apostila sistema nacional de seguranÇa pÚblica - cfsd 2013

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Prof. Esp. Jorge Fabricio dos Santos – CAP QOPM 0 GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PUBLICA E DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - DIRETORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇA CENTRO DE ENSINO “CEL MOREIRACURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS PM - 2013 DISCIPLINA: SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA ANO 2013

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Page 1: APOSTILA SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA - CFSD 2013

Prof. Esp. Jorge Fabricio dos Santos – CAP QOPM 0

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PUBLICA E DEFESA SOCIAL

POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - DIRETORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO

CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇA

CENTRO DE ENSINO “CEL MOREIRA”

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS PM - 2013

DISCIPLINA:

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

ANO 2013

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Prof. Esp. Jorge Fabricio dos Santos – CAP QOPM 1

1 – Conjuntura político-histórica da Polícia Militar e as constituições brasileiras

1.1 – Introdução e conceitos

Como era a segurança nos primórdios da vida humana?

Quando o ser humano passou a viver em sociedade, rapidamente percebeu que necessitava de um

código de convivência e de um grupo de pessoas que fizesse a garantia do cumprimento desse código de

convivência social. Senão, imperaria a lei do mais forte em prejuízo da paz e da tranquilidade.

O que seria necessário, então?

Em verdade, o nascimento do Estado, como ficção que reúne povo, território e governo, deve-se à

necessidade de as pessoas (povo), que vivem em dado território, em terem uma parcela dessas pessoas

(governo) fazendo por elas tudo aquilo que elas sozinhas não conseguiriam fazer ou que, se o fizessem,

fariam a duras penas.

É interessante você saber que Platão, na sua clássica obra “A República”, já faz referência a isso

quando diz que “O que causa o nascimento a uma cidade, penso eu, é a impossibilidade que cada

indivíduo tem de se bastar a si mesmo e a necessidade que sente de uma porção de coisas”.

Nos primórdios da civilização humana, então, as pessoas trataram de se organizar para a vida em

sociedade de tal forma que um grupo, escolhido entre toda a população, passasse a fazer pelo povo tudo

aquilo que ele não poderia fazer por si só e que fosse de interesse público. Surgia, assim, a figura do

servidor público.

Qual era a função deste servidor público diante da sociedade?

Este servidor público, que faz pelas pessoas tudo aquilo que elas não podem fazer por si só, pode

estar preocupado com a saúde do povo, com a educação, com a preservação do ambiente, com a gestão

dos recursos públicos e com a segurança do povo que vive no território.

CONCEITOS

_ Política - deriva do latim “Police”, que procede do grego “Politike”, significa ciência de bem governar um

povo constituído em Estado. O cientista político Harold Lasswell e o filósofo Abrahan Kaplan definem

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política como “um programa projetado com metas, valores e práticas”, e o cientista político Carl Friedrich

afirma que “é essencial ao conceito de política que exista uma meta, objetivo ou propósito”.

_ Público - deriva do latim publicus, em sentido geral, quer significar o que é comum, pertence a todos, é

do povo, pelo que se opondo ao privado, mostra que não pertence nem se refere ao indivíduo ou particular.

_ Segurança - qualquer que seja sua aplicação insere o sentido de tornar a coisa livre de perigos, livre de

incertezas, assegurada contra danos ou perigos, afastada de todo o mal.

SEGURANÇA

A segurança, enquanto necessidade básica da vida humana em sociedade, possui duas dimensões, a

saber:

_ Segurança Interna

_ Segurança Pública

Segurança Interna

Embora o nome insinue a pensar que seja uma segurança do interior de um Estado, trata-se de

todas as medidas adotadas para a garantia da SOBERANIA NACIONAL. A segurança interna, portanto, é

decorrente do agir, ou da prontidão para agir, de um grupo de servidores públicos treinados e com os

equipamentos necessários para responder com o uso da força bélica a todas as violações, ou possibilidade

de violações, das fronteiras do país, com o desejo de garantir o exercício livre e soberano do governo.

Estes funcionários são os militares das Forças Armadas. Eles são guerreiros que, treinados para tal,

combatem ao inimigo com o desejo de eliminá-lo e, assim, garantir a soberania nacional.

Segurança pública

Esta possui uma dimensão diferente. Ela é exercida por uma gama de servidores públicos, conforme

ainda veremos mais à frente, para a garantia do exercício pleno da cidadania, situação na qual o povo de

um Estado vê seus direitos civis e políticos garantidos pela ação do governo. Em outras palavras, a

segurança pública, enquanto procedimento de governo que busca fazer pelo povo tudo aquilo que ele não

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consegue fazer por si só para o bem viver no território, visa a garantir um código de convivência social,

materializado no arcabouço legal vigente, onde estão expressas as vontades e desejos do povo,

elaboradas e votadas pelo Poder Legislativo, cujos integrantes ali estão por terem sido eleitos como

representante do povo para tal fi m.

Os servidores que trabalham comprometidos com o dever de promover a segurança pública,

diferentemente dos que trabalham para garantir a segurança interna, não possuem inimigos. Se para estes

servidores são inimigos todos aqueles que compõem a força invasora do território ou que se dispõem a

tomar as rédeas do governo, para aqueles outros, cujo objeto laboral é a garantia do cumprimento do

código de convivência social, intervindo sobre os conflitos de interesses pessoais para garantir o interesse

coletivo, não há quem seja inimigo. Há, sim, infrator da lei (código de convivência social) que, naquele

momento, transgrediu uma norma vigente e, no momento e em nome do bem-estar coletivo, será, na forma

da lei, objeto de intervenção do Estado para que seja restaurada a ordem pública.

1.2 – Estrutura do estado Brasileiro

No sentido jurídico – Estado é a pessoa jur[idica de direito Público Interno responsável pelos atos

de seus agentes ou pessoa jurídica de Direito Público Internacional no trato com os demais países.

No sentido social – Estado é um agrupamento de pessoas que residem num determinado território

e se sujeitam ao poder soberano, em que apenas alguns exercem o poder.

No sentido administrativo – Estado é o exercício efetivo do poder através do Governo, em prol do

bem comum.

O Estado é composto: pelas entidades estatais, pelo aparelho (Governo e administração) e pelo

sistema constitucional-legal que regula a população nos limites de um território, e lhe concede o monopólio

do uso da força. A estrutura do Estado pode ser assim compreendida:

Estrutura física/geográfica: Estados, Municípios e Distrito Federal.

Estrutura administrativa: Governo e Administração.

Estrutura jurídica: sistema constitucional-legal.

Os elementos do Estado moderno, apontados pela doutrina, são: povo, território, poder e

soberania (ou povo-território e poder soberano). Nesse ponto, é importante não confundir povo com

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nação: povo é o agrupamento de pessoas que residem em um determinado território; nação, além do

agrupamento de pessoas, inclui traços culturais comunis como tradições, idioma, costumes e religião.

A República Federativa do Brasil constitui-se em um Estado Democrático de Direito. A união, os

Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios são entidades estatais, que, segundo a Constituição

Federal, são autônomos entre si. Somente o Estado Federal detém a soberania. A União (no plano

interno), os Estados e os Municípios têm apenas autonomia: política, administrativa e financeira.

