apostila telecomunicações cfsd 2014 v2

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Apostila do curso de Telecomunicações na PMES do Curso de Formação de Soldados da PMES.

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  • GOVERNO DO ESTADO DO ESPRITO SANTO POLCIA MILITAR

    DIRETORIA DE ENSINO INSTRUO E PESQUISA

    RAFAEL BONICEN DA SILVA

    TELECOMUNICAES NA POLCIA MILITAR DO ESPRITO SANTO

    VITRIA 2013

  • SUMRIO

    PARTE 1 - O SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO DA PMES ............................... 4

    1. INTRODUO .................................................................................................. 8

    1.1. A importncia de um sistema de comunicao diferenciado para o servio

    operacional da PMES .............................................................................................. 8

    1.2. Comunicaes em momentos de crise: o conceito de Misso Crtica ......... 8

    1.3. A escolha adequada de uma Rede de Comunicao .................................... 9

    2. SISTEMAS ANALGICOS DE RADIOCOMUNICAO ............................... 11

    2.1. Frequncias em um Canal de Radiocomunicao ....................................... 11

    2.2. Comunicao ponto-a-ponto ........................................................................ 12

    2.3. Comunicao ponto-multiponto via estao repetidora................................ 14

    2.4. reas de sombra .......................................................................................... 18

    2.5. Identificando problemas em uma repetidora ................................................ 21

    3. SISTEMAS DIGITAIS DE RADIOCOMUNICAO ........................................ 22

    3.1. Protocolos de radiocomunicao digital ....................................................... 25

    3.2. O padro TETRA ......................................................................................... 27

    4. APCO25 O PADRO ADOTADO PELA PMES .......................................... 29

    4.1. Comparao bsica entre APCO25 e TETRA ............................................. 30

    4.2. Servios e facilidades oferecidos no APCO25 ............................................. 33

    4.3. Segurana nas comunicaes ..................................................................... 36

    4.4. Cobertura de sistema analgico x cobertura P25 ........................................ 38

    5. EQUIPAMENTOS DIGITAIS APCO25 UTILIZADOS NA PMES .................... 39

    5.1. Baterias de transceptores portteis .............................................................. 39

    5.2. Utilizao dos rdios digitais em modo analgico ou em modo digital P25 . 44

  • 5.3. Antenas ........................................................................................................ 48

    6. UTILIZAO DO SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO.............................. 52

    6.1. Meios auxiliares na transmisso da mensagem ........................................... 52

    7. REFERNCIAS ............................................................................................... 59

    PARTE 2 - O CIODES E SUAS TECNOLOGIAS ..................................................... 61

    8. IMPORTANTE ................................................................................................. 62

    9. INTRODUO ................................................................................................ 63

    10. ORGANOGRAMA DO CIODES ...................................................................... 66

    11. RECURSOS TECNOLGICOS ...................................................................... 68

    11.1. E-COPS .................................................................................................... 68

    11.2. Sistema Integrado da Inteligncia de Segurana Pblica do Esprito Santo

    - SISPES ................................................................................................................ 69

    11.3. GEORAST ................................................................................................ 72

    11.4. CONECTA ................................................................................................ 79

    11.5. Smartphone com acesso ao Portal SESP................................................. 82

  • PARTE 1 - O SISTEMA DE

    RADIOCOMUNICAO DA PMES

  • 8

    1. INTRODUO

    1.1. A importncia de um sistema de comunicao diferenciado para o

    servio operacional da PMES

    Em seu servio operacional, a PMES depende diretamente de um sistema de

    comunicao capaz de levar informaes a todos os operadores de segurana que

    se encontram de servio em determinada localidade. Imagine a seguinte situao:

    um Policial Militar, juntamente com seu parceiro, encontra-se escalado no

    policiamento ostensivo a p do bairro Nova Carapina. Ambos esto devidamente

    armados, com carregadores e munio reserva, vestem coletes balsticos e

    possuem, inclusive, armamentos no letais. Entretanto, eles se encontram sem

    rdio de comunicao.

    Durante o servio desses policiais, um carro tomado em assalto no bairro

    Laranjeiras. Outros policiais em radiopatrulhas acompanham o veculo, havendo

    troca de tiros e evaso dos bandidos, que se encontram altamente armados, e

    adentram com o carro roubado no bairro onde os militares do policiamento a p se

    encontram. Estes, como no sabiam o que estava ocorrendo, pois estavam sem

    rdio, ou seja, sem informaes, so surpreendidos pelos bandidos, os quais ao se

    depararem com nossa dupla atiram contra eles.

    Podemos afirmar com relativa certeza que, em maior ou menor proporo, j

    aconteceram diversos casos semelhantes ao descrito nas Polcias Militares de todo

    o Brasil. Da anlise do exemplo, podemos chegar s seguintes concluses: (1) no

    servio policial militar, a troca de informaes fundamental para a segurana dos

    policiais e da sociedade; (2) a utilizao de equipamentos que permitam a troca de

    informaes to importante como o armamento e equipamentos de proteo para

    o policial.

    1.2. Comunicaes em momentos de crise: o conceito de Misso Crtica

    Conforme ser visto, a PMES possui uma rede prpria de radiocomunicao. Essa

    rede estruturada visando comunicao de policiais militares que estejam de

    servio em determinada rea. Imagine os prejuzos sociais que ocorreriam caso o

  • 9

    sistema de telecomunicaes da PMES entrasse em pane e as transmisses das

    ocorrncias no pudessem ser transmitidas?

    Da mesma forma, podemos imaginar o que aconteceria se o sistema de um grande

    banco, ou de uma grande empresa, ficasse horas sem funcionar. Quais seriam as

    consequncias se o provedor de acesso internet perdesse dados dos clientes? J

    pensou na situao catica que uma grande cidade, como So Paulo, viveria se os

    computadores e a comunicao do sistema metrovirio simplesmente parassem?

    Para muitas empresas e setores de atividade, o uso de determinados sistemas

    imprescindvel para a manuteno do negcio e da atividade ao qual se destina. Se

    tal sistema vtima de uma falha que interrompa seu funcionamento ou que cause a

    perda de dados importantes, a empresa pode simplesmente falir. Da mesma forma,

    em relao segurana pblica, no caso de uma interrupo no sistema de

    comunicao em situaes de crise, poderamos ter resultados extremamente

    danosos sociedade e aos agentes de segurana. Para evitar esse tipo de

    transtornos, tais empresas "montam" seus sistemas como sendo de misso crtica.

    Basicamente, misso crtica um ambiente tecnolgico construdo para evitar a

    paralisao de servios e a perda de dados importantes a um negcio ou atividade.

    Para isso, uma srie de equipamentos e tecnologias aplicada ao ambiente.

    No contexto da Segurana Pblica, os servios de comunicaes devem estar

    estruturados em uma rede profissional de misso crtica (ou comunicao

    crtica), ou seja, em uma infraestrutura tecnolgica projetada especificamente para

    evitar que qualquer falha em alguns dos sistemas chegue a comprometer a

    continuidade do funcionamento das operaes, e, no caso de eventuais falhas, que

    elas possam ser rapidamente solucionadas.

    1.3. A escolha adequada de uma Rede de Comunicao

    Atualmente, diversas solues de rede de comunicao esto disponveis tanto nas

    formas de redes comerciais (celular, iDEN, PoC, etc), como na de redes privadas

    (redes de radiocomunicao bidirecional, VoWLAN, etc). O estudo especfico destas

    redes foge ao escopo deste material.

  • 10

    Quando falamos de segurana pblica, no momento de se escolher o sistema a ser

    utilizado, deve-se ter em mente o conceito de misso crtica, ou seja, a rede de

    comunicao dever estar disponvel sempre que for necessrio, mesmo em

    momentos de crise. Este deve ser o ponto de partida para qualquer projeto de

    comunicao para a segurana pblica.

    Neste ponto, podemos fazer uma anlise de uma idia baseada em senso comum: a

    de que o sistema de comunicao da PMES deveria se basear em telefonia celular

    ou Nextel (na verdade, o sistema utilizado pela empresa Nextel o iDEN

    Integrated Digital Enhanced Network).

    Conforme j vimos, antes de propormos uma soluo como essa, devemos nos

    perguntar: a comunicao do sistema de Segurana Pblica, requisito para o

    sucesso de qualquer ao ou operao policial, pode ser dependente, unicamente,

    de empresas com redes voltadas aos usurios comuns? Logicamente, no.

    Nos momentos de crise, a comunicao dos operadores de segurana pblica deve

    ser garantida, ou seja, ele no pode disputar espao em uma rede de comunicao

    com usurios comuns. Vrios so os exemplos no mundo de situaes de crise em

    que, por motivos diversos, as redes de telefonia celular e outras formas de

    comunicao ficaram congestionadas devido ao grande nmero de pessoas

    tentando dar notcias aos seus parentes e amigos. Nesses casos, os rgos cujos

    servios dependiam de comunicao tiveram que se utilizar de redes prprias para

    obter sucesso nas suas operaes.

    A separao entre sistema de comunicao para fins comerciais e para a segurana

    pblica to importante que, na distribuio do espectro de frequncias

    regulamentado pela Agncia Brasileira de Telecomunicao ANATEL, h faixas de

    frequncias exclusivamente reservadas para a Segurana Pblica.

  • 11

    2. SISTEMAS ANALGICOS DE RADIOCOMUNICAO

    A evoluo das tecnologias de comunicao tem gerado um processo natural de

    digitalizao dos sistemas de telecomunicaes. Na radiocomunicao, esse

    processo se apresenta de forma a integrar sistemas de comunicao de voz com

    sistemas de comunicao de dados, originando redes mais robustas do que as

    existentes nos sistema de radiocomunicao analgica.

    Embora em 2008, com a compra de suas primeiras repetidoras digitais, a PMES

    tenha iniciado o processo de digitalizao de sua rede de radiocomunicao,

    atualmente a grande parte dos municpios do Esprito Santo ainda conta com

    sistemas de radiocomunicao analgicos. Na Figura 1, tem-se a diviso da rede de

    radiocomunicao da PMES. Nela, toda a rea vermelha do mapa do Esprito Santo

    corresponde aos municpios nos quais ainda se tm um sistema analgico de rdio.

    Nas reas em azul, o sistema j digital convencional.

    Figura 1 - Rede de Radiocomunicao da PMES

    O estudo do funcionamento e da estrutura da rede de radiocomunicao analgica,

    alm de necessria para o entendimento da rede digital - que ser apresentada no

    prximo capitulo, faz-se til quando observamos a atual estrutura do sistema de

    comunicao da PMES.

    2.1. Frequncias em um Canal de Radiocomunicao

    Embora existam vrios tipo de redes de radiocomunicao analgicas, focaremos

    nossos estudos nas redes comuns aos rgos de segurana pblica do Esprito

    Santo.

  • 12

    Nesses sistemas, o trfego de informao se d por meio de canais formados por

    pares de frequncias fixas para a transmisso e a recepo da mensagem.

