atualidades aula 04

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CURSO ONLINE ATUALIDADES EM TEORIA & EXERCÍCIOS PARA O TRT (10ª- Região) PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES Prof a Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 04 – CONFLITOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS ÉTNICOS Olá, como estão os estudos? Espero que vocês estejam se dedicando com afinco, pois, como o tempo está voando, logo logo a prova estará ai, né? Pois bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocês um dos mais complexos assuntos de todo o nosso curso: os conflitos étnicos e geopolíticos existentes no mundo! Mas não se desesperem porque complexidade não está diretamente ligada à dificuldade e sim a atenção. Então pay attention, ok? Para entender a maior parte dos conflitos internacionais, precisamos, muitas vezes, compreender suas origens e raízes históricas, que são tão antigas quanto profundas. Devido ao curto tempo que possuímos vou tentar enxugar um pouquinho essa história e me ater ao estritamente necessário, mas, se restarem dúvidas me chamem no fórum, ok? A primeira grande dificuldade (e muito comum) é diferenciar o que é um conflito étnico de um conflito geopolítico. Sem dúvida alguma, o limite entre um e outro é extremamente tênue, já que em algum momento as motivações étnicas, políticas e geográficas se encontram. O assunto é bastante extenso, pois, infelizmente o que não falta pelo mundo são conflitos, mas espero que vocês os compreendam da forma mais direta possível, sem cair na superficialidade. Tenho certeza que, após lerem esta aula, vocês se sentirão em condições de compreender muito melhor o panorama geopolítico mundial atual e sua configuração durante o século XX.

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    PROFESSORA VIRGNIA GUIMARES

    Profa Virgnia Guimares www.pontodosconcursos.com.br

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    Aula 04 CONFLITOS GEOPOLTICOS E CONFLITOS TNICOS

    Ol, como esto os estudos? Espero que vocs estejam se dedicando

    com afinco, pois, como o tempo est voando, logo logo a prova estar ai, n?

    Pois bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocs um dos mais

    complexos assuntos de todo o nosso curso: os conflitos tnicos e

    geopolticos existentes no mundo! Mas no se desesperem porque

    complexidade no est diretamente ligada dificuldade e sim a ateno.

    Ento pay attention, ok?

    Para entender a maior parte dos conflitos internacionais, precisamos,

    muitas vezes, compreender suas origens e razes histricas, que so to

    antigas quanto profundas. Devido ao curto tempo que possumos vou tentar

    enxugar um pouquinho essa histria e me ater ao estritamente necessrio,

    mas, se restarem dvidas me chamem no frum, ok?

    A primeira grande dificuldade (e muito comum) diferenciar o que

    um conflito tnico de um conflito geopoltico. Sem dvida alguma, o limite

    entre um e outro extremamente tnue, j que em algum momento as

    motivaes tnicas, polticas e geogrficas se encontram.

    O assunto bastante extenso, pois, infelizmente o que no falta pelo

    mundo so conflitos, mas espero que vocs os compreendam da forma mais

    direta possvel, sem cair na superficialidade.

    Tenho certeza que, aps lerem esta aula, vocs se sentiro em

    condies de compreender muito melhor o panorama geopoltico mundial atual

    e sua configurao durante o sculo XX.

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    1 Conflitos Geopolticos

    1.1 A Guerra do Afeganisto (1979-1989)

    Bem, pessoal, sobretudo nesse momento, que vemos algumas

    transformaes nas relaes internacionais daquele pas, principalmente no

    que diz respeito retirada das tropas norte-americanas (de forma gradual,

    bom lembrar!) de l, que j foi confirmada para acontecer no incio de 2012,

    seria impossvel no falarmos da guerra no Afeganisto, no mesmo?

    Como a maior parte dos conflitos que veremos, este tambm no

    possui origens atuais, entretanto, elas no so to antigas quanto a dos que se

    iniciaram ainda na Guerra Fria. Assim, devemos ter bem claro que a violncia

    que atinge o Afeganisto se desencadeou num conflito tnico iniciado h mais

    ou menos 30 anos.

    O Afeganisto um dos pases mais pobres do mundo e tem vivido

    grande instabilidade nas ltimas dcadas contando com uma economia e infra-

    estrutura extremamente precrias. Essa regio, alm de sofrer com guerras e

    conflitos internos tambm foi abalada por desastres naturais como terremotos

    e secas, piorando ainda mais as condies de vida da populao.

    Apesar disso, esse pas ocupa uma posio estratgica! Espremido

    entre o Oriente Mdio, a sia Central e a ndia, ao longo da antiga "Rota da

    Seda", o Afeganisto foi disputado por vrios pases durante longo tempo. Pra

    vocs terem uma ideia, no sculo XIX, o pas foi disputado tanto pela Rssia

    Imperial como pelo imprio britnico na ndia.

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    No final da dcada de 70, esse pas se tornou um importante campo

    de batalha da Guerra Fria, sobretudo aps o envio de milhares de soldados

    soviticos ao pas para garantir a permanncia do regime pr-comunista.

    Mas, num territrio com tanta diversidade e disputa de poder como o

    que estava situado este pas,um grande confronto era iminente e logo ele

    eclodiu, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do Afeganisto. Vamos

    entender melhor essa questo?

    Em fins da dcada de 70, quando a Unio Sovitica invadiu o pas,

    diversos grupos que recebiam o nome genrico de mujahedin combateram o

    governo comunista, com o objetivo comum de instaurar um Estado muulmano

    regido pela Sharia.

    A lei Sharia, em rpidas palavras, a doutrina dos direitos e

    deveres religiosos do Isl, baseada no Alcoro (livro sagrado do islamismo) e

    na biografia do profeta Maom. Deste modo, os exemplos mais fortes de

    aplicao dessa lei a proibio do governo ao uso de roupas ocidentais e a

    imposio s mulheres do uso do vu sobre a cabea em locais pblicos.

    Outra caracterstica bem marcante a ressonncia que a Sharia tem sobre a

    populao, j que apesar de ser oriunda de uma religio, ela rege o

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    comportamento civil de toda a sociedade, sendo aplicada de forma mais ou

    menos integral (ou seja, com maior ou menor intensidade) em cada governo

    que opta por adot-la constitucionalmente.

    Pois bem, aps a retirada sovitica, em 1989, e a queda do governo

    comunista, em 1992, os mujahedin se dividiram. De um lado estava o Talib,

    que se estabeleceu ao sul do pas, sendo composto pela etnia Pashtun,

    predominante no Afeganisto. Do outro lado ficou a Aliana do Norte, liderada

    pelo segundo maior grupo tnico do pas, os tadjiques, e pelos uzbeques,

    um grupo minoritrio.

    Estou certa de que, desses dois grupos, vocs todos j ouviram falar

    do primeiro, no mesmo? Enquanto o Talib um grupo fundamentalista

    bastante ativo, a Aliana do Norte uma organizao poltico-militar criada

    pelo Estado afego com o objetivo de reunir os diversos grupos afegos a fim

    de combater o Talib.

    A situao interna ainda agravada pelo fato de as vrias tribos

    pashtuns terem grandes divises internas. Essas divises explicam a

    hostilidade do Talib aos candidatos pashtuns Hamid Karzai e Ashraf Ghani, e

    a Abdullah Abdullah, um tajique. Esses trs eram candidatos presidncia no

    pleito eleitoral de 2009, sendo que Hamid Karzai foi eleito.

    Apesar do conflito mais famoso ocorrido no Afeganisto ser o que se

    iniciou em 1979, este pas foi invadido diversas vezes ao longo de sua histria,

    tendo suas fronteiras e governo como alvo constante de disputas.

    Alexandre, o Grande; Czares russos e comunistas foram alguns dos

    predecessores dos Estados Unidos na invaso deste local. Entretanto, se os

    americanos no obtiveram sucesso na Guerra do Vietn, no Afeganisto quem

    no se deu bem foram os soviticos!

    A invaso sovitica ao Afeganisto aconteceu em 1979 e teve

    consequncias imediatas quando, um ano depois, durante os Jogos Olmpicos

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    de Moscou, foi organizado pelos EUA um boicote dos principais pases do

    ocidente aos Jogos. Mas a grande questo que no quer calar : porque essa

    rea sempre foi to invadida e cobiada por diferentes governos e em

    diferentes tempos?

    Bem, se observarmos atentamente o mapa deste pas veremos que o

    Afeganisto um pas asitico, localizado ao centro desse continente e fazendo

    fronteira com o Turcomenisto, Uzbequisto, Tadjiquisto, China, Paquisto e

    Ir. Ento, pessoal, se refletirmos sobre os vizinhos, perceberemos que apesar

    de no possuir sada para o mar a localizao geogrfica do Afeganisto

    privilegiada por dois motivos. Primeiro, porque um ponto estratgico para o

    estabelecimento de relaes comerciais, j que se situa entre alguns dos mais

    importantes pases da sia. O segundo que trata-se de uma rea estratgica

    de fundamental importncia para estabelecer qualquer tipo de domnio na sia

    Central.

    Mas vamos voltemos ao conflito iniciado em 1979, certo?

    A Guerra do Afeganisto consistiu em um conflito militar entre a

    Unio Sovitica (que apoiava o governo comunista instalado no Afeganisto) e

    os mujahidins afegos (rebeldes que lutavam contra o regime comunista).

    Mais uma vez, preciso perceber quais so as foras polticas

    efetivamente engajadas no conflito. E, por favor, prestem bastante ateno!

    De um lado, estavam os EUA (apoiando os rebeldes mujahidins na tentativa de

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    derrubada do regime comunista); do outro lado, estava a URSS (tentando

    manter o status quo poltico da regio, ou seja, o regime comunista).

