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ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 4 1 Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 4 para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje falaremos sobre a primeira parte do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei 8.112/1990): provimento e vacância de cargos públicos, remoção e redistribuição. 1. Abrangência A Lei 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É o chamado estatuto do servidor público federal. Note que ela não se aplica ao pessoal das empresas públicas e sociedades de economia mista, que é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 2. Servidor e Cargo Público Para os efeitos da Lei 8.112/1990, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Já cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Os cargos possuem denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos, sendo proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos previstos em lei. Atenção: não confundir cargos públicos com empregos públicos. Estes são ocupados por servidores celetistas (regidos pela CLT), os quais são chamados de empregados públicos. Os empregados públicos possuem carteira de trabalho e previdência social (CTPS) e têm direito ao FGTS. Por outro lado, não adquirem estabilidade no serviço público.

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Aula de Direito Administrativo para Concurso

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ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 4

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Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 4 para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje falaremos sobre a primeira parte do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei 8.112/1990): provimento e vacância de cargos públicos, remoção e redistribuição.

1. Abrangência

A Lei 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É o chamado estatuto do servidor público federal. Note que ela não se aplica ao pessoal das empresas públicas e sociedades de economia mista, que é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 2. Servidor e Cargo Público

Para os efeitos da Lei 8.112/1990, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Já cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Os cargos possuem denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos, sendo proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos previstos em lei.

Atenção: não confundir cargos públicos com empregos públicos.

Estes são ocupados por servidores celetistas (regidos pela CLT), os quais são chamados de empregados públicos. Os empregados públicos possuem carteira de trabalho e previdência social (CTPS) e têm direito ao FGTS. Por outro lado, não adquirem estabilidade no serviço público.

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Servidores públicos estatutários

Empregados públicos celetistas

Os cargos públicos são criados por lei e acessíveis a todos os

brasileiros que preencham os requisitos legais. As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos da Lei.

Os cargos públicos podem ser de provimento em caráter efetivo ou em comissão.

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3. Requisitos de Investidura

São requisitos básicos para a investidura em cargo público federal:

- a nacionalidade brasileira (ressalvada a exceção acima,

quanto às universidades e instituições de pesquisa);

- o gozo dos direitos políticos;

- a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

- o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

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- a idade mínima de dezoito anos;

- a aptidão física e mental.

As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros

requisitos, desde que estabelecidos em lei. 4. Concurso Público

No caso de cargo efetivo, exige-se ainda a prévia aprovação em concurso público, o que, aliás, é a razão de estarmos todos aqui, não?

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A Lei assegura às pessoas portadoras de deficiência o direito de se

inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Neste caso, devem ser reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. Na esfera federal, o Decreto 3.298/1999 estabelece que serão reservadas, no mínimo, 5% das vagas aos deficientes, arredondando-se o resultado ao primeiro número inteiro subsequente, caso a conta resulte em número fracionado.

O concurso público será de provas ou de provas e títulos (nunca apenas de títulos), podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira. A inscrição do candidato será condicionada ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas (ex.: isenção para os que comprovarem insuficiência de recursos).

O prazo de validade do concurso público e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União (DOU) e em jornal diário de grande circulação. O concurso terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. A Lei 8.112/1990 não permite a abertura de novo concurso, enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. 5. Provimento

Provimento é o ato que preenche um cargo público com um servidor. O provimento dos cargos públicos deve ser feito mediante ato da autoridade competente de cada Poder. São formas de provimento: nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Vejamos cada uma delas.

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5.1. Nomeação

A nomeação (juntamente com a promoção) é uma das formas mais comuns de provimento de cargo público. Ela pode ocorrer:

- em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento

efetivo (seja isolado, seja organizado em carreira); ou - em comissão, para cargos de confiança vagos, inclusive na

condição de interino.

A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos. A nomeação dos aprovados deve obedecer à ordem de classificação e ao prazo de validade do concurso.

O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial (NE) poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, mas, nesta hipótese, deverá optar pela remuneração de um deles, durante o período da interinidade. Cargos NE são cargos em comissão de alto escalão, denominados de NE por lei (ex.: Secretários Executivos dos Ministérios e Secretários Especiais da Presidência da República). 5.1.1. Posse

A efetiva investidura no cargo público em virtude de nomeação ocorre com a posse. Só haverá posse nos casos de provimento por nomeação.

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É somente com a posse que o indivíduo se torna servidor público (caso seja sua primeira investidura). Vale citar que a Lei 8.112/1990 é imprecisa, ao definir a nomeação como forma de provimento, pois é com a posse que ocorre a investidura no cargo. Veja-se, por exemplo, que, quando um servidor assume novo cargo público, a vacância do cargo anterior só ocorre com a posse em outro cargo inacumulável (art. 33, VIII, da Lei). De qualquer forma, para fins de concurso público, deve-se considerar a nomeação como forma de provimento, pois é isso o que diz a letra expressa da Lei (art. 8.º, I).

