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Empreendedorismo 2015 Empreendedorismo Curso Técnico em Enfermagem

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Empreendedorismo Enfermagem

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  • Empreendedorismo 2015

    Empreendedorismo

    Curso Tcnico em Enfermagem

  • Empreendedorismo 2015

    SUMRIO

    UNIDADE 1:

    1.1 Introduo ao empreendedorismo;

    1.2 Empreendedorismo e o Empreendedor

    1.2.1 Conceitos

    1.2.2 Definies

    1.3 A importncia na definio de metas e objetivos (viso de futuro)

    1.4 tica no Empreendedorismo metas e objetivos

    1.4.1 Conceitos e Definies

    1.4.2 possvel ser tico nos negcios?

    1.5 Escolha do negcio

    1.6 Conjuntura econmica

    1.7 Identificando oportunidades

    1.8 Planejamento

    1.9 Marketing e Anlise do Mercado

    1.9.1 Papel do Marketing na difuso de novos negcios

    1.9.2 Anlise do mercado e competitividade

    UNIDADE 2

    2.1 Construo da viso de negcio

    2. A descoberta de nichos de mercado

    3. A identificao da ideia

    4. A transformao da ideia numa oportunidade de negcio

    2.2 Gesto empreendedora na rea de enfermagem

    2.3 Gesto de Pessoas

    2.4 Motivao e liderana

    UNIDADE 3

    3.1 O plano de negcios

    3.1.1 Partes que compem o plano de negcios

    3.1.2 Elaborao do plano de negcios

    3.1.3 Apresentao do plano de negcios

  • Empreendedorismo 2015

    UNIDADE 01

    1.1 Introduo ao empreendedorismo

    O empreendedorismo est cada vez presente em pequenas e

    microempresas alm claro, das grandes corporaes. Mas, o que vem a ser

    empreendedorismo? Vem a ser uma qualidade, carter de empreendedor, nada

    mais que uma atitude de quem, por iniciativa prpria, aquele que realiza aes,

    mtodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar servios, produtos e

    qualquer atividade que envolva administrao e organizao. O verbo

    empreendedor quer dizer, realizar, fazer, transforma pensamento em realidade,

    projeto em ao.

    Descobrir, desenvolver e implementar oportunidades de negcio so as

    principais atividades de uma pessoa empreendedora. As constantes mudanas

    do mundo e consequentes alteraes nas oportunidades, fazem com que o

    empreendedor tenha que se adaptar rapidamente.

    Quando estamos em um cenrio de negcios, alguns aspectos devem ser

    considerados. So eles: Motivao, Criatividade, Inovao, Conhecimento,

    Empreendedorismo e Recursos.

    Esses seis aspectos so essenciais quando estamos analisando o sucesso

    da gerao de um novo negcio.

    Motivao:

    A motivao deve ser entendida como ponto de partida para execuo de

    todas as atividades que uma pessoa deseja realizar. Segundo o dicionrio

    Michaelis1 da lngua portuguesa, a palavra motivao pode ser definida da

    seguinte forma: motivao sf. (motivar + o); 1 Ato de motivar; 2 Exposio de

    motivos; 3 Psicol. Espcie de energia psicolgica ou tenso que pe em

    movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento; 4

    Sociol. Processo de iniciao de uma ao consciente e voluntria.

    No caso da criao de novos negcios a motivao entra como um aspecto

    determinante na fase de implementao de ideias. De nada adianta ter ideias

    brilhantes que se tornam oportunidades reais de negcio se no existe, por parte

    da pessoa que ir implement-lo, um mnimo de motivao.

  • Empreendedorismo 2015

    Podemos dizer, assim, que motivao uma caracterstica inerente ao perfil

    empreendedor de uma pessoa.

    Criatividade:

    A definio de criatividade pode ser encontrada da seguinte forma:

    criatividade sf (criativo + i + dade);1 Qualidade ou estado de ser criativo; 2

    Capacidade de criar.

    O ponto de partida para criao de um novo negcio est relacionado ao

    processo de gerao de ideias. Se ao mesmo tempo essas ideias forem

    inovadoras, as chances de nascimento de um negcio de sucesso, aumentam

    consideravelmente.

    A criatividade pode ser manifestar, tambm, por meio da imitao. Por

    exemplo, um empreendedor pode descobrir novas utilizaes para produtos j

    existentes, pode desenvolver mtodos mais rentveis para produzir um produto,

    ou mesmo encontrar novos mercados para um certo servio.

    Inovao:

    Consultando o dicionrio, podemos encontrar a seguinte definio de

    inovao: inovao sf (lat innovatione); 1 Ato ou efeito de inovar; 2 Coisa

    introduzida de novo; 3 Renovao. O sucesso do negcio pode depender do

    quo inovador ele . Muitas vezes um produto inovador inserido no mercado,

    pode mudar os rumos daquele setor. Um marco da inovao, deu-se com a

    evoluo da tecnologia, principalmente da internet, onde muitas oportunidades

    de negcio surgiram.

    Empreendedorismo:

    Segundo o dicionrio Michaelis, o ato de empreender pode ser definido da

    seguinte forma: empreender vtd (em2 + lat prehendere); 1. Resolver-se a praticar

    (algo laborioso e difcil); tentar; delinear: Empreender o domnio de si mesmo.

    vtd 2 Pr em execuo: Conseguira empreender um regulamento aos

    subalternos. vtd 3 Realizar, fazer: Empreender uma viagem. vint 4 pop Ter

    apreenses contnuas.

  • Empreendedorismo 2015

    Ser um empreendedor, requer devoo, comprometimento de tempo, esforo

    para fazer um negcio decolar, requer que riscos calculados sejam assumidos e

    decises crticas sejam tomadas. preciso ousadia e nimo, apesar de falhas e

    erros.

    1.2 Empreendedorismo e o Empreendedor

    1.2.1 Conceitos

    Mas, afinal, qual a melhor definio para empreendedorismo?

    Empreendedorismo o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,

    levam transformao de ideias em oportunidades. E a perfeita implementao

    destas oportunidades leva criao de negcios de sucesso. Para o termo

    "empreendedor" existem muitas definies, mas uma das mais antigas e que

    talvez melhor reflita o esprito empreendedor seja a de Joseph Schumpeter

    (1949).

    O empreendedor aquele que destri a ordem econmica existente pela

    introduo de novos produtos e servios, pela criao de novas formas de

    organizao ou pela explorao de novos recursos e materiais.

    De acordo com Schumpeter, o empreendedor mais conhecido como aquele

    que cria novos negcios, mas pode tambm inovar dentro de negcios j

    existentes; ou seja, possvel ser empreendedor dentro de empresas j

    constitudas. Neste caso o termo que se aplica o empreendedorismo

    corporativo.

    Ento, o empreendedor aquele que detecta uma oportunidade e cria um

    negcio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Em qualquer

    definio de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os seguintes

    aspectos referentes ao empreendedor:

    1. Iniciativa para criar um novo negcio e paixo pelo que faz.

    2. Utiliza os recursos disponveis de forma criativa transformando

    ambiente social e econmico onde vive.

    3. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

    O processo empreendedor envolve todas as funes, atividades e aes

    associadas com a criao de novas empresas. Em primeiro lugar, o

    empreendedorismo envolve o processo de criao de algo novo, de valor. Em

  • Empreendedorismo 2015

    segundo, requer a devoo, o comprometimento de tempo e o esforo

    necessrio para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos calculados

    sejam assumidos e decises crticas tomadas; preciso ousadia e nimo apesar

    de falhas e erros.

    O empreendedor revolucionrio aquele que cria novos mercados, ou

    seja, o indivduo que cria algo nico, como foi o caso de Bill Gates, criador da

    Microsoft, que revolucionou o mundo com o sistema operacional Windows. No

    entanto, a maioria dos empreendedores cria negcios em mercados j

    existentes, no deixando de ser bem-sucedidos por isso.

    O que se sabe hoje, atravs das pesquisas em todo o mundo, sobre o perfil

    do empreendedor?

    O empreendedor um ser social, produto do meio em que vive (poca e

    lugar). Se uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor

    visto como algo positivo, ter motivao para criar seu prprio negcio.

    um fenmeno local, ou seja, existem cidades, regies, pases mais

    ou menos empreendedores do que outros. O perfil do empreendedor

    (fatores do comportamento e atitudes que contribuem para o sucesso)

    pode variar de um lugar para outro.

    A natureza do empreendedorismo nos diz que:

    Todos nascem empreendedores. A espcie humana empreendedora.

    Empreendedorismo no um tema novo ou modismo: existe desde

    sempre, desde a primeira ao humana inovadora, com o objetivo de

    melhorar as relaes do homem com os outros e com a natureza.

    No um fenmeno apenas econmico, mas sim social.

    O empreendedor est em qualquer rea. No somente a pessoa que

    abre uma empresa.

    Empreendedorismo uma das manifestaes da liberdade humana.

    No um fenmeno individual, no um dom que poucos tm. coletivo,

    comunitrio. A comunidade tem o empreendedor que merece, porque

    cabe a ela criar o ambiente propcio.

    O ambiente favorvel ao desenvolvimento empreendedor (em

    comunidades ou empresas) no pode prescindir de elevadas doses de

  • Empreendedorismo 2015

    democracia (e no de autocracia), cooperao (e no somente de

    competio) e relaes sociais estruturadas em rede (e no

    hierarquizadas).

    No possvel transferir conhecimentos empreendedores ao contrrio

    do que acontece, por exemplo, em uma aula de geografia, porque o

    empreendedorismo no um contedo cognitivo convencional. Nesse

    sentido, no possvel ensinar, mas possvel aprender a ser

    empreendedor, desde que atravs de um sistema bastante diferente do

    ensino tradicional.

    um tema universal, e no especfico ou acessrio. Em outras palavras:

    deve estar na educao bsica, ser oferecido para todos os alunos.

    O fundamento do empreendedorismo a cidadania. Visa a construo do

    bem-estar coletivo, do esprito comunitrio, da cooperao. Antes de ser

    aluno, o estudante deve ser considerado um cidado.

    No possvel determinar com certeza se uma pessoa vai ou no vai ser

    bem-sucedida como empreendedora.

    Qual a importncia do empreendedorismo para a sociedade?

    O empreendedor o responsvel pelo crescimento econmico e pelo

    desenvolvimento social. Por meio da inovao, dinamiza a economia.

    O conceito de empreendedorismo trata no s de indivduos, mas de

    comunidades, cidades, regies, pases. Implica a ideia de

    sustentabilidade.

    O empreendedorismo a melhor arma contra o desemprego.

    Segundo Timmons (1994), o empreendedorismo uma revoluo

    silenciosa, que ser para o sculo 21 mais do que a revoluo industrial

    foi para o sculo 20.

