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RAFAEL DE CAMARGO PENTEADO BORGES “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL E A FUNÇÃO RENAL EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)” CAMPINAS 2006 i

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Page 1: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

RAFAEL DE CAMARGO PENTEADO BORGES

“AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A

PRESSÃO ARTERIAL E A FUNÇÃO RENAL EM

RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)”

CAMPINAS

2006

i

Page 2: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

RAFAEL DE CAMARGO PENTEADO BORGES

“AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO

ARTERIAL E A FUNÇÃO RENAL EM

RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS (SHR)”

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação

da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade

Estadual de Campinas para obtenção do título de

Mestre em Fisiopatologia Médica, área de concentração

Medicina Experimental

Orientador: Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo

CAMPINAS

2006

iii

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BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Orientador: Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo

Membros:

1. Prof. Dr. José Francisco Figueiredo_______________________________________

2. Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo _____________________________________

3. Prof. Dr. Carlos Eduardo Negrão _________________________________________

4. Prof. Dr. Edílson Serpeloni Cyrino ________________________________________

5. Profa. Dra. Patrícia Aline Boer ___________________________________________

Curso de Pós-Graduação em Fisiopatologia Médica, área de concentração Medicina

Experimental, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas.

Data: 26/07/2006

v

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Dedico esse trabalho

aos meus pais

Maria Christina e Odair, e

ao meu irmão

Felipe.

Obrigado por tudo.

vii

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AGRADECIMENTOS

A Deus por iluminar sempre o meu caminho e as minhas decisões.

Ao meu orientador, Prof. Dr. José Antonio Rocha Gontijo, pelo apoio e

incentivo durante a realização desse trabalho, e pela oportunidade de participar da sua

equipe de pesquisa.

Ao Prof. Dr. José Francisco Figueiredo, por abrir as portas de seu laboratório

quando necessário e suas explicações claras e exatas.

O apoio fundamental dado pelo Dr. Sigisfredo Luis Brenelli para a minha

iniciação a ciência.

Às biólogas do laboratório Amanda Roberta de Almeida e Elisabeth Cristina

Cambiucci pelo apoio dado nos momentos necessários durante a pesquisa.

Aos ratos que usei na experimentação, que sem eles tudo isso não seria

possível.

ix

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SUMÁRIO

Pág.

RESUMO............................................................................................................... xxvii

ABSTRACT.......................................................................................................... xxxi

1- INTRODUÇÃO................................................................................................ 35

1.1- Hipertensão no ser humano...................................................................... 37

1.2- Hipertensão Arterial: Aspectos Fisiopatológicos................................... 38

1.3- Ingestão de sódio e hipertensão arterial.................................................. 40

1.4- O exercício físico........................................................................................ 41

1.5- Pressão arterial e atividade física controlada......................................... 43

1.6- Repercussão cardíaca do treinamento físico........................................... 44

1.7- Implicações dos pressoreceptores arteriais............................................. 45

1.8- Liberação de óxido nítrico e atividade física.......................................... 45

1.9- Função Renal e atividade física................................................................ 46

1.10- Exercício físico em ratos espontaneamente hipertensos (SHR).......... 48

2- OBJETIVOS..................................................................................................... 51

3- MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 55

3.1- Os animais.................................................................................................. 57

3.2- Desenho experimental - desenvolvimento piloto.................................... 59

3.3- Cronograma semanal dos experimentos................................................. 61

3.4 O exercício no meio líquido e temperatura deste meio........................... 61

3.5- Atividade física aeróbia............................................................................ 62

3.6- Ração animal............................................................................................. 68

xi

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3.7- Aferição da pressão arterial caudal......................................................... 68

3.8- Testes funcionais renais - Clearances de Creatinina e Lítio................. 71

3.8.1- Testes funcionais renais - Clearance de Creatinina.......................... 76

3.8.2- Testes funcionais renais - Clearance de Lítio................................... 76

3.9- Metodologia Analítica.............................................................................. 77

3.9.1- Cálculos utilizados............................................................................ 78

3.9.2- Análise estatística dos resultados..................................................... 80

4- RESULTADOS................................................................................................. 81

4.1- Curva de desenvolvimento ponderal da massa corporal....................... 83

4.2- Treinamento de força durante o desenvolvimento da atividade física

programada...............................................................................................

89

4.2.1- Força absoluta................................................................................... 89

4.2.2- Força absoluta versus Massa corporal.............................................. 90

4.2.3- Força relativa.................................................................................... 93

4.3- Tempo de atividade física programada................................................... 96

4.4- Variação da Pressão Arterial................................................................... 97

4.5- Função Renal............................................................................................. 102

4.5.1- Clearance de Creatinina (Ccr).......................................................... 102

4.5.2- Clearance de Lítio (CLi+)................................................................. 105

4.5.3- Fração de Excreção de Sódio (FENa+)............................................. 107

4.5.4- Fração de Excreção Proximal de Sódio (FEPNa+)........................... 111

4.5.5- Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio (FEPPNa+).................. 114

4.5.6- Fração de Excreção de Potássio (FEK+)........................................... 117

4.5.7- Carga Excretada de Sódio (UNa+V)................................................. 121

xiii

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5- DISCUSSÃO..................................................................................................... 129

5.1- Atividade física programada.................................................................... 131

5.2- Desenvolvimento da massa corporal....................................................... 132

5.3- A atividade física programada no meio líquido termoneutro............... 133

5.4- Análise dos parâmetros da pressão arterial e função renal.................. 134

6- CONCLUSÕES................................................................................................ 137

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 141

8- ANEXOS........................................................................................................... 155

8.1- Anexo 1- Descrição metodológica - Dosagem de creatinina.................. 157

8.2- Anexo 2- Dosagem dos eletrólitos plasmáticos e urinários.................... 159

9- APÊNDICES..................................................................................................... 161

9.1- Apêndice 1- Ficha de exercício................................................................. 163

9.2- Apêndice 2- Ficha de Pressão Arterial.................................................... 165

9.3- Apêndice 3- Ficha de coleta de dados do Clearance.............................. 167

9.4- Apêndice 4- Ficha de dosagem do Clearance......................................... 169

9.5- Apêndice 5- Planilha de cálculos do Clearance...................................... 171

xv

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LISTA DE SIGLAS ABREVIATURAS

AP Na+ Aporte Proximal de Sódio

App Na+ Aporte Pós Proximal de Sódio

Ccr Clearance de Creatinina

cr Creatinina

Cli Clearance de Lítio

CNa Carga de Sódio

CE K+ Carga Excretada de Potássio

CF K+ Carga Filtrada de Potássio

CF Na+ Carga Filtrada de Sódio

DD Na+ Delivery Distal de Sódio

DP Desvio Padrão

EPM Erro Padrão da Média

FE Na+ Fração de Excreção de Sódio

FE K+ Fração de Excreção de Potássio

FEP Na+ Fração de Excreção Proximal de Sódio

FEPPNa+ Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio

H.A Hipertensão Arterial

K+ Potássio

LiCl Cloreto de Lítio

Li+ Lítio

M Média

xvii

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Max Máximo

Min Mínimo

mmHg Milímetros de Mercúrio

mEq mili equivalente

mg/dl miligrama por decilitro

Na+ Sódio

NaCl Cloreto de Sódio

P Plasma

P.A Pressão Arterial

SHR Spontaneously Hypertensive Rats

WKy Wistar Kyoto

U Urina

UNa+V Carga Excretada de Sódio

VU Volume Urinário

V(min) Volume Urinário/minuto

xix

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 Evolução da massa corporal - SHR............................................. 84

Figura 2 Evolução da massa corporal - WKy............................................. 84

Figura 3 Massa Corporal - SHR................................................................. 85

Figura 4 Área sobre a Curva Massa Corporal - SHRc vs. SHRe............... 86

Figura 5 Massa Corporal - WKy................................................................ 87

Figura 6 Área sobre a Curva Massa Corporal - WKyc vs. WKye............. 88

Figura 7 Evolução da Sobrecarga SHRc/e vs. WKyc/e............................. 90

Figura 8 Massa Corporal x Sobrecarga 1º Período - WKye....................... 91

Figura 9 Massa Corporal x Sobrecarga 1º Período - SHRe....................... 91

Figura 10 Massa Corporal x Sobrecarga 2º Período - Wkye....................... 92

Figura 11 Massa Corporal x Sobrecarga 2º Período - SHRc....................... 93

Figura 12 Relação Sobrecarga x Massa Corporal - SHRe/WKye................ 94

Figura 13 Relação Sobrecarga x Massa Corporal - SHRc/WKyc................ 95

Figura 14 Tempo x Sobrecarga - SHRe/c..................................................... 96

Figura 15 Tempo x Sobrecarga - WKye/c.................................................... 97

Figura 16 Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe............................................... 98

Figura 17 Área sobre a Curva - Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe............. 99

Figura 18 Pressão Arterial - WKyc vs. WKye............................................. 100

Figura 19 Área sobre a Curva - Pressão Arterial - WKyc vs. WKye........... 101

Figura 20 Clearance de Creatinina - SHRc vs. SHRe.................................. 102

Figura 21 Área sobre a Curva - Clearance de Creatinina - SHRc

vs.SHRe........................................................................................

103

Figura 22 Clearance de Creatinina - WKyc vs. WKye................................ 104

Figura 23 Área sobre a Curva - Clearance de Creatinina - WKyc

vs.Wkye........................................................................................

105

Figura 24 Clearance de Lítio - SHRc vs. SHRe........................................... 106

Figura 25 Clearance de Lítio - WKyc vs. WKye......................................... 107

xxi

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Figura 26 Fração de Excreção de Sódio - SHRc vs. SHRe.......................... 108

Figura 27 Área sobre a Curva - Fração de Excreção de Sódio - SHRc vs.

SHRe............................................................................................

109

Figura 28 Fração de Excreção de Sódio - WKyc vs. WKye........................ 110

Figura 29 Fração de Excreção Proximal de Sódio - SHRc vs. SHRe.......... 111

Figura 30 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 FEPNa+ - SHRc vs.

SHRe............................................................................................

112

Figura 31 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 FEPNa+ - SHRc vs.

SHRe............................................................................................

113

Figura 32 Fração de Excreção Proximal de Sódio - WKyc vs. WKye......... 114

Figura 33 Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio - SHRc vs. SHRe.... 115

Figura 34 Área sobre a Curva - FEPNa+ - SHRc vs. SHRe......................... 116

Figura 35 Fração de Excreção Pós Proximal de Sódio - WKyc vs WKye... 117

Figura 36 Fração de Excreção de Potássio - SHRc vs. SHRe...................... 118

Figura 37 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 - SHRc vs. SHRe................ 119

Figura 38 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 - SHRc vs. SHRe.... 120

Figura 39 Fração de Excreção de Potássio - WKyc vs. WKye.................... 121

Figura 40 Carga Excretada de Sódio - SHRc vs.SHRe................................ 123

Figura 41 Carga Excretada de Sódio - WKyc vs. WKye............................. 124

Figura 42 Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 UNa+V - SHRc vs. SHRe... 125

Figura 43 Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8 - SHRc vs. SHRe.... 126

Figura 44 Área sobre a Curva - Carga Excretada de Sódio - WKyc vs.

WKye...........................................................................................

127

xxiii

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LISTA DE FOTOS

Pág.

Foto 1 Geral......................................................................................... 58

Foto 2 Geral......................................................................................... 58

Foto 3 Geral......................................................................................... 59

Foto 4 Atividade Física....................................................................... 63

Foto 5 Atividade Física....................................................................... 64

Foto 6 Atividade Física....................................................................... 64

Foto 7 Sobrecarga............................................................................... 65

Foto 8 Sobrecarga............................................................................... 66

Foto 9 Materiais para exercício........................................................... 66

Foto 10 Materiais para exercício........................................................... 67

Foto 11 Materiais para exercício........................................................... 67

Foto 12 Aquecimento para aferição...................................................... 68

Foto 13 Aquecimento para aferição...................................................... 69

Foto 14 Aferição da pressão.................................................................. 70

Foto 15 Aferição da pressão.................................................................. 70

Foto 16 Aferição da pressão.................................................................. 71

Foto 17 Gavagem.................................................................................. 72

Foto 18 Clearance................................................................................. 73

Foto 19 Clearance................................................................................. 73

Foto 20 Clearance................................................................................. 73

Foto 21 Coleta e armazenamento.......................................................... 74

Foto 22 Coleta e armazenamento.......................................................... 75

Foto 23 Coleta e armazenamento.......................................................... 75

xxv

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RESUMO

xxvii

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A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada.

No entanto, os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nesta modificação da pressão

arterial são pouco conhecidos e estudados. O presente estudo tem como objetivo avaliar o

efeito da atividade física aeróbia sobre a pressão arterial, a filtração glomerular e a

manipulação tubular renal de sódio em ratos espontaneamente hipertensos SHR e

normotensos WKy.

Os ratos foram divididos em 2 grupos; SHR e WKy, e depois subdivididos em Sedentários

e Exercício aleatoriamente. Os ratos tiveram livre acesso a água e comida.

A atividade física aeróbia proporcionou um treinamento diário com sobrecarga relativa ao

peso corporal, para isso os ratos eram pesados diariamente, durante todo período

experimental que foi dividido em 2 etapas subseqüentes. A primeira foi da 4° semana de

vida até a 12° semana de vida, totalizando 8 semanas. Após esse período,

iniciou-se a segunda etapa, onde os ratos que eram sedentários passaram a fazer exercícios

(da mesma forma que o período anterior), e os que faziam exercícios passaram a ser

sedentários. Esta segunda etapa durou 6 semanas foi da 12° a 18° semana de vida,

totalizando no total de 14 semanas seguidas. A aferição da pressão arterial foi feita

semanalmente durante todo o período experimental de todos os grupos.

Os resultados mostram que o exercício proporcionou uma redução nos níveis pressóricos

nos normotensos e hipertensos, sendo este último uma redução mais evidente

(189 ± 0,8 mmHg para 163 ±12 mmHg (p<0,0001)).

O estudo da função renal dos animais foi feito semanalmente, através do clearance de

Lítio e Creatinina, através da coleta de urina e plasma sangüíneo. As dosagens dos

materiais coletados demonstraram que os animais hipertensos mantiveram a taxa de

filtração glomerular e a excreção de sódio reduzida. Essa pesquisa conclui que a atividade

física aeróbica programada promove uma redução significativa na pressão arterial dos

animais hipertensos, e por outro lado, mecanismos contra-regulatórios diminuem a

excreção de sódio na aparente tentativa de restabelecer os níveis pressóricos.

