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Policiamento de Trânsito 1 POLICIAMENTO DE TRÂNSITO URBANO E RODOVIÁRIO CFSd - 2010 Quarto Batalhão de Polícia Militar – CFSd - 2010

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Policiamento de Trânsito 1

POLICIAMENTO

DE

TRÂNSITO

URBANO E RODOVIÁRIO

CFSd - 2010

INSTRUTOR: 1º TEN. QOPM ROBERTO DE FRANÇA

Quarto Batalhão de Polícia Militar – CFSd - 2010

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

1. EMBASAMENTO LEGAL DO POLICIAMENTO ART. 144/CF

2. EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO NO PAÍS

3. SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

4. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

5. DELITOS DE TRÂNSITO

6. POLICIAMENTO DE TRÂNSITO URBANO E RODOVIÁRIO

7. DOUTRINA DE EMPREGO

8. POLICIAMENTO MOTORIZADO

9. ATUAÇÃO EM CONGESTIONAMENTO

10. OPERAÇÃO BLITZ

11. TIPOS DE FISCALIZAÇÃO

12. ABORDAGENS DE VEÍCULOS

13. PROCEDIMENTOS PARTICULARIZADOS

14. LEVANTAMENTO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO URBANO E

RODOVIÁRIO

15. BIBLIOGRAFIA

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APRESENTAÇÃO

Prezados alunos do Curso de Formação de Soldados Policiais Militares do 4º Batalhão de Policia Militar, turma 2010, à disciplina de Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário que abordaremos nesses próximos encontros com um total de 30h/aulas, têm o objetivo de apresentar e tratar com cada um dos senhores os principais assuntos inseridos na Lei nº 9503, de 23 de Setembro de 1997, denominada Código de Trânsito Brasileiro, bem como os temas relativos as Resoluções do Contran, Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário, Emprego do Policiamento de Trânsito, Fiscalização de Documentos e Veículos e Levantamento de Acidentes de Trânsito .

A atual legislação de trânsito passou a vigorar em 21 de Janeiro de 1998 e inseriu profundas mudanças na ordem que se aplicava até então no trânsito de nossas cidades e rodovias, normatizadas até então pelo Código Nacional de Trânsito de 1966, isto tudo com o objetivo de alterar o trágico quadro de violência no trânsito que se apresentava naquele momento em nosso país e todo prejuízo social decorrente, para o Estado e por conseqüência para toda população. Nos primeiros anos de sua vigência, o Código de Trânsito Brasileiro conseguiu atingir um de seus principais objetivos que é a redução de acidentes e mortes no trânsito, resultados que não foram contemplados nos anos subsequentes.

Para que possamos ter uma idéia do problema da violência do trânsito nos dias atuais, segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil acontecem cerca de 35 mil mortes ao ano, decorrentes de acidentes de trânsito, além das pessoas que ficam com deficiências temporárias ou permanentes que somam 100 mil e outras 400 mil que sofrem ferimentos. Por sua vez o Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) traduz tamanha violência em números, sendo que por ano o país consome R$ 28 bilhões, gerados por gastos resultantes dos acidentes nas cidades e rodovias. Os dados alarmantes ora apresentados estão fundamentados por um crescimento vertiginoso de toda nossa frota de veículos que segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito em Abril de 2010 atingiu o número de mais de 61 milhões de veículos, estando inserido neste contexto um volume extraordinário de motocicletas, motonetas e ciclomotores, cerca de 16 milhões, que a cada dia passam a dividir espaço com os veículos de maior porte dentro de todo sistema viário. Cabe salientar que em nosso município a frota de veículos automotores neste mesmo período já passa de 227 mil veículos, sendo mais de 51 mil motocicletas.

Desta forma a realidade do trânsito brasileiro exige cada vez mais que os organismos públicos desenvolvam ações preventivas e repressivas na busca de minimizar este cenário de guerra causado pela violência no trânsito e que coloca o Brasil em uma posição no cenário mundial nada agradável, a de protagonista de um dos maiores índices de acidentes de trânsito do mundo. Cabe então a nós que

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somos agentes do estado, a fiscalização quanto ao cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro, valendo-se desta importante ferramenta no combate as mais diversas formas de descumprimento da legislação e desrespeito a vida.

Assim, na esteira de uma análise social do problema, não podemos nos esquecer de que nenhuma ação de prevenção e repressão alcançara os resultados desejados, se não houver o envolvimento da sociedade como um todo, seja por meio da “Educação para o trânsito” dos nossos futuros motoristas ou pela conscientização e responsabilidade dos que fazem o trânsito de hoje, que carecem sobremaneira de uma mudança radical de comportamento, com ênfase ao respeito, a ética e a cordialidade. Por fim saliento que os assuntos que discutiremos em nossos encontros, com base no Código de Trânsito Brasileiro, Resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) atualmente de número 355, Portaria, Deliberações, Doutrina de Aplicação no Policiamento Ostensivo de Trânsito e Procedimentos na condução de Viatura Policial Militar, serão o misto iniciador para que cada um dos senhores possa refletir e se aprofundar nesta importante matéria, pois a segurança no trânsito depende de cada um de nós.

1. EMBASAMENTO LEGAL DO POLICIAMENTO ART. 144/CF

1.1 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

Inc. I. Polícia Federal; (apuração de infrações penais contra a ordem política e social e bens da união, repressão tráfico, contrabando e descaminho)

Inc. II. Polícia Rodoviária Federal; (patrulhamento ostensivo nas rodovias federais)

Inc. III. Polícia Ferroviária Federal; (patrulhamento ostensivo nas ferrovias federais)

Inc. IV. Polícias Civis; (polícia judiciária e apuração de infrações penais)

Inc. V. Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. (polícia ostensiva e preservação da ordem pública e atividades de defesa civil.)

2. EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO NO PAÍS

2.1 Primeiras Normatizações:

A legislação que trata de trânsito em nosso país não é recente, já no ano de 1910, foi promulgado o Decreto 8.324, de 27 de outubro de 1910, que fazia referências ao transporte por automóveis. Já em 1922, o Decreto Legislativo 4.460, de 11 de janeiro de 1922, disciplinou a construção de estradas e carga máxima dos veículos, tendo em seguida no governo do Presidente Washington Luiz Pereira de Souza, ocorrido a incrementação do sistema viário, ampliando a regulamentação

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deste assunto por meio do Decreto Legislativo 5.141, de 05 de janeiro de 1927, já que seu lema de governo era abrir estradas.

A primeira normatização na forma de estatuto veio com o Decreto 18.323, de 24 de junho de 1928, o qual trouxe disciplinado assuntos específicos de trânsito, como a circulação internacional de automóveis no território brasileiro, a sinalização, a segurança e a polícia nas estradas. Foi só com a promulgação do Decreto-Lei, de 28 de janeiro de 1941, que surgiu o primeiro diploma como Código propriamente dito, o que foi rapidamente substituído pelo Decreto-Lei 3.651 de 25 de setembro de 1941, o qual permaneceu vigente até o advento da Lei 5.108.

O Código Nacional de Trânsito, instituído pela Lei 5.108, de 21 de setembro de 1966, e regulamentado pelo Decreto 62.127, de 16 de janeiro 1968, atendia na época aos anseios de toda sociedade, levando em conta os problemas oriundos do sistema de trânsito de então, que contava com uma frota de 500 mil veículos, mas que com o crescimento econômico e populacional do país se demonstrou desatualizado para a nova realidade imposta.

Assim, em 23 de setembro de 1997, foi instituído o Código de Trânsito Brasileiro, entrando em vigor 120 dias após, mais precisamente em 22 de janeiro de 1998, trazendo uma legislação mais ampla e rígida, com o objetivo de fazer frente a rápida e profunda transformação do sistema de trânsito das últimas décadas. O atual código trouxe algumas mudanças que ganharam destaque dentro da legislação, como o uso do cinto de segurança, a educação para a segurança do trânsito e a municipalização do trânsito.

3. SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

3.1 Composição do Sistema Nacional de Trânsito:

GOVERNOSÓRGÃOS

CONSULTIVOS, NORMATIVOS E

COORDENADORES

ÓRGÃOS EXECUTIVOS ÓRGÃO

FISCALIZADOR

FEDERAL CONTRAN (Ministério das

Cidades)

DENATRAN-DNIT-JARIPRF

ESTADUAL CETRAN E CONTRADIFE

DETRAN DERJARI

PPMMESTADOS E

DF

MUNICIPAL - ÓRGÃOS E ENTIDADES

EXECUTIVO DE TRÂNSITO

MUNICIPAIS- JARI

AGENTES MUNICIPAIS E

PPMM (convênio)

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*DNIT = Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte.

4. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

4.1 Conceitos do CTB (Anexo I)

4.1.1 Autoridade de Trânsito: Dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

4.1.2 Agente da Autoridade de Trânsito: Pessoa, civil ou Policial Militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

4.1.3 Camioneta: Veículo misto destinado ao transporte de passageiros e carga no mesmo compartimento.

4.1.4 Motocicleta: Veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido por condutor em posição montada.

4.1.5 Motoneta: Veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em posição sentada.

4.1.6 Parada: imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.

4.1.7 Passeio: Parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura ou elemento físico separador. Livre de interferências, destinada á circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

4.1.8 Renavam: Registro nacional de veículos automotores.

4.1.9 Rodovia: Via rural pavimentada.

4.1.10 Trânsito: (Art. 1º, §1º) A utilização das vias, por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

4.1.11 Via Terrestres: (Art. 2°) São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias. Para efeito deste Código são considerados vias terrestres as praias abertas a circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas.

4.2 Normas Gerais de Circulação e Conduta

O capitulo III do Código de Trânsito Brasileiro, trata das normas gerais de circulação e conduta, com o objetivo de dispor como os motoristas e pedestres devem se portar para que o trânsito seja mais seguro. Definindo a forma pela qual o motorista deve conduzir o seu veículo pelas vias dentro do que determina a lei, agindo de maneira uniforme e responsável para evitar acidentes, bem como

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regulando o comportamento do pedestre dentro do sistema de trânsito, onde este tem papel preponderante na harmonia e segurança do sistema viário.

4.2.1 Deveres dos usuários: Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:

Inc. I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; (Ex: Atravessar as vias sem o devido cuidado e em local impróprio; Estacionar veículo em cima das calçadas.)

Inc. II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. (Ex: Jogar sacos de lixo na via, Usar a via como depósito de materiais de construção.)

4. Deveres dos condutores: Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. (Art. 180 CTB)

Veículo:

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É um fator muito importante a ser considerado na ocorrência de acidentes, sendo as condições do veículo responsáveis por um número enorme dos acidentes ocorridos no trânsito, normalmente envolvendo outros veículos, pedestres, animais e o patrimônio público.

Devemos sempre manter o veículo em condições de transitar e reagir instantânea e eficientemente a todos os comandos necessários, pois: “não é possível dirigir com segurança, usando um veículo defeituoso”.

São muitas as condições adversas causadas por um veículo defeituoso, aqui listaremos apenas os defeitos mais comuns que podem causar acidentes: pneus gastos; freios desregulados; lâmpadas queimadas; defeitos nos equipamentos obrigatórios; limpadores de pára-brisa com defeito; falta de buzina; espelho retrovisor deficiente e cinto de segurança defeituoso.

4.2.3 Domínio do veículo durante a condução: Art. 28. O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. (Ex: Não falar ao telefone celular (Art. 252 VI CTB), Dirigir sob a influencia de álcool, Art. 165 CTB.)

Condutor:

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Essa vem a ser a condição adversa mais perigosa, pois conforme se verifica através das estatísticas a maioria das causas dos acidentes de trânsito está relacionado com o comportamento inadequado do individuo, mas também deveria “in tese” ser a mais fácil de ser evitada, pois se trata de uma condição que depende exclusivamente daquele que é peça fundamental no trânsito urbano e rodoviário, ou seja, o homem.

São várias as situações envolvendo o estado físico e mental do condutor (doenças físicas, problemas emocionais) e podem ser passageiras, mas também definitivas (problemas físicos, corrigidos e adaptados ao uso do veículo). Cabe ao condutor avaliar suas reais condições ao propor-se a dirigir um veículo e ter o bom senso para evitar envolver-se em situação de risco.

As condições adversas mais comuns que envolvem o condutor de veículo automotor são as físicas (fadiga; dirigir alcoolizado; sono; visão ou audição deficiente e perturbações físicas como dores ou doenças) e mentais (estados emocionais como tristezas ou alegrias, preocupações, medo, insegurança e inabilidade).

Tempo:

Algumas condições atmosféricas dificultam muita nossa visão na estrada, prejudicando o correto uso de veículos no trânsito.

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A chuva, o vento, o granizo, a neve, a neblina e até mesmo o calor excessivo, diminuem muito a nossa capacidade de ver e avaliar as condições reais da estrada e do veículo.

Além da dificuldade de vermos e sermos vistos, as condições adversas de tempo causam problemas nas estradas como barro, areia, desmoronamento, tornando-as mais lisas e perigosas, causando derrapagens e acidentes.

Nestas condições reduza a marcha, acenda as luzes e se o tempo estiver muito ruim, saia da estrada e espere que as condições melhorem. Procure para isso um local adequado, sem riscos como um recanto, posto rodoviário ou ainda, posto de gasolina.

4.2.4 Circulação de veículos: Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas á circulação obedecerá ás seguintes normas:

Inc. I . A circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas. (Ultrapassagem em local permitido)

Inc. II . Todo condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos (distancia mínima recomendada 10 metros, aumentando conforme a velocidade do veículo), bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e das condições climáticas. (Art. 42 e 192 CTB)

Inc. III . Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem, de local não sinalizado, terá preferência de passagem: a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor. ( Desacolhimento da teoria do eixo médio)

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Inc. VI . Os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulação.

Inc. VIII . Os veículos prestadores de serviços de utilidade pública quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecidas pelo CONTRAN (dispositivo luminoso amarelo-âmbar). (Ex; Carros fortes, Coleta de lixo, Energia elétrica.)

4.2.5 Normas de Ultrapassagem: Art. 29.

Inc. IX . A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar, e as demais normas estabelecidas neste código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar á esquerda. (Art. 203 CTB)

Inc. X . Todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem certificar-se de que:

a) Nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;

b) Quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;

c) A faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário.

Art 29, §2º . Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

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4.2.6 Realização de manobras:

4.2.8 Art. 36 . O condutor que for ingressar numa via, deve dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando;

4.2.9 Art. 37: Nas vias providas de acostamento a conversão à esquerda e operação de retorno deverão ser feitas em locais apropriados, e onde não existirem, aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.

4.2.10 Uso de luzes e buzina:

4.2.11 Art. 40. O uso das luzes em veículo obedecerá ás seguintes determinações:

Inc. I. Utilização de luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública (recomenda-se faróis acesos durante dia nas rodovias).

Inc. III. Troca de luz baixa e alta, de forma intermitente, somente como aviso em questão de segurança.( proibição aviso de bloqueios. Penalidade Art. 251)Obs: Resolução 227 e 294 Contran)

4.2.12 Art. 41. O uso da buzina em toque breve, nas seguintes situações:

Inc. I. Para fazer advertências necessárias a fim de evitar acidentes. (penalidade Art. 227)

4.2.13 Art. 45. Não poderá ocorrer a obstrução do cruzamento, mesmo em local que possui semáforo e esta lhe for favorável.

4.2.14 Circulação de motocicletas, motonetas e ciclomotores:

4.2.15 Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas, ciclomotores, só poderão circular nas vias: ( Res. 203/06, 257/07, 270/08 Contran)

Inc.I. Utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;

Inc. II. Segurando o guidom com as mãos;

Inc.III. Usando vestuário de proteção, de acordo Contran;

Art 56. (vetado) É proibido ao condutor de motocicletas, motonetas e ciclomotores a passagem entre veículos de filas adjacentes ou entre a calçada e veículos de fila adjacente a ela.

4.2.16 Classificação das Vias: Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com a sua utilização, classificam-se em:

I - vias urbanas:

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a) - via de trânsito rápido; ( sem travessia de pedestres em nível, sem acesso direto ao lotes lindeiros. Ex: Free Way)

b) - via arterial; ( controlada por semáforo, com interseções em nível. Ex: Av. Brasil, Av. Colombo)

c) - via coletora; (distribuição do trânsito para as anteriores)

d) - via local. ( acesso área restrita)

II - vias rurais:

a) rodovias;

b) estradas.

Vias:

Antes de iniciarmos um percurso devemos procurar informações sobre condições das ruas, das estradas que vamos usar, para planejarmos melhor nosso itinerário, assim como o tempo de que vamos precisar para chegar ao destino desejado.

