comunicação científica - caipiras

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Comunicação Científica Festa de Silveiras: retrato da cultura tropeira Daira Renata Martins Botelho Jornalista – graduada pela Unesp de Bauru GRUPO DE TRABALHO 4: CULTURA CAIPIRA RESUMO O movimento tropeiro esteve presente em várias cidades do Vale do Paraíba, entre elas a cidade de Silveiras – interior de São Paulo, que teve sua formação através de um rancho de tropas que se instalou na região. As marcas dessa história são muito profundas e podem ser encontradas na cidade até os dias de hoje, tanto em sua estrutura física, quanto na memória e nos eventos que Silveiras promove para manter viva a tradição. A cidade abriga a Fundação Nacional do Tropeirismo e realiza há 29 anos a Festa do Tropeiro que é a forma de comunicação com o restante da região e com as pessoas que por lá passam. Comunicação essa feita para não deixar que o tempo apague as marcas das tropas, fundadoras da cidade. A folkcomunicação compreende essa festa de modo que suas tradições são perpetuadas ao longo do tempo, levando os costumes, modo de vida, culinária e história a milhares de pessoas ao longo dos anos.

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Trabalho apresentado no Congresso De Folkcomunicação.

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Page 1: Comunicação Científica - Caipiras

Comunicação Científica

Festa de Silveiras: retrato da cultura tropeira

Daira Renata Martins Botelho

Jornalista – graduada pela Unesp de Bauru

GRUPO DE TRABALHO 4: CULTURA CAIPIRA

RESUMO

O movimento tropeiro esteve presente em várias cidades do Vale do Paraíba, entre elas

a cidade de Silveiras – interior de São Paulo, que teve sua formação através de um rancho de

tropas que se instalou na região. As marcas dessa história são muito profundas e podem ser

encontradas na cidade até os dias de hoje, tanto em sua estrutura física, quanto na memória e

nos eventos que Silveiras promove para manter viva a tradição.

A cidade abriga a Fundação Nacional do Tropeirismo e realiza há 29 anos a Festa do

Tropeiro que é a forma de comunicação com o restante da região e com as pessoas que por lá

passam. Comunicação essa feita para não deixar que o tempo apague as marcas das tropas,

fundadoras da cidade. A folkcomunicação compreende essa festa de modo que suas tradições

são perpetuadas ao longo do tempo, levando os costumes, modo de vida, culinária e história a

milhares de pessoas ao longo dos anos.

Para mostrar a crescente evolução da festa, foi utilizada a imprensa do Vale do

Paraíba, que noticiou os acontecimentos e as novidades surgidas em determinadas edições,

bem como a adequação e aumento da festa quando se julgou necessário.

PALAVRAS-CHAVE

Folkcomunicação, tropeirismo, tradição, Silveiras.

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Introdução - Um “tiquinho” da história

O tropeirismo no Brasil data do século XVII, surgido praticamente na mesma época

dos bandeirantes. Diferentemente dos bandeirantes, que surgiram com o objetivo de lutar

contra indígenas rebeldes e recuperar escravos fugidos, os tropeiros tem em comum com seus

contemporâneos o aspecto desbravador de suas jornadas.

Ao invés de ir em busca de metais preciosos, os tropeiros tinham por finalidade fazer

comércio entre as vilas que começavam a se instalar pelo território brasileiro. Tendo seu

pioneirismo nas cidades de Taubaté, Sorocaba, Viamão, Santana do Parnaíba e São Vicente.

A economia da época foi intensificada por esses cavaleiros, que tiveram um papel

extremamente importante no transporte de alimentos e metais preciosos, além da

disseminação de idéias e notícias entre as aldeias e comunidades emergentes, contribuindo,

assim, para a formação cultural dos paulistas.

Cristiane Maria Magalhães1 em seu artigo “Na rota dos caminhos da Estrada Real e dos

tropeiros” exemplifica a contribuição dos tropeiros para a época:

Pela Estrada Real não atravessavam apenas metais preciosos, durante o

boom aurífero, mas toda sorte de alimentos, armas, pólvora, aguardente,

ferramentas, roupas, remédios, correspondências, informações e produtos trazidos

da Europa, carregados pelas tropas de muares, guiadas pelos tropeiros2.

No site Kinema – Projeto Mídia3, coordenado pela diretora da OSCIP Vale a Pena4,

Patrícia de Oliveira Ramos5, encontramos um breve histórico da passagem desses cavaleiros

pelo Brasil, destacando a grande contribuição para com a cultura do país.