A posse ocorrerá pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

O prazo para posse é de trinta dias, contados da publicação do ato de provimento. Esse prazo será contado a partir do término do impedimento, caso o servidor, na data de publicação do ato, esteja em gozo de licença:

- por motivo de doença em pessoa da família; - para o serviço militar; - para capacitação; - à gestante, à adotante ou à paternidade; - para tratamento da própria saúde; - por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

Ou afastado por motivo de:

- férias; - participação em programa de treinamento regularmente instituído; - participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país; - júri ou outro serviço obrigatório por lei; - deslocamento para a nova sede por motivo de remoção, redistribuição, requisição, cessão ou exercício provisório;

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- participação em competição desportiva nacional; - convocação para integrar representação desportiva nacional, no país ou no exterior;

Se a posse não ocorrer no prazo previsto, será tornado sem

efeito o ato de provimento. No entanto, ela poderá ocorrer por procuração específica (em que o futuro servidor, mandante, dá poderes específicos ao seu procurador, ou mandatário, para a posse).

No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração de

bens e valores que constituem seu patrimônio e, também, declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

A posse dependerá de prévia inspeção médica oficial. Assim, só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 5.1.2. Exercício

A partir da data da posse, é de quinze dias o prazo para o servidor entrar em exercício, isto é, entrar no efetivo desempenho das atribuições do cargo. Compete à autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor dar-lhe exercício.

No caso de função de confiança, o servidor não é nomeado, mas designado para a função. O início do exercício da função coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. Vale lembrar que, atualmente, apenas servidores efetivos podem ser designados para funções de confiança.

Se o servidor não entrar em exercício no prazo previsto, ele será exonerado do cargo (pois já terá tomado posse) ou, no caso de função de confiança, será tornado sem efeito o ato de sua designação para a função.

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Nomeação Posse Exercício

Ao entrar em exercício, é dever do servidor apresentar ao órgão

competente os elementos necessários ao seu assentamento individual. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados nesse assentamento.

O servidor que tiver que ter exercício em outro município, em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório, terá um prazo para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo. Esse prazo será de dez a trinta dias, contados da publicação do ato, incluindo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. Estando o servidor em licença ou afastado legalmente, o prazo será contado a partir do término do impedimento. Em qualquer caso, é facultado ao servidor declinar do prazo estabelecido.

Os servidores cumprirão jornada de trabalho, fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 horas e observados os limites mínimo e máximo de 6 e 8 horas diárias, respectivamente. Essas regras não se aplicam a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se ao regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. 5.1.3. Estágio Probatório

Segundo o texto da Lei, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo.

30 dias 15 dias

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Ocorre que, com a mudança do prazo para obtenção de estabilidade no serviço público para três anos, promovida pela Emenda Constitucional (EC) 19/1998, a jurisprudência (inclusive o STF) vem entendendo que o prazo do estágio probatório também passou a ser também de três anos. Muitos órgãos inclusive já vêm adotando esse prazo para seus servidores (ex.: Senado Federal). O STJ também entende que essa é a atual duração do estágio, acompanhando a alteração para aquisição da estabilidade. Segundo a Corte, embora o estágio probatório e a estabilidade sejam institutos distintos, eles se encontram pragmaticamente ligados.

Durante o estágio probatório, devem ser observados os seguintes fatores na atuação do servidor:

- assiduidade; - disciplina; - capacidade de iniciativa - produtividade; e - responsabilidade. Mnemônico: AsDiCaProRes

Quatro meses antes de terminar o estágio, a avaliação do

desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo. Isso ocorrerá sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores acima enumerados.

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Se o servidor não for aprovado no estágio probatório, ele será exonerado ou, se já for estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Neste caso, se o cargo anterior estiver provido, o servidor reconduzido será aproveitado em outro de atribuições e vencimentos compatíveis com o cargo de origem.

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação. No entanto, somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos NE, cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS) de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

O servidor em estágio probatório somente poderá gozar as seguintes licenças ou afastamentos:

- licença por motivo de doença em pessoa da família;* - licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;* - licença para o serviço militar; - licença para atividade política;* - afastamento para exercício de mandato eletivo; - afastamento para estudo ou missão oficial no exterior; - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere;* - afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo federal.*

* O estágio probatório ficará suspenso nesses casos, sendo

retomado a partir do término do impedimento. 5.1.4. Estabilidade

O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício (art. 41, CF/88). O servidor estável só perderá o cargo em virtude de:

- sentença judicial transitada em julgado;

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- processo administrativo disciplinar no qual lhe seja

assegurada ampla defesa;

- procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (art. 41, CF/88);

- excesso de despesa de pessoal, na hipótese do art. 169 da

CF/88.

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Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade (art. 41, CF/88). Cuidado! Não é pra confundir essa avaliação especial com a avaliação periódica citada acima.

Conforme dito acima, além da nomeação, a Lei 8.112/1990 prevê outros casos de provimento, em razão de situações específicas que podem ocorrer na vida do servidor: a promoção, a readaptação, a reversão, a reintegração e a recondução. Vejamos. 5.2. Promoção

Sendo o cargo escalonado em carreira, o servidor efetivo será promovido periodicamente, atendidos os requisitos legais. A promoção consiste no provimento do servidor no cargo imediatamente superior da carreira a que pertence, com a consequente vacância do cargo que ocupava.

