integração das tic na escola: avaliação do programa cbtic@eb1 (2005-2006)

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    ndice

    Introduo 3

    Objectivos 3

    Metodologia da avaliao 4

    Anlise dos relatrios das instituies de ensino superior 7

    Indicadores quantitativos 7

    Porteflios 12Projectos colaborativos 13

    Investigao/reflexo 14

    Aspectos positivos 16

    Dificuldades 18

    Consideraes finais 20

    Anlise das respostas dos coordenadores distritais 22

    Objectivos, obstculos e indicadores relativos ao uso das TIC 22

    Avaliao do trabalho realizado nas escolas com os porteflios 23

    Existncia de projectos colaborativos nacionais e internacionais 25

    Contribuio dos projectos colaborativos para a aprendizagem dos alunos 27

    Contribuio da elaborao das pginas de escola para as aprendizagens

    dos alunos 28

    Trabalho dos professores com as TIC 30

    Objectivos, metodologias de trabalho e relao entre as instncias 32

    Impacto da existncia da equipa do CRIE 35

    Aspectos a reter e a alterar 38

    Polticas sugeridas 41

    Consideraes finais 44

    A opinio dos monitores participantes 46

    Introduo 46

    Caracterizao dos monitores 47

    Avaliao do impacto do projecto CBTIC@EB1 54

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    Introduo

    Objectivos

    O Ministrio da Educao promoveu, em 2005/06, o Projecto Competncias

    Bsicas em TIC nas EB1 (CBTIC@EB1), na sequncia de programas anteriores de

    Acompanhamento da Utilizao Educativa da Internet nas Escolas Pblicas do 1.

    Ciclo do Ensino Bsico do Continente (Internet@EB1), promovidos desde 2002 peloMinistrio da Cincia e da Tecnologia (MCT), directamente ou atravs da Fundao

    para a Computao Cientfica Nacional (FCCN). O Projecto CBTIC@EB1 teve cinco

    objectivos principais:

    i) Fomentar o desenvolvimento de competncias no mbito dacidadania e literacia digital por parte de professores e alunos,nomeadamente aquelas que so requeridas pelo exame paraobteno do Diploma de Competncias Bsicas (DCB) em TIC,nos termos do Decreto-Lei n 140/2001, de 24 de Abril;

    ii) Dotar alunos e professores do 1. ciclo do ensino bsico (CEB),preferencialmente os do 3. e do 4. ano de escolaridade, com DCB;

    iii) Contribuir para uma melhoria das condies de ensino eaprendizagem dos alunos, atravs da utilizao pedaggica dasTIC;

    iv) Promover a info-incluso, atravs do desenvolvimento decompetncias em TIC e da cultura digital;

    v) Acompanhar, de forma sustentada, a integrao curricular das TICem situaes de ensino e aprendizagem.

    Trata-se assim de promover junto de professores e alunos deste ciclo de ensino

    a utilizao das TIC como recurso educativo ao servio das aprendizagens

    curriculares disciplinares e transversais, incluindo as que se referem pesquisa e ao

    uso crtico da informao. A importncia desta iniciativa decorre do papel crescente

    destas tecnologias na sociedade e na escola e da necessidade de continuar o trabalho

    realizado em anos anteriores pelo Projecto Internet@EB1.

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    O Projecto traduziu-se na realizao de aces de acompanhamento

    pedaggico nas escolas do 1. CEB a efectuar pelas instituies do ensino superior

    (IES), durante o ano lectivo de 2005/06. As aces de acompanhamento visavam

    dotar estas escolas de capacidades para promover a construo de porteflios digitais,

    promover a realizao de projectos colaborativos nacionais e internacionais, elaborar,

    actualizar e publicar pginas web e certificar a aquisio de competncias bsicas em

    TIC por alunos e professores, designadamente os alunos que nesse ano concluam o

    4. ano de escolaridade. A certificao destas competncias realizada atravs do

    exame prtico estabelecido no Decreto-Lei n. 140/2001 de 24 de Abril (Diploma de

    Competncias Bsicas DCB em Tecnologias de Informao). Para esse efeito, as

    IES envolvidas deveriam assegurar 4 a 5 visitas de acompanhamento pedaggico com

    a durao de um dia a cada escola EB1 do seu distrito. A Equipa de Misso

    Computadores, Redes e Internet nas Escolas (CRIE), integrada na Direco-Geral de

    Inovao e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) do Ministrio da Educao (ME)

    coordenou a execuo do Projecto e ofereceu s instituies envolvidas orientaes e

    instrues especficas visando o respectivo funcionamento. O Projecto foi financiado

    a 100% pelo Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POS_C).

    Metodologia da avaliao

    A presente avaliao externa da actividade do Projecto CBTIC@EB1

    (2005/06) realizada por solicitao do CRIE e procura determinar em que medida

    este atingiu os objectivos propostos, j indicados no ponto anterior. De acordo com o

    programa de avaliao estabelecido com a entidade promotora do Projecto, deveriam

    ser tidos em considerao os seguintes aspectos: A adequao dos indicadores do Projecto aos objectivos definidos;

    A relao entre o modelo de trabalho adoptado pelas IES e osobjectivos do Projecto;

    O contributo das relaes entre as vrias instncias do Projecto paraa prossecuo dos seus objectivos;

    O contributo deste Projecto para melhorar as aprendizagensescolares dos alunos;

    A formao contnua de professores realizada pelas IES e o

    respectivo envolvimento no Projecto;

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    A formao dos monitores/formadores supervisionados pelas IES;

    Os produtos do Projecto: materiais de formao, materiais de apoio utilizao das TIC; materiais que apoiem a integrao curriculardas TIC; pginas de escolas e porteflios de turma e de Escola;projectos colaborativos; Centros de Recursos Virtuais de cada umadas Instituies de Ensino Superior, parceiras do ME nesteProjecto.

    A equipa de avaliao composta por Joo Pedro da Ponte (coordenador) e

    Hlia Oliveira, ambos da Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa, e Pedro

    Reis, da Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Santarm. A

    avaliao decorreu no perodo de 15 de Janeiro a 15 de Julho de 2007. Atendendo s

    limitaes temporais do processo de avaliao, que deveria ser realizada no prazomximo de sete meses, a equipa decidiu centrar a sua ateno em trs aspectos: (a)

    anlise dos relatrios e dos locais virtuais das IES; (b) anlise das respostas dos

    coordenadores distritais a um questionrio elaborado especificamente para o efeito; e

    (c) anlise das perspectivas dos monitores/formadores (neste relatrio abreviadamente

    designados por monitores) sobre a actividade do Projecto e o uso das TIC no 1.

    CEB. A equipa de avaliao concebeu em conjunto o design geral da avaliao e os

    instrumentos e procedimentos a utilizar, realizando uma diviso de tarefas

    relativamente s diversas vertentes do trabalho. O relatrio final , naturalmente,

    produto do trabalho conjunto de toda a equipa.

    A anlise dos relatrios das IES foi realizada segundo um conjunto de

    dimenses que incluem os aspectos quantitativos e qualitativos das actividades do

    Projecto. Procurou-se ter em considerao o modo como a instituio encarou a

    realizao de porteflios virtuais, o desenvolvimento de projectos colaborativos

    nacionais e internacionais, a elaborao de pginas web de escolas, a atribuio de

    DCB, o envolvimento dos professores e as mudanas operadas no funcionamento do

    Projecto. Indicam-se, ainda, exemplos de boas prticas desenvolvidas pelas equipas

    das IES bem como sucessos e dificuldades no campo da elaborao de porteflios, no

    desenvolvimento de projectos colaborativos e noutras actividades do Projecto.

    A equipa produziu igualmente um questionrio on-line destinado aos

    monitores participantes das escolas abrangidas pelo Projecto em 2005/06,

    contemplando os seguintes aspectos: (a) caracterizao dos monitores participantes,

    (b) avaliao do impacto do Projecto CBTIC@EB1, (c) perspectiva sobre o grau de

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    interveno dos diferentes actores no Projecto, e (iv) avaliao do modelo de trabalho

    da IES neste ano lectivo. A anlise das respectivas respostas constitui um ponto

    importante deste relatrio.

    Todos os elementos de informao constantes neste relatrio foram recolhidos

    a partir de diversas fontes relatrios, stios virtuais, questionrios, bem como os

    relatrios de avaliao de Projectos anteriores e outra documentao relativa ao

    presente Projecto. A anlise e interpretao dos dados so da responsabilidade da

    equipa de avaliao, o mesmo acontecendo com as diversas sugestes e

    recomendaes. Agradecemos ao CRIE a oportunidade de realizar esta avaliao, que

    nos permitiu contactar de perto com um Projecto altamente inovador no campo da

    integrao das TIC na educao e agradecemos igualmente aos coordenadores das

    IES e aos monitores a colaborao e as informaes prestadas. Resta-nos esperar que

    a informao e reflexes aqui produzidas sejam de interesse para os promotores do

    Projecto, bem como para os responsveis polticos, professores e formadores de

    professores e demais agentes educativos.

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    Anlise dos Relatrios das Instituies de Ensino Superior

    Nesta seco apresentamos uma anlise da informao dos relatrios finais

    elaborados pelas coordenaes distritais do Projecto CBTIC@EB1 relativamente

    edio de 2005/06. Para esta anlise foram seleccionadas as informaes referentes

    aos indicadores de execuo quantitativos, a algumas das actividades propostas

    (nomeadamente, porteflios e projectos colaborativos), componente de

    reflexo/investigao, aos aspectos positivos referidos e s dificuldades identificadas

    pelas coordenaes distritais.

    Indicadores quantitativos

    A anlise dos dados quantitativos includos no conjunto dos relatrios

    referentes ao ano de 2005/06 permite constatar a grande dimenso do esforo de

    formao efectuado pelas equipas distritais. Este esforo est bem patente nos

    nmeros totais de visitas e de horas de formao realizadas (respectivamente, 30 885

    visitas e 138 823 horas) (Quadro 1) e na quantidade e diversidade de actividades

    concretizadas durante estas visitas (Quadro 2). Uma percentagem muito elevada das

    escolas do 1. Ciclo do Ensino Bsico (1. CEB) de todos os distritos de Portugal

    Continental (91,5%) foi abrangida pelo Projecto CBTIC@EB1.

