aula 05 - dadm_lucianooliveira

47
ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05 1 Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 05 para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje falaremos sobre a segunda parte do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei 8.112/1990): direitos e vantagens. 1. Vencimento e Remuneração De acordo com a Lei 8.112/1990, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Já remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Vejamos um exemplo: ANALISTA LEGISLATIVO DO SENADO FEDERAL R$ VENCIMENTO BÁSICO 4.873,90 VANTAGENS PERMANENTES Gratificação de Atividade Legislativa (GAL) 7.693,30 Gratificação de Representação (GR) 2.949,10 Gratificação de Desempenho (GD) 2.924,34 REMUNERAÇÃO INICIAL 18.440,63 Fonte: Lei 12.300/2010 A remuneração do cargo efetivo é irredutível. Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. A remuneração dos cargos em comissão é estabelecida em lei específica, sendo também irredutível. Na Administração federal, tem sido adotada a parcela única como remuneração desses cargos (ex.: Lei 11.526/2007). A Lei diz que é assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual (ex.: anuênios incorporados) e as relativas à natureza ou ao local de trabalho (ex.: adicional de insalubridade).

Upload: marcela

Post on 22-Dec-2015

13 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Aula de Direito Administrativo para Concurso

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

1

Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 05 para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Hoje falaremos sobre a segunda parte do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei 8.112/1990): direitos e vantagens.

1. Vencimento e Remuneração

De acordo com a Lei 8.112/1990, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Já remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Vejamos um exemplo:

ANALISTA LEGISLATIVO DO SENADO FEDERAL R$

VENCIMENTO BÁSICO

4.873,90

VANTAGENS PERMANENTES

Gratificação de Atividade Legislativa (GAL) 7.693,30

Gratificação de Representação (GR) 2.949,10

Gratificação de Desempenho (GD) 2.924,34

REMUNERAÇÃO INICIAL

18.440,63

Fonte: Lei 12.300/2010

A remuneração do cargo efetivo é irredutível. Nenhum servidor

receberá remuneração inferior ao salário mínimo. A remuneração dos cargos em comissão é estabelecida em lei

específica, sendo também irredutível. Na Administração federal, tem sido adotada a parcela única como remuneração desses cargos (ex.: Lei 11.526/2007).

A Lei diz que é assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual (ex.: anuênios incorporados) e as relativas à natureza ou ao local de trabalho (ex.: adicional de insalubridade).

Page 2: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

2

A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos e funções públicas federais, assim como os proventos de aposentadoria e pensões pagos pela União, suas autarquias ou fundações públicas, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente em R$ 26.723,13. Esse limite é aplicável ao somatório de todas as parcelas remuneratórias percebidas, quando houver acumulação permitida em lei (ex.: dois cargos de professor).

Supremo Tribunal Federal

Segundo a Lei, excluem-se do teto de remuneração as seguintes vantagens: gratificação natalina (13.º); adicional de atividades insalubres, perigosas ou penosas; adicional de serviço extraordinário; adicional noturno; e adicional de férias. Como essas parcelas são direitos do servidor, seu não pagamento representaria discriminação do servidor que recebe o teto, mas, por exemplo, exerce suas atividades em horário noturno. Além disso, essas parcelas, com exceção do adicional de atividades insalubres, perigosas ou penosas, são garantidas ao servidor público por expressa previsão constitucional (art. 39, § 3.º).

EU SOU

O TETO!

Page 3: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

3

Não obstante, já entendeu o STF que, após a Emenda Constitucional 41/2003, as vantagens pessoais de qualquer espécie (ex.: adicional por tempo de serviço e vantagem pessoal nominalmente identificada – VPNI) devem ser incluídas no redutor do teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF/88 (RE-AgR 560.067/SP).

O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado, bem como a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos e saídas antecipadas, ressalvadas as concessões previstas em lei (ex.: horário especial de estudante). Não obstante, o servidor poderá, para evitar o desconto, realizar a compensação do horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. Já as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.

Os descontos sobre a remuneração ou provento do servidor só poderão ocorrer com sua anuência, por imposição legal ou por mandado judicial. Um exemplo de autorização do servidor é a consignação em folha de pagamento a favor de terceiros (ex.: desconto de aluguel de imóvel), a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. Além disso, o vencimento, a remuneração e o provento não podem ser objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. A reposição ocorre quando o servidor recebeu parcela indevida (ex.: diárias não utilizadas). A indenização refere-se a um prejuízo causado pelo servidor (ex.: quebra de um equipamento da repartição).

Page 4: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

4

O valor de cada parcela não poderá ser inferior a 10% da remuneração, provento ou pensão. Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.

Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento de decisão liminar, tutela antecipada ou sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.

O servidor em débito com o erário que for demitido, exonerado ou tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito. Note que, nesses casos, o servidor deixa de receber remuneração ou proventos dos cofres públicos, não havendo, assim, como realizar o desconto mensal. A não quitação no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. 1.1. Vantagens

Vantagens são parcelas pecuniárias pagas juntamente com o vencimento do servidor. Não se devem confundir essas vantagens da Lei 8.112/1990 com as vantagens permanentes do cargo, prevista na lei específica da respectiva carreira (conforme exemplo acima). O estatuto dos servidores federais prevê as seguintes vantagens: indenizações, gratificações e adicionais.

As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. Já as gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. 1.1.1. Indenizações

Constituem indenizações ao servidor:

Page 5: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

5

- ajuda de custo; - diárias; - transporte; e - auxílio-moradia. Os valores das três primeiras, assim como as condições para a

sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. No caso do auxílio-moradia, a Lei 8.112/1990 apresenta regras mais detalhadas, a seguir estudadas.

Por possuírem caráter indenizatório, essas parcelas não sofrem a incidência do imposto de renda e estão fora do teto remuneratório constitucional. 1.1.1.1. Ajuda de Custo

A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Destina-se a custear as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. Ela é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses.

A ajuda de custo também será concedida àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. Por outro lado, não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo.

No caso de cessão de servidor para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

É vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro servidor vier também a ter exercício na mesma sede.

Page 6: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

6

Caso o servidor venha a falecer na nova sede, será assegurada à

família ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de um ano do óbito.

