apostila de filosofia

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O que é filosofia. A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma pratica de vida que procura pensar os acontecimentos além da sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a religião; pode pensar a arte; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana. Uma história em quadrinhos ou uma canção popular podem ser objeto da reflexão filosófica. A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida. A filosofia incomoda porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Questiona as praticas políticas, cientifica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Não há área onde ela não se meta, não indague, não perturbe. E , nesse sentido, a filosofia é perigosa, subversiva, pois vira a ordem estabelecia de cabeça para baixo. A origem da Filosofia A palavra filosofia A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita. Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de

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Page 1: APOSTILA DE FILOSOFIA

O que é filosofia.

A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma pratica de vida que procura pensar os acontecimentos além da sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a religião; pode pensar a arte; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana. Uma história em quadrinhos ou uma canção popular podem ser objeto da reflexão filosófica.A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida.A filosofia incomoda porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Questiona as praticas políticas, cientifica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Não há área onde ela não se meta, não indague, não perturbe. E , nesse sentido, a filosofia é perigosa, subversiva, pois vira a ordem estabelecia de cabeça para baixo.

A origem da Filosofia

A palavra filosofiaA palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philoderiva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, desejao conhecimento, o estima, o procura e o respeita.Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes deCristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoriaplena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ouamá-la, tornando-se filósofos.Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos (afesta mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, aliestando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com asdisputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois,durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música,teatro); e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar odesempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Esse terceiro tipo depessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo.Com isso, Pitágoras queria dizer que o filósofo não é movido por interessescomerciais - não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para sercomprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir- não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencercompetidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar,contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida: em resumo, pelo desejo desaber. A verdade não pertence a ninguém, ela é o que buscamos e que está diantede nós para ser contemplada e vista, se tivermos olhos (do espírito) para vê -la.

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ATIVIDADE 1

1- Porque a filosofia incomoda?(a) Conta mentira(b) Questiona o modo de ser das pessoas(c) É falsa

2- Uma história em quadrinhos ou uma canção popular.(a) Objeto de reflexão filosófica(b) Uma amizade(c) Um respeito

3- O que significa filosofia?(a) Fantasia(b) Ordem(c) Amizade pela sabedoria

4- A palavra ‘’filosofia” tem origem:rega(a) Indiana(b) Alemã(c) Grega

A essência da Filosofia.A etimologia da palavra filosofia confirma o acerto da atitude de Kant. O vocábulo, originário do verbo grego philosophein, significa, em sua estrutura verbal, amar a sabedoria, entendida como reflexão do homem acérca da vida e do mundo. A Filosofia portanto, não é a Sofia, ciência e sabedoria ao mesmo tempo. É somente o desejo, a procura dessa Sofia. A essência da Filosofia é a procura do saber e não a sua posse.Se a Filosofia é procura e não posse, podemos dizer que o trabalho filosófico é um trabalho é um trabalho de reflexão. A palavra reflexão vem do verbo latino reflectere , que significa voltar atrás. Filosofar, portanto, significa retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, examinar detidamente, prestar atenção e analisar com cuidado.

O pensamento mítico

Quando pensamos em mitos, hoje, imediatamente lembramos de alguns mitos gregos, como o de Pandora, que abriu a caixa proibida soltando todos os maleis, restando somente a esperança, ou ainda do saci-pererê, da Tupã e outras lendas que povoaram a nossa infância e que têm origem nas culturas indígena ou africana .Para nós, portanto, os mitos primitivos não passam de hitórias fantasiosas que são contadas ao lado das hitórias da Branca de Neve ou da Bela Adormecida O mito, porém, não é isso. Quando vira uma história, uma lenda, ele perde sua força de mito.

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O que é mito?

O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades q na sói explicam partes dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mais q dão, também, as formas da ação humana.Devemos salientar, entre tanto, que, não sendo teórica a verdade do mito não obedece a lógica nem da verdade impírica, nem da verdade científica. É verdade intuída, que não necessita de provas para ser aceita.O mito nasce do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. O homem, a mercê das forças naturais, que são assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. As coisas não são mais matéria morta, nem são independente do sujeito que as percebe. Ao contrário, estão sempre impreguinadas de qualidades e sãos ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou ameaçadoras e repelentes. Assim, o homem se move dentro de um mundo animado por forças que ele precisa agradar para que haja caça abundante, para que a terra seja fértil, para que a tribo ou grupo seja protegido, para que as crianças nasçam e os mortos possam ir em paz.