    Conforme se pode verificar no Quadro 2, as actividades realizadas

    centraram-se nas reas curriculares disciplinares e resultaram, fundamentalmente, detrabalho em pequeno grupo ou de toda a turma. semelhana do ano anterior, a

    Lngua Portuguesa e a Matemtica surgem, respectivamente, como as reas

    curriculares disciplinares com maior e menor nmero de actividades realizadas com

    integrao das TIC. Apesar da forte incidncia nas reas curriculares disciplinares

    (principalmente, em Lngua Portuguesa, Estudo do Meio e Expresses), tambm foi

    realizado um nmero muito significativo de actividades no mbito das reas

    curriculares no disciplinares, nomeadamente em Educao Cvica e Trabalho deProjecto.

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    Quadro 1 Nmero de visitas efectuadas s escolas e horas de formao

    Distrito

    N deescolascom 1visita

    N deescolascom 2visita

    N deescolascom 3visita

    N deescolascom 4visita

    N deescolas com5 visitas

    Totais devisitas sescolas

    Ndepo

    Aveiro 570 562 562 562 269 2525 4hBeja 172 172 172 172 30 928 Braga 705 673 667 667 0 2712 Bragana 321 321 321 321 0 1284 Castelo Branco 192 192 192 192 0 768 Coimbra 433 433 433 431 429 2585 6hvora 133 133 133 133 126 990

    Guarda 314 314 314 313 0 2495 Faro 159 159 159 158 41 677 3hLeiria 497 497 497 497 0 1995 Lisboa 171 166 157 152 46 692 Portalegre 92 90 89 86 79 853 3hPorto 829 829 829 790 243 3520 Santarm 398 389 389 389 82 2151 4hSetbal 206 204 204 198 145 957 Viana do Castelo 258 258 258 258 0 1032 Vila Real 482 482 481 481 169 2095 Viseu 705 704 693 680 102 2884

    Total 6637 6577 6549 6480 1784 30885

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    Quadro 2 - Tipos de actividades desenvolvidas directamente com os alunos nas

    Aveiro Beja Braga BraganaCasteloBranco

    Coimbra vora Guarda Faro Leiria Lisboa Portaleg. Porto S

    L. Portuguesa 1939 418 480 2287 304 1502 637 1417 1062 1402 365 692 1561Matemtica 489 147 100 1364 48 102 24 272 384 653 168 30 567 Estudo do meio 1062 208 374 1649 62 760 369 1369 961 707 321 478 1735Expresses 854 59 267 2016 80 571 301 924 642 829 133 284 1034Trab. projecto 281 45 220 411 -- 454 8 326 308 496 205 251 601 Est. Acompanh. 132 7 173 484 -- 78 -- 179 128 156 31 26 434 Educ. cvica 1030 19 207 1318 19 -- -- 849 248 646 45 193 600 Actividadescom a turma

    984 177 193 3651 a) 748 219 712 500 464 175 237 1535

    Act. pequenosgrupos

    1981 336 414 3043 a) 1516 674 1149 744 1187 310 618 1801

    Actividades

    individuais

    1562 212 127 2847 a) 790 302 815 1010 441 174 301 634

    Construo dePorteflio

    563 251 347 591 65 1120 338 1340 500 1202 222 181 1435

    Pgina deescola

    1549 251 334 712 192 683 94 658 801 497 175 156 1318

    Projecto emcolaborao

    87 27 60 318 10 619 68 261 303 536 187 215 433

    DCB 1644 553 307 565 1863 513 0 1369 3492 918 174 441 1835

    a) Valores no disponveis.

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    Tanto as coordenaes distritais como as escolas do 1. CEB procuraram

    corresponder s orientaes fornecidas pelo CRIE, centrando as suas actividades nos

    indicadores de execuo propostos para o CBTIC@EB1 (nomeadamente, nmero de

    Diplomas de Competncias Bsicas (DCB) em TIC atribudos, nmero de porteflios de

    turmas construdos e nmero de projectos colaborativos efectuados). Assim, muitas

    actividades foram realizadas no mbito de iniciativas de dinamizao propostas pelas

    coordenaes distritais que procuraram (1) favorecer a participao de grupos de alunos

    e/ou das turmas em projectos de intercmbio ou de trabalho em colaborao e (2)

    promover a elaborao de porteflios de turma. Estas actividades foram aproveitadas

    pelos monitores como um contexto para a promoo das competncias bsicas em TIC

    que foram, posteriormente, avaliadas (mediante a realizao de exame) e certificadas

    com o DCB.

    O nmero de DCB em TIC atribudos a alunos do 4. ano foi elevado: dos

    110 394 alunos que frequentavam o 4. ano durante o ano lectivo de 2005/06, 55 010

    obtiveram o diploma (taxa de cobertura de 49,8%) (Quadro 3). Este nmero no ter

    sido maior pelo facto de muitos alunos do 4. ano j terem obtido o DCB no ano lectivo

    anterior.

    Quadro 3 - Diplomas de Competncias Bsicas - DCB

    DCB atribudosDistrito

    Alunos no 4.ano de

    escolaridadeAlunos do 4.

    anoAlunos de

    outros anos

    Professoresno distritoabrangidos

    DCBatribudos aprofessores

    Aveiro 31637 5596 424 3062 353Beja 1230 1114 819 361 147Braga 9766 8034 735 1826 181Bragana 1239 912 803 490 199Castelo Branco 1778 1778 37 505 37Coimbra 2398 739 2577 583 36vora 1601 1295 0 171 17Guarda 1564 1387 0 670 81Faro 4391 3166 299 342 26Leiria 8439 3625 1038 2421 35Lisboa 4884 409 325 701 289Portalegre 1152 862 110 138 31Porto 17782 14855 101 1527 89Santarm 4015 3618 221 1143 108Setbal 1776 1072 108 622 105Viana do Castelo 2520 2458 49 301 3Vila Real 2224 2104 2032 1089 60Viseu 4223 3235 1229 1116 325Total 110394 55010 13230 17481 2044

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    Os restantes indicadores de execuo do Projecto nmero de pginas web de

    escolas, de porteflios e de projectos colaborativos tambm so reveladores da

    quantidade de trabalho realizado nas escolas (Quadro 4). A maior parte das escolas de

    Portugal Continental possui uma pgina web actualizada (67,9%) que constitui um

    veculo de divulgao da escola comunidade. Ao longo dos vrios anos de realizao

    dos Projectos Internet@EB1 e CBTIC@EB1, muitas pginas web das escolas no tero

    surgido como um projecto prprio decorrente do interesse de professores e alunos

    mas antes como resposta a uma exigncia externa que no motivava os professores.

    Durante a edio do Projecto CBTIC@EB1 parece ter-se registado uma estagnao

    desta forma de comunicao/divulgao. Durante o ano lectivo de 2005/06, os

    professores e os alunos canalizaram a sua ateno e esforos para a realizao de

    porteflios e projectos colaborativos.

    Quadro 4 Outros indicadores do Projecto

    Distrito N. de escolasno distrito

    N. de pginasweb de escolas

    N. de porteflios N de projectoscolaborativos

    Aveiro 578 560 190 107Beja 172 155 17 27Braga 730 334 a) 347 60

    Bragana 321 591 321 318Castelo Branco 192 192 65 10Coimbra 434 420 420 1vora 134 84 106 35Guarda 323 314 514 261Faro 189 24 77 15Leiria 497 412 412 108Lisboa 713 175 222 187Portalegre 93 59 14 28Porto 850 802 758 85Santarm 439 325 359 378

    Setbal 292 79 64 0Viana do Castelo 258 169 190 0Vila Real 482 482 479 481Viseu 705 502 705 5Total 7401 5027 5243 1906

    a) Apenas se indicam as pginas web substancialmente alteradas em 2005/06.

    Durante o ano lectivo de 2005/06, o investimento das coordenaes distritais no

    apoio elaborao de porteflios de turma e realizao de projectos colaborativos foimuito grande. Este investimento torna-se particularmente visvel se considerarmos que

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    durante um nico ano foram elaborados 5 243 porteflios e dinamizados 1 906 projectos

    colaborativos. Estes ltimos nmeros so particularmente significativos e reveladores

    do sucesso do CBTIC@EB1, tendo em conta a reduzida predisposio das escolas

    portuguesas em participarem em iniciativas de intercmbio e colaborao (patente nas

    edies do Projecto Internet@EB1). A disponibilizao de diversas estruturas

    tecnolgicas e o surgimento de propostas interessantes de actividades nos Centros de

    Recursos Virtuais das IES parece ter sido particularmente eficaz na mobilizao de

    professores e alunos para a construo de porteflios e para o estabelecimento de

    projectos colaborativos com outras turmas e escolas (nacionais e estrangeiras). Durante

    o ano lectivo de 2005/06, os Centros de Recursos Virtuais das IES, para alm das

    seces que j incluam, foram fortemente reforados com seces de divulgao dos

    porteflios e dos projectos colaborativos realizados no mbito do CBTIC@EB1.

    O verdadeiro impacto da construo e actualizao das pginas web das escolas,

    da elaborao de porteflios de turma e da realizao de projectos de intercmbio e

    colaborao nas actividades de sala de aula difcil de avaliar pois, em muitos casos,

    apenas se podem analisar os produtos finais. Contudo, a leitura dos relatos dos

    monitores, complementada pela anlise dos exemplos de trabalhos includos nos

    relatrios, fornece indcios da existncia de dinmicas de sala de aula bastante

    interessantes com possveis repercusses futuras nas escolas.

    Porteflios

    Os relatrios das coordenaes distritais incluem numerosos exemplos de

    porteflios digitais construdos na edio de 2005/06 do Projecto CBTIC@EB1. Este

    tipo de actividade foi o que mais entusiasmo e adeso suscitou nos professores do 1.

    CEB, tendo sido produzido um nmero extremamente elevado de porteflios num nicoano lectivo (Quadro 4).

    Com a construo dos porteflios digitais pretendia-se: (a) diversificar os

    processos e os objectos de avaliao; (b) reforar a reflexo das crianas sobre os seus

    trabalhos e as suas aprendizagens; (c) envolver as crianas na avaliao dos seus

    prprios trabalhos; e (d) dar maior visibilidade aos trabalhos produzidos pelas turmas

    com recurso s TIC. Caberia aos alunos seleccionarem os trabalhos que, na sua opinio

    e de acordo com os critrios por eles definidos, deveriam ser includos no porteflio.Desta forma, a construo do porteflio pode promover competncias de seleco,

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    avaliao e reflexo, para alm das competncias desenvolvidas atravs da elaborao

    de cada um dos trabalhos nele includos.

