados em 2007 e 2008: 32.311 Artigos publicados em 2007 e 2006: 646 Resultado: 32.311/646 = 50,017 = Fator de Impacto do NEMJ

• Críticas ao FI: É impreciso, pois o que conta no numerador não é levado em conta no

denominador; Existem artifícios para aumentar o FI de periódicos, como artigos de

revisão, editoriais de impacto que serão muito citados e outros; Disponível em uma base de dados de acesso restrito (pago)

www.isiknowledge.com/ - disponível no Portal Capes

• Por que é tão popular? Por ter sido o pioneiro, por ser simples de calcular • DORA (Declaration on Research Assessment)

Page 8: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

SCImago Journal Rank

• SCImago Journal Rank é uma medida de impacto científico das revistas acadêmicas que representa o número de citações recebidas por uma revista e a importância ou prestigio das revistas de onde tais citações provem;

• Utiliza a base de dados Scopus (criada em 2004, registra dados desde 1997) e acumula citações em 3 anos;

• Toma por base o algoritmo PageRank, utilizado pelo Google para ordenar as páginas mais visitadas em uma busca;

• É um indicador independente de tamanho e seus valores ordenam os periódicos pelo seu "prestigio médio por artigo" e pode ser utilizado para comparações de revistas nos processos de avaliação em ciências;

• Disponível em uma base de dados em acesso aberto, http://www.scimagojr.com/ apesar da base Scopus

depender de assinatura.

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Fonte: Rocha e Silva, M. – SciELO - II Seminário de Avaliação do Desempenho dos Periódicos Brasileiros no JCR 2010

Page 10: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Eigenfactor

• Eigenfactor utiliza mesmo algoritmo PageRank do classificador de páginas do

Google;

• O sistema de classificação de periódicos utilizando Eigenfactor leva em conta a

diferença de prestigio entre os periódicos que citam;

• Eigenfactor também se ajusta para diferenças de padrões de citação entre

disciplinas, permitindo comparar desempenhos entre elas utilizando o mesmo

índice. Baseia nas citações recebidas em um período de cinco anos.

• Outra particularidade de Eigenfactor: diferente do fator de impacto, unifica e

contabiliza citações em revistas nos campos de ciências e ciências sociais;

• Elimina autocitações. São descontadas cada referencia de um artigo em uma

revista a outro artigo da mesma revista.

• Utiliza a base de dados Web of Science. O cálculo matemático foi idealizado de

forma que a soma de Eigenfactor de todos os periódicos indexados no JCR seja

igual a 100.

• O índice Eigenfactor se encontra disponível em acesso aberto (www.eigenfactor.org) e também no site de Web of Science (mediante assinatura)

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Article Influence

• O Article Influence de um determinado periódico é a medida do prestigio deste periódico por artigo. É calculado por meio da divisão do Eigenfactor pela fração de artigos publicados pelo periódico. Esta fração se normaliza, para que a soma total de artigos em todos os periódicos seja igual a 1;

• Assim, enquanto o Eigenfactor leva em conta toda a rede de citações recebidas nos últimos cinco anos por todos os artigos do periódico, Article Influence é uma medida do prestigio deste periódico tendo por base as citações por artigo;

• O valor médio do Article Influence é igual a 1.00. Valores maiores que 1 indicam que cada artigo no periódico exerce una influencia acima da media e valores menores que 1 indicam que cada artigo do periódico em questão exerce influencia abaixo da media;

• O índice Article Influence encontra-se disponível em acesso aberto www.eigenfactor.org e também no site de Web of Science.

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Índice h

• Idealizado pelo físico norte-americano JE Hirsch (2005) Proc. Natl. Acad. Sci. USA vol. 102 (46) 16569-16572;

• É um índice para quantificar a produtividade científica de um pesquisador, departamento o instituição;

• Índice h é definido como o número de publicações com citações > h;

• Este índice normaliza as diferentes áreas de conhecimento;

• Um autor com 20 publicações com 20 citações cada tem um índice h igual a 20.

• É possível calcular o índice h de una revista. Uma publicação tem índice h 50 se tiver 50 artigos com 50 citações cada.