    Os terminais de rdio da PMES so denominados Transceptores, pois eles so

    terminais transmissores e receptores em um mesmo equipamento. Quando o

    usurio aperta a tecla denominada PTT (sigla do ingls Push-To-Talk, ou em sua

    traduo, aperte para falar), o terminal atua como um transmissor, podendo o

    usurio transmitir uma mensagem de voz. Quando o PTT no est pressionado, o

    rdio por natureza um receptor.

    Figura 2 - Transceptor porttil utilizado na PMES

    No canal de voz do sistema de radiocomunicao h uma frequncia fixa por meio

    da qual ocorre a transmisso, e outra frequncia fixa por meio da qual ocorre a

    recepo da mensagem. O canal formado, portanto, por um par de

    frequncias.

    2.2. Comunicao ponto-a-ponto

    a transmisso direta entre dois ou mais transceptores. Nesse tipo de

    comunicao, o rdio transmissor se comunica diretamente com os receptores, sem

    que o sinal passe por uma estao repetidora.

  • 13

    Figura 3 - Comunicao ponto-a-ponto

    Esse tipo de comunicao muito utilizado em policiamentos de guarda e

    operaes policiais (patrulhas em morros, policiamento em eventos, etc).

    A desvantagem da comunicao ponto-a-ponto que seu alcance extremamente

    limitado. Dois fatores principais influenciam o alcance da transmisso ponto-a-ponto:

    potncia dos rdios e obstruo da linha de visada entre eles.

    Conforme j vimos, as ondas eletromagnticas sofrem atenuao durante sua

    propagao, ou seja, elas perdem energia (potncia).

    Os transceptores fixos, mveis e portteis, em geral, possuem uma potncia de

    sada limitada. Por exemplo, no caso das estaes fixas e dos rdios mveis, em

    modo analgico, a potncia de sada mxima de 45 W, enquanto que nos rdios

    portteis, temos uma potncia de sada mxima de 5 W.

    Alm disso, geralmente os usurios dos rdios se encontram em locais pouco

    estratgicos para realizar uma transmisso. Imagine um policial querendo se

    comunicar com outra viatura, sendo que entre eles h um morro de altitude elevada,

    ou diversos prdios. Dificilmente a onda eletromagntica transmitida pelo PM

    chegar VTR em condies de ser entendida.

  • 14

    Figura 4 - Obstruo fsica da linha de visada entre dois transceptores

    Uma forma de fazer com que o alcance dos rdios seja maior utilizando estaes

    repetidoras na rede de rdio.

    2.3. Comunicao ponto-multiponto via estao repetidora

    Em sistemas ponto-multiponto temos uma estao rdio-base (ERB) que transmite

    um sinal para vrias estaes terminais de rdio.

    Como o objetivo no servio policial militar fazer com que todos os policiais de uma

    mesma unidade se comuniquem, torna-se necessria a utilizao de equipamentos

    que aumentem o alcance dos rdios em relao a comunicao ponto-a-ponto. Isso

    porque uma mensagem deve ser recebida por todos os receptores sintonizados no

    mesmo canal.

    Dessa forma, na PMES, as ERB so formadas por estaes repetidoras (ou

    simplesmente repetidora), as quais so constitudas por um conjunto de

    equipamentos, normalmente instalados em locais de altitude elevada, e com a

    funo de retransmitir um sinal, aumentando o alcance das transmisses e,

    consequentemente, a rea de cobertura da comunicao via rdio.

  • 15

    Como as repetidoras esto posicionadas em locais bem elevados e operam com

    bastante potncia, elas tm uma rea de cobertura bem maior do que as estaes

    localizadas no solo.

    Os locais onde so instaladas as repetidoras so denominados stios de

    comunicao (ou sites de comunicao).

    Figura 5 - Comunicao via estao Repetidora

    2.3.1. Canal de comunicao analgico convencional

    Conforme j dito, atualmente a PMES est em processo de digitalizao de sua rede

    de radiocomunicao. Entretanto, ainda h vrios canais analgicos em uso,

    principalmente no interior do estado.

    A rede de radiocomunicao analgica da PMES estruturada de forma que, para

    cada canal de comunicao, tem-se uma estao repetidora. Logicamente que,

    conforme j visto, nos canais ponto-a-ponto, no h a presena da repetidora.

    Quando um rdio est sintonizado no canal do 4 BPM, por exemplo, ele est

    utilizando as frequncias da repetidora localizada no Morro do Jaburuna, em Vila

  • 16

    Velha. Essa repetidora faz parte da rede de radiocomunicao do 4 BPM. Assim,

    um rdio no canal do 4 BPM ir sempre acionar a repetidora do 4 BPM.

    Exemplo da distribuio de canais na Grande Vitria:

    Canal do 1 BPM repetidora localizada no Morro da Fonte Grande;

    Canal do 4 BPM repetidora localizada no Morro do Jaburuna;

    Canal do 6 BPM - repetidora localizada no Morro de Goiapaba;

    Canal do 7 BPM - repetidora localizada no Morro do Jaburuna;

    Canal do BPTran - repetidora localizada no Morro da Fonte Grande.

    Na Figura 6, podemos observar a rea de cobertura de dois canais analgicos de

    radiocomunicao da PMES, o canal de Linhares e o de Mantenpolis. Na figura,

    temos a localizao da repetidora de cada um desses canais, sendo que o

    determinante para a cobertura deles a posio de suas respectivas repetidoras.

    Figura 6 - Cobertura dos canais de Linhares e Mantenpolis

    Outra caracterstica da rede de radiocomunicao da PMES que seus canais

    funcionam de forma isolada. Dessa forma, um rdio sintonizado no canal do 11

  • 17

    BPM no recebe e nem transmite para um rdio sintonizado no canal do 2 BPM. A

    rede de radiocomunicao da PMES, em modo analgico, tem essa configurao

    em ilhas de comunicao devido a forma como o servio operacional da

    corporao organizado.

    H alguns casos em que interessante fazer enlaces entre repetidoras. Tal

    processo no ser visto neste material.

    Em um canal convencional analgico, toda a comunicao passa por uma estao

    repetidora, ou seja, os transceptores somente transmitem para a repetidora, e

    somente recebem da repetidora.

    Figura 7 - Comunicao em um canal convencional analgico

    H de se notar, portanto, que, no caso de pane em uma repetidora, todo o canal

    ficar sem comunicao. Mesmo que um rdio esteja prximo a outro, no haver

    comunicao entre eles no canal convencional.

  • 18

    Figura 8 - Impossibilidade de comunicao em caso de pane na Repetidora

    2.4. reas de sombra

    Mesmo com a utilizao de estaes repetidoras, h a possibilidade da transmisso

    delas no alcanar determinadas reas, as quais ficam sem comunicao. Tais

    regies so chamadas reas de sombra.

    Conforme se verifica na Figura 9, as reas de sombra so formadas principalmente

    por obstruo da comunicao devido ao relevo ou pela distncia do ponto

    repetidora ser tamanho que a potncia desta no alcana o rdio localizado naquele

    local.

  • 19

    Figura 9 rea de sombra formada devido a obstruo do sinal (relevo).

    Em qualquer tipo de rede que utilize radiofrequncia como forma de transmisso de

    sinal (rdio, celular, internet, televiso) existem as reas de sombra. O policial

    militar, em seu servio, deve estar atento para os locais onde por ventura haja reas

    de sombra.

    Alm das reas de sombra existentes devido falta de alcance da repetidora, temos

    outra ainda mais comum que se d pela falta de alcance dos transceptores.

    Em geral, as repetidoras analgicas da PMES funcionam com potncia prxima a 50

    W, enquanto um rdio porttil opera com 5 W.

    Dessa forma, pode ocorrer que, devido a sua localizao, a transmisso de um HT

    no alcance a repetidora.

  • 20

    Figura 10 - Rdio porttil transmitindo para uma repetidora localizada distante dele.

    J a repetidora, por ter potncia maior, quando retransmitir o sinal de outro rdio, ir

    alcanar o citado equipamento.

    Figura 11 - Repetidora transmitindo para um porttil localizado distante dela.

    Nessa situao o policial receber comunicao, mas no conseguir transmitir.

    H de se notar que a comunicao mais crtica em uma rede de radiocomunicao

    se d quando se tem um rdio porttil transmitindo, pois o equipamento de menor

    potncia em uma rede.

  • 21

    2.5. Identificando problemas em uma repetidora

    Muitos policiais, durante sua atividade, no conseguem se comunicar utilizando seus

    equipamentos de rdio. Alm da possibilidade do policial estar em uma rea de

    sombra, h ainda as seguintes possibilidades: 1) o rdio de quem est transmitindo

    est com problemas; 2) o rdio de quem est recebendo est com problemas; e 3) a

    rede de rdio que o policial est utilizando encontra-se com problemas.

    Vimos que a comunicao utilizando o sistema repetidor deve obrigatoriamente

    passar pela repetidora. Com isso, caso a repetidora pare de funcionar, os rdios que

    se encontram em sua rede no se comunicaro. Podemos ento identificar o

    problema na comunicao da seguinte forma: se nenhum rdio da rede est

    conseguindo receber ou transmitir mensagens, ento o problema provavelmente

    na repetidora. Caso contrrio, o problema deve estar em algum terminal da rede.

    Vale ressaltar que o PM deve conhecer a rede em que est trabalhando, de forma

    que ele possa identificar se realmente est ocorrendo um problema ou se ele est

    em uma rea de sombra.

  • 22

    3. SISTEMAS DIGITAIS DE RADIOCOMUNICAO

    Nos ltimos anos, a PMES, acompanhando as demais corporaes de segurana

    pblica em todo o Brasil, vem passando por um processo de digitalizao de sua

    rede de radiocomunicao.

    Tal processo extremamente complexo, exigindo altos investimentos, bem como

    planejamentos adequados por meio de projetos elaborados por profissionais

    capacitados.

    A migrao de um sistema de rdio analgico para digital se justifica por razes

    prticas e tcnicas. Vamos elencar algumas delas:

    Transmisso integrada de voz e dados - As solues digitais de

    radiocomunicao atuais possibilitam a transmisso de mensagens de voz e dados

    no mesmo sistema. A adio da capacidade de transmisso de dados integrada com

    o sistema de voz abre a possibilidade de novas ferramentas para a Segurana

    Pblica, como a localizao automtica de veculos e pessoas, a troca de

    mensagens de texto, o acesso a bases de dados, a atualizao remota da

    configurao dos rdios dentre muitos outros.

    Uso mais eficiente do espectro radioeltrico - outro ponto importante que

    direciona o uso da tecnologia digital o uso mais eficiente do espectro radioeltrico.