“Foi ele, o tropeiro, quem levou pro todo o Brasil por séculos, as

informações básicas da nossa identidade cultural. Carregando nos braços e nos

1 Mestre em História da Cultura pela FAFICH / UMG2Cristiane Maria Magalhães explora os caminhos feitos pelos tropeiros através da Estrada Real, nome dado aos caminhos de propriedade da Coroa que, durante muito tempo, foram as únicas vias de acesso autorizadas para as jazidas; questionando também quem eram os tropeiros que por ela circulavam. In: “Na rota dos caminhos da Estrada Real e dos tropeiros”, p. 4. – Cadernos de Pesquisa da CDHIS – n. 36/37 – ano 20 – p. 111-117 – 2007. Endereço eletrônico: http://66.102.1.104/scholar?q=cache:goyRVVn_WfAJ:scholar.google.com/+tropeiros&hl=pt-BR3 http://www.valeapena.org.br/kinema/index.html4 A OSCIP Vale a Pena tem sua sede na cidade de Queluz, interior de São Paulo, e integra o movimento de transformação do Vale do Paraíba em uma região sustentavelmente mais desenvolvida. Por meio do desenvolvimento de Projetos nas áreas de Educação, Meio Ambiente, Cultura e Geração de Renda, a OSCIP Vale a pena pretende contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região, bem como para o fortalecimento da cultura local. Home Page: http://www.valeapena.org.br/5 Patrícia de Oliveira Ramos é Fonoaudióloga e Educadora, mestre em linguagem pela PUC-SP.

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lombos de seus animais a nossa produção e com ela a divulgação de nossos

costumes. Esta caracterização é importante ao se falar ou pesquisar sobre

culinária típica brasileira, ou sobre os sistemas de transportes ou comunicações;

pratos regionais gaúchos são semelhantes aos mineiros ou nordestinos, apenas

raras mudanças na apresentação, temperos ou nos nomes, como jamais poderemos

ignorar que os tropeiros foram os primeiros carteiros e responsáveis pela

distribuição de toda produção e automaticamente da viabilização da economia6.”

O começo do declínio do tropeirismo aconteceu a partir da segunda metade do século

XIX, com a construção das estradas de ferro. “... os tropeiros começaram a perder a sua

principal função”, constata Cristiane Maria Magalhães7.

Apesar de ter suas origens em várias cidades, as tropas chegaram e são,

inegavelmente, parte da história do Vale do Paraíba, já que era o caminho utilizado para que

as preciosidades de Minas Gerais pudessem chegar ao porto no Rio de Janeiro.

Em sua tese de doutorado, a pesquisadora Maria Isabel Basilisco Célia Danieli

investiga os aspectos econômicos entre os séculos XVII e XIX e dedica um subtítulo de seu

trabalho ao Vale do Paraíba relatando a importância da região.

“Durante os séculos XVII e principalmente no XVIII, essa plaga paulista

teve importância fundamental como entroncamento de caminhos e estradas para se

atingir os mercados das capitanias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A viagem

por essa área durante a época de maior produção de ouro das minas era

praticamente obrigatória e feita pelo chamado “caminho velho”. O traçado do

caminho era muito irregular e certamente derivado de alguma antiga picada

aberta por índios e que passou a ser utilizado pelos colonizadores, bandeirantes e

posteriormente, tropeiros8.”

Dessa movimentação de tropeiros pelas terras do Vale do Paraíba, as tropas iam

montando acampamentos que se transformavam em grandes ranchos de famílias que aos

poucos acabavam se instalando ao longo dos caminhos percorridos. Silveiras tem em sua

história essa página, pois ela nasceu a partir de um rancho de tropas, o da família Silveira –

partindo daí também o nome para a cidade.

6 http://www.valeapena.org.br/kinema/silveiras/tropeiro.html7 In: “Na rota dos caminhos da Estrada Real e dos tropeiros”, p. 4.8 “Economia Mercantil de Abastecimento e Rede Tributária: São Paulo, Séculos XVIII e XIX”, p.65. Tese de doutorado defendida em 19/12/2006 na Universidade Estadual de Campinas / Instituto de Economia.

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A implantação da Vila de Silveiras só aconteceu em 1.844 devido à Revolução Liberal

de 1.842, da qual região foi palco de dolorosos combates. Depois de reconstituída, Silveiras

para ao status de cidade em 1.864. Atualmente seu território é de 414,7 Km² e população de

5.372 habitantes9.

Por estar sempre em meio aos acontecimentos que acometiam a região Valeparaibana,

Silveiras assumiu uma postura firme em relação à história dos tropeiros que durante

aproximadamente dois séculos passaram por suas ruas carregando muitas histórias no lombo

de mulas.

Tentativa de resgate

O processo de comunicação fez com que os habitantes da cidade mantivessem e

conservassem os costumes das tropas até os dias de hoje. A tentativa de manter viva na

memória e nas ruas de Silveiras a cultura tropeira mostra, por meio da folkcomunicação e das

palavras de Luiz Beltrão como o povo, através da simplicidade e sem contar com os meios de

comunicação de massa, não deixa que os anos apaguem a cultura.