Atualmente, as leis que regulam as carreiras federais têm denominado os diversos cargos da mesma carreira de classes, sem mudança de denominação (ex.: Analista Administrativo Classe A, Analista Administrativo Classe B etc.). As classes, por sua vez, têm sido subdivididas em padrões (Padrão I, Padrão II etc.). Nessa sistemática, apenas a ascensão de uma classe para outra caracteriza efetivamente a promoção. A passagem de um padrão para outro, dentro da mesma classe, tem sido chamada de progressão. Vejamos o exemplo da carreira do cargo de Oficial de Inteligência da Agência Nacional de Inteligência (Abin), conforme a Lei 11.776/2008:

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Em R$

CLASSE PADRÃO SUBSÍDIO

ESPECIAL

III 18.400,00

II 18.110,24

I 17.825,04

PRIMEIRA

VI 17.261,12

V 16.989,29

IV 16.721,74

III 16.458,40

II 16.199,22

I 15.944,11

SEGUNDA

VI 15.439,70

V 15.196,55

IV 14.957,24

III 14.721,69

II 14.489,85

I 14.261,66

TERCEIRA

V 13.810,48

IV 13.592,99

III 13.378,93

II 13.168,23

I 12.960,86

A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor. 5.3. Readaptação

Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que ele tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica. Todavia, se, após a inspeção médica, o servidor for julgado incapaz para o serviço público, ele será aposentado por invalidez.

progressão

promoção

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A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 5.4. Reversão

Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado e pode ocorrer em duas situações. A primeira é a reversão de ofício, por desaparecimento dos motivos que levaram à aposentadoria do servidor por invalidez. Neste caso, uma junta médica oficial deve declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria.

A reversão de ofício será feita no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua eventual transformação (ex.: os cargos de Auditor Fiscal da Previdência Social, há algum tempo, foram transformados em cargos de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil). Estando provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

A segunda hipótese é a reversão no interesse da administração, chamada também de reversão a pedido, pois depende de solicitação do servidor. Para que ela ocorra, é preciso que o servidor tenha se aposentado de forma voluntária, quando já era estável, e faça o pedido em até cinco anos da aposentadoria. Além disso, neste caso, ao contrário da primeira espécie de reversão, para que o servidor possa voltar à ativa, deve haver cargo vago.

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O servidor que reverter a pedido perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

Em qualquer caso, o tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão de nova aposentadoria. No entanto, para que o servidor que tenha revertido a pedido possa ter seus futuros proventos (quando se aposentar novamente) calculados com base nas regras atuais, ele deverá permanecer por, pelo menos, cinco anos no cargo.

Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos de idade, uma vez que essa é a idade para aposentadoria compulsória no serviço público. 5.5. Reintegração

A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Reversão

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Adeus! Seja bem-vindo de volta!

Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em

disponibilidade, até o seu adequado aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Encontrando-se provido o cargo do reintegrando, o seu eventual ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Caso o eventual ocupante não seja estável, ele será exonerado do cargo público. 5.6. Recondução

Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, o qual poderá decorrer de duas situações: inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; ou reintegração do anterior ocupante de seu cargo, conforme visto acima. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor reconduzido será aproveitado em outro ou posto em disponibilidade, até que ocorra seu aproveitamento. 5.7. Disponibilidade e Aproveitamento

Reintegração

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O servidor que venha a ser posto em disponibilidade é considerado inativo enquanto perdurar a situação. Seu retorno à atividade deve ocorrer mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, tão logo surja vaga nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Se o servidor aproveitado não entrar em exercício no prazo legal, o aproveitamento será tornado sem efeito e sua disponibilidade será cassada (penalidade administrativa), salvo doença comprovada por junta médica oficial.

FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO

Nomeação Provimento originário do servidor no cargo público, no cargo efetivo inicial da carreira ou no cargo em comissão.

Promoção Provimento do servidor no cargo imediatamente superior da carreira a que pertence.

Readaptação Investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação física ou mental que tenha sofrido.

Reversão Retorno à atividade do servidor aposentado.

Reintegração Reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua.

Recondução

Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório ou reintegração do anterior ocupante do cargo.

Aproveitamento Retorno à atividade do servidor em disponibilidade.

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6. Vacância

O servidor deixa o cargo público por vacância, ato por meio do qual o cargo é tornado vago. A vacância pode decorrer de exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável, falecimento ou recondução (esta última não relacionada expressamente na Lei 8.112/1990 como forma de vacância). Note que a promoção, a readaptação, a posse em outro cargo inacumulável (esta decorrente de nova nomeação) e a recondução representam formas simultâneas de provimento e vacância e já foram estudadas acima. Vejamos as demais formas de vacância: exoneração, demissão, aposentadoria e falecimento. Vale notar que estas, ao contrário daquelas, rompem o vínculo do servidor com a Administração, pois ele passa a não ocupar nenhum cargo público. 6.1. Exoneração

Exoneração é a saída do servidor do cargo público, sem caráter punitivo, com consequente rompimento de vínculo funcional com o serviço público.

Até Mais! Obrigado pelos seus serviços!

A diferença básica entre a exoneração e a demissão é que esta é

uma penalidade, aplicada após regular processo administrativo disciplinar (PAD), e aquela, uma forma de vacância sem caráter punitivo.

A exoneração de cargo efetivo pode se dar a pedido do servidor ou de ofício. A exoneração de ofício dar-se-á nas seguintes situações:

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- quando não satisfeitas as condições do estágio probatório (salvo se o servidor já for estável, hipótese em que será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado); - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido; - por insuficiência em avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (art. 41, § 1.º, III, CF/88 – ainda não regulamentado); e - por excesso de despesas com pessoal (art. 169, §§ 3.º e 4.º, CF/88 – regulamentado pela Lei 9.801/1999).

