apostila empreendedorismo

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Notas de aula da disciplina EMPREENDEDORISMO GE53B Profª Gilda Maria Souza Friedlaender, Drª Segundo semestre / 2014

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Notas de aula da disciplinaEMPREENDEDORISMOGE53BProfª Gilda Maria Souza Friedlaender, Dr

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  • Notas de aula da disciplina

    EMPREENDEDORISMO

    GE53B

    Prof Gilda Maria Souza Friedlaender, Dr

    Segundo semestre / 2014

  • O objetivo desta Notas de Aula complementar a

    bibliografia sugerida na ementa da disciplina, contribuindo para o

    aluno perceber os diferentes conceitos, vises de autores das

    mais diferentes profisses, atravs de dissertaes, teses,

    artigos, materiais didticos de vrios cursos e instituies.

  • Ministrio da Educao

    UNIVERSIDADE TECNOLGICA

    FEDERAL DO PARAN

    Campus Curitiba

    PLANO DE ENSINO

    CURSO Radiologia MATRIZ

    FUNDAMENTAO LEGAL

    Reconhecido pelo COEPP que aprovou a matriz curricular e, se houver, resolues posteriores relativas disciplina/unidade curricular) - SA

    DISCIPLINA/UNIDADE CURRICULAR

    CDIGO PERODO

    CARGA HORRIA (aulas)

    EMPREENDEDORISMO GE 53B T81 AT AP APS AD APCC Total

    30 5 35

    AT: Atividades Tericas, AP: Atividades Prticas, APS: Atividades Prticas Supervisionadas, AD: Atividades a Distncia, APCC: Atividades Prticas como Componente Curricular.

    PR-REQUISITO NA

    EQUIVALNCIA (cdigo da(s) disciplina(s)) - SA

    OBJETIVOS Propiciar ao aluno tcnicas administrativas que o habilitem como empreendedor no mercado de trabalho.

    EMENTA Histrico, conceitos e caractersticas do empreendedor. Empreendedor na Organizao intraempreendedor. Inovao e criatividade. Plano de Negcio. Conceitos de custos, marketing, mercado. Proposta de projeto empreendedor (desenvolvimento do Plano de negcio).

    CONTEDO PROGRAMTICO

    ITEM EMENTA CONTEDO

    1 Diferentes definies sobre Empreendedorismo.

    Histrico e conceitos de empreendedor Caracterstica do empreendedor

    2 A Importncia do empreendedor na organizao. Intraempreendedorismo

    A empresa e o macroambiente / Globalizao, tecnologia, inovao, trabalho e Educao. Panorama sobre Empreendedorismo na atualidade

    3 Motivao e criatividade. Conceitos de Motivao e criatividade Papel da Comunicao para as organizaes

    4 Criatividade aplicada a Inovao Conceitos e aplicaes

    5 Plano de Negcio

    Conceito Planejamento Custos Marketing / Pesquisa de Mercado Desenvolvimento de projeto conforme PN

    PROFESSORA TURMA

    Gilda Maria Souza Friedlaender, Dr T81

  • ANO/SEMESTRE CARGA HORRIA (aulas)

    2014/2 AT AP APS AD APCC Total

    34 5 39

    AT: Atividades Tericas, AP: Atividades Prticas, APS: Atividades Prticas Supervisionadas, AD: Atividades a Distncia, APCC: Atividades Prticas como Componente Curricular.

    REFERNCIAS

    BARON, R. A.; SHANE, S.A., Empreendedorismo - Uma viso do processo.

    So Paulo, Thomson Learning, 2007

    CHIAVENATO, I. Administrao de empresas: uma abordagem

    contingencial. 3 ed, So Paulo, Editora Makron Books, 1994.

    CHIAVENATO, I. Empreendedorismo - Dando asas ao esprito

    empreendedor. So Paulo, Editora Saraiva, 2004

    DEGEN, Ronald Jean; MELLO, lvaro Augusto. O Empreendedor:

    fundamentos da iniciativa empresarial. So Paulo. McGraw-Hill, 1989

    DOLABELA, F. C., Oficina do empreendedor. Cultura Editores Associados,

    So Paulo, 1999

    DORNELLAS, J.C.A. Empreendedorismo: transformando idias em

    negcios. Rio de Janeiro: Campus, 2001

    DRUCKER, P. F. Inovao e esprito empreendedor (entrepreneurship):

    Prticas e princpios. So Paulo: Pioneira, 1991

    FROES, C. Empreendedorismo e estratgia. Rio de Janeiro: Quality-mark,

    2002.

    HASHIMOTO, M. Esprito Empreendedor nas organizaes. So Paulo,

    Editora Saraiva, 2006.

    LEONE, G.S.G. Custos: planejamento, implantao e controle. 2.ed. So

    Paulo: Atlas, 1989.

  • MARCONDES, R.C.; BERNARDES, Criando Empresas para o Sucesso -

    Empreendedorismo na Prtica. 3 ed., So Paulo, Editora Saraiva, 2004.

    MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. 2.ed. So Paulo: Atlas, 1994. v.1.

    MAXIMIANO, Antonio Cezar Amaru. Administrao para empreendedores:

    fundamentos da criao e da gesto de novos negcios. So Paulo:

    Pearson-Prentice Hall, 2006.

    HARVARD BUSINESS REVIEW. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

    PINCHOTT III, G. Intrapreneuring: por que voc no precisa deixar a

    empresa para tornar-se um empreendedor. So Paulo: Harbra, 1985.

    RABELATTO, D. Projeto de Investimento. So Paulo: Manole, 2004.

    SILVA, Christian Luiz da. Microeconomia aplicada: entendendo e

    desenvolvendo os pequenos grandes negcios. Curitiba: Juru, 2007.

    SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro:

    Fundo de Cultura, 1961.

    WATSON, L. (Org.). Trajetrias de grandes lderes: carreira e vida de

    pessoas que fizeram diferena. So Paulo: Negcio Editora, 2002.

  • "De tudo ficaram trs coisas: a certeza de que

    estamos comeando, a certeza de que preciso

    continuar e a certeza de que podemos ser

    interrompidos antes de terminar. Fazer da interrupo

    um caminho novo, fazer da queda um passo de

    dana, do medo uma escada, do sonho uma ponte,

    da procura um encontro".

    (Fernando Sabino).

  • Contedo

    Empreendedorismo

    Intraempreendedor

    Motivao

    Plano de Negcio

  • Empreendedorismo

  • O Comportamento Humano

    O comportamento humano afetado por aspectos psicolgicos, biolgicos,

    sociolgicos, antropolgicos, econmicos e polticos. Assim, percebe-se a natureza

    complexa do comportamento humano, que deve sempre ser avaliado de acordo

    com a situao.

    De acordo com a teoria hierrquica de Abraham Maslow, as necessidades

    do indivduo so fisiolgicas, segurana, social, estima e auto realizao

    (MASLOW, 2003).

    atravs do comportamento que a pessoa d respostas a situaes,

    procurando satisfazer suas necessidades.

    O processo comportamental comea com a ocorrncia de um evento e

    conclui com uma ao.

    O comportamento humano alvo de diversas teorias da psicologia, tais

    como o comportamentalismo (behaviorismo), a gestalt terapia, a psicologia

    humanista, a psicologia cognitiva e a psicanlise (LONGEN, 1997).

    O comportamentalismo dedica-se ao estudo do comportamento em relao

    ao meio ambiente; uma abordagem que v o comportamento como reaes

    observveis de forma direta, utilizando mtodos cientficos para o estudo dos

    fenmenos psicolgicos.

    A gestalt terapia uma tendncia terica coerente e coesa da histria

    da psicologia; seus articuladores preocuparam-se em construir no s uma teoria

    consistente, mas bases metodolgicas fortes, que garantisse a consistncia

    terica (LONGEN,1997).

    A psicanlise, criada por Freud, procura encontrar a origem de qualquer

    sintoma ou comportamento, ou seja, integrar contedos do inconsciente com o

    consciente. Freud afirma que o inconsciente tem papel preponderante no

    comportamento da pessoa, dizendo ainda que o indivduo dominado por

    processos mentais inconscientes, por desejos, medos, conflitos e fantasias

    (ESTEVAN, 1986).

  • Porm, todas as correntes da psicologia tm caractersticas que formam o

    perfil do ser humano, baseando-se em necessidades, conhecimentos, habilidades

    e valores.

    Existem vrias teorias abordando as diferentes linhas diretivas para o

    estudo da personalidade, entre elas a teoria psicodinmica tem fundamental

    importncia na compreenso da conduta humana (DANDREA, 2000).

    As pessoas, mesmo sem conhecer os fundamentos desta teoria, procuram

    ter uma atitude psicodinmica quando tratam com seus semelhantes. Ou seja,

    quando algum tenta compreender o comportamento de outrem, em determinada

    situao, procura descobrir a motivao de suas atitudes e opinies, sentimentos e

    crenas; resumindo, procura relacionar a conduta com impulsos, emoes,

    pensamentos e percepes que a determinam e atua no mesmo modo na previso

    de novos comportamentos (DANDREA, 2000).

    Todas as atividades psquicas manifestam-se com

    diversos graus de intensidade, assim, pode-se estar

    pouco ou muito motivado para a obteno de

    determinados fins, pode-se realizar um maior ou

    menor esforo para vencer obstculos, pode-se

    sentir mais ou menos intensamente amor, dio,

    alegria ou tristeza e assim por diante. (DANDREA,

    2000, p. 15).

    Esta variao de intensidade pode tentar ser explicada pela existncia de

    diferentes cargas de energia que so absorvidas pelo indivduo de maneiras

    diferentes.

    Sabe-se que o desenvolvimento da personalidade depende da superao

    de obstculos, enfrentar dificuldades de cada etapa. O sucesso na superao de

    cada obstculo prover a pessoa de mais confiana, independncia e integridade.

    Todo indivduo percebe o mundo sob vrios aspectos, fazendo com que

    permita pessoa uma percepo mais diversificada das vrias situaes

  • ambientais. O ser humano pode exercitar e desenvolver a capacidade de

    observao, compreenso e entendimento de todas as coisas, pessoas e

    acontecimentos presente no dia-dia.

    A Inteligncia e o conhecimento

    Antigamente o pensamento lgico e abstrato estava

    diretamente relacionado matemtica. O dom para a

    matria, assim como para a msica, uma capacidade

    que no se identifica nem com a lgica, nem com a

    inteligncia, mas apenas a usa como filosofia e a

    cincia (JUNG, 1972, p. 146).