    Em alguns pases, ou mesmo em algumas regies do Brasil, simplesmente no

    existem mais canais de rdio (frequncias) disponveis. No importa de qual banda

    estamos falando: VHF, UHF ou 800 MHz. Para sistemas de comunicao que

    utilizam radiofrequncia, um canal de frequncia to importante para a tecnologia

    existir quanto a gua importante para os seres vivos. Pode parecer exagero, mas

    sem canais de RF para usar, no h tecnologia sem fio que possa existir.

    Quando falamos em uso eficiente do espectro radioeltrico, estamos falando de

    regulamentaes. Como exemplo, em modo analgico, a ANATEL determinava que

    o espaamento entre canais tivesse uma largura de banda de 25 kHz.. Tal

    espaamento entre canais tem entre seus objetivos, o de evitar interferncias entre

    os canais.

  • 23

    Em sistemas de comunicao digital, possvel reduzir esse espaamento entre

    canais de 25 kHz para 12,5 kHz.

    Figura 12 - Sistemas digitais e uso otimizado do espectro eletromagntico

    Sigilo e segurana nas comunicaes - para os rgos de segurana pblica,

    fundamental tambm considerar a questo do sigilo ou privacidade nas

    comunicaes. Sistemas digitais so especialmente desenhados para oferecer

    segurana, no somente pela modulao, mas tambm pela criptografia. Existem

    diversos algoritmos de criptografia disponveis. Alguns mtodos so baseados em

    software e outros em hardware, mas qualquer um tem alta confiabilidade. Mais

    adiante ser abordada com mais detalhes a questo da segurana das informaes

    por meio de criptografia.

    Controle total da utilizao da rede - Os equipamentos de controle do sistema

    garantem o funcionamento somente de equipamentos autorizados, com a

    possibilidade de gerao de relatrios precisos sobre a utilizao do sistema,

    registro das chamadas realizadas, usurios ativos, ocupao de canal, etc.

    Infelizmente, a PMES ainda no possui um sistema de gerenciamento em sua rede

    de radiocomunicao digital.

    Melhor desempenho frente a rudos - a transmisso digital apresenta melhor

    desempenho frente ao rudo devido ao uso de repetidores regeneradores na

  • 24

    transmisso de sinais pulsados permitindo a recuperao de pulsos de formato

    perfeito, totalmente isento de rudo.

    Figura 13 - Regenerao de sinal digital.

    Qualidade de udio em modo digital tem-se uma melhor qualidade de udio. Uma

    caracterstica importante a se observar na transmisso de sinais a relao sinal-

    rudo, definido como a razo entre a potncia de um sinal e a potncia do rudo

    sobreposto ao sinal. Em termos menos tcnicos, a relao sinal-rudo compara o

    nvel de um sinal desejado com o nvel do rudo de fundo. Quanto mais alto for a

    relao sinal-rudo, menor o efeito do rudo de fundo sobre a deteco ou medio

    do sinal.

    Uma caracterstica dos sistemas digitais a utilizao de um sistema de correo de

    erros que otimiza a relao sinal-rudo. Isso faz com que reas perifricas que no

    eram claramente audveis em sistema analgicos tenham boa chance de receber

    mensagens altas e claras em modo digital.

    No grfico abaixo, temos no eixo horizontal a intensidade do sinal atenuado, medida

    em dBm, de dois sinais distintos em funo da qualidade do udio, medido em dB

    (eixo vertical):

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sinalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo
  • 25

    Figura 14 - Qualidade do udio analgico e digital em funo do nvel do sinal.

    Pode-se observar que, Enquanto na modulao analgica a qualidade do udio vai

    piorando naturalmente conforme o nvel de sinal do receptor fica mais fraco, no

    modo digital a qualidade do udio tende a se manter constante, somente caindo

    abruptamente quando o nvel de sinal do receptor fica extremamente fraco.

    Uma questo bastante mitificada em relao a sistemas de radiocomunicao digital

    diz respeito existncia de reas de sombra. Sobre essa questo, resta-nos

    relembrar que, independente do processamento do sinal se dar de forma analgica

    ou digital, a transmisso da informao ocorrer conforme discutido no captulo 2, ou

    seja, por meio de ondas eletromagnticas. Sendo assim, todas as questes fsicas j

    elencadas relativas a propagao e transmisso do sinal so vlidas tambm para o

    modo digital.

    Desta forma, podemos afirma que, tanto em sistemas analgicos, como em sistemas

    digitais, existiro as reas de sombra. Exemplo disso a telefonia celular, que

    embora opere em modo digital, continua sofrendo com problemas de cobertura.

    3.1. Protocolos de radiocomunicao digital

    Aps optar pelo sistema digital, surge o desafio da escolha do protocolo de

    comunicao. Atualmente existe uma srie de protocolos digitais, sendo eles

    protocolos abertos ou proprietrios ( comum utilizar o termo padro como

    sinnimo de protocolo).

  • 26

    Os protocolos proprietrios so desenvolvidos e patenteados por um determinado

    fabricante. Ao optar pela utilizao de um protocolo proprietrio em uma rede de

    radiocomunicao, o usurio obviamente escolhe utilizar uma determinada marca

    para seu sistema e seus equipamentos. So exemplos de protocolos proprietrios:

    a) Mototrbo, da Motorola; b) IDAS, da Icom; c) EDACS, da Harris; d) o SMARTNET

    II, da Motorola; e) o Nexedge, da Kenwood; dentre outros.

    Para aplicaes de misso crtica, recomendada a adoo de um padro aberto

    de radiocomunicao, principalmente por questes de interoperabilidade. Os

    padres abertos so definidos por normas de entidades independentes de

    fabricantes. Ou seja, os fabricantes no possuem autonomia para alterar

    especificaes de padres abertos.

    So exemplos de padres abertos de radiocomunicao o DMR, o APCO25, o

    TETRA, e o TETRAPOL. Em nossos estudos, analisaremos apenas os padres

    utilizados pelos rgos de segurana pblica no Brasil, sendo eles o TETRAPOL, o

    TETRA, e o APCO25, ao qual daremos maior nfase por ser o padro adotado pela

    PMES.

    O TETRAPOL um protocolo desenvolvido pela empresa EADS no final dos anos

    1980 com o objetivo de proporcionar um sistema digital troncalizado para as foras

    de segurana da Frana. um sistema FDMA que funciona em canais de 10 ou

    12.5 kHz, oferecendo 2 canais por cada 25 kHz.

    Apesar de ser considerado um protocolo aberto, no um protocolo reconhecido

    pela ETSI (Instituto de Padronizao de Telecomunicaes Europeu), e suportado

    somente por um fabricante, a Cassidian. Alm disso, um sistema que carece de

    vrias das funcionalidades j presentes nos outros sistemas.

    No Brasil, o padro TETRAPOL utilizado somente pela Polcia Federal. Entretanto,

    esta corporao j possui projetos com objetivo de adotar o TETRA ou o APCO25.

  • 27

    3.2. O padro TETRA

    TETRA, ou Terrestrial Trunked Radio(do ingls: Rdios Terrestres Troncalizados),

    um protocolo aberto de rdio digital troncalizado criado e gerenciado pela ETSI (do

    ingls: European Telecommunications Standards Institute, que pode ser traduzido

    como Instituo Europeu de Padronizao de Telecomunicaes), um instituto

    internacional que produz e mantm protocolos de comunicaes.

    O sistema TETRA um sistema de rdio troncalizado digital com tecnologia

    TDMA. Isso permite mais comunicaes num mesmo espectro de frequncia que

    um sistema analgico, cumprindo com um requisito de muitos pases e aumentando

    a eficincia em espectros altamente ocupados.

    O protocolo TETRA foi pensado para usurios PMR (Professional Mobile Radio

    Rdio Profissional Mvel), especialmente para usos em agencias governamentais,

    segurana pblica (polcias, bombeiros e ambulncias), servios de emergncia,

    etc.

    Existe uma associao chamada TETRA Association que desenvolve o protocolo

    TETRA e o publica para que os diferentes fabricantes usem as especificaes em

    seus desenvolvimentos. Os membros dessa associao so:

    Fabricantes de Infraestrutura TETRA

    Fabricantes de Terminais TETRA

    Usurios TETRA

    Fabricantes de aplicaes e solues baseadas no protocolo TETRA

    Qualquer membro pode propor uma nova aplicao ou implantao associao, e

    uma equipe tcnica estudar a proposta. Se passar por todas as aprovaes da

    associao, essa proposta ser integrada ao protocolo, e ser publicada para que os

    demais fabricantes possam fazer aplicaes ou solues compatveis com a funo

    proposta.

    Alm disso, a associao tem outra funo, que comprovar que as diferentes

    funes do protocolo funcionem corretamente entre os diferentes fabricantes. Isso

    feito atravs de testes que se realizam algumas vezes ao ano, onde os diferentes

    http://www.etsi.org/WebSite/AboutETSI/AboutEtsi.aspxhttp://www.tetra-association.com/
  • 28

    fabricantes se juntam e testam seus equipamentos. Os testes so supervisados por

    um organismo independente, que depois emite um certificado detalhando quais

    funes funcionam e quais no. Esses certificados se chamam IOP (Certificados de

    Interoperabilidade), e podem ser baixados gratuitamente do site do TETRA

    Association.

    No Brasil, o padro Tetra foi adotado na Polcia Militar do Rio de Janeiro e na Polcia

    Militar da Bahia. No Esprito Santo, no ano de 2012, a Prefeitura Municipal de Vitria

    lanou um Edital para aquisio de um sistema de radiocomunicao para a Guarda

    Municipal, sendo que a empresa vencedora ir implantar uma rede TETRA.

  • 29

    4. APCO25 O PADRO ADOTADO PELA PMES

    O padro APCO25 (tambm conhecido como Project 25, ou simplesmente P25)

    um conjunto de normas produzidas atravs da articulao conjunta da Associao

    dos Oficiais de Comunicaes em Segurana Pblica dos Estados Unidos (em

    ingls: Association of Public Safety Communications Officials International APCO)

    da NASTD (do ingls National Association of State Telecommunications Directors,

    traduzido como: Associao Nacional de Diretores de Telecomunicaes), da NCS

    (do ingls Federal Agencies and the National Communications System, traduo:

    Agncias Federais e Sistema Nacional de Comunicao) e da TIA (em ingls:

    Telecommunications Industry Association, traduzido como Associao de Indstrias

    de Telecomunicaes).

    Figura 15 - Smbolo do P25

    O P25 uma arquitetura aberta que foi projetada com o intuito de suprir as

    necessidades das instituies governamentais norte-americanas de segurana

    pblica. Seu conjunto de padres engloba servios para uma rede digital voltada

    para organizaes de segurana pblica, sendo definidas pelas normas as

    interfaces, o funcionamento e as capacidades de qualquer sistema de rdio que

    possa ser definido como P25.