Palavras chave: Hipertensão, Natriurese, Rim, Exercício, Natação.

Resumo xxix

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ABSTRACT

xxxi

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Effects of physical activity upon arterial blood pressure and the renal function in

spontaneously hypertensive rats (SHR).

Objective- Evaluate the effect of aerobic physical activity upon arterial blood pressure,

the glomerular rate and the tubular renal handling of sodium, in spontaneously hypertensive

rats and normotensive rats.

Methodology- Rats SHR (10) and WKy (10) with 4 weeks each, free Access for water and

food especial for rats. Divide in 2 groups, the exercise and control. Submitted into a

8 weeks swimming training, the exercise group was inverted to sedentary station for more

6 weeks. In the other hand, the sedentary group was submitted into an opposite inversion.

The animals was submit a diary Weight-in and weekly check blood pressure and renal

functional test by creatinin clearances (CCr) and lithium clearances (Cli+). Plasma and

urine sample was submitting a dosage of Na+, Li+, K+, and creatinin. The results in average

and Standard error.

Results- The results showed in exercise group a decrease of blood pressure

(189±0,8 mmHg to 163±12 mmHg (p<0,0001)), a normal glomerular filtration rate,

and decrease in Na+ excretion. This research conclude that a aerobic physical activity

promote a significant decrease of Blood Pressure in SHR, and by the other side,

mechanisms contra-regulators increase the (Ccr) and decrease sodium excretion.

Key words: Hypertension, Natriuresis, Kidney, Exercise, Swimming.

Abstract xxxiii

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1- INTRODUÇÃO

35

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1.1- Hipertensão no ser humano

A Hipertensão Arterial (HA) afeta cerca de 50 milhões de norte americanos

(WOLZ et al., 2000), contribuindo para que as doenças cardiovasculares liderem os índices

nos Estados Unidos a mais de 80 anos. Estima-se que mais de 320 bilhões de dólares são

gastos anualmente (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999)1 no diagnóstico,

prevenção e tratamento desta afecção. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde de

1993, cerca de 12 milhões de indivíduos eram hipertensos. Além disso, 40% dos casos de

aposentadoria precoce e falta ao trabalho se deviam as conseqüências desta doença

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1998). A Hipertensão é

definida pelo Fifth Report of the Joint National Committee (JNC-V) como pressão arterial

maior ou igual a 140/90 mmHg com ou sem o uso atual de medicação anti hipertensiva

(THOMPSON, 2004). A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Internacional de

Hipertensão, em seu relatório de 1993, passaram também a considerar a hipertensão arterial

valores acima de 140/90 mmHg, porém mantiveram o conceito de hipertensão limítrofe,

que corresponde à pressão sistólica entre 140 e 160 mmHg e diastólica entre

90 e 95 mmHg.

Estudos epidemiológicos indicam que a hipertensão arterial eleva a incidência

de acidentes cardiovasculares, insuficiência cardíaca e, em estágio final, a doença renal

(HE et al., 1999a). Por outro lado, observações clínicas demonstram que a queda da pressão

arterial reduz a incidência de morte e doença cardiovascular (HE et al., 1999b).

Esses estudos também indicam que a diminuição de 2 mmHg na pressão diastólica reduz

substancialmente o risco de doenças associadas com a hipertensão (COOK et al., 1995).

Em hipertensos, a capacidade de exercício é reduzida em 30% em relação aos

normotensos de mesma idade (LIM et al., 1996). Inatividade física é um dos maiores

fatores de risco para doenças cardiovasculares. Indivíduos inativos têm 30% a 50% a mais

de risco de desenvolverem hipertensão arterial (WHELTON et al., 2002). Observações

clínicas têm demonstrado que a atividade física reduz a pressão arterial em hipertensos e

1WHELTON, S.P.; CHIN, A.; XIN, X.; HE, J. Effect of Aerobic Exercice on Blood Pressure:

A Meta Analysis of Randomized, Controlled Trials. Annals of Internal Medicine 2002; 136:493-503.

Introdução 37

Page 20: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

normotensos, independente da perda de peso (ARROLL et al., 1992; FAGARD, 1993;

KELLEY, 1995; KELLEY, 1999) e também segundo WHELTON et al. (2002),

em estudo de meta análise, demonstrou que os exercícios aeróbicos reduzem

significativamente a pressão arterial em ambos indivíduos, hipertensos e normotensos.

Assim, tem sido demonstrado que o aumento na atividade física aeróbica é um importante

componente de mudança do estilo de vida na prevenção e durante o tratamento da

hipertensão arterial sistêmica.

Considerando os hábitos diários e de oficio da sociedade moderna,

pode-se observar em estudos de MORRIS et al. (1953), que a mortalidade por doenças

coronárias em motoristas de ônibus sedentários, foi maior do que os motoristas de ônibus

duplos, e em trabalhadores do correio sedentários, comparados com carteiros ativos que

andavam a pé por seus itinerários, a taxa de mortalidade por doença coronariana no

primeiro grupo, também foram duas vezes maior. Tendo como base estes estudos,

POOLE (1984), conclui que, a menor atividade física, esta associada a um significante

aumento futuro da incidência de doença coronariana, e que o nível de exigência física

exercida no trabalho também proporciona efeitos benéficos semelhantes ao de uma

atividade física programada.

O tratamento da hipertensão arterial compreende dois aspectos,

que infelizmente poucas vezes são usados em conjunto: (1) Tratamento farmacológico,

que implica na utilização continuada de drogas efetivas, que por sua vez, possuem

diferentes efeitos colaterais; (2) Tratamento não farmacológico que implica na mudança

dos hábitos de vida, como suspensão do tabagismo, redução da ingestão de sal e álcool,

redução de peso e principalmente o aumento da atividade física.

1.2- Hipertensão arterial: aspectos fisiopatológicos

Clinicamente a hipertensão divide-se em 2 categorias: primária e secundária.

A hipertensão secundária deve ser tratada adequadamente por meio de intervenções clínicas

ou cirúrgicas, dependendo da etiologia. A causa mais comum de hipertensão secundária é a

doença renovascular. Causas adicionais são feocromocitoma, aldosteronismo primário,

Introdução 38

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anticoncepcionais orais, coarctação da aorta e síndrome de apnéia do sono.

Apenas 5% dos pacientes hipertensos sustentados tem uma causa secundária para a

hipertensão, e o restante apresenta hipertensão primária. As causas da hipertensão primária

são multifatoriais, mas o denominador comum desta doença relaciona aspectos ambientais e

genéticos. Essa conclusão é sustentada pela observação clínica comum de agrupamento de

hipertensão em certas famílias. (THOMPSON, 2004). Denomina-se hipertensão arterial

primária aquela na qual, após a investigação clínica e laboratorial cuidadosa, excluíram-se

todas as possíveis causas de hipertensão secundária. Dentre os fatores envolvidos

destacam-se, a existência de antecedentes familiares de hipertensão, idade superior a

40 anos, sexo (REBBECK et al., 1996), grupo étnico (CAULFIELD et al., 1996),

e a presença de outros fatores de risco individuais como a obesidade

(KUCZMARSKI et al., 1994), sedentarismo (KOKKINOS et al., 1995), uso excessivo de

sal (CAMPESE et al., 1996) e bebidas alcoólicas (WANNAMETHEE et al., 1996).

A manutenção de níveis pressóricos elevados, faz com que órgãos e tecidos

trabalhem em regime de sobrecarga pressórica, o que provoca alterações estruturais e

funcionais, que causam lesão em diversos órgãos alvo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

HIPERTENÇÃO ARTERIAL, 1998 e THE JOINT NATIONAL COMMITTEE, 1998).

Os principais órgãos afetados são: cérebro, coração, rim e retinas.

Dentre estes órgãos o rim é um dos mais afetados. Neste, a hipertensão arterial

produz glomeruloesclerose e lesão túbulo intersticial como complicação direta da

hipertensão arterial (SLEIGHT et al., 1982). Este comprometimento renal é progressivo,

podendo levar a insuficiência renal crônica. Basicamente os aspectos histopatológicos são

caracterizados por esclerose com hialinização glomerular e atrofia dos túbulos,

e em conseqüência perda de proteína urinária. Uma segunda complicação renal, rara,

mas conseqüente à hipertensão acelerada e maligna é a arterioesclerose hiperplasica com

endarterite, e destruição rápida do rim (LUNA et al., 1990).

No coração, a hipertensão arterial é uma das principais causas de cardiopatia

hipertrófica (SRIKANTHAN et al., 1997). Essa hipertrofia caracteriza-se por ser

concêntrica reduzindo a cavidade interna do ventrículo esquerdo, situação esta que diminui

a perfusão miocárdica em relação à massa e, reduzindo a carga de trabalho,

Introdução 39

Page 22: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

a força de contração e o enchimento diastólico ventricular. Nesta condição, foi verificada

elevada incidência de mortes súbitas causadas por isquemia coronariana e cardiomegalia

com corações pesando mais de 400g e 350g respectivamente em homens e mulheres.

(KULLER et al., 1973)

1.3- Ingestão de sódio e hipertensão arterial

Os animais SHR são considerados modelos adequados para hipertensão

primária ou essencial conforme definido anteriormente, aspectos fisiopatológicos mais

proeminentes caracteriza-se por um balanço corporal anormal de sódio. Cerca de um terço

dos indivíduos hipertensos apresentam alterações semelhantes na manipulação renal devido

a ingesta excessiva de sódio (MCARDLE et al., 2001). É estimado que aproximadamente

30% a 50% dos hipertensos são sensíveis ao NaCl, e uma porcentagem menor de pessoas

não hipertensas também sejam sensíveis ao NaCl, portanto a pressão arterial aumentará se

ingerirem na sua dieta, mais NaCl, e poderão reduzir sua pressão arterial se passarem a

ingerir menos NaCl (WEINBERGER et al., 1986 e SULLIVAN et al., 1988).

O sódio encontrado nos alimentos “in natura” é suficiente para atender a

demanda diária do organismo. Nos Estados Unidos a ingestão de sódio ultrapassa

regularmente as necessidades diárias recomendadas para adultos, (1.100 a 3.000 mg)

o que corresponde à quantidade de sódio contida em 0,5 a 1,5 colher de chá de sal de

cozinha (o sódio representa cerca de 40% da molécula de NaCl). A dieta ocidental típica

contém aproximadamente 4.500 mg de sódio (8 a 12 gramas de sal, NaCl) por dia o que

representa um acréscimo diário de 10 vezes a quantidade recomendada (MCARDLE et al.,

2001). Em populações de países ocidentais, a pressão arterial sistólica tem a tendência a se

elevar com o envelhecimento (OLIVER et al., 1975). A alta ingestão de NaCl pode causar

sérias conseqüências deletérias ao sistema cardiovascular, além da elevação pressórica tais

como acidente vascular cerebral, hipertrofia ventricular esquerda, doença renal vascular e

lesão glomerular (MCGREGOR, 1997).

O balanço positivo de sódio causa um excesso de sódio corporal total e

consequentemente aumento do volume extracelular que pode ser responsável pela elevação

da pressão arterial por estimular um ou mais dos seguintes mecanismos:

Introdução 40

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(1) aumento da atividade do sistema nervoso simpático; (2) aumento da reatividade

(resposta) arteriolar às diferentes substâncias vasoconstritoras; ou (3) aumentar o débito

cardíaco. Embora não exista um limiar, recomenda-se que a dieta de indivíduos

predispostos à hipertensão arterial não ultrapasse 6 gramas de cloreto de sódio (NaCl)

ao dia (STALMER, 1997 e THE SIXTH REPORT OF THE JOINT NATIONAL

COMMITEE, 1997).

Durante décadas, a primeira linha de defesa contra a aceleração da pressão

arterial foi a redução do sódio excessivo encontrado na dieta. Ao reduzir a ingestão de

sódio consegue-se significativa atenuação da pressão arterial através de redução do volume

plasmático (MCARDLE et al., 2001). Entretanto, existe variação individual considerável

entre hipertensos no que se refere a resposta hipertensora à ingestão de dietas com reduzida

carga NaCl (KOTCHEN et al., 1998). A restrição de sódio não reduz a pressão arterial em

pessoas com níveis tencionais normais, e afeta aproximadamente, apenas 30% das pessoas

com pressão arterial alta (GRAUDAL et al., 1998). Atualmente sabe-se que a hipertensão

primária é multifatorial e tem como agravante o sedentarismo e a alimentação

desequilibrada. SUTER et al. (2002), apontam no desequilíbrio alimentar a alta ingestão de

sódio, uma grande razão na taxa Sódio – Potássio, o consumo de álcool e a elevada ingestão

calórica incluindo a alta ingestão protéica. Essas alterações são associadas, inversamente,

ao menor conteúdo de cálcio, magnésio e potássio nas dietas. SACKS et al. (1995),

demonstraram que a redução na pressão arterial em alguns indivíduos, até mesmo igual à

terapia farmacológica, é obtida após a suplementação dietética com esses minerais.

1.4- O exercício físico

O relatório apresentado em 1998 pelo Centro de Prevenção e Controle de

Doenças do EUA afirmava que: “A inatividade física é uma das principais causas

subjacentes de mortalidade prematura nos Estados Unidos”. Essa asserção confirma que a

vida sedentária causa cerca de um terço das mortes por doença cardíaca coronariana,

câncer do cólon, e diabetes tipo 2.

WILMORE at al. (2001) relatam observações de um relatório publicado em

1996 sobre a atividade física e saúde, que resumidamente descreve:

Introdução 41

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1- Pessoas de qualquer idade e de qualquer sexo se beneficiam com a atividade física;

2- Benefícios significativos a saúde podem ser obtidos com a atividade física moderada,

baseada na freqüência semanal, duração e intensidade;

3- A atividade física e a melhora da qualidade de vida reduz o risco de morte prematura,

em geral, bem como de doença coronariana, hipertensão, câncer de colón e diabetes

mellitus. Também tem sido relacionada melhora da saúde mental e osteoarticular;

4- Mais de 60% dos americanos adultos não se encontram ativos fisicamente de modo

regular. De fato, 25% de todos os adultos são completamente inativos;

5- Aproximadamente metade dos jovens, entre 12 a 21 anos de idade,

não são vigorosamente ativos de forma regular, e a atividade física diminuiu

consideravelmente durante a adolescência;

6- A participação diária das aulas de Educação Física diminuiu, entre os estudantes

secundaristas, de 42% em 1991 para 25% em 1995.

