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SEGURANÇA PATRIMONIAL SEGURANÇA FÍSICA E DE INSTALAÇÕES: A Segurança de Instalações é antes de tudo, uma atitude preventiva que envolve uma série de conhecimentos, mecanismos e reflexos a serem utilizados no momento preciso. A proteção contra atos destrutivos ou danosos ao patrimônio constitui a essência de uma atividade que, seja através de formas primitivas ou improvisadas, seja através de um sistema orgânico de medidas modernas ou sofisticadas, é conhecida como Vigilância. Segurança Condição daquele que está livre de exposição do perigo; ato ou efeito de segurar; estado, qualidade ou condições de seguro; condição daquele ou daquilo em que se pode confiar; garantir um meio de proteção. Conceitos Segurança Física de Instalações é o conjunto de medidas e atividades empregadas, por intermédio de um planejamento prévio e constante fiscalização, com a finalidade de se dotar uma instalação com um nível de segurança adequada e necessária. Segurança Pessoal é um conjunto de ações preventivas, adotadas com vistas à assegurar a integridade física, mental ou moral de si ou de outrem. A segurança Patrimonial é o conjunto de atividades do ramo da segurança que tem como objetivo prevenir e reduzir perdas patrimoniais em uma determinada organização. É considerada estratégica em determinadas situações, já que as perdas patrimoniais podem cessar as atividades da empresa. Seu valor na cadeia estratégica aumenta de acordo com o valor agregado do produto final comercializado pela empresa.

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SEGURANÇA PATRIMONIAL

SEGURANÇA FÍSICA E DE INSTALAÇÕES:

A Segurança de Instalações é antes de tudo, uma atitude preventiva que envolve uma série de conhecimentos, mecanismos e reflexos a serem utilizados no momento preciso. A proteção contra atos destrutivos ou danosos ao patrimônio constitui a essência de uma atividade que, seja através de formas primitivas ou improvisadas, seja através de um sistema orgânico de medidas modernas ou sofisticadas, é conhecida como Vigilância.

Segurança

Condição daquele que está livre de exposição do perigo; ato ou efeito de segurar; estado, qualidade ou condições de seguro; condição daquele ou daquilo em que se pode confiar; garantir um meio de proteção.

Conceitos

Segurança Física de Instalações é o conjunto de medidas e atividades empregadas, por intermédio de um planejamento prévio e constante fiscalização, com a finalidade de se dotar uma instalação com um nível de segurança adequada e necessária.

Segurança Pessoal é um conjunto de ações preventivas, adotadas com vistas à assegurar a integridade física, mental ou moral de si ou de outrem.

A segurança Patrimonial é o conjunto de atividades do ramo da segurança que tem como objetivo prevenir e reduzir perdas patrimoniais em uma determinada organização.

É considerada estratégica em determinadas situações, já que as perdas patrimoniais podem cessar as atividades da empresa. Seu valor na cadeia estratégica aumenta de acordo com o valor agregado do produto final comercializado pela empresa.

As tarefas de um processo de segurança patrimonial mais comum são:

controle de acessos (pedestres, mercadorias e veículos); controle de materiais e estoque; prevenção de furtos e roubos; vigilância ostensiva;

A segurança deverá ser observada em dois aspectos, interna e externa.

Segurança Interna: As ameaças internas podem ser consideradas como o risco número um à segurança. Um bom programa de segurança física é o passo inicial para a defesa da corporação no sentido de proteger as suas informações contra acessos indevidos. Este programa deve iniciar através da realização de uma análise de risco. Uma visita às dependências da empresa pode fornecer resultados interessantes. Os seguintes elementos devem ser checados durante esta análise: portas das salas trancadas, mesas e armários trancados, estações de trabalho protegidas contra acessos indevidos, disposição e proteção das

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mídias magnéticas de armazenamento, cabeamento de rede padronizado e seguro, informações protegidas (em meio magnético e papel), documentos sobre as mesas, descarte de informações (se existem trituradoras de papéis), áreas de circulação de visitantes, áreas restritas etc.

Segurança Externa:

Diz respeito a localização física da empresa ou ao órgão: posição geográfica das instalações (rios, estradas, elevação, condição climática, etc.)

Configuração sócio-econômica da cidade, estado, país (população vizinha, status social, área urbana ou rural, instalações policiais, índices de criminalidade).

Estas variáveis externas são consideradas como incontroláveis, pois a empresa não tem condição de dominar, pode no máximo influenciar.

Após este levantamento, o resultado da análise deve apontar o grau do risco a que a empresa está exposta em decorrência das ameaças referentes à segurança física. De acordo com as áreas de maior risco (aquelas que podem causar prejuízos ao negócio se um evento motivado por falha na segurança física acontecer), os investimentos devem ser direcionados para que o risco seja minimizado.

Por exemplo, pode ser que haja a necessidade de se adquirir equipamentos de controle de acesso baseado em autenticação biométrica para áreas críticas e de circulação restrita, como sala de servidores, alta direção da empresa etc. As medidas de correção e equipamentos necessários devem ser adquiridos com base no custo-benefício que proporcionam. Para alguns casos, o prejuízo decorrente de um evento é inferior ao valor do investimento a ser feito nas medidas de correção, o que nos faz enxergar com clareza que neste caso, o melhor seria ignorar o risco.

Antes de entrarmos na questão específica da Segurança Patrimonial é importante que façamos algumas observações sobre a Segurança num sentido mais lato. Se considerarmos que as empresas são estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviços, que têm fins lucrativos, e que são regidos dentro de normas técnicas específicas, é importante que tenhamos uma noção do que venha a ser a Segurança Institucional como um todo.

1 A SEGURANÇA PATRIMONIAL

1.1 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS

1.1.1 NECESSIDADES PRIMÁRIAS

As necessidades qualificadas como primárias são aquelas sem as quais o ser humano simplesmente não consegue sobreviver e manter-se de forma estável em seu habitat. São as seguintes:

a) Necessidades Fisiológicas: As necessidades fisiológicas, como a própria designação diz, são as necessidades do físico, ou seja, alimentar-se, repousar, abrigar-se das intempéries e reproduzir-se (instinto sexual). Até aqui não existem muitas diferenças entre o ser humano e os animais irracionais, ou seja, são necessidades capazes de garantir a sobrevivência imediata.

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b) Necessidades de SEGURANÇA: Uma vez satisfeitas as necessidades do físico, a primeira necessidade que o ser humano passa a sentir é a de segurança. No entanto, a segurança descrita aqui por Maslow é uma segurança no sentido lato, ou seja, não apenas a segurança contra a violência e a criminalidade, mas também a segurança contra qualquer ameaça ou perigo, como doenças, desemprego, situações difíceis ou simplesmente o desconhecido.

1.1.2 NECESSIDADES SECUNDÁRIAS

As necessidades qualificadas como secundárias são aquelas que completam e realizam o ser humano, mas não são indispensáveis à sua sobrevivência animal. São as seguintes:

a) Necessidades Sociais: Uma vez satisfeitas as necessidades primárias, a primeira necessidade que o ser humano passa a sentir é a de relacionar-se, ter amigos, trabalhar, constituir uma família. São as chamadas necessidades sociais.

b) Necessidades de Estima ou Afeto: A partir do momento em que o ser humano passa a viver em sociedade, uma nova necessidade se manifesta, ou seja, não basta ter uma vida social, é preciso ser estimado, admirado, amado ou reconhecido.

c) Necessidades de Auto-realização: Finalmente – e uma vez supridas as outras necessidades – o ser humano passa a querer realizar-se como pessoa, criando, revolucionando ou simplesmente realizando seus desejos mais íntimos.

No entanto, é importante observar que a segurança abordada por Maslow é uma segurança no sentido genérico, ou seja, todo e qualquer evento que possa ameaçar o ser humano. Aqui, no entanto, trataremos de uma segurança específica, a Segurança Patrimonial.

Como a atividade de segurança patrimonial está enquadrada dentro da atividade empresarial, com ou sem fins lucrativos, aplicam-se a ela todos os princípios da Segurança Empresarial como um todo, apenas com as devidas áreas de concentração, que devem ser ressaltadas.