O que é verdade?

Essa questão é das mais difíceis da Filosofia. Para as pessoas de maneira geral, como para a ciência, a verdade é a solução de algum problema. Para o filósofo, no entanto, as próprias soluções transformam-se em novas questões. No horizonte filosófico, a verdade plena é monopólio de ninguém. Cada qual vê a realidade sob uma perspectiva pessoal e particularmente diferente das demais, mais que é uma das infinitas facetas da verdade.A história do pensamento humano é uma constante busca da verdade. Cada pensador tem seu lugar próprio no mundo, sua própria situação histórica, que é a dele e de nenhum outro. Por isso, cada um tem, em certa medida, uma visão parcialmente própria da verdade.Isto não significa que a verdade de um absolutamente não coincida com a de outro, numa espécie de relativismo. Significa, porém, que devemos enriquecer-nos mutuamente, num diálogo autentico, numa procura comunitária da verdade.Assim, todo o sistema filosófico deve inserido no continuo revelar-se da verdade. Nenhum pode ser o único e definitivo, pois nenhum esgota a realidade. Na medida em que um sistema se afirma como o único, sem aceitar contribuições originais, é falso. Cada um tem menor ou maior conteúdo de verdade, cada um tem seu valor enquanto é uma perspectiva diferente sobre o universo.Para o filósofo espanhol José Portega y Gasset (1883- 1955) , cada individuo – pessoa, povo, época – é um órgão para a conquista da verdade. Esta, que por si mesma é aléia às variações históricas , adquiri, atravez da pespequitiva, sua dimensão vital .O filosofo alemão Martin Heidegger, por sua vez, insisti no fato de que a verdade não será um don absoluto, e imediato, mas se impõe sua busca responsável , na vida concreta e na historicidade.Esta será a tarefa contante da Filosofio em face da verdade . Na finitude não há como repolsar sobre a verdade conquistada : Ela deve torna-se constante conquista .

Atividades.

1- Qual a essencia da filosofia ?(a)falcidade(b)a cura do saber (c)um sistema

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2- O trabalho filosófico é um trabalho de :(a) Prova(b) Constante conquista(c) Reflexão

3- A palavra reflexão vem do verbo latino reflectere. O que significa?(a) Seguir em frente(b) Sabedoria(c) Voltar atráz

4- O que são mitos primitivos?(a) Historias fantasiosas (b) Reflexão(c) Verdade

Tipos de conhecimento

A filosofia é uma forma de conhecimento, mas nem todo conhecimento é filosófico. Vejamos alguns outros tipos de conhecimentos:

Conhecimento vulga.É aquele que resulta da observação comum e ocasional da realidade .O conhecimento vulgar contenta-se com a simples aprieenção dos fatos e fenômenos. E nesta procura, ela porcede com método, isto é, integra os resultados da reflexão numa ordem sistemática.Conhecimento cientifico. É aquele que, atravéz de uma investigação sistemática, procura conhecer um determinado aspecto da realidade. A Biologia, a Física, a psicologia, por exemplo, procuram conhecer as causas de sertos grupos de fenômenos.A Filosofia, no entanto, não procura conhecer apenas um aspecto particular da realidade, mas toda ela .Além disso , ela não se contenta com os pressupostos e limites das ciências ; Investiga mas além, até as raises. Com relação ao próprio conhecimento, por exemplo, vimos no capitulo anterior que , enquanto as outras ciências conhecem, o filosofo, faz pergutas mais radicais do tipo: _ O que é conhecimento?

_ É possível conhecer ? _ Como conhecemos ? Vejamos agora como a Filosofia ecarou o problema do conhecimento no decorrer da História.

O conhecimento é possível?

No decorrer da Historia da Filosofia, a reflexão em torno do problema do conhecimento atingil tal ponto de radicalidade que alguns filósofos a se perguntar se o conhecimento é realmente possível . O filosofo grego Górgias ( séc.V a.C), por exemplo, afirmava que nada existia e que, se alguma coisa existise não poderíamos conhecela. Tal afirmação caracteriza a atitude folosofica chamada cetisismo . Os séticos consideram a mente homana imcapas de alcansar, com certeza absoluta qualquer verde . Para ele tudo é aparência e ingano.