    E para o indivduo?

    Gerao de autonomia, auto realizao, busca do sonho.

    Indispensvel para qualquer tipo de atividade profissional.

    E como entra a tica no empreendedorismo?

  • Empreendedorismo 2015

    S pode ser chamado de empreendedor aquele que gera valor positivo

    para a coletividade, includa aqui, evidentemente, toda a natureza. Assim,

    no seriam empreendedores aqueles que subtraem valor, como os que

    fabricam produtos que poluem, que causam doenas ou feitos para

    exterminar vidas, como os armamentos etc.

    O empreendedor deve ter um compromisso com a localidade em que

    atua. No basta ter um bom faturamento, um bom lucro. preciso

    contribuir para o bem-estar social do local.

    Empreendedorismo no pode ser uma proposta limitada ao

    enriquecimento pessoal.

    Caracterstica de um empreendedor de sucesso

    O empreendedor tem como caracterstica bsica o esprito criativo e

    pesquisador. Ele est constantemente buscando novos caminhos e novas

    solues, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas.

    1. Ter total comprometimento, determinao e perseverana;

    2. Ter senso de oportunidade e orientao por metas;

    3. Persistir na resoluo de problemas;

    4. Ter autoconhecimento e senso de humor;

    Empreendedorismo uma livre traduo que se faz da palavra

    entrepreneurship, que contm as ideias de iniciativa e inovao. um termo que

    implica uma forma de ser, uma concepo de mundo, uma forma de se

    relacionar. O empreendedor um insatisfeito que transforma seu inconformismo

    em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. algum

    que prefere seguir caminhos no percorridos, que define a partir do indefinido,

    acredita que seus atos podem gerar consequncias. Em suma, algum que

    acredita que pode alterar o mundo. protagonista e autor de sim mesmo e,

    principalmente, da comunidade em que vive.

    Abrir empresas, ou empreendedorismo empresarial, uma das infindveis

    formas de empreender. Podem ser empreendedores tambm o pesquisador, o

    funcionrio pblico, o empregado de empresas. Podem e devem ser

    empreendedores os polticos e governantes. As ONGs e o terceiro setor esto

    repletos de empreendedores. empreendedor o artista, o escritor, o poeta que

  • Empreendedorismo 2015

    publica os seus versos, porque necessrio compartilhar os resultados do seu

    trabalho.

    Os empreendedores podem ser voluntrios (que tm motivao para

    empreender) ou involuntrios (que so forados a empreender por motivos

    alheios sua vontade, como o caso de desempregados, imigrantes etc.).

    Contudo, no se considera empreendedor algum que, por exemplo, adquira

    urna empresa e no introduza nenhuma inovao (quer na forma de vender, quer

    na de produzir ou na maneira de tratar os clientes), mas somente gerencie o

    negcio.

    Empreendedor empresarial:

    Indivduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela;

    Pessoa que compra uma empresa e introduz inovaes, assumindo

    riscos, seja na forma de administrar, seja na forma de vender, fabricar,

    distribuir ou fazer propaganda dos seus produtos e/ou servios,

    agregando novos valores;

    Empregado que introduz inovaes em uma organizao, provocando o

    surgimento de valores adicionais.

    1.2.2 Definies

    Temos:

    Empreendedor nato:

    o tipo mais conhecido, aquele que comea desde muito jovem e constroem

    grandes imprios, possuem habilidades de negociao e boas tcnicas de

    vendas. So aqueles bem conhecidos como Bill Gates, Pedro Muffato entre

    outros.

    Empreendedor inesperado

    Aquele que aprende, adquire conhecimento, deseja o conhecimento, nunca

    pensou em ser empreendedor e acabou se deparando com a oportunidade e

    aceitou ficar vulnervel aos riscos de ser um empreendedor.

    Empreendedor serial

    aquele que cria novos negcios, dinmico cria coisas e produtos novos

    sem medo de errar, assume e lidera grupos, equipes, participativo, motivado e

    assume postura de executivo.

    Empreendedor corporativo:

  • Empreendedorismo 2015

    So aqueles executivos muito competentes, que ajudam a organizao a se

    renovar, inovar, criar negcios novos, possuem resultados positivos e possuem

    alta capacidade gerencial, assumem riscos e desafios na organizao, so bons

    comunicadores e vendem muito bem suas idias dentro e fora da organizao.

    Empreendedor Social

    Seu objetivo construir um mundo melhor para toda sociedade, envolve-se

    em causas humanitrias e sociais, quer mudar o mundo criando oportunidades,

    no busca patrimnio financeiro, pois, seu objetivo maior compartilhar recursos

    e contribuir para o desenvolvimento humano.

    Empreendedor por Necessidade

    Esse tipo de empreendedor aquele que cria seu prprio negcio, pode ser

    por no ter acesso ao mercado de trabalho ou ter sido demitido se vendo na

    obrigao de desenvolver algum negcio. Comea com um negcio informal,

    com tarefa simples com pouco retorno financeiro no contribuindo de forma

    positiva ao desenvolvimento econmico, pois no tem muito acesso a recursos

    e acabam no gerando lucros significativos.

    Empreendedor Herdeiro

    Aquele que recebe por sucesso famlia e deve levar adiante o legado da

    famlia. Ele aprende a arte de empreender, uns inovam, atualizam-se, j outros

    mantm o esprito conservador e seguem os passos da famlia, porm, cada vez

    mais esses se atualizam com cursos de MBAs, programas especiais para

    empresas familiares.

    O Empreendedor Normal

    o chamado empreendedor planejado, que estuda afim de minimizar riscos

    e com isso aumenta a probabilidade de negcios bem-sucedidos e como

    consequncia garante bons resultados. um empreendedor normal que possui

    uma viso de futuro clara e trabalha com metas, o que chamamos de

    verdadeiros empreendedores se olharmos sob esse prisma.

    1.3 A importncia na definio de metas e objetivos

    O estabelecimento de metas fundamental para que uma empresa possa

    atingir objetivos e alcanar o sucesso. O estabelecimento de metas dentro de

    uma organizao um dos fatores mais importantes para se atingir objetivos.

    Tendo em vista que, para alcanar o sucesso pleno, preciso saber onde se

  • Empreendedorismo 2015

    quer chegar, nada mais prtico que a definio de metas especficas e

    individuais para que uma empresa possa se nortear e criar caminhos certeiros

    em direo ao que almeja.

    Sejam de curto, mdio ou longo prazo, o estabelecimento de metas vai ajudar

    uma corporao a planejar as estratgias mais adequadas e, portanto, vital

    que as empresas sejam realistas na hora de definir seus desejos. Unindo vises

    positivas, dados especficos do que se deseja atingir e prazos finais pr-

    determinados, fica mais simples traar rotas para o sucesso.

    A definio da situao atual e dos recursos que se tem o primeiro passo

    para a criao coerente de metas. Com isso, possvel analisar o que

    necessrio para se chegar ao destino traado, e verificar se o que j se possui

    pode ser modificado ou aprimorado para ajudar a empresa nessa caminhada.

    O detalhamento dos objetivos um ponto de extrema importncia nesse

    processo, e as organizaes devem ter devidamente estabelecidos os nmeros

    que deseja alcanar. Metas vagas, como crescer de uma maneira geral em todo

    o Pas devem ser descartadas na hora do planejamento estratgico, que deve

    destacar objetivos claros e mensurveis, por exemplo: a empresa busca de 10%

    a 15% de crescimento e fidelizao entre os clientes da regio determinada.

    Identificando da maneira mais clara possvel o que se deseja, quanto se

    almeja, o quo relevante essa realizao para a empresa, em quanto tempo

    se quer alcanar esse objetivo e como se pretende chegar ao que foi

    estabelecido; a definio de metas fica mais simples e lgica, permitindo que as

    organizaes elaborem aes de curto, mdio e longo prazo.

    Tendo as metas determinadas, as empresas devem analisar o que possvel

    ser feito por cada departamento de maneira individual, revisando

    constantemente o planejamento inicial de acordo com os resultados

    contabilizados pela organizao ao longo do tempo.

  • Empreendedorismo 2015

    1.4 tica no Empreendedorismo metas e objetivos

    1.4.1 Conceito e definies

    O empreendedorismo no novo, no um modismo. Nova a percepo

    da sua importncia. Nada aconteceu de repente. O empreendedorismo no

    fruto da imaginao de um guru da administrao, uma receita de economistas

    neoliberais ou uma proposta da ideologia marxista, apesar de pases que adotam

    uma ou outra linha estarem vivamente interessados em criar uma cultura

    empreendedora. Houve tempos em que achvamos que o sol girava em torno

    da terra. Da mesma forma, os economistas clssicos achavam que o

    empreendedor era um acessrio que orbitava em torno dos elementos centrais

    da economia. Nas ltimas dcadas descobrimos que a economia gira em torno

    do empreendedor.

    A teoria econmica clssica prope que se obtenha o mximo dos recursos

    existentes fazendo melhor o que j est sendo feito, alcanando-se assim o

    equilbrio atravs da otimizao.

    No lugar de fazer melhor o que est sendo feito, o empreendedorismo prope

    que se faa algo diferente, enfatizando a inovao. Por isso os economistas

    clssicos condenaram o empreendedor ao reino nebuloso das foras externas,

    juntamente com o clima, governo, poltica, pestilncia, guerra e tecnologia.

    Divergindo dos clssicos, duzentos anos atrs, Jean Baptiste Say, por achar

    que a teoria econmica deve ver a mudana como um fato normal e saudvel,

    criou o termo entrepreneur para descrever algum que perturba e desorganiza.

    O economista austraco, Joseph Schumpeter, apoiando-se em a Say, rompeu

    com a economia tradicional postulando que a norma e a realidade de uma

    economia sadia, o cerne de uma teoria econmica o desequilbrio dinmico

    provocado pelo empreendedor inovador, e no o equilbrio e a otimizao.

    Schumpeter criou a expresso destruio criativa para descrever a tarefa do

    empreendedor, em que o novo (produto, servio) destri o velho.

    Reconhecido e batizado h cerca de duzentos anos e retirado da sua

    hibernao por Schumpeter, somente na dcada de 70 do sculo passado o

    empreendedor passou a ser considerado um ator econmico destacado das

    foras externas e comeou a merecer a ateno dos acadmicos. Ao fazer

    emergir o termo empreendedor, Schumpeter fortaleceu o seu vnculo com a

    inovao. A partir de ento foi desvelado um segredo que tem a idade da

  • Empreendedorismo 2015

    civilizao: a capacidade do ser humano ser protagonista do prprio destino, de

    agir intencionalmente para modificar a sua relao com o outro e com a natureza,

    e de se recriar constantemente.