2 A SEGURANÇA PATRIMONIAL

2.1 CONCEITO DE SEGURANÇA EMPRESARIAL

Conceituar o que quer que seja é sempre uma tarefa difícil e as discordâncias são inevitáveis. No entanto, profissionais de Segurança de todo mundo, concordam que uma boa definição de Segurança Empresarial pode ser a seguinte:

“Conjunto de Medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma empresa, estejam livres de danos, interferências e perturbações”

O conceito acima, aparentemente simples, reveste-se, no entanto, de grande profundidade e complexidade. Vamos analisar individualmente cada uma das designações grifadas em negrito.

a) Conjunto de Medidas: A segurança só é eficiente se for sustentada sobre um conjunto de medidas, onde umas possam influenciar outras. Assim, a segurança isolada ou localizada geralmente não é eficiente. Não adianta ter uma boa segurança na portaria, por exemplo, se o sistema anti-furto simplesmente não existe. Não adianta muito ter uma vigilância de primeira qualidade se a instituição empresarial simplesmente não possui um bom sistema de prevenção e combate a incêndios. Assim, as chamas podem queimar e consumir toda a empresa, incluindo aí, muitas vezes, o próprio vigilante. Por isso, a segurança só

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será eficiente se for organizada dentro de um conjunto de medidas inter-relacionadas e complementares.

b) Estado: Estado é diferente de situação. Enquanto a situação é sempre localizada e passageira, o estado é sempre abrangente e permanente. Assim quando uma pessoa diz que “está passando por uma situação difícil”, ela está querendo dizer que, sobre aquele assunto específico e naquele momento as coisas não estão bem, mas que podem melhorar de uma hora para outra. Estamos assim diante de uma situação. Por outro lado, quando uma autoridade decreta um “Estado de calamidade pública”, ela está dizendo que a situação é genérica, abrangente e não tem data certa para ser alterada. Isso diferencia situação de estado. Assim uma empresa não deve ter situações de segurança, mas sim um estado de segurança, ou seja, a segurança deve abranger toda a empresa por todo o tempo. Só assim a segurança será eficiente e cumprirá sua função no ambiente empresarial.

c) Interesses Vitais: Vital, vem de “vida”, assim, interesses vitais são todos aqueles que são indispensáveis para manter a empresa viva e em atividade. Infelizmente no meio empresarial há um conceito de segurança meramente patrimonial, com a adoção de medidas contra furtos, assaltos, incêndios e coisas do gênero mas, na maioria das vezes, não existem medidas capazes de proteger os negócios da empresa, que, em última análise é o que mantém a empresa funcionando. De nada adianta manter grandes instalações, super protegidas, se a empresa simplesmente perder seu mercado, em razão de atos de espionagem e concorrência desleal. Assim a segurança dos negócios (inteligência) é tão importante quanto a segurança patrimonial (física).

d) Danos,Interferências e Perturbações: Finalmente, esse estado, criado por um conjunto de medidas, deve proteger os interesses vitais da organização empresarial de danos, interferências e perturbações.

Os danos geralmente estão relacionados a perdas materiais, como furtos, roubos, acidentes, incêndios e outras ocorrências capazes de causar prejuízo material à empresa.

As interferências, regra geral, estão relacionadas a atos de espionagem, sabotagem, furto de informações e concorrência desleal, ou seja, atos capazes de interferir nos negócios da empresa, causando-lhe prejuízos financeiros.

As perturbações estão sempre relacionadas com aquelas situações que alteram, ameaçam ou interrompem as atividades normais da empresa, geralmente com prejuízos financeiros, como greves, paralisações, alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, entre outros eventos.

2.2 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA

Uma das grandes dificuldades enfrentadas por Profissionais de Segurança de todo o mundo é convencer o empresário ou dirigente de uma instituição de que empregar dinheiro em Segurança, se constitui num investimento e não em um gasto.

Um método que tem dado resultado é fazer um demonstrativo ao empresário, dos inúmeros benefícios que uma empresa é capaz de gerar à sociedade e, ao mesmo tempo, os inúmeros riscos a que ela está exposta.

Vamos começar aqui, enumerando os benefícios. De uma forma geral, pode-se dizer que uma organização empresarial é capaz de proporcionar, entre outros, os seguintes benefícios à comunidade:

a) Lucro aos acionistas ou proprietários

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b) Geração de empregos diretos e indiretos

c) Desenvolvimento tecnológico

d) Crescimento do comércio local, em razão do aumento do poder aquisitivo da população.

e) Aumento de agências bancárias, em razão do aumento do fluxo de dinheiro no meio circulante.

f) Melhoria da infra-estrutura, como estradas, portos e aeroportos, para o escoamento da produção.

g) Investimento em atividades esportivas

h) Apoio a iniciativas comunitárias

i) Incentivo à cultura

j) Aquecimento da economia, de uma forma geral, gerando maiores e melhores perspectivas de consumo.

Até aqui os benefícios. No entanto, essa organização, capaz de gerar tantos benefícios à sociedade e ao país, está, ao mesmo tempo, exposta a inúmeros riscos e perigos, que se não forem previstos, evitados ou administrados com eficiência podem causar sérios prejuízos, ou até mesmo a extinção, dessas organizações. De uma forma geral, podemos dizer que uma organização empresarial está exposta, entre outros, aos seguintes riscos e perigos:

a) Incêndios, capazes de causar desde riscos materiais consideráveis até a destruição completa das instalações, podendo ocorrer, ainda a perda de vidas humanas.

b) Furtos, internos ou externos.

c) Assaltos, que podem inclusive por em risco a vida de funcionários e dirigentes.

d) Atos de espionagem e concorrência desleal, que podem por a perder, anos de trabalho e investimentos.

e) Penetração não autorizada em sistemas informatizados, provocando danos ou praticando fraudes.

f) Atos de terrorismo

g) Sabotagem e Chantagem

h) Greves violentas e paralisações provocadas intencionalmente.

i) Alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, prejudicando a produção e ensejando a prática de crimes.

j) Epidemias e contaminações coletivas

k) Acidentes, explosões e desabamentos.

l) Seqüestros de dirigentes da empresa.

Como se pode ver, numa análise atenta de custo/benefício, é muito importante o investimento na segurança das atividades empresariais. A se lamentar apenas que, nem sempre, as pessoas de direito têm uma exata percepção dessa necessidade.

No entanto, o que estamos falando aqui não é nenhuma novidade. Já no ano de 1916, Henri Fayol, considerado um dos pais da moderna Administração, em razão de ter sido o fundador da Escola Clássica da Administração, já alertava o meio empresarial para a necessidade de se manter sistemas eficientes de segurança nas empresas.

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2.3 A SEGURANÇA NA OBRA DE FAYOL

Henri Fayol era francês, nascido em Constantinopla, então sob domínio da França, em 1841. Formou-se em engenharia de minas aos 19 anos de idade e passou a trabalhar em diversas empresas metalúrgicas e carboníferas da França. Durante seu trabalho nessas empresas, Fayol adquiriu o hábito de tomar notas de todos os detalhes que chamavam sua atenção, sempre objetivando uma melhoria da produção e da administração. Com base nessas anotações, Fayol lançou o seu livro “Administração Industrial e Geral”, dando início assim à Escola Clássica da Administração.

Não vamos fazer maiores considerações sobre os detalhes das teorias de Fayol, mesmo porque esse não é o nosso objetivo aqui. Sob o ponto de vista da Segurança, é importante ressaltar que, já naquela época, Fayol considerou a atividade de Segurança, como essencial, dentro de uma organização empresarial.

2.4 SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL E NO EXTERIOR

Muito embora esse gênio da Administração, que foi Henri Fayol já ter previsto, a tanto tempo, a necessidade de se manter sistemas eficientes de segurança no meio empresarial, infelizmente, no Brasil, essa atividade tem sido relegada a um segundo plano pela maioria das empresas.

Observe-se também que Fayol não colocou nenhuma função como dependente da outra. Assim, a atividade de Segurança, segundo Fayol, está em pé de igualdade com as demais funções dentro da empresa.

No Brasil, é possível observar que as outras funções são contempladas com cargos de direção e gerência dentro das empresas, enquanto a segurança geralmente é contemplada apenas com um modesto cargo de chefia.

As áreas Técnicas, Administrativas, Comerciais e Financeiras são contempladas com cargos de diretoria. As funções contábeis são contempladas com cargos de gerência, enquanto as funções de Segurança são contempladas apenas com um cargo de Chefia, assim mesmo dentro de apenas um dos aspectos da Segurança Empresarial (segurança patrimonial), quando se sabe que a segurança de uma empresa não se limita apenas à proteção de seu patrimônio físico, como veremos mais adiante.

Em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa, a Segurança Empresarial é tratada da forma mais profissional possível, com a existência de cursos de graduação e pós-graduação especificamente em Segurança Empresarial, naqueles países.

No Brasil, felizmente, algumas universidades já estão começando a entrar na área de ensino da segurança empresarial. Universidades como a Fundação Álvares Penteado, de São Paulo, Universidade Estácio de Sá e Fundação Getúlio Vargas, ambas do Rio de Janeiro, já oferecem cursos de pós-graduação e MBA em algumas áreas da Segurança Empresarial. É possível que em outras regiões do Brasil também já existam outras instituições de ensino que também ministrem cursos na área de Segurança.

2.5 SEGURANÇA TRIDIMENSIONAL

Como já dissemos anteriormente, no Brasil, infelizmente, confunde-se a Segurança Empresarial ou Institucional com a Segurança Patrimonial, simplesmente. Quando conceituamos a Segurança Empresarial ou Institucional, dissemos que ela tem por função

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proteger os “interesses vitais” da empresa, ou seja, tudo aquilo que diz respeito à vida da empresa e não apenas seu patrimônio físico.

Assim, podemos dizer que a Segurança Empresarial ou Institucional possui três dimensões que poderíamos classificar da seguinte forma:

a) Segurança Física (Patrimonial)

b) Segurança Estratégica (Inteligência)

c) Segurança Especial (Complementar)

Uma empresa ou instituição que organizar e administrar essas áreas, ainda que com algumas alterações superficiais ou pontuais, estará certamente contando com um sistema de segurança satisfatório.

Aqui trataremos especificamente da Segurança Patrimonial, ou seja da segurança das instalações e do patrimônio físico da empresa.