1.3 – Conjuntura político-histórica da Polícia Militar e as Constituições Brasileiras

Polícia é a denominação das corporações governamentais incumbidas da aplicação de

determinadas leis destinadas a garantir a segurança de uma coletividade, a ordem pública e a prevenção e

elucidação de crimes.

A título de curiosidade, saiba que este termo provém do vocábulo grego ("politeia"), donde derivou

para o latim ("politia"), ambos com o mesmo significado: governo de uma cidade, administração, forma de

governo.

A Polícia é uma instituição presente em quase todos os países do mundo, desempenhando funções

de prevenção e repressão ao crime e manutenção da ordem pública, através do uso legítimo da força se

necessário, fazendo respeitar e cumprir as leis.

1.3.1 – A policia no Brasil ao longo da História

A história da Polícia no Brasil remonta ao século XIX, mais precisamente ao ano de 1808, com a

vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, fugindo da invasão de Napoleão a Portugal.

Quando aqui chegou, D. João VI trouxe consigo a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia,

considerada como sendo o embrião da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, iniciando assim a

história da Segurança Pública no País.

Na época da declaração da Independência, em 1822, a segurança da população se confundia com a

própria segurança do país. Não se tinha nessa época a noção que temos hoje a respeito de segurança

pública, tampouco organizações que se dedicassem exclusivamente a este mister. A própria legislação era

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omissa quanto a esse assunto. A Constituição do Império, de 1824, por exemplo, nada referenciava a

respeito de segurança pública.

A primeira lei que trata do assunto foi a Lei Imperial de 1º de Outubro de 1828, que dispunha em seu

art. 66:

Como você pôde observar, a lei delega às Câmaras Municipais o exercício do poder de polícia. Em

1831, durante a regência do Padre Diogo Antônio Feijó, os governos provinciais são conclamados a

extinguir todos os corpos policiais então existentes, criando, para substituí-los, um único corpo de guardas

municipais voluntários por província. São criados então os Corpos de Guardas Municipais Voluntários, por

meio de Lei Regencial. Estes Corpos de Guardas se constituíram no embrião das Polícias Militares em

quase todos os Estados da Federação.

Por motivos diversos, mas igualmente, com uma visão bastante avançada, Feijó determina que a

nova polícia brasileira deveria ser hierarquizada e disciplinada, composta exclusivamente por voluntários

que se dedicassem permanentemente, em tempo integral e com todas as suas energias, aos misteres

policiais.

Em 1834, a Lei Imperial nº 16, também chamada de Acto Addicional, uma espécie de emenda à

constituição do Império, delega às Assembléias Legislativas Provinciais a competência para legislar sobre

a Polícia e a Economia municipal.

Diz o texto da Lei Provincial nº 16 de 12 de Agosto de 1834:

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Com base nessa Lei Imperial, foram criadas nas províncias as Forças Policiais, com a função de

atender aos interesses da Monarquia, evitar aglomeração de escravos e atender aos anseios da classe

dominante, além de se constituírem em braço armado do poder público para execução das posturas

municipais.

Em 1840, a Lei Imperial nº 105 de 15 de Novembro, em seu art. 1º, definiu que o termo polícia, de

que tratava o § 4º do art. 10 do Acto Addicional de 1834:

À época, as atividades de polícia judiciária fi cavam a cargo dos magistrados, em especial dos

Juízes de Paz. A origem da Polícia Judiciária, como organização, remonta ao ano seguinte, 1841, com a

promulgação da Lei nº 261, de 03 de dezembro, que apresentava uma organização policial incipiente,

criando em cada província um Chefe de Polícia, com seus delegados e subdelegados escolhidos dentre os

cidadãos.

Durante o período Imperial, o Brasil se viu envolvido em muitos conflitos, internos e externos. Em

função disto, a Força Policial passou a atuar no campo da Defesa Interna e da Segurança Nacional, agindo

em conjunto com o Exército Brasileiro, tendo, muitas vezes colaborado com este enviando tropas para

compor seu efetivo.

Em 1889 é proclamada a República. O país passa por uma radical transformação social e política. O

Decreto nº 1, de 15 de Novembro, que instituiu a República, responsabilizava os governos estaduais pela

manutenção da ordem e segurança públicas e pela defesa e garantia da liberdade e dos direitos dos

cidadãos (art. 5º). Autorizava ainda aos governos estaduais a criação de guardas cívicas para o

policiamento de seus territórios (art. 8º).

A missão constitucional das Forças Públicas, durante o período da República Velha variou entre a segurança pública, nos tempos de paz, e a defesa interna e territorial, durante os períodos de conflito. Pode-se observar ainda que a atribuição de legislar e regulamentar a segurança pública competia aos Estados, configurando as Forças Públicas quase como exércitos estaduais.

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O período inicial da ditadura de Vargas foi muito conturbado, com a população exigindo a volta da

democracia, através de uma nova constituição e de eleições. Este quadro era agravado pela recessão que

se abateu sobre o mundo em 1929, cujos efeitos ainda podiam ser sentidos no início da década de 30.

Foi dentro deste contexto que ocorreu em 1932 a Revolução Constitucionalista, em São Paulo.

Terminada a revolução, com a vitória das tropas da União, restava uma preocupação ao governo

federal: o poderio das Forças Públicas estaduais, que poderiam ser utilizadas como exércitos estaduais,

com a finalidade de se contraporem ao poder central.

O governo federal resolveu então controlar as Forças Públicas, fato que não ocorreu durante a

República Velha. Em 1934, novo acordo entre a União e os Estados ratifica o acordo firmado

anteriormente, tornando as Forças Públicas, oficialmente, força reserva de 1ª linha do Exército.

A Constituição da República de 16 de Julho de 1934, em seu art. 5º, XIX, demonstra claramente a

intenção do governo federal de controlar as Forças Públicas.

Veja o que diz o texto constitucional:

Em seu art. 167 definia que as Forças Públicas eram consideradas reservas do Exército. É a

primeira referência constitucional (em nível federal) sobre as Polícias Militares enquanto organizações. As

Forças Públicas adquiriam assim status constitucional.

A partir do fi m da II Guerra Mundial começa uma era de grandes transformações no país e no

mundo. O ano de 1945 representou a derrocada do Nacionalismo, com a queda do Nazismo, Salazarismo

e Fascismo na Europa e do Estado Novo no Brasil. O país entra numa era de redemocratização.

A Constituição da República de 1946 mantém a competência da União para legislar sobre a

organização, instrução, justiça e garantias das Forças Públicas, agora denominadas Polícias Militares (art.

5º, XV, “f ”).

O artigo 183 define ainda as Polícias Militares como força auxiliar e reserva do Exército, instituídas para a segurança interna e a manutenção da ordem nos Estados.

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No início da década de 60, mais precisamente em 1964, o país voltou a passar por momentos de

turbulência política e social, que culminaram na Revolução de 31 de março de 1964. Novamente o país

voltava a viver em um regime de exceção, com restrição das liberdades políticas e individuais. Como em

outras épocas de nossa história, esse regime caracterizou-se pela centralização e excessivo controle sobre

a Segurança Pública, restringindo a liberdade dos Governadores de organizar os órgãos de segurança

estaduais.

Uma alteração substancial na polícia ocorre em relação à missão, que deixa de se preocupar somente com a segurança pública e passa a se preocupar com a segurança interna dos Estados. Diz a Constituição de 1967, em seu art. 13, § 4º: “As Polícias Militares, instituídas para a manutenção da ordem e segurança interna nos Estados, (...), e os Corpos de Bombeiros Militares são considerados forças auxiliares, reservas do Exército”.