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2. Exigência da reflexão filosófica Para que uma reflexão possa ser chamada de filosófica é preciso que satisfaça a uma série de exigências. Demerval Saviani resume essas exigências em apenas três requisitos: a radicalidade,o rigo e a globalidade. Isso quer dizer que “a reflexição filosófica, para ser tal, deve ser radical, rigorosa e de conjunto.

Radical. Em primeiro lugar, exige-se que o problema seja colocado em termos radicairegiis, entendida a palavra radical no seu sentido mais próprio e imediato. Quer dizer, é preciso que se vá as raízes da questão, até seus fundamentos. Em outras palavras, exige-se que opere uma reflexição em profundidade.

Rigorosa. Em segundo lugar, e como para garantir a primeira exigência, deve-se ser com rigor, ou seja, sistematicamente, segundo métodos determinados, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria popular e as generalizações apressadas que a ciência pode ensejar. De conjunto. Em terceiro lugar, o problema não pode ser examinado , de modo parcial, mas numa perspectiva de conjunto, relacionando-se o aspecto em questão com os demais aspectos do contextos em que está inserido. É neste ponto que a Filosofia se distingue da ciência de modo mais marcante. Com efeito, ao contrário da ciência, a Filosofia não tem objeto determinado, ela dirige-se a qualquer aspecto da realidade, desde que seja problemático; seu campo é o problema, esteja onde estiver. Melhor dizendo, seu campo de ação é o problema enquanto não se sabe ainda onde ele está, por isso se diz que é a filosofia é busca.

Atividade

1- O que caracteriza o conhecimento vulgar?(a) investigar causa(b) fenomenos(c) observação comum e ocasional da realidade

2- O que é préciso para que uma reflexição seja chamada de filosófica?(a) um aspecto da realidade(b) que satisfaça uma série de exigências (c) dirigirir-se a qualquer aspecto

3- Areflexição filosófica para ser tal deve ser ?(a) Problemática(b) Radical, rigorosa e de conjunto(c) Detrminada

4- As ciências conhecem, mas os filósofos o que fazem?

(a) Marcam(b) Questionam(c) perguntam

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Filosofia e as ciências

Podemos perceber, através desse modelo de reflexão filosófica, como “a Filosofia se distingue das ciências pelo ponto de vista em que se coloca. Quando considera um objeto, ela o encara, por assim dizer, sob o prisma dos limites, dos aspectos fundamentais. Nesse sentido a Filosofia é a ciência dos fundamentos da realidade. Lá onde as outras ciências param, onde, sem mais indagar, aceitam os pressupostos, ai entra o filosófo e começa a investigar. As ciências conhecem – mas o filosófo pergunta o que é o conhecimento; as outras ciências estabelecem leis – ele põe a questão do que seja uma lei; o homem comum e o político do fim e da utilidade – o filosófo pergunta o que se deve entender por e utilidade .Já se vê que a Filosofia é uma ciência radical – no sentido em que ela vai às raízes das questões muito mais profundamente que qualquer outra ciência; lá onde as outras se dão por satisfeitas, ela continua a indagar e a perscrutar.

- Tipos de conhecimento

A Filosofia é uma forma de conhecimento, mas nem todo conhecimento é filosófico.Vejamos alguns outro tipos de conhecimento:Conhecimento vulgar. É aquele que resulta da observação comum e ocasional da realidade . OConhecimento vulgar contenta-se com a simples apreensão dos fatos e fenômenos, sem refletir sobre sua natureza ou investigar suas causas. A Filosofia, por sua vez, procura conhecer as caisas ou razões dos fatos e fenômenos. E, nesta procura, ela procede com méto-Do, isto,é, integra os resultados da reflexão numa ordem sistemática.Conhecimento ciientífico. É aquele que, através de uma investigação sistemática, procura conhecer um determinado aspecto da realidade. A Biologia, a Física, a Psicologia,por exemplo, procuram conhecer as causas de certos grupos de fenômenos. A Filosofia, no entanto, não procura conhecer apenas um aspecto particular da realidade,Mas toda ela. Além disso, ela não se contenta com os pressupostos e limites das ciências; investiga mais além, até as raízes Com relação ao próprio conhecimento, por exemplo, vimos no capítulo anterior que, enquanto as outras ciências conhecem, o filósofo faz perguntas mais radicais,do tipo:

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1. O que é cultura?

