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Segurança do Trabalho Coordenadoria de Transportes Vitória - Fevereiro - 2009 1

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Page 1: Apostila segurança

Segurança do Trabalho

Coordenadoria de Transportes

Vitória - Fevereiro - 2009

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1. HISTÓRICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL

2. ACIDENTES DO TRABALHO, PRINCIPAIS TIPOS E FATORES CAUSADORES. 2.1 Conceito Legal

2.2 Conceito Prevencionista

2.3 Classificação dos Acidentes de Trabalho

2.4 Causas dos Acidentes de Trabalho

2.5 Conseqüências dos Acidentes de Trabalho

2.6 Benefícios da Prevenção de Acidentes

2.7 Elementos Básicos de um Acidente

2.8 Procedimentos na Investigação

2.9 Dados de Identificação

2.10 Estatística

3. NORMAS REGULAMENTADORAS 3.1 NR1- Disposições Gerais

3.2 NR 2 – Inspeção Prévia

3.3 NR3 — Embargo ou Interdição

3.4 NR 4— Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

3.5 NR 5 - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes - CIPA

3.6 NR6 - Equipamentos de Proteção Individual — EPI

3.7 NR 7— Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO

3.8 NR 8 — Edificações

3.9 NR 9— Programa de Prevenção de Riscos Ambientais — PPRA

3.10 NR 10 — Instalações e Serviços em Eletricidade

3.11 NR 11 — Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

3.12 NR 12 — Máquinas e Equipamentos

3.13 NR 13 — Caldeiras e Vasos de Pressão

3.14 NR14—Fornos

3.15 NR 15 — Atividades e Operações Insalubres

3.16 NR 16— Atividades e Operações Perigosas

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3.17 NR 17— Ergonomia

3.18 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

3.19 NR 19 — Explosivos

3.20 NR 20— Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

3.21 NR 21 — Trabalhos a Céu Aberto

3.22 NR 22— Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

3.23 NR 23 — Proteção Contra Incêndios

3.24 NR 24 — Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

3.25 NR 25 — Resíduos Industriais

3.26 NR 26— Sinalização de Segurança

3.27 NR27- Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego

3.28 NR 28 — Fiscalização e Penalidades

3.29 NR 29 — Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

3.30 NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

3.31 NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho da Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura

3.32 NR 32 - Segurança e Saúde em Estabelecimentos de Saúde

3.33 NRR - Norma Regulamentadora Rurais

3.34 Convenções da Organização Internacional do Trabalho — OIT

4. RISCOS AMBIENTAIS 4.1 Riscos Químicos

4.2 Riscos Físicos

4.3 Riscos Ergonômicos

4.4 Riscos Biológicos

4.5 Riscos de Acidentes

4.6 Medidas de Controle

5. NOÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 5.1 Classificação dos materiais combustíveis

5.2 Formas de Combustão

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5.3 Formas de Propagação

5.4 Classificação dos Incêndios

5.5 Métodos de Extinção

5.6 Agentes Extintores

5.7 Produtos inflamáveis

6. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS 6.1 Autoproteção

6.2 Exame da vítima

6.3 Nível de consciência

6.4 Avaliação das vias aéreas com estabilização cervical

6.5 Amputações traumáticas

6.6 Lesão na qual objeto perfura pele e tecidos mais profundos e fica parcialmente exteriorizado.

6.7 Lesões oculares

6.8 Hemorragias

6.9 Choque

7. SISTEMA DE GESTÃO SMS

8. BIBLIOGRAFIA

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1. HISTÓRICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL

No momento em que o trabalho deixou de ser individual ou restrito a pequenos grupos, deixou de ser artesanal e passou a ser desenvolvido por contingentes cada vez maiores de trabalhadores assalariados, começaram a aparecer os problemas que hoje identificamos como sendo de segurança e medicina do trabalho.

Com o advento da revolução industrial na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, surgiram novas formas de trabalho que expunham o trabalhador a uma série de situações perigosas e inseguras. Além deste aspecto, existia também, o fato da mão-de-obra ser constituída, principalmente, de crianças e adolescentes egressos de orfanatos.

Portanto, era uma mão-de-obra barata, formada de pessoas abandonadas pela sociedade, e que os empresários não tinham interesse em proteger.

As péssimas condições físicas destes trabalhadores, decorrentes da má alimentação, e a falta de higiene existente nos barracões onde viviam, provocaram uma epidemia que se alastrou por várias indústrias do país. Este fato abalou tão profundamente a opinião pública e o parlamento inglês viu-se obrigado a promulgar uma lei que regulamentasse a utilização desta mão-de-obra. Assim, em 1802 surge na Inglaterra a primeira lei cujo objetivo foi à segurança do homem no trabalho.

No Brasil, a preocupação com a segurança no trabalho começou a surgir em 1919, quando Rui Barbosa, em sua campanha eleitoral, preconiza leis em função do bem estar social e segurança do trabalhador.

Esta preocupação se torna maior, quando em 1943 acontece a publicação do Decreto Lei 5452, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho, cujo Capítulo V refere-se à Segurança e Medicina do Trabalho.

Em 22 de dezembro de 1977 a Lei 6514 altera o Capítulo V, Título II da Consolidação das Leis do Trabalho sendo posteriormente regulamentada pelas Normas Regulamentadoras da Portaria 3214 de 08 de junho de 1978.

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2. ACIDENTES DO TRABALHO, PRINCIPAIS TIPOS E FATORES CAUSADORES.

2.1 Conceito Legal

Segundo o Art. 2 da Lei nº 6367, de 19 de outubro de 1976, acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

São considerados acidentes do trabalho:

a) Doença profissional - Produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.

b) Doença do trabalho - Adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente.

c) O acidente sofrido pelo empregado no local e horário de trabalho em conseqüência de:

- Ato de sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho;

- Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;

- Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho;

- Imprudência – falta de cautela, de precaução.

- Negligência – falta de aplicação, desleixo.

- Imperícia – inabilidade

- Ato de pessoa privada do uso da razão;

- Desabamento, inundação ou incêndio;

- Outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

c) O acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:

- Na execução de ordem ou na realização de serviço a autoridade da empresa;

- Na prestação espontânea de qualquer serviço a empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

- Em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive

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veículo de propriedade do empregado;

- No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela;

- No percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho.

2.2 Conceito Prevencionista

Acontecimento imprevisto que suspende ou interfere no prosseguimento de uma tarefa ou atividade, podendo trazer como conseqüência:

• Perda de tempo

• Danos materiais

• Lesões físicas

• Doenças profissionais

• Das diferenças existentes entre os conceitos expostos, duas são as principais: No conceito legal, o acidente é caracterizado pela lesão;

• No conceito prevencionista, o acidente é caracterizado pela perda de tempo, danos materiais ou lesão.

2.3 Classificação dos Acidentes de Trabalho

2.3.1 Acidente PessoalÉ aquele no qual há a existência de lesões (vítimas).

2.3.2 Acidente Pessoal com perda de tempo (CPT)Quando o acidentado sofre lesão que o impossibilite de exercer suas funções estabelecidas na descrição de seu cargo, na sua área de trabalho, a partir do dia seguinte ao da ocorrência do acidente.

2.3.3 Acidente Pessoal sem perda de tempo (SPT)Quando o acidentado sofre lesão e não fica impossibilitado de retornar ao trabalho até o dia seguinte ao da ocorrência do acidente para exercer suas funções normais.

2.3.4 Acidente ImpessoalAquele no qual não há existência de vítima, embora haja danos materiais e/ou ambientais.

2.3.5 Quase AcidenteAcontecimento indesejável, que sob circunstâncias um pouco diferente (tempo e/ou espaço), poderia ter resultados traduzidos em danos à pessoa (lesões), danos materiais, perda no processo, ou no meio ambiente.

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2.3.6 AnomaliaTermo utilizado para caracterizar urna ocorrência que não constitui acidente ferroviário, mas está fora da normalidade. As anomalias devem ser tratadas porque constituem custos por paralisação e conseqüente falta de produção.

2.4 Causas dos Acidentes de Trabalho

Segundo teoria proposta por Heinrich, o homem por hereditariedade ou influência do meio social, poderá ser o portador de caracteres negativos de personalidade, de caráter, de educação, etc. Dessas características advêm falhas humanas que dão origem aos dois principais elos da cadeia do acidente, que são:

2.4.1 Atos InsegurosTipo de procedimento que possibilita a ocorrência de acidente e praticados pelas pessoas no desempenho de suas funções.

É a maneira como as pessoas se expõem, conscientemente, a riscos de acidentes.

Alguns exemplos:

• Ficar junto ou sob cargas suspensas;

• Colocar parte do corpo em lugar perigoso;

• Usar máquinas sem habilitação ou permissão;

• Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga;

• Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento;

• Improvisação e mau emprego de ferramentas manuais;

• Inutilização de dispositivos de segurança;

• Não usar as proteções individuais;

• Uso de roupas inadequadas e de acessórios;

• Transportar ou empilhar inadequadamente;

• Fumar e usar chamas em lugares indevidos;

• Tentativas em ganhar tempo;

• Brincadeiras e exibicionismo.

• Fatores humanos como: desconhecimento dos riscos, treinamento inadequado e etc.

2.4.2 Condições InsegurasCriadas ou mantidas no ambiente de trabalho pelos mais diversos motivos aparentes, mas somente por um verdadeiro, isto é, a falha humana em não entender que os trabalhos não deveriam ser executados em quaisquer condições que não fossem totalmente seguras para as pessoas.

São aquelas que comprometem a segurança do trabalhador. São as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança, etc., que põem em risco a integridade física e/ou a

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saúde das pessoas e a própria segurança das instalações e dos equipamentos.

Condições inseguras que mais freqüentemente causam acidentes do trabalho:

• Falta de proteção em máquinas e equipamentos;

• Proteções inadequadas ou defeituosas;

• Deficiências em máquinas e ferramentas;

• Má arrumação;

• Escassez de espaço;

• Defeitos nas edificações;

• Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas;

• Iluminação inadequada;

• Falta de protetores individuais;

Dos Atos e Condições Inseguras, combinados ou não, resultam acidentes, que causam lesões ao homem e prejuízos para a empresa.

2.5 Conseqüências dos Acidentes de Trabalho

Os acidentes com os trabalhadores causam inúmeros prejuízos, não só para o trabalhador, como também para a pessoa atingida, para a sua família e para toda a sociedade.

2.5.1 Prejuízos para Família• Cuidados com o acidentado;

• Aumento das despesas;

• Renda diminuída;

• Alteração de projetos familiares

2.5.2 Prejuízos para a Empresa• Tempo de trabalho perdido pelo acidentado;

• Tempo de trabalho perdido por companheiros do acidentado, durante e após o acidente;

• Queda da produção, pela interrupção do trabalho;

• Diminuição da produtividade dos trabalhadores, em virtude do impacto emocional que causa o acidente com companheiros;

• Custo com máquinas e equipamentos danificados;

• Matéria prima e materiais perdidos;

• Gastos com os primeiros socorros e transporte do acidentado;

• Atraso na entrega de produtos e conseqüentemente, descontentamento dos clientes;

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• Dificuldades com as autoridades e má fama para a empresa.

2.5.3 Prejuízos para a Sociedade

• Acúmulo de encargos assumidos pela Previdência Social;

• Aumento do preço final de produtos;

• Contribuição para o aumento de impostos e taxas de seguros.