Convém lembrar que a part.ir de 1964 as Polícias Militares passaram a ser comandadas por Oficiais

do Exército, que repassaram às Corporações os valores adquiridos naquela Força Armada. Com isso as

Polícias Militares passaram a dar maior prioridade à defesa interna e à segurança nacional, em detrimento

da segurança pública. Começava uma era em que a Polícia seria considerada o braço visível do período

ditatorial.

Você sabia? que com as revoltas estudantis ocorridas no ano de 1968, além de outros fatos, o regime de exceção foi endurecido em 1969, resultando na publicação dos chamados Atos Institucionais e na Emenda Constitucional nº 1, de 17 de Outubro de 1969, por muitos considerada como uma nova Constituição Federal? Essa emenda não alterou os dispositivos constitucionais previstos na Constituição Federal de 1967, no que se refere às Polícias.

Em 1985 o regime de exceção acaba, entrando o país em uma fase de redemocratização. Esta

redemocratização se concretiza com a promulgação da atual Constituição, em 1988, e com a realização de

eleições diretas para Presidente da República em 1989. Dentro deste contexto, ocorrem significativas

mudanças no que se refere à segurança pública em geral e, mais particularmente, às Polícias brasileiras.

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2 – A Administração Pública: braço executivo do estado 2.1 – Administração Pública

Administração Pública, em sentido amplo, cmpreende: o Governo (que toma as decisões políticas), a

estrutura administrativa e a administração (que executa essas decisões). Em sentido estrito, compreende

apenas as funções administrativas de execução das atividades.

Quanto à ciência da Administração: Administração Pública é o ramo da Administração aplicada nas

Administração direta e indireta das três esferas (ou niveis) de Governo: Federal, Estadual e Municipal.

Quanto à Ciência Jurídica: corresponde às atividades desenvolvidas pelos entes públicos, dentro

dos limites legais, com o fim de prestar serviços ao Estado e a sociedade em prol do bem comum.

2.2 – Poderes administrativos

São inerentes à Administração Pública, revestindo-se como o instrumento pelo qual o Poder Público

consegue sobrepor a vontade coletiva ao interesse privatístico. Na lição de Hely Lopes Meirelles eles

nascem com a Administração, se apresentam de forma diversificada segundo as exigências do serviço

público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem (Direito Administrativo Brasileiro, pg.

100, 21ª edição)

2.2.1 – Poder Disciplinar

É o que assiste à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos

e demais pessoas sujeitas a disciplina administrativa, como exemplo dessa hipótese, a apuração da

disciplina policia militar e as sanções, como detenção e prisão disciplinar.

2.2.2 – Poder Hierárquico

É o que decorre da relação de subordinação existente entre os diversos órgãos e agentes da

Administração, com a consequente distribuição de funções e a gradação de autoridade da cada um destes.

Hierarquia, conforme a doutrina pátria, seria o escalonamento em plano vertical dos órgãos e

agentes da Administração que tem como objetivo a organização do exercicio da função administrativa.

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2.2.3 – Poder Regulamentar

É a faculdade que tem o Chefe do Poder Executivo de explicitar a lei visando a sua correta

aplicação. Segundo Di Pietro (1998, p. 76)

Ele somente se exerce quando a lei deixa alguns aspectos de sua aplicação para serem

desenvolvidos pela Administraçao, ou seja, quando confere certa margem de

discricionariedade para a Administração decidir a melhor forma de dar execução à lei.

Se o legislador esgotou a matéria, não há necessidade de regulamento.

2.3 – Poder de polícia

Podemos conceituar o poder de polícia como a atividade do Estado que consiste em limitar o

exercício dos direitos individuais em benefício do interesse coletivo (Maria Sylvia Di Pietro, Direito

Administrativo, pg.94, 10ª edição).

Já Hely Lopes Meirelles, conceitua poder de polícia como a faculdade de que dispõe a

Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais,

em benefício da coletividade ou do próprio estado.

No Código Tributário Nacional, no Art, 78, há a definição legal de Poder de Polícia,

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando

ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de

fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos

costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas

dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao

respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando

desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do

processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso

ou desvio de poder.

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2.3.1 – Características de Poder de polícia

Caracteristicas ou atributos do Poder de Polícia poderiamos citar a auto-executoriedade, a

coercibilidade e a discricionariedade.

A auto-executoriedade é a possibilidade que tem a admnistração de, com o próprios meios, pôr em

execução suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário. Há exceções a tal

atributo, como por exemplo a execução de multas pelo Poder Público, que obrigatoriamente terá que na

seara do Poder Judiciário.

A coecibilidade reside no fato de que no exercício do poder de policia a Administração pode emitir

os seus atos independentemente da vontade do particular.

Já as discricionariedade ocorre quando a lei abre um expaço para que o administrador possa emitir

a sua vontade estabelecendo os seus próprios critérios de oportunidade e conveniência,c abenod aqui

repetir a lição de Maria Sylvia Di Pietro, qual seja, “as vezes, a lei deixa certa margem de liberdade de

apreciação quanto a determinados elementos, como o motivo ou objeto, mesmo porque ao legislador não é

dado precer todas as hipóteses possíveis a exigir da atuação da polícia. Assim, em grande parte dos casos

concretos, a Admiistração terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais

adequado, qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal. Em tais circunstancias, o poder de

polícia será discricionário;” (p.97)

Haverá situações, no entanto, que o exercício de tal poder será vinculado, o que ocorrerá quando a

lei estabelecer todo o procedimento a ser adotado pela Administração diante de certa situação, não

deixando qualquer margem de apreciação ao administrador (ex: alvará de licença de construção.

2.3.2 – Limites

O principal limite ao exercpicio do poder de polícia decorre da própria lei, cumprindo elucidar que no

tocante aos elementos de todos os atos administrativos (sujeito, forma, objeto, motivo e finalidade). O

sujeito, a forma e a finalidade sempre serão vinculados, ou seja, estarão consignados expressamente em

lei (mesmo nos atos discricionários sá haverá liberdade de opão no que tange aos elementos referentes ao

motivo e objetoco).

Inobstante ser um poder eminentemente discricionário, deve se submeter ao princípio da

razoabilidade ou seja, a opção de oportunidade e conveniência feita pelo Administrador deve estar de

axcordo com os padrões aceitáveis pela sociedade, principalmente no que concerne aos critérios morais e

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éticos, devendo-se apontar ainda como consequencia, a subordinação ao princípio da propocrionalidade,

que consagra a ideia de que o poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do

interesse público que visa a proteger, ou seja, deve haver uma relação necessparia entre a imitação

imposta e o coletivo que se visa proteger.

2.3.3 – O Poder de Polícia. Uso e abuso de poder.

Os poderes administrativos são prerrogativas conferidas aos agentes públicos para exercerem

suas funções em benefício da coletividade. Assim, o uso do poder consiste em uma prerrogativa conferida

ao administrador público; todavia, não poderá ser empregado de modo abusivo. O uso do poder é lícito,

entretanto, o abuso é ilícito.

Na definição de Hely Lopes Meirelles, o abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora

competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades

administrativas.