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Bases de Dados

• Permitem organizar e catalogar as revistas; • Realizar buscas por assunto, autor, periódico,

palavras-chave; • Sua função primordial é separar os periódicos

tendo como critério a qualidade dos artigos publicados;

• Os critérios variam pouco entre as varias bases

regionais e internacionais; • Para que sejam mais representativas, as bases

não devem indexar a totalidade dos periódicos, e sim os mais representativos.

28 anos

Page 16: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Lei de Bradford/Lei de Pareto

• Um número relativamente pequeno de revistas de cada especialidade publica a maior parte dos resultados científicos significativos;

• 2000 revistas correspondem a 85% dos artigos publicados e 95% dos artigos citados

• Esta fração de periódicos não é fixa, uma constante reavaliação

e indexação de novas revistas é necessária.

Page 17: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Representatividade da produção científica da AL&C e outras regiões na WoS

Page 18: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Possíveis causas para a queda de qualidade das publicações brasileiras

Publish or perish e/ou get cited or perish • Dados fraudados; • Plágios e autoplágios; • Coautoria fictícia; • Compadrio de citações; • Divisão de trabalhos em LPU (Least Publishable Unit) • Desincentivo à produção de livros didáticos; • Desincentivo ao ensino com qualidade e trabalho de

extensão; • Desperdício de talentos; • Perda de credibilidade da comunidade científica; • Critérios de avaliação da produção científica dos cursos de

pós-graduação baseada em FI

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Comparação entre critérios de Bases de Dados

(*) International Committee of Medical Journal Editors – Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals (http://www.icmje.org/)

Page 20: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Influencia da área de pesquisa nas citações recebidas

Fonte: Halevi G, Moed HF. Ten years of research impact: top cited papers in Scopus 2001-2011. Research Trends 38, 2014. Available from: http://www.researchtrends.com/issue-38-september-2014/10-years-of-research-impact/

Page 21: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Avaliação Qualis-CAPES

Fontes: http://www.capes.gov.br/ http://qualis.capes.gov.br/

Page 22: Aula 2 - Curso de Comunicação e Redação Científica

Revista de Saúde Pública – FSP-USP FI (JCR, WoS) = 0.733 SJR = 0.58 Citações/doc (SJR) = 0.86 Índice h = 52 (h5 = 33) Estratos Qualis-CAPES:

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Produtividade versus produtivismo científico

• O que se publica tem maior ou menor valor dependendo do veículo no qual se publica, independentemente do seu valor intrínseco

• “Publique para existir e seja citado para não desaparecer ou ser esquecido”

Professor Assistente Professor Associado Professor Titular

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Redes Sociais na Comunicação Científica

“Rede social é uma estrutura social compota por atores (indivíduos ou organizações) e as ligações entre estes atores. A perspectiva da rede social fornece uma forma simples de analisar a estrutura de entidades sociais inteiras” Fonte: Rede social. Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social#Refer.C3.AAncias

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Redes Sociais mais populares Blogs - (web logs) conteúdo gerado por usuários, têm sido usados desde o final de

1990 para promover discussões online. Adotados pelos cientistas para se comunicar e promover discussões públicas sobre resultados de pesquisa. Nature , PLoS , Scientific American e a iniciativa Ciência Blogs criaram blogs de sucesso. Twitter - microblog criado em 2006 para permitir a comunicação por sms , limitado a 140 caracteres. Tornou-se uma poderosa ferramenta para se comunicar e compartilhar informação durante crises política ou desastres através de telefones celulares. Facebook - Serviço lançado em 2004 , inicialmente projetado para ser compartilhado entre alunos da Universidade de Harvard. É a maior rede social do mundo, hoje, com mais de um bilhão de usuários , a maioria deles por meio de dispositivos móveis. Seu uso na comunicação científica inclui editoras, revistas pesquisadores, estudantes e público em geral com o objetivo de marketing, promover a discussão e uma avaliação ampla dos conteúdos publicados. LinkedIn - Fundada em 2002 , é um site de rede social para as pessoas em ocupações profissionais. Ele relata mais de 170 milhões de usuários em mais de 200 países

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Mídias Sociais Aplicativos com base na Web 2.0 que permitem a criação e intercâmbio de conteúdos Imagens • Flickr • Instagram • Pinterest • 500px • Picasa Vídeo/Áudio • Youtube • Vimeo