    Na maioria dos exemplos analisados torna-se difcil avaliar o grau de

    interveno dos alunos na seleco dos trabalhos includos. Por vezes, algumas frases

    escritas nos prprios documentos digitais revelam que a participao dos alunos se

    restringiu elaborao dos materiais neles includos, tendo sido o professor a

    seleccionar e colocar on-line esses trabalhos (eventualmente, com o apoio de um

    monitor). Muitos dos produtos analisados afastam-se do conceito de porteflio digital,

    assumindo a forma de simples colectneas de trabalhos realizados pelas crianas

    durante as sesses de acompanhamento efectuadas no mbito do CBTIC@EB1

    (desenhos, trabalhos escritos, fotografias, etc.).

    Contudo, a grande adeso de professores e alunos aos porteflios, associada aos

    conhecimentos adquiridos pelas coordenaes distritais e pelos monitores relativamente

    s formas mais eficazes de apoiarem este tipo de actividade, permitem prever um

    aumento da qualidade do produto final em eventuais edies futuras do CBTIC@EB1.

    Projectos colaborativos

    Uma das principais propostas do Projecto CBTIC@EB1 para o ano lectivo de

    2005/06 consistiu na dinamizao de projectos colaborativos entre turmas ou escolas

    (portuguesas e estrangeiras). Pretendia-se estimular a criao de comunidades de

    aprendizagem alargadas que extravasassem os limites geogrficos e culturais de cada

    sala de aula, escola e agrupamento, promovendo a colaborao entre alunos e

    professores de contextos diversificados.

    Atravs da anlise dos relatrios das coordenaes distritais constata-se que a

    adeso das escolas a este tipo de proposta foi positiva (Quadro 4), especialmente tendoem conta a tradicional relutncia e dificuldade dos professores do 1. CEB em

    estabelecerem iniciativas de tipo colaborativo. A comunicao entre escolas portuguesas

    (e, em alguns casos, entre escolas portuguesas e estrangeiras) parece ter sido reforada

    de forma significativa, conforme se pode constatar pelo elevado nmero de publicaes

    colectivas na rede. O nvel considervel de participao poder ser explicado,

    fundamentalmente, atravs da quantidade (e, em alguns casos, do interesse) dos

    contextos propostos pelas coordenaes distritais para a dinamizao destasiniciativas (concursos, escrita colectiva de histrias, intercmbio de pesquisas temticas,

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    construo de blogues, etc.).

    No entanto, a anlise dos exemplos includos nos relatrios e nos portais das IES

    revela que a maioria dos projectos colaborativos teve um mbito limitado, envolvendo

    um nmero bastante reduzido de parceiros num trabalho pouco consistente e pontual

    (frequentemente, restringido a um nico perodo temporal bastante reduzido).

    Geralmente, os projectos consistiram num somatrio de alguns trabalhos individuais das

    turmas (receitas, desenhos, comentrios, composies, artigos de jornal, etc) sem

    qualquer dimenso colaborativa que envolvesse, por exemplo, a construo e avaliao

    conjunta de algo. Por vezes, os stios dos projectos colaborativos apresentam um grande

    nmero de hiperligaes (supostamente de acesso s contribuies de cada escola) que

    no se encontram activas, dissuadindo o visitante de uma explorao mais

    demorada/aprofundada.

    Contudo, identificam-se exemplos interessantes de projectos colaborativos que

    envolvem uma verdadeira integrao das TIC em actividades curriculares com uma

    forte componente de trabalho em equipa. Um desses exemplos o projecto de escrita

    colaborativa Crculo de histrias, dinamizado pela coordenao de Leiria, que

    envolveu 298 escolas na criao conjunta de 102 histrias ilustradas centradas em temas

    livres ou num tema proposto pela coordenao (http://www.circulo.esel.ipleiria.pt/). A

    elaborao das histrias foi efectuada atravs de contribuies de grupos de alunos de

    escolas diferentes, implicando um trabalho colaborativo tanto ao nvel de cada turma

    como entre escolas diversas. Incidiu, fundamentalmente, no desenvolvimento de

    competncias de leitura e escrita, de comunicao e colaborao, de criatividade e de

    utilizao das TIC. Um aspecto interessante deste projecto resultou do facto da

    publicao integral das histrias poder ser acompanhada de reflexes e comentrios dos

    participantes relativamente ao processo e ao produto. Outros exemplos interessantes so

    os projectos colaborativos de mbito internacional desenvolvidos pela EB1 de Vilarinho(http://www.eb1-vilarinho-cacia.rcts.pt/quemsomos.htm) que permitiram a integrao

    das TIC em actividades curriculares transversais e o desenvolvimento de competncias

    plurilingues e interculturais.

    Investigao/reflexo

    A investigao representa uma vertente essencial da actividade das instituiesde ensino superior, constituindo o fundamento da sua actividade de formao e

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    desenvolvimento. A anlise dos relatrios elaborados pelas coordenaes distritais

    referentes edio de 2005/06 do CBTIC@EB1 permite constatar um reforo

    significativo da componente de reflexo e investigao realizada no mbito deste

    Projecto em comparao com anos anteriores. Percebe-se um claro investimento por

    parte de algumas IES na realizao de processos investigativos centrados em diferentes

    aspectos e vertentes da dinamizao do Projecto CBTIC@EB1. Verifica-se que a

    componente investigativa no se restringiu s IES promotoras de cursos de

    ps-graduao na rea das TIC (nomeadamente, mestrados e doutoramentos), tendo-se

    alargado a outras instituies que no desenvolvem esta componente formativa.

    A componente de investigao e reflexo nas IES assumiu essencialmente duas

    formas: 1) processos de investigao e avaliao das competncias em TIC de

    professores e alunos e do impacto do CBTIC@EB1 nos diferentes intervenientes; 2)

    seminrios e congressos em que se valorizou o papel formativo da interaco e da

    discusso entre especialistas, coordenaes distritais, monitores, agrupamentos e

    professores do 1. CEB envolvidos no Projecto.

    Os relatrios elaborados pelas coordenaes distritais fazem referncia a

    processos de investigao centrados: (a) no estudo das competncias em TIC dos

    professores do 1. CEB e nas suas capacidades de integrao destas tecnologias na

    prtica educativa (Faro, Leiria e Viseu); (b) na avaliao do Projecto pelos professores

    do 1. CEB (Coimbra) e pelos monitores (Portalegre); (c) no estudo dos hbitos de

    utilizao da Internet pelos alunos (Leiria); (d) na avaliao do impacto do

    CBTIC@EB1 por professores, monitores e alunos e, ainda, por avaliadores externos que

    observaram sesses de acompanhamento (Santarm); (e) na anlise dos relatrios de

    visita elaborados pelos monitores (Leiria); e) na avaliao do impacto de projectos

    especficos de dinamizao de rede (Leiria); e (f) no estudo dos porteflios digitais

    construdos pelas turmas do 1. CEB (Leiria). As coordenaes distritais de Braga eAveiro fazem referncia realizao de trabalhos de ps-graduao centrados na

    avaliao do impacto do Projecto CBTIC@EB1. Na opinio da coordenao de Braga,

    o envolvimento de mestrandos (do mestrado em Estudos da Criana TIC) como

    monitores deste Projecto ter contribudo para um reforo considervel da componente

    reflexiva e da qualidade das actividades realizadas com professores e alunos.

    Muitos destes trabalhos de investigao e avaliao foram posteriormente

    apresentados e discutidos em encontros promovidos por algumas coordenaesdistritais, contribuindo deste modo para reforar a componente formativa e reflexiva do

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    planificao das actividades pelas coordenaes distritais (nomeadamente na seleco

    de monitores e na sua formao). Em algumas escolas, as actividades do Projecto

    acabaram por ser realizadas em perodo extra-lectivo (como actividades

    extracurriculares), com evidente prejuzo da integrao e da transversalidade

    curriculares das TIC, e num contexto pouco adequado marcado pela ausncia frequente

    dos professores das EB1 e por horrios muito limitados (15.30h-17.30h).

    Segundo os relatrios, o reduzido nmero de computadores existentes nas

    escolas do 1. ciclo e, por vezes, a sua localizao em espaos diminutos, continuam a

    impedir a sua utilizao frequente por parte dos alunos. Apesar da instalao de banda

    larga (ADSL) ter reduzido significativamente o nmero de escolas com dificuldade de

    acesso Internet, persistem diversos problemas resultantes, essencialmente, da

    inexistncia de cabos de rede e de estruturas tecnolgicas que permitam a partilha da

    ligao Internet por vrios computadores (nomeadamente, os computadores portteis

    disponibilizados por algumas IES). Algumas Cmaras Municipais no tm conseguido

    repor ou consertar os equipamentos danificados nem dotar as escolas dos consumveis

    necessrios rentabilizao do material informtico existente (tinteiros, papel, CD_RW

    para arquivos e backups). Na tentativa de ultrapassar estes obstculos alguns

    Agrupamentos de escolas disponibilizaram as salas de informtica das EB2

    (assegurando o transporte dos alunos) e algumas Cmaras Municipais e Juntas de

    Freguesia optaram por deslocar as crianas para espaos Internet prprios. Contudo,

    estas medidas pontuais, apesar de louvveis, inviabilizam uma integrao curricular das

    TIC no dia-a-dia das turmas e das escolas.

    O nmero de visitas previstas e realizadas pelo Projecto continua a ser criticado

    por diferentes intervenientes (coordenaes distritais, professores e monitores). Na sua

    opinio, o desenvolvimento das competncias tcnicas e didcticas dos professores

    necessrias concretizao da integrao curricular das TIC requer um apoio maisprolongado por parte dos monitores.

    Outras dificuldades apontadas, pelas coordenaes distritais na realizao do

    Projecto CBTIC@EB1 no ano lectivo de 2005/06, prendem-se com a no contabilizao

    do trabalho dos monitores como tempo de servio docente, a inexistncia de

    instrumentos on-line centralizados para acompanhamento da iniciativa e os atrasos

    financeiros.

    Alm disso, o facto do trabalho dos monitores (que so professoresprofissionalizados do 1. CEB) continuar a no ser contabilizado como tempo de servio

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    constitui, segundo os coordenadores distritais, uma fonte de instabilidade para este

    Projecto, impedindo a continuidade e a coeso das equipas de apoio e formao. Muitos

    professores abandonaram o Projecto ao longo do ano, comprometendo a continuidade

    do trabalho e implicando um esforo suplementar na contratao e formao de mais

    recursos humanos e no restabelecimento de relaes com os professores e os alunos das

    EB1.