3 PROTEÇÃO PERIMETRAL

(Medidas de Segurança Física de Instalações)Barreiras Naturais e Artificiais

3.1 A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO FÍSICO

A primeira providência a ser adotada pela empresa, na organização de um bom sistema de Segurança Patrimonial, é proteger suas instalações de violações ou acessos não autorizados, o que deve ser feito através de um eficiente sistema de Proteção Perimetral, que nada mais é do que o cercado colocado em torno das instalações do estabelecimento.

A Proteção Perimetral tem por função proteger o local contra acessos não autorizados, obrigando dirigentes, funcionários, visitantes e fornecedores a entrarem na empresa por locais determinados para cada um.

A Proteção Perimetral deve ser forte e resistente o suficiente para impedir ou dificultar sua violação por vândalos ou delinqüentes e impedir acessos não autorizados.

3.2 BARREIRAS

São obstáculos que se colocam entre aquilo que se quer proteger do elemento estranho, para dificultar ou impedir a entrada de pessoa em áreas do estabelecimento. Servem para identificar e marcar os limites externos da área a ser protegida. Podem ser: Barreiras Naturais e Barreiras Artificiais.

3.3 TIPOS DE CERCADO

De uma forma geral, são utilizados numa Proteção Perimetral um dos seguintes materiais:

a) Muros

b) Alambrados

c) Grades

d) Estrutura de madeira

e) Estacas de concreto

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f) Cercas de arame farpado

Os materiais mais utilizados em Proteção Perimetral são, no entanto, o muro, a grade e o alambrado. Vamos conhecer as vantagens e desvantagens de cada um.

MATERIAL VANTAGENS DESVANTAGENS

Muros Resistência

Difícil Violação

Alto Custo

Nenhuma visibilidade interna ou externa

Grades Resistência

Visibilidade interna e externa

Difícil Violação

Alto Custo

Alambrados Baixo Custo

Fácil Instalação

Visibilidade interna e externa

Pouca Resistência

Fácil Violação

Normalmente, nas empresas é comum a utilização do alambrado, por sua praticidade e baixo custo.

Outra vantagem do alambrado, é que ele permite que o pessoal da segurança veja o que se passa do lado de fora da empresa, podendo identificar, assim, possíveis suspeitos nas redondezas ou mesmo prever e antecipar-se a alguma ameaça ou atentado.

O cercado deve ser alto o suficiente para impedir sua transposição por pessoas estranhas. Recomenda-se a altura mínima de 3,00 metros, podendo chegar até 5,00 metros.

No topo do cercado deve ser colocada uma rede de proteção, que pode ser de arame farpado ou qualquer outro material que cumpra a mesma função.

3.4 ZONA LIVRE INTERNA E EXTERNA

É importante observar a Zona Livre Interna e a Zona Livre Externa. A primeira é o espaço existente entre o cercado e as instalações da empresa e o segundo é o espaço existente entre o cercado e a via pública.

No primeiro caso, a metragem ideal a ser observada é em torno de 15 metros e no segundo, algo em torno de 4 a 5 metros.

Essas medidas são necessárias para manter um espaço vazio entre o cercado e a via pública e entre o cercado e as instalações da empresa, obrigando assim um eventual invasor a ter que se expor em campo aberto, o que chamaria a atenção do pessoal de segurança.

Observe-se, no entanto, que nem sempre isso é possível, principalmente para empresas que já estão construídas e em atividade, mas é uma regra fundamental a ser seguida para futuras edificações.

3.5 CONDIÇÕES DO TERRENO

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O terreno deve ser preferencialmente plano, evitando buracos, morros ou acidentes geográficos capazes de ocultar um invasor, principalmente no período noturno.

Caso o terreno em torno da empresa seja muito acidentado, é necessário providenciar uma terraplanagem. O ideal é que o terreno seja cimentado ou coberto de grama.

3.6 ÁRVORES E VEGETAÇÕES

Evite tanto quanto possível a existência de árvores ou vegetações nas proximidades da proteção perimetral. Pode ser bonito, mas também contribui para ocultar invasores, bombas, aparelhos de escuta ou outras ameaças à empresa.

No entanto, é necessário tomar muito cuidado com essas questões, para que não ocorra uma violação da lei ambiental. Assim, antes de cortar árvores ou vegetações existentes na empresa, é necessário consultar os órgãos de fiscalização ambiental para verificar se isso é possível sob o ponto de vista legal.

3.7 ALARMES E DETECTORES

Além da utilização dos materiais e métodos adequados, é importante instalar também alguns equipamentos eletrônicos, capazes de denunciar a presença de invasores nas proximidades da proteção perimetral.

Existe no mercado um grande número desses produtos, cabendo à empresa escolher os modelos que mais se adaptam à sua realidade, observando sempre os parâmetros de qualidade, funcionalidade e custos.

Existem basicamente dois tipos de equipamentos que cumprem essa finalidade:

a) Sistemas eletrônicos de detecção de invasão:

b) Sistemas eletrônicos de detecção periférica

3.8 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO

É necessário também fazer constantes inspeções em toda a extensão da proteção perimetral, para verificar possíveis rachaduras no terreno, processos de erosão ou tentativas de violação. Essa inspeção deve ser feita pelo menos uma vez por mês.

Também é importante testar o funcionamento dos equipamentos de segurança instalados ao longo da proteção perimetral, para verificar se estão funcionando regularmente, evitando assim que eles venham a falhar diante de uma situação real de risco ou perigo.

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4 SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA

4.1 VIGILÂNCIA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA

A vigilância é de fundamental importância para a segurança patrimonial da empresa.

Enquanto a Proteção Perimetral trata-se de uma segurança estática, constituída por barreiras, a Vigilância é a segurança dinâmica, desenvolvida pelo elemento humano.

A primeira providência a ser tomada pela empresa é optar pela vigilância própria ou por serviços terceirizados.

O primeiro caso só é recomendável para grandes corporações, em razão das muitas exigências legais para conseguir uma autorização de funcionamento de um sistema próprio de vigilância armada, além de custos muito elevados.

As exigências são praticamente as mesmas para a constituição de uma empresa de vigilância, daí a dificuldade em se conseguir esse tipo de autorização para as empresas de menor porte.

Assim, o mais recomendável é a contratação de serviços terceirizados de vigilância, principalmente da vigilância armada.

A maioria das empresas adota um sistema misto, ou seja, a vigilância armada fica a cargo de empresas terceirizadas, enquanto os serviços de portaria e vigilância desarmada fica a cargo da própria empresa.

4.2 SELEÇÃO E TREINAMENTO DO PESSOAL DE SEGURANÇA

Para o caso da empresa resolver manter seu próprio pessoal de segurança, recomenda-se que a seleção dos funcionários seja rigorosa, tanto sob o aspecto técnico como de honestidade pessoal, uma vez que, pessoas tecnicamente despreparadas podem provocar acidentes, desastres ou danos ao ambiente empresarial.

Por outro lado, pessoas desonestas podem praticar diversos atos ilícitos na empresa ou mesmo fornecer informações a criminosos, para que possam, posteriormente, agir contra o patrimônio da empresa, ou mesmo contra dirigentes e funcionários.

Por isso, é importante dar atenção especial ao pessoal que irá trabalhar na segurança da empresa.

O ideal é recrutar pessoas com experiência militar ou policial, ou ainda que já tenham freqüentado cursos de vigilância em estabelecimentos de ensino credenciados pelo Ministério da Justiça.

4.2.1 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA SELEÇÃO

A eficiência profissional e a idoneidade moral dos funcionários da empresa são de fundamental importância para a segurança do estabelecimento, uma vez que a prestação de serviços de má qualidade ou a prática de atos ilícitos por parte dos funcionários, pode comprometer a imagem da empresa, além de causar prejuízos de toda ordem. Daí a importância de serem bem selecionados e treinados.

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4.2.2 PROCESSO SELETIVO

Além das habilidades específicas para as funções de segurança, a empresa deve fazer as seguintes averiguações, antes de efetivar a contratação do funcionário:

a) Verifique empregos anteriores. Procure conversar com antigos patrões e empregadores, no sentido de obter, principalmente, informações sobre comportamento pessoal, honestidade e integridade moral do funcionário.

b) Faça uma investigação social sobre a vida pessoal do funcionário, tomando cuidado apenas para não cometer invasão de privacidade ou qualquer outra atitude constrangedora ou ilegal. Procure saber, principalmente, como é sua vida social e familiar.

c) Faça uma checagem de antecedentes criminais, procurando verificar se o funcionário não possui envolvimento ou vínculos com o mundo do crime. Com relação aos antecedentes criminais, é importante ressaltar que o cometimento de crimes do tipo que qualquer pessoa está exposta a cometer, como atropelamentos, lesões corporais em razão de brigas e discussões ou outros delitos mais leves não devem ser empecilhos para sua contratação. É perfeitamente possível que uma pessoa que tenha passado por essas experiências seja uma pessoa íntegra e honesta. O que se deve observar é se o funcionário já praticou crimes graves, se tem tendências a praticar crimes contra a empresa ou capazes de comprometer a imagem da organização. Em casos como esses a não contratação é recomendada.

d) Faça também uma avaliação psicológica, principalmente para aferir o nível de sanidade mental do funcionário. Pessoas desequilibradas ou emocionalmente instáveis, podem provocar desde situações constrangedoras até verdadeiras catástrofes no ambiente empresarial.