Portanto, levando-se em consideração os benefícios de um tratamento não

farmacológico para a hipertensão arterial, existem muitos estudos que indicam mudanças

fisiológicas do organismo, principalmente neuro-humorais, porém pouco se conhece a

respeito de modificações da função renal.

A perda de líquidos através do suor durante o exercício vigoroso desencadeia

liberação rápida e coordenada dos hormônios vasopressina, renina e aldosterona que

reduzem a perda de sódio e de água através dos rins (MONTAIN et al., 1997).

Esta conservação do sódio ocorre até mesmo em condições extremas, tais como na

maratona em clima quente e úmido quando a sudorese alcança com freqüência fluxo de

2 litros por hora, com a excreção de sódio entre 20 a 100 mEq/l. Cada quilograma (1 litro)

de suor em geral contém cerca de 1,5 gramas de sal (MCARDLE et al., 2001).

Os suplementos salinos podem ser necessários durante o exercício prolongado em clima

quente quando a perda de líquidos ultrapassa 4 ou 5 Kg. Isso é obtido ingerindo solução

salina a 0,1 a 0,2%. (acrescentando 0,3 colher de chá de sal de cozinha por litro de água)

Introdução 42

Page 25: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

(MCARDLE et al., 2001). Uma ligeira deficiência no aporte de potássio pode ocorrer

durante exercício intenso sob o estresse térmico, porém uma dieta que contenha

quantidades normais deste mineral em geral garante níveis corporais adequados de potássio

(COSTILL et al., 1982). Portanto nestas condições, as variáveis da concentração na urina e

no suor devido a auto-regulação orgânica para preservar a homeostase osmótica e

eletrolítica, dificulta o estabelecimento de padrões de balanço hidroeletrolíticos no

organismo ativo a longo prazo.

Durante a atividade física, a ingestão hipotônica de água promove o surgimento

da hiponatremia, envolvendo a perda acentuada de sódio através da transpiração

prolongada, associada a diluição do sódio no meio extracelular.

1.5- Pressão arterial e atividade física controlada

FORJAZ et al. (1998), sugerem que o treinamento físico crônico de baixa

intensidade (30% a mais de consumo de oxigênio) possui pequeno efeito direto sobre a

pressão arterial em indivíduos normotensos. KINGWELL et al. (1993) também constataram

a mesma resposta promovendo elevação de 70% do consumo de oxigênio. Por outro lado,

FORJAZ et al. (2000), verificaram que a atividade física aguda (50% do VO2 Máx) em

normotensos promoveu queda pressórica significativa.

Em pacientes hipertensos os resultados são mais consistentes como verificado

por WALLACE (2003), mostrando que exercícios de alta intensidade (>75% VO2 Máx)

podem não ser tão efetivo na queda pressórica como o exercício de baixa intensidade

(<70% VO2 Máx) e, que a freqüência de exercícios 3 vezes por semana deve ser

considerada o mínimo necessário para a redução da pressão (quanto maior a freqüência

semanal maior tendência a resultados melhores). NELSON et al. (1986), verificaram que

pacientes hipertensos em exercício regular de intensidade moderada (70%) reduziram a

pressão arterial de forma significativa. HAGBERG et al. (1989) avaliaram a ação de

exercícios de baixa intensidade (53%) e moderado (73%) do consumo de oxigênio na

resposta pressórica de indivíduos entre 60 a 69 anos, verificando que exercícios de baixa

Introdução 43

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intensidade causam redução pressórica maior comparado a intensidade moderada.

ISHIKAWA et al. (1999) demonstraram que hipertensos sedentários, homens e mulheres,

de 30 a 69 anos, tiveram redução pressórica significativa, sendo que os indivíduos mais

velhos apresentaram queda menor comparados aos mais novos.

Portanto, tem sido efetivamente demonstrado que o treinamento físico aeróbio

pode reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica em cerca de 10 mmHg em indivíduos

com hipertensão arterial (NELSON et al., 1986 e WHELTON et al., 2002).

1.6- Repercussão cardíaca do treinamento físico

Com o treinamento físico é possível serem avaliadas e constatadas alterações

morfológicas no coração de atletas. O atleta que necessita de alta capacidade de transporte

de oxigênio se caracteriza por apresentar grande volume-contração, baixa freqüência

cardíaca e parede ventricular hipertrofiada (THOMPSON, 2004). MORGANROTH et al.

(1991) avaliaram o ventrículo esquerdo em 56 atletas verificaram que a massa e o volume

diastólico final do ventrículo esquerdo aumentavam em atletas isotônicos, quais sejam,

que realizam trabalho com demanda crônica de consumo de O2 comparados a atletas

isométricos, os quais tinham maior massa ventricular esquerda, mas volume diastólico final

normal.

O coração responde ao treinamento como um músculo esquelético, sendo capaz

de se hipertrofiar e reverter esta hipertrofia com a redução da atividade física

(EHSANI et al., 1978). Este estudo avaliou a dimensão cardíaca em resposta ao

treinamento e redução do treinamento em nadadores de competição por 12 semanas.

Para assegurar que o fluxo sanguíneo na circulação sistêmica não sofra

alterações abruptas, devido à variação pressórica, é necessário que a pressão arterial média

seja regulada e mantida dentro de valores adequados. Isso é conseguido por meio de um

complexo mecanismo que envolve os sistemas neural e hormonal, tendo o rim como um

dos efetores principais.

Introdução 44

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1.7- Implicações dos pressoreceptores arteriais

Os baroreceptores ou pressoreceptores são receptores neurais especiais situados

nas paredes da aorta e da artéria carótida interna, sensíveis a distensão e contração das

paredes arteriais. Estes auxiliam no controle da pressão arterial em curto prazo, gerando

reflexos que são enviados para o tronco cerebral, que por sua vez, eferem através do

sistema nervoso autônomo promovendo bradicardia, diminuição do inotropismo e vaso

dilatação das arteríolas e das grandes veias.

LA ROVERE et al. (1992) verificaram que após um programa de treinamento

físico em 70 pacientes com insuficiência cardíaca crônica obtiveram uma elevação de

30% na sensibilidade do baroreflexo. Este aumento na sensibilidade baroreflexa foi

correlacionado a redução da atividade simpática e da freqüência cardíaca nestes pacientes.

Resultados semelhantes foram verificados por GILLEN et al. (1994),

demonstraram que a modificação baroreceptora após exercício físico, per se, pode atenuar a

atividade neural reduzindo a expansão do volume sanguíneo.

1.8- Liberação de óxido nítrico e atividade física

O controle hormonal da homeostase circulatória envolve vários sistemas dentre

os quais, o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) e o sistema nitrérgico.

A secreção de Óxido Nítrico (NO) induzida pela atividade física provoca

redução da resistência vascular periférica, diminuição do débito cardíaco, da freqüência

cardíaca de repouso, e redução do volume sistólico efetivo através da diminuição do

volume sanguíneo.

MELO et al. (2003), demonstraram a adaptação vascular dos músculos

esqueléticos ao treinamento físico, aumentando a vascularização muscular e a vasodilatação

funcional. JOANNIDES et al. (1995), demonstraram que o óxido nítrico (NO) é um

importante fator de auto-regulação do fluxo sanguíneo tecidual, funcionando como uma

importante molécula sinalizadora capaz de se propagar rapidamente através das membranas

celulares subjacentes para as células musculares dentro da parede arterial.

Introdução 45

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KIMURA et al. (2003), enfatizaram a participação do exercício

proporcionalmente a sua intensidade na liberação de óxido nítrico e na queda pressórica

induzida por este.

O óxido nítrico contribui para a vasodilatação cutânea ativa durante o estresse

induzido pelo aumento de temperatura corporal (KELLOG et al., 1998). Desta forma os

receptores da parede vascular para o óxido nítrico, contribuem para a regulação da pressão

arterial e fluxo sanguíneo tecidual em resposta a estimulação cardiovascular central durante

diferentes situações de estresse e exercício físico programado (MCARDLE, 2001).

1.9- Função renal e atividade física

O controle renal é responsável pelo controle hemodinâmico em longo prazo,

e sobre a ação de mecanismos regulatórios intrínsecos neurais e hormonais.

Tem sido demonstrado que o exercício induz profundas mudanças na

hemodinâmica renal e na excreção de proteínas e eletrólitos (POORTMANS, 1984 e

NEUMAYR, 2003). Durante o exercício físico o fluxo plasmático renal é reduzido de

acordo com a intensidade do exercício, e pode ter uma queda de até 25% sob exercício

vigoroso. A combinação da atividade nervosa simpática e a liberação de catecolaminas

estão envolvidas nesse processo. Tem sido também demonstrado aumento da aldosterona

com retenção de sódio devida a maior reabsorção pelos túbulos coletores

(POORTMANS, 1984). Porém, são escassas as informações sobre os mecanismos e

modificação funcionais renais envolvidos no exercício físico programado durante um longo

período, tanto em organismos hipertensos quanto normotensos.

URATA et al. (1987), não observaram redução significativa na excreção

urinária de sódio, porém demonstraram queda no volume plasmático de indivíduos

hipertensos após um período de treinamento físico. KOHNO et al. (1997),

observaram redução tanto na fração de filtração quanto na fração de excreção de sódio em

indivíduos hipertensos submetidos à atividade física durante 3 semanas.

Introdução 46

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Estudos constataram diminuição da atividade nervosa simpática periférica após

um período de treinamento físico, esses efeitos foram verificados indiretamente pela

redução dos níveis plasmáticos da norepinefrina (URATA, 1987 e MEREDITH, 1991) ou

diretamente pela atividade nervosa simpática renal reduzida. SAKAI et al. (1998),

observaram que o exercício promoveu aumento na liberação renal de dopamina e ativação

do sistema calicreina-cinina resultando em natriurese e queda da pressão arterial em

4 semanas de exercício moderado. MAEDA et al. (2000), confirmaram os resultados acima

e acrescentaram que o exercício eleva a produção da dopamina pela ativação de AADC

(aromatic-L-amino-acid-decarboxylase) o qual estimula o sistema calicreina-cinina.

DUNCAN et al. (1985) e TIPTON et al. (1991), demonstraram que a

diminuição da pressão arterial com o treinamento físico é maior nos indivíduos com

maiores níveis de norepinefrina plasmática, acreditando-se que o treinamento físico possa

diminuir a atividade simpática e reduzir estes níveis de catecolaminas.

KIONAGA et al. (1985) e ARAKAWA (1993), sugerem a possibilidade do

aumento dos níveis plasmáticos de prostaglandina E ou diminuição de insulina como

possíveis responsáveis pela redução da liberação de norepinefrina pelo nervo simpático

após um período de treinamento físico. KOHNO et al. (1997) observaram que pacientes

hipertensos com alta resistência vascular renal e renina plasmática ativa, apresentaram com

o treinamento queda da pressão arterial em paralelo a redução da atividade da renina

plasmática e do tônus simpático.

KIYONAGA et al. (1985), DUBBERT et al. (1994) e KOHNO et al. (1997),

observaram diminuição na concentração de catecolaminas plasmáticas (adrenalina,

noradrenalina e dopamina) em indivíduos hipertensos.

DUBBERT et al. (1994) mostraram redução na renina plasmática em homens

hipertensos após o treinamento físico. URATA et al. (1987) relataram diminuição

proporcional na pressão arterial sistólica de 21 mmHg em hipertensos com baixos níveis de

renina plasmática e de 9 mmHg em hipertensos com altos níveis de renina. Por outro lado,

KYONAGA et al. (1985), não observaram modificações das concentrações plasmáticas de

renina, angiotensina e aldosterona após um período de treinamento físico.

Introdução 47

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Estudo feito em eqüinos normotensos e não treinados (MCKEEVER et al.,

1991) submetidas ao exercício a 60% da freqüência cardíaca máxima, demonstrou que o

exercício aumentou significativamente a osmolaridade plasmática, o fluxo urinário e a

excreção urinária de Na+ e K+. Nestes animais houve aumento do peptídeo natriurético

atrial durante o exercício de aproximadamente 264%, associada a elevação da atividade da

renina e da concentração da aldosterona plasmática. Paralelamente observou-se elevação na

concentração de vasopressina após o exercício. Portanto o exercício submáximo em

eqüinos induz um aumento no fluxo urinário e na excreção de sódio possivelmente devido

ao aumento da concentração plasmática do peptídeo natriurético atrial.

Os resultados acima mostram o quanto são controversos e pouco claros os

estudos relativos a função renal durante o exercício físico programado e em longo prazo.

O presente trabalho em modelo experimental de hipertensão arterial primária buscará

esclarecer algumas destas controvérsias.

1.10- Exercício físico em ratos espontaneamente hipertensos (SHR)

O estudo fisiopatológico de hipertensão arterial humana sofreu grande impacto

com o desenvolvimento de modelos experimentais de hipertensão espontânea,

entre os quais a linhagem hipertensiva de ratos (SHR), sendo o único modelo que

desenvolve não só a hipertensão, mas também doenças cardiovasculares relacionadas a esta

tais como, infarto do miocárdio, nefroesclerose e acidente vascular cerebral sem qualquer

acréscimo de sal à dieta. A linhagem SHR é um excelente modelo para estudo da

hipertensão essencial por guardar similaridade com humanos hipertensos na manipulação

renal de sódio e água; e ambos necessitam de grande pressão arterial para manter a função

renal normal (BEIERWALTES et al., 1978; GUYTON et al., 1974). As características

hemodinâmicas comumente notadas em SHR e humanos com hipertensão essencial

estabelecida são aumento da resistência vascular periférica e da freqüência cardíaca

(KAWASAKI et al., 1978).

Os benefícios do exercício físico sobre a atenuação da pressão arterial em SHR

incluem pontos importantes, sendo mais evidentes nos exercícios físicos de baixa

intensidade comparados à alta intensidade. KRIEGER et al. (1999) e

Introdução 48

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OVERTON et al. (1988), verificaram redução significativa da pressão arterial em ratos

hipertensos submetidos à sessão de exercícios agudos (70% do consumo de oxigênio).

MELO et al. (2003), também constataram queda da pressão arterial associada a atenuação

da freqüência cardíaca quando estes animais foram submetidos a exercícios crônicos

(50% e 70% do consumo de oxigênio) após 13 semanas de exercício. BRUM et al. (2000),

verificaram que o treinamento de ratos normotensos e SHR em esteira promoveu elevação

na sensibilidade baroreflexa aórtica, proporcionando maior eficiência na regulação da

pressão arterial.