    A ausncia de uma plataforma informtica on-line que facilitasse o

    acompanhamento do Projecto (atravs do registo actualizado de dados em conformidade

    com orientaes claramente definidas e da sua consulta pblica) dificultou a obteno

    de dados actualizados por parte da equipa de misso e das coordenaes distritais. A

    falta desta plataforma exigiu um esforo suplementar na elaborao de relatrios de

    progresso que acabavam por estar desactualizados sempre que se realizavam reunies

    de reflexo e coordenao a nvel nacional.

    Os atrasos financeiros exigiram um esforo suplementar das IES e medidas de

    gesto extremamente difceis numa poca em que as IES se confrontam com a falta de

    verbas resultante de oramentos cada vez mais reduzidos. O equilbrio financeiro do

    Projecto acabou por ser fortemente afectado pela falta de pagamentos em tempo

    razovel.

    Apesar da evoluo ntida registada nos ltimos anos em termos das

    competncias tcnicas e didcticas dos professores na utilizao das TIC, muitos

    professores continuam com grandes dificuldades em integrarem estas tecnologias na

    sala de aula e em darem continuidade ao trabalho na ausncia do monitor.

    Consideraes finais

    Da anlise do conjunto de relatrios das coordenaes distritais emerge umaavaliao bastante positiva da edio de 2005/06 do Projecto CBTIC@EB1. Os nveis

    de satisfao dos alunos e de concretizao dos objectivos propostos (nomeadamente,

    nmero de pginas web actualizadas, porteflios construdos, projectos colaborativos

    realizados e DCB atribudos) foram bastante elevados. Comparando com os resultados

    da edio de 2004/05 do Projecto Internet@EB1 constatam-se melhorias significativas

    ao nvel: (a) do envolvimento e das competncias de integrao curricular das TIC dos

    professores do 1. CEB; (b) das condies tcnicas nas escolas (nomeadamente, dasligaes Internet); (c) do apoio tcnico disponibilizado pelas Cmaras Municipais; (d)

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    Anlise das Respostas dos Coordenadores Distritais

    Nesta seco apresentamos uma anlise das respostas que os coordenadores

    distritais do Projecto CBTIC@EB1 deram ao questionrio que lhe foi enviado (ver

    Anexo 1) e com o qual se pretendia saber que balano fazem sobre o trabalho realizado

    no seu distrito nas escolas, a participao dos professores, as mudanas verificadas no

    trabalho do projecto e polticas educativas e modelos organizacionais a prosseguir no

    futuro.

    Objectivos, obstculos e indicadores relativos ao uso das TIC

    Uma das questes de resposta fechada do questionrio procurava saber qual a

    importncia que os coordenadores distritais atribuam (numa escala de: 1-Pouco

    importante at 5-Muito importante) aos diversos objectivos do Projecto CBTIC@EB1:

    i) Fomentar o desenvolvimento de competncias no mbito dacidadania e literacia digital por parte de professores e alunos,nomeadamente aquelas que so requeridas pelo exame para aobteno do Diploma de Competncias Bsicas em TIC, nos termosdo Decreto-Lei n 140/2001, de 24 de Abril;

    ii) Dotar alunos e professores do 1. CEB, preferencialmente os do 3. edo 4. ano de escolaridade, com DCB;

    iii) Contribuir para uma melhoria das condies de ensino e

    aprendizagem dos alunos, atravs da utilizao pedaggica das TIC;iv) Promover a info-incluso, atravs do desenvolvimento de

    competncias em TIC e da cultura digital;

    v) Acompanhar, de forma sustentada, a integrao curricular das TICem situaes de ensino e aprendizagem.

    O objectivo (v) o que surge citado mais vezes como muito importante (12

    referncias), seguido do objectivo (iii) (11 referncias) e em terceiro lugar o objectivo

    (iv) (8 referncias). Em contrapartida os objectivos (i) e (ii) tendem a aparecer apenascomo importantes para um nmero considervel de coordenadores distritais (7 e 5

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    usados para avaliar o contributo deste tipo de instrumento para a aprendizagem dos

    alunos.

    Existncia de projectos colaborativos nacionais e internacionais

    A maioria dos coordenadores aponta a existncia de projectos interessantes no

    seu distrito. Destes, vrios salientam projectos internacionais:

    Aveiro Projecto da escola de Vilarinho, com escolas de Blgica e Japo.

    Beja Projectos do Jardim de Infncia de Vila Nova da Baronia. Entornonatural em pases diferentes e Little hands make great things.

    vora Playing with history: Jogos tradicionais, envolvendo escolas de outrospases.

    Leiria Linha de dinamizao Portugus de perto e de longe, que, no entanto,s foi levada prtica com Cabo Verde.

    Lisboa Reala a participao da EB1 de Olhalvo no Projecto COMENIUScomo um bom exemplo de cooperao internacional.

    Portalegre Refere que o tema Tradies foi desenvolvido entre a escola deMontalvo e uma escola de Macau e que o tema Leite, queijo e ovelhas foidesenvolvido entre a escola de Tolosa e uma escola espanhola.

    Santarm Vrias escolas estiveram envolvidas em projectos europeus dosquais se destaca o eTwinning e o Spring Day, valorizados pela ligao aoutras culturas e o debate de temticas actuais relevantes para a conscinciade cidadania europeia.

    Outros coordenadores referem a existncia de projectos nacionais, salientando

    um ou outro:

    Bragana Projecto Novos Amigos, desenvolvido graas ao esforo de umaequipa de monitores, no Agrupamento Paulo Quintela, levando crianas deescolas isoladas a comunicar por e-mail com outras crianas na mesmasituao ou das escolas da cidade.

    vora As turmas do 4. ano das escolas do distrito, desenvolveram 35projectos em colaborao com outras escolas (nmero acima do previsto peloCRIE para este indicador). Um dos projectos (Turista on-line) envolveu

    uma escola da Ilha da Madeira.

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    Destaca ainda o Projecto colaborativo Co-Pilotos Virtuais, desenvolvidoentre a EB1 de S. Pedro do Corval e a EB1 de Torre de Coelheiros, queconsistiu no envio de uma mascote (representante de cada uma das turmas)para outra escola, simulando a viagem de um aluno a outra localidade.

    Leiria O Crculo de histrias um projecto de escrita colaborativa e criativaentre turmas, que obteve uma grande adeso, permitindo tomar conscinciade possibilidades simples de colaborao em rede para a obteno de umproduto escrito criativo e para a mobilizao de ferramentas informticas.

    Blogue Interescolas, alimentado pelos contributos de alunos e professoresenvolvidos no Projecto; com gesto feita pela equipa dinamizadora e quepermitiu a divulgao de textos de diferentes participantes no projecto.

    Portalegre Construo de um jornal colaborativo on-line, o JornalCBTIC@EB1, que contou com a colaborao de numerosas escolas do

    distrito e onde cada escola, pode publicar artigos, ler os artigos publicadospelas outras escolas, coment-los e efectuar votaes.

    A histria O Planeta Espadinha, desenvolvida entre as escolas de Sousel,Casa Branca e Santo Amaro constitui um exemplo de um projectodesenvolvido entre escolas do mesmo agrupamento.

    Setbal Refere uma histria desenvolvida por vrias turmas da zona de Sines eSantiago, que constitui uma primeira experincia de participao destesalunos numa comunicao assncrona e que teve um reflexo positivo nodesenvolvimento das suas competncias de leitura e escrita.

    Vila Real Salienta vrios projectos:

    Quem conta um conto acrescenta um ponto, cujo objectivo era criao deum conto colectivo atravs da utilizao do correio electrnico e doprocessamento de texto. Uma escola iniciou o conto sobre um dado tema eenviou-o por correio electrnico para uma outra escola. Esta, ao receber asprimeiras linhas do conto, continuou-o, com mais meia dzia de linhas,passando a outra escola diferente e assim sucessivamente.

    No projecto Gentes da Minha Terra, os alunos, primeiramente, elaboraramuma pesquisa intensa sobre o tema quer via Internet, quer atravs dequestionrios; recolhendo produes do patrimnio literrio oral (contos,lendas, cantares, quadras, lengalengas, trava-lnguas, etc). De seguidatrocaram impresses, via correio electrnico, com escolas da mesmafreguesia e mostraram a escolas de outras localidades o material recolhido,para, posteriormente, criarem registos, textos, desenhos, fotografias, etc..

    Este distrito, na sua resposta refere ainda outros projectos colaborativos ouactividades que foram desenvolvidos em diferentes concelhos, bem comoiniciativas do prprio ncleo distrital.

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    Alguns outros coordenadores referem a existncia de projectos nacionais ou

    internacionais, mas do pouca informao a seu respeito.

    Braga Existem alguns projectos a nvel nacional, normalmente entre escolas domesmo Agrupamento ou entre Agrupamentos acompanhados pelos mesmosanimadores.

    Faro Existem projectos especialmente no mbito do etwining.

    Santarm Indica que houve participao de vrias escolas em pequenosprojectos nacionais, mas no os considera dignos de destaque.

    Viana do Castelo Afirma que no h projectos colaborativos dignos dedestaque.

    Viseu No identifica nenhum projecto colaborativo nacional ou internacionaldigno de destaque.

    Ainda assim, a maioria dos distritos parece ter valorizado bastante o

    desenvolvimento dos projectos colaborativos, em especial na sua vertente nacional. Pela

    descrio e variedade de projectos, destaca-se o distrito de Vila Real. Pela quantidade,

    destacam-se vora e Portalegre. No entanto, tanto nestes como noutros distritos

    parecem ter-se desenvolvido projectos colaborativos nacionais (e em alguns casos

    internacionais) interessantes. Em contrapartida, alguns distritos parecem no ter

    valorizado muito estes projectos, sem que se saiba se se trata apenas de falta de

    informao ou de uma opo de fundo da respectiva coordenao.