Procure informar-se das condições das ruas e das estradas com o Policial de trânsito, ou com outros condutores que usem com freqüência e tome as providências necessárias para sua segurança no percurso.

Conhecendo suas reais condições como: estado de conservação, largura, acostamento, quantidade de veículos, etc., podemos nos preparar melhor para aquilo que vamos enfrentar e tomar os cuidados indispensáveis à segurança e ao uso de equipamentos que auxiliem no percurso, como por exemplo, o uso de correntes, nas estradas.

São muitas as condições adversas das vias de trânsito e listamos algumas para que você tenha idéia dos problemas que irá enfrentar: curvas; subidas e descidas; largura da pista; acostamento; buracos; desvio; tipo de pavimentação;

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desníveis; trechos escorregadios e obras na pista. Sempre se deve verificar se os equipamentos de uso obrigatório para tais situações estão em perfeitas condições de uso, assim como o bom funcionamento do veículo.

4.2.17 Velocidade máxima permitida: Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.

§ 1º. Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:

I - nas vias urbanas:

a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido;

b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;

c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais.

II - nas vias rurais:

a) nas rodovias:

1) cento e dez quilômetros por hora para automóveis e camionetas;

2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e microônibus;

3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;

b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.

§ 2º. O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá regulamentar, através de sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.

4.2.18 Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais e trânsito e da via.

4.2.19 Transporte de crianças: Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN (Resolução 277/08); Art. 168 CTB

4.2.20 Cinto de segurança: parou aqui 22/03 Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional. (Art. 167 CTB)

Atualmente são usados três tipos de cinto:

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a) Cinto pélvico ou subabdominal: Se prende à cintura;

b) Cinto toráxico ou diagonal: Se prende ao peito;

c) Cinto de três pontos: Se prende ao peito e ao quadril ao mesmo tempo.

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O cinto de três pontos é o que mais proteção dá ao condutor e passageiros, impedindo que eles sejam jogados para fora do veículo, ou mesmo contra o painel ou partes contundentes do veículo e sofram muitas vezes danos físicos graves ou a morte. Obs: Obrigatório nos veículos automotores produzidos a partir de 01 de janeiro de 1999.

4.3 Pedestres ok

4.3.1 Prioridade do pedestre. Art. 68. É assegurado ao pedestre a utilização dos passeios, passagens apropriadas (calçadas) e dos acostamentos nas vias rurais para circulação adequada e segura. ( Obs: Adequação de comportamento junto aos motoristas de Maringá, no respeito aos pedestres, parar na faixa.)

§ 1º. O ciclista, quando desmontado e empurrando a bicicleta iguala-se aos pedestres em direitos e deveres.

É o comportamento do pedestre que muitas vezes causa acidentes de trânsito, sendo necessário, pois, que conheça seus deveres e deles faça uso corretamente, assim como das proibições.

§ 2º. Nas vias urbanas andar pelas calçadas, e quando não houver, andar pelo bordo da pista, em fila única e, nesse caso, terá prioridade sobre os veículos;

§ 3º. Nas Vias rurais, andar sempre em sentido contrário ao dos veículos, em fila única, utilizando obrigatoriamente o acostamento, onde existir;

4.3.2 Cuidados exigidos do pedestre: Art. 69. Somente cruzar a pista na faixa própria obedecendo à sinalização (semáforo), onde existir;

Inc. I. Onde não tiver faixa de pedestre numa distância de até cinqüenta metros, cruzar a pista, em linha reta;

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Observação: O Art. 254 do CTB trata das infrações cometidas por pedestres. Infração: 50% leve.

4.4. Sinalização de Trânsito(Res. 599/82, 666/86, 39/98, 160/04, 180/05, 236/07, 243/07 e Anexo II CTB) ok

4.4.1 Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:

Inc. I. Verticais; Inc. II. Horizontais;Inc.III. Dispositivos de sinalização auxiliar;Inc. IV. Luminosos;Inc. V. Sonoros;Inc. VI. Gestos do agente de trânsito e do condutor.

Sinalização Vertical: É um subsistema de sinalização viária, que transmite mensagens de caráter permanente ou eventualmente variáveis, através de legendas e símbolos pré-reconhecidos e legalmente instituídos. ( Anexo II CTB)

4.4.2 As placas, classificadas de acordo com suas funções, são agrupadas em um dos seguintes tipos de sinalização vertical:

- Regulamentação:(Res.180/05) Tem a finalidade informar as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias, forma circular, cores vermelha, preta e branca, Ex: R-6c proibido parar e estacionar; Exceção placa R-2 Dê a preferência, forma retangular e R-1Parada Obrigatória, forma octogonal;

- Advertência (Res. 243/07): Tem a finalidade de alertar para as condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza, forma quadrada com uma das diagonais na posição vertical, cor amarela e preta, Ex: A-1a Curva acentuada a esquerda; Exceção A-14 Semáforo a frente.

- Indicação: Tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar quanto aos percursos e destinos, as distancia e serviços auxiliares, podendo também ter como função e educação do usuário, cores azul e branca, forma retangular, Ex: Limite de municípios Maringá-Sarandi.

4.4.3 A sinalização horizontal( Res. 236/07) é um subsistema da sinalização viária que se utiliza de linhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das vias, tem como função organizar o fluxo de veículos e pedestres, complementar os sinais verticais. Tem padrões continuo, tracejada ou seccionada e símbolos e legendas, nas cores amarela, vermelha, branca, azul e preto. Classificam-se em marcas longitudinais(divisão de fluxos opostos e mesmo sentido) marcas transversais(faixa de travessia de pedestres)marcas de delimitação e controle de estacionamento ou parada e inscrições no pavimento.

4.4.4 Dispositivos auxiliares(Res. 666/86) são elementos aplicados ao pavimento da via, junto a ela, ou nos obstáculos próximos, de forma a tornar mais eficiente e segura a operação da via, com funções de diminuir a velocidade e alertar os condutores de situações de perigo. Ex: dispositivos delineadores (tachas e tachões) e alterações nas características do pavimento ( pavimentos rugosos). E ainda

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dispositivos de uso temporário, utilizados em situações especiais e temporárias, como operações de trânsito . Ex: Cones.

4.4.5 Dispositivos luminosos tem a função de efetuar o controle de trânsito num cruzamento ou seção da via. Ex: Semáforo. Bem como utilizam recursos luminosos para proporcionar melhores condições de visualização da sinalização, ou conjugados a elementos eletrônicos permitem a variação de sinalização e mensagem. Ex: Advertência de situação inesperada a frente, informação sobre condições operacionais da via.

4.4.6 Sinalização sonora é a que é feita por meio de silvos, de manifestação ou toques rápidos, ou mais longos, ou combinados, e mais para advertência, ou para chamar a atenção de um motorista que pratica um infração ou demora-se numa parada proibida.

4.4.7 Gestos do agente de trânsito correspondem a movimentos convencionais de braço, para orientar e indicar o direito de passagem dos veículos ou emitir ordens, sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma constante do código. Ex: braço erguido verticalmente com a palma da mão para a frente, ordem de parar para todos os veículos; braço estendido horizontalmente, com a palma da mão para baixo, fazendo movimentos verticais, ordem de diminuição de velocidade. Já os gestos dos condutores procuram mostrar a posição ou caminho que o esmo seguirá. Ex: braço para fora da janela lado esquerdo motorista, dobrar a esquerda, braço para cima ângulo de 90 graus, dobrar a direita.

4.5 Dos Veículos ok

4.5.1 Classificação dos veículos Art. 96:

Inc I. Quanto a tração: automotor, propulsão humana, tração animal, etc;

Inc.II Quanto a espécie: a) de passageiros: bicicleta, motoneta, automóvel; b) de carga: motocicleta, caminhão; c) misto: camioneta, utilitário; d) competição; e) tração: caminhão trator; f) especial; g) coleção;

Inc. III Quanto a categoria: Oficial, representação diplomática, particular, aluguel, aprendizagem.

4.5.2 Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veiculo modificações de suas características de fábrica. Ex: cor, potência, estrutura.

4.5.3 Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo Contran:

Inc. I. Cinto de segurança;

Inc. II. Equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo para veículos de transporte escolar, transporte de passageiros com mais de 10 lugares e de carga com PBT superior a 4536 kg.