A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função

de confiança dar-se-ão: de ofício, a juízo da autoridade competente (exoneração ou dispensa ad nutum); ou a pedido do próprio servidor. 6.2. Demissão

Como dito, a demissão é uma penalidade disciplinar. Consiste no desligamento forçado do servidor do cargo efetivo que ocupa, ocasionando, com isso, a vacância do cargo. As hipóteses que ensejam a demissão serão estudadas adiante, quando da análise do regime disciplinar do servidor público federal.

Embora não relacionada expressamente como forma de vacância,

a destituição de cargo em comissão também torna o cargo (em comissão) vago. Essa penalidade é aplicada ao servidor exclusivamente comissionado.

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6.3. Aposentadoria

Cumpridos os requisitos constitucionais, o servidor será aposentado, passando a receber, em lugar da remuneração ou do subsídio do cargo público, os proventos da aposentadoria. Com isso, ocorre a vacância do cargo anteriormente ocupado. A aposentadoria será estudada à frente, na parte de seguridade social do servidor público federal. 6.4. Falecimento

Falecendo o servidor, o cargo passa a estar vago de pleno direito, isto é, a partir da ocorrência do evento, independentemente de qualquer manifestação formal da Administração, que deve apenas declarar tal situação.

FORMAS DE VACÂNCIA DE CARGO PÚBLICO

Exoneração Vacância do cargo público, a pedido ou de ofício, sem caráter punitivo para o servidor

Demissão Vacância impositiva do cargo público efetivo, a título de punição disciplinar.

Destituição de cargo em comissão

Vacância impositiva do cargo público em comissão, a título de punição disciplinar. Não é prevista no art. 33 da Lei 8.112/1990.

Promoção Vacância do atual cargo em decorrência de provimento do servidor em cargo imediatamente superior da carreira a que pertence.

Readaptação

Vacância do atual cargo em decorrência de investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação física ou mental que tenha sofrido.

Aposentadoria Vacância do cargo por ter o servidor se aposentado. Posse em outro

cargo inacumulável

Vacância do atual cargo em decorrência de posse do servidor em outro cargo público, inacumulável com o primeiro.

Falecimento Vacância de pleno direito, no momento da morte do servidor.

Recondução

Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório ou reintegração do anterior ocupante do cargo. Não é prevista no art. 33 da Lei 8.112/1990.

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7. Remoção

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Quadro é o conjunto de carreiras, cargos e funções de determinado órgão ou entidade (ex.: quadro da Receita Federal do Brasil, quadro do Senado Federal, quadro do Ministério da Saúde etc.).

São modalidades de remoção:

- de ofício, no interesse da Administração; - a pedido, a critério da Administração; e - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração, nos seguintes casos:

• para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público (civil ou militar), de qualquer Poder ou esfera de governo, deslocado no interesse da Administração;

• por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente (este último, desde que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional), condicionada à comprovação por junta médica oficial; e

• em virtude de processo seletivo promovido (concurso de remoção), na hipótese de o número de interessados ser superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

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REMOÇÃO

De ofício No interesse da Administração

A pedido

A critério da administração

Para outra localidade, independentemente do

interesse da Administração

Para acompanhar cônjuge ou companheiro

Por motivo de saúde

Em virtude de processo seletivo

8. Redistribuição

Redistribuição é o deslocamento do cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, observados os seguintes preceitos: interesse da administração; equivalência de vencimentos; manutenção da essência das atribuições do cargo; vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. Esses requisitos são necessários para evitar que, durante o processo de redistribuição, ocorra alguma modificação indevida na essência do cargo.

A redistribuição ocorre ex officio (de ofício), para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu adequado aproveitamento. O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central de pessoal e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.

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9. Substituição

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo NE terão substitutos indicados no regimento interno ou, em caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função do substituído, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares deste, bem como no caso de vacância do cargo. Nessas hipóteses, o substituto deverá optar pela remuneração de um dos cargos durante o respectivo período.

Após 30 dias de substituição, o substituto fará jus apenas à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou do cargo NE, paga na proporção dos dias de efetiva substituição. Neste caso, deverá se afastar do seu cargo efetivo durante o período.

Essas regras aplicam-se também aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios

comentados do nosso glorioso Cespe! Tentem resolver a lista seca, ao final, antes de lerem os comentários!

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10. Exercícios 1) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A Lei n.º 8.112/1990 instituiu o regime dos servidores públicos civis da União, das autarquias, exceto daquelas constituídas em regime especial, e das fundações públicas federais. Segundo o art. 1.º da Lei 8.112/1990, essa lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Item errado. 2) (Cespe/TCU/Analista/2005) Os empregados do BNDES (empresa pública federal) são servidores públicos federais e, portanto, a eles se aplica o regime jurídico estabelecido na Lei n.º 8.112/1990. Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista não são estatutários. Eles se vinculam à respectiva empresa estatal por meio de contrato de trabalho (vínculo celetista). Questão errada. 3) (Cespe/AGU/Advogado da União/2009) O ato de designação de alguém para titularizar cargo público denomina-se provimento, que, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, pode ser originário ou derivado. O aproveitamento, forma de provimento derivado horizontal, consiste na transferência efetuada para prover o servidor em outro cargo mais compatível com sua superveniente limitação de capacidade física ou mental, apurada em inspeção médica, distinguindo-se da reversão ou provimento derivado horizontal.

