anestesia s

Upload: peperonicourguete

Post on 01-Mar-2016

2 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Anestesias

TRANSCRIPT

CLE 2012/2013 EC- Cirurgia Brbara Simes - ep3539ANESTESIASAnestesia a perda parcial ou total da sensibilidade, com ou sem perda de conscincia. Os factores que influenciam a deciso da escolha do tipo de anestesia so a preferncia do doente, a idade, a situao fsica e emocional, a doena coexistente, o tipo e a durao do procedimento cirrgico, a recuperao no ps-operatrio de determinados agentes anestsicos, e outros requisitos por parte do cirurgio. importante salientar que os enfermeiros da sala de operaes no administram agentes anestsicos, mas devem conhec-los, bem como os mtodos de administrao e os potenciais efeitos secundrios.Deste modo existem vrios tipos de anestesias e de agentes associados que complementam o efeito das mesmas, seja de sedao ou analgesia no momento pr, intra ou ps-operatrio.I. ANESTESIA LOCALA anestesia local pode ser administrada isoladamente ou em conjunto com outros tipos de anestesia. A anestesia local interfere com o incio e transmisso de impulsos nervosos, atravs do uso de medicamentos administrados topicamente ou injectados por infiltrao local, bloqueio regional ou bloqueio troncolar. Os nervos motores e sensoriais so afectados resultando na parsia dos msculos voluntrios e involuntrios. A ao do anestsico local e a absoro sistmica so afectadas pelo fluxo sanguneo local e pela irrigao vascular da regio.Quanto aos efeitos colaterais da anestesia local, o doente pode referir uma sensao de queimadura ou picada no momento da injeco e posteriormente, pode manifestar reaces alrgicas ou txicas (relacionadas com a dose, como taquipneia, bradicardia ou taquicardia, adormecimento perioral, acufenos, tonturas, letargia, sabor a metal, parestesias, tremores, convulses e coma).II. ANESTESIA REGIONALA Anestesia Regional causa a perda temporria de sensibilidade numa determinada parte do corpo pelo uso de anestsicos locais. A utilizao temporria de agentes anestsicos locais previne a criao e conduo de impulsos nervosos e pode ou no afetar as funes motoras. Os anestsicos regionais so geralmente usados em doentes para quem a anestesia geral est contra-indicada. A escolha do tipo de agente anestsico depende do tipo e durao prevista do procedimento, da posio do doente durante a cirurgia e da situao fsica e psicolgica deste. importante referir que existem vrios tipos de anestesia regional como a anestesia raquidiana, a anestesia epidural, a anestesia por bloqueio de nervos e a anestesia regional intravenosa.1. A Anestesia espinhal/raquidiana, geralmente administrada em cirurgias realizadas no abdmen inferior, regio inguinal, perneo ou membros inferiores, implica um posicionamento especfico do doente para administrao da mesma, nomeadamente, o decbito lateral, em posio fetal, ou sentado, para que a anestesia seja injetada no lquido cefalorraquidiano (LCR), no espao subaracnodeo. Este tipo de anestesia tem incio quase imediato e a durao e o nvel de anestesia so determinados pelo local e velocidade de injeco, estatura do doente ou comprimento da coluna vertebral, peso do agente anestsico, presso intra-abdominal e posio do doente aps injeco.Quanto s complicaes, pode surgir hipotenso por mudanas sbitas de posio, a anestesia acima de T4 pode causar a paragem cardiorrespiratria como resultado do bloqueio simptico, a estase venosa dos membros inferiores como resultado da parsia, sobrecarga cardaca devido elevao dos membros inferiores, infeco e sintomas nervosos transitrios e permanentes como as parestesias, parsias, acufenos, aracnoidite, meningite e perturbaes auditivas e oculares. Podem ocorrer cefaleias na posio de p como resultado da fuga do LCR resultante da puno efectuada pela agulha na dura-mter. recomendado repouso absoluto no leito durante 12 horas.2. A Anestesia Epidural consegue-se injetanto um agente anestsico local atravs do espao intervertebral para dentro do espao que rodeia a dura-mter na coluna, pode ser administrado a nvel torcico, lombar ou caudal; a anestesia administrada numa nica dose ou de modo intermitente por catter epidural, difunde-se no LCR. Aps a cirurgia, a analgesia pode tambm ser administrada por catter epidural. Este tipo de anestesia indicado para procedimentos abdominais, genitourinrios e dos membros inferiores.Quanto s complicaes, podem surgir hipotenso, cefaleias, depresso respiratria, complicaes neurolgicas e infeco.3. Anestesia por bloqueio de nervos consegue-se pelo bloqueio de nervos, atravs da injeco local de anestsicos num nervo ou num grupo de nervos que enervam o local cirrgico. Pode usar-se a infuso contnua ou intermitente. So exemplo os bloqueios intercostal, axilar e digital. Este tipo de anestesia interfere com as transmisses sensoriais, motoras ou simpticas.

4. A Anestesia Local Intravenosa consegue-se atravs da administrao de agentes anestsicos locais no sistema venoso de uma extremidade muito vascularizada; usa-se um garrote para que o agente entre na circulao sistmica, que s se esvazia no final do procedimento. As vantagens desta tcnica so o incio rpido da anestesia e um tempo de recuperao curto, contudo esta tcnica apresenta uma durao limitada, uma vez que os procedimentos s podem durar duas horas no mximo, assim como a permanncia do garrote por mais de duas horas causa leso tecidual.