    Contribuio dos projectos colaborativos para a aprendizagem dos alunos

    A maioria dos coordenadores distritais indica que os projectos colaborativos

    podem dar contribuies significativas para a aprendizagem dos alunos. No entanto, as

    respostas variam fortemente relativamente ao que mais valorizado:

    a) Vrios coordenadores salientam (directa ou indirectamente) odesenvolvimento de competncias em TIC e diversas outras aprendizagensrelativas a reas curriculares especficas (Aveiro, vora, Leiria, Portalegre,Santarm, Setbal, Vila Real);

    b) Alguns referem o desenvolvimento de competncias de pesquisa, seleco eorganizao da informao (Santarm, Vila Real). (O facto de apenas dois

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    coordenadores indicarem este aspecto bastante surpreendente, atendendo nfase que as TIC colocam no campo da pesquisa, seleco e organizao dainformao);

    c) Outros salientam vertentes curriculares transversais como a cidadania,conscincia ambiental e de comunicao multicultural e receptividade anovas culturas (Aveiro, Bragana, vora) bem como desenvolvimento decompetncias de socializao, da responsabilizao e da autonomia dosalunos (vora, Santarm, Setbal);

    d) Um coordenador refere aspectos de carcter afectivo como a auto-estima emotivao dos alunos (Beja);

    e) Outros coordenadores referem aspectos mais gerais de cunho cultural como o

    alargamento de horizontes (Braga) e a partilha de experincias(Bragana), conhecimento da realidade local (Portalegre), quebra doisolamento a que certas comunidades escolares ainda esto sujeitas(Santarm) e incentivo criatividade dos alunos (Vila Real).

    Finalmente, os coordenadores de quatro distritos no indicaram contributos dos

    projectos para as aprendizagens ou consideraram impossvel responder a esta questo

    (Faro, Lisboa, Viana do Castelo, Viseu). Entre estes contam-se, como seria de esperar,

    os coordenadores dos distritos onde aparentemente houve menor dinmica neste campo

    ou onde no se coligiu muita informao a respeito destes projectos, indicados no ponto

    anterior.

    O facto de a maioria dos coordenadores sublinhar contributos positivos dos

    projectos colaborativos para as aprendizagens sugere a necessidade de continuar a

    investir neste campo. No entanto, a disperso das dimenses da aprendizagem

    valorizadas que incluem o desenvolvimento da competncia no uso das TIC, as

    competncias de pesquisa, seleco e organizao de informao, outras vertentes

    curriculares transversais, aspectos de carcter afectivo e aspectos culturais gerais e aexistncia de distritos onde esta actividade no parece ter grande impacto sugerem a

    necessidade de se dar mais ateno a este ponto.

    Contribuio da elaborao das pginas de escola para as aprendizagens dos alunos

    Vejamos agora qual a perspectiva dos coordenadores distritais sobre a

    contribuio do trabalho realizado na elaborao das pginas de escola para asaprendizagens dos alunos:

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    a) Vrios coordenadoresapontam contributos para a aprendizagem dos alunosno desenvolvimento de competncias no uso das TIC, em contedoscurriculares e de competncias transversais incluindo aspectos decidadania relacionados com as TIC e capacidades de pesquisa, deorganizao e seleco de informao e de discusso e reflexo(Bragana, vora, Faro, Portalegre, Vila Real).

    b) Outros coordenadores apontam contributos relativos ao interesse emotivao dos alunos pelos temas abordados/publicados, pelo uso dasTIC e o gosto pela pesquisa (Beja, vora, Faro, Vila Real).

    c) Um outro coordenador (Leiria) indica aspectos mais gerais, relacionadosnomeadamente com a abertura da escola ao exterior.

    Em contrapartida, quatro coordenadores assumem que esse contributo

    reduzido (Aveiro, Braga, Santarm, Viana do Castelo). Trs deles referem que isso

    radica no facto de que, frequentemente, a publicao dos trabalhos nas pginas da

    escola ser decidida apenas depois destes trabalhos estarem concludos e, por vezes, eles

    serem pouco mais do que textos e desenhos avulsos:

    a) Na maioria dos casos nas pginas das escolas so publicados

    trabalhos/projectos que os alunos desenvolveram no mbito curricular sempreocupao de serem produtos para a pgina da escola (Santarm).

    b) A publicao de pginas das EB1 permanece como um problema de carizeminentemente tcnico, considerado pela maioria dos professores como ummeio de divulgao das actividades desenvolvidas na escola e com poucoreflexo nas aprendizagens dos alunos (Setbal);

    c) Na maioria dos casos (e por razes diversas bem conhecidas) a concepo,implementao, manuteno e renovao das pginas, foi pobrementeparticipada pelos professores e pelos alunos que, em regra, facultaram textos

    e desenhos que os formadores [monitores] tiveram de seleccionar e organizarpara introduzir nos sites/pginas. Isto no dever significar que a actividadede construo da pgina no seja relevante, uma vez que a sua existncia foiuma importante motivao para a participao no projecto (Braga).

    Por seu lado, Viana do Castelo atribui a origem das dificuldades a problemas de

    calendrio: o tempo disponvel apenas possibilitou a construo/actualizao das

    mesmas, na maior parte dos casos, nas ltimas sesses, impossibilitando desta forma

    que estas se tornassem num elemento de suporte chave para a aprendizagem dos

    alunos.

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    Finalmente, os coordenadores de dois dos distritos (Lisboa, Viseu) indicam ser

    difcil ou impossvel de responder a esta questo, pois isso requereria estudo ou

    investigao que no foram feitos.

    Deste modo, verifica-se que sete coordenadores distritais se manifestam de

    forma positiva sobre a contribuio do trabalho realizado na elaborao das pginas web

    de escola para as aprendizagens dos alunos, enquanto que quatro se manifestam de

    modo negativo, e dois indicam no ter dados para responder. Assim, as percepes dos

    coordenadores parecem ser francamente menos positivas neste ponto do que no ponto

    anterior referente ao contributo dos projectos colaborativos para as mesmas

    aprendizagens. Isso pode resultar do facto da nfase nos projectos colaborativos ser um

    dado novo do projecto, considerado interessante e desafiante, enquanto que a elaborao

    de pginas web de escola constitui uma tarefa j realizada em anos anteriores,

    assumindo, eventualmente, um carcter mais rotineiro.

    Trabalho dos professores com as TIC

    Uma das questes de resposta fechada do questionrio perguntava quais eram,

    na opinio dos coordenadores distritais, os principais objectivos visados pela maioria

    dos professores das escolas do seu distrito na integrao curricular das TIC. Nas suasrespostas os coordenadores destacaram sobretudo Motivar os alunos (13), Obter

    informao (10) e Desenvolver capacidades de pesquisa (9). Um pouco mais abaixo

    surgem Desenvolver capacidades de comunicao/interaco com as TIC (7),

    Desenvolver atitudes de colaborao e cooperao (6) e Aprender temas curriculares

    (5). de notar que destes seis objectivos, trs dizem directamente respeito s TIC, dois

    dizem respeito a motivao e atitudes e apenas um, que alis surge em sexto lugar, se

    refere a aprendizagens de temas curriculares.Outra pergunta do questionrio inquiria aos coordenadores se tinham notado

    alguma evoluo, em relao a anos anteriores, por parte dos professores do seu distrito

    na integrao das TIC nas actividades curriculares e na sua atitude em relao s TIC.

    Pedia ainda para, em caso afirmativo, indicarem os factores que poderiam ter

    contribudo para essa evoluo.

    As respostas de alguns dos distritos apontam para a existncia de uma evoluo

    significativa:

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    a) Beja [Os professores] mostraram-se mais receptivos, devido participaodirecta do ME e maior visibilidade do projecto.

    b) Bragana Muitos professores do distrito esto mais receptivos s TIC e sua utilizao e integrao curricular, evoluo que se deve (i) a uma maior

    consciencializao quanto ao importante papel que as TIC desempenham nanossa sociedade e sua valorizao como instrumento e recurso pedaggicoe (ii) permanncia do Projecto nas escolas e as aces de formaocontnua em TIC realizadas.

    c) vora Indica que os professores esto mais familiarizados, mais seguros emais confiantes na utilizao educativa das TIC, sendo o seu reportriometodolgico significativamente mais vasto e continuando a evidenciargrande receptividade no acolhimento dispensado ao programa.

    d) Leiria Indica que de um pendor mais informtico, se chegou a uma ligao

    mais profunda s aprendizagens curriculares, apontando que para issocontriburam as orientaes adoptadas pela equipa distrital em consonnciacom orientaes nacionais.

    e) Portalegre Considera que neste distrito os professores encaram as TIC deuma forma diferente e reconhecem a importncia da sua utilizao e que asTIC se usam agora mais nas salas de aula do que no incio do programa, istoapesar de grandes dificuldades de natureza geral.

    f) Santarm Indica que os professores esto mais receptivos, mas ainda assimcom uma atitude muito resignada ao argumento da falta de conhecimentos ede tempo. Refere ainda que, quando motivados e apoiados, ganhamconfiana, entusiasmam-se e conseguem dar passos importantes naintegrao das TIC na sua prtica.

    g) Setbal Refere que existem progressos (embora lentos) no modo como osprofessores interpretam a utilizao das tecnologias, sendo em maior nmeroos que assumem as TIC como um instrumento de motivao dos alunos paratrabalho nas temticas curriculares.

    h) Vila Real Considera existir uma evoluo por parte dos professores na

    integrao das TIC nas actividades curriculares e na sua atitude em relaos TIC.

    i) Viseu Aponta uma evoluo muito positiva expressa pela participao demuitos professores nas sesses de trabalho em horrio extra lectivo. Nestassesses exploraram actividades de integrao curricular das TIC edesenvolveram competncias tcnicas de utilizao das ferramentas eaplicaes.

    A maior parte destes coordenadores (Bragana, Leiria, Viseu, Setbal, Vila

    Real) refere factores ligados ao trabalho no distrito como estando na base da evoluopositiva verificada. No entanto, tambm existem coordenadores que apontam o papel de

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    factores ligados ao enquadramento global do projecto, nomeadamente, o facto do

    programa ter passado para a tutela do ME (Beja, Santarm).

    Outros distritos, porm, indicam uma evoluo fraca ou mesmo nula:

    a) Aveiro Considera que a evoluo dos professores foi muito marginal,continuando a registar-se receios, indiferena e rejeio da sua parte, o quefaz com que, na maioria dos casos, o projecto seja simplesmente tolerado.Reconhece, no entanto, existir casos em que se verifica alguma evoluo.

    b) Braga Aponta uma evoluo muito reduzida.

    c) Lisboa Afirma simplesmente no ter havido evoluo.

    d) Viana do Castelo Indica que a evoluo reduzida.

    As razes invocadas para justificar a fraca ou nula evoluo so todas de

    carcter externo ao distrito. O coordenador do distrito de Aveiro coloca a origem das

    dificuldades nas polticas educativas globais levadas a cabo pelo ME, enquanto que o de

    Braga atribui a causa dos problemas sobretudo ao planeamento deficiente (incio tardio

    das actividades do projecto). O coordenador de Viana do Castelo sublinha a forte

    mobilidade dos docentes como um elemento negativo do enquadramento global do

    projecto. Aponta, tambm, o facto do projecto continuar a ser visto pelos professorescomo exterior sua funo. Finalmente, o coordenador do distrito de Faro indica no

    dispor de elementos para responder.