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Obs: Resolução 14/98 (alterada pelas resoluções 34/98 (equip. trator), 43/98 (espelho interno caminhão), 44/98 (encosto de cabeça), 46/98(equip. bicicleta), 87/99(tacógrafo) e 129/01 – equip. triciclo) especifica de forma detalhada uma série de equipamentos obrigatórios para cada tipo de veículo. Penalidade Art. 230 IX, CTB. Resolução 152/03, pára-choque traseiro veículos carga superior a 4.600kg.

4.5.4 Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horários fixados.

4.5.5 Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:

Inc. II. A aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma de regulamentação do Contran. Res. 254/07 4.5.6 Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas; Já o número de chassi e monobloco são números gravados em serie, com características especiais, feitos pelo fabricante composto de 3 seções e 17 dígitos. Ex: 9BGSC08ZVVC693545..A primeira seção identifica o fabricante 3 dígitos; A segunda seção identifica modelo e versão do veículo e terceira seção distingue um veículo do outro, com local e data de fabricação.

Obs: As cores das placas variam, sendo que nos veículos particulares o fundo será cinza e os caracteres na cor preta; de aluguel fundo cor vermelha e letras e números brancos; de experiência fundo verde e caracteres branco; aprendizagem fundo branco e letras e números vermelhos e de fabricante fundo azul e letras e números branco. Res. 231/07 e 241/07 Contran.

4.6 Veículos em circulação internacional ok

4.6.1 Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independente de sua origem, em transito entre o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-se a pelas disposições deste código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados. Res. 193/06 Contran

4.6.2 Art. 119, § único Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem previa quitação de débitos de multas por infrações de transito.

4.7 Do registro de veículos ok

4.7.1 Certificado de Registro de Veículo- Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão executivo de trânsito, exigirá do proprietário os seguintes documentos:

Inc.I . nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor (prazo 15 dias para transitar Res. 269/08) ;

4.7.2 Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo certificado de registro de veículo quando: I. for transferida a propriedade (prazo de 30 dias); II. O proprietário mudar o município de domicilio (mudança de domicilio mesmo município,

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comunicação ao órgão, prazo 30 dias, para alteração documento); III. For alterada qualquer característica do veículo; IV. Houver mudança de categoria. Obs: deverá ocorrer quitação dos débitos.

4.7.3 Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou definitivamente desmontado, deverá requerer baixa do registro. E também nos casos de veículo sinistrado com laudo de perda total; veiculo vendido ou leiloado como sucata.

4.7.4 Art. 129. O registro e licenciamento de veículos de propulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de tração animal obedecerão a regulamentação do município.

4.8 Documentos de porte obrigatório ok

4.8.1 Licenciamento anual. Art. 130. Todo veículo, deverá ser licenciado anualmente. Sendo que somente será considerado licenciado após quitação dos débitos relativos a tributos (IPVA), encargos(DPVAT) e multas de trânsito.

4.8.2 Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual. Obs: A falta de porte acarreta na infração do Art. 232.

São documentos de porte obrigatório do condutor do veículo, segundo o CTB combinado com a Resolução do Contran n.º 205/06 e 235/07.

1) Autorização, Permissão para dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação, válida exclusivamente no original;

2) Certificado de Registro e Licenciamento Anual de Veículo – CRLV, no original;

4.8.3 Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo, no prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, com pena de responsabilidade solidaria.

4.9.1 Art. 136. ok Os veículos especialmente destinados á condução coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão executivo de trânsito, exigindo-se para tanto: I. Registro como veículo de passageiros; II. Inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança; III. Pintura de faixa horizontal na cor amarela, com dístico escolar em preto; IV. Tacografo; VI. Cintos de segurança em número igual a lotação.

4.9.2 Art. 138. O condutor do veículo destinado á condução de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:

Inc.I. ter idade superior a vinte e um anos;

Inc. II. ser habilitado na categoria D;

Inc.IV. não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidentes em infrações medias durante os doze últimos meses;

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Inc. V. ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran(Res. 168/04).

4.10 Da Habilitação: ok Para obter a CNH o candidato deverá ser submetido a exame de aptidão física e mental, curso teórico-técnico, noções de primeiros socorros e curso de prática de direção veicular. Aprovado nas etapas receberá permissão para conduzir pelo período de 1 ano, sendo que ao final deste período receberá habilitação definitiva, para tanto não poderá ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias.

4.10.1 Categorias de habilitação- Art. 143. Inc.I. Categoria A- condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral;

Inc.II. Categoria B- condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo PBT não exceda a 3500 Kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o motorista;

Inc.III. Categoria C- condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo PBT exceda a 3500 Kg;

Inc. IV. Categoria D- condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o motorista;

Inc. V. Categoria E- condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C, ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, tenha 6000 Kg ou mais de PBT, ou cuja lotação exceda oito lugares, ou ainda seja enquadrado na categoria trailer.

§ 1º Para habilitar-se na Categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os últimos doze meses.

4.11 Das Infrações ( preenchimento auto de infração portaria 59)

4.11.1 Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste código, legislação complementar ou das resoluções do Contran. As infrações classificam-se em quatro categorias:

- Resolução 136/02 Contran extinguiu a UFIR e estabeleceu os valores das multas conforme segue:

Gravíssima – 7 pontos – R$ 191,54 - podendo ser multiplicada em até 5 vezes. Ex: Art. 162, II CTB (Dirigir veiculo com CNH ou Permissão para dirigir cassada ou com suspensão do direito de dirigir).

Grave – 5 pontos – R$ 127,69 Ex: Art. 167 CTB ( Deixar condutor ou passageiro de usar cinto de segurança, conforme previsto no Art. 65).

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Média – 4 pontos – R$ 85,13 – Ex: Art. 181 IX CTB ( Estacionar o veículo onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entrada ou saída de veículos).

Leve – 3 pontos – R$ 53,20 – Ex: Art. 169 CTB (Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis a segurança).

4.12 Penalidades 0k

4.12.1 Art. 256. A autoridade de transito, na esfera das competências estabelecidas neste código, deverá aplicar as seguintes penalidades: advertência por escrito (infração média e leve), multa, suspensão do direito de dirigir (prazo de um mês a um ano), apreensão do veículo, cassação da CNH (reincidência no prazo de 12 meses, Art.162,163,164,175) cassação da permissão para dirigir e freqüência obrigatória em curso de reciclagem. (Res. 182/05 Contran)

4.12.2 Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, ao embargador e ao transportador, salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicos expressamente mencionados este Código.

§ 1º. Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as penalidades de que trata este código toda vez que houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribuída.

§ 2º. Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva observar.

§ 3º. Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo.

4.13 Das Medidas Administrativas ok

4.13.1 Art. 269. A autoridade de transito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas neste código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas: retenção do veículo, remoção do veículo, recolhimento da CNH, recolhimento da permissão para dirigir, recolhimento do certificado de registro, recolhimento do certificado de licenciamento anual, transbordo do excesso de carga, realização de teste de dosagem de alcoolemia e recolhimento de animais que se encontrem solto nas vias.

4.13.2 Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos este Código.

§ 1º. Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.

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§ 5º. A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de segurança para circulação em via pública (Resolução 053/98).

4.14. Recursos (Res. 299/08 Contran) ok

4.14.1 Interposição de Recurso Art. 285. O recurso previsto no § 4º do Art. 282 será interposto perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual o remeterá a JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.

4.14.2 Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento de seu valor.

4.14.3 Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da notificação da decisão.

4.14.4 Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta dias:

Inc. I. penalidade imposta pela União, apreciação pelo Contran e Colegiado Especial Jari;Inc. II. penalidade imposta pelo Estado e Município, apreciação pelo Cetran.

5. DELITOS DE TRÂNSITO

5.1 Art. 301. Ao condutor do veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá à prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

5.1.1 Dos crimes de trânsito

5.1.2 Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. No homicídio culposo cometido a direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:

Inc. l. não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

Inc. ll. praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

Inc. Ill. deixar de prestar socorro, quando possível faze-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;

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Inc. lV. no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

5.1.3 Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do parágrafo único do artigo anterior.

5.1.4 Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade publica:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

Parágrafo único. Incide nas penas deste artigo o condutor do veículo ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves

5.1.5 Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.5.1.6 Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § I' do Art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

5.1.7 Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

5.1.8 Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

5.1.9 Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,

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ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

5.1.10 Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

5.1.11 Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou juiz:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou processo aos quais se refere.