    Para que um rdio seja classificado como P25, ele deve operar em conformidade

    com os padres definidos nas normas publicadas pelo APCO25. As documentaes

    tcnicas do padro P25 podem ser encontradas com facilidade na internet, nas

    pginas da TIA, FCC ou do Instituto de Padronizao Nacional Americano (American

    National Standard Institute ANSI). Como os padres P25 so de domnio pblico,

    qualquer fabricante pode produzir rdios compatveis com sistemas P25.

  • 30

    Embora tenha sido inicialmente desenvolvido para servio de segurana pblica

    norte-americano, a tecnologia P25 no ficou limitada ao mercado dos EUA, nem to

    pouco segurana pblica.

    O APCO25 possui quatro objetivos principais:

    Garantir a competitividade entre fabricantes por meio de uma arquitetura de

    protocolo aberto;

    Permitir efetividade, eficincia e confiabilidade nas comunicaes entre as

    agncias governamentais;

    Desenvolver funcionalidades e capacidades para sistemas de

    radiocomunicao com foco na segurana pblica;

    Permitir o uso eficiente do espectro radioeltrico.

    4.1. Comparao bsica entre APCO25 e TETRA

    Foge aos objetivos deste material uma comparao profunda entre os padres P25

    e TETRA. Entretanto, importante se ter em mente algumas diferenas bsicas

    entre os dois padres, bem como os motivos que levaram a SESP, em deciso

    conjunta com a PMES, o CBMES e a PCES, a adotarem o P25 como padro para a

    rede de radiocomunicao digital da segurana pblica no Esprito Santo.

    4.1.1. Faixa de frequncia e modo de operao

    Os sistemas APCO25 esto disponveis em VHF, UHF (nas faixas de 380 MHz) e

    800 MHz, para operao troncalizada ou convencional, com canais de 12,5 kHz na

    Fase 1 FDMA ou de 6,25 kHz na Fase 2 TDMA.

  • 31

    Figura 16 - Utilizao de canais no padro P25

    Os sistemas TETRA, por sua vez, no esto disponveis para a banda de VHF, mas

    para UHF (350 MHz, 380-400 MHz, 410-430 MHz e 450-470 MHz) e 800 MHz,

    sendo sua operao somente em modo troncalizado. Em relao a utilizao de

    canais, o TETRA permite a utilizao de quatro canais em uma faixa de 25 kHz, o

    que nos d 6,25 kHz. Assim como o P25 Fase 2, o TETRA opera em TDMA.

    Em relao a faixa de frequncia em que pode operar cada padro, importante

    observar que, atualmente, os rgos de segurana pblica do Esprito Santo utilizam

    a faixa de VHF, o que somente possvel no sistema P25. Isso, entretanto, no

    uma condio fundamental para a adoo deste padro, uma vez que a liberao

    junto a ANATEL e a consequente utilizao de uma faixa de frequncia compatvel

    com o TETRA seriam simples de ser feito.

    importante observar ainda que o padro P25 permite operao em modo

    convencional e em modo troncalizado, enquanto o TETRA uma tecnologia para

    operao em modo estritamente troncalizado.

    4.1.2. Compatibilidade com sistemas legados

    Ao atualizar ou migrar o sistema de radiocomunicao de analgico para digital,

    surge o problema de o que fazer com o legado existente de rdios analgicos

    convencionais ou troncalizados?. O padro APCO25 pode operar tanto em modo

  • 32

    analgico quanto em modo digital, possibilitando um caminho suave de migrao,

    uma vez que um mesmo rdio pode operar tanto no modo analgico quanto no

    digital.

    Tal fato possibilita a aquisio gradual de rdios digitais, os quais so distribudos e

    podem operar normalmente na rede analgica existente at que toda ela esteja

    capacitada para operar em modo digital. Quando isso ocorrer, faz-se a mudana no

    modo de operao dos transceptores e das repetidoras, que passaro a operar em

    modo digital.

    Na PMES, esse processo iniciou em 2005, com a aquisio de repetidoras digitais

    P25 para a regio da Grande Vitria. Como a PMES no possua transceptores

    digitais, essas repetidoras atuavam em modo analgico. Os transceptores foram

    sendo substitudos aos poucos, at que no ano de 2011, todo o sistema da Grande

    Vitria pde operar em modo digital.

    No sistema TETRA isso no seria possvel, uma vez que os rdios deste padro

    operam somente em modo digital.

    4.1.3. rea de cobertura

    Os sistemas APCO25 so mais indicados quando as reas de cobertura so

    extensas, no por causa da banda de frequncia necessariamente, mas pela

    potncia de transmisso das repetidoras. Em sistemas P25, essas potncias podem

    chegar a mais de 125 watts na repetidora, depois do combinador. Alm disso, as

    repetidoras digitais possuem uma sensibilidade de recepo muito superior se

    comparadas s repetidoras analgicas de baixo trfego que so normalmente

    montadas com dois rdios mveis interligados, conforme visto no item 0.

    J as Estaes Rdio Base do padro TETRA possuem potncia de transmisso de

    cerca de 10 W, muito menor do que as do P25.

    Outro ponto importante diz respeito aos rdios. No APCO25, os rdios possuem

    mais potncia que em TETRA, mesmo se comparados na banda comum de 800

    MHz. Um terminal porttil P25 tem cerca de 5 watts, e um rdio mvel, 45 watts,

    enquanto os TETRA possuem 1 watt e 3 watts, respectivamente. Ou seja, o nmero

    de bases necessrias para cobrir uma mesma cidade com APCO25 ser menor que

  • 33

    o nmero de bases TETRA, mesmo que essa comparao seja feita na mesma faixa

    de frequncia (UHF ou 800 MHz).

    Figura 17 - Quadro resumo do comparativo entre P25 e TETRA

    Obviamente, existem diversas outras diferenas entre os padres P25 e TETRA.

    Entretanto, este material no possui o objetivo de se aprofundar em questes de

    arquitetura de rede, nem to pouco de modo de funcionamento de cada padro.

    4.2. Servios e facilidades oferecidos no APCO25

    O sistema P25 desenhado para prover servios mveis e portteis a usurios

    profissionais para comunicao com suas organizaes. Uma aplicao tpica de

    servios seria o controle de despacho dos agentes de segurana pblica,

    objetivando tempos rpidos de chamada.

    Embora o P25 defina em suas normas diversos tipos de servios, listamos abaixo

    aqueles que brevemente sero aplicados na Segurana Pblica do Esprito Santo:

    Chamada de grupo

  • 34

    So chamadas de voz nas duas direes entre um usurio e um grupo de usurios

    pr-determinado, dos quais o originador um membro. Todos os membros podem

    se escutar entre si. Os membros do grupo tem um nmero comum pr-definido, pelo

    qual so endereados. O terminal pode ser estaticamente programado para um ou

    mais grupos, ou dinamicamente programado pelo despachante ou operador do

    sistema.

    Chamada de Voz individual

    Chamada em duas direes entre dois usurios individuais. Cada usurio/terminal

    possui um nmero de ID pr-definido, o qual utilizado para as chamadas

    individuais. Pode ser realizada diretamente entre usurios ou por meio da console

    de despacho.

    Criptografia

    Codifica a informao de maneira a torn-la segura. S quem possui a chave pode

    decodifica-la. Ser mais bem estudada no item 4.3.

    Chamada prioritria

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. Uma chamada com prioridade ter acesso preferencial aos recursos da

    rede. Se os recursos esto ocupados, a chamada com prioridade ser colocada em

    uma fila, na frente das chamadas com baixa prioridade. Um nmero mnimo de 5

    nveis de prioridade definido. O nmero 1 corresponde a prioridade mxima.

    Chamada prioritria preventiva

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. Uma chamada preventiva sempre tem recursos alocadas para ela,

    mesmo que isto signifique que as outras chamadas sero desconectadas. Assim

    que a chamada de prioridade for desconectada, o recurso fica disponvel para a

    chamada preventiva. Um nmero mnimo de 5 nveis de prioridade definido.

    Conexo de voz com a rede telefnica

  • 35

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. Permite a comunicao entre um usurio da rede telefnica e um ou

    mais usurios do sistema rdio. Pode ser iniciado de qualquer lado, rede telefnica

    ou sistema rdio.

    Escuta discreta

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. Permite a um usurio seletivamente escutar qualquer chamada. Isto , o

    usurio pode selecionar aspectos importantes de uma chamada, tais como o ID

    (identificador) do grupo, para decidir se vai escutar ou no.

    Emergncia silenciosa

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. O servio permite ao rdio do usurio iniciar uma chamada sem a

    interveno do prprio usurio atravs da tecla PTT (Push to talk). Por exemplo, a

    chamada pode ser iniciada pelo usurio do rdio ao pressionar uma chave de

    emergncia. O propsito do servio permitir ao despachante ou outros usurios

    escutar o usurio em um evento de possvel perigo para ele.

    Monitoramento da unidade

    um servio suplementar s chamadas individuais. Permite ao rdio do usurio,

    iniciar uma chamada sozinho. A chamada iniciada remotamente pelo despachante.

    O despachante assim escuta o que se est passando no rdio do usurio, em uma

    situao de perigo eminente.

    Identificao do Indivduo que transmite

    um servio suplementar as chamadas de difuso ampla, chamadas de grupo e

    individuais. Permite identificar o usurio que est transmitindo a mensagem.

    Chamada de alerta

    Servio suplementar s chamadas individuais. Permite que o originador da chamada

    deixe sua identificao com a parte chamada, para subsequente retorno da

  • 36

    chamada. Opera como um prompt (aviso) parte chamada para que ela retorne a

    chamada.

    4.3. Segurana nas comunicaes

    Em modo analgico, possvel proteger a comunicao utilizando-se o recurso

    denominado scrambler (traduzindo do ingls: misturador de frequncia). Em

    telecomunicaes, scrambler o dispositivo que sobrepe ou inverte sinais, de

    forma a codificar uma mensagem transmitida, a qual somente poder ser

    decodificada por um receptor que possua o dispositivo apropriado de descrambling.

    O grande problema de se utilizar o scrambler em sistemas de radiocomunicao so

    as perdas no alcance da transmisso e na qualidade da mensagem. Por esse

    motivo, poucos so os sistemas de comunicao VHF analgicos que utilizam esse

    recurso de codificao de mensagem a PMES nunca utilizou.

    Uma das grandes vantagens de uma rede digital P25 a possibilidade de

    criptografar as transmisses de voz e de dados sem afetar a qualidade da

    comunicao e o seu alcance.

    Encriptao o processo de codificar uma mensagem, protegendo o seu contedo.

    Para isso, utiliza-se um algoritmo de criptografia, ou seja, uma frmula matemtica

    que transforma uma mensagem entendvel por qualquer receptor em uma

    mensagem criptografada, isto , cujo contedo est embaralhado e s pode ser

    decifrado por quem possua a chave de criptografia certa.

    Em uma transmisso criptografada, necessrio que o transmissor e o receptor

    tenham a mesma chave de criptografia. Essa chave de criptografia definida pelo

    administrador do sistema de radiocomunicao, sendo como uma senha, ou seja,

    dois rdios programados com a mesma chave de criptografia podem se comunicar.