    A URSS invadiu o Afeganisto em 1979, logo aps um golpe de

    Estado que objetivava destituir o governo comunista. Opondo-se URSS

    estavam os mujahidins, que se inspiravam na Revoluo Xiita do Ir para lutar

    pelo controle do Afeganisto. Agora um pequeno parntese: O Ir, tambm em

    1979, vivenciou a Revoluo Xiita, por meio da qual ascendeu ao poder o

    fundamentalismo islmico. Os mujahidins, igualmente de origem muulmana,

    visavam, dessa forma, seguir o exemplo iraniano e chegar ao poder.

    Perceba-se, todavia, que no caso iraniano os fundamentalistas

    islmicos lutaram contra um regime pr-EUA; j no Afeganisto, os

    fundamentalistas lutavam para derrubar um regime pr-URSS.Como

    percebemos, j na poca da Guerra Fria, o Oriente Mdio era considerado uma

    regio estratgica no cenrio geopoltico, e por isso EUA e URSS corriam para

    se alinhar aos grupos que lhes interessavam naquele momento.

    Assim, alm do boicote aos jogos Olmpicos, o governo dos EUA

    passou a financiar grupos radicais armados islmicos, na figura dos

    mujahidins, que conseguiram forar a retirada dos soviticos do Afeganisto.

    Com efeito, a Al Qaeda (organizao terrorista altamente conhecida)

    tem suas razes nos guerreiros da f mujahidins. Vocs j ouviram dizer que

    Osama Bin Laden foi treinado pelos EUA? Pois , no se pode dizer que essa

    histria seja absolutamente verdadeira. No entanto, ela tambm no pode ser

    totalmente descartada, pois,deriva do apoio dado pelos EUA aos mujahidins

    durante a Guerra do Afeganisto.

    Em 1989, a URSS se retirou do Afeganisto e, logo em seguida,

    instalou-se na regio um governo islmico ligado aos mujahidins.Numa

    correlao ao que aconteceu com os EUA na Guerra do Vietn, a URSS pode

    conhecer o seu prprio Vietn.

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    Passados alguns anos, com a ocorrncia do episdio de 11 de

    setembro de 2001, os Estados Unidos declararam guerra ao terrorismo e

    invadiram o Afeganisto em outubro de 2001, revelia do Conselho de

    Segurana das Naes Unidas. Na invaso ao Afeganisto, os EUA tiveram o

    apoio do Reino Unido, Canad, Frana e outros pases, alm da contribuio da

    organizao armada muulmana Aliana do Norte.

    O principal objetivo da invaso ao Afeganisto era capturar o

    terrorista Osama bin Laden, o qual tinha apoio do regime dos Talibs. Este

    regime at foi derrubado, todavia a morte de Osama Bin Laden s foi

    acontecer no incio do ms de maio de 2011, ou seja, quase exatos 10 anos

    depois do atentado aos EUA.

    Assim, no dia 02 de maio, milhares de americanos (e cidados de

    todo o mundo) comemoraram a morte de um dos terroristas mais procurados

    dos ltimos 10 anos. Comemoraram a possvel segurana que a morte deste

    terrorista lhes representava.Por mais jovens ou desligados que vocs sejam,

    estou certa de que j ouviram falar dessa figura (que se tornou quase uma

    lenda!) ao praticar um dos atos terroristas mais chocantes da nossa histria.

    Ao derrubar as torres gmeas, em Nova York, e danificar parte do

    Pentgono, em Washington, o lder da rede terrorista Al Qaeda, bin Laden,

    passou a ocupar o posto de inimigo pblico nmero um dos EUA e seus

    aliados.

    Todavia, duas coisas devem ficar claras para todos ns. A primeira

    que o mundo no se resume ao Ocidente e muito menos Amrica de onde

    vem toda a efusividade pela morte do terrorista. Assim, do outro lado do

    Atlntico, tambm existem pessoas se manifestando contra o assassinato de

    Osama. Essas pessoas o classificam, inclusive, como um verdadeiro heri do

    mundo muulmano, nos indicando que os conflitos esto longe de terem fim.

    Temos um indcio disso pelo grande nmero de vdeos, exibidos na Internet e

    na televiso, que mostram seu brutal legado e que marcaro o sculo XXI

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    como sendo um perodo em que o terrorismo foi um fenmeno poltico de um

    mundo mais incerto, inseguro e letal.

    Ento, pessoal, essa questo nos leva ao nosso segundo ponto que ,

    exatamente, pensar que a morte de Osama bin Laden no s no encerra um

    ciclo de violncia, como ainda pode resultar numa revitalizao de um conflito

    latente.Essa expectativa surge embasada na explcita tentativa de alguns

    muulmanos de transformar o lder terrorista em mrtir e conferir novo nimo

    ao movimento da Al Qaeda. Um exemplo disso foi a primeira manifestao que

    reuniu quase mil seguidores, realizada numa provncia do Paquisto, depois de

    anunciada a morte do terrorista. Do mesmo modo, outros mil muulmanos se

    reuniram dois dias aps a morte do lder, em Jacarta, para orar em massa por

    Osama, mostrando que nem todo mundo comemora a sua partida.

    Enfim, meus amigos, o fato que bin Laden foi morto, mas o forte

    simbolismo de sua existncia no mundo no ser facilmente eliminado, nem

    mesmo por uma potncia blica to poderosa como os EUA. E, alm disso,

    devemos lembrar que o terrorismo continua sendo tema presente nas maiores

    discusses internacionais, um forte indcio de que este fenmeno continuar

    ainda por algum tempo aterrorizando e alimentando os conflitos

    internacionais.

    Mas, como podemos conceituar terrorismo? O historiador e

    pesquisador Daniel Chaves diz que o terrorismo um fenmeno histrico

    e poltico [e ] um problema contemporneo de difcil delimitao e

    incipiente consenso sobre os seus limites jurdicos ou tericos.Nos

    variados foros de debates internacionais, no se chegou a um consenso sobre

    quem terrorista e o que define um ato como sendo terrorista, etc.

    Essa definio encontra barreiras que vo desde a universalidade do

    uso deste termo para os mais diversos acontecimentos, at os limites da

    aceitao tica e moral da violncia em determinados pases ou regies. Alm

    disso, a demasiada importncia e destaque que a mdia confere ao fenmeno

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    tornam-no cada vez mais de natureza poltica. O medo e a insegurana

    assomam os lares, fazendo com que o terrorismo (e tambm o medo dele)

    seja um fenmeno mundial. Os possveis alvos dele so aquelas grandes

    potncias, antes invencveis. Os ideais dos pases alvos esto voltados para a

    segurana, acima da garantia do Direito. Assim, todo e qualquer ato suspeito

    pode ser reprimido com o consentimento da comunidade internacional, a

    instabilidade est cada vez mais presente.

    bom lembrar que a previso inicial do incio da retirada das tropas

    do Afeganisto para 2011 comeou a ser concretizada na segunda metade de

    dezembro. Os EUA retiraram 10 mil soldados do pas, embora ainda

    permaneam 91 mil militares norte-americanos em territrio afego. Tambm

    o governo espanhol declarou que a retirada de suas tropas da regio

    acontecer at o final de 2014 e a o governo francs, seguindo os passos

    norte-americanos, espera concretizar a retirada das tropas francesas do

    Afeganisto at o final de 2013. Esse o primeiro passo para desmantelar a

    operao de guerra no Afeganisto e repassar a responsabilidade pela

    segurana s autoridades locais, finalizando, assim, a misso de combate da

    coalizo em territrio do pas centro-asitico, com prazo previsto at o fim de

    2014.

    Vejamos uma questo recente relacionada ao Afeganisto!

    1) (CESPE / Escriturrio BRB / 2011 / com adaptaes) Em maio de

    2011, o lder terrorista Osama Bin Laden at ento um dos homens mais

    procurados pelos servios de inteligncia e segurana dos Estados Unidos da

    Amrica (EUA) foi morto.

    Com relao a esse fato e s suas consequncias, julgue os itens a

    seguir.

    I Aps a confirmao da morte do lder da Al-Qaeda, o presidente dos EUA,

    Barack Obama, declarou o fim da guerra ao terror e informou que as tropas de

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    seu pas sero retiradas do Afeganisto e do Iraque at o dia 31 de dezembro

    de 2011.

    II De acordo com informaes divulgadas pelas autoridades norte-

    americanas, o corpo de Osama Bin Laden no foi enterrado, mas lanado ao

    mar.

    III Com a morte de Osama Bin Laden, a Al-Qaeda foi desfeita, uma vez que

    tambm foram mortos, durante a operao planejada pelos militares norte-

    americanos, os principais comandantes polticos e militares dessa organizao.

    Marque a alternativa correta:

    a) somente I e III esto corretas

    b) somente III est correta

    c) somente I est correta

    d) somente II est correta

    e) as afirmativas I, II e III esto corretas.

    COMENTRIOS

    A afirmativa I est errada. O presidente norte-americano, Barack

    Obama, confirmou a morte de Osama bin Laden na madrugada do dia 02 de

    maio de 2011. Segundo as prprias palavras de Obama: Foi feita justia.

    Nesta noite, tenho condies de dizer aos americanos e ao mundo que

    os Estados Unidos conduziram uma operao que matou Osama bin

    Laden, o lder da Al-Qaeda e terrorista responsvel pelo assassinato de

    milhares de homens, mulheres e crianas.

    No entanto, essa declarao no foi acompanhada do anncio de

    retiradas das tropas norte-americanas. Na verdade, o que foi declarado que

    a guerra contra o terror continuaria, mesmo depois da morte de bin Laden.

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    Com relao retirada das tropas norte-americanas no Iraque foi

    somente em outubro de 2011 que o presidente dos EUA confirmou a total

    retirada das tropas daquele pas at o final deste mesmo ano, o que foi

    realmente concretizado e em dezembro os EUA oficializaram o fim da Guerra

    do Iraque!