“Para a própria informação e instrução valem-se, preferentemente, de

canais interpessoais diretos: as conversas, o relato de causos e estórias, a

transmissão de conhecimentos e normas de conduta tradicionais, através dos pais,

parentes, membros mais velhos e experientes da comunidade, dos seus próprios

líderes que os aconselham e orientam, de alguns missionários ou pregadores

leigos carismáticos, que adquiriram sua confiança.10”

A cultura tropeira foi se enraizando na cidade assim como seus antigos casarões, o

rancho que fica no centro da cidade, as histórias que foram passadas de pais para filhos. Essas

mediações e processos de perpetuação da cultura podem ser exemplificados pelas palavras de

Antônio Augusto Arantes:

Em se tratando de vida social, a cultura (significação) está em toda parte. Todas

as nossas ações, seja na esfera do trabalho, das relações conjugais, da produção

econômica ou artística, do sexo, da religião, das formas de dominação e de

9 Dados disponíveis no site da Câmara Municipal da cidade de Silveiras: http://www.cmsilveiras.sp.gov.br/dados_gerais.htm10 BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. p. 42.

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solidariedade, tudo nas sociedades humanas é constituído segundo os códigos e as

convenções simbólicas a que denominamos “cultura”11.

Essa cultura a que se refere Antônio Augusto Arantes pode ser encontrada nos mais

velhos moradores da cidade, mas também nos mais jovens, inclusive nos turistas que vão até a

cidade justamente para conhecê-la e prestigiá-la.

A utilização da comunicação informal é citada por Américo Pellegrini Filho e Yolanda

Lhullier dos Santos no livro “Antropologia & Folclore”, nele, os autores atribuem à oralidade

e informalidade a perpetuação das tradições.

“... se trata de manifestações também de domínio coletivo, cuja

transmissão não depende dessas mídias sofisticadas mas é feita pessoa a pessoa

(contatos interpessoais) ou grupo a grupo (contatos intergrupais); ouvir e repetir,

ver e aprender. Aqui, a observação direta e a participação assumem grande

importância. Por isso se diz que a transmissão do folclore se dá por via

informal12.”

O esforço para manter viva a tradição tropeira em Silveiras partiu de um grupo de

silveirenses que, no final da década de 70, decidiu se reunir e colocar em prática idéias para

tentar preservar e mostrar para os mais jovens a cultura tropeira, com todos os costumes,

comida, tradições.

Silveiras procurou consolidar-se como um grande centro do tropeirismo, com o

objetivo de se tornar referência nas tradições. Para tanto, em 1.986 foi criada a Fundação

Nacional do Tropeirismo que desde então realiza eventos dedicados ao tropeirismo, orienta

pesquisadores e propaga o turismo cultural, regional e ecológico.

O espaço físico utilizado para abrigar a Fundação Nacional do Tropeirismo é um

casarão do século XIX que fica no centro da cidade. Na fundação funciona um restaurante

com culinária típica, uma hospedaria com 32 leitos, biblioteca e museu do tropeiro, há um

espaço para eventos e exposições como as dos artesanatos produzidos na cidade.

A instituição também promove cursos, encontros e festivais, como podemos constatar

pela matéria do Jornal Valeparaibano “Fundação do Tropeirismo faz festival gastronômico do

Icá13”:

11 ARANTES, Antônio Augusto. O que é cultura popular. p. 34.12 FILHO, Américo Pellegrini e SANTOS, Yolanda Lhullier dos. Antropologia & Folclore. p. 33.13 Matéria publicada em 14 de novembro de 2001. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/2001/11/14/turismo/aica.html

Page 6: Comunicação Científica - Caipiras

Toda a cidade estará envolvida no evento. As crianças principalmente,

com a caçada do içá vermelho, encontrado pela manhã e o içá preto, caçado à

tarde.

PALESTRAS – Serão realizadas palestras no sábado e no domingo, às

10h30, nas salas de aula da Fundação Nacional do Tropeirismo, que foi toda

decorada com o tema.

Além de lendas, como a paixão do “bitu” (o macho) pela fêmea da formiga

saúva, serão lembradas as antigas receitas (“como a da farofa, a paçoca, etc) e

sugeridas outras novas, por gourmets regionais e de tradicionais famílias da

região Valeparaibana”.

O jornal Pinda Vale em sua seção de gastronomia também se refere ao mesmo Festival

do Içá que aconteceu em 2008.

“No Vale Histórico, é famoso o 'Festival Gastronômico do Içá, em

Silveiras, promovido pelo Casarão do Tropeiro e Fundação Nacional do

Tropeirismo, que serve, além de outros 22 pratos típicos, o prato de Tanajura

(formiga alada), uma gostosa iguaria, segundo aqueles que já provaram.14”

Essa é uma das formas de resgatar a cultura do tropeiro juntamente com a sua história.

Luiz Beltrão já dizia que “as classes populares têm assim meios próprios de expressão e

somente através deles é que podem entender e fazer-se entender15.” Por isso tentar cada vez

mais levar até a população e aos turistas a maior quantidade de informação acerca das

tradições dos tropeiros e da região do Vale do Paraíba.