4.2.3 TREINAMENTO

Todos os funcionários devem ser orientados a informar ao responsável pela segurança, qualquer atitude suspeita ou acontecimentos estranhos que constatarem no exercício de suas funções.

Instrua-os para que, caso venham a se deparar com cenas de crimes, como arrombamentos, explosões, depredações ou cadáveres, não devem tocar em nada e, sim, chamar imediatamente o responsável pela segurança.

É importante também ministrar a eles treinamentos específicos na área de segurança, com a contratação de profissionais capacitados e idôneos para desenvolver esse tipo de trabalho.

Existem no Brasil diversas empresas especializadas em treinamento de vigilantes e de pessoal de segurança, de uma forma geral. É necessário, no entanto, verificar se a empresa está autorizada a funcionar pelo Poder Público e se seus serviços são satisfatórios.

Todo funcionário da empresa deve ser treinado em questões de Segurança, em especial sobre os seguintes aspectos:

a) Como se comportar e agir diante de situações de incêndio, pânico ou catástrofe.

b) Reconhecer e identificar atitudes suspeitas de pessoas no interior da empresa.

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c) Não tocar em objetos ou artefatos suspeitos, como bombas, explosivos ou equipamentos eletrônicos. Em situações como essas o responsável pela segurança deve ser acionado.

d) Conhecer o funcionamento do sistema de segurança da empresa, para colaborar com sua eficiência e não atrapalhá-lo ou obstruí-lo.

4.3 CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS DE VIGILÂNCIA

A contratação de serviços terceirizados de vigilância exige, no entanto, alguns cuidados por parte da empresa.

Procure fazer uma pesquisa de mercado para verificar a idoneidade da empresa que pretende contratar.

Converse com clientes atuais da empresa de vigilância que pretenda contratar e procure verificar critérios como qualidade, eficiência, honestidade e custos.

Procure averiguar também a qualidade técnica de seus vigilantes, procurando saber onde foram treinados e se são reciclados periodicamente, como manda a lei.

Exija a apresentação do Certificado de funcionamento, fornecido pela Polícia Federal. Ele é uma prova de que a empresa está operando dentro da lei.

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5 ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA

5.1 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA

Para que a empresa venha a ter uma segurança efetiva e satisfatória é necessário eliminar todo empirismo e improvisação.

Como já vimos inicialmente, a atividade de segurança tem o mesmo grau de importância, dentro da empresa, do que as demais atividades, como Produção, Marketing, Contabilidade, Finanças e Administração.

Assim, é importante que a empresa dispense à área de Segurança os mesmos cuidados que dispensa a outras áreas. E o primeiro passo para isso é criar uma Gerência ou Diretoria de Segurança, colocando como responsável por ela um profissional qualificado e habilitado.

Nos países desenvolvidos, a Segurança desempenha um papel da maior importância na vida das organizações empresariais.

5.2 CENTRAL DE SEGURANÇA

É necessário também que a empresa organize e mantenha uma Central de Segurança, ou seja, um local onde devem estar centralizados todos os serviços de Segurança.

Essa central deverá ser dirigida pelo Gerente de Segurança, e deve possuir os seguintes recursos:

a) Monitoramento eletrônico de todas as áreas e dependências da empresa, através de alarmes, sensores e circuito fechado de TV.

b) Controle das tubulações de água, ar condicionado, centrais de energia elétrica e elevadores.

c) Controle do som ambiente com canal exclusivo de penetração, para avisos sobre incêndios, emergências e situações de crimes ou violências.

d) Central de Alarmes de furtos, assaltos, incêndios e outras emergências.

e) Central de radiocomunicação, envolvendo o pessoal de Segurança e todas as áreas da empresa.

f) Linhas exclusivas de telefone, independentes da central telefônica e de telefonistas.

g) Burocracia interna da Gerência de Segurança.

5.3 PESSOAL DE SEGURANÇA

E para que todo esse sistema de segurança funcione adequadamente, cumprindo assim sua função, que é proporcionar segurança ao ambiente empresarial, é necessário organizar adequadamente a equipe que irá operá-lo.

O tamanho e complexidade da equipe de segurança vão depender diretamente do porte da empresa. No entanto, o ideal é que seja constituída da seguinte forma:

a) Presidente ou Diretor Geral: é o responsável direto pelo comando da empresa. A ele está subordinada a Gerência ou Diretoria de Segurança.

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b) Gerente ou Diretor de Segurança: é o responsável absoluto por toda a área de Segurança dentro da empresa. Reporta-se apenas à Presidência ou à Direção Geral.

c) Supervisor de Segurança: é o responsável pelos turnos de trabalho na área de Segurança, que deve ser desenvolvida durante as 24 horas do dia.

d) Vigilante: Trabalha nos mais variados ambientes, como recepção, garagem, corredores e outras instalações da empresa.

e) Pessoal de Apoio, composto por técnicos e engenheiros, capazes de agir em situações como quedas de energia elétrica, falhas nos sistemas de comunicação, danificação de equipamentos de segurança, ou qualquer outra missão técnica que lhes seja solicitada pelo Gerente de Segurança.

f) Pessoal de Emergência, composto por médicos, socorristas, bombeiros, e outros profissionais, capazes de atender prontamente a situação como acidentes, incêndios, desabamentos e outras situações de crise ou emergência;

6 IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE INTERNO

(Prevenção de Entradas não permitidas)

6.1 SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO

A portaria ou recepção da empresa é de vital importância para a segurança, uma vez que é por ela que entram e saem dirigentes, funcionários, visitantes e fornecedores. Também é por ela que tentam passar ladrões, assaltantes, seqüestradores, terroristas, espiões e outros tipos de criminosos.

Daí a importância em treinar adequadamente os funcionários que nela trabalham.

É importante que existam funcionários da Segurança apoiando os porteiros e recepcionistas, sempre atentos a qualquer anormalidade.

Além do apoio humano, é necessário que o local seja monitorado com câmeras de circuito interno de TV, controladas diretamente pela central de segurança.

O pessoal da Segurança, em serviço na recepção deve estar munido de equipamentos de comunicação, capazes de mantê-los em contato permanente com a central de segurança.

O ingresso de qualquer pessoa, no interior da empresa, só deve ser permitido dentro de um processo de identificação e controle de acesso eficiente.

O sistema mais prático e simples de identificação é através de crachás. Por isso, adote um sistema específico para cada tipo de pessoa, como dirigentes, funcionários, estagiários fornecedores, serviços terceirizados e visitantes, entre outros.

Existem no mercado diversas empresas especializadas em criar sistemas de identificação, cabendo à empresa escolher o sistema que melhor se adapte à sua situação particular.

Os funcionários de empresas de serviços terceirizados, como empreiteiras, manutenção, jardinagem e outros, devem receber crachás para circularem apenas nas áreas onde prestarão seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.

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Alguns modelos de catracas, que podem ser utilizados no controle de acesso de funcionários, visitantes e fornecedores.

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6.2 ENTRADA E SAÍDA DE FUNCIONÁRIOS

Para o público interno é recomendável crachás com fotos e códigos de barras. Já para o público externo, o recomendável é o sistema que fotografa automaticamente o visitante, guardando a foto e seus dados em arquivo no computador.

Essas informações poderão ser úteis, posteriormente, em casos de furtos, assaltos e seqüestros, ou mesmo para comprovar a presença ou não de determinada pessoa na empresa, em determinado dia e horário.

Os funcionários de empresas de serviços terceirizados devem receber crachás para circularem apenas nas áreas onde prestam seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.

6.3 ENTRADA E SAÍDA DE VISITANTES

Todo visitante deverá ser cadastrado na recepção, com os seguintes dados, que deverão ficar arquivados:

a) Nome completo do visitante;

b) Endereço;

c) Número do Documento de Identidade;

d) Nome da pessoa ou setor que veio visitar;

e) Assunto ou motivo da visita; Horário de entrada; e

f) Horário de saída.

6.4 ENTRADA E SAÍDA DE FORNECEDORES

Adote um sistema semelhante para fornecedores e prestadores de serviço.

Os crachás fornecidos a visitantes e fornecedores devem possuir informações sobre o local exato onde devem ir ou circular, através de cores, por exemplo. Assim o pessoal da Segurança poderá observar pessoas circulando em locais não autorizados, possibilitando assim a identificação de possíveis suspeitos.

Os veículos de visitantes e fornecedores, também, devem ser cadastrados, com todas as informações já mencionadas, acrescidas com os seguintes dados: marca e tipo do veículo, cor, modelo e número da placa.

Com relação aos fornecedores e visitantes mais freqüentes, é necessário tomar todo o cuidado possível para evitar a rotina. Na maioria das vezes, quando uma pessoa, ou representante de alguma empresa, se tornam freqüentes no ambiente empresarial, é comum a segurança relaxar, não fazendo os registros necessários. Não raro ocorrem casos de amizade entre os funcionários da segurança e tais pessoas.

Por isso, é muito importante treinar o pessoal da Segurança para evitar esse tipo de comportamento. Já houve casos em que criminosos se disfarçaram de prestadores de serviço para ingressar em empresas e cometer crimes. Assim, quando alguém se apresentar na portaria como fornecedor ou prestador de serviço, o porteiro deve tomar as seguintes providências:

a) Pedir a apresentação da Ordem de Serviço ou Nota Fiscal.

b) Telefonar para a empresa, pedindo confirmação do serviço ou fornecimento.