    Na dcada de 70 os economistas clssicos ficaram pasmos ao perceber que

    a capacidade de gerar empregos transferia-se dos governos e grandes

    empresas para as micro e pequenas empresas. Os governos perderam a

    capacidade de gerar empregos porque no conseguem mais fazer duas coisas

    ao mesmo tempo: ofertar empregos e equilibrar as suas contas. As grandes

    empresas porque, tendo suas margens de lucro comprimidas pela concorrncia

    acirrada, so pressionadas a reduzir custos e escalar, ou seja, com margens de

    lucro pequenas ganham na grande quantidade.

    Por outro lado, aps a primeira metade do sculo passado, as grandes

    inovaes realizadas nos laboratrios das micro e pequenas empresas, eram

    fortes sinais de que a economia, at ento apoiada nas aes dos governos e

    nas grandes empresas, estava se transformando.

    Relutantes, os economistas foram obrigados a mudar a suas lentes para

    conseguir entender as profundas mudanas que se processavam. Os antigos

    modelos explicativos no funcionavam mais. As transformaes observadas

    tinham impacto no somente na organizao da produo e na nfase na

    inovao, mas alteravam definitivamente a forma do ser humano se inserir no

    trabalho.

    Nos pases democrticos, de liberdades econmicas mais amplas, a

    capacidade empreendedora dos indivduos comeou a ocupar pequenos

    espaos no mercado, chamados nichos, onde os produtos de massa no

    conseguem penetrar ou satisfazer completamente as necessidades dos clientes.

    Os grandes conglomerados perceberam que para potencializar as suas

    vantagens competitivas deviam concentrar-se no corao do seu negcio e que

    teriam vantagens se transferissem a outros, mais eficazes, as atividades no

    essenciais. Surgiram as terceirizaes. O alicerce de uma economia dinmica

    passou a ser a mistura entre grandes empresas capazes de atingir elevadas

    escalas de produo a baixos custos e baixos preos de venda e as micro e

    pequenas empresas, geis, inovadoras, capazes de realizar a destruio

    criativa, que descreve na economia o ciclo de nascimento e morte, do velho

    produto sendo substitudo pelo novo, a transformao constante e inexorvel.

  • Empreendedorismo 2015

    Desde ento as relaes do homem no trabalho no seriam mais as mesmas.

    A partir dessa poca estudiosos que advertiam sobre a importncia do

    empreendedor na economia como agente de inovao, como o austraco Joseph

    Schumpeter, passaram de coadjuvantes a atores centrais. Os pases avanados

    logo se prepararam para responder s mudanas. O mundo do trabalho no

    precisava somente de operadores de sistemas, pessoas capazes de produzir em

    escala industrial, mas principalmente, de indivduos capazes de inovar.

    Nas ltimas quatro dcadas os avanos foram muitos. Em alguns pases a

    academia se debruou sobre o tema e os seus governantes passaram a dar

    prioridade atividade empreendedora nascente. Em 1975, nos Estados Unidos

    somente cinqenta escolas ofereciam o ensino de empreendedorismo. Hoje o

    tema abordado em praticamente todas as instituies de ensino americanas.

    O Brasil, nessa rea, tambm marca passo.

    No conseguimos nos desvencilhar da discusso intil sobre quem deve

    empreender: o Estado ou a sociedade civil. Nos pases desenvolvidos, onde tal

    querela foi abandonada h dcadas, o Estado se preocupa em apoiar o potencial

    empreendedor da sociedade civil, o nico setor que sabe e tem recursos para

    empreender.

    S pode ser considerado empreendedor aquele que gera valor positivo para

    a coletividade. Empreender no pode ser considerado unicamente um processo

    de enriquecimento pessoal. H tipos de empreendimento que, mesmo sendo

    legais, subtraem valor da sociedade e por isso devem ser combatidos. Por isso

    a importncia do Instituto Millennium: o nico elemento de que dispomos para

    avaliar a competncia empreendedora a tica, vista como a capacidade de se

    melhorar a qualidade de vida de todos. As autocracias historicamente

    demonstram capacidade de fazer com que o PIB cresa; basta lembrar o Brasil

    de Mdici, o Chile de Pinochet, a China atual e outros. Mas dificilmente elas

    conseguem gerar boa qualidade de vida para todos, dada a sua vocao para a

    concentrao de renda, conhecimento e poder. No por acaso que todos os

    pases que hoje alcanaram elevados nveis de qualidade de vida so

    democrticos.

  • Empreendedorismo 2015

    1.4.2 possvel ser tico nos negcios?

    A sociedade e os consumidores exigirem cada vez mais o exerccio tico

    na vida das empresas.

    Por trs da atitude empreendedora das pessoas h vrios pressupostos,

    a comear pela ousadia de ir ao mercado, mesmo esbarrando em uma cadeia

    de dificuldades para a formalizao da empresa. Dentre os empecilhos,

    destacam-se o excessivo peso dos impostos e os altos juros praticados pelo

    mercado.

    Tambm ao empreendedor exige-se firmeza tica no desenvolvimento de

    sua atividade, compreendendo o respeito e a observncia dos princpios que

    norteiam a vida e o convvio das pessoas, dentre esses o da honestidade, da

    transparncia e do cumprimento palavra emprenhada, alcanando os

    empreendimentos.

    Essa postura nos negcios no tem origem em uma opinio fora do

    contexto, em simplesmente achar que deve ser assim, mas no fato de que a

    sociedade e os consumidores exigirem cada vez mais o exerccio tico na vida

    das empresas.

    E ao eleger a cultura da tica e da responsabilidade social como norte de

    conduta, o empresrio acrescenta ao seu negcio ingredientes que iro

    referendar a sua sade econmica e financeira.

    Por igual, tico ter sucesso, prosperar. Alis, quase um dever, pois

    condio primordial para a sobrevivncia da empresa. Afinal, quanto mais

    rentvel for, maior a aceitao pela sociedade que demanda cada vez mais seus

    produtos ou servios. Em consequncia haver o aumento da produo e

    ampliao de empregos que culminam em distribuio de renda e fortalecimento

    do mercado consumidor, estabelecendo-se dessa forma o chamado crculo

    virtuoso da economia.

    Da mesma forma, importante ter sempre em mente que o lucro

    necessrio em uma economia de mercado. Ele sinaliza a conduo acertada de

    um negcio e se justifica ainda mais na medida em que contribui para o

    estabelecimento de justia social. Ambos, instrumentos fomentadores do

    desenvolvimento da sociedade.

    Esse o entendimento, essas so bandeiras empunhadas pela

    Associao Comercial do Paran: a tica e a transparncia, que consideramos

  • Empreendedorismo 2015

    pilares da construo de um mundo mais correto e justo. No sem propsito

    que, em defesa da tese da tica nos negcios, temos destacado a honestidade

    e o cumprimento da palavra dada. Afinal, obrigao de todos lutar pela

    manuteno desses valores, o que inclui o governo, que tem de estar atento s

    necessidades do pas em dispor de uma poltica econmica que privilegie a

    iniciativa privada, com menos impostos e juros.

    Conclusivamente, s com o restabelecimento dos valores universais que

    constituem a base de qualquer sociedade saudvel que poderemos dar

    esperana para a juventude de um futuro em que prevalea justia e

    oportunidades para todos

    1.5 A escolha do negcio

    A deciso de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por

    acaso. Isso pode ser testado fazendo-se uma pergunta bsica a qualquer

    empreendedor que voc conhece: o que o levou a criar sua empresa? No se

    surpreenda se a maioria das respostas for: no sei, foi por acaso. Na verdade,

    essa deciso ocorre devido a fatores externos, ambientais e sociais, a aptides

    pessoais ou a um somatrio de todos esses fatores, que so crticos para o

    surgimento e o crescimento de uma nova empresa. O processo empreendedor

    inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o incio de um

    novo negcio.

    Quando se fala em inovao, a semente do processo empreendedor, remete-

    se naturalmente ao termo inovao tecnolgica. Nesse caso, existem algumas

    peculiaridades que devem ser entendidas para que se interprete o processo

    empreendedor ligado a empresas de base tecnolgica. As inovaes

    tecnolgicas tm sido o diferencial do desenvolvimento econmico mundial. E o

    desenvolvimento econmico dependente de quatro fatores crticos, que devem

    ser analisados, para ento se entender o processo empreendedor.

    O talento empreendedor resulta da percepo, direo, dedicao e muito

    trabalho dessas pessoas especiais, que fazem acontecer. Onde existe este

    talento, h a oportunidade de crescer, diversificar e desenvolver novos negcios.

    Mas talento sem ideias como uma semente sem gua. Quando o talento

    somado tecnologia e as pessoas tm boas ideias viveis, o processo

  • Empreendedorismo 2015

    empreendedor est na iminncia de ocorrer. Mas, existe ainda a necessidade de

    um combustvel essencial para que finalmente o negcio saia do papel: o capital.

    1.6 Conjuntura econmica

    Conjunto de fatores que englobam a economia. Muitos so os fatores que

    compe a Conjuntura Econmica do nosso pas, como a moeda, o PIB, emprego,

    cambio, exportao, importao, investimentos, inflao, deflao, taxa de juros,

    etc. Estes e muitos outros fatores so o conjunto que forma (e transforma) a

    economia.

    1.7 Identificando Oportunidades

    Identificar uma oportunidade o primeiro passo para uma pessoa que quer

    se tornar um empreendedor, para tanto ela tem que saber diferenciar

    oportunidade de ideia. Segundo o Dicionrio Aurlio oportunidade ocasio,

    ensejo, lance, circunstncia adequada ou favorvel, convenincia. Por sua vez,

    ideia a representao mental de uma coisa concreta ou abstrata, elaborao

    intelectual, concepo (FERREIRA, 1999).

    A oportunidade para o empreendedor a concepo da ideia, a ideia por si

    s no produz se no tiver a ocasio para p-la em prtica. Segundo Timmons

    (1994 apud DOLABELA, 1999) uma ideia no passa de um instrumento na mo

    de um empreendedor. Da mesma forma como um pincel pode gerar uma obra-

    prima ou medocre, dependendo das mos que o utilizam, uma ideia depende

    de um bom empreendedor para se transformar em um negcio de sucesso. Os

    empreendedores ficam imersos na criao dos novos negcios, passam horas

    pensando, planejando, estudando o ambiente para a partir de toda anlise poder

    comear o negcio. O processo de identificao de oportunidades comea nesse

    estudo, ele que ir mostrar qual o ambiente que a nova empresa ir focar.