Festa do Tropeiro - divisor de águas

A famosa festa de Silveiras é realizada todos os anos desde 1.980 e tem como objetivo

resgatar o modo de vida e os hábitos dos tropeiros dos séculos passados que acabaram por

fundar a cidade. Cada pessoa que passa pela festa e, até mesmo, pela cidade, consegue

14 Matéria publicada em 29 de setembro de 2008 – “Içá: Segundo Lobato, o caviar do valeparaibano”, por Ocimar Barbosa. Endereço Eletrônico: http://www.pindavale.com.br/sitesvale/noticias.asp?id=7114&cod=8 15 BELTRÃO, Luiz. Comunicação e Folclore: Um estudo dos agentes e dos meios populares de informação de fatos e expressão de idéias. p. 47.

Page 7: Comunicação Científica - Caipiras

enxergar resquícios da história que são contados por seus casarões, ranchos e manifestações

culturais.

Em seu artigo “Folkcomunicação: mediação, midiação ou midiatização”, Daniel

Galindo16 cita o processo comunicacional que pode exemplificar a troca de informações vista

em Silveiras.

“Comunicar é efetivamente promover participações comuns entre os

envolvidos no processo comunicacional, participações essas carregadas de

significações, afinal estabelecem-se os elementos vitais ao processo, ou seja, uma

mensagem é distribuída por meio de um veículo, ambos necessariamente comuns

ao pólo emissor / receptor, podendo a partir deste processo simplificado,

desencadear um processo de trocas, contínuas ou não, de informações /

impressões / idéias / volições, caracterizando-se assim o fluxo comum ou o

intercâmbio entre pólos em estado de interação.17”

Em seu livro O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro se refere a manifestações como essa

como expressões da cultura de um povo.

A história, na verdade das coisas, se passa nos quadros locais, como

eventos que o povo recorda e a seu modo explica. É aí, dentro das linhas de

crenças co-participadas, de vontades coletivas abruptamente eriçadas, que as

coisas se dão.18”

Essa cultura que o tropeiro construiu e deixou como legado para os habitantes da

cidade é muito estimada pelos silveirenses e a Festa do Tropeiro foi a forma encontrada para

mostrar aos que não conhecem e para imortalizá-la.

Mais uma vez afirmando a informalidade que podemos atribuir à criação e visibilidade

da Festa do Tropeiro, José Marques de Melo cita Luiz Beltrão (“O ex-voto como veículo

jornalístico” – ensaio monográfico) em seu artigo um dos fundamentos básicos da

folkcomunicação que reitera o caráter tradicional do acontecimento.

“Não é somente pelos meios ortodoxos – a imprensa, o rádio, a televisão,

o cinema, a arte erudita e a ciência acadêmica – que, em países como o nosso, de

16 Daniel Galindo é professor do Programa de Pós Graduação da Universidade Metodista de São Paulo.17 In: “Folkcomunicação: mediação, midiação ou midiatização”. p. 3.18 RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. p. 269

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elevado índice de analfabetos e incultos, ou em determinadas circunstâncias

sociais e políticas, mesmo nas nações de maior desenvolvimento cultural, não é

somente por tais meios e veículos que a massa se comunica e a opinião se

manifesta.19”

O crescimento da Festa do Tropeiro nos últimos 12 anos: 1.997 - 2008

A dimensão que o evento atingiu na cidade de Silveiras é consideravelmente notável.

Apesar de não ter grande visibilidade na imprensa nacional, a festa está presente na maioria

dos jornais da região do Vale do Paraíba.

A evolução da festa será comprovada pelos jornais, em sua maioria exemplares do

Valeparaibano: jornal de circulação diária nos municípios do Vale do Paraíba, Serra da

Mantiqueira e Litoral Norte no Estado de São Paulo.

Tendo seu início no último final de semana do mês de agosto do ano de 1.980, neste

ano a festa realizará sua 29° edição. Inicialmente as festividades eram realizadas somente no

último final de semana de agosto.

No primeiro ano do período analisado, podemos constatar a estimativa de visitantes

esperados para a festa de acordo com a matéria “Festa do tropeiro deve reunir 20 mil”:

“Termina amanhã em Silveiras a 17ª edição da Festa do Tropeiro, uma

das mais tradicionais do Vale do Paraíba. O tema do evento em 97 é a

religiosidade. A organização do evento está estimando que mais de 20 mil pessoas

visitem o município histórico durante este fim-de-semana. As ruas centrais da

cidade estão interditadas desde quinta-feira para veículos. As barracas de comidas

típicas e palcos já estão montados na Praça da Matriz.20”

No entanto, como o crescimento da procura dos turistas e da população das cidades

vizinhas em geral, o ano de 1.998 teve uma importante inovação: a festa passaria a ser

realizada em todos os finais de semana do mês de agosto, como podemos verificar neste

trecho da matéria “Tradicional Festa do Tropeiro acontece em agosto em Silveiras”.