A queda da pressão arterial observada está relacionada a vários fatores tais

como a significativa atenuação da atividade simpática e ao aumento da atividade

parassimpática. (CLAUSEN, 1969). Além disso observa-se aumento do leito capilar

tecidual seja em animais normotensos ou hipertensos (MELO et al., 2003).

O treinamento de roedores em exercícios na água tem sido uma pratica

difundida experimentalmente no estudo da implicação do exercício físico na hemodinâmica

corporal. Assim VOGT et al. (1986), realizaram um estudo com controle da temperatura do

meio líquido verificando que os ratos SHR apresentaram melhor resposta quando

submetidos a exercícios em meio isotérmico em relação a temperatura corporal (36ºC).

Assim, mesmo em modelos experimentais de hipertensão arterial, há escassez

de estudos sobre a implicação do exercício físico no controle pressórico, o que justifica a

implementação de novos trabalhos que tragam subsídios ao entendimento de suas

implicações em aspectos fisiopatológicos desta grave afecção humana.

Introdução 49

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2- OBJETIVOS

51

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Embora as modificações da pressão arterial sistêmica relacionadas à atividade

física tenham sido muito estudadas, investigações correlacionando o exercício à

modificação da função renal são escassas. Na tentativa de elucidar os mecanismos

funcionais de órgãos e tecidos expostos a atividade física já foram propostos vários

modelos experimentais em humanos e animais. Estes avaliaram diversos parâmetros como,

atividades esportivas de intensidades variadas em ambientes diferentes em meio líquido ou

terrestre, ausência de gravidade e condições climáticas de umidade relativa e temperatura

ambiental variadas.

O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito da atividade física aeróbia

(natação) no meio líquido com sobrecarga relativa a massa corporal, em SHR

(Spontaneously Hypertensive Rats - SHR) e WKy (Wistar Kyoto) sobre a pressão arterial,

a filtração glomerular e a manipulação tubular renal de sódio.

Objetivos 53

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3- MATERIAL E MÉTODOS

55

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3.1- Os animais

Foram utilizados ratos machos com 4 semanas de vida normotensos Wistar

Kyoto (WKy, n= 10; massa corporal de 127,3 ± 6,4 g) e ratos espontaneamente hipertensos

(SHR, n= 10; massa corporal 61,9 ± 8,1 g). Os animais foram fornecidos pelo Centro de

Bioterismo da Unicamp (CEMIB), Campinas - SP. Durante as 14 semanas de

experimentação os ratos foram subdivididos em controle e experimentais para cada

linhagem, mantidos em grupos de cinco animais, em caixas específicas, com livre acesso à

dieta sólida e água.

Os ratos SHR foram utilizados por melhor representar em um modelo adequado

de hipertensão arterial primária que desenvolve paulatinamente entre 4 e 12 semanas de

vida pós natal (SLEIGHT et al., 1982).

Os ratos WKy são caracterizados como controle adequado para este modelo

hipertensivo, já que a linhagem SHR é descendente da linhagem WKy.

Os grupos experimentais foram aleatoriamente divididos em:

WKyc - WKy controle 5 animais numerados 1 a 5

WKye - WKy exercício 5 animais numerados de 6 a 10

SHRc - SHR controle 5 animais numerados de 11 a 15

SHRe - SHR exercício 5 animais numerados de 16 a 20

Após 8 semanas de experimentação, os grupos submetidos a atividade física

foram modificados, mantendo a mesma numeração, e seguidos à partir de então até a

14° semana de experimentação com os grupos:

WKyc - 1 a 5 passaram a fazer exercício

WKye - 6 a 10 passaram a ser sedentários

SHRc - 11 a 15 passaram a fazer exercício

SHRe - 16 a 20 passaram a ser sedentários

Materiais e Métodos

57

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Como mostra a ilustração abaixo, os animais foram identificados através de marcação

numérica na cauda.

Foto 1- Local onde os ratos ficam entre os períodos experimentais, separados em caixas

iguais de acordo com os grupos, com ração e água.

Foto 2- A caixa do grupo WKy Exercício, ratos 6 a 10

Materiais e Métodos

58

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Foto 3- Ratos quando pequenos, dentro da caixa, com a marcação dos números na cauda.

3.2- Desenho experimental - desenvolvimento piloto

Os animais SHR e WKy nas diferentes idades foram inicialmente submetidos à

atividade física com e sem sobrecarga, para se estabelecer o condicionamento físico,

o tempo diário de treinamento e carga adequada a ser imposta aos animais.

Foi observado que após um período de treinamento de 1 semana, os ratos conseguiam nadar

1 hora sem sobrecarga. Não foi observado neste período nenhuma diferença entre

capacidade física de SHR e WKy. As observações iniciais demonstraram que o melhor tipo

de trabalho físico a ser executado com os animais seria o de resistência muscular,

que segundo PLATONOV (2004) corresponde à capacidade de se manter elevados níveis

de força durante o maior tempo possível, vencendo a fadiga, e de realizar um grande

número de movimentos repetitivos, ou aplicação prolongada de força contra uma

resistência externa.

Após o período de 1 semana, os animais independentemente da linhagem,

conseguiram manter a atividade física por 1 hora, mesmo submetidos à sobrecarga de

1% do peso corporal. Com a elevação de sobrecarga para 2% do peso corporal, a maioria

dos animais já não mantinham a mesma performance, sendo necessária redução do peso

adicional aplicado.

Materiais e Métodos

59

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Observações preliminares sugerem que os princípios teóricos de treinamento,

agora aplicados à modelos animais de experimentação também são válidos:

a) Princípio da especificidade. As mudanças morfológicas e funcionais, durante o

treinamento físico, acontecem somente nos órgãos, células e estruturas intracelulares de

maneira específica ao exercício.

b) Princípio da reversibilidade. As adaptações do treinamento declinarão gradualmente se

os sistemas ou órgãos adaptados não forem suficientemente estimulados de forma

regular.

c) Princípio da sobrecarga. As mudanças funcionais do corpo somente ocorrem quando o

estimulo é suficiente para causar uma ativação considerável de energia.

d) Princípio da individualidade biológica. As respostas que os indivíduos tem sobre um

mesmo treinamento podem ser diferentes, devidos a fatores genéticos ou nível inicial de

aptidão.

PLATONOV (2004) descreve que com um treinamento organizado,

observa-se efeito significativo tanto nos diferentes tipos de força como no aumento da

massa muscular, nas suas formas e nas estruturas corporais.

Foram feitas tentativas adicionais de elevação da carga para 4,5% e 6% do peso

corporal, os animais não suportaram mais de 8 minutos para a primeira carga e menos de

1 minuto para a segunda carga de exercício continuado. Estabelecendo-se desta forma o

princípio de força máxima descrito por HOLLMAN et al. (1983) e ZATSIORSKY (1999).

Nossas observações preliminares definiram que a sobrecarga para uma

atividade de longa duração (1 hora), e de média intensidade, deve ser antecedida por um

período de adaptação ao meio líquido sem sobrecarga conforme os princípios de

treinamento e adaptação à atividade, descrito por PLATONOV (2001) e

ZATSIORKY (1999) seguido por aumento gradual da carga de trabalho de acordo com o

peso corporal.

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3.3- Cronograma semanal dos experimentos

2ª Feira:

Manhã: 9:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy

3ª Feira:

Manhã: 9:00 h- Aferição de Pressão Arterial SHR

Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy

Tarde: 17:00 h- Gavagem de LiCl nos SHR

4ª Feira:

Manhã: 7:00 h- Clearance SHR

Tarde: 15:00 h- Pesagem e exercício SHR e WKy

5ª Feira:

Manhã: 9:00 h- Aferição da Pressão Arterial WKy

Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício SHR e WKy

Tarde: 17:00 h- Gavagem LiCl nos WKy

6ª Feira:

Manhã: 7:00 h- Clearance WKy

Tarde: 15:00 h- Pesagem e Exercício

3.4- O exercício no meio líquido e a temperatura deste meio

A opção da atividade física no meio liquido foi definida face aos recursos

disponíveis no laboratório e à padronização da técnica em trabalhos previamente

publicados (VOGT et al., 1986; MAEDA et al., 2000; EVANGELISTA et al., 2003 e

OLIVEIRA et al., 2004).

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Tem sido demonstrado que a imersão na água por um tempo prolongado induz

mudanças na função renal tais como elevação na diurese, natriurese e caliurese

(EPSTEIN et al., 1978). Essas mudanças podem ser atribuídas a redistribuição da

circulação e à elevação do volume sanguíneo central (MCARDLE et al., 2001).

Para DE NADEL et al. (1974), a temperatura ideal para a pratica de atividade

física em imersão, sem que haja estresse térmico é próxima de 28 e 30° Celsius para seres

humanos. Nesta temperatura a energia gerada sob forma de calor é transferida para água

evitando o resfriamento ou um super aquecimento excessivo. Segundo VOGT et al. (1986),

para ratos SHR em treinamento na água, os melhores resultados no que diz respeito a

adaptação cardiovascular foram obtidos com a água a 36°C.

3.5- Atividade física aeróbia

A finalidade maior do treinamento de resistência aeróbica é adquirir adaptação

orgânica máxima, em particular do sistema cárdio-respiratório. É um excelente estimulo à

formação muscular e de capacitação respiratória sendo a resistência aeróbica a base onde se

apoiarão todas as demais qualidades físicas (BARBANTI, 1997).

O exercício aeróbio segundo GUYTON (1988), é aquele que define a oxidação

completa dos nutrientes, nas mitocôndrias, para produção de energia pela conversão de

glicose, ácidos graxos e aminoácidos em ATP, CO2 e água.

Portanto para a finalidade do presente estudo a melhor atividade que representa

este modelo teórico corresponde a atividade física onde os animais são submetidos a um

trabalho de sustentação aquática (flutuação), com a sobrecarga inicial de seu peso corporal

de maneira que se mantenham nadando de forma lenta e continua. Gradativamente são

acrescidas cargas que induzam aos animais a atividade com movimentos mais rápidos

(aumento dos ciclos das patadas), disponibilizando mais força e potência, que finalmente

aumentam as exigências cardiovasculares para suprir os tecidos periféricos de substratos

para a atividade física aeróbica.

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A quantificação de intensidade do exercício no presente estudo utilizou a

avaliação subjetiva do esforço feito pelos ratos, através do esforço percebido.

Para humanos, segundo WILMORE et al. (2001), a classificação do esforço percebido é

realizada através da escala de classificação do esforço percebido de BORG, com pontuação

que varia de 6 a 20.

No presente estudo, a escala de esforço percebido de BORG foi adaptado em

uma escala simplificada onde o observador-pesquisador verificou o comportamento do

animal durante o exercício conforme descrito abaixo.

Os ratos foram submetidos a atividade física aeróbia diária, (natação)

5 vezes por semana durante 1 hora e, conforme o condicionamento físico obtido,

foi acrescida carga com chumbada de pesca na cauda de cada animal relativa ao sua massa

corporal, seguindo o princípio de força relativa ao peso corporal. (HOLLMANN et al.,

1983 e ZATSIORKY, 1999).

A avaliação diária do comportamento dos ratos frente a carga imposta,

foi realizada por um mesmo observador durante toda a prática do exercício.

Foto 4- Balde de 60 Litros, com marcação dos níveis de profundidade para treinamento de

natação.

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Foto 5- Ratos durante o treinamento dentro do balde, em um posicionamento normal onde

somente a cabeça esta para fora.

Foto 6- Ratos durante o treinamento, em um momento de disputa pelo espaço, grande parte

do corpo para fora

Esta avaliação diária levou em conta o princípio da evolução da carga imposta e

o tempo de exercício aplicado a cada animal. Avaliando-se os seguintes parâmetros:

1°- O comportamento e estresse do rato na água.

2°- Tempo de exercício; o qual foi cronometrado, em animais foram submetidos a atividade

sempre em dupla, iniciadas à intervalos de 5 minutos.

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3°- Sobrecarga utilizada; relacionada a massa corporal precedente ao início dos exercícios.

4º- Estágios de exaustão:

a) Com a cabeça e orelhas para fora da água, indica um nado tranqüilo e com sobrecarga

adequada.

b) Com a cabeça e parte da orelhada para fora da água, indica um nado mais difícil com

sobrecarga mais pesada, indicando o primeiro estagio de exaustão.

c) Somente com o focinho para fora da água, indica um nado muito difícil com sobrecarga

pesada, indicando o segundo estágio de exaustão.

d) Afundar totalmente e impulsionar-se com as patas para retornar a superfície de forma

repetida após passar pelos dois outros estágios de exaustão, indica o terceiro estagio de

exaustão, sendo necessária a retirada da sobrecarga ou uma diminuição desta para que o

animal não se afogue.

Foto 7- Verificação da sobrecarga com chumbada de pesca, para ser envolvida com

esparadrapo.

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Foto 8- Após a verificação e ajuste da sobrecarga aproximada, completa-se o restante com

o esparadrapo, o qual servirá de sobrecarga de ajuste e para fixar na cauda.

Para a confecção das cargas, foram utilizadas chumbadas de pesca de diversos

pesos aderidos às caudas dos animais com esparadrapo. Para a aferição da carga utilizada e

a aferição do peso dos ratos foi utilizada uma balança de precisão (AL 500 Denver

Instruments - USA).

A atividade física dos animais foi realizada em 5 baldes plásticos de 60 litros,

brancos preenchidos com água morna a 33 graus Celsius, cuja temperatura era aferida

periodicamente com o termômetro digital. O volume de água utilizado foi aquele que não

permitisse com que o rato apoiasse as patas traseiras e a cauda no fundo do balde.

Foto 9- Ratos nadando sem sobrecarga, em uma posição horizontal. Os pontos pretos são

fezes.

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Foto 10- Local do laboratório com os baldes de exercício, termômetro digital, cronômetro e

planilha para marcação dos dados.

Foto 11- Torneira elétrica para aquecer a água diariamente.

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Após o término da atividade física, os ratos foram retirados da água, enxutos, e

colocados por 10 a 15 minutos debaixo do foco (Lâmpada de 60 Watts) para auxiliar na

secagem dos pêlos retornando-os, em seguida, para as caixas com maravalhas seca e limpa.

3.6- Ração animal

Os animais foram alimentados com ração para roedores de laboratório - Purina

Labina, Agribrands do Brasil Ltda (Paulínia - SP). Produto destinado para a alimentação de

roedores de laboratório e Hamsters.

Constituído a cada 100 gramas por: Potássio 0,9 g; Sódio 0,2 g, proteína,

sais minerais e vitaminas, apresentado sob forma peletizada.