    A inteligncia algo difcil de mensurar; temos inteligncias diversificadas

    e umas mais evidenciadas do que outras. Nossa cultura, porm, valoriza demais a

    inteligncia lgico-matemtica e ser inteligente, geralmente, est associado a um

    desempenho muito bom em reas ligadas a este tipo de inteligncia. Porm, o fato

    de no se ter habilidades em uma determinada rea no significa que no seja

    inteligente.

    O interesse em pesquisar sobre a inteligncia gerou diferentes concepes

    acerca da sua origem e do seu desenvolvimento nos indivduos e diferentes

    investidas no sentido de defini-la. Para alguns estudiosos, a inteligncia estaria

    determinada por fatores genticos, hereditrios, que uma vez estabelecidos

    poderiam ser pouco modificados pelas interferncias do meio no qual o indivduo

    vive. Para outros pesquisadores, ela dependeria fortemente do meio social para

    desenvolver-se.

    Parece, porm, cada vez mais evidente, que aquilo que chamamos

    inteligncia , antes de tudo, a capacidade que a inteligncia tem de criar-se a si

    prpria, capacidade que no pode ser ignorada friamente porque no se d de

  • modo simples e nem apenas como resultados genticos ou individuais, mas

    constitui uma histria cheia de intrigas e com muitos personagens.

    Gardner (1985) demonstrou que as demais faculdades tambm so

    produto de processos mentais e que no h motivo para diferenci-las do que

    geralmente se considera inteligncia. Desta forma, ampliou o conceito de

    inteligncia, que em sua opinio pode ser definida como "a capacidade de resolver

    problemas ou elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural ou

    comunitrio".

    A Teoria das Inteligncias Mltiplas, de Gardner (1985), uma alternativa

    para o conceito de inteligncia como uma capacidade inata, geral e nica, que

    permite aos indivduos uma performance, maior ou menor, em qualquer rea de

    atuao.

    Nessa teoria proposto que as habilidades humanas no so organizadas

    de forma horizontal; ela prope que se pense nessas habilidades como organizadas

    verticalmente, e que, ao invs de haver uma faculdade mental geral, como a

    memria, talvez existam formas independentes de percepo, memria e

    aprendizado, em cada rea ou domnio, com possveis semelhanas entre as

    reas, mas no necessariamente uma relao direta.

    Gardner identificou as inteligncias lingustica, lgico-matemtica, espacial,

    musical, sinestsica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competncias

    intelectuais so relativamente independentes, tm sua origem e limites genticos

    prprios e substratos neuroanatmicos especficos e dispem de processos

    cognitivos prprios. Segundo ele, os seres humanos dispem de graus variados de

    cada uma das inteligncias e maneiras diferentes com que elas se combinam e

    organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas

    e criar produtos. Ressalta-se que, embora estas inteligncias sejam, at certo

    ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente.

    Embora algumas ocupaes exemplifiquem uma inteligncia, na maioria dos casos

    as ocupaes ilustram bem a necessidade de uma combinao de inteligncias.

    Em sua teoria, Gardner prope que todos os indivduos, em princpio, tm

    a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligncias.

    Todas as pessoas possuem, como parte de sua bagagem gentica, certas

  • habilidades bsicas em todas as inteligncias, que so influenciadas tanto por

    fatores genticos e neurobiolgicos quanto por condies ambientais. Cada uma

    destas inteligncias tem sua forma prpria de pensamento, ou de processamento

    de informaes.

    A noo de cultura bsica para a Teoria das Inteligncias Mltiplas. Com

    a sua definio de inteligncia como a habilidade para resolver problemas ou criar

    produtos que so significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere

    que alguns talentos s se desenvolvem porque so valorizados pelo ambiente. Ele

    afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma

    quantidade de pessoas e, depois, passados para a gerao seguinte.

    As implicaes da teoria de Gardner para a educao

    so claras quando se analisa a importncia dada s

    diversas formas de pensamento, aos estgios de

    desenvolvimento das vrias inteligncias e relao

    existente entre estes estgios, a aquisio de

    conhecimento e a cultura (GAMA, 2003).

    No que se refere educao centrada no aluno, Gardner levanta dois

    pontos importantes que sugerem a necessidade da individualizao.

    O primeiro diz respeito ao fato de que, se os indivduos

    tm perfis cognitivos to diferentes uns dos outros, as

    escolas deveriam, ao invs de oferecer uma educao

    padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a

    educao que favorecesse o seu potencial individual. O

    segundo ponto levantado por Gardner igualmente

    importante: enquanto na Idade Mdia um indivduo

    podia pretender tomar posse de todo o saber universal,

    hoje em dia essa tarefa totalmente impossvel, sendo

    mesmo bastante difcil o domnio de um s campo do

    saber (GAMA, 2003).

  • Assim, se h a necessidade de se limitar a nfase e a variedade de

    contedo, que essa limitao seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil

    intelectual individual.

    Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a ateno para o fato de

    que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos para a vida, a vida

    certamente no se limita apenas a raciocnios verbais e lgicos. Ele prope que as

    escolas favoream o conhecimento de diversas disciplinas bsicas; que encorajem

    seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas

    que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que

    favoream o desenvolvimento de combinaes intelectuais individuais, a partir da

    avaliao regular do potencial de cada um.

    As implicaes sociais e educacionais que uma teoria como essa traz so

    muito ricas, pois esto relacionadas com a formao de um novo cidado: mais

    feliz mais competente, com maior capacidade de trabalhar em grupo, mais

    equilibrado emocionalmente. Isso nos leva a considerar a relao entre uma nova

    concepo de inteligncia e as exigncias sociais.

    A importncia do educador nessa ocasio em que a verdade do ensino no

    realmente o que o professor ensina, mas sim como ele age verdadeiramente,

    estimulando o desenvolvimento do potencial intelectual do aluno (JUNG, 1972).

    Todo professor deveria se fazer sempre a pergunta: eu procuro me realizar

    em mim mesmo e em minha vida, da melhor maneira possvel e de acordo com

    minha conscincia, em tudo o que ensino? (Jung, 1972). Pode-se considerar que

    a educao pressupe a educao de si mesmo.

    As emoes facilitam as decises e guiam nossa conduta, porm ao

    mesmo tempo necessitam serem guiadas.

    H dois tipos de conhecimento racional e emocional conectados entre

    si. A mente racional domina a coerncia e a reflexo. A mente emocional est

    presente quando se sabe que algo verdade mesmo sem que o racional admita o

    fato. Na maior parte das vezes as duas mentes atuam harmoniosamente, mas pode

    ocorrer que a emocional envolva a racional.

    O ser humano constri seu prprio conhecimento do mundo em que vive;

    ele procura instrumentos que auxiliem a compreender suas prprias experincias.

  • Cada indivduo percebe o mundo agregando novas experincias a partir do que

    havia compreendido (BROOKS e BROOKS, 1997).

    Baseado nas teorias de Michel Polanyi (que desenvolveu a teoria do

    conhecimento tcito no final da dcada de 1940, incio da de 50), Sveiby (1998)

    acredita que o conhecimento possui quatro caractersticas:

    Conhecimento tcito no pode ser descrito por meio

    de palavras, ou seja, sempre se sabe mais do que se pode

    expressar. O conhecimento prtico em grande parte

    tcito.

    Conhecimento orientado para ao constantemente

    geram-se novos conhecimentos por meio de impresses

    sensoriais que se recebe, substituindo os antigos. Essa

    qualidade de conhecimento dinmica e refletida nos

    verbos aprender, esquecer, lembrar e compreender. uma

    habilidade pessoal inalienvel e intransfervel, cada pessoa

    constri seu prprio conhecimento.

    Conhecimento sustentado por regras est baseado em

    regras que no mudam facilmente; so elas que sustentam

    o processo do saber, mas tambm o restringem. So as

    regras que permitem agir com rapidez e eficcia sem ter

    que parar e pensar no que se est fazendo. Assim, a maior

    dificuldade no est em persuadir as pessoas a aceitar

    novas idias, mas em abandonar as antigas.

    Conhecimento em constante mutao novos

    conhecimentos sempre adquirem nuances dos

    conhecimentos que j se possui. Normalmente, sabe-se

    mais do que se expressa, ou seja, o resultado, o que foi

    articulado e formalizado menos do que aquilo que se

    sabe de modo tcito.

  • A mente emocional muito mais rpida que a mente racional, o que

    significa uma ao antes de qualquer reflexo analtica, caracterstica da mente

    pensante, a racional. As aes que surgem da mente emocional possuem um

    grande senso de certeza, que pode parecer intrigante mente racional. O rpido

    modo de percepo pode sacrificar a preciso pela rapidez, pois se baseia nas

    primeiras impresses.

    A mente emocional nosso radar para o perigo; se ns (ou nossos

    antepassados na evoluo) esperssemos que a mente racional fizesse alguns

    julgamentos, poderamos no apenas estar errados mas mortos (GOLEMAN,

    1995, p. 308). O que no impede que esses julgamentos podem estar errados em

    algumas ocasies.

    A lgica da mente emocional associativa, relaciona elementos que

    significam uma realidade ou provocam um disparo de uma lembrana, como se

    fosse a prpria realidade.

  • Histrico do Empreendedor

    O que significa o termo empreendedorismo?

    uma livre traduo que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma

    rea de grande abrangncia e trata de outros temas alm da criao de empresas:

    gerao do auto emprego (trabalhador autnomo);

    empreendedorismo comunitrio (como as comunidades

    empreendem);

    intraempreendedorismo (o empregado empreendedor);

    polticas pblicas (polticas governamentais para o setor);

    As realizaes do indivduo so constitudas por aes empreendedoras

    de pessoas com capacidade de agir para tornar seus sonhos em realidade. Os

    empreendedores tm a capacidade de combinar recursos para a realizao de

    obras que visam a melhoria de uma comunidade.

    Os homens primitivos quando descobriram como trabalhar com o barro e

    fabricaram os primeiros utenslios de cermica, a ao empreendedora do homem

    possibilitou intervir, transformar e dominar o meio ambiente, criando, inovando,

    avanando sempre na busca de novos patamares de produo, de melhores nveis

    de qualidade de vida.

    Foi essa ao que fez a humanidade crescer, descobrir sempre algo novo.

    A sociedade atual precisa muito mais de pessoas empreendedoras para continuar

    fazendo descobertas para satisfazer as necessidades da comunidade.

    O empreendedorismo um processo que se percebe em vrios ambientes

    empresariais, provocando mudanas por inovaes.

    O termo empreendedorismo teve sua origem na Frana, no incio do sculo

    XVI, designando os homens envolvidos na coordenao de operaes militares.

    Mais tarde, por volta de 1700, o termo comeou a ser utilizado naquele pas para

    as pessoas que se associavam com proprietrios de terras e trabalhadores

    assalariados. Contudo, este termo era tambm usado nessa poca para denominar

  • outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou

    arquitetos (TONELLI, 1997).