19 In: “Folkcomunicação: contribuição brasileira à teoria da comunicação. No livro: Folkcomunicação: Resistência cultural na sociedade globalizada. p. 16.20 Matéria publicada no dia 30 de agosto de 1.997, por Fabio Zambeli. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/1997/08/30/fv/tropeiro.html

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“A Festa do Tropeiro de Silveiras é a mais tradicional da cidade e reuniu

no ano passado 30 mil turistas no último final de semana de agosto. A previsão é

de que este ano o evento seja ampliado para todos os finais de semana do mês.

O oficial de gabinete da prefeitura, Antônio de Santa Terezinha Maciel,

disse que a festa está crescendo a cada ano e que por isso já há a necessidade de

ampliar os dias de festa.21”

No mesmo ano, Estela Mari Vesaro22 publica outra matéria confirmando o aumento

dos dias de festa e a agenda do evento. Podemos observar que aumentou para 30 mil a

estimativa de público para o evento. A manchete é “Silveiras vira capital do tropeirismo” e a

matéria traz também toda a programação da festa naquele ano.

“Shows musicais, torneio leiteiro, folia de reis, festival de comida tropeira

e até passeios ecológicos montados em burros. Isto é um pouco do que oferece a

tradicional Festa dos Tropeiros de Silveiras, que está sendo realizada todos os

finais de semana do mês de agosto.

A estimativa da prefeitura é de que cerca de 30 mil pessoas participem do

evento a cada fim de semana. Nos anos anteriores a festa acontecia somente no

último final de semana do mês, mas com o aumento do número de visitantes o

evento foi estendido.

Quem quiser relembrar como era a vida dos tropeiros no século 18 basta

reservar um passeio com a Cia da Tropa, que foi instalada no município este mês.

Os objetivos da prefeitura é incentivar o turismo rural e ensinar à população

jovem da cidade as tradições do ciclo do tropeirismo. Também foi instalada na

cidade nos últimos meses a Fundação Nacional do Tropeirismo.

Um dos integrantes da Cia é o tropeiro Valdo Vaz, de 71 anos, que

trabalhou no ramo por mais de 50 anos na Serra da Bocaina, na divisa de

Silveiras com Areias. Ele é o coordenador dos passeios. Sua tropa tem os

apetrechos originais feitos manualmente de couro crú, para que o turista possa se

sentir em um túnel do tempo.

O passeio inclui rotas na Bocaina, com paradas para aquela comida típica

tropeira. Na sede da Cia da Tropa os participantes poderão, antes de sair para o

21 Matéria publicada no dia 1 de julho de 1.998, por Lídia Nogueira. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/1998/07/01/turismo/turismo3.html22 Matéria publicada no dia 19 de agosto de 1.998, por Estela Mari Vesaro. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/1998/08/19/turismo/tropeir2.html

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passeio, ter acesso à informações sobre a história dos tropeiros através de vídeos

e até aprender a conduzir uma tropa. A Cia fica na avenida Carvalho Pinto, 220.

FESTA - No próximo sábado a partir das 12h acontece o Festival de

Comida Tropeira, no Rancho do Tropeiro, centro da cidade. Às 14h ocorre a final

do Torneio Leiteiro no Recinto de Exposições do Sindicato Rural de Silveiras. Às

16h haverá a apresentação da Banda Marcial Paula França, na praça da Matriz,

e às 20h a peça teatral O Saci será exibida pelo grupo de Taubaté.

No domingo o Festival de Comida Tropeira se repete a partir do meio-dia.

À noite haverá a apresentação de uma Folia de Reis pela escola de artes Professor

Fego Camargo.

No dia 27, quinta-feira, às 10h, uma tropa vai se dirigir até a Basílica

Velha, em Aparecida, fazendo desfiles pela rodovia Dutra.

No sábado do dia 29, às 14h, será realizado um Rally de Carroça e a 18º

Fór-Mula, no Circuito Oval do Sindicato Rural. A partir das 20h ocorrerão shows

típicos com artistas da cidade e de outros municípios. A partir das 23h vai

acontecer o famoso Arrasta Pé, um baile de forró com o conjunto Astro Rei, na

Praça do Tropeiro.

A festa será encerrada no domingo. Às 9h será celebrada uma missa, às

10h acontecerá um desfile de tropas, cavaleiros e grupos folclóricos e às 16h o

tradicional Arrasta Pé anima os turistas com o conjunto Vale Tudo.”