Assim, o abuso de poder é um gênero que possui duas modalidades: excesso de poder ou desvio

de finalidade.

Excesso de poder – ocorre quando o agente atua fora dos limites de sua competência

administrativa, praticando algo que a lei não lhe conferiu.

Desvio de poder ou de finalidade – ocorre quando o agente, embora dentro de sua órbita de

competência, busca finalidade diversa da prevista em lei.

3 – Relações entre Segurança Pública e Ordem Pública. 3.1 – Os fatores sociais como geradores da criminalidade

Os fatores sociais relacionados como geradores da criminalidade:

• Desestruturação familiar;

• Falta de políticas públicas voltadas para os jovens;

• Educação;

• Desemprego;

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• Desigualdade social;

• Desemprego X violência;

• Tráfico de drogas;

• Impunidade ( sensação )

• Segurança nas escolas

• Ausência de valores cristãos ( religiosos )

• Segregação social

3.2 – As causas da criminalidade e a polícia.

• Crescimento populacional acelerado;

• Má distribuição demográfica;

• Distribuição inadequada de renda;

• Falta de planejamento familiar;

• Favelas e conglomerados;

• O problema do menor • Facilidade do cidadão em se armar;

• O menor abandonado;

• Proliferação dos entorpecentes;

• Violência urbana.• Miséria e a sua exploração política;

• Provocação ao consumo pelos meios de comunicação;

• Natalidade irresponsável;

• Abandono pela Adm. Pública da infra-estrutura sanitária e educacional;• fome e desnutrição;

• civilização cultura;

• analfabetismo;

• desemprego e subemprego;

• urbanização e densidade demográfica;

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• industrialização;

• migração e imigração e

• política

3.3 – A impunidade e seus reflexos.

Um dos aspectos característicos da impunidade, que favorece sua manutenção e expansão, é que

ela, além de ser silenciosa, não tem a aparência de uma violência, razão pela qual ela dificilmente desperta

reações vigorosas e obtém com relativa facilidade o benefício da tolerância, pois em decorrência dessas

características muitos não percebem sua gravidade e seu papel determinante na ocorrência de muitos

vícios de comportamento, que são gravemente prejudiciais a toda a sociedade.

Tomando-se como ponto de partida a impunidade no setor público, a impunidade de agentes

públicos de maior responsabilidade e cujo comportamento tem maior reflexo na ordem política e social

pode-se afirmar que tal impunidade é essencialmente antidemocrática.

Além da agressão ao princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei, em termos de

direitos e responsabilidade, há também o efeito pernicioso do mau exemplo, pois a impunidade dos que,

por suas atribuições, têm maior responsabilidade, será um forte estímulo para que outros procurem obter

vantagens e benefícios por meios ilegais, tendo a convicção de que também serão beneficiados pela

impunidade.

E isso acaba atuando como um fator a mais de estímulo a práticas ilegais, inclusive à criminalidade

de muitas espécies, pela generalização da esperança, quase certeza, da impunidade.

Há também inevitável a desmoralização das instituições e dos instrumentos jurídicos de definição da

ordem social e de fixação de direitos e deveres da cidadania.

4 – Segurança Pública: Função de Governo. 4.1 – O sistema de Segurança Pública: ordem constitucional.

No título V da Constituição Federal de 1988, “da defesa do Estado e das instituições democráticas”,

está o capítulo III, “da segurança pública” que em seu único artigo dispõe: “Art. 144. A segurança pública,

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dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da

incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos...”

Observa-se no artigo supracitado que não são apenas os entes estatais responsáveis pela

segurança pública, todos os cidadãos têm a responsabilidade de zelar pela segurança uns dos outros.

Apesar de atribuir ao Estado o dever principal, o constituinte ao dispor que a segurança pública é “direito e

responsabilidade de todos”, imputa à sociedade não só o gozo, mas também a participação na segurança

pública. Dessa forma, todos os cidadãos devem zelar e fazer o possível para garantir a manutenção da sua

segurança e do próximo.

Para entender essa perspectiva, é interessante lembrar o contexto da Constituição de 1988, que

aprofundou os princípios de descentralização administrativa, conferindo a estados e municípios novos

papéis. A responsabilidade sobre a Segurança Pública, nesse conceito, passa a ser prioritariamente dos

estados, por serem estes os responsáveis pela gestão das polícias civil e militar. Esse arranjo dotou os

estados de autonomia na condução da política de segurança, mas, ao mesmo tempo, dificultou a

implementação de diretrizes mínimas de uma política nacional de segurança, o que poderia trazer prejuízo

para a prevenção e controle da violência e criminalidade, pois a manifestação desses fenômenos não

respeita as fronteiras estaduais.

Atualmente tem-se falado em um novo paradigma de segurança, a Segurança Cidadã, que surgiu

em meados do ano de 1990, foi implementada na Colômbia em 1995. Esse novo paradigma tem como

fundamento a aplicação de políticas setoriais em níveis locais, ou seja, “parte da natureza multicausal da

violência e, nesse sentido, defende a atuação tanto no espectro do controle como na esfera da prevenção,

por meio de políticas públicas integradas no âmbito local.”

4.2 – O Sistema Policial Brasileiro.

O Estado Nacional Brasileiro apresenta um sistema de policiamento moderadamente

descentralizado e multiplamente descoordenado.

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4.2.1 – Sistema descentralizado.

Dentre os direitos sociais e individuais assegurados a todos os cidadãos brasileiros pela

Constituição de 1988, destaca-se a preservação da ordem pública e a defesa das pessoas e do

patrimônio.

A preservação destes direitos é dever do Estado, exercida a partir das esferas Federal e Estadual. O

controle sobre o policiamento público é. Portanto, exercido independentemente por cada unidade

federativa sobre suas respectivas forças policiais, com competência prevista na Constituição Federal,

Constituição Estadual e Leis Orgânicas Estaduais, enquanto que a união possui força policial própria

(Polícia Federal) com competência prevista na Constituição.

4.3 – Os Órgãos do Sistema de Segurança Pública: funções e atribuições.

Constituição de 1988

Art. 144. A segurança pública, dever do estado e responsabilidade de todos, é exercida para a

preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes

órgãos:

I – polícia federal;

II – polícia rodoviária federal;

III – polícia ferroviária federal;

IV – policias civis;

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

A direção operacional das forças policiais não parte de um único comando centralizado, uma vez

que a constituição de 1988 subordinou a polícia civil, polícia militar e o corpo de bombeiros aos

Governadores dos estados e do Distrito Federal.

Dessa forma, o exercício da segurança pública nacional é realizado por intermédio dos seguintes

órgãos:

- Polícia Rodoviária Federal – Destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

- Polícia Ferroviária Federal – Destina-se ao patrulhamento ostensivo das ferrovias.

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- Polícia Federal – É instituída por lei como órgão permanente, estruturada em carreira e destinada a

apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens e serviços de interesse

da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática

tenha repercussão interestadual ou internacional e exija a repressão uniforme. Também é sua função

prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem

prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competências. Tem

ainda como incumbência, exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras, além de exercer,

com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

- Polícias Civis – Dirigidas por delegados de polícia de carreira, devem exercer, ressalvada a

competência da União, a apuração das infrações penais, investigando os crimes para identificar as bases

legais para a acusação de um suspeito, exceto dos militares; além das funções de polícia judiciária, que

auxilia o Ministério Público no processo de construção da culpa legal.

- Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares – As polícias militares são responsáveis pela

polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. Atuando uniformizada, é responsável pelo

policiamento nas ruas, agindo em situações de conflito e de assistência emergencial. Os corpos de

bombeiros militares têm como atribuições a atuação em casos de emergências, prevenção e combate de

incêndios, afogamentos, resgate, além da execução das atividades de defesa civil.

4.4 – Policia Militar e Polícia Civil: visão crítica do atual ciclo dicotômico de polícia.

Há um grande entrave em nosso sistema de segurança pública representado pela dicotomia (divisão

de um gênero em duas espécies) instituída para a atividade policial dos Estados da Federação Brasileira. A

função de polícia (gênero), que perfaz um todo (ciclo completo), é dividida entre duas organizações

policiais (espécies ou ramos), autônomas, mas interdependentes, que realizam cada qual o ciclo

incompleto de polícia.

A atividade policial engloba etapas que, considerando o evento crime como referência, conjuga

ações que devem acontecer antes, durante e após sua ocorrência. A grande maioria dos países possui

polícias de ciclo completo (em muitos casos mais de uma polícia), ou seja, que realiza plenamente o

“antes, o “durante” e o “depois”.

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Coexistindo mais de uma polícia, modelo adotado por diversos países, estas instituídas sem

interdependência, com competências sobre determinados territórios ou tipos penais específicos, mas

sempre realizando o ciclo completo de polícia.

Como exceção deste modelo, o Brasil desenvolveu um sistema policial dicotômico: duas polícias de

ciclo incompleto. Dividiu as etapas da atividade policial em dois ramos, estabelecendo duas (meio) polícias

da seguinte forma: à Polícia Militar (polícia ostensiva) ficou responsável pelo “antes” e pelo “durante”

(ações preventivas e repressivas imediatas) e à Polícia Civil (polícia judiciária) coube competência sobre o

“depois” (ações investigatórias mediatas).

O sistema deveria funcionar como cada instituição realizando sua parcela de responsabilidade e

todas trabalhando pelo resultado final: a Polícia Militar realizando a policia ostensiva e encaminhado as

ocorrências para que a Polícia Civil prosseguisse a polícia judiciária (investigação) por meio do inquérito

policial. Infelizmente isso tem provocado um vácuo operacional entre as duas instituições com graves

prejuízos para a sociedade. As duas polícias – de ciclos incompletos e interdependentes – não constituem

um conjunto de elementos interconectados e organizados. Ao contrário, perfazem um todo desorganizado,

anti-sistêmico, negativo, anti-orgânico, concorrente, egoístico, caótico e fadado á ineficácia.

Os antagonismos entre as duas polícias são históricos e universais, ou seja, sempre ocorreram, e

não apenas nesta ou naquela unidade da federação, mas em todas, sem exceção. O ambiente anti-

sistêmico estabeleceu uma concorrência altamente nociva entre as instituições, capaz de transformar bons

amigos em adversários pelo simples fato de pertencerem a instituições diferentes.

A questão é estrutural e, por isso, reproduz sempre o mesmo modelo de desacerto e desarmonia,

levando as organizações policiais a se perderem em seus próprios fins, permitindo que os interesses das

categorias se sobreponham aos interesses da sociedade brasileira. Eis a origem das intermináveis

demandas e disputas (silenciosas ou retumbantes), sustentadas por detalhes técnicos ou legais, que não

são mais do que formas disfarçadas de garantir evidência midiática e reserva de poder.

Em meio a esse distúrbio organizacional, observa-se o recrudescimento dos índices de violência e

de criminalidade e constata-se que, em virtude das disputas e das querelas legais, grande parte dos

pequenos e médios delitos acabam não sendo tratados por nenhuma das duas organizações, fazendo

crescer as subnotificações (omissão de registro) de ocorrências policiais pelo descrédito da sociedade na

eficácia policial.

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Como desfazer este entrave na segurança pública? Já foi tentado quase tudo e, quando muito, se

consegue estabelecer uma integração de fachada – “por decreto” – representando cinzas sobre brasas.

Não há como integrar duas organizações que são antagônicas por imposição do sistema.

Nesse sentido, preleciona de forma inovadora e coerente o Dr. Ricardo Balestreri – Secretário

Nacional de Segurança Pública – que a pacificação e otimização do sistema de segurança passa,

necessariamente, pelo “divórcio das duas polícias estaduais”.

Isso se dará por meio da reengenharia organizacional do sistema, com a implantação do ciclo

completo de polícia, ou seja, cada polícia atuando plenamente em uma dimensão de competências

específicas por tipos penais, por divisão territorial ou por outra forma de atribuição, eliminando-se a

perniciosa interdependência entre as organizações.

É preciso reconhecer que a complexidade e extensão das demandas da segurança pública exigem

uma redistribuição mais técnica e coerente desse “trabalho” entre os órgãos policiais já existentes,

incluindo-se nessa reavaliação o importante papel que as guardas municipais e penitenciárias poderão

realizar.

4.5 – As Guardas Municipais, suas atribuições e vinculação com a Policia Militar e a segurança privada.

O professor Álvaro Lazzarini, faz uma oportuna, sóbria e pertinente observação sobre as Guardas

Municipais e suas funções constitucionais:

“Sobre a competência constitucional das Guardas Municipais, o entendimento dos juristas pátrios

é cristalino, não pairando dúvidas de que elas não podem ser consideradas polícia municipal e,

portanto. Não se destinam prioritariamente à proteção de pessoas, conforme afirmei no Da Segurança

Pública na Constituição de 1988.

Dessa posição não diverge José Afonso da Silva (1989, p.106) , assessor jurídico do Senador Mário

Covas, então líder do PMDB, durante os trabalhos constituintes.. Ele, com eleito, explica que ‘‘Os

constituintes recusaram várias propostas no sentido de instituir alguma de polícia municipal. Com isso os

Municípios não ficaram com nenhuma específica responsabilidade pela segurança pública... A

Constituição apenas lhes reconheceu a faculdade de constituir Guardas Municipais destinadas à proteção

de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a Lei”.

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Ao escrever O Município na Constituição de 1988, José Afonso (op cit, p. 107) reafirma que

“Enfim, os Municípios poderão constituir Guardas Municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços

e instalações, conforme dispuser a Lei (art. 144, 8). É mera faculdade. Não serão obrigados a criar e

manter tais guardas... Não é portanto, polícia de segurança pública, mas guardas de bens, serviços e

instalações municipais”. (grifei)

Por sua vez, Toshio Mukai (1992, p. 108) confirma que “portanto o Município não pode ter guarda

que substitua as atribuições da polícia Militar.”

Conforme o § 8º do Art. 144 da Constituição Federal de forma taxativa, demonstra a competências

da guardas municipais: Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção

de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. (Grifo nosso).

Está evidente que as Guardas Municipais, ao agirem como polícia de ordem pública, fazem-no ao

arrepio da Constituição e das Leis, sujeitando-se os mandantes e executores à responsabilidades

penal, civil e administrativa, agentes públicos que são, cabendo às autoridades e ás pessoas atingidas

pelos atos ilegais providenciar para tanto, fazendo manifestar-se o Poder Judiciário quer sobre o exercício

irregular da atividade policial, quer sobre os atos normativos municipais que eventualmente o estejam

“amparando”, evitando-se o conflito e a superposição de funções públicas tão graves como estas.