    Em 1743, Smith (apud LONGEN, 1997) caracterizou o empreendedor como

    um proprietrio capitalista, um fornecedor de capital e, ao mesmo tempo, um

    administrador que se interpe entre o trabalhador e o consumidor. Esse conceito

    refletia uma tendncia, de sua poca, em se considerar o empreendedor como

    algum que visava somente produzir dinheiro.

    Richard Cantillon (1755) demonstrava a preocupao com a economia,

    com a criao de novos empreendimentos e gerenciamento de negcios. Cantillon

    tinha uma noo de empreendedor que se assemelha s de muitos autores

    contemporneos. Ele definia o empreendedor como um inovador e como algum

    que assume risco, ou seja, algum que alm de lidar com a inovao tambm

    investia seu prprio recurso, correndo riscos (BRINGHENTI et al, 1999). Cantillon

    possua certo dom visionrio em detectar, adivinhar, identificar elementos que j

    eram lucrativos e os que poderiam vir a ser. Ele mesmo, ento, j possua tino para:

    busca de oportunidades de negcios, preocupao com gerenciamento inteligente,

    obteno de rendimentos otimizados para o capital investido. Na sua viso os

    empreendedores eram oportunistas que corriam riscos visando lucro.

    Em torno de 1803 Jean Batist Say no livro Tratado de Economia Poltica

    definiu o empreendedor como o responsvel por reunir todos os fatores de

    produo e descobrir no valor dos produtos a reorganizao de todo capital que ele

    emprega. O mesmo autor apresentou alguns requisitos necessrios para ser

    empreendedor, tais como: julgamento, perseverana e um conhecimento sobre o

    mundo, assim como sobre os negcios. Deveria tambm, segundo ele, possuir a

    arte da superintendncia e da administrao (DEAKINS apud TONELLI, 1997).

    Somente em 1934, com a publicao da obra Teoria do Desenvolvimento

    Econmico de Schumpeter, que a conotao de empreendedor adquiriu um novo

    significado, sendo associado inovao. Segundo ele, a essncia do

    empreendedorismo est na percepo e no aproveitamento das novas

    oportunidades no mbito dos negcios tradicionais, constantemente criando novos

    produtos, novos mtodos de produo e novos mercados, sobrepondo-os aos

  • antigos mtodos menos eficientes e mais caros. A partir desta viso, outros autores

    perceberam a necessidade de inovao e tambm fazem essa associao.

    O Empreendedorismo no tempo

    Vrias foram as transformaes percebidas em curto perodo de tempo,

    principalmente no sculo XX, em que foram criadas invenes que revolucionaram

    o estilo de vida das pessoas. Essas invenes foram frutos de inovaes, de algo

    indito ou de novas formas de utilizar coisas j existentes. Por trs dessas

    invenes, existem grupos de pessoas que buscam fazer acontecer, ou seja, os

    empreendedores.

    As consideraes acima so o ponto de partida dos pesquisadores para o

    estudo das condies que levam o empreendedor ao sucesso. O ensino e

    discusso sobre empreendedorismo tem se intensificado nos ltimos anos

    principalmente devido ao rpido avano tecnolgico, que requer um nmero cada

    vez maior de empreendedores. atravs desse entendimento que possvel

    ensinar-se a algum a ser empreendedor. Por isso, o estudo do perfil de

    empreendedores tema central das pesquisas e tem sido de grande valia para a

    educao na rea. Os empreendedores podem ser voluntrios (que tm motivao

    para empreender) ou involuntrios (que so forados a empreender por motivos

    alheios sua vontade: desempregados, imigrantes etc.).

    O avano tecnolgico aliado com a sofisticao da economia e dos meios

    de produo e servios cria necessidade de formalizao de conhecimentos que

    anteriormente bastavam os obtidos de forma emprica. Esses fatores nos levam

    ao que chamado atualmente de A era do Empreendedorismo, pois so os

    empreendedores que esto atualmente criando novas relaes de trabalho, novos

    empregos, quebrando antigos paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

    Dada sua importncia para o desenvolvimento da economia, o

    empreendedorismo tem sido centro de polticas pblicas em diversos pases.

  • Atualmente as atividades profissionais esto ligadas s particularidades

    locais, porm, as solues podem surgir de qualquer local.

    O crescente aumento da produtividade interfere no nvel de emprego,

    provocando uma situao em que pessoas com alta qualificao, graduadas e

    qualificadas permanecem desocupadas ou insatisfeitas com suas atividades. Os

    empregos atuais exigem pessoas com capacidade intelectual e maiores condies

    de senso crtico para tomada de decises nos momentos certos.

    Conceitos de empreendedor

    Ao longo do tempo, alguns conceitos administrativos predominaram, em

    virtudes de contextos scio-polticos, culturais, desenvolvimento tecnolgico,

    desenvolvimento e consolidao do capitalismo, entre outros.

    O papel do empreendedor pode ser definido sob vrios aspectos. Para os

    economistas, aquele que providencia recursos, trabalho; que introduz inovaes.

    Para os psiclogos, uma pessoa dirigida por objetivos muito claros, como a

    necessidade de experimentar, realizar, alcanar seus ideais.

    Os economistas viam os empreendedores como detectores de

    oportunidades de negcios, criadores de empreendimentos e aqueles que correm

    riscos. Uma das crticas aos economistas que os mesmos no foram capazes de

    criar uma cincia do comportamento dos empreendedores.

    Com o passar do tempo, a dificuldade dos economistas em aceitar, dentro

    da cincia econmica, modelos que no fossem quantitativos, fizeram com que

    outros ramos da cincia como: sociologia, psicologia, administrao e outras, se

    inseriram no contexto com o intuito de estudar o empreendedor.

    No h um consenso do significado da palavra empreendedor,

    considerando que, essa definio tem mudado de acordo com a poca, o pas, o

    autor e o contexto do universo de estudo.

    David McClelland (1961) desenvolveu uma teoria a respeito dos

    empreendedores baseado em um estudo realizado em 34 pases, no qual foram

  • ident if icadas as seguintes caracterst icas em um empreendedor bem

    sucedido:

    iniciativa e busca de oportunidades;

    perseverana;

    comprometimento;

    busca de qualidade e eficincia;

    fixao de metas e objetivos;

    busca de informaes;

    planejamento e monitorao sistemticos;

    capacidade de persuaso e de estabelecer redes de contatos;

    independncia autonomia e autocontrole;

    vontade de trabalhar duro;

    ter orgulho do que faz;

    ser auto propulsionador;

    assumir responsabilidades e desafios;

    tomar decises.

    Segundo McClelland apud Fillion 1998, "um empreendedor algum que

    exerce controle sobre uma produo que no seja s para o seu consumo pessoal".

    Aps McClelland, com o objetivo de definir o que so empreendedores e

    quais suas caractersticas, os comportamentalistas praticamente dominaram por 20

    anos (1960 a 1980) o campo do empreendedorismo.

    Kirzner (1973) afirma que o empreendedor aquele que cria equilbrio,

    encontrando uma posio clara e positiva em um ambiente de caos e turbulncia,

    ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.

    Para Marshall (1985) o empreendedor algum que se aventura e assume

    riscos, que rene capital e o trabalho requerido para o negcio e supervisiona seus

  • mnimos detalhes, caracterizando-se pela convivncia com o risco, a inovao e a

    gerncia do negcio.

    Para Drucker (1987), os empreendedores so eminentemente pessoas que

    inovam. Sentencia que a inovao o instrumento especfico dos empreendedores,

    o meio pelo qual eles exploram a mudana como uma oportunidade para um

    negcio ou servio diferente. Empreendedorismo no nem cincia, nem arte.

    uma prtica.

    Segundo Demac (1990), o empreendedor tende a ser um indivduo

    independente e autnomo. Sente a necessidade de ser seu prprio patro, porque

    difcil submeter-se a modelos e procedimentos rgidos; tem certa averso

    estrutura hierrquica. Experimenta uma grande necessidade de se realizar, isto ,

    de afirmar-se, de vencer os obstculos, de romper o crculo da rotina, de alcanar

    objetivos com seu prprio esforo. Por este motivo, pode se dedicar por conta

    prpria a resolver um problema.

    Para Fillion (1991) o empreendedor uma pessoa criativa, marcada pela

    capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantm um alto nvel de

    conscincia do ambiente em que vive usando-a para detectar oportunidades de

    negcios.

    Na viso de Amit (1993), os empreendedores podem ser definidos como

    indivduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negcios, montam e

    coordenam novas combinaes de recursos, a fim de extrair os melhores benefcios

    de suas inovaes.

    Baty (1994), apresenta uma evoluo da concepo de empreendedor

    perante a sociedade: nos anos 80, o empreendedor ainda era considerado como

    uma pessoa desajustada, um luntico atrs de benefcios. Hoje, ele visto como

    algum que fez uma escolha de carreira, tanto nas universidades como na

    sociedade como um todo.

    Para Gerber (1996), empreendedor o inovador, o grande estrategista, o

    criador de novos mtodos para penetrar ou criar novos mercados; a

    personalidade criativa; sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando

    o futuro, transformando possibilidades em probabilidades e caos em harmonia.

    Para Barreto (1998), o empreendedor quem tem a habilidade de criar e constituir

  • algo a partir de muito pouco ou do quase nada. Fundamentalmente, o empreender

    um ato criativo; a concentrao de energia no iniciar e continuar um

    empreendimento; o desenvolver de uma organizao em oposio a observ-la,

    analis-la ou descrev-la. Mas tambm a sensibilidade individual para perceber

    uma oportunidade quando outros enxergam caos, contradio e confuso. o

    possuir de competncias para descobrir e controlar recursos aplicando-os da forma

    produtiva.

    De acordo com Marins Filho (1999), em um estudo realizado nos EUA

    foram definidas cinco caractersticas bsicas para um empreendedor obter sucesso

    em seu negcio. Estas caractersticas so:

    1. alto grau de energia: deve-se ter comprometimento e habilidade para

    conseguir que as coisas sejam feitas; persistncia, para fazer as coisas

    at o seu final; energia fsica e mental, iniciativa e vigor e muita fora de

    vontade para levar um projeto ou um sonho at o fim;

    2. pensar como empreendedor: para ter sucesso o empresrio deve

    inovar atravs de ideias e caminhos; pensar ou explorar solues no-

    ortodoxas; e usar a razo em termos prticos, tericos e abstratos;

    3. talento no relacionamento com as pessoas: envolve a vontade e

    disposio da pessoa em trabalhar com outras pessoas, aceitar

    comentrios e sorrir de situaes mesmo quando as coisas vo mal.

    Esta parece ser a principal caracterstica, diz o estudo;

    4. habilidade em comunicao: envolve a habilidade de falar de forma

    clara, sem rodeios, sem rebuscamentos e a habilidade de ouvir

    realmente, escutar as pessoas, absorver e entender o que elas dizem.

    Escrever de forma clara e concisa e ter a capacidade de transmitir

    confiana para as pessoas com quem se comunica;

    5. conhecimento tcnico: curiosamente a ltima da lista. Envolve a

    capacidade do executivo de obter e trabalhar as informaes sobre o

    que faz, sobre o que vem acontecendo em seu campo de atuao,

    sobre provveis mudanas nele e de preparar-se para elas. Isto requer

    vontade, estudo e dedicao.

    Dornelas (2001) afirma que O Empreendedor aquele que assume as

  • funes, os papis e as atividades do administrador de forma complementar a

    ponto de saber utiliza-los no momento adequado para atingir seus objetivos.

    Os Empreendedores so heris populares do mundo

    dos negcios. Fornecem empregos, introduzem

    inovaes e incentivam o crescimento econmico. No

    so simplesmente provedores de mercadorias ou de

    servios, mas fontes de energia que assumem riscos

    inerentes em uma economia em mudana,

    transformao e crescimento. (Chiavenato, 2004)

    Resumindo, o empreendedor sente necessidade de se realizar, de vencer

    obstculos, romper rotinas, definir e alcanar seus objetivos, quebrar paradigmas.

    O empreendedor continua a aprender a respeito de possveis oportunidades e a

    tomar decises moderadamente arriscadas que objetivam a inovao.

    O objetivo do empreendedor o sucesso; possui controle de sua vida e de

    seu negcio com uma viso holstica do mesmo; independente, toma suas

    decises de acordo com a sua vontade e viso dos fatos. Ele tambm flexvel

    para se adaptar s repentinas mudanas da comunidade, da sociedade e do

    mercado, aprendendo com suas prprias experincias.

    Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor hajam

    muitas diferenas e disparidades a respeito das exatas definies, pode-se

    perceber que h entre os estudiosos o consenso de que o empreendedor

    distinguido das outras pessoas pela maneira como ele percebe a mudana e lida

    com as oportunidades.

    O quadro a seguir apresenta conceitos de empreendedor conforme dcada

    e autor.

  • DATA

    AUTOR

    CARACTERSTICAS

    1848

    Mill Tolerncia ao risco

    1917

    Weber Origem da autoridade formal

    1934

    Schumpeter Inovao, iniciativa

    1954

    Sutton Busca de responsabilidade

    1959

    Hartman Busca de autoridade formal

    1961

    McClelland Corredor de risco e necessidade de realizao

    1963

    Davids Ambio, desejo de independncia, responsabilidade e auto confiana.

    1964

    Pickle Relacionamento humano, habilidade de comunicao, conhecimento tcnico.

    1971

    Palmer Avaliador de riscos

    1971 Hornaday e

    Aboud Necessidade de realizao, autonomia, agresso, poder, reconhecimento, inovao, independncia.

    1973

    Winter Necessidade de poder

    1974

    Borland Controle interno

    1974

    Liles Necessidade de realizao

    1977

    Gasse Orientado por valores pessoais

    1978

    Timmons Auto confiana, orientado por metas, corredor de riscos moderados, centro de controle, criatividade, inovao

    1980

    Sexton Energtico, ambicioso, revs positivo

    1981

    Welsh e White Necessidade de controle, visador de responsabilidade, auto confiana, corredor de riscos moderados

    1982

    Dunkelberg e Cooper

    Orientado ao crescimento, profissionalizao e independncia.

    Fonte: Differentianting Entrepreneurs from Small Bussiness Owners: a

    conceptualization. Academy Mangement Review, n. 2, p.356, 1984 (adaptado por

    Bringhenti)

  • O empreendedor pode ser estudado sob diferentes enfoques e por uma

    variedade de reas de conhecimento como a psicologia, sociologia, pedagogia,

    economia, administrao e outros.

    Especialistas da rea comportamental, analisando as formas de pensar, as

    atitudes e comportamentos que diferenciam os empreendedores, estabelecem

    suas habilidades e competncias.

    Assim como todo o ser humano pode ser considerado como possuidor de

    quatro caractersticas que definem sua personalidade, no empreendedor se

    sobressaem algumas dessas caractersticas: (PINCHOT, 1985; TONELLI, 1997;

    MIRANDA, 1997; FRIEDLAENDEDR et al, 2000).

    necessidade - a busca incessante por satisfao, para

    realizar seu sonho;

    valores - a viso que o empreendedor tem do mundo;

    conhecimento - a visualizao do sonho, a intuio;

    habilidade - a facilidade que o empreendedor tem de

    desenvolver todo o projeto.

    Necessidades

    Estudos sobre empreendedorismo levaram elaborao de uma descrio

    das necessidades do empreendedor que so um dficit ou a manifestao de um

    desequilbrio interno do indivduo. Elas podem ser satisfeitas, frustradas

    (permanecer no organismo) ou compensadas (transferidas para outro objeto). A

    necessidade surge quando se rompe o estado de equilbrio do organismo,

    causando um estado de tenso, insatisfao, desconforto e desequilbrio.

    Destaca-se como necessidades dos empreendedores:

    Aprovao: conquistar uma posio na sociedade, ser

    respeitado pelos amigos, aumentar o status e o prestgio da

    famlia, conquistar algo que lhe dar respeito e

    reconhecimento.

  • Independncia: impor seu prprio enfoque no trabalho, obter

    grande flexibilidade em sua vida profissional e familiar, ter

    liberdade para criar e expressar suas ideias.

    Desenvolvimento pessoal: ser inovador e estar frente do

    desenvolvimento tecnolgico, transformar idias em produtos

    ou servios e permanecer num estado de contnuo

    aprendizado.

    Segurana: sentir-se seguro em relao a fatores como

    desemprego, falta de recursos para levar uma vida digna e

    falta de condies para desenvolver seus potenciais.

    Auto-realizao: obter realizao pessoal.

    Conhecimentos

    Representa aquilo que as pessoas sabem a respeito de si mesmas e sobre

    o ambiente que as rodeia. O conhecimento profundamente influenciado pelo

    ambiente fsico e social, pela estrutura e processos fisiolgicos e pelas

    necessidades e experincias anteriores de cada ser humano.

    O conhecimento do empreendedor est inserido em:

    Aspectos tcnicos relacionados com o negcio: procurar

    saber todas as mincias que envolvem o processo de

    produo.

    Experincia na rea comercial: procurar ter sempre as

    atenes voltadas no sentido de satisfazer as necessidades

    dos clientes, seja adaptando ou inovando.

    Escolaridade: conhecimentos que se adquirem com o sistema

    formal de ensino.

    Experincia em empresas: obter experincia em outras

    empresas, a fim de obter um conhecimento prvio de alguns

    setores ou funes de sua futura empresa.

    Formao complementar: aquisio de novos conhecimentos

    ou atualizao dos que j possui.

  • Vivncia com situaes novas: a experincia adquirida com

    situaes diferentes oferece maior capacidade de xito.

    Habilidades

    Habilidade a facilidade que se tem de utilizar as capacidades fsicas e

    intelectuais. Manifesta-se atravs de aes executadas a partir do conhecimento

    que o indivduo possui, por j ter vivido situaes similares. medida que se pratica

    ou se enfrenta repetidamente uma determinada situao, a resposta que a pessoa

    emite vai se incorporando ao seu sistema cognitivo.

    Dentre as principais habilidades, destacam-se:

    Identificao de novas oportunidades: criatividade e

    capacidade para identificar uma nova oportunidade ou

    necessidade (faro).

    Valorao de oportunidades e pensamento criativo: mostrar

    aos outros o quo importante uma determinada ideia.

    Comunicao persuasiva: ser entusistico ao falar aos outros

    sobre suas ideias e, principalmente, fazer com que

    concordem.

    Negociao: saber convencer as pessoas a respeito de suas

    intenes.

    Aquisio de informaes: saber como o mercado e os

    clientes esto se comportando e a melhor maneira de atend-

    los.

    Resoluo de problemas: adaptar ou inovar a partir de uma

    ideia principal a fim de que os erros sejam corrigidos.

    Valores

    Os valores so um conjunto de crenas, preferncias, averses,

    predisposies internas e julgamentos que caracterizam a viso de mundo do

    indivduo. So bsicos no estabelecimento dos aspectos culturais, que acabam

  • contribuindo para o desenvolvimento das caractersticas do indivduo. Apresentam-

    se hierarquicamente diferenciados de indivduo para indivduo, em cuja hierarquia

    h valores prioritrios em relao aos demais. Segundo o autor, os valores

    manifestam-se nas atitudes e comportamentos dos indivduos expressando as

    virtudes e defeitos que os caracterizam.

    Dentre os valores, destacam-se os seguintes:

    Existenciais: referem-se vida em todos os aspectos,

    dimenses e nveis: sade, alimentao, etc. Por serem os

    mais abrangentes, constituem-se num dos principais

    referenciais na constituio da viso de mundo das pessoas.

    Estticos: so os valores ligados sensibilidade, desde os

    sensoriais (relacionados aos cinco sentidos) at a arte mais

    requintada e suas mltiplas formas de expresso.

    Intelectuais: so os valores associados ao intelecto do

    indivduo, que o instrumento privilegiado da pessoa na

    conquista do saber.

    Morais: esto relacionados com a moralidade, sendo um

    conjunto de doutrinas, princpios, normas e padres

    orientadores do procedimento humano, implicando retido de

    carter e honestidade.

    Religiosos: so os valores ligados a atitudes religiosas, da

    necessidade que o homem tem de manifestar seus mais

    profundos sentimentos religiosos.

    Para que servem tais conceitos, definies?

    As definies e conceitos acima descritos so o ponto de partida dos

    pesquisadores para o estudo das condies que levam o empreendedor ao

    sucesso. atravs desse entendimento que possvel ensinar-se a algum a ser

    empreendedor. Por isso, o estudo do perfil de empreendedores o tema central

    das pesquisas e tem sido de grande valia para a educao na rea. Os

  • empreendedores podem ser voluntrios (que tm motivao para empreender) ou

    involuntrios (que so forados a empreender por motivos alheios sua vontade:

    desempregados, imigrantes etc.).

    O empreendedor deve buscar as oportunidades, ter iniciativa, ser

    persistente, ser comprometido com seu projeto, ser exigente, saber que enfrentar

    riscos, estabelecer e procurar cumprir metas, buscar informaes e saber como

    utiliz-las, saber usar a arte da comunicao e persuaso, ser independente e

    autoconfiante.

    Processo empreendedor

    O ato de empreender est relacionado identificao, anlise e

    implementao de oportunidades de negcio, tendo como foco a inovao e a

    criao de valor. Isto pode ocorrer atravs da criao de novas empresas, mas

    tambm ocorre em empresas j estabelecidas, organizaes com enfoque social,

    entidades governamentais, etc.

    O empreendedor aquele que detecta uma oportunidade e cria um

    negcio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

    Os aspectos referentes ao empreendedor, so encontrados em qualquer

    definio de empreendedorismo:

    iniciativa para criar um novo negcio e paixo pelo que faz;

    utiliza os recursos disponveis de forma criativa transformando o

    ambiente social e econmico onde vive;

    aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar.

    Quando se fala em inovao, a semente do processo empreendedor,

    remete-se naturalmente ao termo de inovao tecnolgica como o principal

    diferencial do desenvolvimento econmico global.

  • Assim, quanto mais empreendedores uma sociedade tiver e quanto maior

    for o valor dado a eles, maior ser a quantidade de jovens que tendero a imit-los,

    incutindo na cultura da sociedade o esprito, as caractersticas peculiares do

    empreendedor.

    Figura 1 - Principais traos de comportamento empreendedor Fonte: MAXIMIANO, Antnio C. A. Administrao para empreendedores: fundamentos da criao e da gesto de novos negcios. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009, 3 edio.

    Os solucionadores, em grande parte, sero aqueles buscadores de

    oportunidades, aqueles que destroem e constroem de maneira diferente, inovadora

    e criativa (esses quesitos so os mesmos j observados h dcadas passadas).

    A produtividade do profissional tpico crescer imensamente, atravs de

    seus sistemas informatizados de apoio em rede mundial.

    O que se tem confirmado que as culturas, as necessidades e os hbitos

    de uma regio determinam os comportamentos. Assim, os empreendedores locais

    geralmente refletem a cultura de suas comunidades.

    No ambiente globalizado, da infoera, ocorrer uma razo de mudana e

    todas as informaes e novidades estaro disponveis quase que

    instantaneamente e em mbito mundial.

  • O aumento de produtividade fatalmente afetar o nvel de emprego, como

    j est afetando, gerando uma grande massa de pessoas altamente instrudas,

    graduadas e qualificadas, porm desocupadas e certamente insatisfeitas.

    Novos empregos gerados exigiro pessoas de maior nvel intelectual e

    maior discernimento para que possam tomar as decises no instante adequado.

    Esta a diferena entre o empreendedor do passado e do presente.

    Dele se espera todas caractersticas possveis elencadas por economistas,

    engenheiros, comportamentalistas, etc., associadas velocidade de pensamento e

    ao que a sociedade atual exige.

    Atualmente pode-se observar que as organizaes esto substituindo o

    ttulo de gerente por lder de equipe, facilitador, empreendedor ou

    intraempreendedor.

  • Identificando um empreendedor

    Fernando Dolabela*

    Um indivduo torna dinmico o seu potencial empreendedor atravs da

    representao que faz da realidade e das relaes que acredita poder estabelecer

    com o mundo. Todos nascemos empreendedores, mas preciso libertar o

    empreendedor que existe dentro de ns, aprisionado por obstculos culturais.

    Um empreendedor se conhece pela ao. Aps sonhar e deixar-se dominar

    pela emoo do seu sonho, o empreendedor mergulha no mundo, no mundo como

    ele v, em busca de oportunidade para transformar o seu sonho em realidade. A

    primeira ao do empreendedor diz respeito identificao de oportunidades. Ao

    identificar uma oportunidade congruente com o seu ego, o empreendedor mostra a

    sua cara. Ao transforma-la em realidade, o empreendedor se faz.

    Identificar oportunidades a primeira competncia do empreendedor. Ao

    contrrio do que se pensa, a oportunidade no cai nas cabeas das pessoas, como

    um presente dos cus. Identific-la um trabalho que exige sensibilidade, energia,

    pesquisa, testes, possvel somente para quem conhece profundamente o setor em

    que vai atuar.

    A oportunidade uma forma de olhar. Ela est dentro das pessoas e no

    fora delas.

    Por que, em nossa cultura, o desenvolvimento da capacidade de identificar

    oportunidades no faz parte do aprendizado formal?

    A criao de oportunidades vista como uma tarefa dos responsveis

    pelas macro polticas, principalmente as econmicas, materializadas atravs da

    criao de condies que levem ao aumento da capacidade produtiva, gerando-se

    oportunidades de trabalho, emprego e negcios. A dinmica do modelo baseado

    no emprego baseia-se em transformar oportunidades de negcios identificadas e

    aproveitadas por poucos (empreendedores) em empregos para muitos. A demanda

    principal por competncia tcnica, responsabilidade a cargo do sistema

    educacional. Neste paradigma produtivo, habilidades lgicas e conhecimentos

    tcnicos so requisitos para os melhores empregos. Elites procuram as

  • universidades, o pessoal do cho de fbrica tentar se qualificar atravs dos cursos

    profissionalizantes. O saber tcnico, alm de instrumento de produo, tem a

    funo de gerar e preservar posies sociais. No passado, por vrias razes, os

    mundos da produo e da educao no Brasil mantiveram uma relao cliente-

    fornecedor baseada exclusivamente na formao de tcnicos. No de tecnologia,

    mesmo porque essa geralmente vinha de fora, muitas vezes com restries.

    Na diviso de tarefas daquele mundo fortemente estruturado, o

    conhecimento no era necessariamente comprometido com a sua aplicao para

    gerao de valor para a sociedade. Segregados, colocados frequentemente em

    campos opostos, conhecimento e prtica empresarial eram operados por atores de

    difcil dilogo que se isolavam nos respectivos mbitos de sua atuao e

    hegemonia.

    No passado, conhecimentos e negcios, academia e empresa eram

    culturalmente mantidos distncia. Nesse mundo a identificao de oportunidades

    de negcios no precisava ser tema da educao.

    Em consequncia, um personagem com papel crucial foi mantido fora do

    palco educacional. O seu script: transformar conhecimentos em riqueza ou em valor

    para a sociedade. O seu know-how: identificar oportunidades e transform-las em

    empreendimento de sucesso. O seu nome: empreendedor, o protagonista dos

    novos tempos. Este o perfil do trabalhador moderno.

    A industrializao aproveitou a dicotomia entre razo e emoo proposta

    em outras esferas e a estendeu magistralmente ao cho de fbrica, encampando

    ideologicamente a ruptura entre emoo e trabalho, como se isto fosse possvel. A

    relao predominantemente tcnica entre a produo e o ser humano, definiu, no

    passado, a estratgia educacional de gerao de competncias para a economia,

    que funcionou bem enquanto o modelo teve flego. As universidades

    preocupavam-se (e ainda, errando de sculo, persistem) em formar competncia

    tcnica em condies de ser absorvida pelo "mercado empregador", este sim,

    responsvel pela identificao de oportunidades.

    Isto talvez explique os motivos pelos quais a capacidade de identificar

    oportunidades no faa parte nossa educao formal bsica, nem nos processos

  • educacionais informais, a cargo da famlia e dos grupos sociais, respeitadas a

    excees estatisticamente registradas.

    Explica tambm porque a habilidade empreendedora em uma sociedade

    cuja preparao profissional dirigida para o emprego seja vista como dom de uma

    minoria, quando, de fato, uma competncia que pode ser desenvolvida como

    outra qualquer.

    O que mudou? Na era da economia do conhecimento, somos obrigados a

    entender que a emoo no se dissocia da vida e por isto nada acontece sua

    revelia, muito menos o trabalho. Por que? Porque quando o homem feito mquina,

    a emoo estorvo. Mas quando chamado a atuar enquanto ser humano,

    utilizando a sua criatividade, rebeldia e inteligncia, principais insumos produtivos

    da nossa era, o corao volta a ser essencial.

    Fernando Dolabela consultor e educador na rea de empreendedorismo, autor

    dos livros O Segredo de Lusa e Pedagogia Empreendedora e de vrios programas

    educacionais no Brasil. Homepage: www.dolabela.com.br.

  • Intraempreendedor

  • Empreendedor na organizao o intraempreendedor

    O empreendedor inserido numa organizao denominado

    intraempreendedor.

    Macrae (1976) escreveu na revista The economist ... as corporaes

    dinmicas do futuro deveriam estar buscando modelos alternativos de competio

    com elas prprias. Em 1982, revendo suas palavras, sugeriu que as empresas no

    deveriam, mais pagar seus funcionrios pela freqncia ao trabalho e sim pelo

    trabalho realizado: pela produo.

    Aproveitando essas palavras, Gifford e Elizabeth Pinchott desenvolveram

    seus conceitos de empreendedor interno da empresa: o intraempreendedor.

    Pinchott (1985) considera o intraempreendedorismo como a possibilidade

    que os empregados possuem de empreender dentro de suas prprias empresas

    onde trabalham. Ou seja, intraempreendedores so todos os sonhadores que

    realizam.

    Para Guilhon e Rocha (1999) o intraempreendedorismo pode ocorrer em

    funo do mercado em que a empresa se insere, ou decorrente de algum plano

    econmico, estratgico voltado para a inovao. O intraempreendedor tem a

    necessidade de estar comprometido com o projeto, que foi idealizado por ele.

    O intraempreendedorismo torna-se necessrio diante da constatao de

    que possvel, e importante, haver empreendedores dentro das organizaes para

    que ocorra o desenvolvimento das mesmas. A idia consiste em combinar as

    vantagens do uso das estruturas e recursos de uma organizao com as

    caractersticas de independncia e criatividade de um projeto.

    Emanuel Leite, apud Uriarte, (2000) afirma que no se deveria gastar tempo

    nem dinheiro com discusses sobre o fim dos empregos, e sim com a formao de

    XXI empreendedores, pessoas capazes de criar seus prprios empregos. O

    empreendedor enfrenta o desafio de ser o prprio criador de seu posto de trabalho,

    sendo a resposta ao emprego para toda a vida.

  • Texto referente aos intraempreendedores, parte da dissertao de

    mestrado de Luiz Ricardo Uriarte, Identificao do Perfil

    Intraempreendedor, do Programa de Ps Graduao em Engenharia

    de Produo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina

    UFSC, no ano de 2000.

    2.2.7 Intraempreendedores

    Diversos autores, como Bruce (1976) j mencionado, tm uma classificao

    menos rgida, incluindo como empreendedores empregados de empresas que so,

    s vezes, denominados intraempreendedores.