Cultura é a parte do ambiente criada pelo homem ou, como diz Paulo Freire. “é tudo o que o homem cria e recria”. (FREIRE, P.Cambio.Bogotá , Editorial America Latina, 1970.p.28).Criar e recriar cultura é próprio do homem,distinguindo-o dos outros animais. Assim fazem parte da cultura, por exemplo , os instrumentos de trabalho , as roupas, as casa, as plantações. Mas a cultura não se limita aos objetos. Também os costumes, a religião, a arte, as festa, os sistemas filosóficos, os conhecimentos técnicos e científicos são elementos da cultura.

2. Idéias e IdealismoAs idéias são produtos humanos tanto quanto as roupas. Muitos filósofos,no entanto, dão um valor absoluto às idéias. Afirmam que elas determinam a realidade. Esses filósofos denominam-se idealistas e seu sistema filosófico, idealismo. O idealismo é uma das filosofias mais antigas do pensamento ocidental. Teve origem na antiga Grécia e seu maior representante foi Platão(429 – 347 a.C.). Ele, em sua obra A República,nos apresenta o filósofo como o modelo de homem que deve servir de guia na formação das novas gerações.Sua atividade principal consiste na busca e contemplação das idéias. Na Filosofia moderna os mais importantes filósofos idealistas foram Descarte. (1770-1831). O erro fundamental dos idealistas foi separar a consciência da realidade e fazer depender esta última da primeira, como se a realidade fosse resultado da consciência. Dessa maneira a realidade surge através de uma mudança da consciência.

Muitos pensadores, no entanto, o põem-se a esse ponto de vista e mostram que as idéias são criadas pelos homens, mas não por seres humanos isolados. Elas são criadas historicamente pela espécie humana, em determinadas situações econômicas e sociais. Por isso elas não podem ser consideradas absolutas e nem definitivas.

A crença na autonomia das idéias, segundo o marxismo, surgiu com a divisão social do trabalho, mais especificamente, com a separação entre trabalho intelectual e manual. As idéias tornaram-se, então, privilégio da classe dominante, que as generalizou com o objetivo de sujeitar os dominados. Através da inculcação das idéias pode-se conseguir a submissão dos dominados sem apelar à violência pura.

3. Idéias e ideologia

Não é preciso ser filósofo para ter idéias. Todas as pessoas têm suas idéias. A diferença é que o filósofo procura construir, através do estudo e da reflexão, um sistema mais ou menos coerente de idéias para, a partir dele, interpretar e criticar a realidade. A maioria das pessoas, no entanto, vai formando seu conjunto de idéias sem muita reflexão. Esse conjunto de idéias recebe o nome de ideologia. Todos nós temos a nossa ideologia, mas de maneira geral não temos consciência disso. Julgamos que nossas idéias refletem sempre a realidade. Não nos damos conta de que muitas dessas idéias foram colocadas em nossa cabeça pela educação familiar, pela escola, televisão, jornais, moda, cinema etc.

“Como essas instituições, numa sociedade desigual, são em geral controladas pela classe mais poderosa, a ideologia predominante nessa sociedade costuma ser a ideologia da classe que detém o poder. Por isso há moradores de favela conformados, acreditando que sempre haverá ricos e pobres.” (BETTO, Frei. OSPB; introdução à política brasileira. São Paulo, Ática, 1988. P. 18.)

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Atividade

1. Para Paulo Freire o que é cultura?

(a) Idéias absolutas(b) Sistema filosófico(c) Tudo que o homem cria e recria

2. Quem foi o maior representante do idealismo?

(a) Betto(b) Platão(c) Sócrates

3. O idealismo é uma das filosofias mais antiga do pensamento ocidental. Teve origem onde?

(a) Roma(b) Antiga Grécia(c) Espanha

4. A maioria das pessoas; vai formando seu conjunto de idéias sem muita reflexão. Que nome recebe esse conjunto de idéias?

(a) Idealismo(b) Ideologia(c) costumes