O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias. 1.1.1.2. Diárias

O servidor que se afastar da sede a serviço, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme o disposto em regulamento.

A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.

Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considerar-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.

O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de cinco dias. Se servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no mesmo prazo.

Page 7: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

7

1.1.1.3. Transporte

Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. 1.1.1.4. Auxílio-Moradia

O auxílio-moradia é o ressarcimento das despesas realizadas

pelo servidor com aluguel de moradia ou hotel, no prazo de um mês após a comprovação da despesa. Será concedido desde que:

- o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança DAS 4, 5 ou 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; - o cônjuge ou companheiro do servidor já não ocupe imóvel funcional; - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. - o deslocamento tenha ocorrido após 30/06/2006. - o servidor (ou seu cônjuge ou companheiro) não seja ou tenha sido, nos doze meses que antecederem a sua nomeação, proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município onde vai exercer o cargo; - o servidor não tenha sido, nos últimos doze meses, domiciliado ou residido no Município onde vai exercer o cargo ou função, desconsiderando-se o prazo inferior a 60 dias dentro desse período, bem como o prazo no qual o servidor tenha ocupado outro cargo em comissão DAS 4, 5 ou 6, NE, de Ministro de Estado ou equivalentes; - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor.

Page 8: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

8

Art. 58, § 3.º: Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.

O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a oito

anos dentro de cada período de doze anos.

O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo ou função ocupada, sendo, no máximo, de 25% da remuneração de Ministro de Estado. Além disso, independentemente do valor do cargo ou função, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00.

No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por mais um mês. 1.1.2. Gratificações e Adicionais

Além da remuneração e das indenizações, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:

- retribuição de função de direção, chefia e assessoramento; - gratificação natalina; - adicional de atividades insalubres, perigosas ou penosas; - adicional de serviço extraordinário; - adicional noturno; - adicional de férias; e - gratificação por encargo de curso ou concurso.

Além disso, a lei pode estabelecer outras parcelas, relativas ao

local ou à natureza do trabalho.

Page 9: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

9

O antigo adicional por tempo de serviço (inicialmente anuênio

e depois quinquênio) foi revogado pela Medida Provisória 2.225/2001, respeitadas as situações constituídas até 8/3/1999. 1.1.2.1. Retribuição de Função de Direção, Chefia e Assessoramento

Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo em comissão ou NE é devida uma retribuição pelo seu exercício.

Atualmente, a Lei 11.526/2007 estabelece que o servidor efetivo que ocupar cargo em comissão poderá optar por uma das seguintes remunerações:

- a remuneração do cargo em comissão, acrescida dos anuênios; - a diferença entre a remuneração do cargo em comissão e a remuneração do cargo efetivo; ou - a remuneração do cargo efetivo, acrescida de 60% da remuneração do cargo em comissão (essa tem sido a opção mais escolhida).

1.1.2.2. Gratificação Natalina

A gratificação natalina (décimo terceiro) corresponde a 1/12 da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior a 15 dias será considerada como mês integral. Por exemplo, se, em determinado ano, um servidor tiver trabalhado de 10/03 a 31/12, ele fará jus a 10/12 de sua remuneração de dezembro, a título de gratificação natalina. A gratificação deve ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano.

O servidor exonerado ao longo do ano também perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Page 10: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

10

A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. 1.1.2.3. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas

Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais que prejudicam a saúde (locais insalubres) ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida (situações de periculosidade), fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão. O servidor que fizer jus a ambos os adicionais deverá optar por um deles.

Já o adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas (más) condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais insalubres, perigosos ou penosos, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Os locais de trabalho e os servidores que operam com raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Os citados servidores serão submetidos a exames médicos a cada seis meses. 1.1.2.4. Adicional por Serviço Extraordinário

Page 11: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

11

O serviço extraordinário (hora extra) será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de duas horas por jornada. 1.1.2.5. Adicional Noturno

O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%, computando-se cada hora como 52min30seg (7h noturnas = 8h diurnas). Se o serviço noturno for também extraordinário, o adicional noturno incidirá sobre a remuneração extraordinária. Vejamos um exemplo:

Hora normal diurna (60 min.): R$ 100,00 Hora extraordinária diurna (60 min.): R$ 150,00 (100 x 1,5) Hora normal noturna (52,5 min.): R$ 125,00 (100 x 1,25) Hora extraordinária noturna (52,5 min.): R$ 187,50 (150 x 1,25)

1.1.2.6. Adicional de Férias

Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a um terço da remuneração do período das férias (terço de férias). No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional. 1.1.2.7. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

A gratificação por encargo de curso ou concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

a) atuar como instrutor em curso de formação, desenvolvimento ou treinamento instituído na administração pública federal;

Page 12: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

12

b) participar de banca examinadora ou comissão para exames orais, análise curricular, correção de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou julgamento de recursos de candidatos; c) participar da logística de preparação e realização de concurso público, envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre suas atribuições permanentes; d) participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou concurso público ou supervisionar essas atividades.

O valor da gratificação será calculado em horas, observadas a

natureza e a complexidade da atividade exercida. O valor máximo da hora trabalhada será de: 2,2% do maior vencimento básico da administração pública federal, para as atividades das letras “a” e “b” acima; e 1,2% do maior vencimento básico, para as atividades das letras “c” e “d”.

A gratificação não poderá ser superior ao equivalente a 120 horas anuais, podendo haver acréscimo de até mais 120 horas, em situações excepcionais, previamente autorizadas e devidamente justificadas pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

A gratificação só será paga se as atividades acima forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo do servidor. Se desempenhadas durante a jornada de trabalho, devem ser objeto de compensação de horário.

A gratificação não se incorpora à remuneração do servidor para qualquer efeito e não pode ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo de aposentadoria ou pensão.

Page 13: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

13

INDENIZAÇÕES

Ajuda de custo

Diárias

Transporte

Auxílio-moradia

RETRIBUIÇÕES, GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento

Gratificação natalina

Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas

Adicional pela prestação de serviço extraordinário

Adicional noturno

Adicional de férias

Gratificação por encargo de curso ou concurso

Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho

2. Férias

O servidor fará jus a trinta dias de férias anuais, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses previstas em legislação específica. As férias são consideradas como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos.

Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício. A partir daí, sempre que virar o ano civil (ou seja, em 1.º de janeiro), o servidor fará jus a novas férias.

É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes do início do respectivo período.

Page 14: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

14

As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que requeridas pelo servidor e considerado o interesse da Administração. Neste caso, o adicional de férias será pago quando da utilização do primeiro período.

O servidor exonerado receberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 por mês de efetivo exercício ou fração superior a 14 dias. A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório.

O servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas deverá gozar 20 dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida a acumulação.

As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Encerrada a situação, o restante do período interrompido será gozado de uma só vez. 3. Licenças

As seguintes licenças poderão ser concedidas ao servidor efetivo:

- por motivo de doença em pessoa da família; - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; - para o serviço militar; - para atividade política; - para capacitação; - para tratar de interesses particulares; - para desempenho de mandato classista.

A licença concedida dentro de 60 dias do término de outra da

mesma espécie será considerada como prorrogação.

Page 15: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

15

3.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença: do cônjuge ou companheiro; dos pais e padrastos; dos filhos e enteados; ou de dependentes que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.

A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.

A licença (ou suas prorrogações) poderá ser concedida a cada período de 12 meses, nas seguintes condições: por até 60 dias (consecutivos ou não), com remuneração; e por até mais 90 dias (consecutivos ou não), sem remuneração. Os 12 meses serão contados a partir do deferimento da primeira licença.

A soma das licenças remuneradas e não remuneradas, incluídas as prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 meses, não poderá ultrapassar os limites acima.

A concessão da licença (ou de suas prorrogações) será precedida de exame por perícia médica oficial, podendo esta ser dispensada, quando a licença for inferior a 15 dias, dentro de um ano.

O período de licença é considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos, até 30 dias por ano, e apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade, no período restante.

Durante a licença, é vedado o exercício de atividade remunerada. 3.2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Page 16: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

16

Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que tiver sido deslocado para outro ponto do território nacional ou para o exterior, inclusive para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer esfera ou Poder, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. 3.3. Licença para o Serviço Militar

Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. O período de licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos.

Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo. 3.4. Licença para Atividade Política

O servidor terá direito a licença, sem remuneração, da sua escolha como candidato a cargo eletivo em convenção partidária e a véspera do registro de sua candidatura na Justiça Eleitoral. Vale lembrar que, antes de ser registrado na Justiça Eleitoral, o candidato a cargo eletivo deve ter sido escolhido pelo seu partido político, em convenção partidária.

A partir do registro da candidatura e até o 10.º dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo pelo período de três meses.

Page 17: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

17

Se o servidor for candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e exercer cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, ele deverá ser afastado do cargo, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura na Justiça Eleitoral, até o 10.º dia seguinte ao do pleito.

O período da licença a partir do registro da candidatura até o 10.º dia seguinte ao da eleição será considerado tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. 3.5. Licença para Capacitação

Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração (decisão discricionária), afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. É admitido o gozo parcelado da licença.

O período da licença é considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos. Os períodos da licença não são acumuláveis.

Aos mais antigos aí: a licença para capacitação substituiu a

nossa antiga licença prêmio, lembram? Só que esta era bem melhor para o servidor, porque era de concessão obrigatória pela Administração ao indivíduo que cumprisse os requisitos (ato vinculado) e não havia necessidade dele realizar nenhum curso de capacitação profissional. Nota-se, assim, que a nova licença é bem mais interessante para o interesse público, não? 3.6. Licença para Tratar de Interesses Particulares

A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares (LTIP) pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.

Page 18: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

18

3.7. Licença para o Desempenho de Mandato Classista

É assegurado ao servidor o direito à licença, sem remuneração:

- para exercer mandato de cargos de direção ou representação em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão; - para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros.

A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser

prorrogada, no caso de reeleição, por uma única vez. O período da licença é considerado como de efetivo exercício, exceto para efeito de promoção por merecimento.

A licença será concedida observados os seguintes limites:

- para entidades com até 5.000 associados, um servidor; - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores.

O servidor investido em mandato classista não poderá ser

removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

LICENÇAS

por motivo de doença em pessoa da família

por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro

para o serviço militar

para atividade política

para capacitação

para tratar de interesses particulares

para desempenho de mandato classista

Page 19: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

19

4. Afastamentos

Os seguintes afastamentos poderão ser concedidos ao servidor efetivo:

- Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (cessão); - Afastamento para exercício de mandato eletivo; - Afastamento para estudo ou missão no exterior; - Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país.

4.1. Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

O servidor poderá ser cedido a outro órgão ou entidade pública de qualquer esfera ou Poder, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança ou em outros casos previstos em leis específicas (ex.: cessão para a Justiça Eleitoral, na época das eleições – Lei 6.999/1982).

No caso de exercício de cargo em comissão ou função de

confiança, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do DF ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária. Nos demais casos (cessão para a esfera federal), o ônus permanece com o cedente.

Cedente Cessionário

Cessão do servidor

Page 20: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

20

Se o servidor for cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista e optar pela remuneração do cargo efetivo, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. É que, neste caso, a União, a autarquia ou a fundação pública continuará a pagar a remuneração do servidor, devendo, por isso, ser reembolsada. As regras desse parágrafo aplicam-se também à União, quando ela requisitar servidor ou empregado público.

Apesar do expresso acima, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância das regras citadas.

Além disso, as cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista que receba recursos de Tesouro Nacional para pagamento de pessoal independem das disposições acima, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do MPOG, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada.

Por fim, mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. 4.2. Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

- tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; - investido no mandato de vereador:

Page 21: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

21

• havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo do subsídio do cargo eletivo;

• não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração (mesma regra do Prefeito).

Já decidiu o STF que as regras aplicáveis aos chefes do

Executivo aplicam-se igualmente aos respectivos Vices (Vice-Presidente, Vice-Governador e Vice-Prefeito).

O tempo de afastamento para o exercício de mandato eletivo é contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.