Em todos os anos a festa aparece na agenda do jornal, como podemos ver nesse

exemplo que também se refere à gastronomia e às apresentações que irão compor a festa:

“Os turistas que passarem pela Festa do Tropeiro, em Silveiras, vão

consumir cinco toneladas de torresmo. Todo esse arsanal está sendo preparado no

Rancho do Tropeiro, instalado na praça central, e nos restaurantes e pousadas da

cidade. A festa acontece até o final do mês e a principal atração é mesmo a

culinária regional. O encerramento é no dia 28, com show de Pena Branca e

Xavantinho.23”

A culinária é um dos pontos altos da festa. Todos podem encontrar pratos típicos da

culinária tropeira em todos os dias de festa. Além do conhecido arroz tropeiro, os turistas

23 Nota publicada no dia 20 de agosto de 1.999. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/1999/08/20/social/alta.html

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podem encontrar outras delícias do tempo das tropas, como mostra Estela Mari Vesaro na

matéria “Comida tropeira é a principal atração da festa24”

“Feijão cozido, toucinho frito, carne seca, linguiça defumada e tempero.

Esses são os ingredientes do tradicional prato feijão tropeiro, que pode ser

encontrado em Silveiras, este mês ainda com mais facilidade nos finais de semana

de agosto devido à Festa do Tropeiro.

Se você quiser saborear um prato tropeiro num lugar bem sossegado basta

comparecer à festa. O Festival de Comida Tropeira está sendo promovido todos os

finais de semana no Rancho do Tropeiro pela Cia da Tropa e faz parte da

programação do evento.

O feijão é o mais tradicional e conhecido. Mas o turista pode aproveitar a

oportunidade para deliciar outros pratos típicos como a vaca atolada, a quirera

com frango, o arroz tropeiro e um pastel tropeiro. O pastel é uma criação do

jornalista João Rural. A massa do pastel é feita de farinha de milho e recheado

com uma mistura de carne seca e torresmo. Aprenda a preparar esses pratos lendo

texto nesta página.

A cidade já é conhecida pelo artesanato, pelo sossego das pousadas e

hotéis, pelos passeios a cavalos, burros, e até pela sua marca na Revolução

Constitucionalista de 32. Até hoje moradores da cidade guardam objetos como

capacetes e balas que foram usadas durante as batalhas no município.

Mas o prefeito José Hélio Tavares (PSDB) está investindo para que a

gastronomia se fortaleça e seja uma atração da cidade não só durante a festa.

ORIGEM - Os tropeiros faziam longas viagens em lombos de burros

atravessando serras para chegar ao litoral ou ao sertão de Minas Gerais. Eles

transportavam no século 18 mercadorias vindas da Europa, depois o ouro de

Minas Gerais e em seguida o café.

Com as viagens os tropeiros acabavam conhecendo vários tipos de comida

e aprendendo a misturar os alimentos. Devido à longa duração dos trajetos eles

utilizavam bastante o que a terra oferecia em fartura como a mandioca, o milho, a

batata doce, o pinhão e a abóbora.

Os pratos foram sendo adaptados com o passar dos anos com a introdução

do feijão, arroz, farinha, fubá e carnes de porco, frango e boi.”

24 Matéria publicada no dia 19 de agosto de 1.999, por Estela Mar Vesaro. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/1998/08/19/turismo/tropeir4.html

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Outra atração ligeiramente curiosa é a “For Mula”, uma corrida realizada durante a

festa. O site V News (jornal eletrônico, integrante da Rede Vanguarda, filiada da Rede Globo

para a região) faz um breve histórico da corrida na matéria “Festa do Tropeiro em Silveiras

começa nesta sexta25”.

“O ponto alto da festa é a corrida de burros, a “For Mula”, que

acontecerá amanhã ás 14h. Tradição em Silveiras, há 26 anos, a corrida é uma

homenagem aos antigos tropeiros que cruzavam o Vale do Paraíba transportando

riquezas. Agora as mulas e burros carregam, principalmente diversão para o

público.”

O ano de 2.001 foi de consolidação para a festa que trata das tradições tropeiras. Se em

1.997 a cidade recebeu cerca de 30 mil visitantes, quatro anos mais tarde a estimativa havia

mais do que duplicado, a organização se preparava para receber cerca de 80 mil turistas, como

podemos constatar na matéria “Silveiras começa preparativos para 21° Festa dos Tropeiros

que traz 80 mil turistas à cidade26”.

“O município de Silveiras está se preparando para receber cerca de 80 mil

turistas durante a 21º Festa Nacional do Tropeiro, que acontece este mês.

Alguns eventos já têm início hoje, promovidos pela Fundação Nacional do

Tropeirismo, como exposição de fotos e peças e bailes típicos.

A programação oficial da festa, que está sendo divulgada pela prefeitura,

acontece de 16 a 26 de agosto, e conta com o apoio da Fundação, do Sindicato

Rural e do CTT (Centro de Tradições Tropeiras) de Lorena.

A cidade tem apostado na recuperação das marcas tropeiras para

incentivar o turismo, atrair investimentos e gerar empregos.

Os próprios moradores da cidade afirmam que o tropeirismo ficou

esquecido por anos e começou a ser recuperado com o início das festas.

O prefeito Edson Mendes Mota disse que a participação de turistas na

festa tem aumentado a cada ano.