Sedao Mnima usa sedativos e ansiolticos que permitem que o doente se mantenha consciente respire sozinho. indicado para pequenas cirurgias ou como suplemento da anestesia local ou regional.Sedao Moderada e Analgesia sedao consciente uma vez que provoca a depresso da conscincia induzida por frmacos, em que o doente capaz de responder a estmulos verbais ou tteis. A Anestesia Monitorizada uma tcnica utilizada quando o estado do doente de tal ordem instvel para suportar um anestsico geral ou procedimentos mais longos que necessita da presena do mdico anestesista no s para administrao de agentes anestsicos, analgsicos intravenosos, sedativos ou agentes amnsicos, mas tambm responsvel pela monitorizao contnua do doente durante o procedimento. Podem usar-se vrias tcnicas anestsicas como a anestesia local, a sedao moderada e analgesia, a anestesia regional ou a anestesia por bloqueio intravenoso de nervos, dependendo do procedimento e do estado do doente.III. ANESTESIA GERALA anestesia geral provoca a depresso do sistema nervoso central atravs da administrao de frmacos ou de agentes inalantes. Os doentes no acordam com qualquer tipo de estmulos e as funes cardiovascular e respiratria ficam comprometidas, por este mesmo motivo os doentes necessitam de assistncia ventilatria e presso ventilatria positiva devido depresso da funo neurolgica ou diminuio ou ausncia de ventilao espontnea induzidas por teraputica. Para avaliar a profundidade da anestesia utiliza-se um monitor de ndice bispetral que utiliza as ondas de encefalograma para fornecer um nmero que representa a profundidade da anestesia, assim o nmero vai de 100 (totalmente consciente) a 0 (ausncia de conscincia) em que 40 representa coma profundo. Este equipamento permite gerir a conscincia do doente durante o procedimento, titular doses de frmacos, diminuir o tempo de recuperao e a incidncia de nuseas e vmitos.Existem vrios tipos de anestesia geral.1. Anestesia Balanceada a mais comum; combina vrios agentes para provocar hipnose, analgesia e relaxamento muscular com o mnimo de perturbaes fisiolgicas. Cada agente injectado para um objetivo especfico.2. Anestesia por inalao envolve uma mistura de gases anestsicos e de oxignio directamente para os pulmes. Os gases passam para a circulao pulmonar, so levados ao crebro e a outros tecidos orgnicos e so eliminados pelo sistema respiratrio. Estes agentes so administrados por mscara facial ou directamente para os pulmes por um tubo endotraqueal.Agentes anestsicos por via intravenosa usados para conferir um estado de anestesia seguro e reversvel, so mais comuns em procedimentos associados imagiologia da ressonncia magntica ou cirurgia a laser. Podem ser usados isolados ou como suplementos de agentes inalantes. Estes agentes provocam hipnose, analgesia ou amnsia, so injectados numa veia perifrica, metabolizados pelo fgado e excretados pelo rim.Analgsicos Opiceos proporcionam analgesia e sedao e so preferidos em procedimentos cirrgicos curtos. Os opiceos no provocam relaxamento muscular, contudo necessrio estar alerta para a possibilidade de depresso respiratria. Agentes de bloqueio neuromuscular usados como complementos de agentes anestsicos, tm como principal ao o relaxamento dos msculos voluntrios, uma vez que interferem com a transferncia de impulsos dos nervos motores s clulas dos msculos voluntrios. So usados para facilitar a passagem dos tubos endotraqueais, prevenir o laringospasmo, controlar o tnus muscular durante a cirurgia e diminuir a quantidade de anestesia geral usada.

Tipo de AnestesiaResultados EsperadosRiscos

LocalDepresso dos nervos perifricos;Bloqueio da conduo dos impulsos da dor;Reao alrgica, toxicidade, PCR, ansiedade, infeo.

RaquianestesiaAnalgesiaAnestesiaRelaxamento muscularHipotenso, anestesia espinhal total, complicaes neurolgicas, cefaleias, infeco, raquianestesia.

EpiduralAnalgesiaAnestesiaRelaxamento muscularPuno da dura-mter, injeco intravascular com possveis convulses, hipotenso, hematomas, infeo.

Bloqueio de nervosAnestesia do nervo escolhidoInjeo intravascular inadvertida, leso nervosa

Anestesia regional intravenosaAnestesia de um membroInfeo, dor resultante do garrote, sobredosagem ou toxicidade.

GeralConscincia reversvelAnalgesiaAnestesiaAmnsiaRelaxamento muscular (imobilidade)Depresso dos reflexosLeso oral ou dentria, PCR, parsia muscular residual, hipertenso, hipotenso, hipotermia, hipertermia, disfuno renal e disfuno neurolgica.

de notar que o tipo de anestesia um fator fundamental no tempo de repouso e perodo de recuperao do doente e, por isso, deve fazer parte do conhecimento do enfermeiro que acompanhar o mesmo no ps-operatrio, uma vez que este intervm junto do doente com o objetivo de promover a sua recuperao progressiva. Do mesmo modo, dependendo do tipo de anestesia e da regio submetida ao procedimento cirrgico, o enfermeiro deve saber quais os focos e fenmenos de enfermagem a ter em ateno.

BIBLIOGRAFIA: PHIPPS, Enfermagem Mdico-cirrgica, 8 Edio, Lusodidacta, 20106Janeiro de 2013