O servidor investido em mandato eletivo não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. 4.3. Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

O servidor poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, desde que com autorização do Presidente da República, do Presidente dos órgãos do Poder Legislativo ou do Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As hipóteses, condições e formas para a autorização do afastamento, inclusive quanto à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.

O período de afastamento é considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos.

A ausência do servidor não excederá a quatro anos. Finda a missão ou estudo, somente será permitida nova ausência depois de decorrido igual período.

Page 22: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

22

Não será concedida ao servidor beneficiado exoneração ou LTIP

antes de decorrido período igual ao do afastamento, salvo se ele ressarcir as despesas realizadas com seu afastamento.

As regras acima não se aplicam aos servidores da carreira diplomática.

Por fim, o afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração. Também neste caso, o período de afastamento será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos. 4.4. Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País

O servidor efetivo poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País, desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário.

O período de afastamento é considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos.

Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim.

Serão observados os seguintes requisitos para concessão do afastamento:

Page 23: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

23

PROGRAMA TEMPO DE CASA (1) (2)

Mestrado 3 anos

Doutorado 4 anos

(1) Incluindo estágio probatório. (2) Desde que não tenha havido LTIP, licença capacitação ou afastamento para pós stricto sensu no país nos dois anos anteriores, no caso de mestrado e doutorado; ou LTIP ou pós stricto sensu no país nos últimos quatro anos, no caso de pós-doutorado.

Os servidores beneficiados terão que permanecer no exercício de

suas funções, após o seu retorno, por um período igual ao do afastamento concedido.

Se o servidor solicitar exoneração ou aposentadoria antes de cumprido o período de permanência obrigatória, deverá ressarcir o órgão ou entidade dos gastos com seu aperfeiçoamento, no prazo de sessenta dias, sob pena de ser inscrito em dívida ativa.

Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento, também deverá realizar o ressarcimento, salvo na ocorrência de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.

As regras acima são aplicáveis também à participação em programa de pós-graduação no exterior.

AFASTAMENTOS

para servir a outro órgão ou entidade

para exercício de mandato eletivo

para estudo ou missão no exterior

para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país

5. Concessões

As concessões ao servidor previstas na Lei 8.112/1990 são as seguintes: permissão de ausências; horário especial; e garantia de matrícula em instituição de ensino.

Page 24: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

24

5.1. Ausências

Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

- por um dia, para doação de sangue;

- por dois dias, para se alistar como eleitor;

- por oito dias consecutivos em razão de:

• casamento;

Page 25: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

25

• falecimento de: cônjuge ou companheiro; pais ou padrastos; filhos ou enteados; menor sob guarda ou tutela; e irmãos.

5.2. Horário Especial

Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. Neste caso, será exigida a compensação de horário, respeitada a duração semanal do trabalho.

Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário. Esse horário especial é extensivo ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, a compensação de horário até o mês seguinte, a ser estabelecida pela chefia imediata.

Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até um ano, ao servidor que:

- atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento no âmbito da administração pública federal; - participar de banca examinadora ou comissão para exames orais, análise curricular, correção de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou julgamento de recursos de candidatos.

Page 26: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

26

CONCESSÃO DE HORÁRIO ESPECIAL AO SERVIDOR

Servidor estudante Com compensação de horário,

respeitada a duração semanal do trabalho.

Servidor portador de deficiência Sem compensação de horário.

Servidor com familiar portador de deficiência

Com compensação de horário até o mês seguinte.

Servidor instrutor ou membro de banca examinadora

Com compensação de horário em até um ano.

5.3. Garantia de Matrícula em Instituição de Ensino

Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. Essa garantia estende-se ao cônjuge ou companheiro do servidor, aos seus filhos ou enteados que vivam na sua companhia e aos menores sob sua guarda, com autorização judicial. 6. Tempo de Serviço

É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 dias. Além das ausências ao serviço para doação de sangue, alistamento eleitoral, casamento ou falecimento, são considerados como de efetivo exercício para todos os efeitos os afastamentos em virtude de:

- férias; - exercício de cargo em comissão em órgão ou entidade da Administração Pública; - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

Page 27: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

27

- participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no país; - desempenho de mandato eletivo, exceto para promoção por merecimento; - júri e outros serviços obrigatórios por lei; - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento; - deslocamento para a nova sede do servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório; - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no país ou no exterior; - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. - licença:

• à gestante, à adotante e à paternidade; • para tratamento da própria saúde, até 24 meses,

cumulativos ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

• para mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;

• por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; • para capacitação; • por convocação para o serviço militar;

Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e

disponibilidade:

- o tempo de serviço público prestado aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal; - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 dias em período de 12 meses;

Page 28: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

28

- a licença para atividade política, a partir do registro da candidatura até o 10.º dia seguinte ao da eleição; - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo anterior ao ingresso no serviço público federal; - o tempo de serviço em atividade privada vinculada à Previdência Social; - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; - o tempo de licença para tratamento da própria saúde, além de 24 meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo.

Vale lembrar que atualmente o critério constitucional para cálculo

de aposentadoria é o tempo de contribuição, não o de serviço. Portanto, as regras acima devem ser lidas à luz dessa nova sistemática.

O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria. Lembre-se que atualmente também o aposentado contribui para a previdência social. Desse modo, retornando à atividade no mesmo ou em outro cargo, seu tempo de contribuição deverá ser considerado para nova aposentadoria.

Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra.

É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidade da Administração Pública. Neste caso, cada cargo terá sua contagem individualizada, para que, no futuro, o servidor possa se aposentar em ambos os cargos (ex.: dois cargos de professor). 7. Direito de Petição

É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. O requerimento dever ser despachado no prazo de cinco dias e decidido dentro de 30 dias.

Page 29: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

29

Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver

expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. O prazo para interposição de pedido de reconsideração é de trinta dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão. O pedido de reconsideração também deve ser despachado em cinco dias e decidido em 30 dias.

Caberá recurso tanto do indeferimento do pedido de reconsideração como das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. O prazo para interposição de recurso é também de trinta dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.

Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

O direito de requerer prescreve:

- em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou aos que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; - em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

Page 30: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

30

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada (desconsiderada) pela administração.

O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (o prazo de prescrição volta a zero).

São fatais e improrrogáveis os prazos acima estabelecidos, salvo motivo de força maior.

Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios

comentados da nossa gloriosa Esaf! Tentem resolver a lista seca, ao final, antes de lerem os comentários!

Page 31: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

31

8. Exercícios 1) (Cespe/STF/Analista/2008) Vencimento ou remuneração é a modalidade remuneratória dos servidores submetidos a regime jurídico estatutário, enquanto que salário é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos, regidos pela CLT. Questão correta. Vale lembrar ainda a possibilidade de remuneração de servidores públicos organizados em carreira por subsídio (parcela única). 2) (Cespe/STF/Analista/2008) As indenizações concedidas ao servidor público integram o conceito de remuneração. De acordo com o art. 49, § 1.º, da Lei 8.112/1990, as indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. Item falso. 3) (Cespe/STJ/Analista/2008) Caso um servidor público ocupe cargo efetivo cuja remuneração seja composta do vencimento básico somado a uma gratificação de produtividade (X) e, além dessas parcelas, tal servidor faça jus a uma gratificação (Y) que incida sobre o vencimento básico e a gratificação X, não haverá vício de inconstitucionalidade quanto à percepção da gratificação Y. Segundo o art. 37, XIV, da CF/88, os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Desse modo, o enunciado está errado, pois o cálculo do valor da gratificação Y não poderia incidir sobre o valor da gratificação X. 4) (Cespe/TCU/Analista/2008) O servidor que está em débito com a administração e se aposenta tem prazo de 60 dias para quitar a dívida.

Page 32: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

32

As reposições e indenizações ao erário podem incidir sobre os proventos do servidor aposentado, segundo o art. 46 da Lei 8.112/1990. Como ele recebe os valores da Administração, os descontos podem ser inseridos em seu contracheque. Por outro lado, se o servidor em débito com o erário for demitido, exonerado ou tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, ele terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito, sob pena de ser inscrito em dívida ativa. Neste caso, o procedimento se justifica, pois ele deixará de receber dos cofres públicos. Item errado. 5) (Cespe/DPF/Agente de Polícia Federal/2009) O vencimento, a remuneração e o provento não podem ser objeto de penhora, exceto no caso de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. A matéria referente a reposições e indenizações ao erário, em razão de débitos que o servidor público federal tenha com a União, é tratada nos artigos 46 a 48 da Lei 8.112/1990. Segundo o art. 46 da lei, as reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10% (dez por cento) da remuneração, provento ou pensão. Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. Além disso, de acordo com a Lei, na hipótese de o servidor ter recebido valores em decorrência de decisão judicial liminar, tutela antecipada ou sentença, que venha a ser revogada ou rescindida posteriormente, as parcelas a serem devolvidas serão atualizadas até a data da reposição.

Page 33: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

33

O art. 47 estabelece que, se um servidor em débito com o erário for demitido, exonerado ou tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, ele terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. Isso porque, neste caso, ele deixará de perceber valores dos cofres públicos, e não haverá como descontar o débito de seu pagamento. Se o servidor não quitar a dívida nesses sessenta dias, ele será inscrito em dívida ativa. Por fim, de acordo com o art. 48 da Lei 8.112/1990, o vencimento, a remuneração e o provento do servidor público federal não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Desse modo, está correto o enunciado. Maria, servidora pública federal, ingressou com ação na justiça, visando diminuir o valor da sua contribuição social ao regime próprio de previdência social. A liminar foi deferida, razão pela qual, durante dois anos, sua contribuição social foi de 6%, ao passo que a lei de regência determinava 11%. Pedro, servidor público federal, marido de Maria, passou a ter exercício, no interesse da administração, em nova sede do órgão em que trabalha, localizado em outro estado da Federação, mudando o seu domicílio em caráter permanente. Segundo o regime dos servidores públicos, na forma da Lei n.º 8.112/1990, julgue os itens que se seguem, relacionados à situação hipotética acima descrita. 6) (Cespe/STJ/Analista/2008) Uma vez cassada a decisão judicial concedida em favor de Maria, a administração pública poderá promover, desde que Maria seja comunicada do fato, de ofício, o desconto dos valores devidos da remuneração da citada servidora, visando à satisfação desse crédito.

Page 34: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

34

O STJ já decidiu pela impossibilidade de desconto retroativo, empreendido pela Administração, em razão de recolhimento a menor de contribuição previdenciária do servidor público. Neste caso, não há previsão legal para tal procedimento, uma vez que o § 3.º do art. 46 da Lei 8.112/1990 permite o desconto apenas na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão judicial que venha a ser revogada ou rescindida. Note-se que, no caso, não se trata de reposição ao erário de valores indevidamente recebidos pelo servidor, mas de ausência de desconto de parcela de natureza tributária em razão de decisão judicial. Segundo o STJ, trata-se de cobrança retroativa de contribuição de natureza tributária, que deve observar as regras do Código Tributário Nacional, realizando-se o lançamento de ofício dos valores respectivos para futura inscrição em dívida ativa, sendo vedado à Administração efetuar o desconto diretamente no contracheque do servidor, ainda que com prévia comunicação. Item errado. 7) (Cespe/STJ/Analista/2008) Pedro fará jus a ajuda de custo destinada a compensar as despesas de sua instalação no novo domicílio, calculada sobre a sua remuneração, não podendo exceder ao equivalente a três meses. De acordo com o art. 53 da Lei 8.112/1990, a ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. O art. 54 dispõe que a ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância correspondente a três meses. Item verdadeiro. 8) (Cespe/STJ/Analista/2008) Diante do deslocamento de Pedro, Maria poderá ter exercício provisório em órgão ou entidade da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, desde que exerça atividade compatível com seu cargo.