6. POLICIAMENTO DE TRÂNSITO URBANO E RODOVIÁRIO

Policiamento de trânsito urbano é um tipo específico de policiamento ostensivo executado em vias urbanas abertas à circulação, visando a disciplinar o público no cumprimento e respeito às regras e normas de trânsito, estabelecidas no CTB e legislação pertinente. Este tipo de policiamento é executado em nosso Estado, por uma unidade especializada localizada na cidade de Curitiba que é o BPTRAN e no interior pelos Batalhões de área através de Companhias, Pelotões e Destacamentos.

6.1 Missão do Policiamento de Trânsito Urbano

Atuar sistematicamente na fiscalização, orientação e controle, com o objetivo de proporcionar a livre circulação de pessoas e veículos, prevenir a ocorrência de acidentes de trânsito e de assegurar o cumprimento das leis e regulamentos.

Para proporcionar a livre circulação de pessoas e de veículos, o Policial Militar atua de maneira preventiva ou corretiva. De maneira preventiva, orientando os usuários para a utilização correta do plano de circulação e obediência às regras. De maneira corretiva, quando notifica e quando necessário aplica as medidas administrativas de retenção e remoção de veículos e apreensão de documentos.

6.2 Conceito e Missão do Policiamento de Trânsito Rodoviário

O policiamento de trânsito rodoviário é executado no Estado do Paraná, pelo Batalhão de Polícia Rodoviária, unidade especializada da Polícia Militar do Paraná, estruturado em seis companhias nas diversas regiões do estado. É o órgão encarregado do policiamento ostensivo visando ao cumprimento das regras e

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normas de trânsito de tráfego rodoviário, estabelecidos pelo Departamento de Estradas de Rodagem e de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro.

Desenvolve atividades preventivas abrangendo aproximadamente 16.000 Km de rodovias estaduais e federais (por meio de convênios), contando com 64 postos de fiscalização, tendo como objetivo proporcionar segurança, através da educação, orientação, fiscalização e também prestando apoio aos usuários das rodovias em diversas situações, sendo que neste último caso está inserido o levantamento dos locais de acidentes de trânsito.

As operações são desenvolvidas em pontos estratégicos das rodovias de forma programada, na busca principal de prevenir acidentes e reprimir as infrações ou mesmo condutas criminosas, com foco principal na proteção da vida. As principais operações desenvolvidas pela polícia rodoviária são codificadas conforme os exemplos a seguir: Op. 1.02 (operação patrulhamento); Op. 1.03 (operação fiscalização no PPRv); Op. 1.04 (operação fiscalização na rodovia); Op. 1.05(operação radar); Op. 1.12 (operação ciclo).

Por fim cabe salientar que dentro da execução do policiamento de trânsito rodoviário, está presente a integração aos demais órgãos públicos, desenvolvendo operações conjuntas com a Policia Federal, Receita Federal, Receita Estadual, IAP, DNIT e Defesa Civil. Ressaltando ainda a sua responsabilidade na elaboração de estatísticas nas rodovias de sua competência com o objetivo de elaborar estudos e estratégias visando a diminuição de acidentes.

7. DOUTRINA DE EMPREGO não

7.1 Posto de Controle de Trânsito (PCTran)

É um ponto na via terrestre, normalmente desprovido de sinalização semafórica, no qual o PM exerce o controle de trânsito de acordo com as normas legais e outras instruções, utilizando-se da sinalização por meios de sons e gestos.

Atribuições

Compelir os condutores de veículos e os pedestres à obediência das determinações legais e regulamentares, bem como as contidas nas demais normas em vigor, referentes ao trânsito em geral;Zelar pela fiscalização de trânsito em geral, a fim de evitar congestionamento de qualquer espécie;Conhecer a direção de trânsito nas imediações de seu posto, mantendo-se em condições de desativá-lo em caso de necessidade para outra via;Executar os sinais regulamentares de apito e braço, sempre com correção, dentre outras atribuições.

7.2 Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran) não

É um trecho da via pública variável de acordo com a intensidade de trânsito, topografia e peculiaridades pertinentes ao local, sob a responsabilidade de um ou

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mais PMs, com a missão de orientar e de fazer cumprir a regulamentação imposta e de proporcionar segurança de trânsito.

Atribuições

Identificar irregularidades encontradas com relação à sinalização existente, estragos nas vias, objetos estranhos ou substâncias derramadas no leito das vias de forma a comprometer a segurança do tráfego, repassando-as para que providências sejam tomadas;Conhecer o plano de circulação das diversas vias do posto, de modo a ter condições de desviar o tráfego em caso de necessidade;Orientar e advertir o usuário que cometer transgressões casuais, tais como: parar afastado da guia da calçada para embarque e desembarque de passageiros (principalmente ônibus e táxis); parar ou estacionar nas esquinas; usar indevidamente a buzina; não deslocar-se para a faixa adequada ou convergir à esquerda ou direita, dentre outras.

8. POLICIAMENTO MOTORIZADO ok

8.1 Missões do Policiamento de Trânsito Motorizado

A patrulha de trânsito é empregada em determinadas circunstâncias para cumprir missões de fiscalização, apoio, emergência, controle, observação e disciplina do trânsito, mediante o uso de viaturas com rádio, giroflex, sirene, fitas para isolamentos, cones de sinalização, coletes refletivos e lanternas de sinalização, além dos formulários previstos para o atendimento de ocorrências (B.O.U.) e acidentes de trânsito (B.O.A.T.).

Art. 29, VII CTB . Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de policia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além da prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observada às seguintes disposições: (Art. 189 CTB)

a)Quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;

b)Os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;

c)O uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;

d)A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste código.

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Obs: Resolução 268/08, legislação a respeito do tema que encontra-se em vigor.

Desrespeitar regras de trânsito, medidas de ordem policial, judicial ou administrativa. (Dec. 4.346/02 – RDE – Anexo I, n. º 82).

A patrulha de trânsito atua em um ou mais setores de policiamento, deslocando-se segundo o planejamento previamente estabelecido (cartão programa) e destina-se principalmente a:

Promover a fluidez do trânsito;Orientar convenientemente as correntes de trânsito;Suprir, temporariamente, eventuais falhas de semáforos;Facilitar a travessia de pedestres;Atender e registrar as ocorrências de trânsito e policiamento geral;Atuar no congestionamento do trânsito.

Deve se posicionar em local que fique o mais visível possível dos condutores (pontos neutros da via) que não atrapalhe a livre circulação de veículos e pedestres, portas abertas, um dos PMs fora da viatura, mantendo contato visual com toda a área ao seu redor.

8.2 Técnicas de Patrulhamento do Pol. Trânsito Urbano

A velocidade de patrulhamento mais recomendável é aquela em que a viatura desenvolve velocidade um pouco mais lenta que o normal. Nesta velocidade o Cmt da patrulha tem condições de melhor desenvolver a observação do trânsito, nas duas direções, verificar a situação dos veículos estacionados e as condições de tráfego nas vias laterais. Nas vias de sentido único, com várias faixas de fluxo, a patrulha de trânsito deve colocar-se na faixa mais a direita da via, para, através da sua presença ostensiva, desenvolver ações preventivas coibindo possíveis abusos que ocorram.

8.3 Ordem de Prevalência da Sinalização- Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: ok

Inc. I. as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;

Inc. II. as indicações do semáforo sobre os demais sinais;

Inc. III. As indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que as ordens emanadas por gestos dos policiais militares, prevalecem sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por outros tipos de sinalização.

Vale dizer que o PM, entre outras coisas, pode:

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Determinar o ingresso de veículos, com a devida segurança, na contramão de direção;Definir que a mão de direção seja o lado esquerdo da via de mão dupla;Invalidar a sinalização semafórica.

Estas prerrogativas devem ser utilizadas nos casos de congestionamentos e sinistros de grande envergadura (acidentes com bloqueio da via, enchentes, incêndios).

8.4 Emprego de Sinalização por Som nao

SINALIZAÇÃO POR SOM

SINAIS DE APITO SIGNIFICAÇÃO EMPREGO

UM SILVO BREVE SIGA LIBERAR O TRÂNSITO EM DIREÇÃO / SENTIDO INDICADO

PELO AGENTEDOIS SILVOS BREVES PARE INDICAR PARADA

OBRIGATÓRIAUM SILVO LONGO DIMINUIR A MARCHA QUANDO FOR NECESSÁRIO

FAZER DIMINUIR A MARCHA DOS VEÍCULOS

9. ATUAÇÃO NO CONGESTIONAMENTO ok

9.1. Conceito

Denomina-se congestionamento a grande concentração de veículos em determinada área, com deslocamento nulo, ou seja, a densidade é imensa e a velocidade é zero.