    J com relao ao Afeganisto, a previso era que se iniciasse em

    julho de 2011 a retirada, mas, o total retorno dos soldados norte-americanos

    ao seu pas deve acontecer at 2013, pois, trata-se de uma ao lenta, a ser

    empreendida com cautela, como vimos na explicao anterior.

    A afirmativa II est correta. Segundo as informaes divulgadas

    pelas autoridades dos EUA, o corpo de Osama bin Laden foi sepultado no

    mar. Em primeiro lugar, porque nenhum pas teria aceitado receber o corpo do

    terrorista e depois, como garantia de que seus seguidores no tomassem o

    lugar de seu sepultamento como um templo de peregrinao. Portanto, lanar

    o corpo de Osama ao mar atendeu a alguns objetivos daqueles que

    promoveram seu assassnio.

    A assertiva III est errada. A afirmativa est incorreta por dois

    motivos: primeiramente, a Al-Qaeda no foi desfeita depois da morte de bin

    Laden. Segundo, muitos de seus lderes j haviam sido capturados e mortos,

    mas foram sendo substitudos por novos, at como um meio de prolongar a

    vida da organizao.

    Deste modo, o consenso de que a Al-Qaeda ainda continue

    existindo por um bom tempo, mesmo porque, Osama bin Laden j no era o

    responsvel direto pela organizao dos atentados promovidos pela

    organizao. Alm disso, a clula terrorista passou por muitas mudanas e

    abandonou o modelo hierrquico centralizado, dificultando o combate contra

    ela.

    Portanto, pessoal, a alternativa correta a letra D.

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    Gabarito: D

    ___X___

    1.2 A questo nuclear iraniana

    Particularmente duas coisas me chamam a ateno quando penso

    nesse pas: a riqueza e a instabilidade que parecem caractersticas peculiares

    ao Oriente Mdio.

    Bom, em primeiro lugar bom frisar que no se incomodem com a

    dificuldade em compreender esse territrio. A realidade muito distinta da

    grande maioria de ns e, portanto, bem mais difcil de ser compreendida.

    Contudo, analisando-a sem pr-julgamentos ou etnocentrismos, temos certeza

    de que venceremos essa barreira cultural e compreenderemos um pouco mais

    essa sociedade.

    Em janeiro de 79, os islmicos xiitas do Ir derrubaram o governo

    aliado dos Estados Unidos e proclamaram uma Revoluo Islmica. O que isso

    significa? Isso quer dizer que a autoridade mxima do pas agora estaria

    totalmente relacionada com a religio Islmica, originando, como eles se auto-

    intitulam, a Repblica Islmica. E que espcie de repblica essa?

    Bem, nesse sistema, o Estado regido por um lder religioso

    denominado aiatol. Essa figura a expresso mxima da autoridade no Ir,

    uma vez que pertence a ele a palavra final sobre os assuntos mais importantes

    do pas. Apesar de no ser eleito pela populao, ele tem suas decises

    legitimadas pela prpria religio. Assim, no Ir temos um Estado teocrtico,

    onde a religio se confunde com as leis praticadas por todos os cidados.

    Vocs se lembram que falamos, em rpidas palavras, sobre a lei Sharia?

    Apesar de o Estado ser dirigido por um lder religioso, o sistema

    poltico vigente conta com a existncia de organizaes polticas, tanto que

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    possivelmente vocs esto lembrados da polmica reeleio de Mahmoud

    Ahmadinejad, no mesmo?

    Entretanto, quando se fala em Ir devemos nos lembra do impasse

    envolvendo esse pas e os EUA nos ltimos anos. Em 2003, a AIEA (Agncia

    Internacional de Energia Atmica) anunciou que o Ir estaria ocultando, h

    mais de uma dcada, um programa de enriquecimento de urnio. Assim, o Ir

    estaria descumprindo o Tratado de No-Proliferao de Armas Nucleares

    (TNP), do qual signatrio. Acusado de planejar produzir armas nucleares

    secretamente, o governo iraniano negou e manteve seu programa de

    enriquecimento de urnio sob a justificativa de gerao de energia.

    Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao eixo

    do mal, o Ir passou a sofrer sanes econmicas impostas pela ONU h

    aproximadamente 4 anos. No entanto, essas sanes no tiveram ressonncia

    e no modificaram em nada a postura de Ahmadinejad, que no recuou nas

    atividades nucleares. Assim, essa nao tornou-se uma das principais

    preocupaes dos Estados Unidos e de outras grandes potncias que

    aspiravam algum interesse poltico ou econmico na regio.

    No plano das relaes internacionais iranianas, alm de ser acusado

    de dar apoio a grupos fundamentalistas como o libans Hezbollah e o palestino

    Hamas, o Ir se posiciona totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas

    no Iraque, contra quem imps uma das mais sangrentas guerras das ltimas

    dcadas.

    Em 2010, o Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com a

    Turquia e o Ir, pelo qual o governo iraniano concordou em remeter Turquia

    1,2 mil quilos de urnio a 3,5% e receber urnio enriquecido a 20% para ser

    usado em reatores de energia. A troca dessa quantidade de urnio, com baixo

    nvel de enriquecimento, por urnio enriquecido representaria um primeiro

    passo na soluo negociada para a questo nuclear iraniana.

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    14

    Apesar do acordo, o Conselho de Segurana da ONU aprovou

    novas sanes contra o Ir. Vale ressaltar que a aprovao dessa nova

    rodada de sanes no contou com o apoio de Brasil e Turquia, que na

    poca eram membros temporrios do Conselho de Segurana.

    Assim, no incio do ms de Junho de 2011, ou seja, um ano aps

    iniciarem as sanes internacionais contra o seu pas, o presidente do Ir,

    Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que vai produzir urnio enriquecido a 20%

    nas instalaes de Fordoo, no Sul do pas. Sua ideia triplicar a capacidade de

    produo, apesar das presses e sanes internacionais aos iranianos.

    Para governos democrticos de todo mundo essa deciso foi

    entendida como uma provocao ao Ocidente e serviu para reforar as

    preocupaes da comunidade internacional face ao que eles classificam como

    intransigncia do regime iraniano.

    Tanto que no ultimo dia do ms de agosto/2011 o presidente francs,

    Nicolas Sarkozy, advertiu o Ir sobre a possibilidade de "um ataque

    preventivo" contra suas instalaes nucleares caso a Repblica Islmica insista

    nas suas ambies nucleares. Como podemos percebe este mais um conflito

    que parece iminente, no mesmo?

    Por fim, gostaria de destacar que aconteceu, em 29 de novembro

    (2011), uma invaso embaixada britnica no Ir (Teer), na qual centenas

    de manifestantes iranianos invadiram a embaixada, queimaram bandeiras,

    saquearam o rgo e jogaram documentos fora. As autoridades iranianas

    alegaram que foram estudantes islmicos que promoveram a ao, mas

    representantes da Unio Europeia acreditam que a ocupao tenha sido uma

    ao coordenada em resposta s sanes adotadas na semana anterior pela

    Gr-Bretanha contra o programa nuclear iraniano. Mas, afinal, quais eram

    essas sanes? Principalmente, boicote a todos os bancos da Repblica

    Islmica, o que poderia abrir precedentes para que outros pases tambm

    seguissem o mesmo caminho.

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    15

    O resultado de tudo isso, foi que, sob presso do Reino Unido, a UE

    aceitou impor novas sanes ao Ir. Foi aprovada uma lista de 180 autoridades

    e empresas iranianas que sero alvo de embargos. Os chanceleres reunidos

    apenas no chegaram a um acordo a respeito da imposio de embargo

    comercializao de petrleo com o pas. Mas, vale ressaltar que o objetivo

    central das novas sanes o de isolar o Ir e, assim, frear seu programa

    nuclear. O pas persa tem, portanto, sofrido com o isolamento imposto pelas

    sanes e comea a ser afetado pela instabilidade na Sria, pois esses dois

    pases mantm importante parceria poltica e econmica que se v cada vez

    mais afetada. Falaremos mais sobre Sria ainda nesta aula, ok?

    2) (CESPE/Pesquisador INMETRO / 2010) O Ir, desde a revoluo

    que derrubou o x Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas

    relaes internacionais, estando com frequncia em destaque devido a

    conflitos com outros pases. Assinale a opo correta acerca do

    relacionamento do Ir com o restante do mundo.

    a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Ir, o pas no conduz,

    atualmente, qualquer tipo de pesquisa na rea nuclear; suas usinas seriam

    apenas remanescentes de programas cientficos do tempo do x Reza Pahlevi.

    b) Em 2003, a Agncia Internacional de Energia Atmica anunciou que o Ir

    ocultara, por mais de uma dcada, um programa de enriquecimento de urnio.

    c) Devido s relaes diplomticas e aos interesses econmicos, os Estados

    Unidos da Amrica deixaram claro, durante a administrao Bush, que em

    nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Ir.

    d) As sanes impostas ao Ir pelos Estados Unidos da Amrica e pela

    Organizao das Naes Unidas (ONU) so criticadas pelos pases em

    desenvolvimento porque o impedem de vender petrleo e gs para o exterior.

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    16

    e) Recentemente, as exigncias internacionais contra o Ir recrudesceram ao

    ponto de imporem a proibio a esse pas de manter qualquer tipo de pesquisa

    na rea nuclear, seja civil, seja militar.

    COMENTRIOS

    A letra A est errada. O posicionamento oficial do Ir que seu

    programa nuclear tem unicamente finalidade pacfica. Todavia, a comunidade

    internacional contesta essa verso iraniana.

    A letra B est correta. De fato, em 2003, a AIEA anunciou que o Ir

    estaria ocultando, h mais de uma dcada, um programa de enriquecimento

    de urnio. Assim, o Iro estaria descumprindo o Tratado de No-Proliferao

    de Armas Nucleares (TNP), do qual signatrio.