  • 37

    Figura 18 - Comunicao segura utilizando criptografia.

    Os terminais P25 podem ser criptografado por canais, ou seja, possvel inserir uma

    chave de criptografia para cada canal ou grupo de conversao. Essa chave de

    criptografia inserida no rdio por meio de um dispositivo encriptador.

    As normas do P25 estabelecem como padro a criptografia DES-OFB (do ingls:

    Data Encryption Standard Output Feed Back), de 64 bits; e a AES (do ingls:

    Advanced Encryption Standard), de 216 bits. Obviamente, quanto maior a

    quantidade de bits de um algoritmo de criptografia, mais difcil quebr-lo. Os

    algoritmos de criptografia DES e AES foram definidos e normatizados pelo governo

    dos Estados Unidos da Amrica.

    Conforme j dito, a chave de criptografia, aps ser definida, inserida nos terminais

    de rdio por meio de um dispositivo encriptador. Aps ser inserida nos terminais, a

    chave nunca mais pode ser acessada, ou seja, no h como nenhum usurio ou

    programador ter acesso a chave de criptografia.

    Figura 19 - Transceptor recebendo chaves de criptografia por meio de dispositivo encriptador.

    As normas P25 definem tambm como funcionalidade a capacidade de carregar

    chaves no rdio remotamente por meio da Interface Area Comum (CAI), ou seja,

    por meio de radiofrequncia. Tal sistema denominado de OTAR (do ingls: Over

  • 38

    The Air Rekeying). Nesse sistema, aps serem definidas, as chaves so enviadas

    para os terminais por meio das estaes repetidoras.

    4.4. Cobertura de sistema analgico x cobertura P25

    H muitas discusses acerca da comparao entre rea de cobertura de um sinal de

    rdio analgico e de um sinal de rdio digital P25. Como a potncia de transmisso

    de rdios digitais P25 e de rdios analgicos so iguais, h de se imaginar que a

    cobertura de ambos tambm ser a mesma.

    Isso, entretanto, no verdade, uma vez que se observa uma maior rea de

    cobertura nas comunicaes digitais P25 quando comparadas s comunicaes

    analgicas. A relao sinal-rudo de um rdio um elemento crtico em sistemas

    analgicos.

    A relao sinal-rudo definido como a razo entre a potncia de um sinal e

    a potncia do rudo sobreposto ao sinal. Em termos menos tcnicos, a relao sinal-

    rudo compara o nvel de um sinal desejado com o nvel do rudo de fundo. Quanto

    mais alto for a relao sinal-rudo, menor o efeito do rudo de fundo sobre a

    deteco ou medio do sinal.

    Uma caracterstica dos sistemas P25 a utilizao de um sistema de correo de

    erros que otimiza a relao sinal-rudo. Isso faz com que reas perifricas que no

    eram claramente audveis em sistema analgicos tenham boa chance de receber

    mensagens altas e claras no P25 digital.

    Na figura Figura 14, pode-se observar que a qualidade do udio em um sistema P25

    tende a se manter constante, enquanto a do sistema analgico decai conforme o

    nvel de rudo.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sinalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo
  • 39

    5. EQUIPAMENTOS DIGITAIS APCO25 UTILIZADOS NA PMES

    Conforme descrito no Captulo 5, atualmente a PMES possui uma rede de

    radiocomunicao digital no padro APCO25 Fase 1 (ou P25 fase 1).

    O padro P25 tem como vantagem a interoperabilidade, ou seja, pode-se ter

    equipamentos de diversos fabricantes atuando juntos em uma mesma rede, desde

    que todos atendam as normas do APCO25.

    Dessa forma, a PMES possui, atualmente, terminais de radiocomunicao digitais

    P25 das seguintes marcas/modelos: MOTOROLA (radio mvel modelo XTL2200),

    TAIT (porttil modelo TP9160 e mvel/fixo modelo TM9155) e ICOM (porttil modelo

    IC-F70). importante ressaltar que existem diversos outros fabricantes e

    desenvolvedores P25. Como rgo pblico, todo o processo de compra da PMES

    baseia-se em licitaes pblicas nas quais so especificados os equipamentos e

    incentivadas a livre e ampla concorrncia entre as marcas e revendedores.

    Aos usurios, segue a recomendao para que, em caso de dvidas quanto a

    utilizao dos equipamentos de radiocomunicao da PMES, procurem o setor

    responsvel na Diretoria de Tecnologia da Informao e Comunicao (DTIC),

    localizada no Quartel do Comando Geral.

    Nos itens abaixo, entretanto, sero demonstrados alguns detalhes referentes aos

    equipamentos (transceptores) e acessrios de radiocomunicao utilizados pela

    PMES.

    5.1. Baterias de transceptores portteis

    A bateria um acessrio fundamental nos rdios portteis. Ela um sistema

    eletroqumico que prov energia necessria para ligar dispositivos eltricos.

    Na PMES, existem dois tipos de baterias: as de nquel-metal hidreto (NiMH), mais

    antigas e que ainda so encontradas nos rdios analgicos; e as de ltion (Li-Ion),

    que atualmente so adquiridas juntamente com os rdios digitais. As baterias de

    ltion oferecem melhor custo-benefcio, pois possuem maior tempo de vida til.

  • 40

    Nas baterias de NiMH, existe o fenmeno do efeito memria (usualmente chamado

    de bateria viciada). Na verdade, as baterias de NiMH esto menos sujeitas ao efeito

    memria do que as baterias do tipo nquel-cdmio (a PMES no possui esse tipo de

    bateria). O efeito memria ocorre quando uma bateria carregada antes de ter a

    carga anterior totalmente gasta. Este efeito faz com que a bateria passe a considerar

    como carga total apenas a quantidade de carga que foi adicionada e

    consequentemente, passa a durar menos, exigindo recargas frequentes. Para evitar

    esse efeito preciso descarregar totalmente a bateria antes de recarreg-la.

    As baterias de ltion so mais avanadas e mais leves do que as de nquel, no

    desenvolvem o efeito memria e possuem maior tempo de vida. Na verdade, as

    baterias de lition possuem ciclo de recargas, ou seja, elas so fabricadas para serem

    recarregadas n vezes. Cada vez que o usurio a coloca para carregar, ele est

    gastando um destes ciclos. Como, em geral, elas possuem grande quantidade de

    ciclos, dificilmente eles se esgotam antes da validade da bateria. A quantidade de

    ciclos das baterias de Li-Ion maior do que as de NiMH.

    Quando a PMES especifica um transceptor porttil em um Termo de Referncias

    (projeto base para se iniciar uma licitao), as baterias so especificadas da

    seguinte forma:

    Bateria recarregvel microprocessada de Li-on com capacidade mnima de

    1900 mAh e autonomia mnima de 12 (doze) horas contnuas, para um ciclo

    operacional de 5-5-90 (5% do tempo em transmisso, 5% em recepo e 90%

    em stand-by) especificao retirada do Termo de Referncia para aquisio

    de transceptores elaborado pela equipe tcnica da SESP.

    Conforme se pode ver nas especificaes acima, as baterias atuais de Li-Ion so

    microprocessadas, tambm chamadas de baterias inteligentes. Pode-se ter acesso,

    por meio de software especfico, a todos os dados relativos a bateria (quando ela

    comeou a ser usada, quantas vezes ela j foi recarregada, como est a vida til

    dela, se ele necessita ser recarregada, etc.). Alm disso, cada fabricante possui

    sistemas especficos de segurana, de forma que, somente a bateria do fabricante

    pode ser utilizada no seu rdio. Da mesma forma, no h como recarregar uma

  • 41

    bateria no carregador de outro fabricante (a bateria troca dados com o carregador

    para ser recarregada).

    Conforme j dito, as baterias de Li-Ion possuem ciclos de recarga. Entretanto, no

    caso das baterias microprocessadas, caso o usurio a coloque no carregador sem

    que ela realmente necessite ser recarregada, a bateria avisar ao carregador, de

    forma que no ser queimado um ciclo sem necessidade.

    A capacidade da bateria dada em mAh (mili-ampres-hora). Quanto maior essa

    capacidade, maior a autonomia da bateria. Atualmente, tem-se baterias de 1800

    mAh, 1900 mAh, 2500 mAh, 3200 mAh, etc. Com uma bateria de 1900 mAh, tem-se

    uma autonomia de 12 horas no ciclo de trabalho 5-5-90, ou seja, 5% do tempo em

    transmisso, 5% em recepo e 90% em stand-by.

    5.1.1. Carregando e cuidando das baterias

    H basicamente trs tipos de carregadores disponveis no mercado (dependendo do

    fabricante): carregador individual de mesa; carregador mltiplo; e carregador

    veicular.

    Figura 20 - Carregador de mesa individual marca TAIT

  • 42

    Figura 21 - Carregador mltiplo marca TAIT

    a) Temperatura de carregamento:

    As baterias no devem ser expostas a temperaturas muito altas ou muito baixas por

    um perodo prolongado de tempo, pois isso encurta a vida til delas. Antes de se

    iniciar carga de uma bateria, deve-se verificar se a temperatura da mesma est

    prxima a temperatura do ambiente. Nas baterias de Li-Ion microprocessadas, a

    carga da bateria somente se inicia quando a bateria s se inicia quando ela estiver

    com temperatura entre 0C e 40C.

    Nos carregadores de marca TAIT (Figura 20), quando a temperatura da bateria est

    fora da faixa normal de carga, acende-se um LED laranja no carregador.

    b) Deixando a bateria carregando

    Pode-se deixar a bateria no carregador mesmo ela estando carregada, pois isso no

    causar dano algum. Da mesma forma, pode-se remover a bateria do carregador a

    qualquer tempo.

    c) Recebendo e fazendo chamada enquanto carrega

    Pode-se receber ou fazer uma chamada enquanto o rdio estiver no carregador. Se

    o usurio remov-lo para responder a uma chamada, a recarga no ser

    interrompida, pois uma carga segura recomear quando o rdio for novamente

    colocado no carregador.

  • 43

    d) Alerta de baixa bateria

    Quando a bateria est com carga baixa, os rdios portteis alertam o usurio de

    vrias formas: smbolo de bateria do visor aparece vazio; o LED de status do rdio

    pisca em vermelho; um som agudo soa.

    Cuidado: no permita que a bateria do rdio descarregue completamente toda vez

    que for usado, pois isso diminui a vida til da bateria.

    Quando aparecer no visor do rdio a mensagem bateria descarregada, o rdio

    deve ser imediatamente desligado.

    e) Armazenando as baterias

    Quando no forem utilizadas por mais de um ms, as baterias devem ser

    armazenadas corretamente para prolongar sua vida til. importante, para isso,

    seguir as seguintes recomendaes:

    Remova sempre a bateria do rdio antes de guarda-la;

    Carregue completamente a bateria se for guarda-la por menos de um ms;

    Carregue a bateria aproximadamente 30% se for armazen-la por mais de um

    ms (nunca a guarde sem carga);

    Armazene sempre em local seco e fresco.

    f) Carregando a bateria pela primeira vez

    A maneira como a bateria deve ser carregada pela primeira vez depende de sua

    qumica, ou seja, se ela de Li-Ion ou de NiMH.

