atividade avaliativa 2 integração das tic na educação

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Módulo Disciplina Professor 6.1 Educação e Novas Tecnologias Luís Cláudio Dallier Aula Tema 6 Educação a Distância Data da Postagem Data de Entrega Fevereiro/2013 01/04/2013 Nome do Aluno ATIVIDADE AVALIATIVA 2 Objetivo da atividade: Realizar reflexões sobre educação a distância, por meio da leitura e interpretação do texto “Integração das TIC na Educação”, e sobre o uso das novas tecnologias no contexto educacional, por meio de questões de múltipla escolha. Orientações: Essa atividade deve ser feita individualmente. O QUE É PARA SER FEITO? Em primeiro lugar, você deve ler o texto abaixo e depois responder as perguntas que são apresentadas. As respostas devem ser baseadas no próprio texto. Em segundo lugar, você deve responder a outras questões que estão propostas ao final desta Atividade Avaliativa. Critérios de correção: -Semelhança e aproximação das respostas ao que está estipulado no gabarito; - Pertinência das respostas em relação ao que é afirmado no artigo; Integração das TIC na educação 1 MARIA LUÍZA BELLONI Há muito venho trabalhando com a tese de que para entender o conceito e a prática da educação a distância é preciso refletir sobre o conceito mais amplo, que é o uso das (novas) 1 Este texto é parte integrante do artigo Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil, publicado na Revista Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002.

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Page 1: ATIVIDADE  AVALIATIVA 2 Integração das TIC na educação

Módulo Disciplina Professor

6.1 Educação e Novas

Tecnologias Luís Cláudio Dallier

Aula Tema

6 Educação a Distância

Data da Postagem Data de Entrega

Fevereiro/2013 01/04/2013

Nome do Aluno

ATIVIDADE AVALIATIVA 2

Objetivo da atividade: Realizar reflexões sobre educação a distância, por meio da leitura e interpretação do texto “Integração das TIC na Educação”, e sobre o uso das novas tecnologias no contexto educacional, por meio de questões de múltipla escolha. Orientações: Essa atividade deve ser feita individualmente. O QUE É PARA SER FEITO? Em primeiro lugar, você deve ler o texto abaixo e depois responder as perguntas que são apresentadas. As respostas devem ser baseadas no próprio texto. Em segundo lugar, você deve responder a outras questões que estão propostas ao final desta Atividade Avaliativa. Critérios de correção: -Semelhança e aproximação das respostas ao que está estipulado no gabarito; - Pertinência das respostas em relação ao que é afirmado no artigo;

Integração das TIC na educação1 MARIA LUÍZA BELLONI

Há muito venho trabalhando com a tese de que para entender o conceito e a prática da

educação a distância é preciso refletir sobre o conceito mais amplo, que é o uso das (novas)

1 Este texto é parte integrante do artigo Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil, publicado na Revista

Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002.

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tecnologias de informação e comunicação na educação. Pois vivemos num mundo saturado de máquinas, muitas delas fascinantes, especialmente aquelas que trabalham com as estruturas simbólicas da sociedade, produzindo mercadorias imateriais (privilégio até há pouco reservado às igrejas e a alguns artistas), que podem ser teletransportadas, sob uma forma genérica chamada “informação”. Nicholas Negroponte, o diretor de um dos laboratórios de mídias mais avançados do mundo (Media Lab do MIT – Massachusetts Institute of Technology), defende, em seu livro A sociedade digital (1995), a tese de que o mundo se divide em átomos e bits, aqueles carregados de materialidade, estes símbolos do novo elemento imaterial que tenderia a predominar no futuro: a informação eletrônica.

Todas as mídias, as novas como as “velhas”, fazem parte do universo de socialização das crianças, participando, de modo ativo e inédito na história da humanidade, da socialização das novas gerações, este processo tão complexo que transforma a criança em ser social, capaz de viver de modo competente, isto é, “sociável”, em sociedade. Novos “textos” surgem na paisagem audiovisual que os jovens contemplam e aprendem, sozinhos ou com outros jovens, a ler e a interpretar. Imagens coloridas fixas e em movimento, sons ambientes, música, linguagem oral e escrita, teatro, todas estas formas de expressão – “linguagens” – estão mixadas numa mesma mensagem, construindo significados, carregando representações, difundindo símbolos.