Page 35: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

35

Reza o art. 84, § 2.º, da Lei 8.112/1990 que, no deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. Item correto. 9) (Cespe/TCU/Procurador/2004) O pagamento das indenizações ao erário pelo servidor em razão de danos provocados à administração pública pode ser parcelado, a pedido do interessado, em qualquer hipótese. O art. 46 da Lei 8.112/1990 prevê que as reposições e indenizações ao erário devidas pelo servidor poderão ser parceladas, a pedido do interessado. No entanto, o § 2.º desse artigo reza que, quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição deverá ser feita imediatamente, em uma única parcela. Tal regra é aplicável também aos casos de indenizações. Além disso, segundo o art. 47, o servidor em débito com o erário que for demitido, exonerado ou tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. Questão falsa. 10) (Cespe/AGU/Advogado/2006) O servidor que exerce cargo em comissão em localidade diversa da sua sede de expediente tem direito de receber ajuda de custo, calculada sobre a remuneração integral do cargo em comissão. A ajuda de custo aplica-se também no caso de servidor efetivo que venha a assumir cargo em comissão em localidade diversa de sua sede. Segundo o art. 54 da Lei 8.112/1990, a ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, no caso, o valor devido pelo exercício do cargo em comissão que assumiu. A AGU possui parecer vinculante (Parecer n.º GQ-06) com o entendimento de que os servidores que se afastam de sua sede de expediente para exercerem cargo em comissão noutra localidade têm direito de receber ajuda de custo, calculada sobre a remuneração integral do cargo em comissão. Item certo.

Page 36: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

36

11) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Um servidor público ocupante de função de direção no Ministério das Comunicações, ao tirar férias regulamentares, somente receberá o adicional de um terço também sobre a função que exerce se fizer solicitação formal nesse sentido ao setor de recursos humanos. O servidor efetivo que ocupa cargo em comissão ou função de confiança deve receber sua remuneração de férias e o respectivo adicional (1/3) com base na remuneração do cargo efetivo acrescida do valor devido pelo exercício do cargo em comissão ou da função de confiança, independentemente de solicitação formal. A remuneração das férias deve corresponder à remuneração do período de gozo das férias, tomando-se por base a situação funcional do servidor no respectivo período. Questão errada. 12) (Cespe/TCU/Analista/2008) Em caso de doença de padrasto ou madrasta de servidor, esse servidor não faz jus à concessão de licença por motivo de doença em pessoa da família, ainda que o doente viva sob suas expensas. Segundo o art. 83 da Lei 8.112/1990, poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. Item errado. 13) (Cespe/TCU/Analista/2008) Joana, servidora pública federal já estável, foi aprovada em novo concurso público para o cargo de analista do TCU. Tomou posse há um ano e meio e requereu licença para tratar de assuntos particulares. Nessa situação, o pedido de Joana será concedido a critério da administração, conforme sua conveniência e oportunidade. Nesse período, Joana ainda estará em estágio probatório no novo cargo. O art. 91 da Lei 8.112/1990 só permite a concessão de licença para o trato de assuntos particulares ao servidor efetivo que não esteja em estágio probatório. Item falso.

Page 37: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

37

14) (Cespe/STF/Analista/2008) A licença por motivo de afastamento do cônjuge será por prazo indeterminado e sem remuneração, sendo que o período de fruição não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito. O art. 84, § 1.º, da Lei 8.112/1990 dispõe que a licença para acompanhar cônjuge ou companheiro será concedida ao servidor por prazo indeterminado e sem remuneração. O período da licença não é computado como tempo de serviço para nenhum efeito, por ausência de previsão nos artigos 102 e 103 da Lei. Questão certa.

Reinaldo, servidor público ocupante de cargo comissionado no TCU há exatos seis anos, solicitou que lhe fosse concedida licença para tratar de interesses particulares. Seu pedido foi recusado sob o argumento de que essa licença somente pode ser concedida a servidores ocupantes de cargo efetivo. Considerando a situação hipotética descrita acima, julgue os itens que se seguem. 15) (Cespe/TCU/Analista/2005) O indeferimento do pedido de Reinaldo foi um ato administrativo vinculado. O art. 91 da Lei 8.112/1990 só permite a concessão de licença para o trato de assuntos particulares ao servidor ocupante de cargo efetivo. Portanto, a Administração não teve outra opção senão indeferir a licença a Reinaldo. Questão certa. 16) (Cespe/TCU/Analista/2005) O argumento utilizado para indeferir o pedido de Reinaldo é juridicamente correto. Item verdadeiro, conforme comentário à questão anterior. 17) (Cespe/TCU/Analista/2005) Do fato de Reinaldo ocupar o mesmo cargo há seis anos não se pode inferir que ele tenha sido aprovado em estágio probatório.

Page 38: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

38

O servidor em comissão não é sujeito a estágio probatório, nem adquire estabilidade no serviço público. Item correto. 18) (Cespe/AGU/Advogado/2006) É inviável juridicamente o deferimento de licença para tratar de interesses particulares a ocupante de cargo de provimento em comissão, ainda que exercido sob a forma de mandato. O art. 91 da Lei 8.112/1990 só permite a concessão de licença para o trato de assuntos particulares ao servidor ocupante de cargo efetivo. Questão certa. 19) (Cespe/TRF5/Juiz/2006) No que se refere a licença para atividade política, apenas o servidor público detentor de cargo efetivo fará jus à remuneração do cargo, no período do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao da eleição, não podendo essa licença exceder o prazo máximo de três meses. O art. 86, § 2.º, da Lei 8.112/1990 dispõe que, a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor candidato a cargo eletivo fará jus à licença para atividade política, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. O item foi considerado correto. Não obstante, é bom lembrar que, nos termos do § 1.º do citado artigo, o servidor a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização será afastado do cargo a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. Neste caso, a licença remunerada poderá durar mais de três meses, pois a Lei determina o afastamento do servidor. Em função disso, entendo que a questão deveria ter sido anulada.

Page 39: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

39

20) (Cespe/Inmetro/Analista/2010) À luz da Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta a respeito de direitos, vantagens, vencimentos, remuneração e afastamento de funcionário para servir a outro órgão ou entidade. A Se o servidor público civil da União for cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade de estado, do Distrito Federal ou de município, o ônus de sua remuneração será do órgão ou entidade cessionária. B Aos servidores públicos é assegurada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), que deverá ser considerada para cálculo de vantagens pecuniárias. C Se houver cessão de empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos do Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem, mesmo que se trate de função gratificada. D O servidor público, além do vencimento, pode receber indenizações, que deverão se incorporar ao vencimento ou ao provento para qualquer efeito. E O servidor público tem direito a ajuda de custo para compensar despesas com instalação em nova sede. Nesse caso, o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando não se apresentar na nova sede no prazo de quinze dias. Letra A: o art. 93, § 1.º, da Lei 8.112/1990 reza que, sendo a cessão do servidor para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária. Item correto. É o gabarito. Letra B: o art. 50 da Lei dispõe que as vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. Item falso.