    Uma bateria de NiMH precisa de uma primeira carga de 14 horas. J uma bateria de

    Li-Ion, necessria uma carga inicial de 2,5 horas.

  • 44

    5.2. Utilizao dos rdios digitais em modo analgico ou em modo digital

    P25

    Os rdios P25 (digitais) da PMES possuem a capacidade de se comunicar em modo

    analgico ou digital. Esses rdios possuem duas zonas de canais:

    Zona Analgica somente canais analgicos;

    Zona Digital somente canais digitais.

    importante observar que, nos rdios P25 da PMES, o policial deve se preocupar

    com a zona e com o canal no qual ir operar.

    Destaca-se ainda que um rdio na zona digital no se comunica com um rdio na

    zona analgica, sendo o contrrio tambm verdade.

    5.2.1. Transceptor TAIT TP9160 ou TM9155

    Para mudar a zona de operao do rdio porttil TAIT TP9160 (digital ou analgico),

    deve-se seguir os seguintes passos:

    Figura 22 - Como mudar o modo de operao do rdio TAIT TP9160

  • 45

    Aps selecionar a Zona em que o rdio ir operar (digital ou analgica), o

    usurio deve escolher o canal do Batalho onde ele ir trabalhar.

    Outra forma de se colocar o rdio na Zona Digital ou Analgica utilizando-se

    o Menu Principal do rdio.

    Vale ressaltar que essa opo igual tanto para os rdios portteis quanto

    para os rdios mveis e fixos.

    Tanto no rdio porttil TAIT TP9160, como no rdio mvel ou fixo TM9155, a

    alterao do modo analgico para digital pode tambm ser feito por meio do menu

    do rdio, da seguinte forma:

    Figura 23 - Alterando o modo de operao dos rdios TAIT por meio do menu principal

  • 46

    5.2.2. Transceptor porttil ICOM IC-F70

    No radio ICOM IC-F70, a alterao do modo de operao feita da seguinte forma:

    Figura 24 - Alterando o modo de operao dos rdios ICOM IC-F70

    5.2.1. Transceptor mvel Motorola XTL 2200

    Figura 25 - Passo 1 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200

  • 47

    Figura 26 - Passo 2 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200

    Figura 27 - Passo 3 para alterar a forma de operao no rdio Motorola XTL 2200

  • 48

    5.3. Antenas

    Uma antena basicamente um transdutor que converte uma corrente eltrica

    alternada em uma onda eletromagntica. Os campos eltrico e magntico radiados

    por uma antena formam o campo eletromagntico que responsvel pela

    transmisso e recepo da energia eletromagntica atravs do espao. Uma antena,

    no entanto, tambm parte do circuito eltrico de um transmissor (ou de um

    receptor) e pode ser modelada como um circuito contendo resistncia, capacitncia

    e indutncia. Portanto, cargas e correntes na antena produzem campos eltrico e

    magntico, que formam o campo de induo.

    No processo de transmisso de uma comunicao por meio de RF, o transmissor

    funciona como fonte de tenso para uma linha de transmisso (cabo coaxial ou guia

    de onda), que transporta o sinal at a antena transmissora. A antena transmissora

    irradia uma onda eletromagntica, que se propaga no espao. No processo de

    recepo, a antena receptora absorve a energia da onda eletromagntica que

    chega at ela, e funciona como uma fonte de tenso para uma linha de transmisso

    (cabo coaxial ou guia de ondas), que transporta o sinal at o receptor que termina a

    linha. H ento a transferncia de energia do transmissor para o receptor usando

    como meio de transmisso ondas eletromagnticas se propagando no espao.

    5.3.1. Tipos de antenas

    Cada antena determinada para operar em uma determinada faixa de frequncia

    com suas caractersticas principais (outro motivo pelo qual no se pode trocar uma

    antena de forma aleatria).

    O fabricante da antena deve informar a faixa de operao da antena e as

    caractersticas garantidas dentro desse intervalo de frequncias.

    Para cada aplicao, h um tipo de antena mais adequado. So apresentados a

    seguir as antenas utilizadas nos transceptores mveis, fixos e portteis da PMES:

    a) Antenas de viaturas = Antena monoplo vertical mvel

    A antena monoplo vertical utilizada nos transceptores mveis da PMES. Isso

    porque uma caracterstica importante destas antenas que elas possuem radiao

  • 49

    horizontal omnidirecional, ou seja, irradiam com mesma intensidade em todas as

    direes horizontais.

    Figura 28 - Antena monoplo vertical mvel

    A antena monoplo vertical mvel utilizada na PMES de 5/8 de onda, ou seja, o

    comprimento da antena deve ter 5/8 do comprimento da onda VHF a ser transmitida

    ou recebida. Dessa forma, pode-se dizer que o tamanho da antena depende da

    frequncia de operao do rdio.

    Outra caracterstica importante das antenas monoplo vertical mvel em relao a

    necessidade de um plano-terra. Na verdade, toda antena formada por um dipolo.

    No caso da antena monoplo, como ela possui somente um plo, o outro plo

    formado pelo chamado plano-terra. A explicao fsica para isso relativamente

    complexa, e foge ao escopo deste material.

    O importante, entretanto, que o usurio saiba que, no caso da instalao de

    antenas em veculos, o plano-terra formado pela placa condutora existente no teto

    do veculo. justamente por esse motivo que, para melhor aproveitamento das

  • 50

    caractersticas da antena monoplo vertical mvel, elas devem ser instaladas no

    centro do teto do carro.

    Outra recomendao do fabricante que, por questes de segurana relativas a

    exposio de pessoas a RF, as antenas devem ser montadas em locais que

    impeam que uma pessoa possa estar a menos de 0,90 m da antena quando ela

    estiver funcionando.

    No caso das viaturas policiais, h ainda de se considerar a possibilidade de

    interferncia que onda eletromagntica irradiada pela antena pode causar no circuito

    do giroflex da viatura. Dessa forma, importante manter a antena a certa distncia

    deste equipamento (nunca instalar a antena em cima do giroflex).

    Observa-se ainda, na Figura 28, que a base da antena formada por uma mola

    bobinada. Recomenda-se que o policial miliar, no incio do servio em uma viatura,

    verifique se o cabo que passa por dentro desta mola encontra-se intacto. Isso

    porque os rdios nunca podem operar sem antena. Nos rdios mveis mais novos,

    h uma proteo contra isso, de forma que, caso o usurio tente transmitir no rdio

    sem antena, ele no funcionar, sendo possvel verificar no visor do rdio uma

    mensagem indicando tal fato.

    b) Antenas helicoidais emborrachadas (rdios portteis)

    Em rdios portteis so utilizadas as antenas helicoidais emborrachadas.

    Figura 29 - Antena helicoidal emborrachada

  • 51

    importante ressaltar, para essas antenas, que elas so dimensionadas pelos

    fabricantes para determinado rdio. Assim, os usurios nunca devem trocar a antena

    de um transceptor por uma de outra marca.

    Da mesma forma, nuca se deve utilizar o rdio sem a sua antena.

    Em sntese, em relao ao cuidado com as antenas, devem ser observadas as

    seguintes consideraes:

    Antes de assumir servio nas viaturas, observar se a antena est bem fixada

    e se o cabo dentro da mola da base da antena est intacto;

    Nunca pegar os HT's pela antena;

    no morder as antenas de borracha;

    no descascar as antenas de borracha;

    no utilizar os rdios com antenas que no sejam a original;

    no caso das viaturas, antes de entrar em locais cobertos, lembrar que no teto

    do veculo existe uma antena;

    evitar ficar retirando e recolocando as antenas das viaturas e dos HTs;

    caso seja observado qualquer dano nas antenas dos rdios, procurar a

    Diviso de Radiocomunicao da DTIC.

  • 52

    6. UTILIZAO DO SISTEMA DE RADIOCOMUNICAO

    6.1. Meios auxiliares na transmisso da mensagem

    Dentre os meios considerados auxiliares da transmisso da mensagem, destacam-

    se: o alfabeto fontico internacional; os algarismos fonticos; e o Cdigo Q.

    6.1.1. Alfabeto fontico internacional

    O Alfabeto Fontico, como meio auxiliar da transmisso, tem aplicao quando h

    necessidade de soletrar palavras ou outro conjunto de letras, na dificuldade de sua

    compreenso, como ocorre no caso de mensagens transmitidas em meio a

    pssimas condies de comunicao ou, mesmo na transmisso de palavras

    incomuns ou estrangeiras ou de grafia diferente da normal, etc.

    O Alfabeto Fontico Internacional foi originalmente desenvolvido pelos fonticos

    britnicos e franceses sob os auspcios da Associao Fontica Internacional,

    estabelecida em Paris, em 1886. O alfabeto pretende ser uma notao padro para

    a representao fontica de todas as linguagens. Sofreu revises durante a histria,

    incluindo algumas grandes, como a da conveno de Kiel (1989). A mais recente foi

    em 1993, com pequena alterao em 1996. A maioria das letras do alfabeto

    originria do alfabeto romano ou derivada dele. Algumas so do alfabeto grego e

    outras no parecem pertencer a nenhum alfabeto.

    O seu uso, como padro, evita a criao e a citao indiscriminada de palavras

    diversas pelos operadores para indicar uma mesma letra. Mas o seu principal papel

    est no auxlio da correta compreenso da mensagem, de modo a que no fique

    nenhuma dvida quanto ao seu contedo e a grafia das palavras que a compem.

    Este o Alfabeto Fontico Internacional, padro para eliminar dvidas a cerca do

    contedo da mensagem, pelo soletramento das palavras:

    Tabela 1 - Alfabeto fontico internacional

    Letra Palavra Letra Palavra

    A Alpha P Papa

    B Bravo Q Quebec

    C Charlie R Romeo

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Franahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Associao_Fontica_Internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/1886http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1989http://pt.wikipedia.org/wiki/1993http://pt.wikipedia.org/wiki/1996http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabeto_grego
  • 53

    D Delta S Sierra

    E Echo T Tango

    F Fox-trot U Uniform

    G Golf V Victor

    H Hotel W Whiskey

    I ndia X x-ray

    J Juliete Y Yankee

    K Kilo Z Zulu

    L Lima

    M Mike

    N november

    O Oscar

    H de se ressaltar que somente a parte da mensagem cujas palavras poderiam

    trazer dificuldades na recepo deve ser transmitida usando-se o alfabeto fontico.