2.6 Benefícios da Prevenção de Acidentes

2.6.1 Benefícios Sociais

• Redução de preço final de produtos;

• Redução de encargos pela Previdência Social;

• Equilíbrio de ânimos entre trabalhadores pela ausência do mal-estar que causam os acidentes;

• Maior equilíbrio entre a renda e as despesas do trabalhador;

• Tranqüilidade no meio familiar.

2.6.2 Benefícios para a Empresa• Redução dos prejuízos com desperdícios de materiais;

• Diminuição de prejuízos em decorrência de paralisação e conserto de máquinas e equipamentos;

• Aumento na produção;

• Maior produtividade dos trabalhadores;

• Menor despesa com treinamento de substitutos de acidentados;

• Redução de salários adicionais pagos por trabalhos em hora extra, em virtude de acidente;

• Redução de despesas médicas e salários não cobertos pelo seguro.

2.7 Elementos Básicos de um Acidente

a) Natureza da lesão – É o tipo de lesão ocorrida.

b) Localização da lesão – É à parte do corpo diretamente atingida pela lesão.

c) Fonte da lesão – É o objeto, a substância, a exposição ou o movimento corporal que diretamente produziu ou causou a lesão.

d) Tipo de acidente – É o evento que, diretamente, resultou na lesão (ou poderia ter resultado em lesão).

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e) Condição insegura – É a condição ou circunstância física perigosa que causou ou permitiu a ocorrência do acidente.

f) Agente do acidente – É o objeto, a substância, ou parte das instalações, em que existia a condição de insegurança.

g) Parte do agente do acidente – É a parte específica do agente do acidente, em que existia a condição de insegurança.

h) Ato inseguro – É a violação de um procedimento seguro comumente aceito, que diretamente permitiu ou ocasionou a ocorrência do acidente.

i) Fator pessoal de insegurança – É a característica mental ou física que diretamente permitiu ou ocasionou o ato inseguro.

Para auxiliar a determinar os elementos básicos de um acidente, formulam-se as seguintes indagações:

a) Qual foi a lesão? (natureza da lesão)

b) Que parte do corpo foi atingida? (localização da lesão)

c) Que objeto ou substância produziu a lesão? (fonte da lesão)

d) Como entrou o acidentado em contato com o objeto ou a substância? (tipo de acidente)

e) Que condições ou circunstâncias perigosas, física ou ambiental, causou ou permitiu a ocorrência do evento? (causa do acidente – condição insegura)

f) Em que objeto ou substância existia a condição perigosa? (Agente do acidente)

g) Em que parte específica do objeto ou da substância existia a condição ou circunstância perigosa? (parte do agente do acidente)

h) Que ato inseguro causou ou permitiu a ocorrência do acidente? (causa do acidente – ato inseguro)

i) Que fator pessoal contribuiu para o ato inseguro? (fator pessoal de insegurança)

2.8 Procedimentos na Investigação

Na investigação de acidentes devem ser observados os seguintes procedimentos:

a) Examinar o local do acidente e, se necessário, fotografá-lo;

b) Integrar o acidentado, se possível, e as testemunhas (esforçar-se por obter os fatos, não responsabilizar nem culpar ninguém);

c) Procurar descobrir as causas do acidente, encorajando os envolvidos a dar sugestões para evitar acidentes semelhantes;

d) Consultar pessoas interessadas sobre possíveis soluções;

e) Preencher o formulário de relatório de acidente;

f) Certificar-se da correção das causas do acidente. Se elas não podem ser corrigidas imediatamente, informar disso aos interessados;

g) Divulgar as medidas corretivas para que todos tirem proveito da experiência.

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2.9 Dados de Identificação

a) Data do acidente (hora, dia, mês e ano)

b) Local do acidente (cidade, bairro, rua, local de trabalho, setor, etc.)

c) Acidentado (nome, turno ou grupo).

d) Gravidade provável da lesão

2.10 Estatística

Assim como nos demais setores das atividades humanas, também na Prevenção de Acidentes do Trabalho a Estatística desempenha papel de grande importância.

A aplicação de medidas para corrigir determinadas situações só terá plena eficácia quando houver controle das condições e circunstâncias que se procuram corrigir ou melhorar.

Para que esse controle se torne possível, é necessário que se use padrões universais de comparação que são:

2.10.1 Coeficiente de Freqüência (CF)CF = Nº de acidentes (CPT) X 1.000.000/Homens-horas trabalhadas

2.10.2 Coeficiente de Freqüência Geral (CFG)CFG = Nº de acidentes (CPT + SPT) X 1.000.000/Homens-horas trabalhadas

2.10.3 Coeficiente de GravidadeCG = (Dias perdidos + Dias debitados) X 1.000.000/Homens-horas trabalhadas

Onde:

2.10.3.1 Homem – Horas Trabalhadas É o número que exprime a soma de todas as horas efetivamente trabalhadas por todos os empregados de uma empresa

2.10.3.2 Tempo Perdido É a perda de tempo, avaliada em dias, resultante de interrupção do trabalho pelo afastamento do acidentado, como conseqüência do acidente.

É expressa em número de dias perdidos e de dias debitados conforme as definições que se seguem:

2.10.3.3 Dias PerdidosÉ o total de dias em que o empregado fica com incapacidade temporária.

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2.10.3.4 Dias Debitados Por redução de capacidade ou morte - É o número de dias que, convencionalmente, se atribui aos casos de acidentes de que resulte morte, incapacidade permanente total ou incapacidade permanente parcial, representando a perda total ou redução de capacidade para o trabalho.

2.10.3.5 Lesão, Morte e Incapacidade- Lesão sem Perda de Tempo (SPT) - É a que, não resultando em morte, incapacidade

permanente total ou parcial ou incapacidade temporária, não impede no conceito médico, o acidentado de voltar ao trabalho, no mesmo dia ou no dia seguinte ao do acidente.

Lesão com Perda de Tempo (CPT) - É a que resulta em morte, ou incapacidade permanente total ou parcial ou incapacidade temporária.

Morte - Caracteriza a lesão que resulta em fatalidade, qualquer que seja o período entre o acidente e o falecimento do acidentado.

Incapacidade permanente total - É qualquer lesão, exclusive a morte, que permanente e totalmente impossibilita o acidentado de exercer ocupação remunerada, ou que resulta na perda, ou na perda de uso, dos seguintes elementos no mesmo acidente: Ambos os olhos, um olho e uma mão, ou braço ou pé ou perna, quaisquer dois dos seguintes elementos não do mesmo membro: mão, braço, pé ou perna.

a) Incapacidade permanente parcial - É qualquer lesão, exclusive morte e incapacidade total, que resulta na perda completa, ou na perda de uso, de qualquer membro ou parte de membro do corpo, ou em qualquer redução permanente de função orgânica, ou parte dela, independentemente de qualquer lesão incapacitante permanente pré-existente.

Incapacidade temporária - É qualquer lesão que não resulta em morte ou em incapacidade permanente total ou parcial, mas que impede a vítima de trabalhar durante todo o dia ou mais (incluindo domingos, feriados ou dias de encerramento do estabelecimento), subseqüentes à data do acidente.

Tabela para o cálculo dos dias debitados segundo a natureza das lesões

Natureza Avaliação

%

Dias

debitados

Morte

Incapacidade total e permanente

Perda da visão de ambos os olhos

Perda da visão de um olho

Perda do braço acima do cotovelo

Perda do braço abaixo do cotovelo

100

100

100

30

75

60

6.000

6.000

6.000

1.800

4.500

3.600

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Perda da mão

Perda do 1º quirodátilo (polegar)

Perda de qualquer outro quirodátilo (dedo)

Perda de dois outros quirodátilos(dedos)

Perda de outros três quirodátilos (dedos)

Perda de quatro outros quirodátilos (dedos)

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e qualquer outro quirodátilo (dedo)

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e dois outros quirodátilos (dedos)

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e três outros quirodátilos (dedos)

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e quatro outros quirodátilos (dedos)

Perda de perna acima do joelho

Perda de perna, no joelho ou abaixo dele

Perda do pé

Perda do 1º podotátilo (dedo grande) ou de dois outros ou mais pododátilos (dedos do pé)

Perda do 1º pododátilo (dedo grande) de ambos os pés

Perda de qualquer outro pododátilo (dedo do pé)

Perda de audição de um ouvido

Perda de audição de ambos os ouvidos

50

10

5

12 ½

20

30

20

25

33 ½

40

75

50

40

6

10

0

10

50

100

3.000

600

300

750

1.200

1.800

1.200

1.500

2.000

2.400

4.500

3.000

2.400

300

600

0

600

3.000

6.000

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3. NORMAS REGULAMENTADORAS

As Normas Regulamentadoras, também conhecidas por NR, são normas que regulamentam, fornecem parâmetros e instruções sobre Saúde e Segurança do Trabalho. As NRs são elaboradas por uma comissão tripartite composta por representantes do governo, dos empregadores e dos empregados.

Pode-se recorrer ao Ministério do Trabalho e ou a Delegacia Regional do Trabalho. O site da DRT possui lista completa com os nomes dos delegados do trabalho, bem como os endereços das DTRs Regionais.

3.1 NR1- Disposições Gerais

Esta norma disciplina, entre outras, a competência da Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição:

Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

Impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

Notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de insalubridade;

Atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas localidades onde não houver médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho registrado no Mtb.

3.2 NR 2 – Inspeção Prévia

Esta Norma disciplina as situações em que as Empresas deverão solicitar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a realização de Inspeção Prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização, para requerer o Certificado de Aprovação de Instalações (CAI). Diz, também, quando a Declaração de Instalações (DI) pode ser apresentada pela Empresa, em substituição ao CAI.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da CLT.

3.3 NR3 — Embargo ou Interdição

Esta Norma define as situações em que as Empresas se sujeitam a sofrer uma paralisação (parcial ou total) de seus serviços, máquinas ou equipamentos. Estabelece, também, os procedimentos a serem observados pela fiscalização da DRT, na adoção de medidas punitivas, no tocante à segurança e medicina do trabalho ou sempre que o auditor fiscal encontrar, no ambiente laboral, risco grave e iminente para o trabalhador. Fornece meio para que se identifique as situações de “risco grave e iminente” em que se aplicam as punições de “embargo” ou “interdição”. Um Laudo Técnico, elaborado pelo Auditor Fiscal da DRT, é necessário, para caracterizar e justificar a interdição ou

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embargo, segundo esta Norma. Algumas situações de risco grave e iminente estão explicitadas, por exemplo, na NR 13 (caldeiras e vasos sob pressão) ou na NR 15 (operações insalubres, envolvendo ruído e calor).

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.

3.4 NR 4— Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

Esta Norma estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho — SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador, no local de trabalho. Fazem parte do SESMT os seguintes Profissionais: Engenheiro de Segurança do Trabalho; Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho (todos, de nivel superior, com cursos de Especialização em suas respectivas áreas) e ainda, o Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (atualmente, sendo substituído pelo Técnico de Enfermagem do Trabalho, profissão ainda não regulamentada).

Para o dimensionamento do SESMT tem-se que recorrer à Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE Quadro 1 da NR 4 onde consta, em função da Atividade da Empresa, a respectiva graduação de risco (risco 1, desprezível; risco 2, pequeno; risco 3, médio e risco 4, alto). No Quadro II da NR 4 colocando- se na coluna do grau de risco a classificação de risco correspondente e na linha superior (topo da tabela) o número de empregados da empresa, ter-se-á, no cruzamento destas duas linhas (horizontal e vertical), o número mínimo de profissionais necessários para compor o SESMT da Empresa).