    Segundo Dolabela, as oportunidades podem ser identificadas atravs de:

    Brainstormings

    Estudos de reas geogrficas

    Estudo de setores

    Estudos de indstrias especficas

    Estudos dos recursos renovados e no-renovveis

  • Empreendedorismo 2015

    Estudos do ambiente tecnolgico

    Anlise de pauta de importao

    Anlise de transformaes e tendncias de mercado

    Mercados emergentes

    Desenvolvimento dos hbitos prospectivo (antecipar os acontecimentos)

    e pr-ativo (tomar a iniciativa, enxergar oportunidades)

    Anlise de empresas/setores como cadeia de processos ou unidades de

    negcios

    Anlise dos movimentos demogrficos.

    Brainstorming uma palavra que significa um avanado mtodo para

    encontrar ideias. a criao de novas ideias incomuns em um grupo de pessoas

    o que permite estimular a criatividade e identificao de oportunidades de

    negcios. Uma ideia um somatrio de brainstorming. Os estudos das reas

    geogrficas uma anlise precisa do ambiente onde se pretende instalar o novo

    negcio, por exemplo, o arranjo produtivo local do Polo Txti l do Agreste

    Pernambucano. Os estudos das industriais seguem o mesmo processo, focam

    em atividades fins como, por exemplo, tele- fonia celular, internet.

    Os estudos dos recursos renovveis e no-renovveis uma anlise

    profunda sobre a matria-prima que ir ser utilizada, atravs de estudos como

    esses que esto sendo projetados o Biodiesel, por exemplo. Estudar o ambiente

    tecnolgico segue o conceito anterior, s que utiliza de recursos de Tecnologia

    da Informao mais intensamente como o gs natural e a fibra ptica, por

    exemplo.

    A pauta de importaes e suas variaes uma anlise macroeconmica

    que fornece dados relevantes sobre importao e custos decorrentes desse

    processo. As transformaes e as tendncias de mercado um estudo do

    comportamento do consumidor e de fatos que possam ser importantes para a

    economia e para o mercado, por exemplo, a participao da mulher na fora de

    trabalho. Analisar os mercados emergentes a maneira de descobrir novos

    nichos logo na iniciao, reas como educao, lazer, sade possuem grande

    abrangncia de nichos que ainda podem ser inicializados.

    O empreendedor deve desenvolver hbitos prospectivos e pr-ativo, pois

    dessa forma ter a viso, e logo em seguida iniciar o negcio, ter ambio, ser

  • Empreendedorismo 2015

    audacioso. Deve analisar as empresas como unidades de negcios para

    observar o mercado no qual visualiza uma oportunidade para poder acompanhar

    suas transformaes e tendncias. Como tambm deve analisar os movimentos

    demogrficos para visualizar o que ocorre com a populao de determinada

    regio e aproveitar o mximo que ela possa fornecer empresa, por exemplo, o

    aumento da perspectiva de vida, a do brasileiro passou para 80 anos, o que

    gerou a oportunidade de novos bancos privados, com o intuito de financiar

    emprstimos sobre desconto direto na aposentadoria.

    Essa estrutura descrita por Dolabela (1999) torna-se invivel para a maioria

    dos pequenos empresrios, pelo custo das pesquisas que precisam ser

    elaboradas. Ento Chiavenato (2005), aborda dois tpicos que so precisos para

    o empreendedor, o primeiro iniciar um negcio que j se tem em mente e

    descobrir onde ele vivel, para tanto o empreendedor precisa visualizar o

    ambiente onde ele pretende colocar sua ideia em prtica, por exemplo, caso ele

    decida montar uma escola de esportes para crianas, ele precisa saber

    identificar qual o esporte preferido daquela regio especfica, para, a partir de

    ento, elaborar estratgias voltadas para essa realidade.

    Em segundo, necessrio procurar nichos de mercado e, a partir da,

    desenhar um plano de negcios, elaborar estratgias. Neste contexto descrito

    por Chiavenato (2005), identifica-se que no difcil ser empreendedor, apenas

    necessrio que o futuro empresrio visualize suas ideias e procure estudar o

    ambiente no qual ele deseja se instalar. O importante procurar no fazer o

    mesmo que os demais, dessa forma, o mercado torna-se saturado do produto e

    o risco de o negcio no dar certo maior, preciso correr o risco da inovao,

    criar para se ter diferencial de mercado.

    O importante a se observar sobre oportunidades que, por estarem

    posicionadas em momentos especficos do tempo, difcil prever quando elas

    surgiro e por quanto tempo elas estaro abertas. Algumas destas janelas de

    oportunidade duram muito pouco, ou so rapidamente detectados por outras

    empresas que se apropriam das melhores oportunidades antes de voc. Por

    isso, fundamental estar sempre preparado, pois quando a oportunidade surge,

    no d para ficar pensando e analisando, preciso ser rpido e gil para

    aproveit-la antes dos outros. O lado bom que oportunidades so como nibus:

    se perdemos um, logo surge outro. S precisamos estar atentos para estarmos

  • Empreendedorismo 2015

    no s preparados, mas com as antenas ligadas para perceber quando uma

    destas janelas se abre.

    1.8 Planejamento

    O empreendedor, independentemente da rea em que atua, deve se planejar

    com organizao para otimizar os resultados e minimizar possveis erros. O

    indivduo com esprito empreendedor deve ter a capacidade de identificar

    oportunidades, prevenir falhas e utilizar as ferramentas disponveis para simular

    situaes. Para se organizar de forma eficaz e atingir os Resultados

    Extraordinrios pode-se utilizar de alguns recursos:

    Anlise de mercado

    muito importante estar bem informado sobre o segmento de mercado no

    qual est inserido, suas tendncias, novas tecnologias e principais concorrentes.

    Munido dessas informaes, voc poder organizar, da melhor maneira

    possvel, suas aes, bem como o objetivo que deseja alcanar em seu negcio.

    Observao da Economia

    Estar ciente de ascenses econmicas ou possveis crises financeiras

    muito til para voc decidir com mais confiana e tranquilidade como investir seu

    dinheiro.

    Avaliao Interna

    Deve-se conhecer os pontos fortes e os pontos de melhoria da sua empresa,

    avaliar o seu potencial de crescimento e investir, principalmente, em

    desenvolvimento humano, pois a partir dos colaboradores que voc ter os

    melhores resultados para a sua empresa.

    Elaborao de Plano de Negcios

    O plano de negcios descreve o planejamento, nele devem constar: as metas

    a serem alcanadas, a elaborao das estratgias, avaliao dos riscos,

    definio dos recursos utilizados, verba, plano operacional. Dessa forma, pode-

    se prever erros, simular possveis ocorrncias e aperfeioar a aes que sero

    feitas.

    Um bom planejamento gera bons frutos, a partir dele pode-se identificar as

    oportunidades de desenvolvimento e os aspectos que podem ser melhorados.

    muito importante seguir o planejamento adotado, para que se possa evoluir e

    agir da melhor maneira possvel obtendo Resultados Extraordinrios.

  • Empreendedorismo 2015

    1.9 Marketing e Anlise do Mercado

    1.9.1 Marketing na difuso dos novos negcios

    Nos ltimos anos uma nova rea do marketing, o Marketing

    Empreendedor, tem ganhado mais ateno dos estudiosos da rea de marketing

    e passou a ser assunto de novos cursos relacionados ao tema.

    Na sociedade atual, encontramos um crescimento da necessidade

    de prticas empreendedoras, principalmente nas economias emergentes.

    Quando as grandes corporaes comearam a automatizar seus processos e

    reduzir seus quadros de funcionrios, as micro e pequenas empresas (MPEs)

    ganharam importncia na economia dos pases.

    At pouco tempo atrs, marketing e empreendedorismo existiam como

    dois campos de estudo independentes. Contudo com o crescimento da

    importncia das MPEs e do comportamento empreendedor para as naes, os

    aspectos relativos, ao marketing para as pequenas empresas cresceu em

    importncia.

    O comportamento empreendedor est normalmente relacionado a criao

    de novos negcios, geralmente micro e pequenas empresas, tambm

    relacionado a empresas que comearam pequenas e se tornaram grandes,

    entretanto, o marketing tradicional tem seu foco de atuao nas grandes

    corporaes. Nos dias de hoje, empresas operam em ambientes turbulentos,

    onde mudanas acontecem com mais frequncia e rapidez. Previses so cada

    vez mais difceis e a sustentabilidade de pequenos negcios est mais difcil de

    ser alcanada.

    Nestes ambientes de negcios cada vez mais competitivos, os

    empreendedores tm que desaprender alguns princpios de administrao e

    marketing e troc-los por novos pensamentos e comportamentos que no

    apenas promovam inovaes dentro de suas empresas, mas provoquem

    mudanas nos mercados onde atuam e nos ambientes de negcios onde suas

    empresas esto inseridas. O comportamento empreendedor pode ser o veculo

    destas mudanas e o marketing empreendedor a principal ferramenta.

  • Empreendedorismo 2015

    1.9.2 Anlise de mercado e competitividade

    Anlise de Mercado apresenta o entendimento do mercado da empresa,

    seus clientes, seus concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e

    informaes, o mercado onde atua. A anlise do mercado permite ainda se

    conhecer de perto o ambiente onde o produto/servio se encontra. O mercado

    est composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, pela

    concorrncia e pelo perfil do consumidor. A definio do mercado leva em conta:

    Anlise da Indstria/Setor

    Descrio do Segmento de Mercado

    Anlise SWOT do produto/servio

    Anlise da Concorrncia

    1. Anlise da Indstria/Setor

    A anlise da indstria deve apresentar as informaes a respeito do

    tamanho, crescimento e estrutura da indstria/setor em que sua organizao

    est inserida. Inicia-se com a coleta de informao do setor ao qual pertence o

    produto/servio. Essa informao geralmente discriminada em termos dos

    objetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indstria e do setor em

    termos estatsticos, prticas de marketing e o composto de marketing. Essa

    informao pode ser usada para monitorar mudanas no setor e aproveitar as

    oportunidades decorrentes dessas mudanas em nichos especficos.

    2. Descrio do Segmento de Mercado

    Definido o setor em que atua e seu mercado geral, voc tambm quer e

    precisa saber identificar e clarificar quais pores particulares, ou segmentos

    deste mercado so seu alvo. O segmento de mercado definido a partir das

    caractersticas do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda,

    profisso, famlia, personalidade etc) e outros fatores que afetam de uma

    maneira direta o consumo do produto, como localizao geogrfica por exemplo.

    O mercado-alvo no aquele que voc gostaria: aquele que pode

    consumir o seu produto. Geralmente, para segmentar um mercado necessrio

    ter um conhecimento mais abrangente, no somente qualitativo, mas tambm

    quantitativo do mesmo. Para uma anlise inicial procure responder s seguintes

    questes:

  • Empreendedorismo 2015

    Qual o market-share (participao de mercado) dentre os principais

    concorrentes?