3.7- Aferição da pressão arterial caudal

Para a aferição da pressão arterial sistólica os ratos foram previamente

aquecidos a temperatura estável de 45° Celsius.

Foto 12- Caixa de madeira com uma lâmpada para aquecer os ratos antes de serem

colocados no contentor.

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Foto 13- Caixa de madeira fechada para manter a temperatura e os ratos presos.

A temperatura era aferida com um termômetro de mercúrio introduzido por um

pequeno furo na madeira.

Após o aquecimento, o animal foi colocado no contentor, sobre uma superfície

aquecida a 30° Celsius, (Rat Temperature Control Unit - Narco Bio Systems - Austin,

Texas, USA). Em seguida são fixados a porção proximal da cauda, um manguito e um

transdutor (Transdutor KSM Microphone Assy - International Biomedical Inc. - Austin,

Texas, USA) que capta pulsação arterial.

A Pressão Arterial Caudal (PAC) foi então medida por pletismografia de cauda

(Programmed Eletro-Sphygmomanometer, Pe-300, Narco Bio-systems, USA) utilizando a

técnica de LOVENBERG (1987) combinando um transdutor/ amplificador o qual capta os

sinais emitidos pela pulsação arterial proporcional a da pressão arterial caudal, e tais sons

são captados pelo transdutor de KOROTKOFF, e amplificados por um amplificador com

saída para um fone de ouvido (Sony CD 10) e relacionados a pressão de mercúrio

estabelecido em uma coluna.

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Foto 14- Rato no contentor, pano para não permitir visão exterior, manguito e transdutor

para captação do som.

Foto 15- Rato no contentor, ao fundo a coluna de mercúrio para verificação da pressão

arterial.

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Foto 16- Aparelhagem para amplificação do som auscultado por um fone de ouvido

conectado no transdutor. A esquerda o aparelho que mantém aquecida a chapa de

aço do contentor, para manter o rato e a cauda aquecidos.

3.8- Testes funcionais renais - clearances de creatinina e lítio

To Clear: Limpar ou depurar, os líquidos corporais. Sempre que uma parte do

plasma é filtrado pela membrana glomerular de permeabilidade seletiva, este passa para os

túbulos onde é reabsorvido ou acrescido de substância secretadas. Nesse processo o plasma

inicial foi depurado ou limpo. Para isso usa-se como marcadores substâncias que sejam

depurada na mesma velocidade da formação do filtrado glomerular, no presente estudo a

Creatinina. Para a execução dos testes funcionais renais, são coletados urina e sangue,

sendo o volume de urina estabelecido em minutos. Das amostras coletadas são dosadas a

concentração das substancias presentes no sangue e na urina (GUYTON, 1988).

Os experimentos foram realizados semanalmente, durante 14 semanas

consecutivas, sempre nos mesmos dias da semana. Eram iniciados ás 7 horas da manhã

sendo um dia para cada linhagem perfazendo assim um intervalo de 7 dias entre cada

clearance. Quatorze horas antes dos experimentos, os animais receberam Cloreto de Lítio a

0,06 M/ml/100g administrado por gavagem. Em seguida os animais foram colocados nas

suas respectivas caixas em jejum para ração sólida e sem restrição a movimentos e livre

acesso à água.

Materiais e Métodos

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Foto 17- Gavagem, administração via oral de Cloreto de Lítio e água antes da coleta do

clearance

No dia seguinte, às 7 horas da manhã, para a obtenção de um fluxo urinário

regular e estável, os animais eram submetidos uma sobrecarga hídrica por gavagem no

volume de 10% do peso corporal, dividida em 2 aplicações de 5% cada, sendo a primeira às

7 horas e uma segunda 60 minutos depois, nunca ultrapassando o volume total de 15 ml.

Após a sobrecarga hídrica os ratos foram colocados em gaiolas metabólicas individuais de

aço inoxidável. Transcorrido o tempo de equilíbrio de 20 minutos, teve início a coleta da

urina, com tubos de ensaio graduados para quantificação do fluxo urinário, constantemente,

durante os 120 minutos.

Materiais e Métodos

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Fotos 18 e 19- Gaiolas metabólicas individuais, as quais os ratos ficam contidos para a

coleta de urina. Funil plástico abaixo da gaiola, sustentado por um pote de

vidro maior, que conduz para dentro de um tubo de ensaio para

posteriormente ser feita a marcação volumétrica.

Foto 20- Período de coleta de urina de todos os ratos simultaneamente

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Após a coleta de urina, os animais previamente anestesiados com éter etílico

foram submetidos a coleta de sangue através de vasos da cauda. Foram coletados 1,5 ml de

sangue nos eppendorfs com 20 µL de heparina. O plasma foi separado por centrifugação e

com as amostras de urina congeladas a -20 graus Celsius, para posteriores dosagens de

creatinina por espectrofotometria (Micronal, SP. Brasil) e eletrólitos Na+, K+ e Li+ por e

fotometria de chama (Micronal, SP. Brasil).

Foto 21- Rato depois de anestesiado logo após sair da gaiola metabólica para a cama de

coleta de sangue via caudal.

Materiais e Métodos

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Foto 22- Centrifuga do sangue coletado de todos os ratos para posterior coleta do

sobrenadante.

Foto 23- Gaveta do freezer para congelamento das amostras de plasma e urina identificadas

por números para futura dosagens.

Materiais e Métodos

75

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3.8.1- Testes funcionais renais - clearance de creatinina

A creatinina é um composto orgânico nitrogenado e não protéico formado a

partir da desidratação da creatina fosfoquinase produzida pela reação catalisada pela

creatinaquinase, sendo constantes sua produção e liberação pelo músculo. A quantidade de

creatinina produzida endogenamente é proporcional a massa muscular, variando de acordo

com a idade e sexo. Os hábitos alimentares e o catabolismo protéico causam pequenas

variações na sua concentração plasmática e excreção, e estes dependem muito pouco da

atividade física. Após liberação pelo músculo esta é excretada somente pelo rim sendo

livremente filtrada no glomérulo não é reabsorvida pelos túbulos renais. A quantidade

filtrada de creatinina é igual a quantidade excretada, como resultado, a depuração da

creatinina tem sido utilizado como método de estimativa da taxa de filtração glomerular

(COCKCROFT et al., 1976).

O Clearance de Creatinina reflete com grande precisão a filtração glomerular,

e assim sendo a concentração plasmática de creatinina depende da filtração glomerular,

podendo assim verificar qualquer alteração na filtração glomerular decorrente do exercício

físico.

3.8.2- Testes funcionais renais - clearance de lítio

A técnica do clearance de lítio é um método indireto de avaliação funcional

tubular. O método tornou-se mais confiável, após a verificação de sua viabilidade e

reprodutibilidade comparando-o a técnicas de micropunção tubular em animais de

laboratório (THOMSEN et al., 1968 e SHIRLEY et al., 1997).

O lítio é usado como um marcador do manuseio tubular hidro-salino,

permitindo estudo funcional global, no qual, estão incluídos os néfros corticais

e justaglomerulares, favorecendo o estudo do túbulo proximal como um todo,

inclusive da pars recta. (GONTIJO et al., 1992).

Materiais e Métodos

76

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A técnica do clearance de lítio pode ser também utilizada em experimentos

clínicos fornecendo informações sobre o manuseio de sódio e água pelos nefros proximais e

distais em indivíduos saudáveis e doentes. (WHITING, 1999).

O conceito de clearance de lítio baseia-se na evidencia de que sua maior via de

eliminação é realizada pelo rim, sendo o clearance de lítio cerca de 20%-40% da taxa de

filtração glomerular. Segundo THOMSEN et al. (1968), o lítio é reabsorvido no túbulo

proximal em paralelo e proporcionalmente a reabsorção de sódio e a água proporcionando

ao clearance de lítio a possibilidade da utilização desta técnica como marcadora

manipulação de líquido e sódio oriundos do túbulo proximal.

3.9- Metodologia analítica

A creatinina plasmática e urinária foram medidas determinados pelo método

calorimétrico por espectrofotometria utilizando espectrofotômetro Micronal

(Modelo 383, São Paulo).

As dosagens urinárias e plasmáticas, de sódio (Na+), potássio (K+) e lítio (Li+),

foram realizadas por fotometria de chama em aparelho Micronal (Modelo 262, São Paulo).

Os metais alcalinos, quando elevados a uma temperatura suficientemente alta,

absorvem energia da fonte de calor e passam ao estado de excitação em sua forma atômica.

Quando estes átomos se resfriam, estes voltam ao estado normal não excitado e reemitem

sua energia absorvida por radiação com comprimentos de onda específicos,

alguns dos quais na região visível da luz (Na+ - 589nm, Li+ - 670nm, K+ - 768nm).

Um metal alcalino aspirado através de uma chama de baixa temperatura,

na forma nebulizada vai, depois de excitado pelo calor desta chama, emitir uma onda de

freqüência discreta, a qual pode ser isolada por um filtro ótico. A emissão é proporcional ao

número de átomos excitados e, portanto a concentração do íon na amostra.

(Detalhes Anexo 1).

Materiais e Métodos

77

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3.9.1- Cálculos utilizados

Clearance renal (C) foi calculado pela formula padrão (C=UV/P) usando os

níveis de creatinina e lítio plasmático para cada período. O clearance de creatinina foi

usado para estimar a taxa de filtração glomerular, e o clearance de lítio (CLi+) para avaliar a

manipulação tubular de sódio. As Frações de excreção de sódio (FE Na+) e potássio (FEK+)

foram calculadas como CNa+/Ccr e CK+/Ccr, respectivamente, onde CNa+ e CK+ são os

clearances dos íons e o clearance de creatinina (Ccr). Fração de excreção proximal

(FEPNa+) e pós-proximal (FEPPNa+) de sódio foi calculada como CLi+/Ccr x 100 e

CNa+/CLi+ x 100, respectivamente e expressos em % (GONTIJO et al., 1992;

XAVIER et al., 2000; FURLAN et al., 2003).

Clearance de creatinina

CFcr = CEcr

CFcr = [cr]p x Ccr

CEcr = [cr]u x V(min)

Ccr = [cr]u x V(min)/[cr]p

Ccr = Ucr x V/Pcr

Carga Filtrada

CF = Pcr x Ccr

Carga Excretada creatinina

CEcr = Ucr x V(min)

Materiais e Métodos

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Clearance de Lítio

Cli = ULi x V(min)/PLi

Aporte Distal Sódio = Delivery Distal

ApD Na = CLi x PNa

Carga Filtrada de Sódio

CF Na = PNa x Ccr

Carga Excretada de Sódio

CE Na = UNa x V(min)

Carga Filtrada de Sódio

CFNa = PNa x Ccr

Fração de Excreção de sódio

CFNa - DDNa =RPNa = %RP. FNa = (CFNa - DDNa/CFNa )x 100

Fração de Excreção Proximal de Sódio

FEPNa = 1- [CFNa-DDNa/CFNa] x 100

Materiais e Métodos

79

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Fração de Excreção Pós Proximal

FEPP = DDNa - CENa

FEPP = 1- [DDNa-CENa/DDNa] x 100

Fração de Excreção de Potássio

FE K = CE K/ CF K x 100

Fração de Excreção de Sódio

FE Na = CENa/CFNa x 100

Fração de Excreção Sódio

[U]Na x V(min)/[P]Na x Ccr x 100

FE Na = CNa/Ccr x 100

3.9.2- Análise estatística dos resultados

A análise estatística dos resultados realizados para cada variável e comparadas

semana a semana dentro do mesmo grupo e entre os grupos estudados através da Análise da

Variância (ANOVA) e post-hoc pelo teste de Bonferroni.

Para as variáveis funcionais também foram calculados as áreas sobre a curva

em diferentes períodos dos experimentos.

Os resultados foram expressos com média ± DP e os níveis de significância

para p< 0,05.

Materiais e Métodos

80

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4- RESULTADOS

81

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Para melhor entendimento dos gráficos e legendas, os grupos foram assim

divididos:

“c”- controle: corresponde aos ratos que iniciaram o experimento como controle

secundários, e após a 8º semana de experimento passaram a ser submetidos a

atividade física programada.

“e”- exercício: corresponde aos ratos que iniciaram o experimento em atividade física

programada e, após a 8º semana de experimento (12º semana de vida) passaram ao

estado sedentário.

A anotação acima foi aplicada a ambas linhagens SHR e seus controles

adequados WKy.

4.1- Curva de desenvolvimento ponderal da massa corporal

Pode-se observar na figura 1 e 2 a evolução da massa corporal diária durante

todo o período experimental para os grupos SHR e WKy submetidos ou não a atividade

física.

No primeiro período observa-se que os ratos de ambos os grupos e de ambas as

linhagens apresentaram discretas oscilações nas massas relacionados aos clearances

semanais durante os quais permaneciam em jejum para ração sólida, com livre acesso a

água por aproximadamente 18 horas. Porém, observa-se que todos os grupos apresentaram

um acréscimo semelhante nas massas corporais independentemente da atividade física.

Resultados

83

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Evolução da massa corporal SHR

507090

110130150170190210230250270290

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69

Dias

Pes

o (g

)

SHRc SHRe

Figura 1- Grupo SHR durante todo o período experimental; médias diárias dos pesos

aferidos antes da atividade física. Os pontos quadrados representados nas

respectivas linhas marcam o momento de inversão dos grupos.

Evolução da massa corporal WKy

80110140170200230260290320350380

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69

Dias

Peso

(g)

WKYc WKYe

Figura 2- Grupo WKy durante todo o período experimental; médias diárias dos pesos

aferidos antes da atividade física. Os pontos quadrados representados nas

respectivas linhas marcam o momento de inversão dos grupos.

Resultados

84

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Como pode ser observado na figura 3 os ratos SHR submetidos a atividade

física programada ao se tornarem sedentários, apresentaram aumento significativo da massa

corporal em relação ao grupo controle.

Estes resultados não foram significativos quando analisadas as curvas dos

animais WKy (figura 5).

Massa Corporal - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Mas

sa C

orpo

ral (

gram

as)

50

100

150

200

250

300

350

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

* * *

* P<0,05

Figura 3- Massa corporal dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período

experimental. *p<0,05

Resultados

85

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Área sobre a Curva Períodos 1 e 2Massa Corporal - SHRc vs. SHRe

Período

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

SHR Exercício SHR Controle

Figura 4- Área sobre a curva para as massas corporais dos ratos SHRc versus SHRe.

Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao

período da 9a a 14a semana de acompanhamento.