Por exemplo: se uma empresa foi caracterizada como de risco 4 e ela possui 260 empregados, entrando-se com estes dados no QUADRO II da NR 4, teremos que ter no SESMT da Empresa: 3 Técnicos de Segurança do Trabalho; 1 (um) Engenheiro de Segurança do Trabalho em tempo parcial, e 1 Médico do Trabalho, em tempo parcial. O tempo integral de um Profissional da área técnica, de nível superior (Engenheiro de Segurança do Trabalho), é de 6 horas/dia e o tempo parcial, de 3 horas/(dia). Idem, para o Médico do Trabalho. O asterisco (*), no Quadro, indica trabalho em tempo parcial. O Técnico de Segurança do Trabalho, Técnicos de Enfermagem do Trabalho, etc. são obrigados a trabalhar 8 horas, diariamente.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da CLT.

3.5 NR 5 - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes - CIPA

Esta Norma estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizar e manterem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) com a finalidade de prevenirem a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, através de sugestões e recomendações que minimizem, controlem ou eliminem estas situações indesejáveis. São, também, os principais responsáveis pela elaboração do mapa de risco da Empresa (mapeamento dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos). Estes riscos devem estar discriminados em lay-out / desenho que deve ser afixado nas proximidades da entrada de todas as áreas de trabalho.

O mapa de risco apresenta somente dados qualitativos, aferidos de acordo com a sensibilidade dos empregados do setor sob análise (devem atestar sensação de calor, frio, ruído elevado, etc). Simbolos, círculos de tamanhos diferenciados e cores são usados para elaborar o mapa de risco, em

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planta (círculos grandes, risco grande; círculo médio, risco médio; e círculo pequeno, risco pequeno). Se o círculo é pintado internamente de vermelho, significa risco químico (gases, vapores, poeiras, ácidos, etc.); de cor verde, risco fisico (ruído, umidade, calor, etc.); de cor marron, risco biológico (fungos, bactérias, bacilos, etc); de cor amarela, risco ergonômico (má postura, pressa, atividade monótona ou repetitiva, etc); e de cor azul, risco mecânico (risco de acidentes por meios mecânicos: partes móveis de máquinas; equipamentos; choques elétricos e outros). Pode existir a colaboração do SESMT para com a CIPA, para a elaboração do Mapa de Riscos.

Da mesma forma que o procedimento adotado para o SESMT, o número de seus componentes da C1PA é calculado a partir de Quadros. Entretanto, estes Quadros não são idênticos e tem-se que obter o download do arquivo, no caso da CIPA, em PDF e dele retirar os dados que se deseja.

Exemplo: Suponhamos uma atividade de extração de Petróleo e Gás. A partir do endereço eletrônico do Ministério do Trabalho e Emprego — MTE, podemos, encontrar o arquivo da NR 5 — CIPA e ali se tem à relação do CNAE, já citada.

Obtem-se, ali, a informação de que a atividade de extração de petróleo e gás natural é do grupo Cl e a partir desta com o número de empregados obtém-se a composição da CIPA.

A CIPA tem que ser constituída, obrigatoriamente, em igual número, por representantes dos empregados (eleitos em escrutínio secreto, preferencialmente entre profissionais dos setores de maior risco da empresa) e por representantes do empregador (indicados pelo empregador)

O Presidente da CIPA é indicado pelo Empregador, dentre os seus representantes. O Vice-Presidente da CIPA é escolhido, entre os membros representantes dos empregados eleitos (titulares): fazem a escolha entre si mesmos.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo l63 a l65 da CLT.

3.6 NR6 - Equipamentos de Proteção Individual — EPI

Esta Norma apresenta os requisitos legais para a fabricação e comercialização (inclusive importação) de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); a necessidade de uso correto e adequado destes EPIs; a exigência legal de existência da Marca do Produto e do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho — (CA) nos mesmos (com atualização periódica destes CAs). Além disto constam nesta Norma as responsabilidades do empregador (de fazer a manutenção dos EPIs; de fiscalizar a sua utilização; de dar treinamento; e de orientar quanto ao uso correto destes Equipamentos de Proteção Individual, etc.)

A NR 6 também discrimina as responsabilidades do empregado (de usar, cuidar da conservação e limpeza, etc); do fabricante (de registrar a marca e providenciar o Certificado de Aprovação, etc); do importador (de regularizar o produto no país, a marca e o CA) e do Ministério do Trabalho e Emprego — MTE (de fiscalizar as Empresas Importadoras, a validade dos Certificados de Aprovação e as Empresas fabricantes de produtos nacionais (também lhe cabe efetuar testes e fornecer os CA e/ou credenciar empresas idôneas para tal., etc.).

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPIs adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa ‘proteção contra riscos de ocorrência de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

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b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e;

c) Para atender a situações de emergência.

A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 166 e 167 da CLT.

Os EPI's podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger:

• Proteção da cabeça

• capacete - Um capacete é um objeto que serve para proteger a cabeça de impactos externos. Existem capacetes para várias aplicações, variando quanto à segurança oferecida. No caso dos motociclistas, os capacetes protegem em caso de quedas ou colisões. Capacetes de aplicação militar, por sua vez, protegem contra objetos ou destroços atirados contra o usuário. Outra modalidade de capacetes - os equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados em fábricas e construções - protegem contra queda de objetos ou ferramentas.

• O interior de um capacete é acolchoado, geralmente com isopor, espumas e tecidos. Exteriormente (casco), são feitos de materiais muito rijos e indeformáveis, como plásticos de engenharia e fibras de carbono. As viseiras, via de regra, são feitas de policarbonato, um material transparente mas altamente resistente.

• Proteção auditiva

• Abafadores de ruído (ou protetores auriculares) e tampões - Os abafadores auditivos como equipamentos de proteção individual são utilizados para garantir maior segurança para o trabalhador, evitando a exposição de ruídos fortes e que prejudiquem seu sistema auditivo.

• Proteção respiratória

• Máscaras ; aparelhos filtrantes próprios contra cada tipo de contaminante do ar: gases, aerossóis por exemplo.

• Proteção ocular e facial • Óculos , viseiras e máscaras

• Proteção de mãos e braços

• Luvas , feitas em diversos materiais e tamanhos conforme os riscos contra os quais se quer proteger: mecânicos, químicos, biológicos, térmicos ou elétricos.

• Proteção de pés e pernas

• Sapatos , botinas, botas, tênis, apropriados para os riscos contra os quais se quer proteger: mecânicos, químicos, elétricos e de queda.

• Proteção contra quedas

• Cintos de segurança , sistemas de pára-quedas.

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3.7 NR 7— Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO

Esta Norma estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Todos os empregados da Empresa são monitorados, individualmente, objetivando a identificar os que estão expostos a agentes de risco (físicos, químicos e biológicos) definidos no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

Compete ao empregador:

d) Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

e) Custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

f) Indicar, entre os médicos dos SESMT da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;

g) No caso de a empresa estar desobrigada a manter médico do trabalho de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

h) Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 168 e 169 da CLT.

3.8 NR 8 — Edificações

(Esta Norma estabelece os requisitos técnicos mínimos, de segurança e salubridade, a serem observados pelas edificações que abrigam empregados, para que, durante o desenvolvimento de suas atividades/operações laborativas não venham a sofrer acidentes ou a contrair doenças ocupacionais decorrentes de falhas ou incorreções existentes nestes ambientes de trabalho (altura do piso ao teto pé direito) em desacordo com as normas da ABNT; falta de área suficiente para circulação segura de pessoas, veículos e materiais pelos ambientes de trabalho; pisos desnivelados ou escorregadios; ventilação e iluminação insuficiente ou inadequada ao ambiente de trabalho; etc.). Esta Norma apresenta uma preocupação que existe no sentido de se proporcionar aos ocupantes e freqüentadores das edificações (empregadores, empregados e clientes, inclusive) as melhores condições possíveis de segurança, conforto, satisfação e bem estar.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, éoartigo 170 a 174 da CLT.

3.9 NR 9— Programa de Prevenção de Riscos Ambientais — PPRA

Esta Norma estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da

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ocorrência de riscos ambientais (agentes físicos, químicos e biológicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, inclusive. O PPRA deve estar articulado com o PCMSO e demais normas regulamentadoras. Consideram-se riscos ambientais os riscos fisicos, químicos e biológicos que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causardanos•à.saúde do trabalhador.

O PPRA deverá ter a seguinte estrutura mínima:

• Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;

• Estratégia e metodologia de ação;

• Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;

• Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades. Isto gerará um Relatório Anual, que deve ser apreciado pela CIPA, inclusive.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 175 a 178 da CLT.

3.10 NR 10 — Instalações e Serviços em Eletricidade

Esta Norma estabelece as condições mínimas para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em todas as suas etapas (elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação), observando-se, para tanto, as normas técnicas vigentes (ABNT e outras, inclusive Internacionais) e também trata da obrigatoriedade de somente profissional qualificado e habilitado (através de treinamento comprovado) trabalhar em instalações elétricas. Também procura salvaguardar a vida dos usuários destes equipamentos e de terceiros, em quaisquer das fases, de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, procurando, inclusive, zelar pelo seu conforto, além da segurança e saúde. A Norma também trata das medidas preventivas para evitar a ocorrência de acidentes elétricos, dando ênfase à necessidade de isolamento da fiação elétrica, aterramento das máquinas e equipamentos elétricos e à instalação de pára-raios.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 179 a 181 da CLT.

3.11 NR 11 — Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Esta Norma apresenta os requisitos mínimos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, como manual, de modo a evitar a ocorrência de acidentes no local de trabalho, a obstrução de áreas de circulação e o acesso a extintores e às saídas de emergência, em casos de incêndio ou pânico. Enfatiza a questão da operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Da mesma forma procede no que se refere ao transporte manual e mecânico de sacas, estabelecendo o limite máximo de sacas, para cada uma destas modalidades de transporte.

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No que se refere ao armazenamento de materiais, estabelece distâncias mínimas entre cargas; entre cargas e paredes e recomenda a não aproximação da carga, do teto. Também estabelece a necessidade de delimitação de áreas para armazenamento de materiais e a largura das vias de circulação, em função da largura dos veículos industriais que circulam nas vias internas do ambiente industrial.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desla NR, são os artigos 182 e 183 da CLT.

3.12 NR 12 — Máquinas e Equipamentos

Esta Norma discrimina as medidas preventivas a serem adotadas na utilização de máquinas e equipamentos; a distância mínima de segurança recomendável entre estas máquinas e/ou equipamentos e indica seus respectivos pontos móveis e partes perigosas em geral. Apresenta informações a respeito dos cuidados que se deve ter e a necessidade de proteção de suas partes móveis em geral, com guardas de proteção e dispositivos similares. Idem, quanto aos procedimentos que devem ser adotados para a sua operação segura; os cuidados a serem mantidos no ato de sua manutenção e limpeza e os dispositivos manuais e eletrônicos de prevenção e proteção existentes e recomendáveis para evitar-se a ocorrência de acidentes no uso destes produtos. Esta Norma estabelece requisitos mínimos de segurança para dispositivos de acionamento, partida e parada de máquinas e equipamentos e para assentos e mesas. Contém, anexos, à norma, requisitos para a operação segura de moto-serras e de cilindros de massa.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 a 186 da CLT.