    Deste modo, parece haver evoluo por parte dos professores na sua relao com

    as TIC e na integrao que fazem destas tecnologias na sua prtica lectiva. Esta

    evoluo ser resultado, principalmente, do trabalho continuado a nvel distrital, sendo

    travada por diversos factores, um dos quais ser o facto deste projecto continuar a

    dirigir-se prioritariamente aos alunos e no aos professores.

    Objectivos, metodologias de trabalho e relao entre as instncias

    Outra questo de resposta fechada do questionrio perguntava aos coordenadores

    distritais como avaliam (na escala: Muito reduzido; Reduzido; Mdio; Elevado; Muito

    elevado) o nvel de articulao entre as actividades dos monitores do seu distrito junto

    dos alunos e do professor e a planificao das actividades da turma. A maioria dos

    respondentes (8) considerou o nvel de articulao mdio, uma parte significativa

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    f) Portalegre Refere que houve uma mudana no sentido de valorizar mais otrabalho com os alunos e os professores de forma a incentivar a integraocurricular das TIC e aponta ainda que uma alterao profunda se deve preocupao do desenvolvimento de comunidades de prtica/trabalhoscolaborativos, que consideramos bastante importante;

    g) Santarm Considera que os objectivos foram atingidos com maiorempenho das escolas e dos agrupamentos e que as metodologiasprocuraram uma maior aproximao entre os diversos intervenientes;

    h) Setbal Relativamente aos objectivos definidos indica que foi possvel darmais ateno ao trabalho com os professores na sala de aula e aos aspectosrelacionados com a integrao curricular das TIC. A relao entre as vriasinstncias, de um modo geral, progrediu ao longo dos anos para um melhorconhecimento e entendimento;

    i) Viana do Castelo Refere que as metodologias de trabalho foramaperfeioadas e a experincia dos formadores [monitores] facilitou ainterveno nas escolas bem como a gesto dos equipamentos e dos espaosInternet. Menciona ainda uma melhor aceitao do projecto por parte dosagrupamentos, cmaras municipais e professores;

    j) Vila Real Indica que os objectivos e indicadores definidos foram maisdireccionados para a integrao curricular das TIC.

    Em contrapartida, trs dos coordenadores distritais no registaram mudanas

    significativas:

    a) Braga Considera que no existiram, sublinhando o carcterpermanentemente precrio do projecto.

    b) Faro Indica que no houve alteraes de monta, a no ser uma maiorabertura e menor resistncia dos professores e maior colaborao daDRE.

    c) Viseu Aponta que teve uma perspectiva de continuidade relativamente aosobjectivos e indicadores, embora com a preocupao de aprofundar/melhoraras metodologias de trabalho. O mais saliente foi o reforo da componente deacompanhamento dos professores em pequenos grupos, fora dos temposlectivos. Introduziram-se novas propostas de actividades.

    Apenas um coordenador distrital (Aveiro) indica que as mudanas foram num

    sentido negativo. Atribui a origem desses problemas s orientaes do prprio

    programa: As mudanas preconizadas (diversidade e quantidade de objectivos novos)

    para um escopo temporal to curto, no preparado, e a sua simultaneidade com outros

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    programas no terreno, apareceram como factores desestabilizadores das actividades a

    desenvolver no terreno.

    Deste modo, tudo indica terem existido durante o ano em anlise, mudanas

    significativas nos objectivos do trabalho realizado a nvel distrital, dando uma maior

    nfase integrao curricular das TIC e ao trabalho com os professores (6 respostas

    cada). De notar, tambm uma percepo geral de um relacionamento mais profcuo

    entre as diversas instncias intervenientes no projecto.

    Impacto da existncia da equipa do CRIE

    Outra pergunta procurava saber se a existncia da Equipa de Misso CRIE, uma

    estrutura do ME de carcter pedaggico e institucional, tinha resultado em impacto

    significativo no trabalho desenvolvido no seu distrito e, em caso afirmativo, em que

    aspectos.

    Vrios coordenadores distritais apontaram efeitos positivos:

    a) Bragana A Equipa de Misso CRIE conseguiu orientar as IES de formaeficiente no sentido destas poderem resolver os problemas que iam surgindodurante o Projecto, atravs do seu apoio e acompanhamento permanentes.Tentou, embora nem sempre atempadamente, uniformizar ao mximo o tipode dados/indicadores a recolher para posterior avaliao e criou umaplataforma nica (Moodle) concentradora de contedos qual as IESpuderam recorrer para a obteno de recursos e materiais necessrios s suasactividades e recolha de informaes teis para a resoluo de problemas edvidas que fossem surgindo. Esta Equipa teve sempre uma postura muitorespeitadora, transparente e prestativa para com as IES o que foi um grandeincentivo para todos no sentido de tornar maior e melhor o CBTIC@EB1 eevitar erros cometidos anteriormente. Alm disso, a equipa acentuou anecessidade e importncia da integrao curricular das TIC, o que

    consideramos muito importante do ponto de vista pedaggico.b) vora O trabalho desenvolvido pela equipa do CRIE, nomeadamente de

    coordenao e gesto operacional do Programa, de ligao entre as vriasinstncias envolvidas, de superviso e monitorizao das aces de cada IESe de um acompanhamento regular atravs de uma disciplina Moodle,acabou por ter um impacto positivo no desenvolvimento do Projecto juntodas escolas, mesmo que esse impacto se tenha feito sentir de formaindirecta.

    c) Faro Sim. Melhor divulgao do projecto; Melhor aceitao do projecto

    por parte das escolas e professores uma vez que estava compreendido que oME era o responsvel pelo projecto.

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    d) Leiria Creio que um dos reflexos foi a reorientao no sentido de acentuar

    a integrao curricular das TIC. Quanto aos impactos, foi sobretudo, umefeito em cascata, atravs do acentuar de alguns indicadores, como osporteflios ou os projectos colaborativos o que levou concepo e

    colocao no terreno de linhas de dinamizao que proporcionassem aprossecuo dos objectivos. Alguns instrumentos de apoio, como aplataforma, no chegaram a ser concretizados em tempo til. Tambm avertente investigativa poderia ter alcanado maior alcance.

    e) Portalegre Parece-nos importante a existncia da Equipa do CRIE. Sem aequipa do CRIE, e as estruturas com o mesmo coordenador, que aantecederam (UARTE), no teria sido possvel levar a cabo o programa emavaliao, apesar das diversas contrariedades encontradas. Com o CRIE, e asestruturas que a antecederam, foi possvel delinear um programa deinterveno em todas as escolas do 1. Ciclo do Ensino Bsico, que

    implicasse a integrao das TIC nas actividades das EB1s. De outro modono teria sido possvel chegar a todas as escolas. Os impactos que severificaram tm a ver com as aprendizagens proporcionadas aos alunos eprofessores, os materiais e projectos desenvolvidos, as parceriasestabelecidas, as comunidades desenvolvidas.

    f) Santarm Sim, mas ainda h um longo caminho a percorrer. Julgo que sepode salientar o envolvimento dos professores, que sempre que possvel nopassado se punham parte do programa. Esto agora mais receptivos, masainda pouco autnomos.

    g) Setbal A existncia de uma estrutura do ME com conhecimento docontexto de interveno (professores, escolas e IES). A procura de umaarticulao entre as IES e o CRIE para a obteno de maiores impactoseducativos. A perspectiva de continuidade do projecto, enunciada no inciodo ano lectivo 2005/06 e que no se veio a concretizar, por possibilitar umplaneamento atempado das actividades, com objectivos que poderiam ter umgrau progressivo de complexidade. No caso da ESE de Setbal, estespotenciais factores foram atenuados face a [vrios atrasos que severificaram].

    h) Viana do Castelo Sim. H uma maior preocupao pela integraocurricular das TIC. Espera-se que as estruturas intermdias do MEacompanhem com maior empenho o projecto.

    i) Viseu Sim. O reconhecimento oficial do projecto, integrado no ME,facilitou o entendimento dos objectivos do projecto. O incio do projecto deformao contnua de Matemtica para professores do 1. CEB nodesmobilizou, contrariamente ao que se chegou a supor, a participao dosprofessores no CBTIC. Por outro lado, a ESEV fez um esforo dearticulao entre os dois projectos, que se expressou, ainda de que de formatnue, na organizao conjunta de seminrios e de um encontro distrital.

    Estes espaos foram da maior importncia para promover as desejveis

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    perspectivas de interdisciplinaridade, transversalidade e integrao,consignadas no currculo do 1. CEB.

    Nestes nove coordenadores distritais, trs (Bragana, Leiria, Viana do Castelo)

    sublinham portanto como principal efeito positivo a integrao curricular das TIC,outros dois (Faro, Santarm) sublinham um maior envolvimento dos professores.

    curioso que dois referem-se de modo muito positivo plataforma Moodle (Bragana,

    vora) e outro refere-se-lhe de forma muito crtica (Leiria).

    Em contrapartida, outros coordenadores consideram no ter havido efeitos

    significativos:

    a) Beja Indica que no houve um impacto significativo a registar.b) Braga Afirma que Infelizmente () no, embora gostasse de poder dizer

    o contrrio. No imputo esta situao equipa e natureza das suas funes,antes a atribuo conjuntura que ter estado na origem de um lanamento doprojecto muito tarde no tempo e com uma coordenao central atarefada emmltiplas outras preocupaes e actividades (certamente de importnciaigual ou maior do que o CBTIC@EB1).

    c) Lisboa Afirma: No.

    d) Vila Real Indica que a aceitao por parte dos agrupamentos, professores,alunos e demais comunidade escolar foi em tudo semelhante dos anosanteriores. Isto porque consideram fundamental o suporte de apoio, por partede toda a equipa do projecto, na introduo curricular das TIC.

    Um dos coordenadores distritais (Aveiro) aponta mesmo efeitos negativos como

    resultado da existncia da Equipa de Misso CRIE: As mudanas preconizadas

    (diversidade e quantidade de objectivos novos) para um escopo temporal to curto, no

    preparado, e a sua simultaneidade com outros programas no terreno, apareceram como

    factores desestabilizadores das actividades a desenvolver no terreno, dando-lhe uma

    notao atabalhoada.

    Deste modo, a larga maioria dos coordenadores distritais aponta que a criao da

    equipa do CRIE teve consequncias bastante positivas, a vrios nveis. H, no entanto,

    algumas respostas que apontam no sentido contrrio, uma das quais responsabilizando a

    conjuntura nacional e a outra um excesso de ambio na definio de novos objectivos.