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c) Comunicar à direção da empresa sobre a presença do funcionário e pedir autorização para entrada.

6.5 SEGURANÇA DOS ESTACIONAMENTOS

Os estacionamentos também devem contar com sistemas de segurança, envolvendo a presença física de vigilantes, instalação de circuito fechado de TV, sistemas de controle de acesso e boa iluminação no período noturno.

Procure manter estacionamentos específicos para funcionários, visitantes e fornecedores. Os critérios de admissão aos estacionamentos por parte de visitantes e fornecedores, devem obedecer aos mesmos critérios adotados para o ingresso de pessoas, já mencionados anteriormente.

Providencie credenciais ou autorizações para os veículos dos funcionários, capazes de identificá-los junto aos vigilantes. De preferência utilize sistemas de controle, através de cartões magnéticos específicos.

Os estacionamentos também devem contar com serviços de segurança eficientes

6.6 SEGURANÇA DE ÁREAS RESTRITAS

Para áreas restritas como diretoria, laboratórios, centros de pesquisa, tesouraria, áreas de risco, depósitos, almoxarifados, entre outros, deve-se criar um sistema complementar de identificação, como digitação de códigos, leitura de mãos ou de íris ou qualquer outro sistema igualmente eficiente.

Por ocasião da demissão de algum dirigente ou funcionário, é necessário recolher seu crachá, chaves e outros objetos da empresa, que estejam em seu poder. Se a pessoa demitida tiver acesso a áreas restritas, deve-se providenciar uma alteração nos códigos ou senhas.

Equipamentos de leitura biométrica, catracas codificadas e leitura de íris são ideais para o controle de acesso em áreas restritas ou de alta segurança.

6.7 MAPA DE CONTROLE

Procure fazer um mapa das atividades internas da empresa e mantenha-o em arquivo. Nunca se sabe quando será necessário consultar dados e eventos ocorridos no passado.

O ideal é desenvolver um programa de computador, capaz de armazenar todos os dados sobre entradas e saídas de funcionários, visitantes e fornecedores.

6.8 SABOTAGEM E ESPIONAGEM

Sabotagem é a ação deliberada, visando a prejudicar o trabalho, produção e a imagem de uma empresa ou pessoa. Pode ser classificada em:

Sabotagem Ativa - Ação ostensiva dirigida contra materiais ou equipamentos.Sabotagem Passiva - Ação velada dirigida pelo ânimo das pessoas.

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Espionagem esta relacionada com a sabotagem, que visa destruir, desmantelar o sistema ao passo que a espionagem visa a coleta de dados e informações. Através dos seguintes métodos:

a. Infiltração;b. Escutas;c. Roubo e furto;d. Corrupção;e. Fotografias;f. Observação.

A segurança cabe impedir a saída de projetos, plantas ou qualquer equipamento, sem a devida autorização, bem como não permitir a entrada de filmadoras ou máquinas fotográficas por parte de visitantes, salvo com a devida permissão.

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7 INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS

7.1 O RISCO DE INCÊNDIOS EM EMPRESAS

Um incêndio na empresa pode provocar uma verdadeira catástrofe, que pode ir desde danos materiais consideráveis, passando pela perda completa das instalações, podendo causar ainda a perda de vidas humanas.

Por isso, a empresa deve tomar todas as medidas no sentido de evitar um incêndio e, também, de controlá-lo, caso ele venha a ocorrer, apesar de todas as precauções.

7.2 PROJETO DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Comece providenciando um projeto de prevenção de incêndio específico para a empresa, que deverá ser elaborado e assinado por Engenheiro de Segurança especializado.

Existe no mercado um grande número de profissionais habilitados para a elaboração desse tipo de Projeto. Antes de contratá-los, no entanto, procure obter informações sobre suas qualificações técnicas e legalidade de suas atividades.

7.3 CLASSES DE INCÊNDIO E AGENTES EXTINTORES

Mantenha extintores de incêndio em todos os ambientes e instalações da empresa. Todos os dirigentes e funcionários devem receber treinamento sobre como manusear corretamente um extintor de incêndio.

Observe sempre o prazo de validade dos extintores. Providencie para que eles sejam recarregados quando estiverem próximos do vencimento da validade.

Os incêndios são divididos em classes e para cada classe de incêndio deve ser utilizado um agente extintor adequado. Os incêndios podem ser divididos, basicamente, em três classes:

a) Sólidos (madeira, papelão, tecidos...)

b) Inflamáveis (gasolina, diesel, álcool...)

c) Eletro-Eletrônicos (fiações, equipamentos eletrônicos, transformadores...)

d) Metais (Magnésio, Pó de Alumínio, Sódio ...)

7.4 BRIGADAS DE INCÊNDIO

Faça um Plano de Emergência para os casos de incêndio, abordando o comportamento de cada funcionário.

O Plano deve conter instruções sobre evacuação do local, socorro a feridos e acidentados e deslocamento para a rede hospitalar.

O Plano também deve prever um plano de contingência para restabelecer as atividades normais da empresa o mais rápido possível, apesar do sinistro, através da locação de novas instalações, contratação de serviços terceirizados, entre outras providências.

Todo incêndio ou princípio de incêndio deve ser rigorosamente investigado por peritos especializados. A possibilidade de incêndio criminoso nunca deve ser descartada.

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É interessante que a empresa contrate empresas especializadas para o treinamento de sua Brigada de Incêndio. Geralmente um curso de formação de brigadas de incêndio aborda os seguintes aspectos:

7.5 EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO

Mantenha hidrantes em locais estratégicos da empresa, bem como reservatórios de água com grande capacidade de armazenamento.

Instale sensores de temperatura em todos os andares e ambientes da empresa, capazes de denunciar um princípio de incêndio. De preferência, instale chuveiros (Sprinklers) capazes de lançar jatos de água quando ocorrer um aquecimento exagerado do ambiente.

A empresa deve manter um sistema de som ambiente, com um canal exclusivo de penetração pela Segurança capaz de emitir avisos sobre incêndios e outros perigos.

De uma forma geral, os equipamentos contra incêndio indispensáveis a uma empresa são os seguintes:

a) Porta Corta Fogo

b) Sinalizadores

c) Alarmes Contra Incêndios

d) Sensores de Temperatura

e) Chuveiros (Sprinklers)

f) Hidrantes

g) Extintores de Incêndio

7.6 COMO LIDAR COM A SITUAÇÃO

Procure saber onde fica a unidade mais próxima do Corpo de Bombeiros e quanto tempo levaria para que uma guarnição chegasse ao local. Providencie um Plano de Emergência a ser empregado até a chegada dos Bombeiros.

Convide membros do Corpo de Bombeiros para uma visita à empresa e colha a opinião deles sobre a segurança do local.

O gráfico a seguir demonstra um fluxograma básico de procedimentos, em casos de incêndio, obedecendo a padrões internacionais:

8 CRISES E EMERGÊNCIAS

8.1 Além dos incêndios, as empresas estão sujeitas as inúmeras situações de crises e emergências, capazes de comprometer o bom funcionamento da instituição. Por isso, a direção deve ter sempre pronto um plano de emergência e contingência, a ser empregado nessas situações.

Como situações de crise e emergência, podem ser mencionadas, entre outras, as seguintes:

a) Explosões;

b) Desabamentos;

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c) Inundações;

d) Fenômenos naturais, como raios, furacões e tempestades;

e) Intoxicações, como vazamento de gases ou outros produtos tóxicos;

f) Pânico coletivo, como ameaças de bombas e outras situações semelhantes.

Para não ser vítima de situações como essas, a empresa deve antecipar-se ao problema, através da adoção das seguintes providências:

a) Adote políticas preventivas, procurando analisar quais são os riscos que mais ameaçam a empresa, considerando sua localização, estrutura de construção, áreas vulneráveis, número de funcionários, entre outros aspectos.

b) Organize e Treine Brigadas de Emergência, compostas por dirigentes, funcionários e pessoal da segurança.

c) Mantenha um canal de comunicação eficiente com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil;

d) Estabeleça previamente qual o tipo de ação a ser adotada em cada situação particular, evitando surpresas.

e) Faça exercícios simulados periodicamente, para manter o pessoal sempre alerta contra eventuais riscos e perigos;

Os treinamentos em situações de emergência devem ser o mais próximo possível da realidade

8.2 DOENÇAS E EPIDEMIAS

Outra ameaça constante às organizações empresariais são as transmissões de doenças e epidemias, principalmente em razão de ser, a empresa, um local com grande concentração de pessoas, ocupando o mesmo ambiente e usando os mesmos banheiros e refeitórios.

As transmissões podem ir desde uma simples e inofensiva gripe até doenças contagiosas, com grandes riscos para a saúde.

Os principais prejuízos que uma contaminação coletiva pode causar às empresas são, entre outros, os seguintes:

a) Comprometimento da produção;

b) Despesas médicas elevadas;

c) Riscos de morte de pessoas;

d) Risco de interdição da empresa pelos órgãos da Saúde Pública;

e) Descrédito da empresa perante o mercado e os consumidores;

f) Exploração dos fatos pela imprensa ou pela concorrência.