    Qual o potencial de mercado?

    O mercado encontra-se bem atendido?

    Quais as oportunidades para o seu produto/servio obter uma

    maior participao?

    Um segmento de mercado um conjunto de clientes que tem

    necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhantes, voc

    pode satisfazer suas necessidades especficas de forma mais eficaz. Quanto

    mais recursos e opes esses clientes demandam, mais razes voc tem para

    dividi-los em grupos. A figura 6 apresenta uma forma esquemtica de como

    definir o segmento de mercado para seu produto/servio. Para isso, deve-se

    responder, basicamente, s seguintes perguntas:

    Quem est comprando?

    O que est comprando?

    Por que est comprando?

    Quem est comprando?

    Uma boa forma para se determinar quem est comprando seu produto ou

    servio, conhecer seus hbitos e como eles vivem. Se seus clientes so outras

    empresas, descubra como eles operam seu negcio.

    O que est comprando?

    Uma descrio de clientes baseada no que eles compram permite que

    voc os veja de uma perspectiva com a qual est bastante familiarizada: seus

    prprios produtos e servios. Depois de criar segmentos de mercado baseados

    no que seus clientes compram, voc pode abordar as necessidades de cada

    grupo, modificando os seguintes aspectos de seu produto ou servio. As

    caractersticas referem-se a todas as especificaes de um produto ou servio.

    Mais uma vez, comum os segmentos de mercado identificados com

    base nos critrios de embalagem refletirem atributos de clientes semelhantes

    aos segmentos baseados em caractersticas do produto: freqncia de uso, nvel

    de sofisticao, aplicao do produto e tipo de usurio.

  • Empreendedorismo 2015

    Os segmentos de mercado baseados na entrega tambm podem

    considerar outros critrios, como: disponibilidade total de horrio (lojas de

    convenincia); disponibilidade total de local (postos de gasolina); disponibilidade

    garantida (vdeo locadoras); sensibilidade ao horrio (floricultura, pizzarias,

    frutas e vegetais).

    Por que est comprando?

    Quando se trata realmente de satisfazer as necessidades dos clientes a

    longo prazo, voc no pode se esquecer de fazer as seguintes perguntas:

    O que seus clientes esto procurando?

    O que consideram importante?

    O que os motiva?

    Qual sua percepo das coisas?

    Como fazem suas escolhas?

    Quando agrupa seus clientes usando as respostas a essas perguntas, voc cria

    segmentos de mercado baseados nos benefcios que os clientes esto

    procurando. Como esses segmentos de mercado descrevem seus clientes a

    partir do ponto de vista dos clientes, e no do seu, oferecem melhor oportunidade

    para que voc satisfaa as necessidades especficas de um grupo inteiro de

    clientes.

    3. Anlise SWOT do Produto/Servio

    Avalie os pontos fortes e fracos dos seus principais concorrentes em

    relao ao seu produto/servio. Dessa maneira, ser mais fcil para voc tentar

    tornar os pontos fracos deles em oportunidades e melhorar seu produto/servio

    de maneira a tentar eliminar as ameaas dos concorrentes e os riscos

    envolvidos. Resumindo, faa uma anlise SWOT do seu produto/servio.

    4. Anlise da Concorrncia

    A concorrncia deve ser avaliada em relao a produtos/servios e

    organizao (nesse caso, sua anlise j ocorreu na etapa de planejamento

    estratgico). De que maneira o produto ou servio pode ser comparado ao do

    concorrente? De que maneira ele est organizado? Ele pode tomar decises

  • Empreendedorismo 2015

    mais rpidas do que voc? Ele responde rapidamente a mudanas? Tem uma

    equipe gerencial eficiente? A concorrncia lder ou seguidor no mercado? Eles

    podero vir a ser os seus concorrentes no futuro?

  • Empreendedorismo 2015

    UNIDADE 2

    2.1 Construo da viso de negcio

    Apontou-se na introduo deste artigo, que a viso de um negcio

    frequentemente confundida com misso, objetivos, finalidades e outros

    elementos prprios da constituio das organizaes. Busca-se aqui, portanto,

    esclarecer o conceito de viso e sua importncia para a dinmica dos negcios,

    segundo o entendimento da literatura especializada.

    Viso introduzida no contexto dos negcios, como um dos elementos do

    planejamento estratgico. Em geral, a viso aparece neste plano como um dos

    precursores da elaborao dos objetivos estratgicos. Mais especificamente, a

    viso possui uma finalidade motivacional muito forte para a consecuo dos

    objetivos organizacionais (CAMPBELL e YEUNG, 1991). Estes casos esto

    estreitamente ligados ao intento estratgico da organizao, na definio de

    Hamel e Prahalad (1994). Em seu livro, Competing for the Future, Hamel e

    Prahalad (1994, p.20) definem intento estratgico como um sonho ambicioso e

    motivador que compele e energiza ...que prov a energia emocional necessria

    para a jornada... em direo do futuro. Esta definitivamente o sentido da viso

    de negcio.

    No entendimento de Hamel e Prahalad (1994) intento estratgico ou

    viso, possui trs atributos bsicos. O primeiro o senso de direo, isto , o

    intento estratgico est ligado a uma viso singular acerca da posio

    mercadolgica ou competitiva que a organizao espera construir nos prximos

    dez anos ou mais. O segundo o senso de descoberta. Implica um ponto de

    vista competitivamente nico acerca do futuro. Esta caracterstica da viso

    (intento) d aos partcipes a promessa de explorar um territrio competitivamente

    novo e, portanto, desafiadoramente motivador. Finalmente, o terceiro o senso

    de destino. O intento estratgico possui um apelo emocional de destino. uma

    meta que os partcipes percebem como inerentemente vlida que sela e d

    sentido direo de sua jornada.

    Na prtica gerencial, normalmente, a definio da misso precede a

    formao da viso. Nestas circunstncias, porm, a formulao da viso e da

    misso, no apresentam ordem de prioridade uma em relao outra. Ambas

    podem ser formuladas simultaneamente. Isto porque, ao especificar em que

    negcio a empresa est (formulao da misso), h necessidade de determinar

    de que forma o empreendedor ou a administrao de uma organizao visualiza

    ou interpreta, em que negcio est (formulao da viso). Para visualizar seu

    negcio, porm, o empreendedor precisa amparar-se nos princpios e

    fundamentos que norteiam a misso de seu negcio ou organizao. Assim,

    da simbiose dessas duas aes que nascem a misso e a viso de negcio de

    uma organizao.

    Muitas organizaes embutem na definio de sua misso, a viso de seu

    negcio, talvez por ser um objeto bastante subjetivo e no quantificvel. o que,

    por exemplo, a Harley-Davidson tem incorporado em sua misso: Manter-se fiel

    quilo que faz da Harley-Davidson uma Harley-Davidson.[...] Ns no somos

  • Empreendedorismo 2015

    apenas construtores de motocicletas. Ns somos os herdeiros de uma legenda.

    [...] Ficando prximos de motoqueiros e do esporte como mantemos vivas as

    coisas que fazem da Harley-Davidson uma Harley-Davidson (DAVID, 1997,

    p. 81). Certamente, uma anlise mais apurada desta misso indica no somente

    porque a empresa foi estabelecida (fazer motocicletas) sua misso, mas como

    as motos deveriam ser feitas. Em outras palavras, como a administrao da

    Harley-Davidson v seu empreendimento construindo motos, ou seja, sua viso

    do que seja construir motos e de como sua empresa deveria estar construindo

    motos (escutando seu pblico, vivenciando a prpria experincia de andar numa

    HD, etc.).

    Concentrando-se especificamente na viso, de entendimento conceitual

    aceito na literatura que a viso significa ou refere-se ideia que o empreendedor

    ou o executivo tem do seu negcio e do que ele espera que sua organizao

    seja no futuro (DAVID, 1997). Em outras palavras, a viso expressa o que a

    organizao quer se tornar no futuro.

    A definio de viso eliciada em Tachizawa e Rezende (2000, p.39) reflete

    bem o que viso significa ou deve significar, para a organizao: um macro

    objetivo, no quantificvel, de longo prazo [...] um misto de sonho, utopia e

    desejos de uma pessoa ou de um grupo que tem de ser socializado para o

    conjunto de partcipes [...]

    2.1.1 A descoberta de nichos de mercado

    Na anlise literria da viso pode-se identificar um conjunto de elementos

    que a tornam passvel de ser eliciada e compreendida pelos membros da

    organizao. Para a formulao de uma boa viso necessrio: (a) a descrio

    de um cenrio positivo do futuro; (b) a identificao das facilidades e dificuldades

    possveis para a realizao da viso; (c) a descrio seletiva do passado; (d) a

    satisfao das percepes dos partcipes; (e) a compatibilizao de valores e

    crenas; e (f) a flexibilidade e abrangncia.

    O primeiro destes elementos a determinao de um cenrio imaginrio

    positivo do futuro (TACHIZAWA e REZENDE, 2000). A viso, sem exageros,

    deve sempre levar a organizao a uma situao melhor no futuro. As razes

    so bvias: uma utopia positiva sempre um fator de motivao para as

    pessoas. Por outro lado, somente possvel aglutinar pessoas em torno de uma

    viso, se estas se convencerem de que o cenrio futuro em que sua organizao

    estar ser melhor do que o atual. necessrio que a alta administrao ou os

    empreendedores no criem apenas estratgias, mas desenvolvam um senso de

    propsito, como razo motivadora para as pessoas assumirem seu destino

    dentro das organizaes (BARTLETT e GHOSHAL, 1994).

    Um segundo elemento, descrio realista das dificuldades e facilidades

    que se interpem para a organizao atingir seu futuro identifica as formas de

    construir e estruturar uma organizao visionria (COLLINS e PORRAS, 1995).

    A capacidade especfica da organizao no pode ser nem sobrepujada, nem

    negligenciada, pelos objetivos interpostos pela viso. Isto quer dizer que o

  • Empreendedorismo 2015

    cenrio futuro deve ser desafiador, mas no impossvel de ser alcanado. Ou

    alternativamente, muito fcil de ser alcanado (LARWOOD et al., 1995).

    O terceiro elemento a descrio seletiva do passado. Os louros do

    passado no podem garantir o sucesso no futuro, nem tampouco os fracassos

    do passado podem se constituir em barreiras para a construo do futuro.

    necessrio revisar o passado com vistas sempre a aprender as suas lies, de

    forma a criar processos indutores novos para velhos problemas. A descrio do

    passado aponta, necessariamente, os valores construdos e as crenas em

    prtica na organizao. Collins e Porras (1995) ao indicarem o caminho para a

    construo da empresa visionria, insistem em que estes valores e crenas so

    os grandes delimitadores dos objetivos possveis no presente e servem de guia

    para a forja dos objetivos e desafios do futuro.