25 Matéria publicada no dia 24 de agosto de 2.007, da redação. Site V News. Endereço eletrônico: http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=1589326 Matéria publicada no dia 03 de fevereiro de 2.001, por Estela Mari Vesaro. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/2001/08/03/viv01/tropeiro.html

Page 13: Comunicação Científica - Caipiras

Ele acredita que no dia oficial da festa, dia 26 de agosto, que é o último

domingo do mês, aproximadamente 40 mil pessoas estejam em Silveiras para

apreciar o evento.

Segundo o prefeito o investimento na festa é em torno de R$ 100 mil. O

evento contará com rodeio profissional, forró e a for-mula. (leia programação da

festa nesta página).

HISTÓRIA - O prefeito disse que muitos turistas quando vão para

Silveiras, grande parte da capital de São Paulo, têm a oportunidade de conhecer

um pouco sobre a história dos tropeiros e a importância deles para a região. A

cidade conta com um rancho tropeiro, onde acontecem bailes, bingos e eventos

gastronômicos, como o almoço tropeiro, possui uma estátua em homenagem ao

tropeiro, e sedia a Fundação Nacional do Tropeirismo.

O local conta com livros e objetos antigos como peças que eram usadas

em torno de 1800, quando os tropeiros eram responsáveis pelo transporte do ouro

de Minas Gerais até portos como o de Parati (RJ).

No ciclo do café eram também os tropeiros quem transportavam em

lombos de burros o café recolhido no Vale do Paraíba, que era levado para os

portos para ser comercializado.

"O tropeiro precisa ser mais valorizado na história do país, por isso o

considero injustiçado. Ele teve contato com os índios, preservou nossas ervas

medicinais e ainda nos ensinou a Língua Portuguesa", disse Ocílio Ferraz, que é o

presidente da Fundação Nacional do Tropeirismo.

A Fundação, além de hospedagem, serve almoço e jantar tropeiro todos os

dias.

MEMORIAS VIVAS - O comerciante Clotário Andrade Cintra, 89 anos,

conhecido como Pitota, pode ser considerado uma das memórias vivas da cidade.

Ele é dono de um armazém em Silveiras há 78 anos e lembra com

saudades as épocas de sua vida nos períodos da 2º Guerra Mundial e da

Revolução de 32. Para ele, o tropeirismo levanta a cidade.

Já o seleiro Edi Ferreira de Almeida, 61 anos, que trabalha com a

produção manual de acessórios para cavalos e burros, disse que suas encomendas

aumentaram 40% por causa da festa do Tropeiro.”

È importante e relevante destacar a importância econômica da festa para a cidade, que

pode ser confirmada no trecho “Memórias Vivas” (na matéria acima), com o relato do

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comerciante Clotário Andrade Cintra. A festa é um atrativo turístico que traz reais benefícios

para a economia e prosperidade da cidade de Silveiras.

Também em 2.001 a Festa de Silveiras traz mais uma inovação para seus apreciadores.

É incorporado às atrações um rodeio profissional, como confirmam a matéria “Destaque é

corrida de mulas27”

“A 21º Festa Nacional do Tropeiro de Silveiras contará com diversas

atrações culturais, históricas, gastronômicas, de lazer, rodeio e shows musicais.

Um dos destaques é a For-Mula, que é uma corrida de burros que espera

receber a participação de cerca de 15 concorrentes na área do Sindicato Rural.

Outra atração, que segundo a prefeitura é uma inovação da festa este ano,

é o rodeio profissional entre os dias 16 e 26 de agosto. A entrada no rodeio será

gratuita e será cobrada uma entrada de R$ 5 apenas no dia do show do cantor

Frank Aguiar, dia 23 de agosto. Dia em que a cidade pode contar com 20 mil

turistas.

Todos os dias serão realizados shows musicais durante o rodeio, que

acontecerá no sindicato, e na praça do centro da cidade.

No dia oficial da festa, domingo do dia 26 de agosto, os turistas poderão

almoçar comida tropeira no Rancho do Tropeiro, como a vaca atolada e o feijão

tropeiro. O prato por pessoa custará entre R$ 3 e R$ 4. A previsão é de que sejam

distribuídos 4.000 pratos típicos.”

Note-se que a matéria cita uma estimativa de 20 mil turistas em apenas um dia da

festa, sendo que, há poucos anos atrás, esse público era esperado para um final de semana.

O número de participantes da festa é crescente, em 12 anos passou de 30 para 80 mil

pessoas, observando-se que também houve o aumento dos dias de festa, passando de um final

de semana por mês, para quatro.

Conclusão

Silveiras tem em sua história milhares de elementos que a tornam rica e digna de

preservação. A história dos tropeiros, que deu origem à cidade, pode ser facilmente

encontrada na cidade, não só em períodos de festa, mas também por toda parte: nas estradas

rurais, no casarão central da cidade (onde funciona a Fundação Nacional do Tropeirismo), no

27 Matéria publicada no dia 21 de agosto de 2.001, da redação. Jornal Valeparaibano. Endereço eletrônico: http://jornal.valeparaibano.com.br/2001/08/03/viv01/tropeir2.html

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rancho que vira palco de apresentações folclóricas, almoços tropeiros e ponto de encontro dos

cavaleiros que fazem questão de estar presente em cada edição da Festa do Tropeiro.