Para evitar esses riscos, a empresa deve adotar as seguintes medidas:

a) Manter-se informada sobre eventuais riscos de doenças contagiosas na região, consultando principalmente os órgãos de Saúde Pública;

b) Manter um serviço médico eficiente, capaz de diagnosticar o problema no início;

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c) Instruir os dirigentes e chefes de seção para comunicar ao serviço médico qualquer comportamento anormal de funcionários ou indícios de qualquer contaminação;

d) Tomar cuidados especiais para garantir a qualidade da água à disposição na empresa, uma vez que muitas doenças podem ser transmitidas através da água;

e) Fazer exames médicos periódicos nos funcionários e providenciar vacianções na própria empresa;

f) Desenvolver campanhas educativas junto aos funcionários;

g) Tomar providências imediatas em casos suspeitos.

8.3 AMEAÇAS DE BOMBA

As ameaças de bombas, na sua grande maioria, tratam-se geralmente de trotes e notícias falsas. No entanto, o uso de explosivos como forma de chantagem ou vingança vem crescendo a cada dia em nosso país e em outras regiões do mundo, principalmente pela facilidade de aquisição de artefatos explosivos no mercado negro e por meio de contrabando.

Mesmo em se tratando de ameaças falsas, elas costumam causar grandes danos ou prejuízos ao ambiente ameaçado, provocando paralisação das atividades, evacuações desnecessárias, e pânico nas pessoas.

Ainda que a direção da empresa não leve em conta a possibilidade real de ser vítima desse tipo de ação, é importante que o setor de Segurança tenha conhecimentos mínimos sobre esse tema e saiba agir, caso venha a se defrontar com uma situação dessas.

Comece elaborando um Plano Operacional a ser empregado em situações de ameaças de bombas. Esse Plano deve conter todos os aspectos preventivos, de gerenciamento da crise e de contingência ou recuperação das atividades normais da empresa.

Normalmente, as ameaças de bomba chegam através de chamadas telefônicas anônimas, entrega pessoal de bilhetes ou através de cartas enviadas pelo correio.

Seja qual for o meio de recebimento da ameaça, a Segurança da empresa deve começar a fazer análises no sentido de responder a uma pergunta fundamental: A quem interessaria causar algum tipo de dano à empresa? A partir dessa premissa, a primeira providência a ser adotada é iniciar uma investigação no sentido de estabelecer exatamente qual o objetivo das ameaças. É importante observar que a hipótese da ameaça estar sendo feita com colaboração interna nunca deve ser descartada.

Logo após o recebimento da ameaça, as medidas mais recomendadas são as seguintes:

a) Evacue o local sem pânico

b) Mantenha contato com um órgão policial especializado. Existem na maioria dos Estados, grupos policiais especializados em operações anti-bombas.

c) Convoque uma reunião do comitê encarregado do gerenciamento de crises, para analisar a situação e apoiar o trabalho da polícia.

Caso algum artefato suspeito seja encontra pela Segurança ou funcionários, adote as seguintes medidas:

a) Não toque e não se aproxime do objeto

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b) Isole a área

b) Preservar a área

d) Aguarde a chegada de policiais especializados.

8.4 GERENCIAMENTO DE CRISES

É importante também constituir uma Comissão de Gerenciamento de Crises, composta por dirigentes, funcionários e pessoal do setor de Segurança. Esse comitê tem por função analisar todos os aspectos de uma eventual crise e tomar as providências no sentido de debelá-la e recuperar as atividades normais da empresa.

Um Comitê de Gerenciamento de Crises deve trabalhar no sentido de realizar as seguintes tarefas, da forma mais rápida possível:

Resposta: é uma reação técnica e ordenada ao evento, estabelecendo exatamente o que aconteceu e porque aconteceu.

Recuperação: são medidas capazes de fazer com que a direção da empresa reassuma o comando total sobre as atividades da organização, eliminando qualquer interferência, por ventura ainda existente, do evento danoso.

Restauração: são providências capazes de restabelecer totalmente o funcionamento normal da empresa.

9 PROTEÇÃO CONTRA FURTOS E ASSALTOS

9.1 AMEAÇAS AO PATRIMÔNIO DA EMPRESA

Os furtos e assaltos contra empresas vêm crescendo a cada dia. Os furtos podem ser divididos em internos e externos. No primeiro caso, os furtos são praticados pelo público interno, ou seja, pelos próprios funcionários.

No segundo caso os furtos são praticados por pessoas que entram na empresa com o objetivo de furtar.

Já os assaltos e arrombamentos são praticados por criminosos profissionais, que planejam e executam a operação criminosa.

Existem diversas medidas e providências, que a empresa pode adotar para dificultar ou impedir a ação dos criminosos.

Para evitar crimes praticados pelo público interno, a empresa deve dar atenção especial à sua política de Recursos Humanos, tomando cuidados especiais na contratação de pessoal, principalmente daqueles que terão acesso às finanças e aos bens da organização.

A primeira providência a ser adotada é criar mecanismos capazes de impedir a prática de crimes por parte do público interno. Não são raros os casos de envolvimento de funcionários e dirigentes na ocorrência de crimes dentro da empresa, tanto os praticando diretamente, como contribuindo para sua execução, através do fornecimento de informações para que criminosos possam agir contra o estabelecimento empresarial.

Por isso, a empresa deve ter uma política correta de contratação de pessoal, dando especial atenção ao aspecto da Segurança, ou seja, evitando contratar pessoas que possam vir, de alguma forma, causar dano à organização.

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Com relação aos furtos e assaltos, a adoção de medidas preventivas, integrando sistemas eletrônicos, com a vigilância desenvolvida pelo elemento humano, pode produzir resultados extremamente positivos na inibição de atos criminosos dentro do ambiente empresarial, conforme veremos mais à frente.

9.2 MEDIDAS PREVENTIVAS

Não existem métodos perfeitos ou infalíveis para evitar essas ações criminosas, mas existem algumas medidas e providências que a empresa pode adotar, para dificultar ou impedir a ação dos criminosos. Assim, recomenda-se a adoção das seguintes medidas:

a) Não deixe objetos de valor em locais onde possam ser facilmente subtraídos.

b) Instale alarmes e circuito-fechado de TV em locais estratégicos, principalmente na diretoria, corredores, portaria, estacionamentos, corredores, depósitos, almoxarifados, laboratórios e outras áreas consideradas sensíveis ou importantes sob o aspecto da segurança.

c) Se possível, contrate uma empresa de segurança, que mantenha um serviço de monitoramento com apoio de um tático-movel, capaz de ser acionado em socorro da empresa, quando isso se fizer necessário.

d) Utilize trancas e fechaduras de boa qualidade. Adote o sistema de segredos para as áreas mais sensíveis e importantes da empresa.

e) Desenvolva campanhas educativas junto a dirigentes e funcionários. Tente mantê-los como aliados na defesa do patrimônio da instituição.

9.3 CONTROLE INTERNO

Faça também um levantamento do patrimônio móvel da empresa e numere-os com etiquetas com a logomarca da organização. Isso costuma desestimular furtos.

Faça um rígido controle dos materiais existentes nos depósitos e almoxarifados, para evitar furtos ou desperdícios por parte de maus funcionários.

O acesso a depósitos e almoxarifados deve ser restrito ao pessoal que neles trabalham.

Todos os fornecedores e prestadores de serviço devem ser cadastrados e as entradas e saídas da empresa devem ser registradas pela Segurança.

De preferência, carros e caminhões devem ser inspecionados na entrada e na saída, não apenas para conferir eventuais desvios de materiais, como também para checar a possibilidade de ingresso não autorizado de pessoas no interior da instituição, como ladrões, seqüestradores, sabotadores ou terroristas.

Realize constantes auditorias em todos os setores da empresa, procurando rastrear a movimentação de bens ou valores, no sentido de verificar possíveis casos de desvio ou má utilização.

9.4 CRIMES INFORMATIZADOS

É importante observar também que os crimes praticados através dos sistemas informatizados estão se tornando cada vez mais comuns em todos os segmentos sociais e

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empresariais, por isso a empresa deve adotar medidas de segurança de dados, contratando profissionais especializados para esse fim.

O sistema de informática de uma empresa pode ser violado ou invadido, entre outras, pelas seguintes razões:

a) Desvio de dinheiro do caixa do estabelecimento.

b) Fraudes e adulterações, visando comprometer o bom funcionamento da empresa.

c) Checar registros e informações sobre dirigentes, pesquisadores e funcionários, com finalidades criminosas, como roubá-los, seqüestrá-los ou assassiná-los.

d) Verificar relação de cientistas e pesquisadores, bem como suas habilitações, para passar informações à concorrência, que poderá tentar contrata-los, desfalcando assim a empresa violada;

e) Copiar lista de clientes e fornecedores, para posterior prática de concorrência desleal.

f) Checar os eventos agendados pela empresa, com fins ilícitos, como sabotagem, colocação de explosivos ou outras práticas criminosas.

g) Comprometer e neutralizar o sistema, com a introdução de vírus com alto poder de destruição.