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Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, provimento é o ato de designação de alguém para titularizar cargo público. O autor explica que o provimento pode se dar em caráter originário (ou autônomo) ou derivado. O provimento originário aquele em que alguém é colocado no cargo independentemente de haver ou não algum vínculo anterior com cargo público. Mesmo no caso de servidor público nomeado para novo cargo em razão de aprovação em concurso, o provimento é autônomo, pois deriva do resultado do certame, não da condição anterior de servidor. Por sua vez, o provimento derivado é o que se relaciona ao fato de o servidor ter ou haver tido algum vínculo anterior com cargo público. São exemplos a promoção (o servidor é elevado a cargo de nível mais alto dentro da própria carreira), a reintegração (o indivíduo era servidor, mas foi demitido injustamente), a readaptação (o servidor ocupa novo cargo em razão de limitação física ou mental que o impede de permanecer no cargo original), a reversão (o servidor aposentado retorna à ativa) e o aproveitamento (o servidor estável em disponibilidade – situação de inatividade – reingressa no cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente). Segundo o autor, o provimento derivado pode ser vertical, horizontal ou por reingresso. Vertical é aquele em que o servidor é alçado a cargo mais elevado (ex.: promoção). Horizontal é o que insere o servidor em novo cargo de mesmo nível, sem ascensão, nem rebaixamento de sua posição funcional (ex.: readaptação). Por fim, provimento derivado por reingresso é aquele em que o servidor retorna ao serviço ativo do qual estava desligado (ex.: reintegração, reversão e aproveitamento). A questão está errada por vários motivos: disse que o aproveitamento é provimento derivado horizontal (é provimento por reingresso); deu ao aproveitamento a definição de readaptação; e ainda identificou a reversão como forma de provimento horizontal (é provimento também por reingresso).

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4) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Uma autarquia federal realizou concurso público para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogável. Nessa situação, nada há de irregular na conduta do mencionado ente público, pois se trata de ato discricionário. Segundo o art. 12, caput, da Lei 8.112/1990, o concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Assim, é decisão discricionária do administrador público definir o prazo de validade do concurso (até dois anos), bem como se esse período será prorrogável ou não. Item verdadeiro. 5) (Cespe/TCU/Analista/2008) O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento no sentido de que o candidato aprovado em concurso público dentro das vagas previstas em edital tem direito à nomeação, e não mera expectativa de direito. Essa é a mais recente posição do STJ (e também do STF). Atualmente, o candidato aprovado dentro das vagas do edital, tem direito subjetivo a ser nomeado, e não mais apenas mera expectativa de direito, a qual permanece, porém, para os aprovados além das vagas inicialmente oferecidas. Questão certa. 6) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A investidura do cargo público ocorre com o provimento. Segundo o art. 7.º da Lei 8.112/1990, a investidura em cargo público ocorrerá com a posse, o que se dá em até 30 dias da nomeação (sendo esta a forma de provimento). Enunciado falso.

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Considere as seguintes situações, identificadas em numeração sucessiva. Fábio prestou concurso público e foi aprovado (1). Após ser nomeado (2), tomou posse (3) no cargo e entrou em exercício (4). Contudo, Fábio prestara também um outro concurso público e foi chamado a assumir o novo cargo público. Após meditar, Fábio resolveu pedir exoneração (5) do cargo que exercia para assumir o novo cargo, inacumulável, em outro órgão (6). Tendo por base a narrativa acima, julgue os itens subseqüentes. 7) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 2 é forma de provimento de cargo público. A nomeação é uma das formas de provimento, a única de caráter originário. Item certo. 8) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 3 só se verificou em decorrência de, previamente, ter ocorrido a nomeação. Conforme o art. 13, § 4.º, da Lei 8.112/1990, só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. Questão correta. 9) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) As situações identificadas pelos números 5 e 6 configuram remoção. Nenhuma das situações representa modalidade de remoção. A exoneração é uma forma de vacância e a posse em outro cargo inacumulável é forma simultânea de provimento e vacância. Item falso. 10) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 4 identifica o efetivo desempenho das atribuições do cargo público. De acordo com o art. 15 da Lei, exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. Item correto. 11) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) Após a ocorrência da situação 3, Fábio teria 30 dias para praticar a ação 4.

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O art. 15, § 1.º, da Lei dispõe que é de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. Enunciado errado. 12) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 5 constitui forma de vacância do cargo público. A exoneração é uma das formas mais comuns de vacância do cargo público. Item correto. 13) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) Excetuadas as nomeações para cargos em comissão declarados em lei como de livre nomeação e exoneração, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público. É o que diz o art. 37, II, da CF/88. Item correto. 14) (Cespe/TJTO/Juiz/2007) A deficiência física de candidatos aprovados em concurso público pode ser comprovada com atestado médico particular, o qual não poderá ser impugnado após a posse. Segundo o art. 14 da Lei 8.112/1990, a posse em cargo público depende de prévia inspeção médica oficial. Portanto, não se admite o atestado particular para posse no cargo. Item errado. 15) (Cespe/TCU/Analista/2005) Considere que a ANATEL pretenda selecionar pessoas para ocuparem cargos de provimento efetivo lotados na autarquia. Nessa situação, a ANATEL deve selecionar tais pessoas mediante procedimento licitatório realizado na modalidade concurso. Fala sério, né? Não se confunde o concurso público para seleção de candidatos a cargo público (art. 37, II, CF/88) com a licitação na modalidade concurso, para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores (art. 22, § 4.º, da Lei 8.666/1993). Item falso.