3.13 NR 13 — Caldeiras e Vasos de Pressão

Esta Norma estabelece os requisitos técnicos e legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão e também estabelece que esses equipamentos têm que ser supervisionados por um profissional qualificado e habilitado. A exigência de treinamento se faz necessária para o Operador da Caldeira, com parte prática realizada, obrigatoriamente na própria caldeira que operará. Constam nesta Norma os seguintes Anexos: Anexo 1 A — Currículo Mínimo para treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras; Anexo II A — Requisitos para certificação de “Serviço próprio de inspeção de equipamentos”; Anexo 1 B — Currículo mínimo para “Treinamento na operação de unidades de processo”; Anexo II B — Requisitos para certificação de “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”; Anexo ifi B —. Especificação dos equipamentos onde a Norma deve ou não ser aplicada; Anexo IV B — Classificação de Vasos de Pressão.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.

3.14 NR14—Fornos

Esta Norma contém as recomendações técnicas e legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais; proteçõo refratária para conforto térmico dos operadores e cuidados com a emissão de gases da chaminé, para a comunidade externa, inclusive.

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A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, -são os artigos 187 e 188 da CLT.

3.15 NR 15 — Atividades e Operações Insalubres

Esta Norma apresenta, em seus 14 Anexos os agentes insalubres de natureza física (ruído, calor, umidade, pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, vibrações mecânicas, frio, etc), química (gases, poeiras, vapores, névoas, neblina, fumaça, fumos metálicos, etc.) e biológica (bactérias, fungos, virus, bacilos, riquetsias e outros). Estabelece Limites de Tolerância para alguns agentes ambientais (ruído, gases e vapores, etc.) e os critérios técnicos e legais que devem ser adotados para avaliar-se (qualitativa e/ou quantitativamente) e caracterizarem-se as atividades e operações insalubres e o adicional devido para cada caso insalubridade.

Algumas categorias profissionais recebem estes adicionais em percentuais calculados sobre o salário da categoria (acordo, em contratos coletivos de trabalho, da categoria profissional) ao invés de sobre o salário mínimo. A NR 15 possui 14 Anexos, a seguir discriminados:

• Anexo 1- limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente;

• Anexo 2- limites de tolerância para ruído de impacto;

• Anexo 3- limites de tolerância para exposição ao calor;

• Anexo 4 — limites de tolerância para iluminação (revogado pela portaria

• 3.751, de 23/11/1990).

• Anexo 5- limites de tolerância para radiações ionizantes;

• Anexo 6- trabalhos sob condições hiperbáricas;

• Anexo 7- radiações não ionizantes;

• Anexo 8— vibrações;

• Anexo 9—frio;

• Anexo 10—umidade;

• Anexo 11— agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho;

• Anexo 12-limites de tolerância para poeiras minerais;

• Anexo 13- agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por inspeção realizada no local de trabalho (avaliações qualitativas);

• Anexo 13 a - benzeno;

• Anexo 14— agentes biológicos.

3.16 NR 16— Atividades e Operações Perigosas

Esta Norma define os critérios técnicos e legais a serem usados para avaliarem-se e caracterizarem-se as atividades e operações perigosas com inflamáveis e/ou explosivos, a partir de quadros que delimitam, tecnicamente, áreas de risco e/ou atividades/operações de risco. Caracteriza, através do ponto de fulgor, as substâncias inflamáveis e combustíveis e considera, somente, para efeito de

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pagamento de adicional de periculosidade, as inflamáveis e não as combustíveis. No caso particular dos explosivos, a área em situação de periculosidade é função de sua quantidade e tipo de material explosivo (pólvora, espoleta, dinamite, etc.). O adicional de periculosidade é de 40% do salário base da categoria profissional, sem quaisquer acréscimos e vantagens. A NR 16 considera perigosas as seguintes atividades/operações:

Anexo 1- atividades e operações perigosas com explosivos;

Anexo 2- atividades e operações perigosas com inflamáveis

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 193 a 197 da CLT.

Sobre o Adicional de Periculosidade há a se considerar, ainda, o abaixo:

Portaria N. ° 3.393, de 17 de Dezembro de 1987 — Trata da exposição do trabalhador às radiações ionizantes ou substâncias radioativas. Esta Portaria adota como atividades de risco em potencial concementes a radiações ionjzantes ou substâncias radioativas, o “Quadro de Atividades e Operações Perigosas”, aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Diz, ainda, esta Portaria, que o trabalho nas condições enunciadas neste Quadro assegura ao empregado o adicional de periculosidade em conformidade com o Parágrafo 1° do artigo 193 da CLT.

A Lei n° 7.369, de 20 de setembro de 1985, instituiu a remuneração adicional para quem exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade No mesmo ano, em 26 de dezembro, ela foi regulamentação pelo Decreto n° 92.212. Entretanto, menos de um ano depois, a lei ganhou nova regulamentação com a edição do Decreto 93.412, de 14 de outubro de 1986, que revoga o anterior.

3.17 NR 17— Ergonomia

Esta Norma estabelece as condições para o planejamento do trabalho e do local de trabalho, de modo a preservar as Condições Psicofisiológicas dos trabalhadores como também, proporcionar um máximo de segurança, conforto, bem estar e desempenho eficiente nas tarefas executadas. Define que, no transporte manual de cargas o peso transportado por um trabalhador não deve comprometer a sua saúde e segurança e que o mesmo deve receber treinamento para tal. As mulheres e menores devem transportar pesos sempre menores que os homens. Diz, ainda, que nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante (salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou de análise de projetos, etc). São recomendados níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152. O Nível de Ruído Aceitável em locais com estes usos e características quando não definido nesta Norma, para efeito de conforto acústico é de até 65 dB (A). O Indice de Temperatura Efetiva (TE) deve situar-se entre 20 e 23°C; a Velocidade do Ar não deve ser superior a O,75m/s .

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

3.18 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Estabelece normas de planejamento e organização para implantar procedimentos que visam a garantir a segurança e a saúde trabalho nas atividades/operações realizadas na construção civil. Esta Norma determina que seja elaborado o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT, que é aplicado para canteiros de obras; áreas de vivência;

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demolições; escavações, fundações e desmonte de rochas; atividades envolvendo a carpintaria, armações de aço, estruturas de concreto, estruturas metálicas, operações de soldagem e de corte a quente; estruturas de proteção contra quedas (construção de andaimes, bandejas de proteção, guarda-corpos rodapés, etc); serviços de construção e manutenção de telhados; trabalhos em locais confinados; instalação e manutenção de sinalização de segurança e atividades relacionadas com o estabelecimento da ordem e limpeza nos locais de trabalho; e atividades de treinamento, dentre outras.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso 1 da CLT.

3.19 NR 19 — Explosivos

Esta Norma estabelece os requisitos necessários para a garantia da segurança e manutenção da integridade fisica daqueles que desenvolvem atividades e/ou participam de operações envolvendo explosivos nas suas diversas formas (estocagem, manuseio e transporte de explosivos em geral). Define os riscos e faz recomendações acerca das medidas preventivas e de controle a serem tomadas em ambientes onde existem explosivos armazenados. Idem, durante o seu manuseio e transporte. Esta Norma também apresenta os diversos tipos de explosivos e sua classificação. Versa também sobre construção segura de paióis.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

3.20 NR 20— Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Esta Norma estabelece os requisitos necessários à manutenção das condições de segurança e de proteção da integridade física dos que atuam em atividades ou participam de operações envolvendo o armazenamento, o transporte e o manuseio de Líquidos inflamáveis e combustíveis, de gás liquefeito de petróleo (GLP) e outros gases inflamáveis. Define os riscos e recomenda medidas preventivas e de controle a serem adotadas nos locais onde estes líquidos inflamáveis e/ou explosivos ficam armazenados.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II a IV da CLT.

3.21 NR 21 — Trabalhos a Céu Aberto

Esta Norma apresenta as medidas preventivas e de controle a serem tomadas em atividades a céu aberto tais como minas, pedreiras e outras. Trata também da obrigatoriedade de ter-se abrigos contra as intempéries e a insolação excessiva, além de refeitórios e instalações sanitárias adequadas, nestas atividades, em particular. Alguns EPIs são indispensáveis, tais como as capas de chuva impermeáveis, por exemplo, para proteção em dias de chuva, contra a ação da chuva, do vento e da umidade.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso V da CLT.

3.22 NR 22— Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

A NR 22 determina métodos e procedimentos nos locais de trabalho que proporcionem aos

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empregados satisfatórias condições de segurança e saúde no trabalho de mineração. A Norma estabelece os seus campos de aplicação, quais sejam: Minerações subterrâneas; Minerações a céu aberto; Garimpos; Beneficiamentos minerais; e Pesquisa Mineral. Discrimina as atribuições e competência da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são o artigo 200 inciso III da CLT.

3.23 NR 23 — Proteção Contra Incêndios

Esta Norma estabelece medidas de prevenção, proteção e combate a incêndios que devem ser adotadas, nas Empresas. Determina que as Empresas disponham, nos locais de trabalho, de saídas de emergência e de instalações fixas e móveis para combate a incêndios. Fornece meio para se definir o número e tipo de extintores de incêndio portáteis necessários, em função da área a proteger.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

3.24 NR 24 — Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Esta Norma estabelece a necessidade de se manter adequadas condições de higiene nos locais de trabalho, nas instalações sanitárias, alojamentos, vestiários, refeitórios e similares. Também discrimina os aspectos de conservação predial e de conforto a serem observados nos locais de trabalho (ventilação, iluminação e outros). Estabelece o número de vasos sanitários necessários nos banheiros, em função do numero de prováveis usuários Idem, para lavatórios, chuveiros, etc.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

3.25 NR 25 — Resíduos Industriais

Esta Norma apresenta as medidas a serem tomadas pelas empresas a respeito do destino final a ser dado a seus resíduos industriais (sólidos, líquidos e gasosos) e esgotos sanitários, isto visando a preservação e proteção da saúde de seus empregados e atendendo aos interesses da preservação e proteção do meio ambiente interno e extra-muros (tudo isto, em conformidade com a legislação vigente: municipal, estadual e federal).

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

3.26 NR 26— Sinalização de Segurança

Esta Norma estabelece a padronização das cores utilizadas como sinalização de segurança, nos ambientes de trabalho, com o objetivo de delimitar áreas, identificar dispositivos e equipamentos de segurança, tubulações e características dos líquidos que circulam em seu interior, recipientes e seus conteúdos, pontos perigosos de máquinas e equipamentos, guardas protetoras e similares.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT.

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3.27 NR27- Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego

Esta Norma define os requisitos necessários para o registro profissional, no MTE, do Técnico de Segurança do Trabalho, para que possa exercer a função de Técnico de Segurança do Trabalho e regulamenta esta profissão junto ao MTE.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 30 da lei n° 7.410 de 27 de novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de9de abril de 1986.

3.28 NR 28 — Fiscalização e Penalidades

Esta Norma estabelece o procedimento de autuação, pelo MTE, por infração às Normas Regulamentadoras e determina os procedimentos a serem adotados pela fiscalização no que diz respeito aos prazos que as empresas têm para corrigir as irregularidades levantadas e apontadas pelo Auditor Fiscal do MTE. Também especifica o valor das multas a serem impostas aos infratores, caso não atendam aos termos da autuação, na forma especificada.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 201 da CLT.

3.29 NR 29 — Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Esta Norma estabelece os procedimentos de segurança e saúde ocupacional a serem observados na área portuária, e nas atividades e operações ali desenvolvidas. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações, tanto a bordo como em terra, bem como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e em instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. Também há necessidade de elaboração do PPRA e PCMSO nestas atividades. Devem existir Planos de Controle de Emergência (PCE) e Planos de Ajuda Mútua (PAM), nestas áreas.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da CLT.