    A letra C est errada. Em 2002, o ex-presidente dos EUA, George W.

    Bush, incluiu o Ir entre os pases do eixo do mal, acusando-o de produzir

    armas nucleares. Como poca os EUA levava a cabo uma poltica de combate

    ao terror, a sociedade internacional vislumbrou a possibilidade de um ataque

    preventivo contra o Ir.

    A letra D est errada. A Unio Europeia que aprovou sanes (alm

    das impostas pela ONU!) no setor de petrleo e de gs, limitando os

    investimentos europeus no Ir especificamente nessas reas.

    A letra E est errada. No h proibio de que o Ir realize pesquisas

    na rea nuclear, desde que destinadas a fins pacficos.

    Gabarito: B

    3) (CESPE/ TJ-ES / 2011 / com adaptaes) O Ir est envolvido em

    polmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e possibilidade de

    uso dessa energia para a construo de uma bomba atmica.

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    17

    Com relao a essa polmica e aos desdobramentos por ela suscitados,

    julgue os prximos itens.

    I Brasil e Turquia selaram acordo com o Ir, mediante o qual este pas se

    comprometeu a enviar urnio em troca de combustvel enriquecido para uso

    em aplicaes de natureza pacfica.

    II Acompanhando a deciso norte-americana, o Brasil votou a favor de

    sanes contra o Ir.

    III Em junho de 2010, o Conselho de Segurana da Organizao das Naes

    Unidas aprovou novas sanes ao Ir.

    Marque a alternativa correta.

    a) CCC

    b) CEE

    c) ECC

    d) CEC

    e) EEE

    COMENTRIOS

    A primeira assertiva foi considerada correta pelo CESPE no gabarito

    preliminar. O Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com o Ir e a

    Turquia, por meio do qual o primeiro entregaria urnio e receberia urnio

    enriquecido, destinado a fins pacficos.

    A segunda assertiva est errada. O Brasil votou contra sanes ao

    Ir.

    A terceira assertiva est correta. De fato, em julho de 2010 foram

    aprovadas novas sanes contra o Ir.

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    18

    A resposta correta , portanto, a letra D.

    Gabarito: D

    ___X___

    1.3 Guerra do Iraque

    Desde a dcada de 80, o Iraque se envolveu em trs guerras num

    intervalo de apenas 25 anos. Bombas vindas de pelo menos trs naes

    diferentes (Ir, Israel e Estados Unidos) chegaram ao seu territrio. As causas

    de cada conflito mudavam, mas o personagem central era sempre o mesmo:

    Saddam Hussein, o tirano de Bagd.

    Na primeira vez que o pas foi tema de uma reportagem de capa da

    Revista Veja, Saddam havia acabado de invadir o Ir. A guerra se estendeu

    por anos e teve consequncias calamitosas para toda a regio. Porm, o que

    era guerra em um ano tornou-se, no ano seguinte, para espanto do mundo,

    uma firme aliana denunciada por um jornal britnico.

    Aps essa nova parceria, Israel bombardeou uma central nuclear no

    Iraque para ter certeza de que o dspota iraquiano no teria nenhuma

    condio de produzir a bomba atmica. Essa ao militar de Israel s se

    propagou e chegou ao conhecimento de seus aliados americanos horas depois

    do acontecimento.

    Uma dcada depois, o Iraque, sob o comando do ditador Saddan,

    invadiu e ocupou o Kuwait, botando a famlia real para correr e provocando a

    alta do preo do petrleo. A partir disso, Saddan mostrou que, mesmo com a

    oposio conjunta dos Estados Unidos e da Unio Sovitica, no desistiria de

    sua poltica expansionista no Oriente Mdio.

    Depois do 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos entraram em

    alerta total contra seus possveis inimigos e se lanaram numa infindvel

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    19

    guerra contra o terror. Nesse perodo, o governo norte-americano conseguiu a

    liberao de fundos do oramento para o investimento em armas no valor de

    370 bilhes de dlares. Com tudo isso, eles conseguiram vencer os afegos,

    derrubando o governo Talib, mas sem capturar o terrorista Osama bin Laden.

    Com o fracasso na captura de Osama, o governo norte-americano direcionou

    sua ateno para outros possveis inimigos dos EUA e aqui que comea a

    nossa histria.

    Dentre os pases do denominado eixo do mal, que contava com

    pases como Ir e Coreia do Norte, estava o Iraque. Este pas era comandado

    por Saddam Hussein e por isso foi o primeiro a ser investigado pelos EUA.

    A partir da, foi questo de tempo at os americanos iniciarem uma

    forte campanha contra as aes militares do governo iraquiano, sob o discurso

    da presena de armas de destruio em massa. Aps essas denncias, os EUA

    arranjaram uma comisso de inspetores das Naes Unidas para verificarem

    o estoque de aparelhamentos controlados por Saddam Hussein. Todavia, nada

    foi encontrado!

    Ainda assim, os EUA formaram uma coalizo militar contra os

    iraquianos e, em maro de 2003 , juntamente com tropas britnicas, italianas,

    espanholas e australianas, deram incio guerra do Iraque com um intenso

    bombardeio.

    Em pouco tempo, a fora de coalizo conseguiu derrubar o governo

    de Saddam Hussein e instituir um governo de natureza provisria. Em

    dezembro de 2003, o governo estadunidense declarou sua vitria contra as

    ameaadoras foras iraquianas com a captura do ditador Saddam Hussein. A

    vitria, apesar de redimir as frustradas tentativas de se encontrar bin Laden,

    estabeleceu um grande incmodo poltico na medida em que os EUA no

    encontraram as tais armas qumicas e biolgicas.

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    20

    Aps a ocupao do Iraque pelos EUA, ocorreram eleies em 2005 e,

    tambm, em maro de 2010. As eleies de 2010 no transcorreram em clima

    de tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.

    Alm disso, o panorama poltico iraquiano no se estabilizou e os

    grupos polticos internos, sobretudo xiitas e sunitas, se enfrentam em

    conflitos civis.Enquanto as tropas americanas continuaram na regio sob o

    discurso de ajudar na resoluo dos conflitos internos, treinar e equipar as

    equipes de segurana iraquianas, foram os militares norte-americanos que se

    tornaram o principal alvo de aes terroristas.Entretanto, no ms de dezembro

    (2011) o governo dos EUA concretizou a total retirada de suas tropas do

    territrio iraquiano, depois de mais de 9 anos de constantes combates que

    promoveram grande destruio naquele pas. No entanto, aps essa retirada,

    os conflitos entre xiitas e sunitas voltaram a aterrorizar os iraquianos e os

    atentados j causaram vrias mortes.No final de janeiro de 2012 foram

    noticiadas mais mortes resultantes de atentados entre esses dois grupos.

    Agora, algumas questes sobre esse tema!

    4) (CESPE / Agente de trnsito Detran-DF / 2003 / com adaptaes)

    Divididos quanto guerra ao Iraque, os pases do Grupo dos Oito buscaram

    cicatrizar o racha diplomtico e afinar o discurso de repdio ao terrorismo e

    proliferao de armas de destruio em massa. Em um comunicado, os lderes

    dos pases disseram que a disseminao de armas nucleares e biolgicas, alm

    do terrorismo, era a ameaa proeminente para a segurana internacional. O

    comunicado citou, como pontos de preocupao, os programas nucleares da

    Coria do Norte e do Ir.

    Folha de S. Paulo, 3/6/2003, p. A9 (com adaptaes).

    A respeito do texto acima e de aspectos diversos que podem ser

    associados ao assunto nele abordado, julgue os itens seguintes.

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    21

    Os trs pases citados no texto Iraque, Ir e Coria do Norte

    formam o que a atual diplomacia de Washington denomina de eixo do

    mal, por consider-los potencialmente perigosos, o que justifica ao

    preventiva dos EUA em relao a eles.

    COMENTRIOS

    Apesar de ser uma questo mais antiga, acho interessante coloc-la

    aqui porque trata de questes interessantes a respeito da relao EUA/Iraque.

    A afirmativa est correta. Antes de comentarmos essa questo,

    primeiro vamos falar de alguns pontos importantes para a compreenso do

    que ela prope.

    O presidente dos EUA quela poca era George W. Bush que tomou a

    iniciativa de comandar a invaso do Iraque independente de se comprovar que

    o regime de Saddam Hussein dispunha de significativa quantidade de armas de

    destruio em massa. A Frana e a Alemanha foram os pases europeus que

    mais questionaram a deciso norte-americana de promover a invaso, mas

    no conseguiram impedir que acontecesse.

    A invaso teve incio em maro de 2003 e em 01 de maio o

    presidente norte-americano declarou o fim das operaes militares, com a

    deposio do presidente Saddam Hussein. O tipo de operao militar usado foi

    o estilo Blitzkrieg (interveno rpida).

    Agora, cientes dessas questes iniciais, vamos ao que pergunta a

    questo. O termo eixo do mal foi usado pela primeira vez pelo presidente dos

    EUA, George W. Bush, em um discurso proferido diante do Congresso norte-

    americano em 29 de janeiro de 2002 para designar os trs pases considerados

    nocivos ao mundo: Coreia do Norte, Ir e Iraque. Estes, segundo o presidente

    norte-americano, possuam armas de destruio em massa e patrocinavam o

    terrorismo regional e mundial, seriam, portanto, uma ameaa real

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    22

    estabilidade global. Diante disso, era justificvel a invaso a qualquer um deles

    para garantir a tal estabilidade global, ou seja, a ao preventiva dos EUA

    com relao a eles.

    Gabarito: Certo

    5) (CESPE/ANTAQ / 2009) No Iraque, os EUA derrubaram Saddam

    Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistncia

    posterior, gerando inmeras baixas, m repercusso internacional e

    crescente insatisfao da prpria opinio pblica norte-americana.