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16) (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A vacância do cargo público decorre de: exoneração, demissão, promoção, ascensão, transferência, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento. Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função. Segundo o art. 33 da Lei n.º 8.112/1990, a vacância do cargo público pode decorrer de exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável ou falecimento. Antigamente, a citada Lei previa ainda como formas de vacância a ascensão e a transferência, mais tais espécies, que já tinham sido declaradas inconstitucionais pelo STF, acabaram sendo revogadas pela Lei n.º 9.527/1997. Por ter citado a ascensão e a transferência como formas de vacância, o item é incorreto. 17) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Maria Lúcia conseguiu aprovação em concurso público, e, depois de cinco anos de efetivo exercício no cargo, este foi extinto, e ela, posta em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo que trabalhara. Nessa situação, Maria Lúcia nada poderá fazer para reverter a situação, pois o ato praticado atende aos princípios que informam a administração pública, cujo interesse prevalece no caso. Reza o art. 41, § 3.º, da CF/88 que, uma vez extinto o cargo público ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável que o ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Prevalece, nesse caso, o interesse público na adequada organização administrativa do órgão ou entidade sobre o interesse particular do servidor na manutenção do cargo ou de sua remuneração integral. Item correto. 18) (Cespe/STF/Analista/2008) Aproveitamento é um exemplo de preenchimento de cargo por intermédio de provimento derivado.

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O aproveitamento do servidor que estava em disponibilidade é uma das formas de provimento de cargo público, segundo o art. 8.º, VII, da lei 8.112/1990. Item verdadeiro.

19) (Cespe/DPU/Defensor Público/2007) Paulo, servidor público federal, detentor de cargo efetivo de auditor fiscal da previdência social, já havia adquirido a estabilidade no serviço público quando foi aprovado em concurso público para o cargo de analista do TCU, no qual tomou posse, assumindo a função em 15/1/2007. Nessa situação, conforme jurisprudência dos tribunais superiores, Paulo pode requerer a sua recondução ao cargo que ocupava anteriormente até 15/1/2009, mesmo sendo bem avaliado no estágio probatório em curso. Já declarou o STF que o servidor estável pode pedir sua inabilitação no estágio probatório do novo cargo e, consequentemente, a sua recondução ao cargo anterior, quando não se adapte às atribuições do cargo novo. Disse a Suprema Corte que este pedido deve ser realizado antes do término do estágio, que, à época da questão, era considerado como sendo de 24 meses. Hoje a jurisprudência entende que o estágio probatório tem a duração de três anos, em harmonia com o atual prazo necessário à aquisição da estabilidade no serviço público. Item correto. 20) (Cespe/TRF5/Juiz/2006) Conforme entendimento do STF, o servidor público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido. O direito do servidor estável de solicitar sua recondução ao cargo anterior deve ser feito antes do término do estágio probatório. Enunciado errado. 21) (Cespe/TCU/Procurador/2004) O servidor em estágio probatório não pode exercer cargo de provimento em comissão.

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Conforme o art. 20, § 3.º, da Lei 8.112/1990, o servidor em estágio probatório pode exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação. Pode também ser cedido a outro órgão ou entidade, desde que para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos em comissão DAS 6, 5 ou 4, ou equivalentes. Questão falsa. 22) (Cespe/TCU/Procurador/2004) A reversão é forma de provimento de cargo público proscrita em face da exigência de concurso público. Em que pesem as críticas doutrinárias que pairam sobre a reversão, ante a necessidade de concurso público para preenchimento de cargo público, a reversão (art. 25 da Lei 8.112/1990) é uma das formas de provimento atualmente em vigor na esfera federal. Enunciado incorreto. 23) (Cespe/DPF/Delegado/2004) A vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função e pode ocorrer com extinção do vínculo pela exoneração, demissão e morte, ou sem extinção do vínculo, pela promoção, aposentadoria, readaptação ou recondução. O erro dessa questão é que a aposentadoria é forma de vacância que extingue o vínculo do servidor com a Administração, pois ele passa a não ocupar nenhum cargo público. Item falso. 24) (Cespe/STF/Analista/2008) A vacância sempre acarreta o rompimento definitivo do vínculo jurídico entre o servidor e a administração. Algumas formas de vacância (promoção, readaptação, recondução, posse em outro cargo inacumulável) não rompem o vínculo do servidor com a Administração, pois ele passa a ocupar um novo cargo público. Questão errada.