Vê-se, de plano, que as Guardas Municipais, sem extrapolar a determinação constitucional, podem

ser úteis á coletividade, protegendo as escolas, os hospitais, prontos-socorros, centros de saúde,

parques creches, centros educacionais, mercados, monumentos, prédios públicos em geral,

cemitérios, enfim tota a infra-estrutura que vem sendo atacada diuturnamente por atos de vandalismo.

Outro aspecto da intrincada questão ora estudada é a similaridade existente entre a Polícia Militar,

as Guardas Municipais e até as empresas de segurança privada uniformizadas, cujo traço comum é a

ostensividade. Assim, embora a Guarda Municipal e a segurança privada nãos ejam polícia de ordem

pública, seus afazeres inserem-se no universo da segurança ostensiva.

Há portanto, uma ligação entre elas e a Polícia Miltar, conforme reconhece a Fundação Prefeito

Faria Lima (pg.119). ao afirmar que “as atribuições e serviços que tocarão às Guardas Municipais estarão

mais próximos daqueles atribuídos à Polícia Militar, não se aproximando, por conseguinte, dos que são da

responsabilidade da Polícia Civil.”

Clovis Beznos (1992, p. 120), a propósito afirma que “emerge claramente a necessária vinculação

da Guarda Municipal á polícia do Estado, no que tange à atividade de colaboração na segurança pública, e

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isso não só pelo fato da competência exclusiva das Polícias Estaduais, quanto à manutenção da ordem

pública [...]” “

5 – O Sistema Estadual de Segurança Pública.

5.1. O Sistema de Segurança Pública no contesto brasileiro

Antes de se descrever o sistema estadual de segurança pública, é importante conhecer o sistema nacional:

A) Secretaria Nacional de Segurança Pública (Art. 2º, Inciso II, alínea “a” c/c ART. 12 do Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007)

Possui as seguintes competências, entre outras:

promover a integração dos órgãos de segurança pública;

estimular a modernização e o reaparelhamento dos órgãos de segurança pública;

realizar e fomentar estudos e pesquisas voltadas para a redução da criminalidade e da violência;

estimular e propor aos órgãos estaduais e municipais a elaboração de planos e programas

integrados de segurança pública, objetivando controlar ações de organizações criminosas ou

fatores específicos geradores de criminalidade e violência, bem como estimular ações sociais de

prevenção da violência e da criminalidade; promover e coordenar as reuniões do Conselho

Nacional de Segurança Pública (CONASP).

B) Órgãos de Assistência Direta ao Secretário Nacional de Segurança Pública

• Serviço de Execução Orçamentária e Financeira;

• Serviço de Apoio Técnico-Administrativo;

• Órgãos Singulares Específicos;

• Departamento de Pesquisas, Análise de Informação e Desenvolvimento de Pessoal;

• Departamento de Execução e Avaliação do Plano Nacional de Segurança Pública;

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C) Órgãos Colegiados

1) Conselho Nacional de Segurança Pública – CONASP: competência, entre outras, cooperação técnica

entre a União, Estados e Distrito Federal no combate à criminalidade)

2) Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis – COMPORTOS:

Decreto 1507, de 30 de março de 1995 e decreto 1972, de 30 de julho de 1996.

5.1 – A Constituição Estadual e a Segurança Pública.

Na Constituição do Estado do Pará, a Segurança Pública está disposta no Art 193 ao 201:

Art. 193. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos, subordinados ao Governador do Estado:

I - Polícia Civil; II - Polícia Militar;

III - Corpo de Bombeiros Militar.

§ 1°. A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades, definindo suas competências, estruturando suas carreiras e fixando direitos, deveres, vantagens e regime de trabalho de seus integrantes.

§ 2°. A política de segurança pública do Estado deverá, no prazo que dispuser a lei, ser submetida à Assembléia Legislativa, para apreciação em audiência pública, com a participação

da sociedade civil.

§ 3°. Os órgãos públicos garantirão a qualquer entidade ou pessoa ligada à defesa dos direitos humanos o acesso a dados, informações, inquéritos judiciais e extrajudiciais, inclusive militares, sobre violência e constrangimento ao ser humano.

§ 4°. As polícias civil e militar não intervirão em questão possessória e despejo, salvo necessidade de atuação preventiva, flagrante delito ou ordem judicial, e, na atuação preventiva

ou cumprimento de ordem judicial, sob a responsabilidade ou comando de delegado de carreira ou oficial militar, conforme o caso, ficando, solidariamente, responsáveis essas autoridades por eventuais excessos e desrespeitos aos direitos humanos.

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§ 5°. É dever dos órgãos responsáveis pela segurança pública dar aos policiais civis e militares formação, capacitação e treinamento especializados para o trato de questões relativas a crianças e adolescentes.

DA POLÍCIA CIVIL

Art. 194. A Polícia Civil, instituição permanente, auxiliar da Justiça Criminal e necessária à defesa do Estado e do povo, é dirigida por delegados de polícia de carreira, tendo como incumbência principal as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

Parágrafo único. O titular de Polícia Civil será nomeado pelo Governador do Estado, preferencialmente , dentre os delegados do último nível da carreira.

Art. 195. Os delegados de polícia de carreira, bacharéis em Direito, aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos, e com aproveitamento em curso oficial de formação técnico-profissional, serão remunerados na forma do § 9º do art. 144 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes as vedações referidas no art. 181, inciso II desta Constituição.

Art. 196. Aos policiais civis, além do disposto no art. 31, são assegurados gratificação de risco de vida e seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do Estado, na forma da lei.

Art. 197. As funções de delegados de polícia são privativas dos integrantes da carreira.

Parágrafo único. O cargo de Delegado de Policia Civil, privativo de bacharel em direito, integra para todos os fins as carreiras jurídicas do Estado.

DA POLÍCIA MILITAR

Art. 198. A Polícia Militar é instituição permanente, força auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na hierarquia e disciplina militares, subordinando-se ao Governador do

Estado e competindo-lhe, dentre outras atribuições prevista em lei:

I- o policiamento ostensivo fardado;

II- a preservação da ordem pública;

III- a segurança interna do Estado;

IV- a colaboração na fiscalização das florestas, rios, estuários e em tudo que for relacionado com a preservação do meio ambiente;

V- a proteção do patrimônio histórico, artístico, turístico e cultural.

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Art. 199. O Comandante-Geral da Polícia Militar será nomeado pelo Governador do Estado, escolhido dentre oficiais da ativa da corporação, do último posto do quadro de combatentes, observado o disposto na legislação federal.

DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Art. 200. O Corpo de Bombeiros Militar é instituição permanente, força auxiliar e reserva do Exército, organizado com base na hierarquia e disciplina militares, subordinando-se ao Governador do Estado e competindo-lhe, dentre outras atribuições previstas em lei, executar:

I - serviço de prevenção e extinção de incêndios, de proteção, busca e salvamento;

II - socorro de emergência;

III - perícia em local de incêndio;

IV - proteção balneária por guarda-vidas;

V - prevenção de acidentes e incêndios na orla marítima e fluvial;

VI - proteção e prevenção contra incêndio florestal;

VII - atividades de defesa civil, inclusive planejamento e coordenação das mesmas.