3.30 NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

Esta Norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional ou estrangeira, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como às plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e às embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e a outras, oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da CLT.

3.31 NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho da Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura

Diz respeito à segurança e saúde dos trabalhadores das atividades de agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura.

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3.32 NR 32 - Segurança e Saúde em Estabelecimentos de Saúde

Relativa à segurança e saúde dos trabalhadores dos estabelecimentos de saúde e atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

3.33 NRR - Norma Regulamentadora Rurais

Relativas à segurança e saúde do trabalhador rural.

3.34 Convenções da Organização Internacional do Trabalho — OIT

As Convenções da Organização Internacional do Trabalho — OIT são tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que podem ser ratificadas sem limitação de prazo por qualquer dos Estados-Membros.

Até 18 (dezoito) meses da adoção de uma Convenção, cada Estado-Membro tem obrigação de submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional) para aprovação.

Após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do tratado, o que importa na incorporação automática de suas normas à legislação nacional.

Após a ratificação, o Estado-Membro, deve adotar medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da convenção em prazos determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento.

Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais representativas de empregadores e trabalhadores.

A vigência Internacional inicia-se doze meses após a ratificação de uma Convenção por 2 (dois) Estados-Membros e a vigência Nacional inicia-se a partir de doze meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde que a convenção já vigore em âmbito internacional.

O prazo de validade de cada ratificação é de dez anos.

Ao término da validade, o Estado-Membro pode denunciar a convenção, cessando sua responsabilidade em relação à mesma, doze meses após.

Não havendo sido denunciada a convenção até doze meses do término da validade da ratificação, renova-se a validade tacitamente por mais dez anos.

Uma Convenção pode ser objeto de revisão.

A ratificação por um Estado-Membro da Convenção revisora implicará na denúncia imediata da anterior, que deixará de estar aberta à ratificação, embora continue e vigorando em relação aos países que a ratificaram e deixaram de aderir ao instrumento de revisão.

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4. RISCOS AMBIENTAIS

É importante compreender os possíveis riscos que podem afetar a saúde. Apesar do ar parecer puro, não significa que não existam riscos a nossa saúde, pois na maioria das vezes estes são invisíveis e não tem cheiro.

Existem centenas ou até milhares de tipos de contaminantes. Se conhecermos a existência dos perigos, poderemos nos proteger deles.

De uma forma geral, as atividades de trabalho podem apresentar os seguintes tipos de contaminantes:

São agentes existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Os riscos ambientais estão divididos em cinco grupos: riscos químicos, riscos físicos, riscos ergonômicos, riscos biológicos e riscos de acidentes.

4.1 Riscos Químicos

São as substâncias, os compostos ou os produtos existentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo humano.

Os compostos químicos apresentam-se sob forma de líquidos, gases, neblinas, poeiras, fumos e vapores, que manipulados sem os devidos cuidados, podem causar problemas à saúde do trabalhador.

Vias de entrada dos materiais tóxicos no organismo

a) Inalação - Quando o ser humano absorve, através da inalação, os compostos químicos que se encontram dispersos no ar, ele pode ter como conseqüência graves problemas de saúde, pois os agentes químicos podem se introduzir e alojar nos pulmões causando-lhes males terríveis.

b) Absorção - Nossa pele é o manto protetor do nosso corpo. Em relação às substâncias químicas, principalmente, a pele constitui uma barreira evitando a absorção de tais substâncias. No entanto se a pele estiver lesada com escoriações e/ou feridas, a absorção de elementos químicos através desta pode ocorrer com certa rapidez. Contudo existem, infelizmente, vários compostos químicos que vencem a barreira da pele, isto é, podem ser absorvidos pelo organismo mesmo não estando a pele lesada.

c) Ingestão - A ingestão de alimentos contaminados quase sempre é fatal. Os compostos tóxicos podem provocar problemas sérios, pois são capazes de serem absorvidos para o sangue através do sistema gastro-intestinal. O problema se agrava, principalmente, se o trabalhador, que manipula matéria prima com esses compostos, comer ou fumar no local de trabalho. Pior ainda é que de modo geral ingerimos alimentos sólidos sem conhecimento das substâncias químicas que eles possam conter e que podem ser prejudiciais a nossa saúde. Recomenda-se que se pratiquem, pelo menos, os princípios elementares de higiene pessoal ao se alimentar. Felizmente a ingestão de compostos tóxicos ocorre raramente nos locais de trabalho, pois o trabalhador geralmente se ausenta desses locais para as refeições em refeitórios bem cuidados ou em restaurantes próprios da companhia.

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Principais efeitos no organismo

• Irritação

• Asfixia

• Anestesia

• Intoxicação

• Pneumoconiose

4.1.1 AerodispersóidesSão materiais /partículas suspensas no ar. Eles podem ser poeiras, fumos, névoas, neblinas ou radionuclídeos.

Os aerodispersóides são formados por partículas muito maiores que as moléculas e os danos que causam no organismo, quando inalados, dependem de suas características: tamanho, formato, densidade e características físicas e químicas. O risco potencial depende do tamanho da partícula e da concentração do agente do ambiente, porque são estes parâmetros que determinam a parte do trato respiratório onde o agente irá se depositar.

Partículas respiráveis são aquelas com diâmetro inferior a 10 microns que podem penetrar através dos alvéolos e ali permanecerem. As partículas grandes, acima de 10 microns, geralmente não conseguem penetrar no trato respiratório, mas podem estar associados a contaminantes sistêmicos, alergênicos, cancerígenos, entre outros.

4.1.1.1 PoeirasA poeira é um contaminante bastante comum. Ela é formada quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado. Quanto menor a partícula, mas tempo ela ficará suspensa no ar, sendo maior a chance de ser inalada. Exemplos: minérios, madeira, poeiras de grãos, amianto, sílica, entre outros.

4.1.1.2 FumosOs fumos ocorrem quando um metal ou plástico é fundido(aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, formando partículas muito finas que ficam suspensas no ar. Exemplos: soldagem, fundição, injeção de plásticos, entre outros.

4.1.1.3 NévoasAs névoas são formadas quando pequenas gotículas, usualmente criadas por operação de spray, ficam suspensas no ar. Este tipo de aerodispersóides é constituído por partículas líquidas formadas através da ruptura mecânica de um líquido- puro, soluções ou suspensões e, geralmente possuem diâmetro maior que um micron. Exemplo: aplicações de agrotóxicos, pinturas em spray, névoas de soda cáustica, entre outros.

4.1.1.4 Neblinas Também formadas por partículas líquidas suspensas no ar. Diferem-se das névoas pela forma com

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são geradas. As névoas são geradas por processo mecânico, já as neblinas são geradas por processos de vaporização seguido de condensação. Exemplo: líquidos aquecidos e resfriados bruscamente.

4.1.2 GasososDiferentemente dos aerodispersóides, os contaminantes gasosos misturam-se completamente no ar atmosférico.

Os contaminantes gasosos se apresentam como moléculas individuais, como aquelas que constituem o ar que respiramos e alcançam instantaneamente a corrente sanguínea. São classificados em gases e vapores.

4.1.2.1 GasesOs gases são substâncias que à temperatura e pressão ambientes estão no estado gasoso e são geralmente invisíveis. Só é possível ver um gás se este for colorido, como exemplo, óxido de nitrogênio, que possui cor amarela.

Os gases não podem ser armazenados em recipientes abertos e normalmente, estão comprimidos em botijões ou cilindros. Os gases, na maioria das vezes, são concentrados e quando expostos ao ambiente externo se espalham com facilidade. O seu efeito é imediato e muito perigoso à vida e a saúde.

4.1.2.2 VaporesOs vapores são substâncias que evaporam de um líquido ou sólido, da mesma forma que a água é transformada em vapor d´água. Geralmente são caracterizadas pelos odores, porém, existem alguns vapores que não possuem cheiro perceptível em baixas concentrações. Exemplos: vapor de gasolina, querosene, thinner, solventes de tintas, éter, nafta ( vapores que sentimos o cheiro com facilidade), benzeno( vapor que não sentimos o cheiro com facilidade).

4.2 Riscos Físicos

São as diversas formas de energia que possam estar expostos os trabalhadores. A saúde do trabalhador pode ficar ameaçada pelos agentes agressivos físicos. Assim, certos problemas relacionados com o calor, frio, umidade, ruído, vibrações, luz, radiações e pressões anormais estão enquadrados na categoria de agentes físicos.

Os riscos físicos podem ter efeitos imediatos ou cumulativos sobre a saúde do trabalhador.

4.2.1 IluminaçãoPara que a tarefa do trabalhador seja executada sem risco, a intensidade e a qualidade da iluminação devem ser adequadas. Significa que tanto a quantidade como a qualidade da luz não deve prejudicar a visão.

A iluminação inadequada nos locais de trabalho pode levar, além de ser causa de baixa eficiência e qualidade do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma

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redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão.

A iluminação, de preferência, deve ser natural. No entanto, quando esta não é satisfatória, é necessária a iluminação artificial.

4.2.2 Ruído e VibraçãoO ruído compreende qualquer som desagradável, que pode ser nocivo à saúde do ser humano, provocando-lhe perda de audição e outros efeitos danosos.

A vibração compreende uma sonoridade estremecida, desagradável, transmitida ao organismo humano por estruturas sólidas.

Na indústria, o ruído e a vibração misturam-se e atuam sobre o indivíduo comprometendo-o física e psiquicamente.

Entre os efeitos que o ruído produz no ser humano podem-se incluir os seguintes:

a) Psicológicos

O ruído pode surpreender, molestar e interromper a concentração, o sono ou o descanso;

Interferência nas comunicações orais e por isso causam problemas de rendimento e segurança no trabalho.

b) Fisiológicos

Quando a exposição ao ruído é intensa, pode ocorrer a perda de audição, dor auricular, náuseas e redução do controle muscular.

Fatores que influem sobre os efeitos do ruído:

• Variação da suscetibilidade do indivíduo;

• Intensidade do ruído;

• Distribuição da freqüência do ruído;

• Tempo diário da exposição.

As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas pesadas: tratores, escavadeiras, máquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro, e nas ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e ombros.

Os problemas provenientes das vibrações aparecem em geral após longo tempo de exposição (vários anos). No caso de vibração do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjôos (mal de mar); no caso de vibrações localizadas nas mãos e braços, podem aparecer problemas circulatórios (má circulação do sangue) e problemas nas articulações. O tempo longo de exposição e fatores como o frio tem muita influência no aparecimento desses problemas.

4.2.3 CalorA experiência tem demonstrado que as temperaturas extremas exercem influência sobre o ser humano em relação ao que ele produz e a forma como faz.

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O calor é um risco presente numa série de atividades profissionais desenvolvidas nas indústrias em geral e também está presente em atividades executadas a céu aberto, como a construção civil e o trabalho no campo. Altas temperaturas causam fadiga no indivíduo, reduz seu rendimento, perturbam-lhe o raciocínio, levam-no a erro de percepção e podem provocar sérias perturbações psicológicas, levando-o a esgotamentos e prostações.

Efeitos das altas temperaturas:

a) Sudorese;

b) Insolação;

c) Câimbras.

4.2.4 FrioO trabalhador põe em risco sua saúde, conforto e eficiência, quando fica exposto a temperaturas extremas, seja ao calor ou ao frio intenso, para realizar sua atividade profissional.