Page 40: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

40

Letra C: o § 6.º do art. 93 da Lei 8.112/1990 estabelece que as cessões de empregados de empresa pública ou sociedade de economia mista que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio de sua folha de pessoal independem da atribuição do ônus da remuneração ao órgão ou entidade cessionária, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do MPOG, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada. Item errado. Letra D: segundo o art. 49, § 1.º, da Lei 8.112/1990, as indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento do servidor para qualquer efeito. Opção falsa. Letra E: o art. 57 da Lei 8.112/1990 dispõe que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de trinta dias. Item falso. 21) (Cespe/STM/Analista/2011) Considere a seguinte situação hipotética. Paulo tomou posse, pela primeira vez, em cargo efetivo no âmbito da administração pública direta da União, em fevereiro de 2008, e, em março de 2010, requereu a concessão de afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no Brasil. Nessa situação, Paulo poderá ser afastado sem perda de remuneração. Segundo os §§ 2.º e 3.º do art. 96-A da Lei 8.112/1990, os afastamentos para realização de programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos três anos para mestrado e quatro anos para doutorado e pós-doutorado, incluído o período de estágio probatório. Item errado. 22) (Cespe/Anac/Técnico/2009) O servidor poderá ausentar-se do serviço por um dia, para doação de sangue, sem qualquer prejuízo. É o que diz o art. 97, I, da Lei 8.112/1990. Enunciado verdadeiro.

Page 41: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

41

23) (Cespe/Anac/Técnico/2009) Ao servidor público estudante que for removido de ofício será assegurada, na localidade da nova residência, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. O item foi considerado correto, nos termos do art. 99 da Lei 8.112/1990. Não obstante, esse dispositivo prevê a possibilidade de matrícula do servidor em instituição de ensino situada na localidade mais próxima da nova residência, quando não houver estabelecimento congênere na nova localidade onde o servidor reside. Em razão disso, entendo que a questão deveria ter sido anulada. 24) (Cespe/TRT-RN/Analista/2010) É assegurado ao servidor o exercício do direito de petição, sendo cabível pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão; não se admite, contudo, a renovação do pedido de reconsideração. De acordo com o art. 106 da Lei 8.112/1900, é assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. Já o art. 106 dispõe que cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. Item correto.

Page 42: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

42

25) (Cespe/TJDFT/Analista/1998) Com relação ao exercício do direito de petição por parte dos agentes públicos, nos termos do Regime Jurídico Único dos Servidores Civis da União (RJU – Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990), assinale a opção correta. A No exercício do direito de petição, que possui fundamento constitucional, o servidor pode sempre requerer, diretamente à autoridade competente, aquilo a que entender fazer jus. B Uma vez efetuado o pedido de reconsideração, não mais caberá a interposição de recurso por parte do servidor. C A lei autoriza que o interessado protocolize pedido de reconsideração à autoridade que houver proferido o ato, vedada a renovação do pedido. D Em atenção à garantia constitucional da ampla defesa, a lei não estipula prazo para que se protocolize pedido de reconsideração ou recurso, quando for o caso. E Em virtude do dever de eficiência e presteza com que deve agir a administração pública, os recursos administrativos não detêm efeito suspensivo. Letra A: o art. 5.º, XXXIV, da CF/88 reza ser assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. No entanto, segundo o art. 105 da Lei 8.112/1990, o requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Assim, não pode o servidor requerer seu pedido, diretamente à autoridade competente. Alternativa errada. Letra B: o art. 107 da Lei 8.112/1990 dispõe que caberá recurso do indeferimento do pedido de reconsideração. Item falso. Letra C: é o que estabelece o art. 106 da Lei 8.112/1990. Enunciado correto (gabarito). Letra D: o art. 108 da Lei 8.112/1990 dispõe que o prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Item incorreto. Letra E: O art. 109 da Lei 8.112/1990 prevê que o recurso administrativo poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente. Enunciado errado.

Page 43: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

43

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA 1) (Cespe/STF/Analista/2008) Vencimento ou remuneração é a modalidade remuneratória dos servidores submetidos a regime jurídico estatutário, enquanto que salário é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos, regidos pela CLT. 2) (Cespe/STF/Analista/2008) As indenizações concedidas ao servidor público integram o conceito de remuneração. 3) (Cespe/STJ/Analista/2008) Caso um servidor público ocupe cargo efetivo cuja remuneração seja composta do vencimento básico somado a uma gratificação de produtividade (X) e, além dessas parcelas, tal servidor faça jus a uma gratificação (Y) que incida sobre o vencimento básico e a gratificação X, não haverá vício de inconstitucionalidade quanto à percepção da gratificação Y. 4) (Cespe/TCU/Analista/2008) O servidor que está em débito com a administração e se aposenta tem prazo de 60 dias para quitar a dívida. 5) (Cespe/DPF/Agente de Polícia Federal/2009) O vencimento, a remuneração e o provento não podem ser objeto de penhora, exceto no caso de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Maria, servidora pública federal, ingressou com ação na justiça, visando diminuir o valor da sua contribuição social ao regime próprio de previdência social. A liminar foi deferida, razão pela qual, durante dois anos, sua contribuição social foi de 6%, ao passo que a lei de regência determinava 11%. Pedro, servidor público federal, marido de Maria, passou a ter exercício, no interesse da administração, em nova sede do órgão em que trabalha, localizado em outro estado da Federação, mudando o seu domicílio em caráter permanente. Segundo o regime dos servidores públicos, na forma da Lei n.º 8.112/1990, julgue os itens que se seguem, relacionados à situação hipotética acima descrita.