    Um quarto elemento a satisfao das percepes dos partcipes. Aqui a

    alta administrao e em especial os empreendedores possuem um papel

    fundamental, segundo Bartlett e Ghoshal (1994). As pessoas so movidas por

    emoes, no por objetivos racionais. a emoo das pessoas e,

    ampliadamente, seus valores e crenas, que movimentam as engrenagens da

    motivao. Assim os objetivos racionais, igualmente necessrios na formulao

    de uma viso, sero alcanados somente se estiverem embebidos de apelos e

    desejos de emoo. A formao da viso no pode prescindir, portanto, de mitos,

    analogias, palavras de ordem e metforas. Estas so funes da alta

    administrao (BARTLETT e GHOSHAL, 1994).

    Kolesar (1993) sugere que a ao compatibilizadora da viso, entre

    valores e crenas dos envolvidos, elemento fundamental na formulao de

    uma viso motivadora. As pessoas precisam achar na viso ligaes com seus

    princpios, suas crenas pessoais e estabelecer os elos que lhes convm. Em

    outras palavras, a viso precisa oferecer os cadeados abertos aos partcipes de

    uma organizao para que possam sentir-se confortveis em perseguir os

    objetivos propostos pela viso. Se tais objetivos forem contrrios ao senso

    comum, ou contrrios s suas prprias crenas, dificilmente sero abraados

    pelos envolvidos.

    Por fim, um sexto elemento da viso flexibilidade e abrangncia. Ao

    projetar a construo ou planejamento de uma viso de longo prazo, Meyer

    (1992), aponta as caractersticas bsicas que uma viso deve incorporar para

    ser efetiva. Sem ser ambgua, a viso precisa ser flexvel, permitindo que a

    organizao se adapte s mudanas que podem ter impacto sobre a direo, a

    natureza e o desempenho do negcio. Sem ser evasiva, a viso precisa ser

    ampla, de forma a permitir mobilidade e interpretaes adaptativas dos

    elementos das futuras realidades. Na teoria, os elementos que do as

    caractersticas e, presumivelmente, o grau de eficincia de uma viso, so fceis

    de serem elencados.

    Na prtica, porm, o desenvolvimento de uma viso eficaz parte de

    princpios simples, porque o simples deve ser eficaz. Em sua proposta de

    formao de viso de negcios para empreendedores, FARREL (1994) aponta

  • Empreendedorismo 2015

    dois elementos essenciais: o produto e o cliente. O raciocnio simples. Nenhum

    negcio jamais existiu, ou existir, se no houver esses dois elementos: um

    produto a ser vendido e um cliente disposto a pagar por ele. Desta forma, a

    funo do empreendedor achar um produto que ter um cliente no futuro

    disposto a pagar por ele e vislumbrar onde poderia estar este cliente, isto , em

    que fontes, em que mercados poderia ou deveria a organizao operar. Ou por

    outra, a funo do empreendedor farejar a percepo do cliente que

    demandaria por um determinado produto.

    2.1.2 Identificao da ideia

    Dentro de uma forma simplificada de ver um negcio, a viso deve ser

    precisa, intensa e integrada. Precisa, porque deve mostrar claramente qual o

    produto ou servio e o que ele capaz de fazer para o seu consumidor. Intensa,

    porque deve considerar as percepes do seu consumidor/usurio acerca do

    produto, bem como as responsabilidades do empreendedor pelo seu produto.

    Finalmente, integrada, porque no h como separar o produto, de qualidade, de

    valor agregado, das caractersticas de seu consumidor (poder aquisitivo e

    momento social, isto , porque compra). Um (produto) somente pode existir em

    funo do outro (consumidor). No o empreendedor que determina o produto,

    seu design, seu preo e sua aplicabilidade, mas seu pblico consumidor. De

    reconhecer este processo, suas caractersticas e as oportunidades de oferta do

    produto/servio decorre todo o sucesso do negcio. Por isso, diz FARREL (1994,

    p.71), grandes empreendedores no so apenas inventores de produtos. Nem

    so tambm apenas grandes vendedores. Grandes empreendedores so, na

    verdade, grandes identificadores de oportunidade.

    2.1.3 A transformao da ideia numa oportunidade de negcio

    Nesta linha de raciocnio, para criar uma viso clara de negcio o

    empreendedor precisa sentir pessoalmente a necessidade pelo seu produto. Ao

    sentir a necessidade pelo produto, ele sabe exatamente o que o produto deve

    fazer e como deve fazer. Esta a essncia de seu negcio, isto , para que

    serve seu negcio e como serve ou melhora o mercado a que serve. Mais que

    sentir a necessidade pelo seu produto, ele precisa fornecer pessoalmente seu

    produto aos clientes. Ao faz-lo, o empreendedor entende a percepo e a

    expectativa do cliente acerca de seu produto. Desta forma, ele poder incorporar

    os valores que caracterizam aquela percepo nas funes ou valores

    agregados de seus produtos. Em seguida, o empreendedor precisa criar uma

    filosofia para o seu negcio, isto , um raciocnio lgico, que seja ao mesmo

    tempo compreensvel por todos e embasador de todas as aes na organizao.

    Por fim, ele precisa incutir esta viso em todos: a obsesso pelos clientes, pelos

    seus produtos e pelo orgulho de ter um produto consumido de forma plena pelo

    seu cliente.

  • Empreendedorismo 2015

    2.2 Gesto empreendedora na rea de enfermagem

    No campo da enfermagem, as discusses sobre o empreendedorismo social so ainda bastante incipientes, tanto nacional como internacionalmente. Alguns estudos de mbito internacional evidenciaram que vrios enfermeiros

    buscaram novas alternativas de trabalho para se libertarem da burocracia e limites impostos pelas instituies tradicionais de cuidados em sade. Para

    exemplificar, menciona-se a Clnica Norte-americana -Clinical Nurse Specialist Entrepreneurship - que optou por sair do espao hospitalar para criar o seu prprio negcio e, dessa forma, valorizar o potencial inovador e desenvolver o

    seu ideal com independncia e autonomia. A enfermagem tem vrias razes e oportunidades para ter o seu prprio

    empreendimento. Primeiro, por ser uma profisso que tem uma compreenso ampla da realidade, isto , uma compreenso das necessidades do ser humano como um todo. Segundo, porque a enfermagem tem potencial e oportunidades

    para explorar novos campos sociais, no necessitando submeter-se aos espaos tradicionais de cuidados onde, na maioria dos casos, prevalece a noo

    de doena. Percebemos, desse modo, que iniciativas associadas ao

    empreendedorismo da enfermagem j so uma realidade, mesmo que o enfoque

    ainda esteja relacionado compreenso de negcio. Uma das razes para isso que o "empreendedorismo social tem recebido pouca ateno", e as iniciativas

    de mbito social no provocam um impacto imediato. O cuidado de enfermagem como prtica social empreendedora, pode ser

    evidenciado nos mais diferentes movimentos e espaos de atuao profissional

    do enfermeiro. Pode ser evidenciado nos espaos mltiplos da organizao

    social do cuidado, na dinmica organizacional, por meio das competncias

    humanointerativas e competncias tcnico-polticas do enfermeiro, bem como

    no confronto com as contradies sociais emergentes.

    A enfermagem possui competncias mltiplas e um campo de atuao

    amplo e socialmente reconhecido, mas precisa ousar, no sentido de explorar as

    oportunidades e visualizar novos espaos, entendendo que ser empreendedor

    ser capaz de explorar as oportunidades e protagonizar novos campos e prticas

    de atuao profissional. ter a capacidade de imaginar, desenvolver e

    concretizar vises, nas quais conceitos de si, sinergia, liderana e sistema de

    relaes/interaes so elementos fundamentais.

    A rea de enfermagem representa infinitas possibilidades empreendedoras,

    mas no possui uma cultura empreendedora. No entanto, desenvolver uma

    cultura empreendedora ou uma nova cultura resultado de um processo

    dinmico e gradual, no qual se inserem posturas, valores, percepes,

    habilidades coletivas, entre outros elementos. Significa dizer que, mesmo que a

    enfermagem tenha potencialidades e possibilidades empreendedoras, o

    desenvolvimento de uma nova cultura torna-se fundamental para fortalecer as

    possibilidades interativas por meio das parcerias e redes de colaborao

    solidria.

    Promover o empreendedorismo social, implica em promover uma mudana

    de paradigma na forma de encarar e conduzir os problemas sociais. Significa

  • Empreendedorismo 2015

    superar as aes convencionais centradas em prticas assistencialistas,

    desacompanhadas de reflexo crtica e de uma participao ativa nas

    discusses coletivas. Significa incorporar a eficincia sistmica em vez de

    eficincias individuais. Significa superar os problemas sociais atravs da

    definio coletiva de objetivos que envolvem a articulao dos diferentes atores

    e setores sociais.

    Na perspectiva do empreendedorismo social, o cuidado de enfermagem,

    como prtica social, precisa estar articulado de forma a ser capaz de superar as

    aes convencionais e unilaterais de interveno social, como j fora dito

    anteriormente. Precisa promover aes que permitam ao indivduo ser

    protagonista da sua histria. Nessa direo, a auto-organizao se mostra como

    importante estratgia para o desenvolvimento integrado e sustentado das aes

    locais, com efeito global e impacto social significativo.

    O empreendedorismo social da enfermagem est relacionado

    capacidade do sistema continuamente se auto-organizar e auto-recriar, por

    meio de processos interativos facilitados e potencializados pela diferenciao

    e interdependncia com o entorno social, isto , com os diferentes setores e

    atores sociais.

    2.3 Gesto de Pessoas

    As mudanas do mercado de trabalho tm conduzido as organizaes a

    modificar suas estruturas e modelos de processos no trabalho. As estruturas vm

    se tornando mais flexveis com poucos nveis hierrquicos; a tomada de deciso

    est sendo substituda pela delegao de competncias e a atribuio do poder

    decisrio s equipes que realizam o trabalho e esto mais prximas aos clientes.

    Essa realidade se processa em ritmo crescente e trazem as pessoas para os

    centros das atenes dos gestores.

    O ser humano e o seu desempenho profissional nas organizaes so hoje

    considerados fatores capazes de transformar a capacidade potencial da

    empresa em capacidade real. Parece haver um entendimento, pelas

    organizaes quanto contribuio das pessoas para promover a adaptao e

    a sobrevivncia da empresa, perante sucessivos desafios do mercado e,

    tambm, reconhecimento de que no basta dispor da mais avanada tecnologia,

    se as mesmas no forem sustentadas por uma gesto de pessoas competente.