Fica-se exposto ao frio intenso, por exemplo, quando se trabalha ao ar livre em climas frios ou em regiões de grandes altitudes, ou, especialmente em câmaras de conservação na indústria alimentícia, indústria de cerveja, refrigerante, matadouros, frigoríficos, etc.

Enfermidades do Frio:

a) Congelamento dos membros que, por falta de circulação sanguínea, pode evoluir à Gangrena e até a amputação dos membros;

b) Pés de imersão – quando os pés ficam umidecidos ou imersos em água fria por Longos períodos, o sangue fica estagnado produzindo anoxia dos tecidos, paralisia dos pés e das pernas e fortes dores;

c) Ulceração do frio ou frieiras – podem surgir como conseqüência das lesões do frio, feridas, bolhas, rachaduras e necrose dos tecidos;

d) Diminuição da sensibilidade dos dedos e da flexibilidade das juntas ou articulações;

e) Doenças reumáticas e respiratórias.

4.2.5 UmidadeA Umidade diminui a tolerância para o calor e o frio. Sendo que a umidade no ambiente favorece a doenças do aparelho respiratório e reumatismo.

4.2.6 RadiaçõesForma de energia que se transmite pelo espaço como ondas eletromagnéticas. As radiações quando absorvidas pelo organismo, causam diversas lesões e males. O ser humano sempre esteve sujeito aos efeitos de radiações, porém faz muito pouco tempo, relativamente, que este problema começou a ser tratado pela medicina preventiva. As primeiras experiências e estudos neste campo datam de 1895 através da descoberta do raio X.

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4.2.6.1 Radiações IonizantesAs radiações ionizantes são as que oferecem maiores riscos devido ao fato de que não são percebidas ou captadas pelos sentidos físicos do organismo. Significa, então, que no momento em que é atingida pelas radiações ionizantes a pessoa não sente nada, não percebe nada.

• Pesquisa – Laboratórios de pesquisa aceleradores de partículas e de reatores nucleares são utilizados para descobrir novas partículas, conhecer melhor a estrutura de compostos químicos, o metabolismo de certos alimentos e também para produzir novas fontes artificiais de radiações ionizantes.

• Medicina – Tratamento de doenças e em pesquisas médicas e biológicas.

• Indústria – Indicadores em análises químicas, detecção de impureza, pesquisa de corrosão e difusão de metais, falhas de estruturas metálicas e identificação de soldas defeituosas, emissores de radiações penetrantes na medida de espessura, densidade, na radiografia, produção de energia e localização de objetos ocultos.

• Efeitos das Radiações Ionizantes sobre o organismo humano: Os efeitos das radiações sobre o organismo dependem da dose recebida e podem se fazer sentir através da ingestão, da inalação e da absorção através da pele.

Através da ingestão, os elementos radioativos penetram no organismo pela água ou comida contaminada.

A inalação de gases e poeiras radioativas corresponde a um grande perigo, devido ao fato de que a radiação é lançada diretamente dentro dos pulmões e nesse caso, pode ser facilmente absorvida.

A absorção através da pele é a mais comum e também muito perigosa. Quando atinge todo o corpo, o principal efeito é sobre o sangue e sobre os órgãos formadores de sangue.

Danos mais comuns:

• Anemia;

• Leucemia;

• Câncer de pele;

• Câncer ósseo;

• Câncer de tiróide;

• Cataratas, cegueira;

• Queimaduras;

• Esterilidade;

• Alterações nas gerações futuras do indivíduo exposto.

4.2.6.2 Radiações Não IonizantesSão consideradas radiações não ionizantes: Radiofrequências, micro-ondas, raios infravermelhos, ultravioletas e lasers.

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Equipamentos que emitem radiações não ionizantes:

• Forno de micro-ondas;

• Radares para barcos;

• Lasers;

• Inspeção para controle de qualidade;

• Soldagem elétrica;

• Lâmpadas ultravioleta para eliminar germes.

4.2.6.3 Radiação InfravermelhaÉ emitida por corpos cuja superfície encontra-se à temperatura maior que a do ambiente ao redor deles. A exposição ao setor infravermelho do espectro pode ocorrer desde a situação da presença ao sol no ambiente doméstico e industrial até as situações industriais do tipo:

• Operação de fornos metalúrgicos e siderúrgicos;

• Fabricação e transformação do vidro;

• Forja e operações com metais quentes;

• Secagem e cozedura de tintas, vernizes e recobrimento protetores;

• Desidratação de material têxtil, papel, couro e alimentos;

• Soldagem elétrica.

• Efeitos da Radiação Infravermelha

• Queimaduras na pele;

• Cataratas;

• Lesões à retina.

4.2.6.4 Radiação UltravioletaA exposição ao sol é capaz de produzir irritações e queimaduras severas na pele e nos olhos, quando não se usam lentes escuras para proteger os olhos e loção para evitar queimaduras – esses são os efeitos mais comuns da radiação ultravioleta.

As ocorrências de exposição à radiação ultravioleta que mais acontece na indústria em geral são:

• Solda elétrica;

• Máquinas heliográficas;

• Reprodutoras de fotolitos;

• Operação com metais em fusão;

• Corte com maçarico;

• Lâmpadas germicidas;

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• Exposição solar.

• Efeitos da Radiação Ultravioleta

• Úlcera na córnea;

• Conjuntivite;

• Câncer da pele.

4.2.6.5 Pressões AnormaisTrabalhos com pressões anormais são os trabalhos em que o homem é submetido a pressões diferentes da atmosférica, na qual vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rígido das operações, principalmente na etapa de descompressão e volta à pressão normal.

As altas pressões, também denominadas pressões hiperbáricas são encontradas em atividades desenvolvidas em trabalhos submarinos, no trabalho em tubulações e caixões pneumáticos.

Os efeitos sobre o organismo são: problemas nas articulações, desde dores até paralisia, e outros problemas mais graves que podem ser fatais.

4.3 Riscos Ergonômicos

São aqueles que interferem diretamente no conforto (bem estar físico e mental) e na produtividade dos trabalhadores.

São considerados riscos ergonômicos o trabalho físico pesado, as posturas incorretas, as posições incômodas, os ritmos excessivos, a jornada prolongada de trabalho, entre outros.

4.4 Riscos Biológicos

São representados por uma variedade de microrganismos com os quais o empregado pode entrar em contato, segundo o seu tipo de atividade, e que podem causar doenças.

Eles se apresentam invisíveis a olho nu, sendo visíveis somente ao microscópio. Exemplos: as bactérias, bacilos, vírus, fungos, parasitas e outros.

Todos estão sujeitos à contaminação por esses agentes, seja em decorrência de ferimentos e machucaduras, seja pela presença de colegas doentes ou por contaminação alimentar.

Para prevenção, usam-se as seguintes medidas:

- Vacinação;

- Equipamento de proteção individual;

- Rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho;

- Controle médico permanente.

4.5 Riscos de Acidentes

São as condições inseguras existentes nos ambientes de trabalho, que podem causar lesões imediatas nos trabalhadores.

Ex: Arranjo Físico Deficiente - Máquina sem Proteção - Instalações Elétricas Inadequadas -

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Ferramentas e EPI´s Inadequados e/ou Defeituosos - Transporte Incorreto - Sinalização Deficiente, etc.

4.6 Medidas de Controle

As medidas de controle dos riscos ambientais referem-se ao ambiente ou ao pessoal.

4.6.1 Medidas relativas ao ambiente

4.6.1.1 Substituição do produto tóxicoO produto tóxico pode ser substituído por outro produto menos tóxico ou inofensivo. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha qualidades próximas às do original. Também, deve-se tomar cuidado para não se criar um risco maior, substituindo um produto tóxico por outro menos tóxico, mas altamente inflamável.

Exemplos:

• Benzeno substituído pelo tolueno;

• Substituição de tintas à base de chumbo por tintas à base de zinco;

• Jateamento com areia substituído por jateamento de óxido de alumínio, etc.

4.6.1.2 Mudança do processo ou equipamentoCertas modificações em processos ou equipamentos podem reduzir em muito os riscos ou, até, eliminá-los.

Exemplos:

• Pintura a imersão ao invés de pintura a pistola (diminuindo-se a formação de vapores dos solventes);

• Rebitagem substituída por solda (menor barulho).

4.6.1.3 Enclausuramento ou confinamentoConsiste em isolar determinada operação do resto da área, diminuindo assim o número de pessoas expostas ao risco.

Exemplos:

Cabine de jateamento de areia;

Enclausuramento de uma máquina ruidosa.

4.6.1.4 VentilaçãoPode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado.

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Exemplos:

Nos tanques de solventes, nas operações com colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças fundidas.

4.6.1.5 Umidificação Onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou diminuído pela aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem menor à saúde.

Exemplos:

Mistura de areias de fundição, varredura a úmido.

4.6.1.6 Segregação Segregação quer dizer separação. Nesta medida de controle, separa-se a operação ou equipamento do restante, seja no tempo seja no espaço. Separar no tempo quer dizer fazer a operação fora do horário normal do resto do pessoal; separar no espaço significa colocar a operação à distância, longe dos demais. O número de pessoas expostas ficará bastante reduzido e aqueles que devem ficar junto à operação irão receber proteção especial.

4.6.1.7 Boa manutenção e conservaçãoRigorosamente, estas medidas não podem ser consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de quaisquer outras medidas.

Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos.

Exemplos:

• Ruído excessivo em estruturas e mancais;

• Vazamentos de produtos tóxicos;

• Superaquecimento.

4.6.1.8 Ordem e limpeza Boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam um lugar-chave nos sistemas de proteção ambiental. O pó, em bancadas, rodapés e pisos, que se deposita nas horas calmas, pode rapidamente retornar ao ar da sala, por correntes de ar, movimento de pessoas ou funcionamento de equipamentos. O asseio é sempre importante e onde há materiais tóxicos é importantíssimo, é primordial. A limpeza imediata de qualquer derramamento de produtos tóxicos é importante medida de controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser soprado com bicos de ar comprimido, para efeito de limpeza. É impossível manter um bom programa de prevenção de riscos ambientais sem uma preocupação constante nos aspectos de ordem e limpeza.

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4.6.2 Medidas relativas ao pessoal

4.6.2.1 Equipamento de Proteção IndividualO equipamento de proteção individual deve ser sempre considerado como uma segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho.

Nas situações onde não são eficientes medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente, a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliada à limitação da exposição.

O uso correto do EPI por parte do empregado, o conhecimento das suas limitações e vantagens, são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico, coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.

Especial cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena de o mesmo se tornar uma faca de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente.

4.6.2.2 Limitação de exposição As reduções dos períodos de trabalho tornam-se importante medida de controle quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais (físicos) ou econômicos. Assim, a limitação da exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução eficiente em muitos casos.

Exemplos:

Controle do tempo de exposição ao calor, ao ruído e às radiações ionizantes.

4.6.2.3 Controle MédicoExames médicos são medidas fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos serviços médicos da empresa.

Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação de pessoas que têm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas com certas atividades.

Os exames médicos periódicos dos empregados possibilitam, além de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca probabilidade de danos.

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5. NOÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

O Fogo uma reação química de oxidação com desprendimento de luz e calor, esta reação é denominada de combustão. Para que isso ocorra é necessário a união de quatro elementos essenciais do fogo, que são:

• Combustível - É toda substancia capaz de queimar e alimentar a combustão. Ele serve de campo de propagação ao fogo. Os combustíveis podem ser, sólidos, líquidos ou gasosos. Ex: madeira, papel, tinta, algodão, álcool, gasolina, etc.