    COMENTRIOS

    Esta questo est correta e podemos afirmar que uma das poucas

    que o simples acompanhar dos telejornais (na poca de sua aplicao) nos

    possibilitaria respond-la.

    Rdio jornal, revista e telejornais, na poca em que a questo foi

    aplicada, eles traziam, a todo momento, a situao atual das tropas

    americanas no Iraque, suas baixas e a m repercusso que isso tem tido na

    opinio pblica americana.

    Gabarito: Certo

    6) (CESPE/IRB / 2009) Nas duas vezes em que atacaram militarmente

    o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa

    resistncia da populao local, em larga medida incentivada pela

    reprovao poltica de Washington manifestada pelo conjunto dos

    Estados rabes.

    COMENTRIOS

    Bem amigos, se durante a segunda invaso do Iraque as tropas

    americanas enfrentaram grande resistncia dos prprios iraquianos, durante a

    primeira invaso isso no foi uma verdade. Um dos aspectos surpreendentes

    da guerra de 1991 foi exatamente o baixo nmero de soldados americanos ou

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    23

    pertencentes fora de coalizo mortos em combate, no ultrapassando 300

    indivduos, ao contrrio dos militares que variaram entre 85 e 100 mil mortos.

    E, ento, qual a diferena?

    Em 1991, os curdos, que desde a dcada de 70 buscavam sua

    independncia e sempre eram sufocados pelo regime de Saddan, entram na

    esteira da derrota iraquiana na Guerra do Golfo e revoltam-se mais uma vez.

    Do mesmo modo, os xiitas que habitavam a regio sul tambm se levantaram,

    contra Saddam que fazia do prprio governo iraquiano o principal alvo.

    Gabarito: Errado

    7) (CESPE/Agente Administrativo UERN / 2010) O Conselho de

    Segurana da ONU manifestou satisfao com as ltimas eleies legislativas

    realizadas no Iraque, que chamou de passo importante unidade do pas. Os

    quinze pases-membros do Conselho de Segurana elogiam, em um

    comunicado, os iraquianos pela demonstrao de compromisso com um

    processo poltico pacfico, completo e democrtico.A votao representa uma

    etapa importante no processo poltico, que busca estabelecer a unidade

    nacional do Iraque, soberania e independncia, afirma o comunicado.

    Veja Online, 9/3/2010 (com adaptaes).

    A respeito das eleies no Iraque, assinale a opo correta.

    a) A ltima eleio nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a

    invaso americana ocorrida h quase sete anos.

    b) Atentados e exploses ocorreram no dia das eleies, mas no houve

    mortos ou feridos.

    c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pde votar.

    d) O atual primeiro-ministro impedido de disputar as eleies no Iraque.

    e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, de origem sunita.

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    24

    COMENTRIOS

    A letra A est correta. Aps a ocupao do Iraque pelos EUA,

    ocorreram eleies em 2005 e em maro de 2010. Dessa forma, esse foi o

    segundo pleito no pas desde a ocupao por foras de coalizo.

    A letra B est errada. As eleies no transcorreram em clima de

    tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.

    A letra C est errada. As eleies contaram com a ampla participao

    da populao iraquiana, no havendo essa restrio quanto idade dos

    eleitores.

    A letra D est errada. No houve impedimento para que o primeiro-

    ministro do Iraque disputasse as eleies presidenciais.

    A letra E est errada. O ainda primeiro ministro do Iraque, Nouri al-

    Maliki, da corrente xiita.

    Gabarito: A

    ___X___

    1.4 Conflitos na China

    Atualmente, podemos observar o empenho da mdia em divulgar

    notcias sobre a China. Paralelo a isso, percebemos um crescente interesse de

    estudiosos sobre esse pas e um significativo aumento de intercmbios

    econmicos, polticos e culturais de diversos pases com essa nova potncia,

    no mesmo?

    Pois bem, apesar de todo o desenvolvimento econmico que ronda

    este pas, ele tambm tem sua histria marcada por conflitos e tenses que se

    estendem at os dias atuais, como o caso do Tibet e de Taiwan.

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    25

    Se observarmos o mapa perceberemos que Taiwan uma pequena

    ilha localizada na sia oriental e este territrio tem mais de 2 mil anos de

    histria ligada China. Entretanto, para entender a pendenga atual no

    precisaremos retroceder tanto no tempo, basta voltarmos Revoluo

    Comunista Chinesa ocorrida em 1949.

    Naquela ocasio, Mao Ts-Tung tomou o controle da China

    Continental e expulsou o lder nacionalista que ali habitava e defendia

    preceitos democrticos. Este lder, Chiang Kai-Shek, se retirou para Taiwan e

    levou consigo mais de 2 milhes de refugiados, para, no momento oportuno,

    ocupar o poder na China por meio de uma invaso.

    A partir de ento, as duas partes tomaram caminhos diferentes: a

    China seguiu pelo caminho comunista inspirando-se na URSS; Taiwan se

    aproximou dos EUA, obtendo seu apoio na implantao de um sistema

    capitalista na ilha.

    A partir dos anos 60, Taiwan mudou o foco de sua poltica externa e

    parou de tentar conquistar o continente, voltando-se apenas para o

    reconhecimento de sua independncia.

    Todavia, pessoal, foi exatamente nessa poca que o mundo ocidental

    estava comeando a reatar os laos com a China, que acabara de romper com

    a URSS. Assim, apoiar Taiwan se tornou uma questo poltica muito delicada,

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    26

    j que para conter o avano sovitico, o Ocidente precisava de um bom

    relacionamento com a China.

    Por essa razo, em 1971, a ONU simplesmente deixou a questo de

    Taiwan mal-resolvida, reconhecendo, em 1979 a Repblica Popular da China e

    retirando, oficialmente, a proteo militar que fornecia ilha de Taiwan.

    Apesar disso, meses depois alguns laos econmicos foram reatados, incluindo

    a venda de armas para a ilha.

    Os EUA venderam armas para Taiwan,o que gerou desconforto nas

    relaes diplomticas entre americanos e chineses. Isso porque a China no

    reconhece a independncia de Taiwan, sendo esta considerada uma provncia

    rebelde.

    J o Tibete, conhecido como o "teto do mundo" por se situar a mais

    de quatro mil metros de altitude, no Himalaia, um dos pases mais religiosos

    do mundo. A forte tradio budista cultuada na submisso autoridade

    suprema do Dalai Lama. O Tibete manteve o status de pas independente at a

    Revoluo chinesa quando Mao Ts-tung chegou ao poder e promoveu uma

    srie de mudanas no mapa chins.

    Foi nesse perodo que territrios ao leste do Tibete foram anexados

    China e houve a implantao de medidas para suprimir a identidade cultural

    tibetana. Em 1950, a China ocupou efetivamente o territrio tibetano, mesmo

    contra a vontade dos monges budistas que, nove anos depois, se organizaram

    para lutar pela autonomia do Tibete. Apenas em 1963 essa regio ganhou

    status de Regio Autnoma, e hoje conta com um governo apoiado pela

    China.

    Em meados do mes de agosto de 2011, o lder espiritual Dalai Lama

    foi substitudo por lder laico do governo exilado do Tibete, Lobsang Sangay,

    que advogado e jurista de Harvard. Aos 43 anos Sangay assumiu a difcil

    misso de substituir Dalai Lama e voltar a negociar com a China. Por sua vez,

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    27

    Dalai Lama que permanece como lder espiritual defendeu a cultura

    tibetana em discurso para milhares de pessoas capital da Estnia afirmando

    que"O objetivo do Tibete no sua separao da China, mas o

    desenvolvimento da cultura tibetana.

    Por outro lado, seguindo na linha da chamada Primavera rabe, a

    potncia comunista enfrenta violentas manifestaes que colocam em

    evidncia a revolta crescente de boa parte da populao contra o poder.

    Os distrbios foram desencadeados por casos de corrupo, abuso de

    poder e expropriaes ilegais de terras por parte de autoridades locais, o que

    destoa da imagem de "sociedade harmoniosa" preconizada pelo presidente Hu

    Jintao, num momento em que o regime tenta evitar ao mximo o contgio das

    rebelies populares dos pases rabes.

    Vejamos como os principais focos de tenso na China j foram

    cobrados em prova!

    8) (FCC/APOFP / 2010) Aps classificar a relao com os EUA como a

    mais importante para a China, o primeiro ministro chins, Wen Jiabao,

    afirmou que os laos entre os dois pases foram seriamente afetados

    pela deciso do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar

    com o dalai-lama em fevereiro e pelo anncio de que Washington

    vender US$ 6,4 bilhes em armas para Taiwan.

    (OESP, 15/3/2010)

    As divergncias entre os dois pases, indicadas no texto, ocorrem

    porque o

    a) Tibete e Taiwan representam ameaa China, j que so pases hindustas

    que lutam pela liberdade religiosa e poltica.

    b) Dalai Lama defende enfrentamento armado pela independncia do Tibete e

    de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.

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    28

    c) Tibete, que nunca pertenceu China nem a Taiwan, um protetorado

    ingls.

    d) O poderio econmico do Tibete, sustentado pelo comrcio com os EUA,

    ameaa a economia chinesa, e Taiwan representa ameaa ideologia

    comunista na China por ser um centro religioso.

    e) Dalai Lama classificado pelo governo chins como separatista, na medida

    em que busca a independncia do Tibete, e Taiwan, por sua vez, considerada

    uma provncia rebelde que tambm luta por manter sua autonomia.

    COMENTRIOS

    Vejamos cada uma das alternativas:

    A) Bem, depois de tudo o que lemos aqui ou em outros meios de comunicao

    sobre o poderio Chins podemos afirmar, com toda certeza, que Taiwan e

    Tibete no representam nenhuma ameaa efetiva China com relao a um

    possvel conflito armado, no mesmo?