O maior esforço para atuação num congestionamento está na localização de sua causa. Após descoberta, os integrantes da patrulha devem eliminá-la, para o restabelecimento do tráfego à sua condição normal. O estabelecimento de prioridades, a solicitação de cobertura e de reforço policial são outras ações que podem ser requeridas.

9.2. Causas

São várias as causas para a ocorrência de um congestionamento. Dentre elas destacamos:

Veículos parados (quebrados) em pontos estratégicos da cidade, tais como pontes, viadutos, túneis, praças do centro comercial e principal corredores;Acidentes de trânsito;Veículos pesados, de carga, estacionados em fila dupla nos horários de pico em praças, principais corredores e locais estratégicos da cidade;Sinalização semafórica, desincronizada, defeituosa em interseções vitais da cidade;Casos fortuitos: quedas de árvores, postes de iluminação, aglomeração de curiosos na via em caso de incêndio, ocorrências policiais, manifestações populares e eventos públicos.

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9.3. Atuação do PMTRAN

Uma vez descoberta a causa, deve o efetivo escalado naquele determinado posto procurar sanar o problema, acionando quem de direito, advertindo condutores, autuando e notificando dependendo do caso. Em algumas situações será necessário interditar a via e desviar o tráfego para outras vias próximas. Por esta razão, é muito importante e fundamental que os PMs conheçam muito bem a área de atuação.

10. OPERAÇÕES BLITZ ok

10.1. Conceito

Consiste na fiscalização de veículos e condutores, através da verificação de documentos do condutor e do veículo e da existência e condições dos equipamentos obrigatórios. Deve ser instalada em horários que não prejudique a fluidez do trânsito.

10.2. Composição e Meios

A equipe de blitz deve ter efetivo compatível com a missão. A composição básica abaixo tem atendido satisfatoriamente a maioria das situações:

PESSOALVIA SENTIDO ÚNICO VIA SENTIDO DUPLO

01 Oficial Comandante

01 Oficial Comandante

01 Sargento Auxiliar 02 Sargento Auxiliar01 Sargento Triagem 01 Sargento Triagem02 PM Motorista 02 PM Motorista01 PM Segurança 02 PM Segurança01 PM Selecionador 02 PM Selecionador05 PM Fiscalizador 06 PM Fiscalizador04 PM Motociclista 04 PM Motociclista01 PM Triagem 02 PM Triagem17 PM efetivo total 22 PM efetivo total

MEIOS01 Viatura leve para o Comando01 Viatura micro-ônibus Triagem e transporte de

tropa05 Motocicletas01 Auto-guincho02 Hand-talk (HT) canal fechado... Equipamento de sinalização: cones, cavaletes,

placas de sinalização, de indicação,...... Equipamentos auxiliares: bafômetro, notebook,

lanternas para sinalização,...

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10.3. Locais de Atuação

Devem ser previamente estudados quanto ao índice de infrações, de acidentes verificados e de práticas de desmandos (rachas, badernas, aglomerações, bebedeiras, exibicionismos,...), capacidade de instalação da equipe na via, dificuldade de fuga por parte de infratores e ainda obedecendo às seguintes condições:

- O local deve oferecer boa visibilidade;- Não pode ser após curvas, aclives ou declives acentuados, porém, quando assim ocorrer, deve-se obedecer a uma distância de segurança e sinalizar o local o melhor possível;- A via deve ser bem sinalizada;- A via deve propiciar condições para colocação do material de sinalização, a saber: placa da REDUZA A VELOCIDADE, POLICIAIS NA PISTA, VISTORIA E FISCALIZAÇÃO, cavaletes com a placas de PARE, INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO, TÉRMINO DE FISCALIZAÇÃO, cones de balizamento e canalização de veículos a serem fiscalizados (funil), local para abordagem de veículos a serem fiscalizados, local para estacionamento de veículos encaminhados para a triagem e local para a instalação do micro-ônibus da triagem.

10.4. Montagem de Postos de Bloqueio (prática)

10.5. Tipos de Bloqueio nao

Quanto à ação policial, a Blitz podem ser:

a. De Acostamento

Neste serviço, utiliza-se o acostamento da via para o posicionamento próximo ao meio-fio. Deve-se colocar uma fila de cones no centro da via como forma de sinalização, e utilizar-se do próprio acostamento para a realização da abordagem. Recomendado para utilização em rodovias.

b. Com Barreiras Sucessivas

Caracteriza-se pela colocação de barreiras sucessivas na pista de rolamento, para bloqueio total ou parcial da pista. A equipe deve ser instalada em vias que não possuam canteiros divisórios e que são utilizados pelos condutores para a realização de “rachas”, “cavalos-de-pau” e outros desmandos.

A instalação da equipe deve preceder com boa margem de segurança à chegada dos infratores, com vistas à perfeita ocupação do terreno, em todos os seus aspectos.

c. Cerco

Operação de grande envergadura realizada em locais onde ocorre grande afluência de veículos irregulares e onde se praticam desmandos (rachas, pegas, cavalo-de-pau, excesso de velocidade) e que exigem enérgica repreensão. O efetivo da equipe é variável, de acordo com cada situação. Nos dias que antecedem a

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operação, agentes da ALI devem atuar na área para catalogação de pessoas e veículos que participam dos desmandos.

O sigilo da operação é de fundamental importância para o seu sucesso e, por esta razão, esta só deve ser repassada à tropa na hora da deflagração da operação.

O comandante da operação deve coordenar a aproximação das viaturas de forma que todas cheguem a um só tempo no local da operação, e efetivem o cerco sem que haja possibilidade de fuga por parte dos infratores. Uma vez efetivado o cerco, os veículos devem ser abordados e fiscalizados e, constatada irregularidades, estes deverão ser encaminhados à triagem.

Após o cerco, como medida de segurança, a tropa não deve se expor face ao impacto psicológico e o pânico inicial que tal operação causa aos usuários, a ponto de alguns condutores não medirem as conseqüências no afã de se evadirem do local, tentando furar o cerco. Para evitar que tal situação aconteça, a simples ocupação do terreno, com efetivo reduzido e com a necessária antecedência se constitui num eficiente procedimento que pode ser adotado.

d. Varredura

Operação realizada ao longo das vias com o intuito de detectar irregularidades no trânsito nos locais por onde se passa. É uma fiscalização itinerante e relâmpago. Sanada as irregularidades, a equipe se desloca, em comboio, para outro local. Pode ser realizada a pé, de motocicleta ou de automóvel (mais utilizada), a depender da extensão do itinerário.

As equipes devem percorrer locais de maior incidência de veículos estacionados irregularmente e onde o policiamento ordinário seja deficiente.

e. Pinçamento

Operação que se caracteriza pelo posicionamento dos fiscalizadores em locais estratégicos, em vias onde o trânsito seja volumoso e lento, com a missão de abordar condutores e veículos que apresente alguma irregularidade. Deve ser estabelecido um local próximo para montagem da triagem, local para onde os veículos com problemas devem ser encaminhados.