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    IES e de todos os envolvidos na dinamizao do mesmo, principalmente porno permitir adquirir equipamentos. (v) O envio tardio das verbas doProjecto fez com que a ESEB se tenha visto confrontada com a necessidadede suportar despesas para as quais no possui fundos. Assim, as obrigaesque assume com os monitores acabam por ser adiadas, o que acarreta

    grandes dificuldades em manter os ndices de motivao dos monitores. (vi)O financiamento concedido s IES tem que ser disponibilizadoatempadamente de forma a conceder uma margem de manobra que no foipossvel pr em prtica ao longo deste ano de Projecto. (vii) Este precisatambm de ser revisto de forma a permitir que as IES actualizem o esplioinformtico (nomeadamente novos e melhores portteis para os monitoresusarem nas visitas) e apoio tcnico dedicado exclusivamente ao Projecto.

    d) vora A alterar: (i) Desde logo que as verbas para as IES tendo em vista o

    funcionamento do Programa sejam transferidas sem os atrasos verificados

    neste ano. (ii) Por outro lado, pensamos que a CRIE poderia exercer umpapel mais activo no que se refere promoo da divulgao do Programa edo trabalho desenvolvido por cada instituio e seus parceiros (comunicaosocial, encontros, congressos, etc.). (iii) Neste contexto, poderia ainda,atravs do seu Portal, passar a disponibilizar e divulgar contedoseducativos, servios digitais e outros recursos essenciais comunidadeeducativa. (iv) Pensamos tambm que urgente que a CRIE encontre formasou alternativas de dotao de verbas para a renovao urgente doequipamento das escolas do 1. Ciclo e para a aquisio de consumveis ()considerando que os Municpios nem sempre (ou raramente o fazem) comregularidade e celeridade.

    e) Faro A alterar: (i) Apostar mais na formao e motivao dos professores das

    turmas e incluir as actividades do projecto no plano TIV da escola. (ii)Tornar oficialmente os professores das turmas nossos agentes nacertificao do DCB.

    f) Leiria Indica que se devia reter as linhas de dinamizao especficas concebidas e

    dinamizadas pelas instituies;

    A alterar (i) o financiamento (atrasos nos pagamentos tornaram-seasfixiantes para as instituies); (ii) o reforo da componente deinvestigao, a acompanhar as linhas de dinamizao e com possibilidade dededicao de verbas especficas para esse fim; e (iii) a divulgao (por meiodos eventos cientfico-pedaggicos, que chegaram a estar previstos).

    g) Lisboa A alterar: Insiste na necessidade de uma programao adequada, plurianual

    e atempadamente divulgada.

    h) Santarm

    Indica que h vrios os aspectos a manter (mas no especifica),

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    Aponta dois aspectos a alterar: (i) um calendrio de funcionamento doprograma e (ii) a possibilidade de maior ligao directa entre as equipas decoordenao das IES, as escolas e os professores.

    i) Portalegre

    Considera que o modelo de interveno [deve] ser alterado, terminando-secom os quatro dias de visita por escola e passando-se para um modelomisto que envolva: (i) uma oficina de formao a realizar ao nvel dosagrupamentos de escolas (que implique a interveno dos professoresparticipantes em actividades de sala de aula com recurso s TIC); (ii) umaequipa de apoio tcnico por cada 4/5 agrupamentos de escolas, que garanta afuncionalidade dos equipamentos das EB1s; (iii) um oramento quecontemple a aquisio de um nmero mnimo de consumveis porescola/turma, que garanta do ponto de vista logstico a funcionalidade doprograma.

    j) Viana do Castelo A reter a coordenao por parte das Instituies de Ensino Superior; A alterar: (i) o incio do projecto com o calendrio escolar, e (ii) a

    divulgao atempada junto das entidades intervenientes.

    k) Viseu Indica que o projecto deve manter-se mas que o modelo de financiamento

    deveria ser revisto, pois as verbas que as IES se vm obrigadas a avanar soincomportveis no contexto de grande constrangimento financeiro que sevive.

    l) Setbal A reter: (i) Enquadramento e responsabilidade do Projecto por IES; (ii)

    Graus liberdade das IES na organizao das actividades de acordo com arealidade local.

    A alterar: (i) as Condies de financiamento, (ii) as condies para asseguraro desempenho das funes de monitor, (iii) o enquadramento das actividadesdos professores (iv) Melhoria da quantidade/qualidade de equipamentosdisponveis nas EB1.

    m)Vila Real

    de reter o empenho e apoio da equipa CRIE no decurso da execuo doprojecto. Os objectivos traados foram mais direccionados para a integraocurricular das TIC. Foi de fulcral importncia o empenho da equipa CRIE naaceitao de contagem de tempo de servio para os monitores/formadores doCBTIC@EB1. Este facto permite que numa eventual continuao doprojecto estejam criadas as condies para que se possa ter uma equipaestvel.

    inquestionvel a necessidade de alterao do processo de transferncia deverbas, uma vez que os sucessivos atrasos verificados dificultam opagamento aos monitores e a empresas, atrasando a execuo do projecto ecomprometendo seriamente os objectivos inicialmente traados.

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    Como se verifica, a generalidade dos coordenadores mostra-se favorvel

    continuao do projecto em moldes genericamente semelhantes aos deste ano. No

    entanto vrios referem-se com veemncia necessidade de alterar aspectos do modelo

    de financiamento (Bragana, vora, Leiria, Portalegre, Setbal, Vila Real, Viseu) e de

    programao/calendarizao (Braga, Lisboa, Santarm, Viana do Castelo). Apenas um

    coordenador distrital (Aveiro) sugere uma mudana significativa no modelo de

    funcionamento, para um modelo mais prximo do usado na formao em Matemtica e

    em Ensino Experimental das Cincias.

    Embora a questo do modelo geral de funcionamento do projecto s tenha sido

    colocado por um dos coordenadores distritais, parece-nos ser esta uma questo da maior

    importncia. Convir reflectir se este modelo no estar esgotado, sendo altura de

    pensar noutros modos de chegar junto das escolas e dos professores para promover uma

    afectiva apropriao das TIC como ferramentas de trabalho ao servio da aprendizagem

    e da educao.

    Polticas sugeridas

    Finalmente, uma ltima questo perguntava aos coordenadores que polticas e

    medidas sugeriam ao ME para promover o uso das TIC no processo de ensino-

    aprendizagem.

    a) Aveiro Prope uma medida: Manuteno do enquadramento institucional e organizativo proporcionado

    pelo CRIE, mas com alteraes.

    b) Beja Prope uma medida: Integrao curricular obrigatria das TIC no 1. ciclo e valorizao da

    formao de professores em TIC.

    c) Braga Prope uma medida: Aposta no acompanhamento das actividades nas escolas, por parte de

    animadores (ou formadores/monitores, como se prefira) que, no terreno,ajudem os professores e se envolvam com os professores e os alunos. Sugere[um modelo basicamente semelhante ao actual].

    d) Bragana Prope trs medidas: Reconhecimento, por parte do ME, da importncia das TIC no currculo do

    ensino bsico, passando este ou a incluir as TIC nas actividades deenriquecimento curricular, semelhana do Ingls, da msica e da actividade

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    fsica e desportiva, ou a alargar o sistema de visitas destinadas a cadaescola;

    Mudana do sistema de 4 visitas. Estas devem iniciar-se no incio do anolectivo, [e] deviam ser em maior nmero e regularidade. O espao temporalverificado entre cada visita serve, na maior parte das vezes, como factor

    desmotivante e constrangedor para que os conhecimentos leccionados sejamde assimilao a longo prazo e realmente aplicados de forma regular. Promoo, pelo ME, de mais aces (obrigatrias) de formao, de

    renovao e actualizao de conhecimentos, atitudes e prticas em TIC paraprofessores e incentive a aprendizagem ao longo da vida sobre, com eatravs das TIC.

    e) vora Prope uma medida: O desenvolvimento de um programa nacional para as TIC no 1. ciclo em

    determinados moldes.

    f) Faro Prope uma medida: Reviso clara dos currculos do ensino bsico e incluso de sugestes que

    impliquem a utilizao das TIC em contexto escolar.

    g) Leiria Prope duas medidas: Integrar [as TIC?] nas competncias a alcanar pelos alunos. Caracterizao da literacia digital em cada escola / agrupamento.

    h) Lisboa Prope uma medida:

    A introduo de um computador ligado Internet por sala e implementaode formao obrigatria on-line aos professores a cargo de instituiescredveis e vocacionadas para o efeito.

    i) Portalegre Prope trs medidas: O desenvolvimento de um programa nacional para as TIC no 1. ciclo nos

    moldes que prope. A existncia de um programa de acompanhamento, independentemente dos

    moldes em que se venha a realizar. O Ministrio deve desenvolver medidas que incentivem a participao dos

    professores no programa que venha a desenvolver.

    j) Santarm Prope duas medidas: Incluso da sua prtica [das TIC?] na avaliao de desempenho dos

    docentes (participao em projectos colaborativos, utilizao/produo derecursos, actualizao regular das pginas das escolas, utilizao regular eautnoma dos porteflios de turma);

    Melhoria na assistncia tcnica dada ao parque informtico das escolas de1. ciclo.

    k) Setbal Prope cinco medidas:

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    Definio clara das responsabilidades dos diferentes intervenientes a nvellocal e regional pelas escolas do 1. Ciclo (Autarquias e DirecesRegionais);

    Orientaes precisas e claras s escolas e agrupamentos sobre os Projectosem execuo (Objectivos, Avaliao, Durao, etc.);

    Dignificao do papel do monitor, reconhecendo a necessidades de possuircompetncias tecnologias e experincia profissional na funo docente; Estabelecimento de um quadro conceptual sobre as TIC na educao e, em

    particular, no 1. Ciclo do Ensino Bsico, de modo a evitar confuses entreintegrao curricular das TIC e Competncias Bsicas em TIC;

    Construo de um Centro de Recursos de mbito nacional que se constituacomo um meio de acesso ao software, organizado segundo os diferentestemas curriculares e que possua exemplos de actividades desenvolvidaspelos professores assim como breves relatos de boas prticas.

    l) Viana do Castelo - Prope duas medidas: Valorizar a formao de professores em TIC, por exemplo, na progressona carreira docente;

    Integrao efectiva das TIC nas actividades de aprendizagem, por exemplo,para realizao de simulaes, demonstraes, tambm na cooperao emprojectos entre escolas nacionais e internacionais (em especial com os paseslusfonos).

    m)Vila Real Prope duas medidas: Continuao do apoio a professores e alunos na integrao das TIC no

    processo de ensino-aprendizagem, atravs da realizao de projectos quevisem um acompanhamento e apoio no local de trabalho (i.e. na sala deaula);

    Promover aces de formao para os professores, fomentando a partilha deexperincias e boas prticas na utilizao curricular das TIC em contexto desala de aula.

    n) Viseu Prope trs medidas: Fomentar modelos de acompanhamento e superviso que passem pela visita

    e desenvolvimento de actividades em contexto educativo, na sala de aula eem pequenos grupos de trabalho/reflexo;

    Formao de equipas, preferencialmente constitudas por professores, quepossam dinamizar estas actividades;

    Esta interveno deve ser coordenada ao nvel intermdio pelas IES, numalgica organizativa prxima do CBTIC ou do projecto da Matemtica,tentando assegurar a qualidade pedaggica e cientfica do acompanhamento,e distanciando-se do modelo seguido noutros projectos, como por exemplo ode Ingls no 1. CEB.