    A gesto de pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de uma

    organizao depende fortemente da contribuio das pessoas, da forma como

    elas esto organizadas, estimuladas, capacitadas, e como so mantidas no

    ambiente de trabalho.

    A viso atual de que as organizaes so conjuntos de pessoas que

    atuam como agentes proativos e empreendedores, inovadoras, que prestam

    servios aos clientes, decidem, lideram, motivam, comunicam, supervisionam e

    gerenciam os negcios das empresas. Assim, a gesto de pessoas passa a ser

    uma responsabilidade compartilhada por todas as lideranas na organizao.

  • Empreendedorismo 2015

    O diferencial na gesto de pessoas reside em superar a viso tradicional da

    administrao de recursos humanos que concebe as pessoas como recursos

    semelhantes aos demais recursos da organizao. A partir do enfoque sistmico,

    a gesto de pessoas compreendida como um conjunto de polticas e prticas

    definidas para orientar o comportamento humano e as relaes interpessoais no

    ambiente de trabalho.

    Assim, as organizaes dependem das pessoas para atingir seus objetivos

    e cumprir suas misses. E para as pessoas, as organizaes constituem o meio

    pelo qual elas podem alcanar seus objetivos pessoais e profissionais com um

    mnimo de tempo, esforo e conflito.

    Nas instituies de sade e na enfermagem, as transformaes ocorridas

    tm demandado dos profissionais envolvidos no processo produtivo uma intensa

    busca de adaptao e requer dos mesmos, independentemente de sua

    formao, o desempenho de novos papis que venha atender s demandas

    sociais e institucionais da atualidade.

    Neste contexto as palavras de ordem so conhecimento, qualidade e

    competitividade, podendo ser efetivadas pela educao continuada que vem se

    tornando a cada dia, uma ferramenta indispensvel para promover o

    desenvolvimento de pessoas nas organizaes.

    Consideramos que na atualidade, o desafio da educao continuada nas

    organizaes a predisposio para trabalhar com todas as informaes que

    so colocadas ao alcance das pessoas e coordenar esforos dirigidos ao

    desenvolvimento de pessoal com a finalidade de ajud-lo a atuar mais

    efetivamente no ambiente institucional, devido ao contato direto e permanente

    com o cliente.

    2.4 Motivao e liderana

    A motivao est ligada diretamente ao comportamento humano e

    desencadeada por meio de estmulos que nos levam a alcanar os nossos

    objetivos. No entanto, a motivao pessoal, mas pode ser feita por meio de

    aes coletivas que despertam pessoas capazes de satisfazer suas

    necessidades para obteno de objetivos e resultados.

    O ser motivado capaz de ultrapassar e superar os seus limites. No

    ambiente corporativo, as pessoas devem ter motivos para colocarem mostra

    todas as suas potencialidades. E quanto maior o motivo, maior sero as

    realizaes, por isso uma organizao que necessite de retorno positivo e lucro

    deve investir na propagao da motivao em seu micro ambiente.

    Os lderes no mercado contemporneo ganham o espao que antes eram

    dos intitulados chefes, capazes somente de ordenar e no coordenar seus

    colaboradores. O forte envolvimento entre lderes e colaboradores por meio de

    motivao e empenho culmina na obteno de objetivos. Segundo Idalberto

    Chiavenato (autor brasileiro e respeitado na rea de Administrao e RH), a

    liderana necessria em todos os tipos de organizao humana,

    principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos.

  • Empreendedorismo 2015

    Os principais passos para obter motivao empresarial e como alcan-los.

    O micro ambiente ou o clima interno de uma empresa est ligado,

    diretamente, aos fatores que motivam seus colaboradores. Alguns dos principais

    passos para se obter e desencadear esta motivao ajudam diretamente a

    desenvolver e reconstruir o seu ambiente. Motivaes como trabalho desafiante,

    reconhecimento por bom desempenho, crescimento interno, perspectivas para

    progressos futuros, realizaes e timas relaes interpessoais afetam

    significativamente as organizaes.

    O coaching ajuda a formar lderes capazes de propagar com maestria todas

    as motivaes necessrias, para que as organizaes alcancem os seus

    objetivos financeiros, ajudando na formao de colaboradores por meio de

    superaes e alcance de seus objetivos.

  • Empreendedorismo 2015

    UNIDADE 03

    3.1 Plano de negcios

    A utilizao do Plano de Negcios (PN) algo ainda incipiente no Brasil.

    Poucos empreendedores e empresas trabalham com essa metodologia. Na

    Europa e principalmente no Canad e nos Estados Unidos, uma ferramenta

    usual, utilizada por empreendedores novos e antigos.

    Como surgiu o PN e por qu?

    O Plano de Negcios uma linguagem para descrever de forma completa

    o que ou o que pretende ser uma empresa.

    A mesma pergunta: O que a sua empresa? induzia a diferentes respostas,

    dependendo de para quem era dada: banco, fornecedor, cliente, distribuidor,

    scio potencial, investidor etc. O distribuidor quer saber sobre a qualidade do

    produto e a capacidade de produo da empresa; o fornecedor, sobre sua

    tradio e capacidade de honrar dvidas; o scio potencial quer saber sobre o

    futuro do negcio; j o investidor, seja banco, seja capitalista de risco, quer saber

    sobre a empresa em seu conjunto: passado, presente, futuro, a competncia de

    quem a dirige, o potencial de mercado, a lucratividade etc. Surgiu ento um

    documento completo, o Plano de Negcios, que d todas as respostas sobre a

    empresa.

    Mas o principal usurio do Plano de Negcios o prprio empreendedor,

    pois ele uma ferramenta que o faz mergulhar profundamente na anlise de seu

    negcio, diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decises, que podem

    at ser de no abrir uma empresa ou de no lanar um novo produto.

    3.1.1 Partes que compe o Plano de Negcio

    Mas o que , em detalhes, um plano de negcios?

    uma forma de pensar sobre o futuro do negcio: para onde ir, como ir

    mais rapidamente, o que fazer durante o caminho de forma a diminuir

    incertezas e riscos.

    Descreve um negcio: os motivos da existncia da oportunidade de

    negcio, como o empreendedor pretende agarr-la e como ir buscar e

    gerenciar os recursos para aproveit-la.

  • Empreendedorismo 2015

    mais um processo do que um produto. dinmico, vivo e deve ser

    sempre atualizado.

    No deve ser confundido com a empresa: o Plano de Negcios no o

    negcio, mas sua descrio. O PN pode indicar que o empreendimento

    tem grande potencial de sucesso, mas tambm dar evidncias de que ele

    irreal, que existem obstculos jurdicos ou legais intransponveis, que os

    riscos so incontrolveis ou que a rentabilidade aleatria ou insuficiente

    para garantir a sobrevivncia da empresa ou do novo negcio. Pode

    sugerir tambm que a ao de empreender deva ser adiada.

    um instrumento de negociao interna e externa para administrar a

    interdependncia com scios, empregados, financiadores, incubadoras,

    clientes, fornecedores, bancos etc.

    um instrumento para obteno de financiamentos, emprstimos, pea

    de persuaso de novos scios, de controle interno, de integrao da

    equipe e envolvimento dos empregados e colaboradores.

    Por que fazer o PN?

    A taxa de mortalidade de novas empresas bastante elevada nos trs

    anos seguintes sua criao: cerca de 90% no Brasil. As causas podem

    ser atribudas, em grande parte, ao lanamento prematuro do novo

    produto ou servio.

    Alguns empreendedores so, sem dvida, bons tcnicos, mas, entre eles,

    alguns no conhecem bem o mercado, a gesto financeira ou

    administrativa, as leis ou o ambiente socioeconmico. Para elaborar o

    Plano de Negcios, exigem-se conhecimentos sobre o setor do negcio e

    o contexto mercadolgico, bem como percepo gerencial e habilidade

    para lidar com assuntos tcnicos e legais, em diversas reas, e para

    vencer barreiras no relacionamento interpessoal. A elaborao do Plano

    de Negcios exige ideias claras e que todos os envolvidos estejam de

    acordo.

  • Empreendedorismo 2015

    3.1.2 Elaborao do plano de negcio

    Segundo Dolabella (1999, p.87), Oportunidade uma ideia que est

    vinculada a um produto ou servio que agrega valor ao seu consumidor, seja

    atravs de uma da inovao ou diferenciao. Isso quer dizer para o

    empreendedor que a oportunidade vem da agregao de valor em algum

    produto ou servio ou criar algo novo que atenda um nicho de mercado.

    Identificando uma ideia ou oportunidade, com um plano de negcios bem

    elaborado, visa detectar a viabilidade de ir adiante. De acordo com Dornelas

    (2000) a definio de um plano de negcio geralmente usada para descrever

    minuciosamente o negcio.

    O plano de negcios pode: [...] identificar os riscos e propor planos para

    minimiz-los e at mesmo evit-los; identificar seus pontos fortes e fracos em

    relao concorrncia e o ambiente de negcio em que voc atua; conhecer seu

    mercado e definir estratgias de marketing para seus produtos e servios;

    analisar o desempenho financeiro de seu negcio, avaliar investimentos,

    retorno sobre o capital investido; enfim, voc ter um poderoso guia que

    nortear todas as aes de sua empresa. (DORNELAS, 2000, p. 05).

    Com um plano de negcio bem elaborado, no quer dizer que nem

    sempre vivel abrir um negcio, o plano de negcio ajuda o empreendedor a

    tomar decises com menor ndice de riscos. Segundo Oliveira (2004, p. 16-17):

    [...] as agncias de fomento (CNPq, FINEP, FAPERJ); SEBRAE; os Bancos de

    Desenvolvimento (BNDS, BID, Banco Mundial); os Bancos Comerciais em

    geral; algumas vezes os acionistas e os Parceiros de um empreendimento, tm

    exigido para efeito de financiamento, a elaborao e o cumprimento das metas

    estabelecidas no Plano de Negcios.

    Para conseguir um financiamento, o plano de negcios deve estar bem

    prximo da realidade, devendo ter o que relevante, ou seja, ser objetivo e

    focado. Um plano de negcio mais que um recurso para levantar fundos,

    fundamentalmente, a base segura para operar os negcios. (GASPERI, 2008,

    p.18).

    Para elaborar o plano de negcios, necessrio conhecer as etapas que

    o compe. Segundo o SEBRAE (2007b) para a construo do plano de

  • Empreendedorismo 2015

    negcios, essencial que tenha todos estes itens: sumrio executivo, anlise

    de mercado, plano de marketing, plano operacional, plano financeiro,

    construo de cenrios, avaliao estratgica e a avaliao do plano de

    negcios.