Para evitar tais riscos, a empresa deve tomar as seguintes providências, em relação a seus sistemas informatizados:

a) Só adquira computadores, softwares e outros equipamentos diretamente de distribuidor autorizado, mediante o fornecimento de nota fiscal. Resista à tentação de comprar produtos contrabandeados e mais baratos, uma vez que eles já podem vir “grampeados” até a empresa, o que facilitará o serviço de eventuais fraudadores.

b) Contrate uma empresa especializada e idônea para desenvolver uma Política de Segurança de Informações para a empresa. Antes de contratá-la, faça uma investigação sobre suas atividades. De preferência peça uma lista de clientes e procure conversar com eles sobre a eficiência e honestidade da empresa.

c) A empresa contratada deverá apenas treinar o seu pessoal para que a empresa possa implantar uma Política de Segurança de Informações, mas nunca realizar essa tarefa de forma direta, tomando conhecimento assim dos detalhes do funcionamento do empresa.

9.5 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

A empresa deve dispor do maior número possível de equipamentos de segurança. O mercado possui um número enorme desses equipamentos e uma análise detalhada e individual de cada estabelecimento é que vai determinar quais equipamentos poderão ser utilizados. Aqui, no entanto, vamos nos ater a equipamentos básicos, essências e até mesmo indispensáveis.

No que diz respeito à segurança das instalações da empresa, basicamente dois equipamentos são necessários e, ao mesmo tempo, indispensáveis: alarmes e sensores.

Igualmente, existe no mercado um número enorme desses equipamentos. Uma análise mais aprofundada, feita por profissional especializado é que vai determinar, exatamente, quais os tipos de equipamentos adequados para cada organização. Nas ilustrações abaixo, alguns modelos encontráveis no mercado:

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Organograma de Segurança

Deve existir na empresa, uma central de Segurança, com um sistema de monitoramento eletrônico, por imagem, das principais dependências da empresa, conforme ilustração abaixo:

As principais áreas a serem monitoras, durante todo o período de atividade da empresa, são as seguintes: portão de entrada, recepção, estacionamentos, depósitos, vias públicas, linhas de produção, áreas administrativas e outras áreas consideradas sensíveis ou importantes sob o ponto de vista da segurança.

9.6 O APOIO DA POLÍCIA

Mantenha um canal de comunicação eficiente com as autoridades policiais da área, procurando obter delas informações sobre a criminalidade da região e informando-as a respeito de qualquer suspeita sobre possível ação de criminosos, bem como sobre os meios mais rápidos de contar com seus serviços.

9.7 ILUMINAÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA

A empresa deve tomar todas as providências necessárias quanto à manutenção da segurança das instalações elétricas, evitando assim acidentes e desperdícios, bem como garantindo a iluminação e o fornecimento de energia elétrica em todos os ambientes.

Procure iluminar corretamente as áreas externas da empresa, como pátios, jardins, calçadas, estacionamentos e outros ambientes, evitando a existência de pontos escuros.

Como já foi dito, o ideal é que não haja grande quantidade de árvores ou vegetações nos arredores da empresa.

No entanto, se você resolver mantê-los, providencie para que esses locais estejam bem iluminados, evitando assim que possam servir de esconderijo para criminosos.

A iluminação das vias públicas, nos arredores das instalações da empresa também deve ser satisfatória. Em casos de deficiência, peça ajuda à companhia de energia elétrica responsável pela área.

9.8 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Instale sistemas de iluminação de emergência nos pontos sensíveis da empresa, que possam ser acionados automaticamente, em casos de queda de energia elétrica.

9.9 TREINAMENTO DE PESSOAL

O pessoal da manutenção deve estar em condições de restabelecer, o mais rápido possível, o fornecimento de energia elétrica, quando o problema for provocado por fatores internos.

O pessoal da Segurança, bem como dirigentes e funcionários devem ser treinados em questões relacionadas com energia elétrica, visando garantir a segurança e evitar desperdícios.

Não deixe a empresa no escuro com a desculpa de economizar. Lembre-se sempre que os criminosos preferem agir nas sombras.

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10 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA

10.1 OBJETIVO DO PLANEJAMENTO:

O planejamento visa traçar uma série de medidas para que não se altere a situação vigente, satisfatória sob a ótica da segurança, não colocando em risco as pessoas a serem seguradas.

É a normatização das condutas e procedimentos.

“O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”

(Peter Drucker)

10.2 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

É importante observar que todas as medidas de segurança aqui descritas não funcionarão e não terão a eficácia desejada se não forem adequadamente planejadas e executadas; ou seja, as medidas de segurança não podem ser adotadas de forma estanque ou isoladas, uma vez que o sucesso de uma medida sempre dependerá da outra.

Como exemplo disso, pode-se constatar que uma boa proteção perimetral poderá impedir o acesso de ladrões ao estabelecimento e um controle de acesso eficiente poderá impedir a entrada na empresa de um eventual seqüestrador ou ladrão.

Assim, a prevenção de furtos acaba dependendo de uma boa proteção perimetral e a prevenção de seqüestros pode acabar dependendo de um bom controle de acesso e assim por diante.

Por isso, as medidas de segurança devem ser planejadas previamente dentro de uma visão de conjunto.

10.3 TIPOS DE PLANEJAMENTO

Os Planos de Segurança podem regra geral, ser classificados dentro da seguinte hierarquia:

• Plano Institucional (ou Estratégico)

• Plano Setorial (ou Intermediário)

• Plano Operacional (ou de Execução)

O Plano Institucional é um planejamento amplo e abrangente, envolvendo toda a empresa e deve ser elaborado dentro de uma visão ideal de segurança para o local.

O Plano Setorial é aquele elaborado para áreas ou setores específicos da empresa como recepção, linhas de produção, portaria, estacionamentos, áreas administrativas e depósitos, entre outros.

Já o Plano Operacional é elaborado em seus mínimos detalhes, visando à solução dos problemas apontados nos planejamentos anteriores.

Pode-se dizer, assim, que um conjunto de Planos Operacionais constitui-se num Plano Setorial e um conjunto de Planos Setoriais constitui-se no Plano Institucional de Segurança da empresa.

10.4 CONTEÚDO DO PLANEJAMENTO

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O Planejamento tem por objetivo atender determinados objetivos na área de Segurança da empresa, por isso deve ser elaborado de forma a descrever os problemas com clareza, identificando suas origens e desenvolvimento, além de propor soluções exeqüíveis no sentido de soluciona-los. Para isso é necessário elaborar o documento com o seguinte conteúdo:

FASE 1 – Diagnóstico nessa fase deve ser observado os fatores internos e externos para a excelência do plano de segurança (Identificação do Problema):

a) Objetivo:

Abordar as razões e a necessidade do Planejamento, procurando mostrar claramente à chefia a existência de um problema e a necessidade de solucioná-lo.

b) Descrição do Problema:

Fazer a descrição ou relato do problema existente.

c) Avaliação da Situação:

Avaliar e analisar o problema ou situação sob o ponto de vista técnico, fazendo uma abordagem pormenorizada da situação. Descer aos mínimos detalhes.

d) Medidas Resolutivas:

Apontar as soluções, procurando mostrar todas as alternativas possíveis para a resolução do problema. Aqui deve-se mostrar os aspectos positivos e negativos de cada alternativa, como custos, tempo, material necessário, entre outros.

FASE 2 – Análise de Risco, nesta fase, deve-se projetar:

Os tipos de risco que a empresa ou instituição pode sofrer. (Resolução do Problema);

Vulnerabilidade: quais os pontos frágeis no sistema de segurança.

Para isso, deve-se testar a capacidade do sistema em situações de emergência, para verificar sua eficiência e suas deficiências.

Esta projeção é feita a partir do diagnóstico do ambiente.

É neste momento que devemos entender o “modus operandi”dos possíveis perigos para melhor definir os riscos e as vulnerabilidades.

a) Execução de Tarefas:

Relacionar, com detalhes, as providências adotadas, de acordo com a fase 1 do Planejamento.

b) Medidas Futuras:

Fazer uma análise da situação sob a perspectiva de futuro, procurando demonstrar se o problema está definitivamente resolvido ou se a empresa deve tomar medidas extras ou adicionais para garantir a segurança no futuro.

c) Conclusão:

Finalmente, fazer um relato completo da situação, descrevendo passo a passo tudo o que aconteceu desde a identificação do problema até sua solução.

FASE 3 – Desenvolvimento

Baseado no diagnóstico e na análise dos riscos, é possível determinar quais as medidas de segurança que serão implantadas.

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Tais soluções devem ser compatíveis com a realidade e a necessidade do segurado, cabendo ao profissional de segurança dimensioná-las corretamente.