Com a ajuda do Jornal Valeparaibano podemos constatar a evolução dessa história e

da festa em si, que começou em 1.980 e até hoje arrasta milhares de pessoas todo mês de

agosto para a cidade de Silveiras.

O modo de vida dos tropeiros: os caminhos que eles fizeram, o modo de vestir, de se

alimentar e, até mesmo de festejar, tudo isso é reproduzido, da forma mais fiel possível, em

cada Festa do Tropeiro. A festa caiu no gosto do povo e se consolida a cada ano, a prova é a

sua 29° edição que será realizada agora em 2009.

Mesmo não estando maciçamente exposta nos veículos de comunicação regionais e,

menos ainda nos nacionais, a Festa do Tropeiro conseguiu se firmar com caráter tradicional

através da informalidade, da propaganda “boca a boca”.

José Marques de Melo cita novamente Luiz Beltrão28 para dar voz à voz do povo e do

popular:

“Das conversas de boca de noite, nas cidades interioranas, na farmácia ou

na barbearia; da troca de impressões provocadas pelas notícias trazidas pelo

chofer de caminhão, pelo representante comercial ou pelo ‘bicheiro’; ou, ainda,

pelos versos do poeta distante, impressos no folheto que se compra na feira, e

pelos ‘martelos’ do cantador ambulante; pelos inflamados artigos do jornalista

matuto ou pelas severas admoestações dos missionários; do raciocínio do homem

solitário no seu trabalho na floresta, na caatinga ou na coxilha – é que surgem,

não tomando forma, cristalizando-se as idéias-motrizes, capazes de em dado

instante e sob certo estímulo, levar aquela massa aparentemente dissociada e

apática a uma ação uniforme e eficaz.29”

É verdadeiramente assim que se construiu a cultura tropeira na cidade de Silveiras, e,

consequentemente, a Festa do Tropeiro, com toda a sua minuciosidade em detalhes e riqueza

na preservação das tradições; desde seu artesanato, histórias, comidas, preservação memorial

28 Revista Comunicações & Problemas – Recife, INCINFORM, 1965 – Ensaio monográfico: “O ex-voto como veículo jornalístico” – p. 9 a 15. Citado no livro: Folkcomunicação: Resistência cultural na sociedade globalizada.29 Folkcomunicação: contribuição brasileira à teoria da comunicação. In: Folkcomunicação: Resistência cultural na sociedade globalizada. p. 16-17.

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e física do que foram as tropas que, no lombo de suas mulas passaram pelo Vale do Paraíba

construindo-o e deixando seu legado para as gerações vindouras.

Bibliografia Consultada

Livros

ARANTES, Antônio Augusto. O que é cultura Popular? Editora Brasiliense, 1.990.

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BREGUEZ, Sebastião (org.). Folkcomunicação: resistência cultural na sociedade

globalizada. Belo Horizonte: INTERCOM, 2004.

BELTRÃO, Luís. Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. São Paulo:

Cortez, 1.980.

BELTRÃO, Luís. Comunicação e Folclore: Um estudo dos agentes e dos meios

populares de informação de fatos e expressão de idéias. São Paulo: Melhoramentos, 1.971.

FILHO, Américo Pellegrini e SANTOS, Yolanda Lhullier dos. Antropologia &

Folclore. São Paulo: Editora Olimpika, 1.989.

CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da

globalização. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2003.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo:

Companhia das Letras, 1.995.

SCHIMIDT, Cristina (org.). Folkcomunicação na Arena Global. São Paulo: Editora

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TARSITANO, Paulo Rogério. Luiz Beltrão: Vida e Obra. In. Comunicação &

Sociedade, n° 25, jun/dez. São Bernardo do Campo: Umesp / Metodista, 2006.

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 3° Edição. São Paulo – Martins Fontes,

2008.

Artigos

GALINDO, Daniel. Folkcomunicação: mediação, midiação ou midiatização.

MAGALHÃES, Cristiane Maria. Na roda dos caminhos da Estrada Real e dos

tropeiros. Cadernos de Pesquisa do CDHIS — n. 36/37 — ano 20 — p. 111-117 — 2007

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Tese

DANIELI, Maria Isabel Basilisco Célia. Economia mercantil de abastecimento e rede

tributária: São Paulo, séculos XVII e XIX. Tese de doutoramento apresentada ao Instituto de

Economia da UNICAMP, 2.006.

Sites consultados

www.cmsilveiras.sp.org.br

www.valeapena.org.br

www.valeparaibano.com.br

www.pindavale.com.br

www.vnews.com.br