Page 44: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

44

6) (Cespe/STJ/Analista/2008) Uma vez cassada a decisão judicial concedida em favor de Maria, a administração pública poderá promover, desde que Maria seja comunicada do fato, de ofício, o desconto dos valores devidos da remuneração da citada servidora, visando à satisfação desse crédito. 7) (Cespe/STJ/Analista/2008) Pedro fará jus a ajuda de custo destinada a compensar as despesas de sua instalação no novo domicílio, calculada sobre a sua remuneração, não podendo exceder ao equivalente a três meses. 8) (Cespe/STJ/Analista/2008) Diante do deslocamento de Pedro, Maria poderá ter exercício provisório em órgão ou entidade da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, desde que exerça atividade compatível com seu cargo. 9) (Cespe/TCU/Procurador/2004) O pagamento das indenizações ao erário pelo servidor em razão de danos provocados à administração pública pode ser parcelado, a pedido do interessado, em qualquer hipótese. 10) (Cespe/AGU/Advogado/2006) O servidor que exerce cargo em comissão em localidade diversa da sua sede de expediente tem direito de receber ajuda de custo, calculada sobre a remuneração integral do cargo em comissão. 11) (Cespe/STJ/Técnico/2008) Um servidor público ocupante de função de direção no Ministério das Comunicações, ao tirar férias regulamentares, somente receberá o adicional de um terço também sobre a função que exerce se fizer solicitação formal nesse sentido ao setor de recursos humanos. 12) (Cespe/TCU/Analista/2008) Em caso de doença de padrasto ou madrasta de servidor, esse servidor não faz jus à concessão de licença por motivo de doença em pessoa da família, ainda que o doente viva sob suas expensas.

Page 45: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

45

13) (Cespe/TCU/Analista/2008) Joana, servidora pública federal já estável, foi aprovada em novo concurso público para o cargo de analista do TCU. Tomou posse há um ano e meio e requereu licença para tratar de assuntos particulares. Nessa situação, o pedido de Joana será concedido a critério da administração, conforme sua conveniência e oportunidade. 14) (Cespe/STF/Analista/2008) A licença por motivo de afastamento do cônjuge será por prazo indeterminado e sem remuneração, sendo que o período de fruição não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

Reinaldo, servidor público ocupante de cargo comissionado no TCU há exatos seis anos, solicitou que lhe fosse concedida licença para tratar de interesses particulares. Seu pedido foi recusado sob o argumento de que essa licença somente pode ser concedida a servidores ocupantes de cargo efetivo. Considerando a situação hipotética descrita acima, julgue os itens que se seguem. 15) (Cespe/TCU/Analista/2005) O indeferimento do pedido de Reinaldo foi um ato administrativo vinculado. 16) (Cespe/TCU/Analista/2005) O argumento utilizado para indeferir o pedido de Reinaldo é juridicamente correto. 17) (Cespe/TCU/Analista/2005) Do fato de Reinaldo ocupar o mesmo cargo há seis anos não se pode inferir que ele tenha sido aprovado em estágio probatório. 18) (Cespe/AGU/Advogado/2006) É inviável juridicamente o deferimento de licença para tratar de interesses particulares a ocupante de cargo de provimento em comissão, ainda que exercido sob a forma de mandato. 19) (Cespe/TRF5/Juiz/2006) No que se refere a licença para atividade política, apenas o servidor público detentor de cargo efetivo fará jus à remuneração do cargo, no período do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao da eleição, não podendo essa licença exceder o prazo máximo de três meses.

Page 46: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

46

20) (Cespe/Inmetro/Analista/2010) À luz da Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta a respeito de direitos, vantagens, vencimentos, remuneração e afastamento de funcionário para servir a outro órgão ou entidade. A Se o servidor público civil da União for cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade de estado, do Distrito Federal ou de município, o ônus de sua remuneração será do órgão ou entidade cessionária. B Aos servidores públicos é assegurada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), que deverá ser considerada para cálculo de vantagens pecuniárias. C Se houver cessão de empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos do Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem, mesmo que se trate de função gratificada. D O servidor público, além do vencimento, pode receber indenizações, que deverão se incorporar ao vencimento ou ao provento para qualquer efeito. E O servidor público tem direito a ajuda de custo para compensar despesas com instalação em nova sede. Nesse caso, o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando não se apresentar na nova sede no prazo de quinze dias. 21) (Cespe/STM/Analista/2011) Considere a seguinte situação hipotética. Paulo tomou posse, pela primeira vez, em cargo efetivo no âmbito da administração pública direta da União, em fevereiro de 2008, e, em março de 2010, requereu a concessão de afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no Brasil. Nessa situação, Paulo poderá ser afastado sem perda de remuneração. 22) (Cespe/Anac/Técnico/2009) O servidor poderá ausentar-se do serviço por um dia, para doação de sangue, sem qualquer prejuízo.

Page 47: Aula 05 - DAdm_LucianoOliveira

ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 05

47

23) (Cespe/Anac/Técnico/2009) Ao servidor público estudante que for removido de ofício será assegurada, na localidade da nova residência, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. 24) (Cespe/TRT-RN/Analista/2010) É assegurado ao servidor o exercício do direito de petição, sendo cabível pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão; não se admite, contudo, a renovação do pedido de reconsideração. 25) (Cespe/TJDFT/Analista/1998) Com relação ao exercício do direito de petição por parte dos agentes públicos, nos termos do Regime Jurídico Único dos Servidores Civis da União (RJU – Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990), assinale a opção correta. A No exercício do direito de petição, que possui fundamento constitucional, o servidor pode sempre requerer, diretamente à autoridade competente, aquilo a que entender fazer jus. B Uma vez efetuado o pedido de reconsideração, não mais caberá a interposição de recurso por parte do servidor. C A lei autoriza que o interessado protocolize pedido de reconsideração à autoridade que houver proferido o ato, vedada a renovação do pedido. D Em atenção à garantia constitucional da ampla defesa, a lei não estipula prazo para que se protocolize pedido de reconsideração ou recurso, quando for o caso. E Em virtude do dever de eficiência e presteza com que deve agir a administração pública, os recursos administrativos não detêm efeito suspensivo. Gabarito 1C 2E 3E 4E 5C 6E 7C 8C 9E 10C 11E 12E 13E 14C 15C 16C 17C 18C 19C 20A 21E 22C 23C 24C 25C