10.5 DOCUMENTOS DE SEGURANÇA

Um documento de planejamento de segurança deve possuir as seguintes características:

a) REDAÇÃO OBJETIVA: Use uma linguagem simples e de fácil compreensão. Evite gírias, erudição ou frases capazes de provocar interpretações dúbias ou incompletas. A compreensão errônea de uma norma de segurança pode provocar verdadeiras catástrofes. Por isso seja o mais simples e objetivo possível.

b) CLASSIFICAÇÃO SIGILOSA: Os documentos de segurança não devem ser de domínio público. Somente pessoas autorizadas devem ter acesso a eles. O carimbo deve ser colocado no alto e em baixo do papel.

c) NUMERAÇÃO DE PÁGINAS: A numeração das páginas deve apresentar o número da página junto com o número de páginas. Ex.: 1/12. Isso quer dizer que o documento possui 12 páginas e a página que está sendo lida é a de número 1 e assim por diante. Isso evita fraudes ou adulterações.

d) NUMERAÇÃO DO DOCUMENTO: Os documentos de Segurança devem ser numerados por ordem de elaboração;

e) RÚBRICA, ASSINATURA E CARIMBO: Cada página do documento deve ser rubricada por quem o elaborou e um carimbo deve ser colocado junto com a rubrica. Na última página, deve constar a assinatura do Planejador e carimbo.

f) DATA: Os documentos de segurança devem ser sempre datados;

g) ASSUNTO: O objetivo do planejamento deve ser mencionado logo no seu início;

h) ORIGEM: A pessoa ou o setor responsável pelo planejamento deve ser mencionado;

i) DIFUSÃO: Deve-se mencionar o destinatário ou os destinatários do documento, sendo vedado o acesso a outras pessoas não autorizadas;

j) ANEXOS: Os documentos avulsos que acompanham o Planejamento devem ser mencionados.

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11 ADMINISTRAÇÃO DA SEGURANÇA

11.1 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO

A administração cotidiana da Segurança, também, é de fundamental importância para o sucesso de suas operações.

De nada adianta equipamentos sofisticados e um considerável efetivo de segurança se todos esses recursos materiais e humanos forem mal gerenciados.

Daí ser extremamente importante para a empresa a manutenção de um bem estruturado serviço de segurança, adequadamente administrado.

11.2 O DIRETOR DE SEGURANÇA

Uma das principais tarefas de uma empresa ou instituição é ter um bom Chefe de Segurança. Infelizmente, o nosso mercado ainda deixa muito a desejar em termos de qualificação dos profissionais de Segurança, embora algumas iniciativas positivas já tenham sido tomadas como a criação de cursos de pós-graduação, especificamente em Segurançal.

O responsável pela segurança da empresa deve ser escolhido entre pessoas que apresentem, entre outras, as seguintes aptidões:

a) Liderança e Equilíbrio Emocional;

b) Facilidade em relacionar-se com o público;

c) Diplomacia;

d) Motivação e Disciplina.

11.3 GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA

O responsável pela segurança da empresa deverá estar sempre atento para qualquer anormalidade no ambiente e realizar cotidianamente as seguintes tarefas:

a) Inspeções em todos os ambientes da empresa;

b) Verificação de Ocorrências, tomando as providências necessárias.

c) Organização e supervisão de Treinamentos e Simulações.

d) Avaliações constantes (individual e coletiva) e

e) Bom relacionamento com as outras áreas da empresa.

11.4 DOCUMENTOS DE SEGURANÇA

Conforme vimos no capítulo anterior, a importância de uma burocracia bem estrutura é muito importante para que a Segurança da empresa atinja seus objetivos.

Assim como o Planejamento de Segurança deve ser elaborado dentro de certos padrões técnicos, os Relatórios de Segurança também o devem ser.

Podemos classificar os Relatórios de Segurança da seguinte forma:

a) Relatórios Periódicos

b) Relatórios de Situação

c) Relatórios de Ocorrência

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Os Relatórios Periódicos são aqueles elaborados periodicamente, ou seja: diário, semanal, quinzenal, mensal, bimestral, semestral e anual. Esses relatórios são elaborados rotineiramente, independentemente da ocorrência ou não de qualquer fato envolvendo a área de Segurança. As grandes empresas devem elaborar relatórios diários ou semanais, enquanto as pequenas ou médias podem elaborar apenas relatórios mensais e anuais.

Os Relatórios de Situação são aqueles elaborados para relatar uma situação particular, não necessariamente urgente, mas que requer providências ou, no mínimo, deva ser do conhecimento da chefia.

Os Relatórios de Ocorrência são aqueles elaborados quando da ocorrência de algum fato comprometedor da segurança, como acidentes, assaltos, incêndios ou qualquer outra ocorrência que comprometa ou possa comprometer as atividades normais da empresa.

O Relatório de Ocorrência deve ser o mais completo possível, devendo conter, no mínimo, os seguintes dados:

a) Data, hora e local da ocorrência;

b) Pessoas envolvidas e seus dados de qualificação;

c) Descrição pormenorizada do fato, apenas os dados observados e colhidos, sem inferência ou achismos;

d) Identificação do relator.

A área de segurança também deve manter os seguintes documentos:

a) Livro Diário, onde devem ser feitas as anotações referentes ao dia-a-dia da atividade de segurança na empresa;

b) Registro de Ocorrência, onde deverão ser feitas as anotações sobre fatos e acontecimentos comprometedores da segurança;

c) Arquivo de Planejamentos;

d) Arquivo de Relatórios;

11.5 AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

A aquisição de equipamentos de segurança, principalmente em se tratando de produtos eletrônicos e de informática, requer uma atenção especial do responsável pela segurança da empresa.

Antes de adquirir tais equipamentos, procure antes responder às seguintes perguntas:

a) Os equipamentos possuem uma origem idônea?

b) O fabricante ou revendedor opera legalmente?

c) Existe alguma garantia?

d) O equipamento é realmente necessário?

e) O custo é compensador?

f) Existe pessoal habilitado para operá-lo?

g) Ele atende às necessidades da empresa?

h) É de fácil manutenção?

i) É de tecnologia atualizada?

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j) A qualidade e eficácia foram testadas?

Só após essa análise criteriosa, será possível adquirir materiais e equipamentos de boa qualidade, realmente úteis e necessários à empresa, e com segurança.

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11.6 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA PATRIMONIAL

Toda atividade humana, para ser bem sucedida, deve basear-se em princípios. Com a Segurança Patrimonial não é diferente. Regra geral, sete são os princípios que regem as atividades de Segurança Patrimonial:

1º. Segurança é Prevenção

A segurança é sempre preventiva. Não há que se falar em Segurança depois que os fatos aconteceram. A função principal da Segurança é prever os riscos e perigos e, assim, evitá-los. Em última análise, deve estar preparada para agir imediatamente após a ocorrência dos fatos danosos, restabelecendo a normalidade e retomando o controle da situação.

2º. Prevenção é Treinamento

Se Segurança é prevenção, a melhor forma de obtê-la é através de treinamentos constantes. O treinamento gera condicionamento, que, por sua vez, gera disciplina, contribuindo assim para o desenvolvimento de medidas preventivas, uma vez que as pessoas passam a conviver com a idéia de uma situação ideal de segurança.

3º. O investimento em segurança é proporcional ao risco que se corre.

Um dos grandes problemas das organizações empresariais é justamente em relação aos investimentos em Segurança.

A tendência geral é economizar quando as coisas estão sob controle e depois gastar excessivamente quando alguma coisa acontece no ambiente, comprometendo a segurança.

O ideal é o equilíbrio. Não há porque a empresa gastar grandes somas em Segurança se os riscos não são tão grandes. Por outro lado, não deve omitir-se quanto a essa importante área com a desculpa de economizar.

Uma Análise de Vulnerabilidades, feita por profissional qualificado é que vai determinar o quanto gastar com Segurança. Qualquer coisa, além disso, é desperdício e qualquer coisa aquém é omissão e irresponsabilidade.

4º. A Segurança não deve impedir nem dificultar a livre marcha da empresa

Não é preciso transformar a empresa num quartel ou delegacia de polícia para que a Segurança seja eficiente. A atividade de Segurança é uma “atividade meio”, que tem por função proteger a empresa para que ela atinja sua “atividade fim”, que é a produção. Por isso, a Segurança deverá ser eficiente e até rígida em determinadas situações, mas nunca autoritária ou inibidora, a ponto de causar constrangimento às pessoas ou entraves no processo produtivo.

5º. A Segurança sustenta-se numa burocracia eficiente

Inicialmente esse princípio pode parecer contraditório, uma vez que as atividades de Segurança sempre lembram ação e operacionalidade e não burocracia. No entanto, se essas ações e operações não forem devida e corretamente planejadas, catalogadas, administradas e relatadas a eficiência da segurança pode ficar comprometida. Por isso, Manter um correto sistema de Administração da Segurança é de fundamental importância para o sucesso nessa importante área da empresa.

6º. A Segurança deve estar integrada às outras áreas da empresa

A Segurança não deve funcionar como uma ilha dentro da empresa, nem como um quartel ou delegacia de polícia, como já foi dito. Ela deve estar integrada às outras áreas da empresa, prestando a elas um serviço satisfatório e, em contra partida, recebendo delas apoio e cooperação. É muito importante esclarecer às outras áreas da empresa os detalhes das atividades da Segurança, bem como sua importância e operacionalidade e como cada uma

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delas pode colaborar para que as pessoas e as instalações da empresa estejam sempre protegidas e em segurança.

7º. A Segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos.

Para que a Segurança seja eficiente, ela deve ser, primeiramente, compreendida por todos, desde a alta direção até o mais modesto dos funcionários do escalão inferior da empresa. Uma vez compreendida a necessidade e as formas de atuação da Segurança, todos passam a admitir sua necessidade. E, uma vez admitida sua necessidade, ela deve ser aprovada por todos e, por via de conseqüência, todos devem colaborar com ela e respeitar suas regras. Só assim será possível manter um sistema de segurança eficiente no meio empresarial.

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