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25) (Cespe/MPOG/Analista de Infraestrutura/2010) Considere que Paulo, servidor público federal lotado em Brasília, pretenda ser removido a pedido para o Rio de Janeiro, independentemente do interesse da administração, para acompanhar sua esposa, servidora pública federal, aprovada recentemente em concurso público, lotada no Rio de Janeiro. Nessa situação hipotética, Paulo fará jus à citada remoção, conforme expressa autorização da Lei n.º 8.112/1990. A remoção a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da administração, não pode ser utilizada no caso do enunciado. Segundo o art. 36, par. único, III, da Lei 8.112/1990, essa espécie de remoção só será deferida nos seguintes casos: para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público, de qualquer esfera ou Poder, deslocado no interesse da Administração (ou seja, exclui-se a situação apresentada); por motivo de saúde do servidor, seu cônjuge, companheiro ou dependente, com comprovação por junta médica oficial; ou em virtude de processo seletivo (concurso de remoção), quando houver mais interessados que vagas. Item errado. 26) (Cespe/STF/Técnico/2008) Enquanto na redistribuição o interesse da administração configura uma modalidade, na remoção o interesse da administração configura um preceito pressuposto. É o contrário. Na Lei 8.112/1990, uma das modalidades de remoção é a que ocorre de ofício, no interesse da Administração (art. 36, par. único, I). Na redistribuição, o interesse da administração é um preceito pressuposto (art. 37, I). Questão errada.

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27) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na hipótese de redistribuição, não é o servidor que é deslocado de um cargo para outro, mas é o próprio cargo que é deslocado para outro órgão ou entidade, dentro do mesmo poder. Essa afirmação é (A) correta. (B) errada, pois, na redistribuição, o servidor é deslocado do seu cargo original para outro cargo vago. (C) errada, pois o deslocamento do cargo somente ocorre na hipótese de readaptação. (D) errada, pois a redistribuição implica passagem do cargo dos quadros de um poder para outro. O artigo 37 da Lei n.º 8.112/1990 define a redistribuição como o deslocamento do cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. Assim, a resposta certa é a letra A. Segundo o citado artigo, a redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. A redistribuição observará ainda os seguintes preceitos: interesse da administração; equivalência de vencimentos; manutenção da essência das atribuições do cargo; vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; e compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. 28) (Cespe/STF/Técnico/2008) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável deve ser imediatamente redistribuído, sendo vedada sua colocação em disponibilidade, já que tal opção feriria o interesse público.

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O art. 37, § 3.º, da Lei 8.112/1990 dispõe que, nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu adequado aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Questão incorreta. 29) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na hipótese de redistribuição, não é o servidor que é deslocado de um cargo para outro, mas é o próprio cargo que é deslocado para outro órgão ou entidade, dentro do mesmo poder. De acordo com o art. 37 da Lei 8.112/1990, redistribuição é o deslocamento do cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. Questão verdadeira. 30) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na redistribuição, o deslocamento do cargo somente ocorre na hipótese de readaptação. O art. 37, § 1.º, da Lei 8.112/1990 dispõe que a redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. A redistribuição não tem relação com a readaptação, pois esta representa forma simultânea de provimento e vacância de cargo público, quando o servidor se investe em novo cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica. Item errado. 31) (Cespe/STF/Técnico/2008) O servidor substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de natureza especial, nos casos de afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

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É preciso ter muita atenção a essa questão. A redação do item é idêntica à do § 2.º do art. 38 da Lei 8.112/1990. Todavia, para evitar que o substituto ficasse sem receber a retribuição pelo exercício do cargo ou função do substituído durante os primeiros trinta dias, criou-se uma interpretação, oficialmente adotada pela Administração Pública federal, no seguinte sentido: nos primeiros trinta dias, o substituto acumula seu cargo com o cargo ou função do substituído e opta pela maior remuneração (normalmente a do cargo de chefia); depois desse período, o substituto deve afastar-se de seu cargo, exercendo apenas o cargo ou função do substituído, recebendo a respectiva remuneração. Essa interpretação decorre de uma leitura conjunta dos §§ 1.º e 2.º do citado artigo. Por isso, o item está errado.

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA 1) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A Lei n.º 8.112/1990 instituiu o regime dos servidores públicos civis da União, das autarquias, exceto daquelas constituídas em regime especial, e das fundações públicas federais. 2) (Cespe/TCU/Analista/2005) Os empregados do BNDES (empresa pública federal) são servidores públicos federais e, portanto, a eles se aplica o regime jurídico estabelecido na Lei n.º 8.112/1990. 3) (Cespe/AGU/Advogado da União/2009) O ato de designação de alguém para titularizar cargo público denomina-se provimento, que, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, pode ser originário ou derivado. O aproveitamento, forma de provimento derivado horizontal, consiste na transferência efetuada para prover o servidor em outro cargo mais compatível com sua superveniente limitação de capacidade física ou mental, apurada em inspeção médica, distinguindo-se da reversão ou provimento derivado horizontal. 4) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Uma autarquia federal realizou concurso público para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogável. Nessa situação, nada há de irregular na conduta do mencionado ente público, pois se trata de ato discricionário. 5) (Cespe/TCU/Analista/2008) O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento no sentido de que o candidato aprovado em concurso público dentro das vagas previstas em edital tem direito à nomeação, e não mera expectativa de direito. 6) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) A investidura do cargo público ocorre com o provimento.