    B) Afirmar que o Dalai Lama defende o enfrentamento armado um erro que,

    com o mnimo de conhecimento sobre o budismo ou mesmo assistindo aos

    noticirios, poderia facilmente ser evitado. Em 1993, esse lder foi laureado

    com o prmio Nobel da Paz justamente pelo seu pacifismo diante do desejo de

    liberdade do Tibete.

    C) A histria do Tibete marcada por guerras e conquistas, entretanto, essa

    regio nunca foi um protetorado ingls, e antes de ser anexado China

    possua governo prprio.

    D) Essa assertiva esta incorreta justamente por ter invertido as coisas. O

    poderio econmico que vem assustando a economia chinesa pertence a Taiwan

    e no ao Tibete. Do mesmo modo, quem ameaa a ideologia comunista na

    China por ser um centro religioso o Tibete e no Taiwan, como afirmou a

    questo.

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    29

    E) Essa questo est perfeita, pois Dalai Lama classificado pelo governo

    chins como separatista, justamente por buscar a independncia do Tibete.

    Taiwan, por sua vez, considerada uma provncia rebelde que tambm luta

    por manter sua autonomia.

    Gabarito: E

    ___X___

    1.5 Guerra das Malvinas

    Principalmente agora, no ms de abril, ouvimos falar muito desse

    conflito, pois ele ocorreu h exatos 30 anos. A Guerra das Malvinas foi um

    conflito ocorrido entre Argentina e Reino Unido pela soberania das Ilhas

    Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido possui o controle dessas ilhas, as quais

    foram ocupadas em 1982 pela Argentina.

    Essas ilhas se situam a apenas 480 quilmetros do litoral da

    Argentina que nunca aceitou este domnio e, em 1982, o ditador argentino,

    Leopoldo Galtieri, promoveu a invaso com tropas a capital das Malvinas,

    Stanley. Essa invaso, que tinha razes polticas evidentes, esperava unir a

    nao numa espcie de surto patritico em apoio a esta iniciativa, o que no

    ocorreu!

    Iniciado no inicio dos anos 80 entre Gr-Bretanha e Argentina, esse

    conflito foi bem mais rpido se comparado aos outros que estudamos aqui

    hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a

    Gr-Bretanha reagiu imediatamente, enviando regio uma fora-tarefa com

    28 mil combatentes quase trs vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio

    dos Estados Unidos, os britnicos demoraram pouco mais de dois meses para

    encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e

    resolver os problemas internos que se amontoavam por l!

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    30

    O fato que at hoje a Argentina no se conforma em no ter a

    soberania das Ilhas Malvinas. Isso to evidente que j foi vrias vezes usado

    como discurso poltico pela atual presidente da Argentina Cristina Kirchner.

    Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

    9) (FCC/APOFP / 2010) A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,

    em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da

    classificao de segurana (confidencial) a toda informao e

    documentao vinculada com as operaes das Foras Armadas

    durante o perodo de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao

    "conflito blico no Atlntico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

    outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

    retorno da democracia, no possvel continuar aceitando a falta de

    acesso informao e documentao, sob pretexto de segredo de

    Estado ou qualquer definio de segurana que impea o

    conhecimento da histria recente.

    (OESP, 7/1/2010, adaptado)

    correto afirmar:

    a) A classificao de confidencial, aplicada a "toda informao e

    documentao, vinculada com as operaes das Foras Armadas" durante o

    perodo de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes

    comuns praticados por militares.

    b) A abertura dos arquivos permitir conhecer toda a documentao referente

    atuao das Foras Armadas da Argentina, no perodo indicado, relativas ao

    confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.

    c) A medida diz respeito s informaes e documentao sobre violaes dos

    direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada

    por historiadores como uma das mais violentas na Amrica Latina na dcada

    de 1970.

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    31

    d) As Foras Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, j

    haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transio para

    a democracia na Argentina.

    e) O conhecimento do passado recente argentino no supe necessariamente a

    abertura dos arquivos das Foras Armadas, pois todos os acusados de crimes

    durante a ditadura militar j foram julgados e os desaparecidos, encontrados.

    COMENTRIOS

    A letra A est errada. A deciso tomada pela presidente Cristina

    Kirchner de abrir ao conhecimento pblico todos os arquivos do perodo da

    ditadura abrange tanto os crimes e violaes aos direitos humanos praticados

    pelos militares quanto os praticados pelos civis em resistncia ao regime. Com

    efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a Amrica

    Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil

    pessoas tenham desaparecido nas mos de agentes da represso.

    A letra B est errada. As informaes referentes Guerra das

    Malvinas no esto abrangidas, por uma questo de segurana nacional, pela

    medida.

    A letra C est correta. A medida abre os arquivos da ditadura

    argentina, j que considera-se que, passados mais de 25 anos do fim do

    regime, no h porque mant-los afastados do conhecimento pblico.

    A letra D est errada. As Foras Armadas mantiveram os arquivos

    sob sigilo.

    A letra E est errada. Nem todos os desaparecidos durante o perodo

    da ditadura foram encontrados.

    Gabarito: C

    ___X___ ___X___

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    32

    2Conflitos tnicos

    Consideramos como grupo tnico um grupo de pessoas que se

    identificam (ou so identificadas) como iguais tendo por base as semelhanas

    culturais, biolgicas ou as duas. O grande problema ocorre quando grupos

    tnicos diferentes so obrigados a conviver e dividir o mesmo espao, gerando

    atitudes e aes preconceituosas por parte do Estado com um deles, ou

    mesmo intolerncia de uns com os outros.

    Apesar de, no sculo XX, terem surgido algumas discusses sobre a

    melhor maneira de evitar a ocorrncia de conflitos entre diferentes grupos

    tnicos, o fato que, ainda hoje, esses conflitos permeiam nosso cotidiano.

    Apesar de suas razes serem histricas, no poderia haver assunto mais atual

    do que estes conflitos e, por isso, abordaremos nessa aula os principais focos

    de tenso tnica existentes pelo mundo.

    Alguns podem estar com aquela pulguinha atrs da orelha que no

    para de perguntar: Ora, se os conflitos tnicos possuem razes to antigas,

    por que cargas dgua tenho que compreender isso?

    Em primeiro lugar, no d pra pensar na sociedade atual ou nas

    transformaes sociais ocorridas h bem pouco tempo, sem percebermos que

    os conflitos esto sempre presentes na nossa trajetria, no mesmo? Se

    pegarmos as manchetes das ltimas semanas, veremos, pelo menos, um

    conflito sendo abordado, como, por exemplo, a acusao ao exrcito birmans

    de crimes de guerra contra as minorias Kachin, em Mianmar.

    Alm disso, com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e

    da ordem internacional bipolar, muita expectativa de paz foi gerada por todos

    e a continuidade da existncia de tantos conflitos no deixa de ser

    assustadora! Era consenso em quase todo mundo que o fim da rgida diviso

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    33

    mundial entre capitalistas e socialistas desembocaria numa temporada de

    valorizao da democracia, do respeito alteridade e o incio de uma era de

    paz no mundo. Mas o fato que isso no ocorreu!

    Ao contrrio do que se imaginava, ou mesmo se desejava, o fim da

    Guerra Fria acabou propiciando uma retomada dos conflitos avulsos, que eram

    impulsionados por rivalidades tnico-religiosas, que haviam sido meio que

    congeladas devido existncia dos regimes totalitrios, tanto na Unio

    Sovitica quanto na Iugoslvia.

    Enfim, o importante percebermos que muitos conflitos tnicos

    voltaram a se desencadear com o trmino da guerra fria e, mesmo em pleno

    sculo XXI, eles continuam fazendo parte do nosso cotidiano.

    Sim, do nosso cotidiano! Muitos de vocs devem associar conflitos

    tnicos ao Oriente Mdio, no mesmo? Entretanto, pessoal, aqui bem

    pertinho de ns e incluindo muitos de nossos conterrneos, existe um conflito

    que, apesar de no ter sido herdado da Guerra Fria, pode ser enquadrado no

    que trataremos nesta aula.

    2.1 Brasileiros no Suriname

    No final do ano de 2009, ocorreram vrios ataques contra brasileiros

    no Suriname, pas localizado na Amrica do Sul e que faz fronteira com a

    regio Norte do Brasil. Mas, afinal de contas, quais foram os motivos desses

    ataques?

    Aparentemente, o estopim do ataque contra brasileiros no Suriname

    foi o fato de um surinams ter sido assassinado a facadas por um brasileiro. O

    crime teria ocorrido em virtude do surinams ter cobrado uma dvida por ter

    prestado ajuda para a imigrao ilegal de brasileiros para a Guiana Francesa.

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    34

    Diante do ocorrido, no houve rompimento de relaes diplomticas

    entre Brasil e Suriname. Na oportunidade, as autoridades surinamesas deram

    ampla proteo aos brasileiros que viviam naquele pas.

    A entra um aspecto interessante a ser analisado! O Suriname um

    pas vizinho da Guiana Francesa, que, por sua vez, uma porta de entrada

    para a Frana. Assim, muitos brasileiros dos estados da regio Norte usam o

    Suriname como um ponto para a entrada ilegal na Guiana Francesa.

    Estima-se que vivem no Suriname cerca de 18 mil brasileiros, muitos

    dos quais vivem nesse pas trabalhando no garimpo do ouro, atividade ilegal

    naquele pas. A relao entre brasileiros e os marrons (denominao do povo

    surinams) no , portanto, das mais agradveis e que, portanto, h um

    conflito na regio, cujas origens esto na dificuldade de integrao entre

    brasileiros e marrons, o que agravado pela prtica de atividade ilcita

    (garimpo) por brasileiros que ali vivem.

    Vejamos uma questo sobre o assunto!