• G+ (Google)

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Redes sociais e comunicação científica • Pesquisadores estão expostos à quantidades crescentes

de informação científica publicada • Redes sociais podem ser usadas para selecionar

informação relevante como filtros de conteúdo • Redes sociais estão sendo usadas para recomendar,

compartilhar e avaliar artigos e outros conteúdos científicos expondo à sociedade discussões antes restritas à comunidade científica

• As redes sociais promovem interação entre todos os atores envolvidos na comunicação científica: casas editoriais, editores, autores, leitores, e pareceristas, levando à ações cooperativas

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Redes sociais como ferramenta na comunicação científica

• Redes sociais oferecem novas perspectivas para medir

impacto científico • Redes sociais fornecem novas possibilidades na

comunicação científica criando formas de disseminação de conteúdos que catalisam o processo de publicação e avaliação

• Redes sociais aproximam a ciência de seu público-alvo encorajando a publicação em acesso aberto e traduzindo conteúdos complexos para o público leigo

• As redes sociais encorajam a construção de novas redes e unem pesquisadores, editores, estudantes e instituições acadêmicas.

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Redes Sociais e impacto científico

• Métricas existentes baseadas em citações tem limitações conhecidas

• “Menos da metade dos artigos acadêmicos publicados são citados uma vez ou mais, ou seja, quando discutimos citação como referência para o uso do artigo, invariavelmente deixamos de lado pelo menos metade da pesquisa que é feita no mundo” (Entrevista com Atila Iamarino. SciELO em Perspectiva. [viewed 07 May 2014]. Available from: http://blog.scielo.org/blog/2013/11/29/entrevista-atila-iamarino/)

• Redes sociais podem ser usadas para prever impacto científico. Por ex. Tweets podem antecipar se um artigo será altamente citado depois de três dias de sua publicação

• Altmetric indica o impacto de um artigo com base em sua disseminação em redes sociais; indicador é atualizado constantemente

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Movimento Open Data (Dados Abertos)

• Acesso aberto; software livre, Creative Commons >> open data • Não mais “se” e sim, “como” • Informação na forma de dados digitais em AA para consulta,

compartilhamento, análise, revisão, reprodução, etc. • Setores da educação, economia, produtos de consumo, dados

sobre clima, saúde, serviços financeiros, etc. • Na área científica: disponibilizar e interoperar dados que deram

origem à uma publicação em repositórios para livre acesso, sob licença CC

• Vantagens: Permitir a maior reprodutibilidade dos resultados Dar crédito a quem gerou os dados, por ser arbitrados e

citáveis Prover maior transparecia à pesquisa científica, limitando

práticas antiéticas • Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp –

lançado em 24/11/2015

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Bibliografia • Coimbra Jr CEA. Produção Científica em saúde pública e as bases

bibliográficas internacionais. Cad.Saúde Pública. 1999;15(4)883-888 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1999000400022&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

• SEGLEN, P.O. Why the impact factor of journals should not be used for evaluating research. BMJ, February 1997, p. 314-497

• Declaração de São Francisco sobre Avaliação em Pesquisa (DORA) - http://am.ascb.org/dora/

• SciELO Citation Index no Web of Science. SciELO em Perspectiva. http://blog.scielo.org/blog/2014/02/28/scielo-citation-index-no-web-of-science/

• Autores cujo idioma nativo não é o inglês e editores, avaliam dificuldades e desafios para publicar em periódicos internacionais. SciELO em Perspectiva http://blog.scielo.org/blog/2014/05/19/autores-cujo-idioma-nativo-nao-e-o-

ingles-e-editores-avaliam-dificuldades-e-desafios-para-publicar-em-periodicos-internacionais/

• Países em desenvolvimento liderados pela China ameaçam domínio norte-americano na ciência. SciELO em Perspectiva http://blog.scielo.org/blog/2014/04/17/paises-em-desenvolvimento-liderados-

pela-china-ameacam-dominio-norte-americano-na-ciencia/

• Você compartilha, eu curto e nós geramos métricas. SciELO em Perspectiva. http://blog.scielo.org/blog/2013/08/08/voce-compartilha-eu-curto-e-nos-

geramos-metricas/