    Para elaborar um plano de negcios passo a passo, acesse o portal do SEBRAE nacional,

    www.sebrae.com.br; o download do programa gratuito. http://www.sebrae.com.br/uf/

    espiritosanto/Acesse/comoelaborar

    Dornelas (2000, p. 07) O Plano de Negcios composto por vrias

    sees que se relacionam e permitem um entendimento global do negcio de

    forma escrita e em poucas pginas. Com o plano de negcios o empreendedor

    v a organizao como um todo, e no como reas separadas e isoladamente,

    como marketing, recursos humanos, financeiro, gesto. O objetivo do plano de

    negcios serve para responder estas questes chaves: quem, o que, quando,

    onde e como. (MORRIS, 1991 Apud DIGNER, 2008). Ao responder estas

    questes chaves, o empreendedor ter uma viso do seu negcio em geral.

    Segundo Dornelas (2000) o plano de negcio ao ser elaborado, deve

    seguir um roteiro com as seguintes informaes:

    1. Capa - a capa a primeira impresso do plano de negcios para quem

    se interessa de l-lo;

    2. Sumrio - o sumrio tem o objetivo de informar de forma detalhada o

    ttulo de cada assunto com o nmero da pgina;

    3. Sumrio Executivo - o sumrio executivo deve conter uma sntese do

    seu negcio, com informaes pertinentes para que ele for dirigido;

    4. Planejamento Estratgico do Negcio - o planejamento estratgico

    define o rumo da empresa, sua misso, objetivos, viso;

    5. Descrio da Empresa - esta seo serve para descreve a empresa

    como um todo;

    6. Produtos e Servios - Descrever quais so seus produtos e servios;

    7. Anlise de Mercado - fazer uma pesquisa de mercado, para se

    posicionar de com uma estratgia competitiva;

  • Empreendedorismo 2015

    8. Plano de Marketing - apresenta qual forma ser melhor de

    comercializar, divulgar o produto/servio e como conquistar seus

    clientes;

    9. Plano Financeiro - nesta seo apresenta as aes planejadas da

    empresa, ou seja, o capital a investir, o fluxo de caixa, prazo de retorno

    sobre investimentos;

    10. Anexos - apresenta as informaes que o empreendedor ressalta para

    um bom entendimento do plano. Devem constar tambm os currculos

    dos scios.

    Diante do cenrio econmico, para o empreendedor ter sucesso no

    basta s um diploma de curso superior, para ele ter sucesso ele precisa

    internalizar conhecimentos do negcio como um todo, ou seja, ele precisa

    conhecer todas as reas da empresa para tomar decises com menores ndices

    de erros. O empreendedor, na maioria das vezes erra uma, duas, trs, isso um

    sinal que precisa melhorar algo a mais. O fracasso fracasso para quem desiste,

    para o empreendedor que luta, corre atrs dos seus sonhos uma oportunidade

    de mudar a sua vida e das pessoas para melhor.

    Outro ponto importante, identificando a viabilidade no projeto, caso no

    tem recursos financeiros para investir, com o plano de negcio permite a

    concesso de um financiamento. Mas o importante do plano de negcios so as

    informaes que ele fornece de como se posicionar para competir no mercado.

    3.1.3 Apresentao do Plano de negcios

    O Plano de Negcio dever ter entre 10 e 15 pginas, com uma pgina

    adicional para capa onde dever constar o nome (fictcio) da empresa, o nome

    dos empreendedores, o nome da unidade Senac So Paulo e a data. Um

    logotipo para empresa pode ser criado, mas opcional.

    Utilize a fonte Arial 12 para os ttulos e Arial 10 para o texto do Plano de

    Negcio.

    Dica: Antes de escrever seu Plano de Negcio acesse o link capacitaes

    no site da competio (www.sp.senac.br/empreenda). Neste ambiente virtual

    voc encontrar capacitaes a distncia de Plano de Negcio, Marketing e

    Finanas, alm de textos complementares para auxili-lo na construo do

    plano.

  • Empreendedorismo 2015

    1. Oportunidade

    Nesta parte inicial, utilize as informaes que voc usou para descrever sua

    oportunidade de negcio. Depois, quando terminar de escrever todas as partes

    do Plano de Negcio, tente reescrever a descrio da oportunidade com novas

    informaes que voc obteve durante o desenvolvimento do plano.

    a) Descreva sua ideia de negcio.

    Dica: No se esquea de mencionar qual o mercado-alvo para a sua ideia.

    b) Por que sua ideia inovadora e/ou diferenciada?

    Dica: Compare com o que j existe hoje no mercado.

    c) Se implementada, como sua ideia agregar valor para o seu cliente?

    Dica: Explique por que o benefcio da ideia ser diferenciado.

    d) Qual o tamanho de mercado potencial para esta ideia?

    Dica: Faa estimativas.

    e) Por que, se transformada em negcio, sua ideia de negcio ser

    vivel financeiramente?

    Dica: Explique como a empresa vai gerar lucros.

    2. Empresa

    Faa uma apresentao da empresa que voc pretende criar. Procure

    utilizar o nome da empresa nas frases. Para apresent-la, voc deve explicar:

    A origem do negcio.

    O modelo de negcio.

    Qual ser o seu negcio.

    Qual ser a misso e a viso do negcio.

    Quem sero os scios e quais sero suas funes na empresa.

    3. Produtos e Servios

    Faa uma apresentao dos produtos que sua empresa pretende fabricar

    ou comercializar, ou dos servios que pretende oferecer.

    Para isto, voc pode:

    a) Fazer a apresentao/ descrio de cada produto/ servio. Se houver

    muitos, faa a apresentao por linhas de produtos.

  • Empreendedorismo 2015

    b) Explique por que o produto/ servio ser inovador ou diferenciado.

    4. Anlise do Mercado Consumidor

    Explique quem sero as pessoas que compraro seus produtos/ servios.

    Explique o motivo destas pessoas se interessarem por seus produtos/ servios

    e apresente uma estimativa do tamanho do mercado.

    5. Anlise da Concorrncia

    Comece com uma explicao de como a concorrncia no mercado

    consumidor em que ir atuar, descrevendo seus concorrentes diretos e

    indiretos. importante citar seus pontos fortes e fracos, alm das ameaas e

    oportunidades com relao a cada concorrente. As informaes que voc

    apresentar nesta etapa precisam levar o leitor a entender que h espao entre

    a concorrncia para o produto/ servio que voc pretende lanar. E, como voc

    conhece os pontos fortes e fracos e as ameaas e oportunidades da

    concorrncia, voc sabe como ocupar este espao.

    6. Planejamento da Produo e Operaes

    Explique como sua empresa vai funcionar. Para isto:

    a) Se sua empresa atuar no ramo de comrcio: explique as principais

    etapas de trabalho, desde a compra de produtos do seu fornecedor

    at o momento em que ele ser vendido para o seu consumidor.

    b) Se sua empresa atuar no ramo de servios: explique como o servio

    ser prestado. Quais sero as principais etapas de trabalho.

    c) Se sua empresa atuar no ramo de fabricao de produtos: explique

    como ser o processo de fabricao do produto at o momento em

    que ele enviado para o seu cliente

    7. Planejamento de Marketing e Vendas

    Nesta parte preciso explicar como voc imagina que seu cliente saber que

    sua empresa e seu produto/ servio existem e como ele ser influenciado a

    comprar seu produto/ servio. Para isto, tente explicar:

    d) Quais sero os benefcios do seu produto/ servio? Ou seja, porque

    voc imagina que seu consumidor ir se interessar pelo seu produto/

  • Empreendedorismo 2015

    servio? Ele pode se interessar pela qualidade ou preo do produto,

    mas isto tambm pode ser oferecido pelo seu concorrente. Ento,

    alm dos benefcios oferecidos pelos seus concorrentes, quais sero

    os benefcios que s seus produtos/ servios oferecero?

    e) Quanto voc cobrar pelos produtos/ servios? Por que voc seguiu

    esta lgica para definir os preos?

    f) Onde voc priorizar as vendas dos seus produtos e por que estes

    locais?

    g) Quais sero as promoes que voc far para atrair a ateno dos

    seus consumidores, gerar interesse pelos seus produtos/servios e

    fazer com que eles realmente comprem seus produtos e servios?

    8. Planejamento de Recursos Humanos

    Explique quais sero as principais funes da sua empresa e quem ficar

    responsvel para que cada funo seja bem executada.

    9. Planejamento Financeiro

    O planejamento financeiro tende a ser a principal parte do Plano de

    Negcio, pois demonstra se a oportunidade de negcio vivel e rentvel. Em

    ltima instncia, esta parte que comprova que a oportunidade de negcio

    existe e factvel!

    Faa uma introduo rpida para apresentar os dados financeiros da

    oportunidade de negcio. Isto deve estar condizente com as informaes

    que constam da primeira parte do Plano de Negcio.

    A seguir, apresente um quadro resumo do Demonstrativo do Resultado

    do Exerccio (DRE) para os prximos cinco anos. DRE um formato

    contbil para apresentar receitas, custos, despesas e lucros do seu

    negcio. Comente o que voc acha que vai acontecer com as contas do

    DRE nos prximos cinco anos.

    Faa a mesma coisa para o Demonstrativo de Fluxo de Caixa para os

    prximos cinco anos.

    Em seguida, faa uma anlise de Ponto de Equilbrio (quando sua

    empresa vai ser vivel?), de Payback (em quanto tempo vai receber o

    que investiu para criar o negcio?), e de Rentabilidade.

  • Empreendedorismo 2015

    Termine esta parte (e o plano de negcio!) afirmando que a oportunidade

    de negcio existe, possvel realiz-la e rentvel!

    REFERNCIAS

    BACKES, Dirce Stein; ERDMANN Alacoque Lorenzini; BSCHER,

    Andreas. O cuidado de enfermagem como prtica empreendedora:

    oportunidades e possibilidades. Acta paul. enferm. vol.23 no.3 So

    Paulo May/June 2010.

    BOM NGELO, E.Empreendedor corporativo: a nova postura de

    quem faz a diferena. SP: Negcio, 2003.

    DOLABELA, F. Oficina do Empreendedor. SP: Cultura,2000.

    LEITE. Emanuel. O Fenmeno do Empreendedorismo. So Paulo:

    Atlas, 1999

    MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da

    Metodologia Cientfica. 6. Ed. So Paulo: Atlas, 2005.

    PEREIRA, H. J. Criando seu prprio negcio: como desenvolver o

    potencial empreendedor. Braslia: SEBRAE,1995.

    SILVA, Joo Martins da. O Ambiente da Qualidade. So Paulo: Atlas,

    1999.

    SERVIO BRASILEIR