VIII - atividades técnico-científicas inerentes ao seu campo de atuação.

§ 1°. O Corpo de Bombeiros Militar, sob a sua orientação pedagógica e operacional, promoverá a formação de grupos de voluntários de combate a incêndios, organizando-os em repartições públicas, empresas privadas, edifícios e em locais dos diversos bairros das cidades.

§ 2°. O Estado implantará, progressivamente, unidades equipadas do Corpo de Bombeiros Militar nos Municípios, dando preferência aos mais populosos.

Art. 201. O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar será nomeado pelo Governador do Estado, escolhido dentre oficiais da ativa da corporação, do último posto do quadro de combatentes, observado o disposto na legislação federal.

5.2 – O Sistema Estadual de Segurança Pública e sua composição.

O Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Pará (SIEDS) foi reorganizado através da Lei nº 7.584, de 28 de dezembro de 2011. Esta legislação estadual, em seu Art. 1º, define a sua missão institucional:

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Art. 1º O Sistema Estadual de Segurança Pública, que passa a denominar-se Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, tem por missão institucional assegurar a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por intermédio dos órgãos que o compõem, garantindo a integridade e a segurança do cidadão.

No Art. 2º, são relacionadas as funções básicas do sistema:

Art. 2º São funções básicas do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, através dos órgãos que o compõem: I - atuar como polícia judiciária e apurar as infrações penais de sua competência; II - realizar policiamento ostensivo fardado, preservar a ordem pública, a segurança interna do Estado e assessorar os órgãos da administração direta e indireta em assuntos relativos à segurança patrimonial; III - colaborar na fiscalização das florestas, rios, estuários e em tudo que for relacionado com a preservação do meio ambiente; IV - proteger o patrimônio histórico, artístico, turístico e cultural; V - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios, de proteção, busca e salvamento; socorro de emergência, proteção balneária por guarda-vidas, prevenção de acidentes e incêndios na orla marítima e fluvial, proteção e prevenção contra incêndios florestais, atividades de defesa civil, inclusive planejamento e coordenação; atividades técnico-científicas inerentes ao seu campo de atuação e promoção da formação de grupos voluntários de combate a incêndios; VI - realizar serviços de trânsito, inclusive os referentes à engenharia, ao registro de veículos, habilitação de condutores, fiscalização e policiamento, segurança e prevenção de acidentes, supervisão e controle de aprendizagem para conduzir veículos automotores e promoção de campanhas educativas; VII - proceder à administração da execução penal, objetivando a reinserção social do encarcerado e do egresso; VIII - realizar a perícia técnico-científica.

O SIEDS compõe-se basicamente, mediante expressão do Art. 3º:

Art. 3º Para desempenhar sua missão institucional, o Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social – SIEDS, tem a seguinte composição:

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I - Órgãos de Deliberação Colegiada: a) Conselho Estadual de Segurança Pública - CONSEP; b) Conselho Estadual de Trânsito - CETRAN; II - Órgãos de Natureza Consultiva: a) Comitê Integrado de Gestores da Segurança Pública - CIGESP; b) Comitê Integrado de Corregedores de Segurança Pública - CICSP; c) Gabinete Interinstitucional de Gerenciamento e Negociação - GIGN; d) Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública - GGI/PA; III - Órgãos de Natureza Especial: a) Ouvidoria do Sistema; b) Diretoria do Disque-Denúncia. IV - Órgão Central do Sistema: Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social - SEGUP; V - Órgãos sob Supervisão Técnica e Operacional: a) Polícia Militar do Pará; b) Corpo de Bombeiros Militar do Pará; c) Polícia Civil do Estado do Pará; d) Departamento de Trânsito do Estado do Pará; e) Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará; f) Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”.

5.2.1 – Órgãos de Deliberação Colegiada.

Art. 4º O Conselho Estadual de Segurança Pública – CONSEP, é o órgão de deliberação colegiada que tem por finalidade definir sobre as políticas e medidas relevantes na área de segurança pública no Estado do Pará. Art. 5º O Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN, é o órgão consultivo, deliberativo e normativo estadual do Sistema Nacional de Trânsito, no âmbito do Estado do Pará, cuja competência está prevista no art. 14 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, (Código de Trânsito Brasileiro).

5.2.2 – Órgãos de Natureza Consultiva.

Art. 6º O Comitê Integrado de Gestores de Segurança Pública - CIGESP, órgão de natureza consultiva, tem por finalidade propor, debater, analisar e decidir ações de caráter técnico, administrativo e operacional, a serem executadas pelos

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órgãos integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, de forma isolada ou integrada, acompanhando e avaliando seus resultados. Art. 9º O Comitê Integrado de Corregedores de Segurança Pública - CICSP, órgão de natureza consultiva e normativa, tem por finalidade coordenar, supervisionar e orientar as ações das corregedorias dos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS. Art. 10. Ao Gabinete Interinstitucional de Gerenciamento e Negociações - GIGN, órgão de natureza consultiva, compete coordenar e monitorar ações dos órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, no que se refere à mediação e solução de crises e conflitos, urbanos e rurais, que possam causar risco à estabilidade da segurança no Estado e que sejam afetos ao SIEDS, primando por sua solução pacífica. Art. 11. O Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública do Estado do Pará - GGIE/PA, criado pelo Decreto Estadual nº 2.246, de 19 de abril de 2010, é um fórum deliberativo e executivo que opera por consenso, sem hierarquia e respeitando a autonomia das instituições que o compõem.

5.2.3 – Órgãos de Natureza Especial.

Da Ouvidoria do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social

Art. 12. A Ouvidoria do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - OUVIR, vinculada administrativamente ao Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, e tecnicamente ao Conselho Estadual de Segurança Pública - CONSEP, tem por finalidade promover a valorização dos direitos e dos interesses individuais e coletivos contra atos ilícitos praticados pelos agentes públicos integrantes do Sistema.

Do Disque-Denúncia

Art. 15. Ao Disque-Denúncia, vinculado administrativamente ao Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, e tecnicamente ao Conselho Estadual de Segurança Pública – CONSEP, compete o gerenciamento do serviço de recebimento de denúncias anônimas feitas pela população, procedendo ao encaminhamento destas informações aos setores competentes da área de segurança pública, ou excepcionalmente a outros órgãos, conforme a sua natureza, para os procedimentos administrativos necessários.

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5.2.4 – Órgão Central do Sistema.

Art. 16. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social – SEGUP, é o órgão central do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, cuja atuação está voltada para a observância e o cumprimento de sua missão institucional e das funções previstas no art. 2° desta Lei, executadas por intermédio dos órgãos integrantes do SIEDS.

5.2.4 – Órgãos Supervisionados.

Art. 17. Os Órgãos Supervisionados são células do Sistema, criados por lei própria, vinculados institucionalmente ao Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social – SIEDS, e técnica e operacionalmente à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social - SEGUP, nas ações de segurança pública.

Das Regiões Integradas de Segurança Pública

Art. 18. A organização e a distribuição operacional dos órgãos supervisionados ficam delimitadas pelas Regiões Integradas de Segurança Pública - RISP, vinculando a sua desconcentração, principalmente no que se refere às suas divisões em circunscrições de atuação e gestão administrativa e financeira.

5.3 – Legislação estadual aplicada a Segurança Pública.