Deste ponto de vista, de mixagem de linguagens novas e velhas, veiculadas em novos meios de comunicação, o eixo da discussão sobre educação a distância se desloca, passando a ser a mediatização técnica da mensagem educacional e não mais a distância física entre o sujeito aprendente e o sistema ensinante (Carmo, 1998; Trindade, 1992). A mediatização técnica, isto é, a concepção, a fabricação e o uso pedagógico de materiais multimídia, gera novos desafios para os atores envolvidos nestes processos de criação (professores, realizadores, informatas etc.), independentemente das formas de uso: o fato de que esses materiais possam vir a ser utilizados por estudantes em grupo, com professor em situação presencial (no laboratório da universidade, por exemplo), ou a distância por um estudante solitário, em qualquer lugar e em qualquer tempo, só aumenta a complexidade desses desafios. Há que considerar, como fundamento dessa mediatização, os contextos, as características e demandas diferenciadas dos estudantes que vão gerar leituras e aproveitamentos fortemente diversificados.

Aliás, o próprio conceito de distância está se transformando, como as relações de tempo e espaço, em virtude das incríveis possibilidades de comunicação a distância que as tecnologias de telecomunicações oferecem. Também o conceito de interatividade carrega em si grande ambigüidade, oscilando entre um sentido mais preciso de virtualidade técnica e um sentido mais amplo de interação entre sujeitos, mediatizada pelas máquinas. Cabe perguntar que espécie de interação pode existir entre o sistema complexo que produz o jogo na internet e seus milhões de usuários jovens espalhados pelo mundo, ou mesmo entre estes últimos?

Dentro dos limites deste trabalho não é possível aprofundar estas questões, colocadas como marcos teóricos de análise que não podemos perder de vista se quisermos compreender o fenômeno educação a distância, aqui entendido como parte de um processo de inovação educacional mais amplo que é a integração das novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais.

Essa integração, como eixo pedagógico central, pode ser uma estratégia de grande valia, desde que se considere estas técnicas como meios e não como finalidades educacionais, e que elas sejam utilizadas em suas duas dimensões indissociáveis: ao mesmo tempo como ferramentas pedagógicas extremamente ricas e proveitosas para a melhoria e a expansão do ensino e como

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objeto de estudo complexo e multifacetado, exigindo abordagens criativas, críticas e interdisciplinares, e podendo ser um “tema transversal” de grande potencial aglutinador e mobilizador (Belloni, 2001).

Por que é urgente integrar as TIC nos processos educacionais? A razão mais geral e a mais

importante de todas é também óbvia: porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social, cabendo à escola, especialmente à escola pública, atuar no sentido de compensar as terríveis desigualdades sociais e regionais que o acesso desigual a estas máquinas está gerando.

Quanto à educação a distância, o conceito tende a se transformar, pois uma das macrotendências que se pode vislumbrar no futuro próximo do campo educacional é uma “convergência de paradigmas” que unificará o ensino presencial e a distância, em formas novas e diversificadas que incluirão um uso muito mais intensificado das TIC.

Neste contexto, “educação a distância” deixa de ser apenas mais uma modalidade de educação para se tornar sinônimo de uma nova fatia de mercado, muito rentável, para a indústria da comunicação e o setor privado da educação. Considerar o ensino a distância como solução para carências educacionais e/ou rejeitá-lo por qualidade insuficiente é colocar mal a questão, porque disfarça as questões mais importantes para a compreensão do fenômeno: seu caráter econômico, que determina muitas práticas, e suas características técnicas, que apontam para aquela “convergência de paradigmas”, isto é, para a mediatização técnica dos processos educacionais, como, aliás é sempre bom lembrar, já ocorreu com os processos de comunicação. Referências Bibliográficas BELLONI, M.L. O que é mídia-educação. Campinas: Autores Associados, 2001. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, 78. CARMO, H. Ensino superior a distância. Lisboa: Universidade Aberta, 1998. NEGROPONTE, N. A sociedade digital. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. TRINDADE, A.R. Introdução à comunicação educacional. Lisboa: Universidade Aberta, 1990.

Questões Considerando o texto lido, responda às questões abaixo.

1. A autora aponta um deslocamento no eixo da discussão sobre educação a distância. Que deslocamento é este?

2. O que a autora entende por “mediatização técnica” e qual é o fundamento dessa mediatização?

3. No texto, como é compreendido o “fenômeno da educação a distância” e por que o conceito de educação a distância tende a se transformar?

QUESTÕES SOBRE NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO

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I- (Adaptado ENADE) Na aula de Biologia, em uma escola de Ensino Médio, ao trabalhar um determinado assunto a partir do livro didático adotado, o professor é interpelado por um aluno sobre a atualidade daquela matéria. O aluno explicou que, tendo acessado o site de uma universidade pela Internet, leu que havia novos conhecimentos sobre o conteúdo em pauta, que contrariavam o que estava no livro.