    Deste modo, as sugestes relativas poltica educativa no campo das TIC,

    dividem-se fundamentalmente em trs grandes grupos: (a) a continuao do projecto em

    moldes mais ou menos idnticos aos actuais, com diversos aperfeioamentos de cunho

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    mais ou menos pontual, (b) uma mudana clara no modo como os documentos

    curriculares se referem ao papel das TIC no 1. CEB, e (c) num esforo significativo de

    formao dos professores deste nvel de ensino.

    Consideraes finais

    O uso de porteflios parece ter tido, na maior parte dos distritos, uma expresso

    significativa e um papel positivo como modo de estruturao do trabalho e como

    suporte das aprendizagens. No entanto, persistem questes de natureza conceptual que

    parecem necessitar de aprofundamento, nomeadamente a diferena entre porteflio e

    pgina web. O desenvolvimento dos projectos colaborativos foi tambm uma dimenso

    bastante valorizada na maioria dos distritos, sobretudo na sua vertente nacional: Estes

    projectos parecem ter dado um contributo significativo para as aprendizagens dos

    alunos. No entanto, disperso das dimenses da aprendizagem valorizadas e o nvel

    reduzido de actividade que se registou em alguns distritos sugere que este um campo

    onde continua a ser necessria reflexo.

    J em relao elaborao das pginas web de escola o balano dos

    coordenadores menos afirmativo. Isso pode resultar do facto da nfase nos porteflios

    e nos projectos colaborativos constituir uma novidade do Projecto, congregando a maior

    parte da ateno e relegando a elaborao de pginas web de escola para um papel mais

    secundrio. Assim, futuramente haver que delimitar com mais clareza os objectivos e o

    papel relativamente a cada uma destas trs vertentes de actividade.

    Tudo indica terem existido durante este ano, mudanas significativas nos

    objectivos do trabalho realizado a nvel distrital, dando uma maior nfase integrao

    curricular das TIC e ao trabalho com os professores. Apesar do modelo de trabalho

    ter-se mantido semelhante ao usado em anos anteriores, parece ter existido de factoneste ano uma maior aproximao aos professores. Os coordenadores referem tambm

    ter havido alguma evoluo por parte dos professores na sua relao com as TIC e na

    integrao destas tecnologias na sua prtica lectiva. No entanto, o facto dos monitores

    trabalharem essencialmente com os alunos e no com os professores e destes no terem

    uma responsabilidade clara na conduo do trabalho com as TIC com as suas turmas

    em particular na elaborao dos porteflios, na realizao dos projectos colaborativos e

    na actualizao das pginas web constitui um factor de fragilidade neste projecto. Ser

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    de esperar que na ausncia dos monitores o nvel de actividade com as TIC nas salas de

    aula conhea uma reduo muito substancial.

    A larga maioria dos coordenadores distritais considera que a criao da equipa

    do CRIE teve consequncias bastante positivas, a vrios nveis, deste o trabalho

    realizado nas escolas do distrito at a uma percepo geral de mais fcil relacionamento

    entre as diversas instncias intervenientes no projecto.

    A generalidade dos coordenadores mostra-se favorvel continuao do

    projecto em moldes genericamente semelhantes aos deste ano. No entanto vrios

    referem-se com veemncia necessidade de alterar aspectos do modelo de

    financiamento e de programao/calendarizao. A possibilidade de mudana no

    modelo de funcionamento, para um modelo mais prximo do usado na formao em

    Matemtica e Ensino Experimental das Cincias, que levantada por alguns

    coordenadores, deveria ser equacionada. Um trabalho mais dirigido aos professores e

    que os responsabilizasse efectivamente pelo uso curricular das TIC poderia conduzir de

    uma forma mais rpida e mais sustentada efectiva integrao destas tecnologias neste

    nvel de ensino.

    Relativamente poltica educativa no campo das TIC, no se equacionando o

    abandono do investimento neste campo, as opes assumidas pelos coordenadores

    dividem-se entre continuar do projecto com um ou outro aperfeioamento ou fazer uma

    inflexo significativa introduzindo de modo mais explcito o papel das TIC nos

    documentos curriculares e fazendo um esforo significativo de formao dos

    professores deste nvel de ensino.

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    A Opinio dos Monitores Participantes

    Introduo

    A avaliao externa da implementao do Projecto CBTIC@EB1 (ano 2005/06)

    envolveu, entre outros aspectos, a aplicao de um questionrio on-line destinado aos

    monitores que participaram no Projecto durante o referido ano lectivo. O questionrio,

    constitudo por 27 itens de diferentes tipos (ver figura 1), pretendeu caracterizar os

    monitores envolvidos no Projecto e recolher as suas opinies sobre: (a) o impacto do

    Projecto no conjunto de participantes (professores, alunos e escolas do 1. Ciclo do

    Ensino Bsico); (b) o nvel de concretizao dos objectivos previstos para o Projecto;

    (c) o tipo e a qualidade dos produtos desenvolvidos no mbito do Projecto; (d) os

    principais obstculos concretizao dos objectivos do Projecto e sugestes para as

    superar; (e) o tipo de interveno dos diferentes actores nas actividades realizadas; e (f)

    o modelo de trabalho da Instituio de Ensino Superior responsvel pela coordenaodistrital. O questionrio esteve on-line entre os dias 7 de Maro e 18 de Abril de 2007,

    tendo os monitores sido contactados por intermdio das coordenaes distritais do

    Projecto CBTIC@EB1.

    No dia 18 de Abril de 2007 recolheram-se 506 respostas ao questionrio,

    provenientes de todos os distritos de Portugal continental (com excepo de Castelo

    Branco, do qual no se obteve qualquer resposta), representativas do conjunto de

    monitores envolvidos no Projecto CBTIC@EB1. Destes 506 monitores, 403responderam totalidade do questionrio.

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    Figura 1 Pormenor do questionrio on-line.

    Caracterizao dos monitores

    A maioria dos monitores que responderam ao questionrio pertence ao sexo

    feminino (63,7%) (figura 2). Os respondentes apresentam idades bastante

    diversificadas; no entanto, conforme se pode constatar pela observao da figura 3, a

    grande maioria possui menos de 30 anos de idade (69,1%).

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    Respostas%

    RespostasTotal

    36,3% 182

    Feminino

    Masculino

    63,7% 319

    Total de respondentes 501

    (No responderam a esta questo) 5

    Figura 2 Distribuio dos monitores por gnero.

    Respostas%

    RespostasTotal

    27,1% 136

    42,0% 211

    13,3% 67

    7,2% 36

    3,6% 18

    4,0% 20

    1,8% 9

    56 a 60 anos

    51 a 55 anos

    46 a 50 anos

    41 a 45 anos

    36 a 40 anos

    31 a 35 anos

    26 a 30 anos

    20 a 25 anos

    1,0% 5

    Total de respondentes 502

    (No responderam a esta questo) 4

    Figura 3 Idade dos monitores.

    A maioria dos respondentes possui um curso de habilitao para a docncia num

    dos diferentes nveis de ensino (72,6%), estando os professores do 1. Ciclo do Ensino

    Bsico representados maioritariamente (38,0%). Existe, tambm, um nmero

    considervel de monitores com formao base na rea das TIC ou da Informtica

    (11,2%) (figura 4).

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    Respostas%

    RespostasTotal

    10,6% 53

    3,4% 17

    6,0% 30

    5,2% 26

    14,7% 74

    19,9% 100

    38,0% 191

    Curso de Ed. Inf.

    Curso Prof. 1 CEB

    Curso Prof. 2 CEB

    Curso Prof. 3 CEB e ES

    Curso em TIC

    Curso de informtic.

    Curso de engenharia

    Outra

    2,2% 11

    Total de respondentes 502

    (No responderam a esta questo) 4

    Figura 4 Formao base dos monitores.

    Durante o ano de 2005/06, muitos monitores participaram no Projecto

    CBTIC@EB1 em regime de exclusividade (61,1%), tratando-se, provavelmente, de

    diplomados sem colocao (figura 5). Os restantes (38,9%) acumularam a participao

    no Projecto com outras actividades, nomeadamente, a docncia nos diferentes nveis de

    ensino, a participao como monitor em actividades de complemento educativo e o

    trabalho na rea da Informtica (figura 6).

    Respostas%

    RespostasTotal

    61,1% 295

    Acumulao

    Exclusividade

    38,9% 188

    Total de respondentes 483

    (No responderam a esta questo) 23

    Figura 5 Regime de participao no Projecto CBTIC@EB1.

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    Respostas%

    RespostasTotal

    20,8% 32

    18,8% 29

    16,2% 25

    9,1% 14

    6,5% 10

    4,6% 7

    3,9% 6

    3,3% 5

    3,3% 5

    3,3% 5

    1,3% 2

    1,3% 2

    1,3% 2

    Diversas

    Animador(a)

    Cultural

    Explicador(a)

    Func. Empresas

    Direco Escola

    Prof. Ens.Especial

    Prof. 2 CEB

    Prof. Ens. Sup.

    Informtico(a)

    Prof. TIC

    Prof. 3 CEB+Sec

    Monitor/Formador

    Prof. 1 CEB

    Prof. sem

    especificar nvel

    6,5% 10

    Total de respondentes 154

    Figura 6 Actividades acumuladas com a participao no Projecto CBTIC@EB1.

    A totalidade dos inquiridos afirma possuir algum tipo de experincia

    profissional, especialmente no 1.