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Considere as seguintes situações, identificadas em numeração sucessiva. Fábio prestou concurso público e foi aprovado (1). Após ser nomeado (2), tomou posse (3) no cargo e entrou em exercício (4). Contudo, Fábio prestara também um outro concurso público e foi chamado a assumir o novo cargo público. Após meditar, Fábio resolveu pedir exoneração (5) do cargo que exercia para assumir o novo cargo, inacumulável, em outro órgão (6). Tendo por base a narrativa acima, julgue os itens subseqüentes. 7) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 2 é forma de provimento de cargo público. 8) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 3 só se verificou em decorrência de, previamente, ter ocorrido a nomeação. 9) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) As situações identificadas pelos números 5 e 6 configuram remoção. 10) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 4 identifica o efetivo desempenho das atribuições do cargo público. 11) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) Após a ocorrência da situação 3, Fábio teria 30 dias para praticar a ação 4. 12) (Cespe/TJDFT/Analista/2008) A situação 5 constitui forma de vacância do cargo público. 13) (Cespe/MRE/Oficial de Chancelaria/2006) Excetuadas as nomeações para cargos em comissão declarados em lei como de livre nomeação e exoneração, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público. 14) (Cespe/TJTO/Juiz/2007) A deficiência física de candidatos aprovados em concurso público pode ser comprovada com atestado médico particular, o qual não poderá ser impugnado após a posse.

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15) (Cespe/TCU/Analista/2005) Considere que a ANATEL pretenda selecionar pessoas para ocuparem cargos de provimento efetivo lotados na autarquia. Nessa situação, a ANATEL deve selecionar tais pessoas mediante procedimento licitatório realizado na modalidade concurso. 16) (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A vacância do cargo público decorre de: exoneração, demissão, promoção, ascensão, transferência, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento. 17) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Maria Lúcia conseguiu aprovação em concurso público, e, depois de cinco anos de efetivo exercício no cargo, este foi extinto, e ela, posta em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo que trabalhara. Nessa situação, Maria Lúcia nada poderá fazer para reverter a situação, pois o ato praticado atende aos princípios que informam a administração pública, cujo interesse prevalece no caso. 18) (Cespe/STF/Analista/2008) Aproveitamento é um exemplo de preenchimento de cargo por intermédio de provimento derivado.

19) (Cespe/DPU/Defensor Público/2007) Paulo, servidor público federal, detentor de cargo efetivo de auditor fiscal da previdência social, já havia adquirido a estabilidade no serviço público quando foi aprovado em concurso público para o cargo de analista do TCU, no qual tomou posse, assumindo a função em 15/1/2007. Nessa situação, conforme jurisprudência dos tribunais superiores, Paulo pode requerer a sua recondução ao cargo que ocupava anteriormente até 15/1/2009, mesmo sendo bem avaliado no estágio probatório em curso. 20) (Cespe/TRF5/Juiz/2006) Conforme entendimento do STF, o servidor público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido. 21) (Cespe/TCU/Procurador/2004) O servidor em estágio probatório não pode exercer cargo de provimento em comissão. 22) (Cespe/TCU/Procurador/2004) A reversão é forma de provimento de cargo público proscrita em face da exigência de concurso público.

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23) (Cespe/DPF/Delegado/2004) A vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função e pode ocorrer com extinção do vínculo pela exoneração, demissão e morte, ou sem extinção do vínculo, pela promoção, aposentadoria, readaptação ou recondução. 24) (Cespe/STF/Analista/2008) A vacância sempre acarreta o rompimento definitivo do vínculo jurídico entre o servidor e a administração. 25) (Cespe/MPOG/Analista de Infraestrutura/2010) Considere que Paulo, servidor público federal lotado em Brasília, pretenda ser removido a pedido para o Rio de Janeiro, independentemente do interesse da administração, para acompanhar sua esposa, servidora pública federal, aprovada recentemente em concurso público, lotada no Rio de Janeiro. Nessa situação hipotética, Paulo fará jus à citada remoção, conforme expressa autorização da Lei n.º 8.112/1990. 26) (Cespe/STF/Técnico/2008) Enquanto na redistribuição o interesse da administração configura uma modalidade, na remoção o interesse da administração configura um preceito pressuposto. 27) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na hipótese de redistribuição, não é o servidor que é deslocado de um cargo para outro, mas é o próprio cargo que é deslocado para outro órgão ou entidade, dentro do mesmo poder. Essa afirmação é (A) correta. (B) errada, pois, na redistribuição, o servidor é deslocado do seu cargo original para outro cargo vago. (C) errada, pois o deslocamento do cargo somente ocorre na hipótese de readaptação. (D) errada, pois a redistribuição implica passagem do cargo dos quadros de um poder para outro.

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28) (Cespe/STF/Técnico/2008) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável deve ser imediatamente redistribuído, sendo vedada sua colocação em disponibilidade, já que tal opção feriria o interesse público. 29) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na hipótese de redistribuição, não é o servidor que é deslocado de um cargo para outro, mas é o próprio cargo que é deslocado para outro órgão ou entidade, dentro do mesmo poder. 30) (Cespe/TSE/Analista/2007) Na redistribuição, o deslocamento do cargo somente ocorre na hipótese de readaptação. 31) (Cespe/STF/Técnico/2008) O servidor substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de natureza especial, nos casos de afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. Gabarito 1E 2E 3E 4C 5C 6E 7C 8C 9E 10C 11E 12C 13C 14E 15E 16E 17C 18C 19C 20E 21E 22E 23E 24E 25E 26E 27A 28E 29C 30E 31E