    Por outro lado, a despeito de todo esse cuidado, pode-se verificar pelo nmero de

    palavras resultantes, que o tempo para transmitir certas mensagens com a utilizao

    do alfabeto fontico pode resultar num tempo maior do que aquele gasto para

    transmiti-la de maneira direta na sua forma original. Por isso mesmo, deve-se evitar

    utiliz-lo indiscriminadamente, pois tal fato s serviria para congestionar a rede de

    comunicao, por sua ocupao com tempo excessivo e desnecessrio.

    importante frisar que, para o xito da transmisso, necessrio que tanto quem

    transmite, como quem recebe, tenha pleno conhecimento desse alfabeto. errado

    usar o alfabeto fontico para soletrar siglas, abreviaturas ou palavras que sejam

    plenamente conhecidas, como nas transmisses de abreviaturas de postos ou

    graduaes dos militares, cargos ou funes ou, ainda, palavras em que no haja

    possibilidade de que sejam confundidas por sua pronncia ou correta grafia. A nica

    exceo com relao a transmisso de placa de veculo, que deve ser sempre

    soletrada utilizando-se o alfabeto fontico, mesmo que as letras, por sua sonoridade,

    faam supor que no haver qualquer dificuldade de compreenso para quem ir

    receber a mensagem.

  • 54

    6.1.2. Algarismos fonticos

    Em relao aos algarismos, que combinados formam os nmeros, dever ser

    empregada a fontica bsica abaixo apresentada:

    Tabela 2 - Algarismos fonticos

    Algarismos Fontica

    1 Uno

    2 Dois

    3 Trs

    4 Quatro

    5 Cinco

    6 Meia

    7 Sete

    8 Oito

    9 Nove

    0 Zero

    Os algarismos devero ser enunciados conforme assinalado na coluna fontica.

    Os nmeros sero sempre pronunciados algarismo por algarismo e formados pelos

    conjuntos desses. Dessa forma, o nmero 10 (dez) dever ser enunciado uno,

    zero; o 43, como quatro, trs; o 16, como uno, meia, etc.

    Os sinais grficos, apesar de no usuais, tais como ponto ou vrgula, devero ser

    enunciados de acordo com seus prprios nomes, como por exemplo no nmero:

    201.436 = dois zero uno PONTO quatro trs meia; ou, ainda, o nmero 6,54 =

    meia VRGULA cinco quatro.

    Quando houver sequncia de algarismos idnticos em um mesmo nmero, devero

    ser pronunciados com as palavras duplo ou triplo, conforme haja repetio de

    dois ou de trs algarismos em sequncia. Se o nmero de algarismos repetidos em

    sequncia for superior a trs, dever ser empregada a combinao dessas palavras

    entre si (duplo-triplo, triplo-triplo); ou, do nome do prprio algarismo seguido da

    palavra TRIPLO.

    Abaixo alguns exemplos de aplicao:

  • 55

    a) sequncia de dois e de trs algarismos iguais (emprego das palavras duplo e

    triplo):

    Tabela 3 - Algarismos fonticos: seuncia de dois e trs algarismos iguais

    Nmeros Fontica

    100 Uno Duplo Zero

    2001 Dois Duplo Zero Uno

    166 Uno Duplo Meia

    33348 Triplo Trs Quatro Oito

    22777 Duplo Dois Triplo Sete

    b) sequncia de quatro ou mais algarismos iguais:

    Para quatro algarismos iguais sucessivos, dever ser enunciado o nome do prprio

    algarismo, seguido da palavra triplo, mais o nome desse mesmo algarismo.

    Para cinco algarismos, dever ser usada a combinao das palavras duplo e

    triplo.

    Tabela 4 - Algarismos fonticos: sequncia de quatro ou mais algarismos iguais

    Nmeros Fontica

    2222 Dois Triplo Dois

    5555 Cinco Triplo Cinco

    66666 Duplo Meia Triplo Meia

    Para os demais casos de repetio de algarismos em sequncia, dever ser

    obedecido o mesmo raciocnio. Na transmisso de mensagem contendo nmeros e

  • 56

    algarismos dever haver repetio por quem recebe a confirmao. A padronizao

    referente aos algarismos e nmeros aplica-se tambm na pronunciao de prefixos.

    Dever ser evitado o emprego de palavras em desacordo com o anteriormente

    indicado, principalmente expresses como "tudo", "trinca", "duque" e outras fora

    destas orientaes e no expressamente autorizadas. A esse respeito, tem-se

    observado a tendncia dos operadores de criar uma fontica diversificada da

    apresentada no quadro anterior, empregando a designao ordinal de cada

    algarismo para indic-los como primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto,

    sexto, stimo, oitavo, nono; para os algarismos de 1 a 9; e, a palavra

    negativo, para o algarismo zero. Essa prtica pouco recomendada, pelo simples

    fato de criar um paralelismo com a fontica-padro que mostra-se, sobremaneira,

    mais adequada face ao princpio da conciso da mensagem, na medida em que a

    pronncia dos algarismos pelo seu ordinal gasta tempo maior do que o utilizado com

    o padro apresentado. Alm do mais, o uso da palavra negativo para designar o

    algarismo zero, por si s, j contribui para o estabelecimento da confuso de

    significados, visto ser ela convencionada de modo diferente nas palavras e

    expresses convencionais, querendo dizer no, no est correto, no est

    autorizado.

    A prtica descrita, embora tolerada, deve ser evitada, em face de seus aspectos

    nocivos, quando empregada paralelamente com o padro recomendado, podendo-

    se aceitar, no entanto, sua utilizao em casos especialssimos, quando aps a

    transmisso da mensagem pelo padro recomendado, algum trecho seu, por

    qualquer motivo, permanecer obscuro ou mal compreendido, necessitando assim, de

    sua retransmisso. Ressalte-se que esse uso dever ser espordico.

    6.1.3. O cdigo Q

    outro meio convencional, auxiliar na transmisso da mensagem, empregado para

    economicidade de seu texto, bem como para imprimir maior celeridade s

    comunicaes de rdio, o denominado Cdigo Q. O cdigo Q uma coleo

    padronizada de trs letras, todas comeando com a letra "Q". As trs letras do

    cdigo Q eram usadas para se fazer uma questo de forma abreviada e ento

    respond-la da mesma forma. Por exemplo, QSL? significa: Voc recebeu a minha

    mensagem? QSL era a resposta confirmando Sim, recebi a sua mensagem. O

  • 57

    cdigo Q original foi criado aproximadamente em 1909, pelo governo britnico como

    uma "lista de abreviaes preparado para o uso dos navios britnicos e estaes

    costeiras licenciadas pela Agncia Postal Geral". O cdigo Q facilitou comunicao

    entre operadores de rdios martimos que falam lnguas diferentes, e por isso foi

    adotado internacionalmente. Um total de quarenta e cinco cdigos Q aparece na

    "lista de abreviaes para ser usadas na rAdiocomunicao", que foi includo no

    servio de regulao afixado terceira conveno internacional de radiotelegrafia

    (essa conveno, que aconteceu em Londres, foi assinada em 5 de julho de 1912, e

    tornou-se efetiva em 1 de julho de 1913).

    Apesar de criados quando o rdio usava apenas o cdigo morse, eles continuaram a

    ser empregado depois da introduo transmisses por voz. Os cdigos Q

    compreendidos entre QAA-QNZ so reservados para uso aeronutico; QOA-QOZ

    para uso martimo; QRA-QUZ para todos os servios.

    A relao apresentada a seguir mostra alguns cdigos Q:

    Tabela 5 - Tabela de cdigo Q

    Tabela do Cdigo Q Significado na PMES

    QAP Permanecer na freqncia (escuta) Na escuta

    QRA Nome do operador / nome da estao

    QRB Qual a sua distncia?

    QRD Qual a sua localizao?

    QRG Freqncia ou faixa de operao

    QRH Variao de freqncia na estao

    QRK Inteligibilidade dos sinais ( 1 a 5 ) Clareza da transmisso

    QRL Estou ocupado no interfira

    QRM Interferncia de outra estao

    QRN Interferncia esttica ou atmosfrica

    QRO Aumentar a potncia da estao

    QRP Diminuir potncia da estao

    QRQ Manipular mais rapidamente

    QRR S.O.S. terrestre

    QRS Manipular mais lentamente, devagar

    QRT Parar de transmitir

    QRU Voc tem algo para mim?

    QRV Estarei a sua disposio

    QRW A estao "X" me chama em "X" khz/s (canal)

    QRX Aguarde um pouco na frequncia (sua vez de transmitir)

    QRY Quando ser minha vez de transmitir ?

  • 58

    QRZ Quem est chamando ?

    QSA Intensidade de sinais ( 1 a 5 )

    QSD Sua transmisso defeituosa

    QSJ Taxa, Dinheiro

    QSL Confirmado - tudo entendido

    QSM Repita o ltimo cmbio (cmbio)

    QSN Voc me escutou ?

    QSO Comunicado direto ou indireto Fazer contato

    QSP Retransmisso de mensagem de outra Estao

    QST Comunicado de interesse geral

    QSU Transmita ou responda em "X" Khz/s (canal)

    QSV Transmita uma srie de "V"

    QSW Transmitirei nesta ou em outra freqncia

    QSX Escutarei sua chamada em "X" Khz/s (canal)

    QSY Vou transmitir em outra freqncia ou canal

    QSZ Devo transmitir cada palavra ou grupo?

    QTA Anule a mensagem anterior ltima forma

    QTB Concordo com a sua contagem de palavras

    QTC Mensagem, notcia

    QTH Local da estao - endereo do operador

    QTI Qual o seu destino ? Telefone

    QTJ Qual a sua velocidade ?

    QTO Comunicar por meio de cdigo internacional de sinal Banheiro

    QTR Horas

    QTS Queira transmitir seu indicativo

    QTU Horrio de funcionamento da estao

    QTX Sairei por tempo indeterminado

    QTY A caminho do local do acidente

    QUD Recebi seu sinal de urgncia

    QUF Recebi seu sinal de perigo

    Observa-se na Tabela 5 - Tabela de cdigo Qque alguns cdigos Q so utilizados

    na PMES de forma diferente do padro internacional. Esse regionalismo verificado

    em todas as Polcias Militares do Brasil, e deve ser conhecido pelo policial.

  • 59

    7. REFERNCIAS

    1 HARRIS CORPORATION. RF Communications Division. Radio Communications in

    the Digital Age. Volume one: HF Tecnology, Edition 2. USA 2005.

    2 HARRIS CORPORATION. RF Communications Division. Radio Communications in

    the Digital Age. Volume two: VHF/UHF Tecnology, Edition 2. USA 2005.

    3 CARVALHO, Rogrio Muniz. Comunicaes Analgicas e Digitais. Ed. LTC: So

    Paulo, 2009.

    4 GOMES, Alcides Tadeu. Telecomunicaes: Transmisso e Recepo. Ed. rica:

    So Paulo, 2001.