Diante da situação, o professor, que sempre tivera posturas que valorizam a produção de conhecimentos pelos alunos, deve

(A) recomendar à turma que estude pelo livro didático adotado, explicando que a prova terá o livro como base. (B) desqualificar a Internet como meio de transmissão do conhecimento, informando sobre a existência de muitos sites não confiáveis. (C) acatar a informação do aluno como verdadeira, indicando à turma que esse conhecimento será objeto de avaliação. (D) incentivar a turma a pesquisar sobre o assunto para avaliar as novas informações trazidas pelo aluno, deslocando a discussão para uma próxima aula. (E) impor-se ao aluno, confirmando que o livro adotado é atual e suas informações estão corretas.

II- (ENADE) A cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto progressista dos filósofos do século XVII. De fato, ela valoriza a participação das pessoas em comunidades de debate e argumentação. Na linha reta das morais da igualdade, ela incentiva uma forma de reciprocidade essencial nas relações humanas. Desenvolveu-se a partir de uma prática assídua de trocas de informações e conhecimentos, coisa que os filósofos do Iluminismo viam como principal motor do progresso. (...) A cibercultura não seria pós-moderna, mas estaria inserida perfeitamente na continuidade dos ideais revolucionários e republicanos de liberdade, igualdade e fraternidade. A diferença é apenas que, na cibercultura, esses “valores” se encarnam em dispositivos técnicos concretos. Na era das mídias eletrônicas, a igualdade se concretiza na possibilidade de cada um transmitir a todos; a liberdade toma forma nos softwares de codificação e no acesso a múltiplas comunidades virtuais, atravessando fronteiras, enquanto a fraternidade, finalmente, se traduz em interconexão mundial.

LEVY, P. Revolução virtual. Folha de S. Paulo. Caderno Mais, 16 ago. 1998, p.3 (adaptado).

O desenvolvimento de redes de relacionamento por meio de computadores e a expansão da Internet abriram novas perspectivas para a cultura, a comunicação e a educação. De acordo com as ideias do texto acima, a cibercultura

A) representa uma modalidade de cultura pós-moderna de liberdade de comunicação e ação. B) constituiu negação dos valores progressistas defendidos pelos filósofos do Iluminismo. C) banalizou a ciência ao disseminar o conhecimento nas redes sociais. D) valorizou o isolamento dos indivíduos pela produção de softwares de codificação. E) incorpora valores do Iluminismo ao favorecer o compartilhamento de informações e

conhecimentos. III- (ENADE) Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere que João

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quer utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino-aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos2. Nesse caso, seu planejamento deve A) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes, considerando as possibilidades tecnológicas existentes no laboratório. B) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que estão no banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática. C) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos no Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores do laboratório. D) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando a sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos computadores do laboratório. E) propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de laboratórios de informática, relacionando o que consta no livro didático com as tecnologias existentes no laboratório.

IV- (Adaptado do ENADE) Os professores que lecionam Matemática e Ciências na Escola Brasil resolveram ministrar suas aulas em um laboratório de informática utilizando atividades preparadas na abordagem Construcionista, com o auxílio de softwares. O laboratório não tem computadores suficientes para todos os alunos de uma turma. Os professores desejam também praticar a avaliação formativa. Nessa perspectiva, avalie se as situações descritas a seguir atenderiam aos anseios desses professores. I. Utilizar o computador como instrumento de transmissão da informação; observar o comportamento dos estudantes enquanto manipulam o software para privilegiar na avaliação aqueles que conversarem menos com os colegas durante as atividades. II. Basear o processo ensino-aprendizagem em tutoriais que são comuns em softwares educacionais; avaliar com o objetivo de classificar e premiar os melhores estudantes. III. Propor aos estudantes a realização de atividades em duplas nos computadores, construídas a partir de situações problema; realizar avaliação processual com intencionalidade educativa. IV. Preparar atividades que devam ser realizadas individualmente nos computadores, mesmo que seja preciso separar a turma em dois grupos para usarem o laboratório em horários distintos; tomar a autoavaliação como correspondente a 90% da avaliação final dos estudantes. É coerente com os propósitos dos professores apenas o que se descreve em A) I. B) IV. C) I e II. D) III. E) II e IV.

2 Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar

relações, que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. E, portanto, o

papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como centro do

processo a atuação do professor –, para criar situações de aprendizagem cujo foco incide sobre as relações que se

estabelecem neste processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa

encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações.