apostila empreendedorismo[1]

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Curso Superior de Estética e Cosmetologia - UNISUAM - ISBF CURSO SUPERIOR DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA período EMPREENDEDORISMO (ESTUDO E REVISÃO) Profª Suely Motta Graduação em Administração de Empresas Mestrado em Gestão Empresarial UMA PUBLICAÇÃO Rio de Janeiro – 2004

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Curso Superior de Estética e Cosmetologia - UNISUAM - ISBF

CURSO SUPERIOR DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA

4º período

EMPREENDEDORISMO (ESTUDO E REVISÃO)

Profª Suely Motta Graduação em Administração de Empresas

Mestrado em Gestão Empresarial

UMA PUBLICAÇÃO

Rio de Janeiro – 2004

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CURSO SUPERIOR

DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA 4º período

EMPREENDEDORISMO (ESTUDO E REVISÃO)

Copyrigth © da Autora Profª Suely Motta

Graduação em Administração de Empresas Mestrado em Gestão Empresarial

É proibida a reprodução total ou parcial deste texto, sejam quais forem os meios empregados ( impressão, mimiografia, fotocópia, datilografia, gravação, reprodução em discos, fitas, CD ou DVD), sem permissão por escrito do Titular da Obra. Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 122 e 130 da lei 5.988 de 14/12/83. Esta obra foi publicada e editada pelo convênio entre o ISBF- Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas da Saúde, da Beleza e da Forma e o Centro Universitário Augusto Motta

Direitos de Publicação ©

Publicado em Julho de 2004 Rio de Janeiro – RJ - BRASIL

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UNISUAM – Centro Universitário Augusto Motta

Material de Apoio Disciplina: Empreendedorismo

Professora Suely Motta

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Introdução

“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais

do que a revolução industrial foi para o século XX”

(Jeffry Timmons, 1994) O

termo empreendedorismo surgiu da palavra entrepreneur, de origem francesa, que

significa aquele que quer assumir alguns riscos e começar algo novo. Historicamente,

o primeiro exemplo de utilização do termo foi por Marco Pólo, que tentou estabelecer

uma rota comercial para o Oriente, assinando um contrato com um homem que

possuía dinheiro para vender suas mercadorias. Dessa forma, correu todos os riscos

para colocar em prática o seu plano.

Richard Cantillon, escritor e economista do século XVII, foi um dos primeiros a

diferenciar o empreendedor – que assume riscos – do capitalista – que fornece o

capital.

Os conceitos sobre empreendedor são ponto de partida para pesquisadores, que

estudam condições e fatores que levam o empreendedor ao sucesso. Exemplo de

empreendedor:

° Alguém que crie uma empresa ° Alguém que compre uma empresa e introduza nela

inovações, agregando novos valores.

° Algum empregado que introduza inovações em sua organização, também agregando

valores novos.

Note bem que gerenciar um negócio não significa ser empreendedor.

Empreendedorismo implica fundamentalmente em inovar, assumir riscos e agregar

valores. Repetir ou dar continuidade a velhas fórmulas administrativas de venda,

fabricação, distribuição e propaganda dos produtos da empresa não é ser

empreendedor.

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É comum confundir-se o empreendedor com o administrador, mas o empreendedor

tem algumas características que o diferenciam do administrador. Enquanto que as

ações do administrador se concentram em planejar, organizar, dirigir e controlar, as

ações do empreendedor, além dessas, devem se somar alguns atributos pessoais a

outras características e influências sociais, ambientais e culturais que permitem o

surgimento de uma nova empresa.

Além da criação de empresas, o empreendedorismo trata ainda de outros temas:

° Políticas públicas de incentivo a formação de empresas apoio a empreendedores °

Trabalhadores autônomos que geram seus próprios empregos ° Intra-

empreendedorismo, como uma aplicação do termo a empregados de organizações

que sejam ou devam ser empreendedores. ° Empreendedorismo social ou comunitário

e o estudo de como e porque as comunidades empreendem

O Mercado necessita de empreendedores, que sejam ousados, acompanhem as

constantes transformações do mundo, tenham capacidade de inovação diante dos

avanços tecnológicos constantes e consigam agregar valores e assumir riscos diante

de quadros econômicos instáveis dos meios de produção e serviços cada vez mais

modernos.

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I – O EMPREENDEDOR

O Empreendedorismo no Mundo

O empreendedorismo tem sido o centro das atenções para políticas públicas na

maioria dos países. Em todo o mundo, seu crescimento ocorreu na década de 90,

quando observamos diversas ações e pesquisas relacionadas ao tema. Estudo do

Global Entrepreneurship Monitor (1999) demonstram que:

° Em 1988 o Reino Unido publicou relatório sobre futuro competitivo, enfatizando o

desenvolvimento de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na região.

° Na década de 90, na Alemanha, cerca de 200 (duzentos) centros de inovação foram

estabelecidos para prover recursos e apoio para empresas iniciantes

° Em 1995 a Finlândia lançou o decênio do empreendedorismo, com objetivo de dar

suporte às iniciativas e incentivar a criação de empresas novas, promovendo o

empreendedorismo como fonte de geração de emprego.

° Em Israel, país que enfrenta desafios constantes devido ao grande número de

imigrantes, foi criado o programa Incubadoras Tecnológicas, com 26 incubadoras e

mais de 500 (quinhentos) negócios estabelecidos.

° A França promove o ensino de empreendedorismo e a criação de incubadoras nas universidades,

incluindo lançamento de competição nacional para novas empresas de tecnologia.

Entretanto, o maior exemplo de compromisso nacional com o empreendedorismo está no

Estados Unidos. Milhões de dólares são investidos em programas de apoio ao

empreendedorismo, iniciativas dos governos locais e de organizações privadas. Hoje, mais de

1.100 escolas ensinam empreendedorismo nesse país. E os resultados desse emprenho pode

ser visualizado: ° Desde 1980, as 500 (quinhentas) maiores empresas listadas na Fortune

eliminaram mais de 5 milhões de postos de trabalho, enquanto que as pequenas

empresas criaram mais de 34 milhões de postos.

° Em 1996, as pequenas empresas americanas criaram 1,6 milhão de novos postos de

trabalho, sendo que 15% das empresas que mais crescem são responsáveis por

94% dos novos postos de trabalho.

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° Empresas com menos de 500 (quinhentos) funcionários empregam 53% da mão de

obra e são responsáveis por 51% do PIB americano. ° De todas as empresas

americanas, 16% foram criadas a menos de um ano. ° Os EUA vêm crescendo por

oito anos consecutivos, período mais longo de crescimento contínuo no século XX.

Esses números nos permitem afirmar que o empreendedorismo pode ser considerado

um combustível para o crescimento econômico, através da criação de emprego e

renda, colaborando também para manter baixo o índice de desemprego.

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O Empreendedorismo no Brasil

Por aqui o movimento do empreendedorismo também se iniciou na década de 90,

através de entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software).

O Sebrae é bastante conhecido entre os pequenos empresários brasileiros, pois é lá

que encontram suporte para iniciar uma empresa, dicas de como administrá-la e

auxílio para resolver seus problemas.

Diversas ações vêm sendo desenvolvidas no Brasil para desenvolver o potencial

empreendedor existente no país:

° Programas de empreendedorismo em software apoiatos pela Softex e Gênesis

(Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) estão apoiando

o ensino em universidades e criação de novas empresas;

° Ações para capacitação do empreendedor como o Jovem Empreendedor do Sebrae

e o programa do governo federal Brasil Empreendedor, com investimentos de 8

bilhões de reais em todo país.

° Criação de cursos e programas nas universidades brasileiras para ensino do

empreendedorismo. ° Criação de empresas na internet e apoio de entidades aos

empreendedores das ponto.com.

° Crescimento das incubadoras de empresas, com 135 empresas incubadoras, 1.100

empresas incubadas e cerca de 5.000 empregos diretos.

Apesar de faltar políticas públicas e melhor organização para o setor, em relatório de

2000 do Global Entrepreneurship Monitor, o Brasil apareceu como o país de melhor

relação entre número de habitantes adultos que começam um negócio e o total dessa

população. Em 2001, diante de 29 países, o Brasil ficou em quinto lugar, com cerca de

1 (um) empreendedor para cada 7 (sete) pessoas.

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Em um país com índices de desemprego alarmantes e crescentes, o investimento e a

consolidação do empreendedorismo no Brasil parece uma excelente alternativa à falta

de emprego e oportunidades. Entretanto é importante diferenciarmos o empreendedor

verdadeiro de um “sobrevivente”. Existem diversos conceitos e ferramentas

importantes que devem ser dominadas por quem quer ser um empreendedor de

sucesso,

Características, Qualidades e Perfil do Empreendedor:

“Tinha prazer em se diferenciar das outras meninas,

como se fosse pecado ser igual.”

(Fernando Dolabella sobre Luíza)

Pesquisas em todo o mundo apontam algumas características que formam o chamado

Perfil Empreendedor. Por ser o empreendedorismo um fenômeno cultural, o

empreendedor é altamente influenciado pelo meio em que vive, sendo visto como um

ser social, ou seja, produto do meio em que vive (época e lugar). O

empreendedorismo é também um fenômeno regional, pois existem regiões mais ou

menos empreendedoras que, por sua vez, colaboram de forma diferenciada para o

perfil dos empreendedores.

As pessoas que possuem aptidões encontradas em empreendedores de destaque têm

mais chances de dar certo empreendendo, pois as características inatas ou adquiridas

pelo empreendedor são decisivas para se obter sucesso. Todos os pesquisadores

acreditam ser possível a alguém tornar-se um empreendedor, sendo também possível

receber a influência convivendo com empreendedores do círculo de relações familiares ou

pessoas tidas como “modelo” (empreendedores ou empresas de sucesso).

Embora não haja garantia de que os indivíduos portadores dessas características

tenham garantido o sucesso ou se uma pessoa vai ou não ser bem sucedida como

empreendedora, é fundamental conhecer as características que formam o perfil

empreendedor para aumentar a probabilidade de sucesso na abertura de um negócio.

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Diversas pesquisas e literaturas apontam para o perfil do empreendedor como as de

Timmons (1994) e Hornaday (1982). De um modo geral, Empreendedor é aquele que:

° Tem disposição para assumir riscos calculados, minimizando os insucessos; ° Tem

necessidade de realização e se alegra com seus feitos; ° Esbanja autoconfiança; °

Gosta de inovar em idéias, sugestões e soluções; ° Sabe se relacionar com as

pessoas; ° É dinâmico e gosta de trabalhar em equipe; ° Vê a vida de forma

diferente dos outros.

“O empreendedor é a pessoa que inicia ou opera um negócio para realizar uma idéia

ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente”.

(Chiavenato, 2004)

O empreendedor não é um aventureiro. Gosta do risco, mas assume riscos

moderados, fazendo de tudo para minimizá-lo.

Além das características pessoais indicadas, para que o empreendedor obtenha

sucesso é essencial ter conhecimento técnico na sua área de atuação e domínio de

ferramentas gerenciais para criação e desenvolvimento de uma nova empresa, como

marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão,

controle das ações da empresa e negociação. Entretanto acredita-se que o indivíduo

dotado das características dos empreendedores de sucesso saberá aprender o que for

necessário para a criação, desenvolvimento e realização de sua visão.

Existem também comportamentos extremamente negativos, que atrapalham bastante

o desenvolvimento do espírito empreendedor.

O que o empreendedor não pode ter:

° Medo do fracasso ° Pessimismo ° Falta de confiança e persistência ° Fixação

funcional (achar que nunca vai mudar) ° Falta de iniciativa ° Mau humor ° Autoritarismo

° Excesso de trabalho ° Falta de apoio ° Falta de estímulo ° Ambiente muito crítico

(mata a criatividade / inovação)

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Objetivos

Em 1947 Schumpeter já caracterizava o empreendedor como sendo “a pessoa que

destrói a ordem econômica existente graças à introdução no mercado de novos

produtos / serviços, pela criação de novas formas de gestão ou pela exploração de

novos recursos, materiais e tecnológicos.”

Os principais objetivos de ser um empreendedor estão ligados à possibilidade de abrir

um negócio, mas também envolvem outros aspectos, como a compra de um negócio e

conseqüente introdução de inovações ou até mesmo ter características e perfil de

empreendedor como funcionário

de uma empresa. Podemos dizer que também são objetivos do empreendedor:

° Criar empregos;

° Utilizar ferramentas da qualidade;

° Fazer as coisas acontecerem;

° Trabalhar muito bem a sua empregabilidade;

° Estar pronto para se adaptar e atuar como um agente de mudanças;

° Não ser apenas o seu cargo

° Ter uma estratégia certa para o momento certo;

° Estar sempre pronto para novas experiências.

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Planejamento “Um empreendedor é uma pessoa que imagina,

desenvolve e realiza visões” (Filion, 1991)

O planejamento é de fundamental importância nas realizações do empreendedor.

Como veremos mais adiante, é através de um plano que a viabilidade do negócio pode

ser estudada. É por meio do planejamento que os riscos podem ser minimizados.

Portanto, o verdadeiro empreendedor:

° Tem um plano de vida;

° Tem visão de futuro e capacidade de antecipar-se aos fatos;

° Enxerga oportunidades onde ninguém viu; ° Conhece os pontos fortes e fracos do

seu negócio.

Este último é ingrediente fundamental na elaboração do planejamento estratégico de

qualquer empresa. Afinal, como explorar as necessidades do mercado sem conhecer

os pontos fortes do negócio? Como melhorar a imagem e os processos da

organização sem conhecer os pontos fracos do empreendimento?

Ao montar um plano de negócios o empreendedor, além de conhecer esses pontos,

deve também definir a visão e a missão da empresa.

Uma das ferramentas mais utilizadas em planejamento, especificamente planejamento

estratégico, é também conhecida como Análise SWOT (Strengths, weaknesses,

opportunities, threats) ou, em português, análise FOFA (Forças, Oportunidades,

Fraquezas e Ameaças). As Forças e fraquezas são analisadas em relação à empresa

e suas condições internas, enquanto que as oportunidades e ameaças relacionam-se

com o ambiente em que o empreendimento está inserido.

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Informações

A afirmação, de Fernando Bartolomé, de que “As Organizações viverão ou morrerão,

dependendo da habilidade que tiverem para processar dados, transformá-los em informações,

distribuí-las adequadamente e usá-las com rapidez para tomar decisões hoje e mudá-las

amanhã, quando chegarem novas informações.” aponta com clareza o futuro das empresas

de acordo com a postura que adotarem diante da Era da Informação em que vivemos:

Certamente que o empreendedor, trabalhando sua curiosidade como uma qualidade,

sabe valorizar as informações adequadas e transformá-las em conhecimento, para

deles tirar proveito e intensificar sua constante busca por inovação. Ele:

° Conhece os avanços da tecnologia para inovar com responsabilidade;

° Tem habilidade técnica e gerencial;

° Possui uma rede de relacionamentos profissionais (networking);

° Sabe tomar e implantar decisões (decisão = 30% e implantação = 70%);

° Avalia o tempo todo, tanto seu negócio como o mercado em que atua;

Criatividade e Percepção

Além das características já apontadas como componentes do perfil de

empreendedores de sucesso duas habilidades são fundamentais para que a inovação

possa aflorar no empreendedor: Criatividade e Percepção.

Além de ter prazer em mostrar o seu talento, o empreendedor precisa desenvolver

essas duas habilidades para:

° Conseguir transformar uma idéia em uma realidade lucrativa; ° Identificar oportunidades para criar novos negócios; ° Ter uma idéia fabulosa, mas acima de tudo fazer ela acontecer;

Entretanto, alguns fatores podem influenciar negativamente o desempenho de um

empreendedor, como um ambiente organizacional conservador, tradicional e resistente

às mudanças, estruturas organizacionais burocráticas e muito hierarquizadas, chefias

centralizadoras e autoritárias, enfim, tudo que puder restringir a criação e a inovação.

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II – O MERCADO EMPREENDEDOR

Componentes do mercado empreendedor

Para conhecer os componentes do mercado em que atuará, o empreendedor, que faz

questão de uma informação de qualidade para tomar suas decisões, precisa realizar

pesquisas. Sejam informações veiculadas por revistas, jornais e internet, sejam

pesquisas obtidas através de entrevistas, é fundamental que sejam feitas para se

minimizar os riscos de inserção da empresa no mercado.

O consumidor

É fundamental para o sucesso de um negócio que o empreendedor conheça seus

clientes. A melhor maneira de conhece-los é pesquisando, seja através de empresas

especializadas ou com recursos próprios. Algumas perguntas precisam ser

respondidas:

1. 1. Quantas pessoas estariam interessadas em comprar o produto?

2. 2. Qual a demanda, em quantidade, do produto?

3. 3. Qual o perfil dos consumidores (dados sobre idade, renda,

escolaridade, etc.)

4. 4. Quais os hábitos de compra dos consumidores? Como o produto deve

chegar até eles?

5. 5. Como os clientes desejam o produto (aspectos, benefícios, valor

agregado)?

6. 6. Que preço os clientes estariam dispostos a pagar pelo produto?

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O fornecedor

Para iniciar um negócio, é importante também conhecer quem irá fornecer os insumos

necessários à operação da empresa. Para isso, uma pesquisa entre os fornecedores

também é indicada, com perguntas como?

1. 1. Quais são os fornecedores?

2. 2. O que eles oferecem?

3. 3. Quais as condições de fornecimento (localização, preço, prazo de

entrega, condições de pagamento)?

4. 4. Para quais concorrentes fornecem?

5. 5. Quais os pontos fortes e fracos de cada um?

O concorrente

Conhecer a concorrência é também vital para a empresa sobreviver e manter-se no

mercado. Além do mais, como superar a concorrência sem conhecê-la? Questões que

devem ser respondidas para se conhecer a concorrência:

1. 1. Quais são os maiores concorrentes?

2. 2. Que produtos e serviços oferecem?

3. 3. Quais seus pontos fortes e fracos?

4. 4. Que tipo de produto seria concorrente do seu negócio?

5. 5. Esses produtos atendem a toda a demanda?

6. 6. Qual o grau de satisfação dos clientes?

7. 7. Qual o grau de fidelidade dos clientes às empresas já estabelecidas?

8. Qual a reação dos concorrentes à entrada de mais uma empresa no mercado deles?

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Fundamentos de Marketing

Produto

Os produtos possuem atributos que os diferenciam uns dos outros. São características

que podem torná-los únicos, como marca, logomarca, embalagem, cor, design e

qualidade.

Serviço O que os consumidores procuram? ° Algo tangível ° Confiabilidade ° Responsividade °

Garantia ° Empatia ° Testemunho

Formação de preço

Alguns fatores devem ser considerados para se determinar o preço de um produto:

° Custos – Inicialmente, o empreendedor precisa ter conhecimento exato de

seus custos, para saber se a empresa tem condições de atuar no mercado

ou não. Considerando custos fixos e custos variáveis da empresa, deve-se

calcular seu ponto de equilíbrio (onde o lucro ainda não existe, pois receitas

e custos totais se igualam). Esse ponto de equilíbrio indica o preço mínimo

para comercialização dos produtos para evitar prejuízos.

° Consumidor – A percepção do valor do produto por parte do consumidor é

fundamental para se calcular o preço. Essa percepção de valor só pode ser

conhecida de verdade através de pesquisa junto ao consumidor.

° Concorrência – Certamente que os preços praticados pela concorrência

deverão ser considerados para se estabelecer os preços dos produtos. É

fundamental fazer uma pesquisa de mercado.

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Alguns fatores que influenciam bastante no preço para o consumidor: ° Novidade do produto/serviço ° Complexidade ° Qualidade percebida

POLÍTICAS DE PREÇO:

A determinação do preço afeta a posição da empresa e sua participação no mercado.

A estratégia de preços que a empresa adota para um produto interfere também na

imagem desse produto no mercado e define qual segmento irá consumi-lo. Portanto, é

fundamental que a empresa defina seus objetivos claramente, para se posicionar

diante da concorrência.

Estabelecer o preço de venda do produto é também o primeiro passo para se projetar

a Receita da empresa.

Posicionamento

Consiste em direcionar o produto ou serviço para atender às expectativas e

necessidades do cliente-alvo escolhido pela empresa. É a partir disso que ela vai

estabelecer uma IMAGEM do produto para seus clientes.

Exemplos: Casas Bahia x Tok Stok e demais lojas de móveis com arquitetos,

decoradores e designers a disposição dos clientes C&A x Cantão, Equatore, Lois

Vitton, Shop 126

4 P´S de Marketing

Conjunto de estratégias adotadas por cada empresa para atingir seus objetivos. A

projeção de vendas da empresa está diretamente ligada à estratégia de marketing

estabelecida, pois depende de como o produto ou serviço será posicionado no

mercado, qual será sua política de preços, as promoções e os canais de venda que

serão utilizados e como o produto chegará ao cliente.

Produto:

° Promover mudanças na combinação / portfólio de produtos ° Retirar, adicionar ou

modificar os produtos / serviços ° Mudar design, embalagem, qualidade, desempenho,

características

técnicas, tamanho, estilo, opcionais ° Consolidar, padronizar ou diversificar os

modelos

Page 18: Apostila Empreendedorismo[1]

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Preço:

° Definir preços, prazos e formas de pagamento para produtos ou grupos de produtos

específicos, para determinados segmentos de mercado. ° Definir políticas de

atuação em mercados seletivoos ° Definir políticas de penetração em determinado

mercado ° Definir políticas de descontos especiais

Praça (distribuição):

° Usar canais alternativos ° Melhorar prazo de entrega ° Otimizar distribuição

Propaganda / comunicação:

° Definir novas formas de vendas ° Mudar equipe e canais de vendas ° Mudar política

de relações públicas ° Mudar agência de publicidade e definir mídias prioritárias °

Definir feiras/exposições que serão priorizadas.

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Expectativas de vendas

“A previsão de vendas representa a quantidade de

produtos/serviços que a empresa pretende vender ou

colocar no mercado durante um determinado período.”

(Chiavenato, 2004)

Para vender um produto, a empresa precisa prever suas vendas. Saber qual a

QUANTIDADE semanal, mensal ou anual de produtos a produzir e COMO isso será

vendido é a base para planejar sua produção e comercialização.

A expectativa (ou previsão, ou estimativa) de vendas é calculada para um determinado

período de tempo, normalmente um mês ou um ano. Pode ser feita em unidades ou

valores.

Para melhor controle das vendas, a previsão pode ser detalhada por território ou por

vendedor. Sendo multiplicada pelo preço dos produtos, é possível calcular a Receita

de Vendas.

Mas como é possível calcular a previsão de vendas? Através de informações de

vendas anteriores ou pesquisa de outras empresas equivalentes / concorrentes e

pelas tendências analisadas no mercado.

O processo de Venda deve envolver, além da identificação do cliente, estudos sobre

Pesquisa de mercado, Propaganda, Promoção de Vendas e Canais de Distribuição,

Merchandising e Pós-venda.

É fundamental também preparar-se para o aumento da demanda. Muitas empresas

falham nesse processo: fazem propagandas e promoções sem estarem estruturadas

para o aumento nas vendas.

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Localização do Empreendimento

A localização escolhida para instalação da empresa é capaz até mesmo de diferenciar

os serviços prestados por ela em relação a seus concorrentes. A infra-estrutura

disponível nessa localização também tem papel importante na escolha do local do

empreendimento.

Para analisar a localização do empreendimento é aconselhável avaliar alguns pontos, como:

1. 1. O valor do aluguel

2. 2. Se a área é adequada para as necessidades de ocupação da empresa

3. 3. Se o local escolhido fica em região de trafego de pedestres.

4. 4. Se existe estacionamento para clientes

5. 5. Disponibilidade de instalações telefônicas e de internet

6. 6. Qualidade das instalações elétricas e hidráulicas

7. 7. Se o tipo de negócio pode funcionar nessa região da cidade

8. 8. A facilidade de acesso ao local para funcionários, fornecedores e para escoamento da produção

9. 9. Aparência e segurança do imóvel

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III – PLANEJAMENTO FINANCEIRO

É fundamental que o empreendedor tenha algum conhecimento sobre finanças para saber como

o sonho do empreendimento se reflete em números. Para isso, além de conhecer os conceitos

básicos que permitem investir com responsabilidade, é importante que cada investimento

necessário ao negócio, com marketing, com pessoal, com os custos fixos e variáveis, etc. seja

conhecido e registrado adequadamente.

Portanto, é importante fazer alguns cálculos financeiros para saber se o projeto do

empreendimento é viável financeiramente, ou seja, se ele dará retorno financeiro do valor investido

em quanto tempo isso ocorrerá.

Em um cenário de incertezas na economia do país, certamente o sucesso de um

empreendimento depende muito da capacidade do empreendedor de administrar financeiramente

o seu negócio. E para visualizar bem a saúde financeira da empresa, o empreendedor deve se

dedicar ao preparo de um detalhado plano financeiro.

Investimentos fixos e de Capital de Giro

A primeira pergunta que intriga as mentes de candidatos a montar o próprio negócio é: Quanto

será necessário gastar para montar minha empresa e iniciar as atividades?

Para responder essa pergunta, é importante dividir o que chamaremos de investimentos iniciais

em três partes: Despesas pré-operacionais, Investimentos fixos e Capital de giro inicial.

° Despesas pré-operacionais – são gastos efetuados ANTES da empresa entrar em

operação, ou seja, antes de começar a funcionar. Como exemplo de despesas pré-

operacionais podemos citar os gastos com elaboração de questionários, com

pesquisas de mercado, com registros de marca, publicidade e registro da empresa.

° Investimento fixo inicial – são gastos necessários para a montagem do negócio, para que a

empresa comece a funcionar. É composto por itens que vão constituir o patrimônio da empresa

e que poderão ser vendidos futuramente para gerar dinheiro. Podemos considerar nesse item

os gastos com aquisição de máquinas e equipamentos e suas instalações, obras e reformas

no imóvel escolhido para o empreendimento, compra de imóveis, móveis e utensílios.

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° Capital de giro inicial – são os investimentos iniciais para colocar a empresa em

funcionamento, até que ocorra a entrada de receitas. Em breve se espera que

esses gastos sejam cobertos pelo empreendedor com o faturamento da empresa.

Portanto consideramos como capital de giro inicial as despesas referentes a aluguel

do imóvel, salários e encargos dos funcionários, aluguel de telefone, luz honorários

de contador, material para limpeza, pró-labore dos sócios, insumos para a

produção, etc. Em suma, é o dinheiro que precisa ter em caixa para “rodar” a

empresa.

Noções de custos

É importante que o empreendedor conheça e defina claramente os custos envolvidos

no estabelecimento da empresa e na manutenção do negócio. Para calcular o custo

dos produtos fabricados ou vendidos e dos serviços prestados faz-se necessário

diferenciar, primeiramente, custos fixos de custos variáveis.

° Custos fixos – são despesas pagas para manter o funcionamento do negócio que não se

alteram em função da quantidade de produtos produzida ou vendida e de serviços prestados.

As áreas de apoio da empresa (administrativa, contábil, etc) são as principais geradoras

desses custos.

Como exemplos de custos fixos podemos citar: aluguel, luz, água, condomínio,

salários de pessoal, telefone, taxas de funcionamento diversas que sejam

independente do volume de receita.

Obs: Esses custos não se alteram em função da quantidade de produtos até um

determinado patamar. Dependendo do crescimento da empresa, o custo pode até variar.

° Custos variáveis – são despesas aplicadas na produção ou venda de produtos, bem como

na prestação de serviços. Portanto, esses valores podem variar em função do volume de

produtos produzidos, vendidos ou de serviços prestados, possuindo uma relação direta

com a quantidade produzida. Se a produção aumenta, os custos variáveis aumentam. Da

mesma forma, se a produção diminui, os custos variáveis também diminuem.

Como exemplos de custos variáveis podemos citar as comissões sobre vendas (relação

direta com as vendas), custos com matéria prima, embalagens, transporte, etc.

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Avaliação de Resultados

A principal ferramenta que deve ser utilizada pelo empreendedor para planejar as

finanças de seu negócio é o FLUXO DE CAIXA, que consiste na diferença entre o

dinheiro que entrou e o dinheiro que saiu. Nele são registrados os valores de entrada e

saídas e através desses dados o empreendedor estará apto a tomar as melhores

decisões para seu negócio.

Para honrar seus compromissos financeiros, com o governo, com fornecedores e com

funcionários, o empreendedor deverá analisar o fluxo de caixa de sua empresa para saber, por

exemplo, se compensa ou não dar descontos para eliminar estoques ou se ele poderá ou não

vender suas mercadorias a prazo.

As empresas podem trabalhar com fluxo de caixa diário, semanal, quinzenal, mensal ou

trimestral, conforme a necessidade. Essa escolha é feita considerando-se os objetivos da

organização.

O fluxo de caixa é composto basicamente de duas grandes partes, que equivalem às

entradas e saídas de dinheiro. Essas Entradas (recebimentos) e Saídas (pagamentos)

estão ainda subdivididas, conforme abaixo:

ENTRADAS (Recebimentos):

° Receita de vendas – que é o valor das vendas de produtos efetuadas ou de serviços

prestados. Essas entradas podem ser à vista ou à prazo. ° Receitas financeiras – que

é qualquer receita decorrente de aplicações

financeiras efetuadas no período. ° Empréstimos – que é o registro de qualquer

valor que entra no caixa da empresa oriundo de valores tomados de terceiros, seja

para investimento inicial no negócio, seja para investimento na empresa já em

funcionamento. ° Outras receitas – que é o espaço reservado para entradas de

dinheiro que não seja oriunda de venda de produto ou serviço nem de aplicações

financeiras ou empréstimos.

As Entradas devem ser totalizadas para que o empreendedor tenha exata noção do

dinheiro que pode lançar mão para cumprir suas obrigações e investir ainda mais na

empresa.

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Além desses itens, se o empreendedor estiver iniciando seu negócio deverá também

considerar: ° Investimento Inicial -que é o valor necessário para ser gasto ao iniciar o

empreendimento. ° Saldo de Caixa Inicial – que é o valor em dinheiro que o

empreendedor

precisa ter em seu caixa no dia em que iniciar seu negócio, para pagar suas

despesas até que as entradas de receita

SAÍDAS (Pagamentos): Na parte referente às saídas de dinheiro, devem ser

registrados todos os diversos pagamentos que a empresa deve efetuar. Quanto mais

especificada e detalhada essa parte, melhor será para entendimento do empreendedor

menor será o risco que ele vai correr. Para totalizar as

saídas o empreendedor deverá considerar: ° Despesas com produção ° Despesas

com pessoal ° Despesas com vendas ° Despesas com marketing (propaganda,

pesquisas) ° Manutenção e conservação

° Seguros

° Impostos

° Ampliações futuras

° Provisão para Imposto de Renda

° Despesas financeiras

° Despesas Gerais

Além dos itens apresentados, é importante também que o empreendedor se prepare

para poupar, guardando uma parte do capital para eventuais investimentos

necessários. A esse valor denominamos Reserva de Capital.

Para avaliar os resultados de seu negócio, é preciso que o empreendedor responda a

3 (três) perguntas fundamentais, conhecendo alguns índices financeiros que irão

demonstrar a saúde e a viabilidade financeira do negócio:

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1. Quantas unidades do produto o empreendedor deverá vender para cobrir os custos de produção, ou seja, qual a quantidade mínima de vendas que lhe permitirá cobrir os custos?

Para responder a essa pergunta, é necessário conhecer o conceito de Ponto de

Equilíbrio. Esse ponto ocorre quando as receitas são iguais aos custos, ou seja, nesse

ponto o lucro ainda é igual a zero, mas também não há prejuízo.

Nesse ponto, o empreendedor já consegue ter retorno do investimento na produção

dos produtos. Com esse cálculo, o empreendedor fica sabendo em que momento seu

negócio começa a dar lucro.

Ponto de equilíbrio (PE) = Custo Fixo (CF) / Margem de contribuição, Onde Margem

de contribuição é o valor da Receita total menos os Custos Variáveis (CV). Ou seja:

Ponto de equilíbrio (PE) = Custo Fixo (CF) 1 -(custo variável / receita total)

Calculado dessa forma, o Ponto de equilíbrio será em valor. Para saber em quantidade

de produtos ou serviços prestados, basta dividir o resultado pelo preço de venda

unitário do produto ou serviço.

2. Em quanto tempo o investimento inicial será recuperado?

Conhecido também como Payback, esse é o índice de recuperação do investimento,

ou seja, o tempo necessário para que o empreendedor recupere o dinheiro investido

no negócio.

O tempo de retorno, também conhecido como Payback, é a relação entre o valor do

investimento e o fluxo de caixa do projeto. O tempo de retorno indica em quanto tempo

ocorre a recuperação do investimento.

Exemplo:

Anos Investimento

0 -100.000,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Entradas Saídas Fluxo de de caixa de caixa Caixa -100.000,00 29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21

10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00

19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21

29.925,21 10.000,00 19.925,21 29.925,21 10.000,00 19.925,21

No projeto P o tempo de retorno é: 100.000,00 ÷ 19.925,21 = 5,01 anos

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3. Qual a taxa de retorno do investimento? Ela é mais ou menos atrativa que a oferecida pelo mercado?

Para responder a essa questão o empreendedor deve conhecer dois índices que vão

ajuda-lo nessa tarefa: O VPL (Valor Presente Líquido) e a TIR (Taxa Interna de

Retorno).

O Valor presente líquido serve para saber se, diante de uma taxa referência (no nosso

caso, hoje, usamos a taxa Selic), subtraindo-se o investimento inicial, o valor que o

empreendedor obterá de determinado investimento está acima ou abaixo de suas

expectativas. Se o VPL for positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros

fluxos de caixa é maior que o investimento inicial.

A Taxa Interna de Retorno é a taxa que iguala o valor presente líquido ao investimento

inicial feito pelo empreendedor. Se a TIR for maior que a taxa referência, o projeto é

viável. Se for menor que o custo do dinheiro no mercado, é melhor que o

empreendedor (ou o capitalista) procure por outro investimento.

Exemplo: Custo do dinheiro no mercado = 23% TIR apresentada pelo empreendimento

= 50% TIR>custo – Bom Investimento!

Obs: Quanto maior o risco, maior o retorno. Quanto menor o risco, menor o retorno

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IV – PLANO DE NEGÓCIOS

Informações sobre oportunidades

Para identificar novas Oportunidades no mercado o empreendedor deve:

° Identificar necessidades do mercado;

° Ter uma idéia e verificar se ela é criativa realmente;

° Observar as deficiências do mercado;

° Observar as tendências do mercado;

° Explorar hobbies;

° Explorar a moda;

° Diversificar ou expandir um negócio.

Há uma grande diferença entre idéia e oportunidade. Segundo Dolabela (1999), “não

saber distinguir entre uma idéia e uma oportunidade é uma das grandes causas de

insucesso”.

É muito comum confundir idéia com oportunidade. Certamente que primeiro vem a

idéia, mas para identificar se ela pode ser chamada de oportunidade é preciso que o

empreendedor faça um cuidadoso estudo de viabilidade, principalmente através de um

detalhado Plano de Negócios.

Como para surgir a oportunidade primeiro temos que ter a idéia, Dolabela (1999) nos

apresenta algumas interessantes Fontes de idéias: ° Negócios já existentes °

Franquias e patentes ° Licença de produtos ° Feiras e exposições ° Empregos

anteriores ° Contatos profissionais ° Consultoria ° Pesquisa universitária ° Observação

nas ruas ° Idéias que já deram certo em outros lugares ° Experiência como

consumidor ° Mudanças demográficas e sociais ° Crises econômicas ° Habilidades

pessoais ° Melhorar algo que já existe ° Transformar um problema em uma

oportunidade.

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Prós e contras de negócios

Segundo Chiavenato (2004) os perigos mais comuns nos novos negócios são: ° Não identificar

adequadamente qual será o novo negócio ° Não reconhecer o tipo de cliente a ser atendido °

Não saber escolher a forma de sociedade mais adequada ° Não planejar bem as necessidades

financeiras ° Errar na escolha do local do negócio ° Não saber administrar as operações do novo

negócio ° Não conhecer sobre a produção dos bens ou serviços ° Desconhecer o mercado e a

concorrência ° Ter pouco domínio sobre o mercado fornecedor ° Não saber vender ou promover

seus produtos/serviços ° Não tratar bem o cliente.

Em novos negócios, a mortalidade prematura das empresas é bastante elevada. As

causas mais comuns de falhas nos negócios são:

° Fatores econômicos: 72% das falências se devem à incompetência do

empreendedor, falta de experiência gerencial e de campo e experiência

desequilibrada.

° Inexperiência: 20% das empresas falham por causa de lucros insuficientes, juros

elevados, perda de mercado, mercado consumidor restrito ou nenhuma viabilidade

futura.

° Vendas insuficientes: 11% das empresas têm fraca competitividade, sofrem com

recessão econômica, dificuldades de estoque ou localização inadequada.

° Despesas excessivas: 8% das empresas têm dívidas e cargas demasiadas ou despesas

operacionais elevadas. ° Outras causas: 3% das falências ocorrem por negligência, capital

ou ativos insuficientes, clientes insatisfeitos ou fraudes.

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Plano de Negócios

O plano de negócios (em inglês chamado de business plan) é parte fundamental antes

do início de uma empresa, para que o empreendedor possa planejar e definir

estratégias para seu negócio. É um documento que descreve um empreendimento e

permite a seu criador conhecer e definir o modelo de negócios que vai sustentar sua

empresa, permitindo que se situe no ambiente onde sua organização vai se inserir.

O plano de negócios é também a principal ferramenta de que o empreendedor dispõe

em busca de capital. Pesquisa realizada com exalunos de administração da Harvard

Business School concluiu que o plano de negócios aumenta em 60% a probabilidade

de sucesso nos negócios. Segundo Dornelas (2001), através dele é possível: °

Entender e estabelecer diretrizes para o negócio ° Gerenciar a empresa de maneira

mais eficaz, tomando decisões acertadas ° Monitorar o dia-a-dia da empresa °

Conseguir financiamento junto a investidores ° Identificar oportunidades e aproveita-

las ° Estabelecer uma comunicação interna e externa eficaz

Dentre o público-alvo do plano de negócios, ou seja, a quem ele principalmente se

destina, podemos citar a própria empresa, fornecedores, investidores, bancos,

parceiros, mantenedores de incubadoras, clientes e sócios.

Para montar um bom plano de negócios o empreendedor deve estruturá-lo da maneira

mais completa possível, definindo: ° Descrição da Empresa ° Produtos e Serviços °

Análise do Mercado e da Concorrência ° Plano de Marketing ° Análise Estratégica °

Planejamento Financeiro.

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V – Financiamento

Existem várias formas de financiamento a que o empreendedor pode e deve recorrer

quando deseja iniciar seu negócio ou planeja expandir sua empresa. Geralmente por

falta de informação, muitos recorrem apenas a bancos, desconhecendo que existem

outras opções bem interessantes.

Os financiamentos são divididos em dívida ou equidade, existindo a possibilidade de

se combinar ambos os tipos em um mesmo negócio. A dívida é quando o capital

emprestado tem garantia baseada em alguma propriedade do empreendedor.

Equidade é quando o financiador injeta dinheiro ou outros ativos no negócio em troca

de participação nos lucros da empresa.

As principais fontes de financiamento existentes são:

° Economia pessoal, familiar ou de amigos

° Angel investor (investidor “anjo”)

° Fornecedores e Parceiros

° Clientes e Funcionários

° Capital de Risco

° Programas do Governo

Além de agentes de financiamento, o empreendedor também tem possibilidade de

recorrer a assessorias para ajudá-lo a iniciar o seu negócio, aumentando ainda mais

as possibilidades de êxito. Podemos citar como assessorias as incubadoras de

empresas, as entidades SEBRAE e Endeavor, algumas universidades e centros de

pesquisa, assessorias jurídicas e contábeis, e até mesmo o modelo de negócios

conhecido como franchising.