Resultados

86

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Massa Corporal - WKyc vs. Wkye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Mas

sa C

orpo

ral (

gram

as)

100

150

200

250

300

350

400

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

* P<0,05

Figura 5- Massa corporal dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período

experimental. *P<0,05

Resultados

87

Page 65: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2Massa Corporal - WKyc vs. WKye

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

Exercício Controle

Figura 6- Área sobre a curva das massas corporais dos ratos Wkyc versus WKye durante

todo seguimento experimental. Período 1 corresponde ao período de

0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

88

Page 66: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

4.2- Treinamento de força durante o desenvolvimento da atividade física programada

4.2.1- Força absoluta

A evolução das sobrecargas associadas à atividade física para ambas as

linhagens foram semelhantes conforme análise de HEGEDUS (1972) e

PLATONOV (2004), para os diversos tipos de treinamentos utilizados com o objetivo de

incrementar a força, potência e resistência muscular. Observando os micro ciclos semanais,

pode-se visualizar o método de “escada”, uma mescla entre os métodos de treinamento em

“pirâmide” e o de cargas estáveis. Já em uma análise do mesociclo que engloba o período

do 1º ao 25º dia, pode-se ter em conta o método de ondulação devido ao descanso dos dias

de clearance. Uma análise dos macrociclos de treinamento executado pode-se visualizar um

segundo mesociclo que compreende ao período do 26º ao 38º dia, quando a carga foi

reduzida a metade do previamente estabelecido.

Esta redução teria sido ocasionada por basicamente três causas que

comprometeriam o aumento da força imposta. A primeira e mais consistente foi devido ao

processo provável de “overtraining”. A segunda causa provável pode ter decorrido do

desgaste orgânico e físico devido a execução semanal dos testes funcionais renais,

que submetiam os animais a um período de 18 horas de jejum e subsequente anestesia para

coleta de aproximadamente 1,5 ml de sangue para análise futura. A terceira causa, e menos

provável, seria decorrente da perda natural de rendimento físico pela chegada idade adulta.

O “overtraining” ou treinamento excessivo é bem documentado e estudado.

Segundo WILMORE et al., (1999) a síndrome do treinamento excessivo é subjetiva e

multifatorial, caracterizada pelo declínio abrupto do desempenho que não pode ser

remediado por alguns dias de repouso e manipulação da dieta. Isso ocorre quando a carga

de treinamento é muito intensa, ultrapassando a capacidade do organismo de recuperação

de adaptação e de atingir nova homeostase metabólica apresentando desequilíbrio entre o

estado catabólico e anabólico.

Resultados

89

Page 67: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Evolução da sobrecarga associada a atividade física programada em SHRe/c e WKYe/c

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67

Dias

Carg

a im

post

a (g

)

SHRe/c WKYe/c

Figura 7- Mostra a evolução da sobrecarga imposta os grupos SHRe/SHRc (linha azul)

e WKye/WKyc (linha vermelha). O grupo SHRe, é representado até o 38º dia,

o grupo SHRc, é representado a partir do 43º dia. O grupo WKye é representado

até o 40º dia, e o grupo WKyc é representado a partir do 45º dia.

4.2.2- Força absoluta versus massa corporal

Para a análise destes componentes é necessário relembrar que os ratos iniciaram

a atividade física logo após o seu desmame, e a curva de ganho de massa corporal

acompanha o aumento de força absoluta destes até o momento da suspensão da atividade

física programada como representados nas figuras 8 e 9.

Nas figuras 8 e 9 observa-se o paralelismo das curvas para massa corporal e

ganho de força, até o momento do overtraining, quando as curvas deixam de ter a relação

crescente.

Os dias em que os ratos alcançaram maior índice de força absoluta foram:

WKy- maior força desenvolvida nos dias 21 e 22 com 10,8 g e 10,9 g respectivamente.

SHR- maior força desenvolvida nos dias 21 e 22 com 7,9 g e 7,7 g respectivamente.

Resultados

90

Page 68: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Dias

Mas

sa c

orpo

ral (

g)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Carg

a im

post

a (g

)

WKYe massa corporal WKYe Sobrecarga

Figura 8- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo WKye. A linha azul

representa a massa corporal em gramas; e a linha verde representa a carga imposta

em gramas.

Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Dias

Mas

sa c

orpo

ral (

g)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Carg

a im

post

a (g

)

SHRe massa corporal SHRe Sobrecarga

Figura 9- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo SHRe. A linha azul

representa a massa corporal em gramas; e a linha verde representa a carga

imposta em gramas.

Resultados

91

Page 69: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Após a suspensão da atividade física (figura 10 e 11), nota-se que os ratos

sedentários de ambas linhagens necessitaram do período de uma semana para que

suportassem uma elevação de carga imposta.

WKy- maior força desenvolvida nos dias 16 ao 20 com uma estabilidade de 5,6 g.

SHR- maior força desenvolvida nos dias 20 com 5,1 g.

Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Dias

Mas

sa c

orpo

ral (

g)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Car

ga im

post

a (g

)

WKYc massa corporal WKYc Sobrecarga

Figura 10- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo WKyc.

A linha azul representa massa corporal em gramas; e a linha verde representa a

sobrecarga em gramas.

Resultados

92

Page 70: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Massa corporal (g) x Sobrecarga (g)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14 1516 17 1819 20 21 2223 24 2526 27 28 29

Dias

Mas

sa c

orpo

ral (

g)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Carg

a im

post

a (g

)

SHRc massa corporal SHRc Sobrecarga

Figura 11- Mostra a relação massa corporal versus sobrecarga do grupo SHRc.

A linha azul representa massa corporal em gramas; e a linha verde representa a

sobrecarga em gramas.

4.2.3- Força relativa

A figura 12 e 13 mostram a força relativa similar desenvolvida por ambas as

linhagens submetidos a atividade física programada executada durante o período de 1 hora

diariamente. Inicialmente nos primeiros 8 dias os ratos da linhagem WKy apresentaram um

índice de força relativa média de 3%, enquanto os SHR 2%, subseqüentemente a linhagem

WKy apresentou uma força relativa de 4% e a SHR de 3%, até a suspensão da atividade

física, mostrando que os animais foram submetidos a mesma força relativa.

Os picos máximos de força relativa alcançados pelos ratos foram:

WKy- manteve durante o período dos dias 9 ao 14, portanto 6 dias uma força relativa de

4%.

SHR- manteve durante o período dos dias 19 ao 22, portanto 4 dias uma força relativa de

4%.

Resultados

93

Page 71: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Relação sobrecarga/massa corporal por 100g de rato

0,00

0,50

1,001,50

2,00

2,50

3,003,50

4,00

4,50

4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

dias

Sob

reca

rga/

100g

rat

o

SHRe WKYe

Figura 12- Mistura a relação sobrecarga/massa corporal por 100 gramas de massa corporal.

A linha vermelha representa o grupo SHRe e a linha azul representa o grupo

WKye.

Após a supressão da atividade física programada os índices de força relativa

apresentaram uma estabilidade, para ambas as linhagens, sendo que os períodos de maior

índice de força relativa coincidem com os dias de maior força absoluta.

Resultados

94

Page 72: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Relação sobrecarga/massa corporal por 100g de rato

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68

dias

Sobr

ecar

ga/1

00g

rato

SHRc WKYc

Figura 13- Mostra a relação sobrecarga/massa corporal por 100 gramas de massa corporal

do rato. A linha vermelha representa o grupo SHRc e a linha azul representa o

grupo WKyc.

Analisando os resultados relativos de força absoluta (F.A) e força relativa (F.R)

pode-se concluir que para os animais:

WKy- O ápice de maior força relativa (11º dia), FR = 4,18%, antecedeu o ponto de maior

índice de força absoluta (22º dia), FR = 3,99%, confirmando que os ratos

normotensos desenvolveram força relativa, precocemente, antes de atingir o ápice

do seu desenvolvimento muscular.

SHR- Nesta linhagem o período de maior força relativa (19º a 22º dia) coincidiu com o

período relativo aquele de maior índice de força absoluta, comportamento também

normal resultado do treinamento adequado e limite em relação à sobrecarga/peso.

Resultados

95

Page 73: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

4.3- Tempo de atividade física programada

O tempo de duração da atividade física é um parâmetro importante tanto quanto

a intensidade desta. As figuras 14 e 15 demonstram a relação de tempo de exercício em

relação a sobrecarga utilizada ao longo dos dias de experimentação.

Tempo (min) x Sobrecarga (g)

0

10

20

30

40

50

60

70

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67

Dias

Tem

po (m

in)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Carg

a im

post

a (g

)

SHRe/c Tempo SHRe/c Sobrecarga

Figura 14- Linha azul mostra os valores em minutos, e a linha verde mostra a sobrecarga

em gramas. O grupo SHRe é representado pelas linhas até o dia 37.

O grupo SHRc é representado pelas linhas do dia 41 a 68.

Resultados

96

Page 74: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Tempo (min) x Sobrecarga (g)

0

10

20

30

40

50

60

70

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67

Dias

Tem

po (m

in)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Car

ga im

post

a (g

)

WKYe/c Tempo WKYe/c Sobrecarga

Figura 15- Linha azul mostra os valores em minutos, e a linha verde mostra a sobrecarga

em gramas. O grupo WKYe é representado pelas linhas até o dia 40.

O grupo WKYc é representado pelas linhas do dia 42 a 68.

4.4- Variação da pressão arterial

Para entendimento das figuras relativas a pressão arterial em ambas as

linhagens é necessário chamar a atenção novamente para os 2 períodos relacionados ao

acompanhamento dos grupos durante e após a supressão da atividade física programada.

No acompanhamento pressórico dos SHR, subdividimos o período

experimental respectivamente da 1ª a 4ª semana, da 5ª a 8ª semana, da 9ª a 12ª semana e da

13ª a 15ª semana.

A figura 16 mostra que iniciada a atividade física nota-se pequena e não

significativa diferença entre os grupos SHRc e SHRe. Após a terceira semana verifica-se

diferença estatística progressiva entre os grupos sedentários e exercício com significativa

queda no grupo SHRe quando comparada a progressiva elevação pressórica do grupo

sedentário (P de 0,026 a 0,0001, ANOVA com post-hoc Bonferroni).

Resultados

97

Page 75: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Após supressão da atividade física os ratos hipertensos apresentaram um

aumento progressivo da pressão arterial caudal enquanto o grupo que iniciou a atividade

física programada mostrou uma tendência a queda que efetivamente ocorreu na 16ª semana

de acompanhamento quando as pressões voltaram a ser significativamente diferentes

(P<0,028) (figura 16).

Os animais hipertensos previamente sedentários apresentaram uma acentuada e

rápida resposta à atividade física, com uma queda pressórica de 20,2% correspondente a

34 mmHg em relação ao início do programa de atividade física ocorrida na 8ª semana.

Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Pre

ssão

Arte

rial (

mm

Hg)

60

80

100

120

140

160

180

200

220

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

*

** * * * *

*

* P<0,05

Figura 16- Pressão Arterial SHRc versus SHRe durante todo o período de

acompanhamento experimental. *p<0,05.

Resultados

98

Page 76: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Período 1 e 2Pressão Arterial - SHRc vs. SHRe

Período

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2000

4000

6000

8000

10000

SHR Exercício SHR Controle

Figura 17- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente ao desenvolvimento

da pressão arterial. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de

0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

A figura 18 mostra a evolução da pressão arterial no grupo WKy.

Nota-se diferenças significativas logo após a primeira semana de atividade física quando o

grupo WKy apresenta queda pressórica significativa, porém menor que a observada no

grupo SHR (p<0,014 a p<0,0001, ANOVA, post-hoc Bonferroni). Após supressão da

atividade física, os animais normotensos não apresentam diferenças ao se compararem

WKyc e WKye, embora haja clara tendência de elevação pressórica nos animais

sedentários.

Resultados

99

Page 77: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Pressão Arterial - WKyc vs. WKye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Pres

são

Arte

rial (

mm

Hg)

70

80

90

100

110

120

130

140

150

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

**

*

*

*

* *

* P<0,05

Figura 18- Pressão Arterial WKyc versus WKye durante todo o período experimental.

*p<0,05.

Resultados

100

Page 78: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2P.A - WKYc vs. WKye

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Exercício Controle

Figura 19- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente ao desenvolvimento

da pressão arterial. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de

0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Os resultados das curvas gráficas para pressão arterial (figuras 18 e 19) mostra

que nos animais hipertensos, a atividade física programada promove uma queda rápida da

pressão arterial, enquanto a supressão do exercício físico causa nos animais agora

sedentários uma elevação gradual e lenta da pressão arterial. As respostas, embora de

magnitudes diferentes, foram similares em ambas linhagens.

Resultados

101

Page 79: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

4.5- Função renal

4.5.1- Clearance de creatinina (CCR)

A figura 20 mostra que o Clearance de Creatinina, estimativa da filtração

glomerular, não apresentou diferenças estatísticas significativas em nenhuma das linhagens

antes ou após a atividade física programada.

CCr - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Ccr

(µlm

in-1

100g

-1b.

w)

40

60

80

100

120

140

160

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

* P<0,05

Figura 20- Clearance de Creatinina dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período

experimental. *p<0,05.

Resultados

102

Page 80: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2 CCr - SHRc vs. SHRe

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

SHR Exercício SHR Controle

Figura 21- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente ao clearance de

Creatinina. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

103

Page 81: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Ccr - WKyc vs. Wkye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Ccr

(µlm

in-1

.100

g-1. b

.w)

40

60

80

100

120

140

160

180

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

*

*

*

* P<0,05

Figura 22- Clearance de Creatinina dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período

experimental. *p<0,05.

Resultados

104

Page 82: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2Ccr - WKyc vs. WKye

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2000

4000

6000

8000

10000

Exercício Controle

Figura 23- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente ao clearance de

creatinina. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

4.5.2- Clearance de lítio (CLI)

Como mostra a figura 24, exceto na primeira semana de estudo para os animais

hipertensos, o clearance de lítio não apresentou diferenças estatísticas significativas em

nenhuma das linhagens, relacionadas ou não a atividade física programada.

Resultados

105

Page 83: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

CLi - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

CLi

(µlm

in-1

.100

g-1.b

.w)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos*

* P<0,05

Figura 24- Clearance de lítio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período

experimental. *p<0,05.

Observa-se, entretanto, no grupo hipertenso, que os experimentos ao longo do

tempo, principalmente à partir da 4a semana, apresentam resultados mais estáveis,

possivelmente relacionados a maturação funcional dos nefros.