    10) (CESPE / Tcnico de Nvel Superior UERN / 2010) Na vspera do

    Natal de 2009, um grupo de brasileiros foi atacado na cidade de

    Albina, no Suriname. O ataque resultou em incndios, saques e pelo

    menos 25 feridos. A respeito desse assunto, assinale a opo correta.

    a) O Suriname, pas rico devido ao fato de ser ex-colnia da Holanda, atrai

    milhares de imigrantes brasileiros todos os anos.

    b) Aps o referido ataque, o governo brasileiro rompeu relaes diplomticas

    com o Suriname.

    c) O ataque em questo decorreu da disputa pela explorao de petrleo no

    interior do Suriname.

    d) A maioria dos brasileiros que mora no Suriname composta de garimpeiros

    que tentam a sorte nesse pas.

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    35

    e) O governo surinams pratica poltica de incentivo imigrao de tcnicos e

    cientistas brasileiros, o que incomoda a populao local e acarreta o tipo de

    ataque referido.

    COMENTRIOS

    A letra A est errada. A migrao de brasileiros para o Suriname no

    to intensa assim. Alm disso, o Suriname pode ser considerado um pas rico

    porque possui grande variedade de recursos naturais e no por ter sido colnia

    da Holanda.

    A letra B est errada. No houve rompimento de relaes

    diplomticas entre Brasil e Suriname.

    A letra C est errada. O conflito no tem suas origens na explorao

    de petrleo, mas sim na dificuldade de integrao entre brasileiros e marrons

    na regio, o que agravado pela prtica do garimpo por brasileiros que ali

    vivem.

    A letra D est correta. A maioria dos brasileiros que vive no Suriname

    se dedica prtica do garimpo, atividade considerada ilcita naquele pas.

    A letra E est errada. No h polticas de incentivo imigrao de

    brasileiros no Suriname.

    Gabarito: D

    ___X___

    Bem, amigos, o fato que basta ligarmos a TV ou o rdio para

    termos contato quase que direto com os inmeros conflitos existentes por todo

    planeta, no mesmo? Amrica, frica, sia e Europa. Em praticamente todos

    os continentes do mundo existem reas de conflitos, mas, como coisas no so

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    36

    divididas com preciso, muitos conflitos comeam por um motivo e se

    estendem por outro, de modo que no consigamos mais distinguir se aquilo

    uma tenso tnica, religiosa ou poltica.

    De qualquer modo, me propus aqui a tratar daquelas subverses que

    eclodem,periodicamente, em determinadas regies, motivadas,

    principalmente, pela intolerncia diante das diferenas culturais do outro. E

    justamente essa no aceitao das crenas, leis e hbitos sociais ou religiosos

    do grupo com o qual divide o territrio que torna o conflito quase inevitvel.

    Talvez para ns brasileiros esse seja um assunto meio difcil de

    compreender, j que so poucas as agitaes que envolvem questes tnicas,

    como por exemplo, o caso dos brasiguaios, que apesar de srio no ocorre

    dentro do territrio do Brasil, e o dos brasileiros no Suriname, visto acima.

    Assim, apesar da diversidade religiosa existente em nosso territrio,

    no fomos premiados com esse tipo de problema social(ainda bem, n?).

    Enquanto, aqui no Brasil, encontramos facilmente catlicos, protestantes e

    espritas conversando e convivendo amigavelmente. J em outras partes do

    mundo, a diferena religiosa acaba originando uma disputa de fins,

    geralmente, imprprios.

    Alm das diferenas culturais e religiosas, a cobia por recursos

    naturais, como petrleo e minrios em geral, um dos principais motivos de

    grande parte das disputas existente.

    S pra termos uma viso geral das principais reas de conflito vamos

    olhar o mapa abaixo:

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    37

    Dentre os vrios conflitos que este mapa nos mostra, vamos refletir

    sobre quais podem ser considerados como principalmente motivados por

    questes tnicas e religiosas!

    2.2 Primavera rabe

    Entendemos como primavera rabe um conjunto de manifestaes

    realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritrios e centralizadores

    que ocorrem em diversos pases do Oriente Mdio.

    O fenmeno continua ativo no norte de frica e no Oriente Mdio e

    at mesmo a China j se v sacudida. Vamos relembrar, rapidamente, os

    principais fatos da Primavera rabe?

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    38

    1) A Tunsia abre nossa lista pela importncia das eleies que realizou em 23

    de outubro (2011) desde a sada de Zine Al-Abdine Ben Ali.

    2) No Egito, a Junta Militar que governa o pas depois da queda de Hosni

    Mubarak tem enfrentado manifestaes e protestos nas ruas. Ministros do

    governo militar anunciaram que as primeiras eleies presidenciais depois de

    Mubarak acontecero at o final de maio.

    Nestes dois pases, as graves dificuldades econmicas que

    acompanharam as mudanas de regime levaram a comunidade

    internacional a mobilizar bilhes de dlares em ajuda.

    3) No Imen, o presidente Ali Abdullah Saleh estava hospitalizado na Arbia

    Saudita aps ser ferido em um ataque, ele tambm assinou acordo entregando

    os poderes no pas, depois de 33 anos no comando, para cuidar de sua sade.

    Mas, apesar da transio, protestos e combates continuam acontecendo.

    4) O Bahrein, por sua vez, viveu sua "contrarrevoluo" aps a represso dos

    protestos de fevereiro e maro.

    5) Na Lbia, Muammar Kadhafi foi morto em ataque, em Sirte (outubro de

    2011), promovido por combatentes lbios.

    6) J a Sria, o regime tinha iniciado grande represso que provocou fuga em

    massa de civis para a vizinha Turquia. Entretanto, em novembro (2011) firmou

    plano de paz, no qual estava previsto a retirada das Foras Armadas das ruas,

    alm da libertao de presos polticos e dilogo com a oposio, mas at o

    momento o governo ainda no cumpriu o acordo, mantendo a represso sobre

    a oposio.

    7) Na Jordnia, as dificuldades da monarquia (do rei Abdullah II)continuam

    latentes, alm de estar rodeada de vizinhos em crise.

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    39

    8) O Marrocos aposta, por sua vez, em uma poltica de reformas. Nas eleies

    de novembro (2011) os Islmicos moderados venceram as eleies,

    possibilitando uma convivncia pacfica com a monarquia.

    Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as

    conquistas da Primavera rabe, que colocou a democratizao entre os

    principais assuntos de uma regio que parecia condenada a seguir como um

    santurio de regimes autocrticos intocveis. Muitas ditaduras j caram e

    outras tantas sofrem com a presso popular exigindo seu fim.

    Assim, pessoal, o que vemos que todas as revoltas que tm

    eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mdia nos ltimos meses so os

    elementos dessa primavera, que no tem nada de florida, no mesmo? De

    todo modo, vamos analisar com mais cautela as principais:

    A) Crise na Tunsia

    Bom, nossa historinha comea em 17 de dezembro de 2010, quando

    um jovem tunisiano ateou fogo no prprio corpo ao ser repreendido por

    policiais que o impediam de vender vegetais em uma banca de rua sem

    permisso. O gesto desse jovem desencadeou uma onda de protestos em todo

    o pas, clamando por maior liberdade poltica e reclamando do desemprego.

    A Tunsia um pas do Norte da frica de maioria muulmana (99%

    da populao), que se destacava como um importante destino turstico e

    exemplo de prosperidade no mundo rabe. No campo poltico, todavia, o pas

    era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha no pas

    um regime de carter autoritrio.

    Dessa forma, se no campo econmico a Tunsia vinha conseguindo

    desenvolver-se progressivamente, no campo poltico-social surgiram condies

    para a revolta da populao: liberdades polticas restritas, desemprego e

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    40

    corrupo da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o pas,

    exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.

    Como forma de tentar se manter no poder, Ben Ali anunciou diversas

    reformas, dentre as quais citamos:

    I criao de um comit especial com a atribuio de investigar a corrupo;

    II promessa de criao de 300.000 empregos;

    III combatera inflao (alta dos preos);

    IV permitir a liberdade de imprensa e o amplo acesso Internet;

    V aprofundara democracia.

    Mesmo com o anncio dessas reformas os protestos continuaram e

    Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.

    Por fim, vale destacar que outros pases rabes da regio do Norte da

    frica, como Lbia e Egito, tambm possuam regimes ditatoriais, o que gerou

    a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses pases movimentos parecidos

    com o da Tunsia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como

    veremos a seguir. Mas antes veremos questes que abordaram esse assunto!

    O texto abaixo refere-se s questes 11 e 12.

    O presidente da Tunsia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou em 14 de janeiro de

    2011 aps um ms de violentos protestos contra o governo. Ele estava h 23

    anos no poder. Foi a primeira vez que um lder rabe foi deposto por fora de

    movimentos populares.

    Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

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    41

    11) (IBFC / Analista de Promotoria I Assistente Social MP-SP /

    2011) Acerca do movimento que resultou na renncia e priso do ex-

    lder tunisiano, assinale a alternativa correta.

    a) Os protestos na Tunsia comearam aps um jovem de 26 anos ter ateado

    fogo em seu corpo aps ser impedido pela polcia de vender frutas e legumes

    em uma barraca de rua.

    b) Os protestos foram motivados pela no adeso da Tunsia Liga rabe,

    principal instituio poltica supranacional do mundo islmico.

    c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela fraude

    ocorrida nas eleies nacionais em dezembro de 2010.

    d) A Tunsia era o nico pas islmico a ter um regime poltico ditatorial, o que

    gerou insatisfao popular e, consequentemente, os protestos que derrubaram

    o presidente.

    COMENTRIOS

    A opo A est correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a

    cabo a auto-imolao ateando fogo em seu prprio corpo. A ao foi feita em

    frente a um prdio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de

    mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que

    poderia ter sido uma manifestao pontual tornou-se uma onda de protestos

    que duraram mais de ms, levando o ex-lder da Tunsia a renunciar ao

    governo e deixar o pas.