5.3.1. Lei de Organização Básica da PMPA

A Lei Complementar nº 053, de 07 de fevereiro de 2006, que Dispõe sobre a organização básica e

fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará - PMPA, e dá outras providências. Esta legislação define as

competências exclusivas da Polícia Militar do Estado do Pará, fundamentos da instituição e a sua estrutura

administrativa básica, chefia e estrutura hierárquica.

5.3.2. Lei de Organização Básica da PCPA

No caso da Polícia Civil do estado do Pará, temos a Lei Complementar nº 22, de 15 de Março de

1994, estabelece normas de organização, competências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil do

estado do Pará.

5.3.3. Lei de Organização Básica do CBMPA

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A Lei nº 5.731, de 15 de dezembro de 1992 dispõe sobra a organização básicia do Corpo de

Bombeiros Militar do estado do Pará.

5.3.4. Lei de Criação do CPC “Renato Chaves”

A Lei nº 6.823, de 30 de janeiro de 2006 Dispõe sobre a alteração da Lei nº 6.282, de 19 de janeiro

de 2000, que “Cria o Centro de Perícias Científicas ‘Renato Chaves’ - CPC e dá outras providências.”

5.3.5. Lei de Estrutura básica da SUSIPE

A Lei nº 4.973, de 14 de julho de 1981, Estabelece a competência e a estrutura básica da

Superintendência do Sistema Penal do Estado – SUSIPE.

5.3.6. Lei de organização do DETRAN-PA

Lei nº 6.064, de 25 de julho de 1997. Dispõe sobre a organização do Departamento de Trânsito do

Estado do Pará - DETRAN e dá outras providências.

6 – A polícia ostensiva e de preservação da ordem.

Apontamos como definição de polícia ostensiva o entendimento de Fonseca (1992, p.317), sendo

aquela que possui as características de:

a) predominância do aspecto preventivo e que sejam desenvolvidas por elementos ou fração de tropa identificados pelo uniforme (ostensividade), viatura ou tipo de equipamento (ostensividade); b) que tenha como objeto de planejamento uma universalidade de fatos ainda que em local determinado por um evento certo, como, v.g., jogos programados em estádios desportivos, concentrações em festas populares, conhecidas entre nós como ‘festas populares’, shows artísticos, etc.; c) que a ostensividade determinada pelas condições de identificação dos elementos empenhados ou fração de tropa, relativamente a uniforme, viatura e tipo de equipamento, sejam intrínsecas à própria estratégia operacional.

Polícia de manutenção da ordem pública, no dizer de Lazzarini (1999, p. 204):

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[...]não só como polícia administrativa, na medida em que previne a ocorrência de

desordem, mantendo a ordem pública nas suas múltiplas facetas, ou seja, procura

evitar a eclosão delitual em sentido amplo, como também é exteriorização da polícia

judiciária quando, após a sua eclosão, cuida de repressão delitual.

Ainda citando Lazzarini (op cit, p. 103):

Polícia Ostensiva é atribuição com extensão ampla, abrangendo todas as fases do poder de polícia, onde o militar estadual no exercício de sua autoridade pública, identificada de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, ou viatura, visa ilidir condutas ilícitas, protegendo a integridade de pessoas, bens e serviços.

6.1 – Princípios norteadores da ação policial.

O Primeiro Ministro Inglês Sir Robert Peel, fundador da Polícia Londrina em 1829, classificou dez

princípios, senão vejamos,

1. A polícia deve ser estável, eficaz e organizada, debaixo do controle do governo;

2. A missão básica para a polícia existir é prevenir o crime e a desordem;

3. A capacidade de a polícia realizar suas obrigações depende da aprovação pública de suas ações;

4. A polícia necessita realizar segurança com o desejo e cooperação da comunidade, na observância da

lei, para ser capaz de realizar seu trabalho com confiança e respeito do público;

5. O nível de cooperação do público para desenvolver a segurança pode contribuir na diminuição

proporcional do uso da força;

6. O uso da força pela polícia é necessário para manutenção da segurança, devendo agir em obediência á

lei, para a restauração da ordem, e só usá-la quando a persuasão, conselho e advertência forem

insuficientes;

7. A polícia visa a preservação da ordem pública em benefício do bem comum, fornecendo informações à

opinião pública e demonstrando ser imparcial no cumprimento da lei;

8. A polícia sempre agirá com cuidado e jamais demonstrará que se usurpa do poder para fazer justiça; 9.

O teste da eficiência da polícia será pela ausência do crime e da desordem, e não pela capacidade de

força de reprimir esses problemas;

10. A Polícia deve esforçar-se para manter constantemente com o povo, um relacionamento que dê

realidade à tradição de que a polícia é o povo e o povo é a polícia.

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6.2 – A polícia cidadã e seus novos parâmetros de integração com a comunidade.

A Segurança Cidadã tem como primeiro objetivo a identificação dos problemas geradores da

violência e delinquência, e em segundo momento a implementação de ações planejadas visando à

resolução dos problemas identificados, esse processo envolve instituições públicas e a sociedade civil bem

como outras áreas de atuação, como educação, saúde, lazer, esporte, cultura, cidadania, etc. (Freire, p.19)

Assim, a Polícia cidadã é a transformação pela qual passou a Polícia de outrora por exigência da

Constituição Cidadã e pelo desejo do cidadão. Essa Polícia estabelece um sincronismo entre o seu labor

direcionado verdadeiramente a serviço da comunidade, ou seja, uma Polícia em defesa do cidadão e não

ao combate do cidadão.

Esse novo paradigma, de forma tímida tem sido introduzido nos estudos e políticas públicas na área

da segurança, porém envolve muitos desafios a aplicação prática desse paradigma. “Na perspectiva de

Segurança Cidadã, o foco é o cidadão e, nesse sentido, a violência é percebida como os fatores que

ameaçam o gozo pleno de sua cidadania.” (Freire, p. 20). Atualmente no Brasil, vive-se o paradigma da

Segurança Pública, mas aos poucos se tem buscado evoluir para o paradigma da Segurança Cidadã,

percebendo que a segurança é um instituto de extrema complexidade e envolve não só os entes estatais,

mas toda a comunidade.

Hoje a atuação policial se baliza nos princípios norteados pelos direitos humanos, os quais constam

expressamente ou intrinsecamente na nossa normatização, ou seja, os direitos humanos refletindo na

conduta policial.

A Polícia cidadã é a guardiã da Lei e digna protetora da sociedade e da cidadania. No seu cotidiano

o policial investiga, protege o bem, combate o mal, gerencia crises, aconselha, dirime conflitos, evita o

crime, faz a paz e regula as relações sociais. É, portanto o policial, um grande amigo do cidadão e no seu

cotidiano resguarda os seus direitos contra os seus transgressores, ou seja, protege os direitos humanos

dos humanos direitos em detrimento dos seus reais direitos que de regra são pouco respeitados até

mesmo pela sua própria instituição.

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Neste contexto, o Brasil importou uma nova filosofia do fazer policial: a Polícia Comunitária1. Que é a

aproximação deste órgão estatal fiscalizador à comunidade em que presta o serviço de segurança público,

com o objetivo de melhorar e tornar eficiente .

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1- Polícia Comunitária: “É uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar a qualidade geral da vida na área.” Trojanowicz & Bucqueroux (1994, p. 04)

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