    O termo intraempreendedor (traduo do Ingls - intrapreneur) foi cunhado

    por Gifford Pinchot (1989) para designar o empreendedor interno. So aqueles

    que, a partir de uma ideia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da

    empresa onde trabalham, dedicam-se entusiasticamente em transform-la em um

    produto de sucesso. No necessrio deixar a empresa onde trabalha, como faria

    o empreendedor, para vivenciar as emoes, riscos e gratificaes de uma ideia

    transformada em realidade.

    Deve-se, atualmente, apoiar pessoas com ideias inovadoras e iniciativa

    (empreendedores e intraempreendedores), porque elas so agentes de

    mudana e esperana para o futuro. A experincia mostra que as empresas bem-

    sucedidas so aquelas que iniciaram mudanas em tecnologia, marketing ou

    organizao e conseguiram manter uma liderana em mudanas em relao aos

    concorrentes.

    Portanto, os empreendedores so necessrios no somente para iniciar

    novos empreendimentos em pequena escala, mas tambm para dar vida s

    empresas existentes, em especial as grandes.

    A inovao quase nunca ocorre em uma corporao sem que haja um

    indivduo ou um pequeno grupo apaixonadamente dedicado a faz-la acontecer.

  • O problema que os empreendedores e as grandes empresas no parecem

    se dar bem juntos, embora devessem necessitar um do outro. O empreendedor,

    muitas vezes, necessita dos recursos de uma grande empresa para testar suas

    ideias. Porm, gosta de ser seu prprio patro e a organizao de uma grande

    empresa costuma dar pouco espao para a independncia.

    A soluo para esse problema de relaes pode estar no surgimento dessa

    nova classe de empreendedores, os intraempreendedores.

    Alm do fato do empreendedor ser um indivduo que abre um negcio

    prprio, entra no mercado como empresrio e criador de empregos e o

    intraempreendedor ser um empreendedor trabalhando para algum, existem

    apenas tnues diferenas entre eles, quando existem.

    O intraempreendedorismo um sistema revolucionrio para

    acelerar as inovaes dentro de grandes empresas, atravs

    de um uso melhor dos seus talentos empreendedores. Os

    intraempreendedores so os integradores que combinam os

    talentos dos tcnicos e dos elementos de marketing,

    estabelecendo novos produtos, processos e servios.

    (Pinchot III, 1989).

    Os intraempreendedores so todos os sonhadores que realizam; aqueles

    que assumem a responsabilidade pela criao de inovaes de qualquer espcie

    dentro de uma organizao. O intraempreendedor pode ser o criador ou o inventor,

    mas sempre o sonhador que concebe como transformar uma ideia em uma

    realidade lucrativa (Pinchot III, 1989).

    2.2.8 Mandamentos do Intraempreendedor

    Os 10 mandamentos do intraempreendedor (Pinchot III, 1989):

    V para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido

    Evite quaisquer ordens que visem interromper seu sonho

  • Execute qualquer tarefa necessria a fazer seu projeto funcionar,

    a despeito de sua descrio de cargo

    Encontre pessoas para ajud-lo

    Siga sua intuio a respeito das pessoas que escolher e trabalhe

    somente com as melhores

    Trabalhe de forma clandestina o mximo que puder a publicidade

    aciona o mecanismo de imunidade da corporao

    Nunca aposte em uma corrida, a menos que esteja correndo nela

    Lembre-se de que mais fcil pedir perdo do que pedir

    permisso

    Seja leal s suas metas, mas realista quanto s maneiras de

    ating-las

    Honre seus patrocinadores

    Se algum lhe dissesse que mais de 50% do pessoal de vendas no tem

    perfil intraempreendedor (Vras, 1999), voc acharia engraado ou estranho. Mas

    a mais pura verdade, demonstrada cientificamente pela Thomas International,

    empresa que atua em mais de quarenta pases e tem mais de trinta mil clientes. A

    organizao, comandada no Brasil por Jorge Fernandes de Matos, aplica

    ferramentas de anlise de perfil pessoal, identificao do perfil comportamental do

    cargo e metodologias de desenvolvimento profissional. O sistema identifica o que

    a pessoa tem de melhor, como pode dar o melhor de si e crescer, ao contrrio de

    mtodos que destacam aspectos negativos e no so direcionados para

    mudanas, destaca Jorge, diretor da Thomas e da Dimenso Consultoria &

    Educao (apud Vras, 1999).

  • Empreendedores Internos

    http://www.santanacontabil.com.br/bol_novembro.php3 = 06/01/03

    BOLETIM DO EMPRESRIO >> Novembro / 2002

    Para ser um empreendedor, voc no precisa necessariamente montar o

    seu prprio negcio ou abandonar o emprego. Voc pode ser um "empreendedor

    interno" ou um "intraempreendedor".

    Dentro do conceito de empreendedorismo, h espao para a manifestao

    de caractersticas empreendedoras na prpria empresa, ainda que na condio de

    funcionrio ou colaborador.

    O conceito de empreendedor est relacionado diretamente a um conjunto de

    palavras-chave. Contar com funcionrios com comportamento empreendedor um

    ponto forte que representa vantagem competitiva nos negcios.

    Tais palavras-chave resumem-se, por exemplo, iniciativa, capacidade de

    assumir riscos, inovao, persistncia, aceitao s mudanas, confiana, senso

    de urgncia para aproveitar as oportunidades, percepo ativa da movimentao

    do mercado, desejo de evoluir, gana de vencer transformando ideias em realidade

    e disposio para trabalhar com comprometimento, dentre tantas outras.

    O empreendedor interno no limita seu trabalho disponibilidade de

    recursos e s oscilaes do mercado, mas, sim, associa-o viso, ao desejo efetivo

    de transformar ideias em realidade e ao descontentamento com o "velho".

    Ele usa toda sua imaginao, toda sua criatividade, depositando confiana

    naquilo que faz. O empreendedor interno arregaa as mangas, no poupa esforos

    e vai ao encontro dos desafios, objetivando v-los transformados em resultados.

    Mesmo diante dos fracassos e dos erros, o empreendedor interno no

    desiste de seus planos e passa todos os dias por um processo de aprendizagem,

    predominando, neles, uma caracterstica tipicamente brasileira: "levanta, sacode a

    poeira, e d a volta por cima".

  • O empreendedor interno aquele que dispe de todas estas caractersticas

    e agrega-as na empresa onde trabalha, colaborando para transform-la e mant-la

    em plena sintonia com as mudanas externas.

    Assim o empreendedor interno. Dispe de todas estas caractersticas e

    agrega-as na empresa onde trabalha, colaborando para transformar e mant-la em

    plena sintonia com as mudanas dos novos tempos.

    Todavia, um empreendedor interno necessita trabalhar numa empresa que

    oferea um ambiente com condies adequadas para operao de suas aes. Do

    contrrio, ele vai se sentir deslocado, sem espao e sem clima para manifestar seu

    trabalho, principalmente quando tiver que conviver com os sobreviventes da

    mudana que ele mesmo prope.

    Numa situao destas, certamente o caminho mais propenso tende ser a

    sua sada da empresa, resultando numa nova oportunidade de trabalho, onde ele

    possa identificar as caractersticas empreendedoras desejadas.

    Portanto, identifique entre seus colaboradores aqueles que apontam um

    comportamento empreendedor dentro do conjunto das caractersticas

    apresentadas.

    Observe seus hbitos, prticas e valores. Depois, faa com que trabalhem

    ainda mais de forma integrada, a fim de multiplicarem suas caractersticas aos

    demais integrantes da equipe de trabalho, de forma a contar com uma verdadeira

    equipe de empreendedores internos.

    No caminho desta orientao faz sentido um pensamento de Fernando

    Dolabela, uma das maiores referncias de Empreendedorismo no Brasil: "se voc

    ensina uma pessoa a trabalhar para outras, voc a alimenta por um ano; mas, se

    voc a estimula a ser empreendedor, voc a alimenta, e a outras, durante toda a

    vida".

    Considere, ainda, a ideia de que empreendedores internos tambm podem

    ser criados; nem sempre eles nascem feitos, derrube este mito. Hoje, um bom

    nmero de empresas buscam formatar a composio do quadro de suas equipes

    com empreendedores internos. Por que voc tambm no faz o mesmo?

  • A tendncia de que cada vez mais aumente esta realidade, reduzindo o

    espao para aqueles funcionrios que no se sensibilizam pela adoo de uma

    nova postura profissional e que, durante toda a sua passagem pela empresa,

    participaram de sua histria apenas como agentes passivos, deixando de agregar

    atividades diferentes em seu trabalho, contribuindo muito pouco ou quase nada

    para o processo de revitalizao da prpria empresa.

    Um ambiente conhecido como Nova Economia j pura realidade. A

    diferena no mais quantitativa quando se discute informaes, mas sim como

    ela usada.

    Da mesma forma, exige-se um repensar do conceito que voc tem de sua

    empresa, principalmente de micro, pequenas e mdias empresas. Os

    empreendedores internos podero auxili-lo nesta caminhada!

  • A PERSONALIDADE E O COMPORTAMENTO INTRAEMPREENDEDOR

    Shirley Piccolo Vieira

    Cada pessoa possui um padro nico de caractersticas psicolgicas,

    estvel ao longo de tempo, permitindo a identificao - a personalidade.

    A personalidade se revela na integrao do indivduo com seu meio

    ambiente e caracteriza a maneira de agir, pensar, sentir e ser de cada pessoa. A

    personalidade modificvel por fatores externos e internos, sendo que ao interagir

    com o meio sofre influncia dele, que pode favorecer ou impedir o ajustamento do

    indivduo.

    O comportamento do indivduo resultado da interao das suas

    caractersticas de personalidade com o ambiente externo.

    Segundo Porter apud CHIAVENATO(1998) o ser humano possui

    importantes caractersticas que muito influenciam no seu comportamento:

    pr-ativo, seu comportamento voltado para a satisfao de suas

    necessidades e alcance de seus objetivos; social, buscando manter nos

    grupos sua identidade e seu bem-estar psicolgicos; tem diferentes

    necessidades, o que o individualiza perante os demais; capaz de perceber

    situaes, selecionando os dados que esto disponveis e os avaliando; ele

    pensa e escolhe, seu comportamento proposital e cognitivamente ativo.

    O comportamento humano afetado por aspectos psicolgicos, biolgicos,

    sociolgicos, antropolgicos, econmicos e polticos. Desta forma percebe-se a

    natureza complexa do comportamento humano, que deve sempre ser avaliado de

    acordo com a situao.

    A personalidade empreendedora, conforme comentado por Robbins

    (2000), delineada por trs fatores: a motivao intrnseca movida pela alta

    necessidade de realizao, a autoconfiana responsvel pela elevada crena de

    que o indivduo quem controla sua prpria vida e a disposio para correr riscos

    moderados.

  • Para que o comportamento empreendedor possa ter lugar

    importante ento que personalidade empreendedora esteja aliado um ambiente

    apoiador. Aspectos tais como uma cultura que valorize o alcance do sucesso

    pessoal e que possua uma tolerncia maior ao fracasso proporcionam pessoa

    que possui uma personalidade empreendedora uma maior possibilidade de

    colocar em prtica suas ideias.

    O comportamento intraempreendedor pode ser favorecido na

    organizao desde que esta esteja empenhada em proporcionar aos seus

    trabalhadores um ambiente que permita que as pessoas exeram sua criatividade

    com a maior liberdade possvel. Para isto necessrio: Sensibilizar os altos

    executivos, Ter um executivo que defenda o processo, Ter estruturas para valorizar

    a criatividade (grupos, prmios, etc.), Manter a comunicao aberta, Envolver a

    rea de RH, Desenvolver a aceitao de mudanas, Encorajar novas idias,

    Permitir maior integrao, Tolerar erros, Definir objetivos claros e oferecer liberdade

    para alcan-los, Reconhecer os esforos individuais e coletivos.

    Uma Cultura Organizacional flexvel, aberta s inovaes, no

    capaz de fazer com que um trabalhador se torne um intraempreendedor, mas pode

    abrir os caminhos necessrios para que os indivduos que possuam uma

    personalidade empreendedora encontrem na sua organizao um ambiente que

    considere sua maneira de enxergar o mundo como um diferencial poderoso.

    BIBLIOGRAFIA

    CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 5 ed. So Paulo: Atlas, 1998.

    KAPLAN, Harold I.. Compndio de Psiquiatria: Cincias do Comportamento e

    Psiquiatria Clnica. 7 ed. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.

    POPCORN, Faith. O Relatrio Popcorn. 11 ed. - So Paulo: Publifolha, 1999.

    ROBBINS, Stephen. Administrao: mudanas e Perspectivas. So Paulo: Saraiva,

    2000.

    VERGARA, Sylvia Constant. Gesto de Pessoas. So Paulo: Atlas, 1998.

    WAGNER III, John et al.. Comportamento Organizacional - Criando Vantagem

    Competitiva. So Paulo: Saraiva, 1999.

  • O Que Empregabilidade?

    Carlos Hilsdorf

    http://www.webartigos.com/artigos/o-que-e-empregabilidade/10014/ = Acesso em

    07/10/2014

    Empregabilidade um tema extremamente dinmico e a lista de pr-

    requisitos necessrios para ser desejado pelo mercado cresce continuamente. As

    chamadas competncias essenciais vo se tornando mais amplas e mais

    complexas medida que o tempo passa.

    H algum tempo o capital intelectual era uma vantagem competitiva por

    excelncia. Hoje, sem a presena do capital emocional e do capital tico, apenas

    para citar duas concepes vigentes, apenas o capital intelectual no garante a

    contratao e permanncia no mercado de trabalho.

    Quanto mais aumenta o nvel da competitividade e, porque no dizer, a

    histeria corporativa, mais as questes relativas capacidade de enfrentar e

    conviver com altos nveis de presso tornam-se evidentes. Conviver

    cotidianamente com este nvel de presso no requer apenas intelecto relevante,

    mas, condies fsicas e mentais pra l de saudveis. As maiores causas de

    afastamentos a partir do nvel gerencial se devem a transtornos psicolgicos,

    muitos deles potencializados pelo estresse negativo oriundo dos nveis crescentes

    de presso e da falta de uma disciplina que permita crescimento na carreira

    associado qualidade de vida. Sim, isso possvel!

    O conceito de empregabilidade extremamente simples, resume-se nas

    respostas s seguintes perguntas:

    1. Quanto a sua bagagem pessoal e profissional interessante para o

    mercado? 2. Que "diferenciais nobres" voc possui quando comparado a outros

    profissionais com uma formao e trajetria parecidas com a sua?3. Quais as

    razes que justificam o desejo de uma empresa em ter voc como parte do capital

    estratgico/competitivo da organizao?4. O quanto a sua histria de vida e de

    carreira falam mais alto que seu currculo.

    Ou seja, quando voc pensa nas pessoas que detm o poder de contrat-lo

    voc tem que pensar: Afinal por que elas se importariam?

  • Voc no vale apenas o quanto sabe, mas vale o quanto "". Uma pessoa

    de grande competncia tcnica cujas qualidades morais e ticas no sejam

    comprovveis j no interessa a uma organizao lcida.

    Ser digno de confiana um pr-requisito fundamental que sobrepe o

    desejo por desafios e a capacidade de trabalhar sobre presso.

    Seus diferenciais nobres so aqueles que esto to associados ao seu ser,

    e que se tornam difceis de serem copiados por seus pares: sua personalidade, seu

    carter e o seu comportamento esto entre elas. Diferenciais pobres so facilmente

    copiados. Diferenciais nobres so os verdadeiros diferenciais!

    Os cases que voc ajudou a escrever e que so anteriores busca atual por

    emprego falam mais alto que seu currculo. Mesmo que voc esteja saindo da

    universidade, cases que voc tenha construdo enquanto graduando ou ps-

    graduando, testemunhos de professores que tenham respeito por seu potencial,

    tudo isto conta a seu favor. Somos uma sociedade relacional, quem conhece voc

    e o que estas pessoas pensam a seu respeito de enorme importncia!

    Por isso, no despreze o seu marketing pessoal, estou falando

    verdadeiramente de marketing pessoal, no de agir como um "marketeiro barato",

    destes que pretendem enganar o mundo com uma genialidade que ningum a no

    ser sua prpria vaidade consegue perceber.

    Se voc tem valor, o mundo precisa ser informado deste valor, at porque

    os "indivduos marketeiros" j citados estaro sempre divulgando um valor que no

    possuem e roubando oportunidades dos competentes omissos. Por isso, voc, que

    uma pessoa de valor, deve e merece ser reconhecido e as ferramentas de

    marketing tambm existem para trabalhar em favor da verdade e da tica!

    Quanto maiores forem as suas condies de manter a mente aberta para

    transitar com qualidade por ambientes multiculturais e colaborar na elaborao de

    cases em cada ambiente que voc frequenta, maior a sua empregabilidade!

    O mundo demanda por profissionais competentes, ticos, determinados e

    com viso de futuro. Nenhuma competncia acima da mdia ser desprezada se

    no o for primeiro por quem a possui.

  • Automotivao significa acreditar em seus motivos para agir e, com base

    nesta certeza, cativar a confiana e as oportunidades que dependem daqueles que

    tm poder de deciso.

    Sua empregabilidade depende da sua capacidade de gesto da sua prpria

    vida e carreira. E diferenciais, devem por definio, ser DIFERENTES!

    Gere impacto, torne-se merecedor de ser lembrado e desejado pelo

    mercado.

    Empregabilidade uma questo de uma excelente bagagem e um timo

    marketing pessoal.

    Voc deve buscar ser to bom que at seus concorrentes tenham que admitir

    em silncio: Este cara demais! Esta garota impossvel!

    _______________________________________________________________

    Carlos Hilsdorf Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores

    palestrantes do Brasil. Economista, Ps-Graduado em Marketing pela FGV,

    consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso

    Mundial de Administrao (Alemanha) e do Frum Internacional de Administrao

    (Mxico). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5

    melhores obras do gnero. Presena constante nos principais Congressos e Fruns

    de Administrao, RH, Liderana, Marketing e Vendas do pas e da Amrica Latina.

    Referncia nacional em desenvolvimento humano.www.carloshilsdorf.com.br

  • Transforme-se de empregada a empresria de sucesso

    http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI3498002-EI4790,00-

    Transformese+de+empregada+a+empresaria+de+sucesso.html = Acesso em

    07/10/2014

    No dicionrio da lngua portuguesa Houaiss, empreender significa realizar

    ou decidir realizar uma tarefa difcil e trabalhosa. Comear um negcio no fcil

    mesmo, mas tambm no impossvel. O segredo est em muita pesquisa e em

    um bom planejamento.

    A boa notcia que no h restries para comear a pensar no seu

    negcio. Engana-se quem pensa que empreendedorismo apenas caso de

    talento nato. Essa atitude pode ser estimulada de diversas maneiras, seja na

    famlia ou at mesmo na empresa. E em qualquer idade.

    " preciso despertar o interesse na pessoa e que ela tenha espao para que

    consiga criar seu projeto", afirma Vera Volpato, empresria e professora de

    marketing e empreendedorismo social do Senac SP.

    "Pode ser desenvolvido e estimulado j nas crianas", afirma Sylvio Araujo

    Gomide, diretor do Comit de Jovens Empreendedores da Fiesp (Federao das

    Indstrias do Estado de So Paulo). Ele d um exemplo bsico: os pais param

    para abastecer o carro num posto de gasolina lotado. Se tivessem esprito

    empreendedor comentariam o fato, perguntando se por causa do bom

    atendimento, se a escolha do ponto foi fundamental. Isso j vai despertando essa

    viso diferenciada, que depois pode ser aprimorada, principalmente com o

    trabalho.

    Duas caractersticas, no entanto, so fundamentais: ter paixo pelo negcio e ter

    esprito batalhador para superar os momentos difceis.

    Hora de colocar as mos obra

    O primeiro passo planejar a execuo do negcio. Para isso, preciso conhecer

  • muito bem as caractersticas, particularidades e desafios do ramo escolhido.

    Noventa por cento das empresas fecham antes de completar o primeiro ano no

    Brasil. "Muitas foram criadas a partir de grandes ideias, mas sem embasamento

    em pesquisas", diz Sylvio Gomide.

    E melhor se esse conhecimento no for apenas terico. "Ganha-se bases mais

    slidas trabalhando em uma empresa do ramo", afirma Vera. A empresa na qual

    se trabalha no s pode ser um campo de experimentao como tambm um

    futuro cliente. "Muitos empregados tornam-se prestadores de servio qualificados,

    pois j conhecem quais as principais necessidades do cliente. Ou seja, o

    funcionrio acaba no deixando a companhia de fato", explica a professora do

    Senac.

    Foi o que aconteceu com as empresrias Marcelle Comi e Fernanda Lancelloti.

    H cinco anos abriram a Dreams Arquitetura de Ideias, empresa especializada em

    criar e produzir gifts (brindes) corporativos e promocionais. Hoje so prestadoras

    de servio da agncia onde trabalhavam. Foi l que surgiu a ideia de ter um

    negcio prprio. "Vimos que havia uma demanda enorme que no era atendida",

    diz Marcelle.