Resultados

106

Page 84: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

CLi - WKye vs. WKyc

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

CLi

(µlm

in-1

.100

g-1b.

w)

0

5

10

15

20

25

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

*

* P<0,05

Figura 25- Clearance de lítio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período

experimental. *p<0,05.

4.5.3- Fração de excreção de sódio (FE Na+).

Os resultados referentes a FENa+ mostram evidente redução na excreção

urinária de sódio nos animais SHR após a 4º semana experimental comparada à resposta

observada nos SHRc (figura 26). A fração de excreção de sódio na linhagem hipertensa

apresentou diferenças estatísticas (p<0,05) nas semanas 5, 8, 10 e 13, comparando SHRc

versus SHRe

Resultados

107

Page 85: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FE Na+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FE N

a+ (%)

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

*

*

*

* P<0,05

*

Figura 26- Fração de excreção de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o

período experimental. *p<0,05.

Após a 8ª semana, com a supressão da atividade física os animais anteriormente

sedentários passam a apresentar tendência a menor excreção urinária de sódio (figura 27).

Os animais normotensos apresentam, independentemente da atividade física, excreção

urinaria de sódio semelhante (figura 28).

Resultados

108

Page 86: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2FE Na+ - SHRc vs. SHRe

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

20

40

60

80

100

120

SHR Exercício SHR Controle

Gráfico 27- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

109

Page 87: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FE Na+ - WKyc vs. WKye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FE N

a+ (%)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

*

* P<0,05

Figura 28- Fração de excreção de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o

período experimental. * p<0,05.

Resultados

110

Page 88: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

4.5.4- Fração de excreção proximal de sódio (FEP Na+)

FEP Na+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FEP

Na+ (%

)

0

5

10

15

20

25

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos*

*

* P<0,05

Figura 29- Fração de excreção proximal de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante

todo o período experimental. *P<0,05.

Os resultados referentes a excreção proximal de sódio apresentados às figuras

29 e 31, não mostram diferenças significativas entre os grupos, exceto no que se refere aos

animais hipertensos quando, nas 2 primeiras semanas após o início da atividade física,

ocorre pronunciada e significativa elevação na FEP Na+ nos SHRe comparados ao grupo

sedentários. A excreção proximal de sódio nos WKyc e WKye são similares (figura 32).

Resultados

111

Page 89: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Período 1 e 2

FEP Na+ - SHRc vs. SHRe

Período

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

200

400

600

800

1000

SHR Exercício SHR Controle

Figura 30- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

proximal de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de

0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

112

Page 90: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8FEP Na+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

1 a 3 4 a 8

Uni

dade

s ar

bitrá

ria

0

50

100

150

200

SHR Exercício SHR Controle

Figura 31- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

proximal de sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1

corresponde ao período de 0 a 8a semana.

Resultados

113

Page 91: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FEP Na+ - WKyc vs. WKye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FEP

Na+ (%

)

-5

0

5

10

15

20

25

WKy exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

*

*

* P<0,05

Figura 32- Fração de excreção proximal de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante

todo o período experimental. *p<0,05.

4.5.5- Fração de excreção pós proximal de sódio (FEPP Na+)

As figuras 33 e 35 mostram as curvas relativas a FEPP Na+ nos animais

hipertensos e seus controles normotensos submetidos à atividade física programada.

A fração de excreção pós proximal nos ratos SHRe apresentou diferenças estatísticas nas

semanas 2, 3, 8 e 10 indicando significativamente menor excreção de sódio dos ratos

submetidos a exercício programado quando comparados aos seus controles adequados.

Os resultados obtidos para a FEPP Na+ sugere que as alterações encontradas para a

excreção urinária de sódio nos animais hipertensos decorrem, principalmente, por uma

menor regulação nos segmentos pós-proximais do nefro após o início da atividade física.

Resultados

114

Page 92: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FEPP Na+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FEPP

Na+ (%

)

0

10

20

30

40

50

60

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

*

*

* *

* P<0,05

Figura 33- Fração de excreção pós proximal de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante

todo o período experimental. *p<0,05.

Resultados

115

Page 93: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva Período 1 e 2FEPP Na+ - SHRc vs. SHRe

Período

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

SHR Exercício SHR Controle

Figura 34- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

pós proximal de sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período da

0 a 8a semana. Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

116

Page 94: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FEPP Na+ - WKyc vs. WKye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FEPP

Na+ (%

)

0

5

10

15

20

25

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

*

* P<0,05

Figura 35- Fração de excreção pós proximal de sódio dos ratos WKyc versus WKye

durante todo o período experimental. *p<0,05.

Os animais WKy não apresentaram antes ou durante a atividade física

controlada diferenças significativas quanto a FEPP Na+ (figura 35).

4.5.6- Fração de excreção de potássio (FE K+).

A fração de excreção de potássio apresentou um aumento significativamente

diferente (p<0,05) nas 3 primeiras semanas pós-exercício nos animais hipertensos

(figura 36). Esta elevação é coincidente com a elevação do aporte distal de sódio vindo dos

Resultados

117

Page 95: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

segmentos proximais do nefro como mostra a figura 29. Estes resultados sugerem que a

maior perda de potássio evidenciada nas 3 primeiras semanas é causada por uma maior

excreção deste íon nos segmentos distais do nefro.

Após a supressão da atividade física a FE K+ também apresenta uma resposta

recíproca ao período anterior.

FE K+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FE K

+ (%)

0

20

40

60

80

100

120

SHR Exercício SHR Controle

Inversão dos grupos

**

**

*

* P<0,05

Figura 36- Fração de excreção de potássio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o

período experimental. *p<0,05.

Resultados

118

Page 96: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Período 1 e 2

FE K+ - SHRc vs. SHRe

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

SHR Exercício SHR Controle

Figura 37- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

de potássio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

119

Page 97: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8FE K+ - SHRc vs. SHRe

Semanas

1 a 3 4 a 8

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

200

400

600

800

1000

1200

SHR Exercício SHR Controle

Figura 38- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a fração de excreção

proximal de sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1

corresponde ao período da 0 a 8a semana.

Resultados

120

Page 98: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

FE K+ - WKyc vs. WKye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FE K

+ (%)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

WKy Exercício WKy Controle

Inversão dos grupos

* P<0,05

Figura 39- Fração de excreção de potássio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o

período experimental. *p<0,05.

A fração de excreção de potássio na linhagem WKy não apresentou nenhuma

diferença estatística significativa antes ou durante a atividade física programada.

4.5.7- Carga excretada de sódio (UNa+V)

As figuras 40 e 41 mostram a carga excretada de sódio após o início da

atividade física programada em ratos hipertensos e normotensos.

Resultados

121

Page 99: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

A carga excretada de sódio na linhagem SHR reduz abrupta e

significativamente após a 4ª semana de atividade física como já observado nas figuras 26 e

27, relativas a FENa+.

Também como observado anteriormente, após a queda referida acima, ocorreu

um período de estabilidade da UNa+V ao longo do experimento, apenas interrompido a

partir da 8a semana com a supressão da atividade física programada. Nitidamente

observa-se uma maior excreção de sódio nos animais sedentários, principalmente após a

4a semana de acompanhamento (figura 40).

Para a linhagem WKy não foram observadas modificações referente e

significativas quando as curvas foram comparadas antes ou após o início da atividade física.

Resultados

122

Page 100: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

UNa+V - SHRc vs. SHRe

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

UN

a+ V (µ

Eqm

in-1

.100

g-1.b

.w)

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

SHR ExercícioSHR Controle

Inversão dos grupos

*

**

* P<0,05

Figura 40- Carga excretada de sódio dos ratos SHRc versus SHRe durante todo o período

experimental. *p<0,05.

Resultados

123

Page 101: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

UNa+V- WKyc vs. Wkye

Semanas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

CE

Na+ (m

Eq)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

WKy ExercícioWKy Controle

Inversão dos grupos

*

* P<0,05

Figura 41- Carga excretada de sódio dos ratos WKyc versus WKye durante todo o período

experimental. *p<0,05.

Resultados

124

Page 102: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2UNa+V- SHRc vs. SHRe

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2

4

6

8

10

12

14

SHR Exercício SHR Controle

Figura 42- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a carga excretada de

sódio. períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

Resultados

125

Page 103: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Semanas 1 a 3 e 4 a 8

UNa+V- SHRc vs. SHRe

Semanas

1 a 3 4 a 8

Uni

dade

s Ár

bitra

rias

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

SHR Exercício SHR Controle

Figura 43- Área sobre a curva dos ratos SHRc versus SHRe referente a carga excretada de

sódio. Semanas 1 a 3 e 4 a 8, que constituem o período 1 corresponde ao

período de 0 a 8a semana.

Resultados

126

Page 104: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Área sobre a Curva - Períodos 1 e 2UNa+V- WKyc vs. WKye

Períodos

P1 P2

Uni

dade

s ar

bitrá

rias

0

2

4

6

8

10

12

Exercício Controle

Figura 44- Área sobre a curva dos ratos WKyc versus WKye referente a carga excretada de

sódio. Períodos 1 e 2. Período 1 corresponde ao período de 0 a 8a semana.

Período 2 corresponde ao período da 9a a 14a semana.

No grupo do WKy é possível notar pequena diferença nas áreas, sendo que essa

diferença tende a ser uma resposta oposta ao grupo dos SHR. Os ratos da linhagem WKy

tendem a excretar mais sódio quando submetidos ao exercício em relação ao seu grupo

controle. Resultados

127

Page 105: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

5- DISCUSSÃO

129

Page 106: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

5.1- Atividade física programada

A atividade física, bem como o meio em que foi praticada durante a execução

do trabalho, propicia diversas mudanças e adaptações metabólicas e fisiológicas que

influenciam de forma positiva na redução pressórica.

Segundo WILMORE et al. (2001), para prescrição de exercício para a saúde e

condicionamento físico, a freqüência do exercício deve, inicialmente,

limitar-se a 3 ou 4 dias por semana, aumentando até 5 ou mais dias por semana somente se

a atividade for agradável e fisicamente tolerável. A duração do exercício não pode ser

discutida adequadamente sem que também seja discutida a sua intensidade.

Melhoras similares da capacidade aeróbia são obtidas com um programa de alta intensidade

e curta duração ou um programa de baixa intensidade e longa duração para um sedentário.

O cansaço evidencia-se por se tornar cada vez mais difícil e finalmente

impraticável a continuidade de uma atividade com a mesma intensidade. Na primeira etapa

quando o cansaço aparece, este pode ser superado por um grande esforço de tal forma que a

atividade persista com a mesma intensidade; isto é conhecido como cansaço compensado.

O cansaço passa a ser não compensado quando a intensidade é diminuída, embora ainda se

tenha força de vontade, caracterizando um real declínio da eficiência metabólica.

Para se identificar e diferenciar a intensidade do exercício (aeróbio ou anaeróbio),

existem métodos práticos diretos e indiretos, segundo a capacidade de resistência

determinada por dois fatores essenciais: transporte de oxigênio e utilização de oxigênio

pelos tecidos. Esses fatores são possibilitados pelo funcionamento adequado do aparelho

cardiorrespiratório BARBANTI (1997).

O exercício aeróbio é aquele relacionado a completa oxidação dos nutrientes

pelas mitocôndrias, para produção de energia convertendo glicose, ácidos graxos e

aminoácidos em ATP, CO2 e água (GUYTON, 1988). Para o exercício anaeróbio os

fosfatos intramusculares de alta energia, trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina

(PCr), proporcionam a energia não aeróbia necessária às contrações musculares.

Após alguns segundos, a via glicolítica passa a gerar um percentual cada vez maior de

energia (MCARDLE et al. 2003), e de ácido pirúvico que, na presença de uma

Discussão 131

Page 107: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

concentração insuficiente de O2, se transforma em ácido lático que, progressivamente,

aumenta sua concentração muscular (BARBANTI, 1997). Portanto, toda a atividade física

percorre um continuum do estado anaeróbico para aeróbico (MCARDLE et al., 2003).

No presente estudo, para se manter a atividade física em uma intensidade

aeróbica constante foram adotados critérios, como a readequação da carga que cabia aos

animais, após observação direta do comportamento destes na água. Quando o animal

entrava em fadiga e afundava repetidamente e retornava a superfície durante

5 a 10 minutos, após 20 a 30 minutos do início do exercício, era necessário retirar a

sobrecarga imposta para que o animal completasse 1 hora de exercício. Baseando-se em

toda a fundamentação teórica do treinamento esportivo supra citado, pode-se afirmar que os

animais apresentaram e foram submetidos a uma atividade física programada com

predominância metabólica aeróbia de alta intensidade devido à sobrecarga extra além da

massa corporal, durante o período de 1 hora por dia, 5 vezes por semana

(figuras 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15).

5.2- Desenvolvimento da massa corporal

Os animais tiveram livre acesso à ração e água durante todo o período

experimental. Apesar da curva de massa corporal ter se mantido similar

(figura 1, 2, 3, 4, 5 e 6), percebe-se que os animais independentemente do grupo

experimental, mantiveram a ingestão de ração e água proporcionalmente iguais,

embora os animais submetidos à atividade física programada tenham apresentado déficit

maior de calorias relativo a atividade física, comparado ao grupo controle.

Os grupos de animais que interromperam o exercício tiveram redução no gasto calórico

porém, aparentemente permaneceram ingerindo quantidade de ração além do necessário ao

aumento do metabolismo imposto pelo exercício físico ao qual foram previamente

submetidos. O grupo da linhagem hipertensa apresentou, nas duas últimas semanas,

diferença estatisticamente significativa comparado ao seu grupo controle (figura 3) porém,

aparentemente sem significado fisiológico para a pesquisa.

Discussão 132

Page 108: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

5.3- A atividade física programada no meio líquido termoneutro

A vasomotricidade ocasionada pela pressão hidrostática da água sobre a

superfície corporal também tem a contribuição da temperatura do meio líquido,

ao qual o organismo esta submerso, ocasionando vasoconstrição visceral associada a

vasodilatação periférica para que ocorra troca de calor e a manutenção da pressão arterial

constante durante o exercício. Caso o exercício fosse realizado em água fria, para manter o

calor corporal durante este estresse térmico, ocorreria vasoconstrição periférica associada

ao aumento de circulação esplânica interna para que houvesse a manutenção da temperatura

ideal ao metabolismo das vísceras (MCARDLE et al., 2001). Desta forma a redução do

fluxo sanguíneo muscular causaria redução do rendimento e da performance muscular.