10.6. Atuação do PM nos Bloqueios ok

a. os sinais de braço e de apito devem ser emitidos a uma distância que possibilite ao condutor diminuir a marcha e direcionar-se ao local apropriado para a parada sem causar transtornos, manobras bruscas ou acidentes;

b. os integrantes da equipe devem ser homogêneos na fiscalização de forma que todos os veículos sejam vistoriados nas mesmas condições de modo que os equipamentos obrigatórios, solicitados por um PM, sejam os mesmos solicitados pelos outros integrante da equipe fiscalizadora;

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c. o número de veículos a serem fiscalizados não pode ser maior que o número de PMs fiscalizadores e, em decorrência disso, nenhum veículo pode ficar na fila de espera da fiscalização; quanto a isso o Sgt auxiliar comandante da pista deverá estar atento assim como o PM selecionador;

d. após fiscalizados, o PM fiscalizador deve propiciar toda a segurança para que o veículo retorne à corrente de tráfego, assegurando-lhe, conforme o caso, a preferência de passagem;

e. os integrantes da equipe de blitz devem permitir que o condutor sane as irregularidades detectadas, se assim a legislação permitir e/ou houver condições para isso no local da realização da operação, de modo a evitar que os veículos sejam apreendidos;

f. a montagem da operação blitz na via, deve ser feita sem atrapalhar a livre circulação dos veículos que dela se utilizam, com o efetivo e viaturas trabalhando dentro de uma área protegida pelo material de sinalização (cones, cavaletes, placas de sinalização,...);

g. o local destinado a triagem deve prever uma área para o estacionamento dos veículos apreendidos e/ou retidos o qual deve ser isolado; a fim de evitar danos ao patrimônio dos usuários, deverá ser designado um PM para fazer a segurança daquele local;

h. o graduado responsável pela triagem dos veículos retidos e/ou apreendidos, deve preencher um formulário padrão no qual conste a placa do veículo, o nome do condutor, o número do registro da CNH, o motivo pelo qual o mesmo foi encaminhado à triagem e o nome do PM fiscalizador; a chave do veículo deverá ser identificada e entregue na triagem por ocasião da retenção ou apreensão do mesmo, juntamente com os demais documentos fornecidos pelo condutor;

i. nas abordagens, os PMs devem observar as seguintes premissas no tocante às regras de segurança:1) não distrair a atenção em momento algum quando da realização da operação;

2) não penetrar parte do corpo (cabaça, braço, tronco) no interior do veículo;

3) não permanecer à frente ou atrás do veículo fiscalizado;

4) estar alerta às ações do condutor, de outros condutores, do trânsito de veículos e das ações de passageiros e curiosos;

5) postar-se, no diálogo com o condutor, atrás deste e, dessa forma, obrigá-lo a olhar para trás, observando o que está manuseando e nos movimentos que executa com as mãos;

j. se o veículo foi apreendido, em função da lei, o PM fiscalizador deverá preencher o IAV sempre se fazendo acompanhar pelo condutor do veículo apreendido, momento em que solicitará que o mesmo retire todos os seus pertences pessoais deixando no veículo apenas os equipamentos de porte obrigatório;

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l. todas as ações efetivadas devem ter o embasamento legal e, para tanto, o comandante da operação deve possuir conhecimento da legislação de trânsito em vigor.

10.7. Regras de Postura e Compostura ok

Conceitua-se postura como a posição do corpo, atitudes, gestos, aspecto físico e a compostura como serenidade, comedimento, procedimento e principalmente comportamento.

Para tanto devem ser observados os seguintes aspectos:

a)o PM não deve se encostar ou debruçar-se sobre os veículos para efetuar autuações;b)os PMs devem tratar os condutores com educação, urbanidade e serenidade, sendo respeitoso a atencioso para com o usuário; os conselhos, advertências e críticas não podem ofender o infrator;c)mesmo que o usuário solicite o contrário das ações que deverão ser praticadas por força de lei, todas as situações devem ser tratadas em público o que revela a transparência dos atos;d)os PMs devem aceitar somente os documentos solicitados, evitando-se, com isso, apanhar carteiras e bolsas;e)os PMs jamais deverão demonstrar nervosismo, falta de paciência, e principalmente, falta de conhecimento da legislação de trânsito, sempre informando aos usuários os motivos legais de suas ações.

11. TIPOS DE FISCALIZAÇÃO nao

A fiscalização de uma patrulha de trânsito pode ser desenvolvida em subsetores ou em pontos-base, sempre cumprindo um cartão programa pré- estabelecido.

11.1 Estática

No ponto-base a patrulha inclui a observação para detectar o comportamento dos usuários, condutores de veículos. A observação estática pode ser visível, conspícua e oculta:

Visível: aquela em que o observador permanece em total visibilidade para os usuários e normalmente é a mais recomendada e utilizada;

Conspícua: aquela em que o observador está visível, mas que o motorista precisa desenvolver algum esforço para localizá-lo; pode ser utilizada com alguns cuidados;

Oculta: aquela em que o observador está escondido e não pode ser visto pelo motorista que se aproxima; não deve ser utilizada pois caracteriza a chamada “indústria da multa” onde o sentido da fiscalização é esquecido.

11.2 Dinâmica

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É a fiscalização realizada em movimento onde o PM realiza patrulhamento devendo criar a impressão no público de que está alerta e que estuda o tráfego que vai passando. A maneira como se deslocar ou de como se posicionar no terreno facilita a observação e permite ao público identificar, de relance, o policiamento ostensivo, sentindo sua presença protetora, como também inibe o mal condutor de cometer infrações.

A extensão dos efeitos de fiscalização depende daquilo que os condutores de veículos acreditam que o PM poderia fazer em relação às infrações praticadas ou da reputação que a PM tem perante a comunidade local de agir ou não. A principal característica da fiscalização dinâmica é sua presença vista em vários pontos facilitando a vistoria de vários locais no seu turno de serviço, o que provoca profundo efeito psicológico na comunidade, pois uma única patrulha pode ser vista por mais pessoas.

A patrulha de trânsito deve evitar a perseguição do infrator, uma vez que os danos e riscos provocados não justificam a ação, mormente quando se pode anotar a placa do veículo ou adotar outras formas de abordagem (cerco, acionamento de outras patrulhas, p-2,...).

12. ABORDAGENS DE VEÍCULOS

12.1. Documentos de Porte Obrigatório

São documentos de porte obrigatório do condutor do veículo, segundo o CTB combinado com a Resolução do Contran n.º 205/06 e 235/07.

1) Autorização, Permissão para dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação, válida exclusivamente no original;

2) Certificado de Registro e Licenciamento Anual de Veículo – CRLV, no original;

12.2. Fiscalização de Documentos nao

A verificação dos documentos vincula-se as normas e modelos previstos na legislação vigente devendo o agente fiscalizador observar os seguintes quesitos:

1) Autenticidade do documento apresentado;2) Assinatura da autoridade expedidora;3) Órgão expedidor;4) Talho doce e qualidade do papel (papel moeda);5) O Número de série da cédula e do documento;6) Selo de cartórios;7) Existência de rasuras ou adulterações;8) Validade do exame médico (CNH);9) Datas de emissão, 1ª habilitação, categoria, número de registro e

necessidade de uso de lentes ou adaptação do veículo;10) Autenticidade de GRs e canhotos bancários.

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Em caso de suspeita de adulteração deverão ser adotados os procedimentos legais cabíveis, inclusive com encaminhamento do portador para a Delegacia de Polícia Especializada ou da área. Art. 297, CP (falsificação de Doc. Público) Art. 304 CP (uso de Doc. falso) Art. 311 CP (adulteração sinal identificador).

13. PROCEDIMENTOS PARTICULARIZADOS

13.1 EMBRIAGUEZ AO VOLANTE

Alterações inseridas pela Lei 11.705, de 19 de Junho de 2008.

a) Procedimentos administrativos

Passaremos agora a discorrer breves considerações sobre o conteúdo dos Arts. 165, 276 e 277, do Código de Trânsito Brasileiro, alterados pela Lei 11.705, de 19 de junho de 2008. Os quais definem a aplicação de penalidades na esfera administrativa, nas ocorrências em que envolvam condutores de veículo automotor com concentração de álcool no sangue.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código.

Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos.

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado.

§ 1o Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.

§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.

§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.

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Obs: Os destaques em negrito traduzem as alterações promovidas pela Lei 11.705, em relação ao texto dos dispositivos do CTB e da Lei 11.275/06.

Assim estabeleceu-se que todos os condutores que se envolverem em acidente de trânsito ou forem alvo de fiscalização, sob suspeita de estar dirigindo sob a influência de qualquer concentração de álcool no sangue, serão submetidos a teste de alcoolemia e se comprovado estarão sujeitos as penalidades do Art. 165, do CTB.

Cabendo a observação quanto ao disposto no Decreto 6.488, que entrou em vigência no dia 20 de junho de 2008, definindo uma margem de tolerância de 0,10 (um décimo) de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões, no caso de teste em aparelho de ar alveolar pulmonar.

Desta forma é importante saber que somente caberá a aplicação da sanção administrativa do Art. 165, CTB, para aquele motorista que for submetido a teste de alcoolemia e apresentar uma quantidade acima da margem de tolerância permitida pelo decreto.

Na hipótese do condutor se recusar a realizar os exames, o agente de trânsito lavrará o Auto de Infração Art. 165, CTB, sendo neste caso observado o constante no Art. 277, § 3º, CTB e ainda confecção do laudo de constatação dos notórios sinais de embriagues (folha F) e termo de recusa. (Res. 206/06).

b) Procedimentos Criminais

Os dispositivos abaixo elencados estabelecem as alterações ocorridas no Código de Trânsito Brasileiro, mais especificamente no capitulo dos crimes de trânsito, fundamentado pela Lei 11.705.