    Outros desafios

    Mas isso s o comeo. Alm do conhecimento tcnico, preciso saber lidar

    com o mercado, formar e treinar equipe, conhecer o pblico-alvo, cuidar da

    administrao e dos trmites burocrticos.

    Mesmo com tudo redondo - finanas, planejamento, equipe -, ainda falta um

    elemento fundamental: estabilidade emocional para orquestrar todos esses

    elementos e, principalmente, manter a equipe de trabalho motivada. Nisso as

    mulheres tm vantagem. "Acreditam muito mais que iro ser bem-sucedidas,

    aceitam os desafios mais facilmente do que os homens", afirma Vera.

    Comprovao

    Isso pode ser comprovado pela histria da Dreams. No comeo, o desafio foi

  • divulgar uma empresa que atuava num segmento novo e no ter cases no

    portflio para ajudar a fechar negcios. E para vencer essa etapa, as empresrias

    trabalharam no risco. "Fazamos todo o projeto, prestvamos consultoria, sem ter

    nenhuma garantia de que o cliente iria fechar conosco. Com o passar do tempo,

    decidimos valorizar a empresa e hoje cobramos pela consultoria e criao dos

    projetos. O cliente pode fazer ou no a produo conosco", conta Marcelle.

    O resultado? Uma carteira de clientes como Lufthansa, Visa Electron, Telecine,

    Nokia, Alianz, alm de agncias de promoo e propaganda como Loducca,

    Talent, Ogilvy, Samurai, entre outras. No ano passado, a Dreams foi uma das 10

    empresas finalistas no 2 Prmio Empreendedor de Sucesso, promovido pelo

    Centro de Empreendedorismo e Novos Negcios da Fundao Getlio Vargas.

    Principais passos para ter seu prprio negcio

    - Pesquise o setor no qual pretende atuar. E no se baseie apenas na

    concorrncia. "Seja inovador, pois possvel ter sucesso mesmo em reas que

    julgamos estar repletas", afirma Sylvio.

    - Estude o segmento a fundo e todos os aspectos necessrios boa

    administrao de uma empresa. errado pensar que o negcio dar certo

    apenas com esforo, se voc trabalhar das 8h s 22h, por exemplo. "No se deve

    decidir abrir uma loja s porque conhece uma que existe h 30 anos", diz Vera.

    - Comece com os ps no cho. Trace planos que sejam viveis.

    - O negcio, em qualquer rea que seja, deve ter bagagem social e ambiental.

    "No papo da moda. Empresas com esse perfil so mais bem vistas. Se no

    estiver ligado a esses setores, o negcio no ir sobreviver a longo prazo", diz o

    diretor do CJE da Fiesp.

    - Empreender no significa fazer tudo sozinha. possvel contar com as

    informaes e conselhos de empresas de consultoria, que organizam um plano de

    ao, verificam se o negcio vivel antes de se iniciar, listam os pontos

    positivos e negativos, prevem o tempo de retorno e identificam o pblico-alvo e

  • os principais concorrentes.

    - Mesmo em negcios que necessitam de baixo capital de investimento,

    necessrio contar com capital de giro, o que pode multiplicar os gastos iniciais.

    Durante seis meses no se pode contar com os rendimentos do negcio. Todo o

    lucro deve ser reinvestido como capital de giro. As despesas particulares no

    podem em hiptese alguma ser pagas com o dinheiro do empreendimento. Isso

    muito importante para garantir o futuro do investidor, principalmente quando se

    est investindo dinheiro proveniente de aposentadoria ou resciso de contratos de

    trabalho.

  • O NO j est garantido

    Gasto Reis

    S M A R T 3 0 O BOLETIM DO EMPREENDEDOR

    Edio 170 - Ano IV Nmero 39 - 30 Setembro 2002

    Neste ltimo sbado de setembro corrente, um amigo me fez uma

    proposta para desenvolver um projeto que ia bem alm de nosso interesse

    individual. Em relao instituio a que deveria ser apresentado, arrematou

    dizendo: O no j est garantido. Dei uma boa risada, pois me dei conta naquele

    momento da importncia de agir para que as coisas aconteam. Quem no faz

    nada tem garantido um belo no a suas pretenses.

    H poucos dias, li no para-choque de um caminho a frase Velocidade

    controlada por buracos. A interpretao mais imediata que se mantinha dentro

    dos limites permitidos devido ao risco representado pelos buracos. Tambm podia

    ser uma crtica s condies precrias das estradas. Ou ainda, que andaria mais

    rpido se no fossem os buracos. A dose de sabedoria vinha de saber contornar,

    literalmente, as dificuldades encontradas pelo caminho. Em qualquer das

    alternativas, ele acabava andando mais devagar, mas continuava a se mexer, a ir

    em frente. Sem essa de no garantido em relao a chegar aonde pretendia. Alm

    do mais, ir mais rpido bem poderia ser a garantia de antecipar aquela entrevista

    com So Pedro. Ou de chegar a outro local no desejado...

    Nessa questo do no garantido, o que mais impressiona como certas

    restries podem permanecer, mesmo quando as circunstncias so outras.

    Demnios que continuam a nos infernizar a alma e a vida prtica aps a sesso de

    exorcismo. Uma experincia com macacos que chegou ao meu conhecimento

    recentemente ilustra a perfeio esse tipo de situao.

    No centro de uma jaula com cinco macacos, cientistas puseram uma

    escada com um cacho de banana no topo. Sempre que um macaco resolvia subir

    a escada para pegar as bananas, os quatro que permaneciam no cho levavam um

    jato de gua fria. A repetio desse processo fez com que os demais enchessem

    de pancadas o macaco que tivesse a ousadia de subir a escada em direo ao seu

    sonho. Aps certo tempo, nenhum macaco subia mais a escada. Em seguida, os

  • cientistas substituram um dos cinco macacos por um novo macaco que

    desconhecia os estranhos hbitos do grupo. Quando o novo macaco tentou subir a

    escada, os demais caram de pau nele. Aps algumas surras, ele j tinha pegado

    o esprito da coisa. Um segundo macaco foi substitudo e repetiu-se a mesma cena

    de surras e acomodao lei do porrete do grupo. Vale mencionar que o primeiro

    macaco participou animadamente da sesso de porrada no segundo macaco

    substitudo. E assim por diante at que o ltimo macaco veterano do grupo inicial

    foi substitudo sem causar maiores alteraes quanto s reaes do grupo.

    Curiosamente, desde o primeiro macaco substitudo, o jato de gua fria havia sido

    suspenso, mas nem por isso era menos efetivo.

    Caso fosse possvel perguntar a algum integrante da nova gerao de

    macacos por que batiam em quem tentasse subir a escada em direo s bananas,

    a resposta seria do tipo: No sei, mas as coisas sempre funcionaram dessa forma

    por aqui... O no j estava garantido mesmo.

    A lio que fica dessa histria dupla. A primeira nos perguntar, de vez

    em quando, por que continuamos batendo (sem esquecer de passar essa histria

    aos amigos)? A outra, menos bvia, nos perguntar por que continuamos a nos

    bater em relao a sonhos nossos longamente acalentados, mesmo sem termos

    recebido jatos de gua fria na jaula dos macacos? Nossa capacidade de direcionar

    a ducha de gua fria contra nossos sonhos sempre impressiona. E a razo menos

    esotrica do que se possa pensar primeira vista no dedicamos tempo suficiente

    para transformar nosso sonho em realidade. O critrio para saber se voc vai

    chegar l muito simples. Se voc no estiver dedicando tempo ou dinheiro (ou

    ambos) ao seu sonho, voc quase que certamente ter que enfrentar o pesadelo

    de no v-lo realizado.

    No h nada mais triste do que ser integrante do bloco do no garantido.

    Definitivamente, esse no o bloco do empreendedor. Nem mesmo nos dias de

    carnaval.

    CITAO: Triste poca! mais fcil desintegrar um tomo do que um

    preconceito. Albert Einstein.

  • Motivao

  • A motivao e o empreendedor

    Segundo Maslow, o comportamento humano motivado pela insatisfao

    de suas necessidades. Maslow, tambm, afirma que cada indivduo atualiza-se por

    si mesmo, buscando seus prprios objetivos, desta maneira cada um capaz de

    alcanar nveis de satisfao atravs de uma aprendizagem que acarreta a

    motivao para o desenvolvimento do indivduo.

    Vrios so os conceitos de motivao, mas h um consenso de que

    motivao um estado interno ou uma condio - descrita como uma

    necessidade, um desejo ou um querer que provoca determinados

    comportamentos do indivduo e estimula sua persistncia. A motivao

    importante, pois ela est envolvida em todas as respostas individuais, ou seja,

    influencia no comportamento humano.

    As teorias sobre motivao so muitas, porm todas tm um fundamento

    bsico que a satisfao das necessidades do indivduo (HUITT, 2003).

    Tanto que Huitt (2003) e Alberton (2002) colocam que a dvida fica em

    quanto a motivao pode alterar o comportamento do ser humano, o quanto ele

    pode ser modificado em razo da motivao. O conceito de comportamento

    muito complexo, porm, estudos tambm demonstram que o meio ambiente, a

    percepo, a memria, o desenvolvimento cognitivo, o emocional, a

    personalidade podem ter influncia pela motivao.

    Deve ficar claro que emoo no motivao. Emoo o resultado da

    interao entre o indivduo e algum estmulo externo (HUITT, 2003).

    Todo comportamento humano tem um motivo, uma causa, uma

    coerncia interna (ALBERTON, 2002). A motivao o que faz as pessoas

    agirem, e, normalmente provocadas pela necessidade de cada indivduo. Sabe-

    se que a necessidade surge quando se rompe o estado de equilbrio do

    organismo, podendo causar tenso, insatisfao e desconforto.

    Considera-se que a motivao individual, dependendo das

    experincias de cada pessoa, provoca estmulos internos suprindo suas

  • necessidades, a fim de chegar aos seus desejos, muitas vezes enfrentando e

    superando desafios (HUITT, 2003).

    A motivao primordial para que as pessoas desenvolvam suas

    tarefas, principalmente na sociedade atual, onde h grandes competies. a

    motivao que transforma um ser humano em empreendedor.

    A motivao est diretamente relacionada a dinmica do

    comportamento do ser humano, ento motivar significa estimular a fazer algo

    ou buscar um objetivo, ou seja, motivao suprir as necessidades de cada

    um.

    A palavra Motivao vem do latim movere, e significa mover. De acordo

    com o Dicionrio Aurlio Online, o significado de Motivao o seguinte:

    s.f. Ato ou efeito de motivar. &151; Palavra

    popularmente usada para explicar por que as

    pessoas agem de uma determinada maneira. Em

    psicologia e nas outras cincias do

    comportamento,