Nesta situação, quando a musculatura é exigida de forma exaustiva, acaba por funcionar

como um radiador, fazendo com que o corpo não retenha calor, além de ocasionar aumento

no consumo de oxigênio devido ao aumento da atividade muscular na tentativa de regular a

temperatura central (GIESBRECHT et al., 1997). Portanto, o uso da água termoneutra,

teve como objetivo estimular vias metabólicas ao esforço físico imposto sem que outros

fatores interferissem nos achados do presente estudo. Dados de KELLOG et al. (1998)

demonstraram que a geração de óxido nítrico está envolvida nos mecanismos ativos de vaso

dilatação em humanos quando submetidos a um estresse térmico com água entre 38-39°C.

A imersão no meio líquido facilita o retorno venoso resultando numa

hipervolemia de aproximadamente de 700 ml em adultos humanos (ARBORELIUS et al.,

1972). Com o aumento do volume de sangue, são ativados mecanoreceptores de baixa

pressão cardíacos e vasculares os quais estimulam reflexos hormonais e neurais incluindo a

supressão de hormônio antidiurético (EPSTEIN et al., 1975a, 1981 e NORSK et al., 1988) e

a secreção de aldosterona (EPSTEIN et al., 1971 e EPSTEIN et al., 1975b) tanto como a

inibição da atividade nervosa simpática renal (KRISHNA et al., 1983 e MIKI et al., 1988b),

estimulação da síntese de prostaglandina renal (ESPTEIN et al., 1979) e a liberação do

peptídeo natriurético atrial (EPSTEIN et al., 1989) assegurando aumento da diurese,

natriurese e caliurese.

Discussão 133

Page 109: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

RIM et al. (1997) verificaram, em coreanos saudáveis submetidos a dieta típica

com elevada carga de sal e a uma única sessão de 3 horas de exercício (ciclismo) dentro da

água termoneutra, que o clearance de creatinina se manteve constante, indicando uma taxa

de filtração glomerular sem mudanças. Por outro lado, observaram um aumento do fluxo

urinário, inversamente à osmolaridade urinária, devido à redução da reabsorção de água

livre nos túbulos coletores induzindo à poliúria. A carga excretada de sódio (Na+) aumentou

após 2 horas de exercício, sendo que a carga de potássio (K+) manteve-se constante,

indicando que a poliúria induzida pela imersão esteja envolvida na diurese osmótica sem

variações plasmáticas no Na+, K+, osmolaridade e Ccr.

5.4- Análise dos parâmetros da pressão arterial e função renal

Os resultados do presente estudo permitiram verificar algumas modificações

fisiológicas envolvendo o controle da pressão arterial e da função renal.

Os animais submetidos à atividade física programada apresentaram, após o

período de treinamento, queda no rendimento físico como verificado na figura 7.

A queda do rendimento físico foi ocasionada, provavelmente pelo excesso de treinamento

também conhecido por overtrainning; o que determinou diminuição proposital na

sobrecarga imposta aos ratos.

Não houve modificações significativas apreciáveis da massa corporal durante o

processo de condicionamento físico, apesar da pequena alteração no final de todo período

experimental, conforme as figuras 3 e 5. Não se pode descartar a hipótese dos animais

submetidos ao exercício terem ganhado massa muscular maior que os ratos controle,

porém em quantidade de massa corporal absoluta terem mantido-se iguais.

Essa relação de ganho de massa muscular associada à atividade física é bem documentada,

e corroboram com observações de MELO et al. (2003), que observaram ganho de massa

muscular com aumento da vascularização muscular e do diâmetro transversal da luz

vascular, promovendo uma possível diminuição da resistência periférica vascular para uma

mesma volemia.

Discussão 134

Page 110: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

Nossas observações demonstraram atenuação significativa da pressão arterial

após o início da atividade física programada nos animais hipertensos (figura 16).

Esse comportamento já foi verificado em estudos prévios que também demonstraram

atenuação da atividade simpática sobre o coração. Adicionalmente a queda da pressão

arterial, este estudo demonstrou decréscimo na freqüência cardíaca e no volume sistólico,

associado ao aumento na sensibilidade pressoreceptora em ratos SHR

(KRIEGER et al., 1999).

Observações prévias sobre a função renal são escassas na literatura,

em particular quando verificados em pacientes hipertensos ou modelos de hipertensão

arterial submetidos a atividade física programada.

Os resultados mais relevantes do presente estudo confirmaram as repercussões

hemodinâmicas, com queda da pressão arterial sistêmica e, de maneira inédita,

definiram algumas repercussões sobre a função e manipulação de sódio em segmentos

tubulares específicos após o exercício físico.

A avaliação da função renal no presente estudo demonstra que não houve,

em ambas as linhagens, modificações apreciáveis na filtração glomerular após e durante o

treinamento físico. Estas observações definem que a atividade física, em longo prazo,

em indivíduos hipertensos não desencadeia qualquer tipo de comprometimento funcional

renal.

O resultado mais interessante observado foi a evidência de uma menor excreção

urinária de sódio (FENa+, figura 26 e UNa+V, figura 40) nos animais hipertensos após o

início do treinamento físico programado, inversamente ao comportamento observado nos

animais normotensos submetidos, de forma igual, ao mesmo experimento

(figuras 28 e 41, respectivamente). Após a inversão dos grupos, os animais hipertensos

demonstraram apreciável mudança de comportamento no que diz respeito da manipulação

tubular de sódio (figura 33 e 40). Tal comportamento sugere a existência de mecanismos

contra regulatórios, atuantes no organismo hipertenso, na tentativa de aumentar a retenção

renal de sódio e, desta forma, elevar a retenção de água e a volemia, com o objetivo de

restabelecer a pressão arterial a níveis observáveis nesta linhagem hipertensa que conforme

verificado por BOER et al. (2005), reestabelecem a natriurese pressórica observada no

Discussão 135

Page 111: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

desenvolvimento da hipertensão desta linhagem de Kyoto. Resultados anti-natriuréticos não

foram observados nos animais normotensos (WKy) submetidos à atividade física similar.

Os animais hipertensos apresentaram elevação da reabsorção tubular de sódio,

nos segmentos distais do nefro (figura 33) e esta foi acompanhada pelo aumento na

excreção urinária de potássio. Esta elevada excreção de potássio foi significativamente

observada durante as 4 primeiras semanas de exercício com posterior redução, assumindo

valores próximos ao do grupo controle (figuras 36, 37 e 38). Esse comportamento não

acompanhou as grandes diferenças ocorridas na FENa+ (figura 26) e na UNa+V (figura 40).

Não podemos afastar a existência de uma elevada atividade do sistema renina-angiotensina-

aldosterona durante este período. Nota-se que na 4a semana a pressão arterial dos animais

hipertensos submetidos a exercício eleva-se transitoriamente, retardando a partir da

5a semana para valores mais baixos, diferenciando estatisticamente do grupo controle até a

8a semana (figura 16). Tal comportamento continua obscuro, sendo possível que

mecanismos contra regulatórios estejam atuantes na tentativa de elevar a pressão arterial já

neste momento.

Os resultados do presente estudo permitem confirmar a importância da

atividade física programada e estabelecer que esta redução pressórica em um modelo de

hipertensão genética é acompanhada por modificação na manipulação de sódio que ocorre

nos segmentos distais do nefro. Este efeito, aparentemente, é contra-regulatório e tende a

manter elevado os níveis pressóricos.

Assim o presente estudo sugere que modificações funcionais tubulares renais

ocorrem no sentido de manter elevado os níveis tensionais, não contribuindo desta forma

para a redução e inibindo ao desenvolvimento da hipertensivo nessa linhagem estudada.

Discussão 136

Page 112: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

137

6- CONCLUSÕES

Page 113: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

1- A atividade física programada e regular, executada no meio líquido termoneutro com

sobrecarga relativa ao peso corporal, possibilitou uma redução nos níveis pressóricos

tanto dos ratos hipertensos quanto nos normotensos, sendo no primeiro uma redução

mais significativa.

2- Os animais, ao término do experimento, não apresentaram diferenças significativas com

relação a massa corporal.

3- Os animais submetidos a atividade física programada apresentaram, após o período de

treinamento, queda no rendimento físico.

4- Após a inversão dos grupos os resultados e valores referentes a pressão arterial,

à UNa+V e a FENa+ inverteram-se de forma significativa, demonstrando o princípio da

reversibilidade biológica do treinamento esportivo.

5- A pressão arterial no grupo hipertenso demorou 6 semanas para alcançar os níveis

pressóricos do seu respectivo grupo controle devido possivelmente a alterações

hemodinâmicas que perduraram após o período de treinamento, enquanto que a

UNa+V modificou-se imediatamente após o término dos exercícios como decorrência de

possível hiperestimulação do sistema nervoso simpático e/ou do sistema

renina-angiotensina-aldosterona sobre os segmentos distais do nefro, acompanhada por

aumento na excreção de K+.

6- Nos animais hipertensos foram verificados possíveis mecanismos contra regulatórios

referente a constante tentativa de elevação pressórica, aparentemente verificada à partir

da 4ª semana de experimento. Os possíveis mecanismos contra-regulatórios envolvidos

devem ser multifatoriais envolvendo componentes humorais e neurais.

7- As alterações na manipulação renal de Na+ e K+ ocorrem em ambas as linhagens,

sem modificações apreciáveis na filtração glomerular durante o treinamento físico.

Conclusões 139

Page 114: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências Bibliográficas

153

Page 126: “AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO …...A vinculação entre os níveis de atividade física e a elevação pressórica tem sido aventada. No entanto, os mecanismos

8- ANEXOS

155

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Descrição metodológica - Dosagem de Creatinina

No aparelho com água deionizada:

Absorbância = 0

Transmitância = 100

Kit da empresa CELM - Creatinina Calorimétrica.

A Creatinina reage com o pícrato em meio alcalino tamponado (NaOH 10%),

com previa desproteinização com tungstato de sódio ácido pícrico. Obtendo-se um

cromógeno determinado pela leitura do espectrofotômetro em comprimento de onda de

510nm.

Dilui-se a amostra (Plasma ou Urina) a 1:10 (100µL de amostra + 900 µL de água).

Pipeta-se 500 µL da diluição da amostra.

Adiciona-se 2,5 ml de acido pícrico.

Mistura-se no vortex.

Deixa-se de repouso por 10 minutos.

Centrifuga-se por 5 minutos a 3000 rpm.

São feitos 3 tipos de tubos:

1- Branco- 0,5ml água + 0,7 ml ácido pícrico + 0,2 ml Tampão. Utiliza-se para zerar o

aparelho em absorbância e transmitância. (duplicata).

2- Padrão- 0,2 ml de padrão + 0,3 ml de água + 0,7 acido pícrico + 0,2 ml de tampão.

Utiliza-se para fazer a leitura do Padrão. (duplicata).

3- Amostra- 1,2ml da amostra sobrenadante (Plasma ou Urina) que foi centrifugada +

0,2 ml de Tampão (duplicata).

Homogeniza-se no vortex após adição do tampão.

Espera-se 20 minutos para ser feita a leitura.

Anexo 1

157

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Com a leitura do padrão primeiramente, e depois das amostras pareadas,

o resultado obtido é calculado as médias. O valor obtido multiplica-se por 10 (diluição)

e em seguida multiplica-se por 2 (concentração conhecida do padrão) divide-se pela média

do padrão, o valor é dado em mg/dl.

Anexo 1

158

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Descrição metodológica - Dosagem dos eletrólitos plasmáticos e urinários

No aparelho:

Sódio- referência 140 - casa decimal 0,001 sensibilidade II

Potássio- referência 5 - casa decimal 0,1 sensibilidade II

Lítio- referência 1,5 - casa decimal 0,1 sensibilidade II

Kit da empresa CELM- Soluções Padrões para Fotometria de Chama (FC 180)

Dosagem de Sódio e Potássio

Padrão: 1:50 Urina e Plasma

Diluição da Urina 1:20 (200 µL de Urina + 3,800 ml de água) duplicata

O resultado da leitura divide-se por 2,5

Diluição do Plasma 1:50 (50 µL de Plasma + 2,450 ml de água) duplicata

Diluição = padrão= resultado da leitura

Dosagem de Lítio

Padrão 1:50

Diluição da Urina: 1:5 (400 µL de Urina + 1,600 ml de água) duplicata

O resultado da leitura divide-se por 10

Diluição do Plasma 1:50 (50 µL de Urina + 2,450 ml de água)

Diluição = padrão= resultado da leitura

Os resultados são expressos em mEq/L

Anexo 2

159

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9- APÊNDICES

161

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iExercício Data

Rato Peso Sobrecarga % Hora Inicial Hora Final Tempo Controle Rato Peso

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Pressão Arterial

Semana

Data:

Grupo:

Rato P.A

Apêndice 2 165

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Clearance

Semana:

Data:

Grupo

Rato Peso 5% H2O LiCl 1/100 1º S.H 2º S.H Hora Inicial Hora Final Volume

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Dosagem

Semana

Data:

Grupo

Sangue Urina

Rato Na K Li Rato Na K Li

Sangue Urina

Rato A Creati Rato A Creati

Apêndice 4 169

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EXPERIMENTAL SHR VU Creatinina Na K Li Vu

Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120 16 17 18 19 20

M DP EPM MAX MIN

CONTROLE SHR VU Creatinina Na K Li Vu

Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120 11 12 13 14 15

M DP EPM MAX MIN

EXPERIMENTAL WKY VU Creatinina Na K Li Vu

Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120

6 7 8 9

10 M DP EPM MAX MIN

CONTROLE WKY VU Creatinina Na K Li Vu

Microl/min100gr Ccr Cli Cna CF Na CF K Rato N Peso P/100 120 120 P 120 P 120 P 120 P 120 120 120 120 120 120

1 2 3 4 5

M DP EPM MAX MIN

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EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na

% FEP Na

% FEPP Na

% CE

Na% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 16 17 18 19 20

M DP EPM MAX MIN

EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na

% FEP Na

% FEPP Na

% CE NA

% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 11 12 13 14 15

M DP EPM MAX MIN

EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na

% FEP Na

% FEPP Na

% CE NA

% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120

6 7 8 9

10 M DP EPM MAX MIN

EXP AP Na DD Na App Na CE Na Ap Na

% FEP Na

% FEPP Na

% CE NA

% CE K CE K % APP NaRato 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120

1 2 3 4 5

EPM DP EPM MAX MIN

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Apêndice 5

171

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Apêndice 5

172