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

§ 1o  Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: 

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; 

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; 

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). 

§ 2o  Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.

Art. 306.  Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de  álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único.  O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. 

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Quanto à parte criminal, o Art. 291,do CTB, vem definir que não se aplicará aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa os benefícios da composição civil e da transação penal constante da Lei 9099/95, estando o agente enquadrado nas hipóteses dos incisos I, II e III, do artigo em questão. Cabendo submeter o envolvido ao teste de alcoolemia, e sendo constatado concentração acima de 0,10mg/L, deverá ser encaminhado a delegacia, para a abertura de inquérito policial.

Em ocorrendo a recusa do condutor envolvido no acidente de realizar o teste de alcoolemia, deverá ser realizado termo de constatação e encaminhado para a delegacia de policia, com o preenchimento do B. O. U de forma circunstanciar os sinais de embriaguez e autuação Art. 165, CTB.

Por fim, é importante ressaltar que o legislador na alteração do Art. 306, CTB, estabeleceu que no caso dos condutores que apresentarem concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas (0,30mg/L ou mais por litro de ar expelido dos pulmões) a penalidade será de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo. Procedendo então a confecção do auto de infração do Art. 165, CTB e encaminhamento a delegacia de policia.

No caso de recusa na realização do teste de alcoolemia, aplica-se apenas a autuação do Art. 165, CTB, com devido termo de constatação dos notórios sinais de embriaguez, não realizando o encaminhamento para a delegacia.

14. LEVANTAMENTO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO URBANO E RODOVIÁRIO não

14.1. Conceito

É todo fato ocorrido entre veículos, pessoas ou animais e ainda entre veículos e obstáculos, em vias terrestres abertas à circulação pública e que resultem em danos materiais ou pessoais às partes envolvidas ou a terceiros. (ABNT)

14.2. Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito (B.O.A.T.)Documento oficial destinado ao registro dos acidentes de trânsito ocorridos nas

vias públicas. Compõe-se dos seguintes formulários:

FOLHA A: informações sobre dia do acidente, número de veículos envolvidos, hora, local, tipo do acidente, dado dos veículos, dos condutores e avarias dos veículos.

FOLHA B: dados das vítimas e das testemunhas, quando houver.

FOLHA C: descrição do fato, com o nome das vias, sentido de tráfego dos veículos, resultado do acidente, quem forneceu os dados, documentos complementares, condições das vias, providências adotadas.

FOLHA D: croqui (representação gráfica do local), preenchido no local do acidente, com desenhos detalhados das vias, posição final veículos ou pessoas em óbitos e sinalização existente.

14.3. Procedimentos quando da chegada no local

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1)Sinalização do Local / Socorro às Vítimas

Ao chegar ao local de acidente, deve-se posicionar a viatura em local visível e realizar a sinalização da via com cones, a fim de evitar novos acidentes, bem como de forma simultânea realizar o acionamento do Siate, para atendimento das vitimas.

Para sinalizar o local devem ser utilizados todos os meios disponíveis, próprios para sinalização como cones, triângulos, placas, refletores ou meio de improviso, também conhecidos como meios de fortuna (galhos de árvores, latas de óleo ou querosene e estopa com fogo).É importantíssimo ao sinalizar o local do acidente que o PM consiga reduzir a velocidade dos demais usuários da via.

2)Identificação dos Envolvidos

Ao chegar no local do acidente, o PM deverá verificar quais são os veículos envolvidos e seus respectivos condutores, solicitando-lhes os documentos de porte obrigatório previstos na legislação vigente.

3)Identificação das TestemunhasNo local do acidente o PM deverá arrolar possíveis testemunhas que

presenciaram os fatos pertinentes ao acidente.

4)Coleta de InformaçõesDeverão ser colhidas no local o maior número de informações possíveis sobre

o acidente.

5)Dados para Elaboração do Croqui

Após todos os procedimentos acima descritos, o PM deverá tirar todas as medidas necessárias para a elaboração do croqui.

6)Desobstrução da PistaApós a coleta dos dados acima, os veículos deverão ser retirados da pista a

fim de liberar o trânsito dos demais veículos, sempre que possível, pois em caso de óbito aguardar a chegada da polícia técnica.

7)Preenchimento do B.O.A.T.Somente após a realização dos itens acima é que o PM dará início ao

preenchimento do B.O.A.T.

14.4. Tipos de Acidentes de Trânsito

ABALROAMENTO: é o impacto lateral ou transversal entre dois ou mais veículos em movimento.

ATROPELAMENTO: acidente em que o veículo em movimento colhe uma pessoa;

CHOQUE: é o impacto de um veículo, em trânsito contra qualquer obstáculo fixo, inclusive com outro veículo parado ou estacionado;

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COLISÃO: é o impacto entre dois veículos em movimento, podendo ser frontal ou traseira.

CAPOTAMENTO: ocorre quando um veículo em movimento gira em torno de si mesmo em qualquer sentido, ficando com as rodas para cima, mesmo que momentaneamente, repousando em seguida em qualquer posição;

TOMBAMENTO: acidente em que o veículo tomba em qualquer sentido girando aproximadamente 90 graus, mesmo que retorne a posição inicial;

ENGAVETAMENTO: ocorre quando três ou mais veículos, transitando no mesmo sentido, pela mesma via, se envolvem em sucessivas colisões traseiras;

QUEDA DE PASSAGEIRO: pessoa embarcando, desembarcando ou no interior (sentada ou em pé) ou na parte externa do veículo que venha a sofrer ferimento em decorrência da variação do movimento irrompido pelo veículo que ocupava;

14.5 Preenchimento do B.O.A.T.

14.6. Procedimentos Particularizados

a. condutor hospitalizado

Deverá o B.A.T. ser preenchido com o maior número de dados possíveis do citado condutor, sempre citando a fonte da informação. Se possuírem dados confiáveis e o condutor comprovadamente estiver enquadrado em uma das hipóteses do Art. 162, deverá ser lavrado o respectivo Auto de Infração. Com relação ao Art. 163, só será lavrado o Auto de Infração caso o proprietário do veículo se encontre no local.

b. condutor ausente

Quando a equipe de levantamento chegar ao local do acidente e o condutor não estiver presente, não sendo possível saber do seu destino, deverá ser escrito no campo referente à identificação do condutor “CONDUTOR AUSENTE”. Na folha “C” quanto à observação deverá ser descrito: “O condutor do Vx não se encontrava no local quando da chegada desta equipe, não comparecendo até o final deste levantamento”.

Quando o condutor comparecer no local após a chegada da equipe, coletar-se-á todos os seus dados normalmente, sendo que deverá ser observado na folha “C”, que tal condutor compareceu no local após o início do levantamento (dizer do momento).

c. ausência de condutor e veículo

Quando no local de acidente não se encontrar algum dos veículos envolvidos, deverá ser preenchido o B.A.T. com as informações colhidas no local, sempre citando a fonte e no caso de testemunhas colhendo suas declarações por escrito.

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d. veículo estacionado

Não constará condutor mas sim os dados do responsável na folha “C”. É tratado como objeto, sendo que deverá estar com sua documentação em dia, pois está na via pública.

No campo referente a condutor, na folha “A”, deverá estar descrito “VEÍCULO ESTACIONADO”.

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Constituição da República Federativa do Brasil-1988

Lei n. º 9.053 de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro.

Nota de Instrução n. º 05 - PM/3 - PMPR, 1996.

Rizzardo, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro- 4ª. ed. São Paulo: Ed. RT, 2003.

Manual de Habilitação- DETRAN/PR 1ª Edição – 2005.

Fernandes, Rogelho Aparecido. Apostila de Manutenção de 1º e 2º Escalão. 2ª Edição. Apucarana: 10º BPM, 2001.

BETTIO, Vinicius. Apostila de TPM de Trânsito. 2º CFO – APMG – 1997.

REFLEXÃO:

“ É inteiramente ilusório supor que se pode resolver o problema dos acidentes de

trânsito através da intimidação penal. A repressão através da pena criminal é

apenas um dos elementos de controle, e seguramente não é o mais importante.

O policiamento ostensivo impede mais acidentes que qualquer norma penal ”

( Parecer nº 400, Comissão Especial do Senado)

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