    A letra B est incorreta. A Tunsia membro da Liga rabe desde

    1958, portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a no-

    adeso do pas Liga incorre em erro.

    A letra C est errada. As eleies presidenciais que reelegeram pelo

    quinto mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e no em 2010.

    No final do ms de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleies livres

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    42

    para a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. J no que se refere a

    dezembro de 2010, este foi o ms que teve incio os protestos contra o

    desemprego, a inflao e a corrupo naquele pas.

    A letra D tambm est errada. A Tunsia no era o nico pas islmico

    que vivia uma ditadura e nem o nico que derrubou o governo. Outro exemplo

    e que est na pauta do dia dos noticirios do mundo a Lbia, portanto, esta

    afirmativa est incorreta.

    Gabarito: A

    12) (IBFC / Analista de Promotoria I Assistente Social MP-SP /

    2011) Assinale a alternativa correta em relao aos desdobramentos e

    consequncias dos protestos tunisianos a outros pases da frica do

    Norte e do Oriente Mdio.

    a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

    resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim como seu

    colega tunisiano, tambm estavam h dcadas no poder.

    b) Os principais desdobramentos e consequncias do acontecido na Tunsia

    foram relacionados tambm queda do presidente egpcio e de uma onda de

    protestos contra o ditador Lbio Muammar Gaddafi, resultando em uma

    violenta e sangrenta guerra civil na Lbia.

    c) Os acontecimentos foram abafados em outros pases rabes pela Liga rabe

    a fim de conter a queda nos preos do barril do petrleo.

    d) As consequncias dos protestos na Tunsia chegaram at a Palestina, onde

    os grupos islmicos deste pas (Hamas e Fatah) se uniram contra o domnio

    israelense.

    COMENTRIOS

    A letra A est incorreta. Embora o Marrocos e o Saara tambm

    tenham apresentado grandes manifestaes populares, o governo no caiu. O

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    rei marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detm h 12 anos.

    Ele tambm o foco das manifestaes no Saara, pois seu governo comanda a

    regio, no aceitando-lhe a independncia e autodeterminao. Nesse sentido,

    quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regies

    tiveram o mesmo resultado da Tunsia, ela torna-se incorreta. interessante

    relembrar que no Marrocos, as eleies de novembro elegeram maioria de

    Islmicos moderados, bastante abertos a negociaes com a monarquia.

    A letra B est correta. Como j foi dito nos comentrios da questo

    anterior, o caso da Lbia tambm resultou no fim da ditadura de Muammar

    Kadhafi. Em fevereiro deste ano estouraram algumas manifestaes na Lbia

    contra o governo de Muammar Kadhafi, essas manifestaes se estenderam

    at agosto, havendo contnuos combates. Neste mesmo ms, os rebeldes

    conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o

    poder. Um de seus filhos, Seif Al Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal

    Penal Internacional, no qual responder por crimes contra a Humanidade. Ao

    final de agosto, os rebeldes conseguiram dominar Trpole, promovendo a fuga

    do ex-ditador. Convm lembrar que o ex-ditador lbio foi morto na quinta-feira,

    dia 20 de outubro de 2011, e no foi apenas a populao da Lbia que

    comemorou sua morte. Em vrios pases tambm aconteceram manifestaes

    comemorativas com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais

    sobre esse tema!)

    Por outro lado, tambm no Egito foram promovidos protestos contra

    o presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011

    manifestaes populares exigindo a renncia do presidente egpcio, depois de

    18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou

    entregando todo poder ao Exrcito. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi

    aliado do governo norte-americano e coordenou a poltica com mos de ferro,

    combatendo grande oposio em seu pas. Mas, a presso popular fez com ele

    deixasse o governo.

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    Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Lbia quanto o do Egito so

    anlogos ao da Tunsia e, portanto, esta opo responde corretamente

    questo.

    A letra C est incorreta. Como pde ser verificado nos comentrios

    das opes anteriores, as manifestaes no foram abafadas em outros pases.

    A opo Dera considerada errada, pois quando foi realizado o referido

    concurso a aproximao entre essas duas faces ainda no havia ocorrido,

    todavia, atualmente ela j seria entendida como correta.

    (Peo um pouco de ateno a este comentrio, ok?).

    Ainda no se deu completamente a unio entre o Hamas e o Fatah,

    mas no inicio do ms de fevereiro, eles assinaram um compromisso formal

    para constituir um governo interino unificado na Cisjordnia e na Faixa

    de Gaza, com o objetivo de organizar eleies parlamentares e presidenciais

    nas regies ainda este ano. Essa aproximao complicou, ainda mais, as

    negociaes de paz entre palestinos e israelenses, pois a unio dos dois grupos

    d indcios de uma luta contra Israel,o que pe fim nas negociaes de paz.

    De todo modo, bom lembrar que o Hamas o mais importante

    movimento fundamentalista islmico na Palestina o qual controla a regio da

    Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistncia contra Israel. Por

    outro lado, o Fatah uma organizao poltica e militar que luta pela libertao

    dos povos da Palestina, sendo a maior faco da OLP (Organizao para

    Libertao da Palestina). No entanto, o Fatah menos radical que o Hamas e

    atualmente prega a reconciliao e negociaes com Israel.

    A diferena de posicionamento dos dois grupos ainda no havia

    permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro

    (2011) o lder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, lder

    do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliao entre ambos os

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    grupos e outras faces palestinas, formando assim um governo unificado cuja

    composio ficou conhecida em fevereiro deste ano.

    Dessa forma, depois de vrios dias de negociaes no Cairo, Egito, o

    esforo promovido no sentido de sanar as divergncias que levaram diviso,

    em 2007, entre Gaza e a Cisjordnia e ao colapso do conselho legislativo

    palestino parece ter surtido efeito.Aps um contato bilateral entre

    representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes faces

    reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem formao de um

    governo de unidade nacional e organizar as eleies gerais previstas para maio

    deste ano.

    Este anncio de unio entre os dois grupos foi um indicativo do

    regresso do Hamas Organizao de Libertao da Palestina (OLP),

    reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino. No

    entanto, representantes do Fatah afirmaram que o Hamas ainda ter que

    assinar a Carta da OLP, que o obrigaria a depor as armas. Ainda existem

    algumas desconfianas quanto efetividade desta unio , mas o fato que,

    at o momento, tem havido o cumprimento dos acordos de ambos os lados.

    Gabarito: B

    ___X___

    B) Crise no Egito

    O Egito um pas rabe situado no Norte da frica, bem prximo ao

    Oriente Mdio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme

    podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos pases mais

    populosos da frica, cuja maior parte da populao (cerca de 90%) professa a

    religio islmica sunita.

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    A Repblica do Egito foi estabelecida em 1953, sendo em 1956

    declarada a total independncia do pas em relao ao Reino Unido (que

    colonizou a regio). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a

    Pennsula do Sinai (territrio egpcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o

    Egito e a Sria tentaram recuperar territrios perdidos para Israel na Guerra

    dos Seis Dias, respectivamente a Pennsula do Sinai (territrio egpcio) e as

    Colinas de Gola (territrio srio). Apesar de no terem obtido sucesso militar na

    empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitria poltica

    para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o territrio da Pennsula do

    Sinai como contrapartida paz com Israel.

    Em 1981, assumiu a presidncia do Egito Mohamed Hosni

    Mubarak, que permaneceu no poder at o incio deste ano (2011). Alis, esse

    foi o grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder

    durante 30 anos, caracterizando-se seu governo por ser um regime de carter

    fortemente autoritrio. Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que h

    diminuio cada vez maior do espao para regimes anti-democrticos.

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    Sendo assim, no incio de 2011, centenas de milhares de pessoas

    foram s ruas para manifestar seu desagrado ao governo de Mubarak, exigindo

    sua retirada do poder. Os egpcios clamavam pela implantao de uma

    democracia verdadeira, em que no haja eleies fraudulentas. O presidente

    Mubarak tentou, sem sucesso, fazer algumas concesses, como a nomeao

    de um vice-presidente (primeiro em 30 anos). Alm disso, foram tomadas

    medidas de carter repressivo, como toque de recolher, bloqueio de telefone e

    Internet (todas sem sucesso para conter o mpeto dos egpcios).Depois de 18

    dias de intensos protestos contra seu governo,no dia 11 de fevereiro de

    2011,Hosni Mubarak renunciou entregando todo poder ao Exrcito.No incio de

    dezembro de 2011, a Junta Militar que governa o pas depois da queda do

    ditador, anunciou a formao de um Conselho Consultivo para ajud-la no

    processo de transio. J em fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que

    as eleies presidenciais acontecero at o final de maio.

    Em razo de sua posio geogrfica privilegiada, o Egito um pas

    fundamental geopoltica do Oriente Mdio. E justamente por isso que a

    situao do pas causa preocupao na comunidade internacional. O regime de

    Mubarak, embora de carter autoritrio, estava alinhado com os objetivos dos

    EUA no Oriente Mdio, reconhecendo o Estado de Israel. Alm disso, o Canal

    de Suez, importante passagem entre a Europa e sia posse egpcia.

    O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de

    Mubarak, assumisse o poder no Egito a Irmandade Muulmana e que, como

    consequncia disso, ocorresse mudanas no posicionamento poltico do pas. A

    Irmandade Muulmana tem como objetivos principais a luta contra a

    interveno ocidental e a implantao no Egito da Sharia (lei islmica). Por

    outro lado, os EUA tambm no podia se posicionar a favor de um regime

    ditatorial, j que se auto-intitulam defensores da democracia.

    A posio oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-

    voz do Conselho de Segurana Nacional dos EUA: "O presidente disse que

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