• Comburente - É o elemento que dá vida às chamas, e intensifica a combustão. O mais comum é que o oxigênio desempenhe este papel, porem não é o único, existindo outros gases.

• Calor - Forma de energia que eleva a temperatura. Gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. É a condição favorável causadora da combustão.

• Reação em cadeia - É a queima auto-sustentável. É a união dos três itens acima descritos, gerando uma reação química. Quando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

A retirada de um ou mais dos componentes acima citados resulta em extinção da combustão.A combustão ocorre em presença de oxigênio. Condições para a combustão

• De 0 a 8% de O2 Não ocorre

• De 8 a 13% de O2 lenta

• De 13 a 21% de O2 viva

5.1 Classificação dos materiais combustíveis

5.1.1 Combustíveis SólidosO que entra em combustão não é o corpo em si, mas os vapores desprendidos.

Exemplos: Borracha, papel, etc.

5.1.2 Combustíveis LíquidosOs combustíveis líquidos também não ardem. Os vapores desprendidos da sua superfície é que entram em combustão.

• Combustíveis Gasosos

• Via de regra os gases são acondicionados nas seguintes formas:

• Liquefeitos

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• Comprimidos

• Em tubulações

Existem duas classes de gases:

• Comburentes: aqueles que possibilitam a existência da combustão.

Exemplo: oxigênio

• Gases Inertes: servem para suprimir a combustão - são os agentes extintores.

Exemplos: gás carbônico, nitrogênio, etc.

• Precauções em caso de incêndio de pequeno porte

• Seguir corretamente as instruções de uso do extintor; ter sempre os extintores em local livre e não distantes mais do que a 1 metro do piso.

• Sinalização correta.

• Cuidado ao apagar incêndios em sistemas de extração.

• Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para recarregamento.

• Precaução em caso de incêndio de grande porte

• Manter a calma e dar o alarme.

• Desligar imediatamente a capela e fechar as saídas de gás.

• Fazer a evacuação com calma.

• Em caso de fumaça, ande o mais rente possível do piso.

5.2 Formas de Combustão

Combustão Completa. É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em comburente.

Combustão Incompleta. É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente.

Combustão Espontânea. É aquela gerada de maneira natural, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, produzindo calor e liberando gases. Alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor. Ocorre, também, na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera calor e libera gases.

Explosão. É a queima de gases ou partículas sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados.

5.3 Formas de Propagação

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: Condução, Convecção e Irradiação. Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

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• Condução - É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzindo através deles como se fosse um só corpo.

• Convecção - É a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente de massas de gases ou líquido.

• Irradiação - É a transmissão de calor por ondas de energia caloríficas que se deslocam através do espaço.

5.4 Classificação dos Incêndios

Incêndio é combustão sem controle.Essa Classificação foi elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e adotada pelas: IFSTA - Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Corpos de Bombeiros no Brasil.

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente extintor adequado.

• CLASSE "A". Combustíveis sólidos (ex. madeiras, papel, tecido, borracha, etc.) caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos, sendo que a queima se dá na superfície e em profundidade.

• CLASSE "B". Líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, caracterizados por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta.

• CLASSE "C". Materiais e equipamentos energizados, caracterizado pelo risco de vida que oferece.

• CLASSE "D". Metais combustíveis (ex. magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio) caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns principalmente se contem água.

5.5 Métodos de Extinção

• Retirada do material combustível. É o método mais simples de se extinguir um incêndio e baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo.

• Resfriamento. É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando, diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.

• Abafamento. Consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível.

• Extinção química. Consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação em cadeia.

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5.6 Agentes Extintores

• Água. Utilizado nos incêndios de classe A.

• Espuma. Utilizado nos incêndios de classes A e B.

• Gás Carbônico (CO2). Utilizado nos incêndios de classes A, B e C.

• Pó Químico Seco (PQS). Utilizado nos incêndios de classes B e C

5.6.1 Extintor de pó químico secoO agente extintor pode ser o BICARBONATO DE SÓDIO ou de POTÁSSIO que recebem um tratamento para torná-los em absorvente de umidade.O agente propulsor pode ser o GÁS CARBÔNICO ou NITROGÊNIO. O agente extintor forma uma nuvem de pó sobre a chama que visa a exclusão do OXIGÊNIO; posteriormente são acrescidos à nuvem, GÁS CARBÔNICO e o VAPOR DE ÁGUA devido a queima do PÓ.

5.6.2 Extintor de gás carbônico(CO2)O GÁS CARBÔNICO é material não condutor de ENERGIA ELÉTRICA. O mesmo atua sobre o FOGO onde este elemento (eletricidade) esta presente. Ao ser acionado o extintor , o gás é liberado formando uma nuvem que ABAFA E RESFRIA. É empregado para extinguir PEQUENOS focos de fogo em líquidos inflamáveis (classe B) e em pequenos equipamentos energizados (classe C).

5.6.3 Extintor de água pressurizada (pressão permanente)Não e provido de cilindro de gás propelente, visto que a água permanece sob pressão dentro do aparelho. Para funcionar, necessita apenas da abertura do registro de passagem do líquido extintor.

5.6.4 Extintor de água (pressão injetada)Fixado na parte externa do aparelho está um pequeno cilindro contendo o gás propelente, cuja a válvula deve ser aberta no ato da utilização do extintor, a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro permitindo o seu funcionamento. O elemento extintor é a água, que atua através do resfriamento da área do material em combustão. O agente propulsor (propelente) é o GÁS CARBÔNICO (CO2)

5.7 Produtos inflamáveisPara efeito da NR16 consideram-se líquidos inflamáveis aqueles com ponto de fulgor igual ou superior a 70º C e inferior a 93,3 ºC.

Divide-se nas seguintes classes:

Classe Ponto de Fulgor Exemplos

• I Abaixo de -4oC Éter, gasolina.

• II Entre 4oC e 21oC Álcool etílico, toluol

• III Entre 21oC e 93oC Querosene e alguns óleos

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Ponto de fulgor: é a menor temperatura na qual um líquido combustível ou inflamável desprende vapores em quantidade suficiente para que a mistura vapor-ar, logo acima de sua superfície, propague uma chama a partir de uma fonte de ignição. Os vapores liberados a essa temperatura não são, no entanto, suficientes para dar continuidade a combustão. A pressão atmosférica influi diretamente nesta determinação.

5.7.1 Cuidados no Manuseio de InflamáveisAo trabalhar com solventes em geral, seguir as seguintes recomendações:

• Trabalhar em locais ventilados

• Trabalhar longe de fontes de calor

• Utilizar capelas

• Utilizar máscara adequada

• Sinalizar o local de trabalho

• Conhecer a localização dos extintores de incêndio

5.7.2 Cuidados na estocagem e transporteO transporte de substâncias inflamáveis requer planificação e aparelhagem apropriadas. Além da necessidade de embalagem adequada para prevenir rupturas ou quebras, torna-se necessário que os corredores por onde se movimentam tais materiais estejam livres de objetos que possam interferir no trânsito.

Em todos os casos de armazenamento de produtos inflamáveis, deve-se proporcionar ventilação adequada e sistemas de extinção de incêndios apropriados aos compostos estocados.

Nos locais onde se armazena inflamável deve-se colocar avisos de advertência, tais como: Não Fumar/Acesso Restrito/Outros.

No manuseio de inflamáveis deve-se ter em mente a produção de eletricidade estática, que ocorre pela movimentação de corpos com atrito.

No interior do ambiente de trabalho estocar o mínimo necessário, em armários específicos ou em equipamentos de refrigeração devidamente protegidos e aterrados.

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6. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

Prevenir acidentes é sempre a melhor solução, mas nem sempre isto é possível. Por isso é fundamental saber como agir em situações de emergência.

Os Primeiros Socorros são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados à uma pessoa em perigo de vida, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até que ela receba assistência definitiva. Protegem a vítima contra maiores danos, até a chegada de um profissional de saúde especializado. No entanto, algumas recomendações devem ser seguidas:

• Manter a respiração

• Manter a circulação

• Cessar hemorragias

• Impedir o agravamento da lesão

• Prevenir o estado de choque

• Proteger as áreas queimadas

• Manter as áreas com suspeitas de fratura ou luxação protegidas e imobilizadas

• Transportar cuidadosamente

Ao abordar a vítima, falar sempre com segurança, observando seu estado de consciência. E não fazer nada mais do que o rigorosamente o essencial para controlar a situação até a chegada do socorro qualificado.

Se a vítima estiver consciente, perguntar seguidamente: nome, endereço e telefone. Caso comece a trocar idéias ou não se lembrar, observar e removê-la o mais rápido possível para socorro especializado.

Caso a vítima tenha sede, não oferecer líquidos para beber, apenas molhar a boca com gaze úmida

A segurança da equipe é a prioridade número um. Exemplos de situação de risco:

a) colisão

b) atropelamento

c) desabamento

d) instabilidade de veículo colidido

e) incêndio

f) explosão

g) contaminação com produtos tóxicos

h) eletrocução

i) agressão

Suspeitar de traumatismos graves quando:

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a) quedas > 6m

b) colisões a mais de 32Km/h

c) expulsão do paciente para fora do veículo

d) morte de um ocupante do veículo

e) danos severos ao veículo

6.1 Autoproteção

Todas as preocupações devem ser tomadas durante o exame e a manipulação da vítima para evitar lesões corporais ao socorrista ou sua contaminação por agentes biológicos (micróbios) ou substâncias tóxica.

Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser neutralizados, remover rapidamente a vítima para local seguro, mas sempre que possível fazer avaliação e estabilização do paciente.

6.2 Exame da vítima

Exame primário, consiste na avaliação de todas as condições que causem risco iminente de vida, que são: obstrução de vias aéreas, respiração ineficaz ou ausente, lesões de coluna cervical instáveis e deficiência na circulação sangüínea .

O exame primário deve ser completado em dois minutos ou menos. Não deve ser interrompido, exceto em caso de obstrução de vias aéreas ou PCR.

6.3 Nível de consciência

Estimular a vítima verbalmente. A resposta verbal do paciente identifica que há circulação cerebral, vias aéreas abertas e presença de respiração.

6.4 Avaliação das vias aéreas com estabilização cervical

Caso a vítima esteja inconsciente, deverá ser alinhada e posicionada em decúbito dorsal. Deve-se suspeitar de lesão de coluna cervical em todo paciente inconsciente.

Vítimas de trauma devem ter a cabeça e o pescoço mantidos em posição neutra, a não ser que haja dor ou resistência a seu alinhamento.

Observar a presença de corpos estranhos, vômito ou sangue na cavidade oral, retirar manualmente corpos estranhos. A coluna cervical deve permanecer estabilizada manualmente até que seja imobilizada através de equipamento apropriado.

6.4.1 RespiraçãoAvaliar a freqüência (rápida, normal ou lenta) e profundidade das respirações.

a) Ver a expansão

b) Ouvir o movimento aéreo pela boca e nariz e ruídos anormais

c) Sentir o ar sendo expirado

d) Observa dificuldade respiratória e a coloração da pele e mucosas

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e) Iniciar respiração artificial nas vítimas com ausência de movimentos respiratórios (apnéicas) ou com respiração lenta e superficial.