    5 ROSA, Mauro. Apostila de Telecomunicaes do CFSD do CBMES. Vitria, 2009.

    6 ALMEIDA, Felipe Fragoso de; OLIVEIRA, Leandro da Cruz. Transmisso de dados

    sobre sistemas de comunicaes crticas APCO25. Braslia, 2003.

    7 AMARAL, Cristiano Torres do. Rede de rdio digital da segurana pblica: estudo

    de caso para a Copa do Mundo de futebol e Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2010.

    8 DANIELS Inc. P25 Training Guide Electronics, 2004, 74p.

    9 ETSI Nr.300.392-2 TETRA Air Interface. Paris: ETSI, 2005, 898p.

    10 PROJETO 25. Statement of requirements. Washington/DC: APCO, 2006, 52p.

    11 TAIT Communications. Whats APCO Project 25? 2004.

    12 TIA-102.CAAB-B. Project 25 Recommendations C4FM/CQPSK Modulation.

    Washington/DC, 1996.

    13 TIA-102.AAA. Project 25 DES Encryption Protocol. Washington/DC, 1997.

    14 TIA-102.CAAB-C. Project 25 Trunking Control Channel Menssages

    Recommendations C4FM/CQPSK Modulation. Washington/DC, 1996.

    15 TIA-102.BAA. Project 25 Recommendations Common Air Interface.

    Washington/DC, 1996.

    16 MOTOROLA SOLUTION. Apresentao sistemas APCO25. So Paulo, 2010.

  • 60

    17 SILVA, Rafael Bonicen da. Apostila de Telecomunicaes do CFSD da PMES.

    Vitria, 2012.

    18 TAIT Communications. Guia do Usurio TP9160. 2010.

    19 TAIT Communications. Guia do Usurio TM9155. 2010.

    20 MICOM Team. Treinamento Tcnico e Operacional do IC-F70 e IC-F80. 2009.

    21 CARVALHO, Rogrio Muniz. Propagao em enlaces rdio ponto-a-ponto. 2006.

  • 61

    PARTE 2 - O CIODES E SUAS

    TECNOLOGIAS

  • 62

    8. IMPORTANTE

    Esta parte um resumo do trabalho denominado MPSAE Metodologia

    Padronizada de Socorro e Atendimento Emergencial Conceito C4i, elaborada no

    ano de 2012, pela seguinte equipe (os postos e cargos so relativos poca em que

    o material foi elaborado):

    Tenente Coronel PM Nylton Rodrigues Ribeiro Filho Diretor do CIODES Major PM Mauro Arcelino Gegenheimer Coordenador institucional da PMES no CIODES Investigador PC Jorge Fernandes Bortoloti Coordenador institucional da PCES no CIODES Major BM Carlos Wagner Borges Coordenador institucional do CBMES no CIODES Inspetora GCMV Gisele Eustquio Ferreira Coordenadora institucional da GCMV no CIODES Tenente Coronel BM Rogrio Bubach Gerente de Contra-inteligncia da SESP Major PM Srgio Pereira Ferreira Gerente de Tecnologia da Informao da SESP Major PM Leonardo Vieira Celante Gerente de Inteligncia da SESP Capito PM Leonardo Nunes Barreto Chefe da Central de Atendimento do CIODES 1 Tenente Elber Camargo Volkeres Oficial Coordenador de Operaes Policiais Sargento PM Flavio Joo Daniel Assessor Administrativo da Direo do CIODES

    Todos os textos aqui apresentados foram retirados na ntegra do referido material.

  • 63

    9. INTRODUO

    Nos dias de uma era em que a informao corre mais rpido que o prprio tempo, a

    sociedade evolui e se moderniza em uma velocidade nunca antes concebida. Novas

    teias de articulaes se formam entre os indivduos, e com elas aumenta

    progressivamente a complexidade dos conflitos sociais. Em face deste novo cenrio

    que se desponta a cada dia, torna-se imperiosa a presena de um Estado

    organizado e eficiente, por meio de suas agncias de regulao social, pronto para

    prestar o socorro necessrio ao cidado em situao de crise e desamparo.

    Em meio a este contexto de incessantes turbulncias, que clama por uma presena

    constante e atenta do Poder Pblico, surge em 2004 o Centro Integrado Operacional

    de Defesa Social (CIODES), rgo de atendimento emergencial sociedade

    capixaba, que integra em uma mesma estrutura fsica o trabalho de atendimento

    conjunto da Polcia Militar, Polcia Civil, Polcia Rodoviria Federal, Corpo de

    Bombeiros, Guarda Municipal de Vitria e Secretaria de Justia, primando por um

    socorro cada vez mais rpido e eficaz, pautado pelos princpios da eficincia e da

    celeridade no atendimento sociedade.

    Quando um cidado necessitado clama pelo socorro do Estado, as ligaes de

    emergncia realizadas via 190 so recebidas por uma Central de Atendimento de

    Emergncias (CAE) especializada, que funciona diuturnamente com atendentes

    providos de treinamento contnuo, de forma que 92% das ligaes so atendidas at

    o segundo toque. Quando um chamado registrado, este convertido em uma

    ocorrncia, a qual, conforme o nvel de prioridade, classificada como alerta

    vermelho, alta, mdia ou baixa, proporcionando uma filtragem mais precisa da

    gravidade de cada situao. Esta separao de ocorrncias por prioridade permite

    agilizar o atendimento dos casos mais emergenciais, buscando reduzir ao mximo o

    tempo de angstia sofrido pelo cidado.

    Quando constatada uma situao crtica em andamento, cujo estado de flagrncia

    denote sua incidncia imediata naquele exato instante, independente seu tipo ou

    gravidade, disparado pelo atendente da Central de Atendimento de Emergncias -

    190 um Alerta Vermelho, ou seja, um alerta de aviso urgente informando o local

    onde o fato est ocorrendo. Tal procedimento tem forte poder de resposta,

  • 64

    impedindo que o crime em andamento evolua ao ponto de seu potencial lesivo tomar

    propores irreversveis sociedade. Enquanto a viatura se desloca para as

    proximidades do local, o atendente da CAE continua com o solicitante na linha,

    coletando outras informaes relevantes para o xito do atendimento, tais como as

    caractersticas dos acusados, se estavam portando armas de fogo e qual direo

    seguiram.

    Este alerta recebido imediatamente pelo Despachador de Recursos Operacionais

    (DRO) da respectiva agncia de segurana pblica, o qual, por meio do sistema

    Automtico de Localizao Veicular (AVL), visualiza por GPS o rastreamento e o

    posicionamento de cada viatura, possibilitando enviar o recurso operacional mais

    prximo do local do fato e reduzindo consideravelmente o tempo de resposta no

    atendimento ao cidado.

    Quando uma ocorrncia de gravidade atendida, esta georreferenciada no

    Sistema Integrado de Atendimento de Emergncias (SIMAE), possibilitando, em

    tempo real, acompanhar a concentrao e tipologia dos crimes em andamento na

    regio metropolitana, cujas informaes alimentaro um valioso banco de dados

    utilizado para o desenvolvimento das estratgias de segurana pblica.

    Ter a capacidade de acompanhamento dos eventos crticos em tempo real passa a

    ser fundamental para uma gesto adequada dos recursos de segurana. Mas

    necessrio evoluir e dar um passo adiante. Mais do que isso, necessrio estar um

    passo adiante. E por este motivo, em face da complexidade que se desponta a

    cada dia, que surge a importncia da atividade de Inteligncia integrada ao servio

    emergencial, como um fator diferencial para a produo de um conhecimento

    privilegiado, possibilitando s agncias de segurana se posicionar frente aos

    vetores de movimentao, assumindo uma postura antecipativa e preventiva em

    substituio aos modelos tradicionais de atuao reativa.

    Esta integrao de recursos humanos e tecnologias, associada a um programa de

    treinamento profissional contnuo e a uma metodologia pr-definida de atendimento,

    possibilita uma maior agilidade no enfrentamento das emergncias, culminado em

    uma resposta cada vez mais rpida e precisa prestada sociedade.

  • 65

    Enquanto pautado por esse novo modelo de gesto integrada, o objetivo maior do

    CIODES sempre ser socorrer com rapidez o cidado e prevenir a evoluo de novos

    crimes, que no chegam sequer a serem vistos, pois se calam e se recolhem silenciosos

    diante da atuao presente do Estado.

  • 66

    10. ORGANOGRAMA DO CIODES

    Conforme anteriormente visto, o CIODES encontra-se subordinado Secretaria de

    Estado da Segurana Pblica. Com a funo precpua de integrar e coordenar a

    atuao conjunta das agncias de segurana pblica responsveis por prestar o

    socorro emergencial ao cidado, o Centro Integrado Operacional de Defesa Social,

    seguindo os ditames preconizados pela Carta Magna brasileira, congregou

    fisicamente a coordenao institucional das centrais de emergncia da Polcia Militar

    (PM), Polcia Civil (PC) e Corpo de Bombeiros Militar (CBOM).

    Com o decorrer do tempo, novas agncias de segurana pblica se incorporaram

    estrutura do CIODES, tais como a Guarda Civil Municipal de Vitria (GCMV), a

    Secretaria de Justia (SEJUS) e, recentemente, a Coordenao de Inteligncia.

    Prev-se ainda, em um futuro provvel, a incorporao das centrais de operao da

    Polcia Rodoviria Federal (PRF) e do Servio de Atendimento Mdico de Urgncia

    (SAMU), interligados fisicamente j existente Central de Atendimento de

    Emergncias - 190 do CIODES.

    Desta forma, pode-se resumir a estrutura do CIODES atravs do seguinte

    organograma:

    Figura 30 - Organograma do CIODES

  • 67

    Todas estas agncias reunidas, trabalhando diuturnamente em um mesmo ambiente

    fsico, fornecem inquestionavelmente um poder de resposta muito mais eficiente ao

    cidado capixaba.

    Ressalte-se que, embora operando de forma integrada em um ambiente conjunto, as

    coordenaes institucionais das agncias de segurana mantero sua respectiva

    autonomia. As coordenaes devero primar por uma atuao de forma integrada,

    harmnica e complementar, porm independentes e vinculadas operacionalmente s

    suas instituies de origem.

  • 68

    11. RECURSOS TECNOLGICOS

    Diante uma necessidade concreta de administrar os recursos operacionais das

    diversas agncias de segurana pblica, em se tratando de atendimentos

    emergenciais, os recursos de suporte tecnolgico um fator indispensvel a ser

    observado para se obter uma maior preciso e rapidez na capacidade de resposta

    s emergncias.

    Por este motivo, ao longo do histrico de atividades do CIODES, foram incorporadas

    diversas ferramentas tecnolgicas dedicadas a um gerenciamento mais eficiente do

    amplo conjunto de informaes que envolve as atividades das instituies. Tais

    recursos encontram-se detalhados a seguir.

    11.1. E-COPS

    O E-COPS um software de propriedade da Secretaria de Segurana desenvolvido

    com a finalidade de gerenciar o atendimento dos chamados emergenci