6.4.2 Circulaçãoa) Observar a coloração da pele, pacientes. A palidez ou tom acizentado de pele indicam

problema circulatório.

b) Palpar pulso carotídeo ao mesmo tempo que o pulso radial

c) A presença de pulso carotídeo indica atividade cardíaca e o pulso radial indica grosseiramente

d) Avaliar a temperatura da pele, o choque é sugerido pela presença de pele fria.

e) Iniciar reanimação cardiopulmonar (RCP) na ausência de pulso carotídeo com massagem cardíaca externa.

f) Ignorar hemorragias discretas.

6.4.3 Decisões críticas e de transportePacientes instáveis devem ser transportados para o hospital sem perda de tempo, pois lá é realizado o tratamento definitivo.

São considerados pacientes críticos:

a) Traumatismo cranio encefálico - TCE com nível de consciência diminuído. O ferimento penetrante da cabeça.

b) Respiração anormal:

Obstrução de vias aéreas.

Ferimento toráxico aberto.

Tórax instável.

c) PCR – parada cardio respiratória

d) Choque ou sinais ou condição que causam choque rapidamente

e) Ferimento penetrante de abdome pescoço tórax.

Abdomem tenso e destendido pós- trauma.

Instabilidade pélvica.

Fratura bilateral de fêmur.

f) Mecanismo de lesão grave mesmo que a vítima aparentemente esteja estável.

6.4.4 Procedimentos que devem ser realizados na cena em pacientes instáveisa) Abertura de vias aéreas.

b) Imobilização da coluna cervical.

c) Assistência ventilatória.

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d) Iniciar ressuscitação cardio pulmonar - RCP.

A imobilização de fraturas de extremidades deve ser feita antes de colocar pacientes estáveis sobre a prancha longa. Em pacientes instáveis é feita a caminho do hospital.

6.5 Amputações traumáticas

As amputações são definidas como lesões em que há separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamentos ou por força de tração.

Seu tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro amputado.

O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior prioridade é a manutenção da vida.

Conduta nas amputações traumáticas:

a) Abrir vias aéreas e prestar assistência ventilatória, caso necessário.

b) Controlar a hemorragia.

c) Cuidados com o segmento amputado:

a) Limpeza com soro, sem imersão em líqüido.

b) Envolvê-lo em gaze estéril seca ou compressa limpa.

c) Cobrir a área cruenta com compressa úmida em soro.

d) Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos.

e) Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada.

f) Jamais colocar a extremidade em contado direto com o gelo.

6.6 Lesão na qual objeto perfura pele e tecidos mais profundos e fica parcialmente exteriorizado.

a) Expor a lesão.

b) Nunca remover objetos. Existe risco significativo de precipitar hemorragia.

c) Estabilizar o objeto com curativo apropriado.

d) Não tentar partir ou imobilizar o objeto, exceto nos casos em que isto seja essencial para possibilitar o transporte.

6.7 Lesões oculares

Podem ser produzidas por corpos estranhos, queimaduras por exposição ao calor, luminosidade excessiva e agentes químicos, lacerações e contusões.

a) Irrigação ocular com soro durante vários minutos em caso de lesão por agentes químicos ou

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na presença de corpos estranhos.

b) Não utilizar medicamentos tópicos.

c) Não tentar remover os objetos. Estabilizá-los com curativo apropriado.

d) Oclusão bilateral com gaze umedecida.

e) Em caso de extrusão de globo ocular, não tentar recolocá-lo. Efetuar a oclusão ocular bilateral.

f) A remoção de lente de contato deve ser efetuada somente em vítimas inconscientes, que não apresentem lesão ocular.

6.8 Hemorragias

É definida como perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo.

a) Desobstruir vias aéreas e efetuar assistência ventilatória se necessário.

b) Compressão direta da lesão:

c) Elevar as extremidades com sangramento acima do nível do coração.

d) Comprimir o ferimento com a mão.

e) Colocar compressa sobre o ferimento, efetuando a compressão dieta da lesão com a mão. Caso a compressa fique encharcada de sangue, retire a primeira e coloque a segunda compressa, observando se a lesão está diretamente comprimida.

f) Se necessário colocar novas compressas secas.

g) Fixar compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não disponha de bandagem manter a compressão manual.

h) Em alguns casos pode ser necessário ocluir o pulso para parar o sangramento.

6.8.1 Compressão indiretaSó deve ser utilizada se houver persistência da hemorragia após a compressão e elevação do local. Os principais pontos arteriais de compressão são: temporal, braquial, femural, radial e pedioso.

6.8.1.1 TorniqueteÉ o último recurso em hemorragias graves nas extremidades que não respondem às medidas já descritas.

a) Utilizar panos largos.

b) Envolver o membro com pano logo acima do ferimento.

c) Fazer um meio nó.

d) Colocar um pedaço de madeira no meio.

e) Dar um nó completo sobre o pedaço de madeira.

f) Torcer moderadamente o pedaço de madeira até parar a hemorragia.

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g) Fixar com um nó a madeira.

h) Marcar em lugar visível na vítima TQ (torniquete) e anote a hora.

i) Só afrouxar o torniquete no hospital.

6.8.2 Outras situações com hemorragias

6.8.2.1 Trauma de cabeça:As fraturas de crânio podem causar sangramento pelos ouvido e nariz. Neste caso o sangramento não deve ser detido.

6.8.2.2 Sangramento nasal:É causado por trauma direto ao nariz ou por causas clínicas (hipertensão arterial).

Coloque a vítima sentada.

a) Aplique pressão direta, apertando as narinas.

b) Gelo no local.

6.8.3 Controle das hemorragias internasa) Paciente ou vitimas com hemorragias internas devem ser removidas rapidamente para o

hospital, mantendo-se os cuidados de suporte básico devido.

b) Em focos de fratura é possível reduzir a perda sangüínea através de manipulação adequada e imobilização.

6.9 Choque

É o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de prover circulação sangüínea suficiente para os órgãos.

Todo politraumatizado taquicárdico e pálido está em choque até que se prove o contrário.

a) Transporte rápido para o hospital.

b) Posicionar a vítima em decúbito dorsal com os membros inferiores elevados, para aumentar o retorno venoso.

c) Manter controle de coluna cervical.

d) Abrir vias aéreas e assistir a respiração, caso necessário.

e) Controle das hemorragias externas.

f) Não administrar líqüidos ou medicamentos por via oral.

g) Reduzir a perda de calor corporal com cobertores.

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6.9.1 Reanimação Cardiopulmonar (RCP)Os componentes desta técnica incluem: avaliação do nível de consciência, ativação de socorro médico, abertura de vias aéreas, avaliação da respiração, realização de respiração artificial, verificação de pulso e compressões torácicas.

6.9.2 Avaliação da vítimaAo iniciar o exame clínico o socorrista deve verificar o nível de consciência tentando verificar a responsividade da vítima aos estímulos verbais.

a) Ausência do pulso em grande artéria.

b) Ausência de respiração.

c) Inconsciência.

d) Dilatação pupilar.

e) Até quatro minutos de parada cardíaca podem ser tolerados sem lesão cerebral.

6.9.3 Posicionamento da vítimaPara que os procedimentos de RPC sejam eficazes o paciente deve ser posicionado em uma superfície firme e plana. A cabeça da vítima não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo sangüíneo cerebral. Caso a vítima esteja sobre uma cama ou outra superfície macia ela deve ser colocada no chão ou então deve ser colocado uma tábua sob o seu tronco.

6.9.4 Posicionamento do socorristaO socorrista deve ajoelhar-se ao lado da vítima, de modo que seus membros fiquem diretamente sobre o esterno do paciente.

6.9.5 Abertura de vias aéreasA ventilação pulmonar só pode ser executada com sucesso caso as vias aéreas do paciente estejam abertas. As técnicas mais utilizadas são a inclinação da cabeça com elevação do queixo e elevação da mandíbula.

6.9.6 Avaliação da respiraçãoÉ importante que o socorrista saiba que as respirações agônicas não são suficientes para manter a vida.

6.9.7 RespiraçãoVerificar a presença de respiração espontânea, caso a vítima esteja em apnéia ou com respiração ineficaz ventilar a vítima duas vezes. Caso o toráx não se expanda com a ventilação tente reposicionar a cabeça e ventilar novamente, o insucesso indica que provavelmente existe obstrução de vias aéreas por corpo estranho.

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6.9.8 Avaliação da ausência de pulsoA PCR é reconhecido pela ausência de pulso nas grandes artérias de vítimas inconscientes, nos adultos a artéria utilizada é a carótida.

6.9.9 Compressões torácicasAs compressões torácicas consistem em aplicações rítmicas de pressão sobre o terço inferior do externo.

6.9.10 Técnica de compressão toráxicaa) O socorrista deve manter os braços esticados com os ombros diretamente sobre as mãos. A

compressão deve ser efetuada diretamente sobre o esterno.

b) A força da compressão deve ser provida pelo peso do tronco do socorrista e não pela força de seus braços.

c) A compressão deve ser mantida por aproximadamente 50% do tempo de duração do ciclo.

d) As compressões torácicas e as respirações artificiais devem ser combinadas para que a RCP seja eficaz.

a) Palpar o pulso carotídeo por cinco segundo, caso o pulso esteja ausente localizar o ponto de compressão torácica.

b) Efetuar 15 compressões torácicas.

c) Durante a pausa nas compressões efetuar duas ventilações com duração de 1,5 a 2 segundos cada.

d) Utilizar a relação de 15 compressões para duas ventilações.

6.9.11 ReavaliaçãoVerificar pulso carotídeo após 1 minuto de RCP, depois a cada 3 minutos.

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7. SISTEMA DE GESTÃO SMS

Consiste em um conjunto de atividades planejadas, formalmente, que a empresa realiza para gerir ou administrar sua relação com o meio ambiente, saúde e segurança do trabalho. É a forma pela qual a empresa se mobiliza, interna e externamente , para atingir e demonstrar um desempenho ambiental correto, controlando os impactos de suas atividades, produtos e serviços no meio ambiente.

A norma NBR ISO 14001 contém os requisitos para a implantação do SGA em uma empresa, podendo ser aplicada a qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços.

Se a empresa já implantou ou está implantando a ISO 9000, as vantagens são ainda maiores quando da implantação do SGA. Existem pontos de convergência entre as normas ISO 140000 e ISO 9000.

Um fator importante em um SGA é a legislação ambiental, pois para uma empresa receber avaliação da conformidade, além de implantar um SGA, é necessário o atendimento das exigências contidas na legislação ambiental em vigor, a qual a empresa deve se submeter quando da licença do projeto, da instalação ou da expansão da capacidade.

A norma OHSAS é a referência usada pelas empresas para certificação de segurança e saúde ocupacional.

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8. BIBLIOGRAFIA

LOUREIRO, Reginaldo Vello. Fundamentos de segurança e saúde do trabalho. Gerência de Apoio ao Ensino / Coordenadoria de Segurança do Trabalho / Coordenadoria de Saneamento e Meio Ambiente, CEFETES, Vitória/ES, 2006

PORTELA, Hélio Ricardo Duarte. Fundamentos de segurança do trabalho – SEGURANÇA DO TRABALHO. Gerência de Apoio ao Ensino / Coordenadoria de Recursos Didáticos, CEFETES, Vitória/ES, 2005

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. Normas Regulamentadoras. In:http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras

BRAGA, Benedito, Ivanildo Hespanhol, João G. Lotufo Conejo, Et Al - Introdução à Engenharia Ambiental – 2ª edição , São Paulo, 2002.

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