anestesia local2

112
Anestesia Local ou regional Definição: é a perda da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo, devido à depressão da excitabilidade das terminações nervosas ou à inibição do processo de condução nos tecidos nervosos, sem perda da consciência. Meios produtores de anestesia local: trauma mecânico, baixa temperatura , anóxia e uma variedade de agentes químicos Na prática clínica: substâncias que levam a um estado de insensibilidade transitória e completamente reversível.

Upload: couto-portella

Post on 01-Dec-2015

243 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anestesia Local2

Anestesia Local ou regionalDefinição: é a perda da sensibilidade em uma

área circunscrita do corpo, devido à depressão da excitabilidade das terminações nervosas ou à inibição do processo de condução nos tecidos nervosos, sem perda da consciência.

Meios produtores de anestesia local: trauma mecânico, baixa temperatura , anóxia e uma variedade de agentes químicos

Na prática clínica: substâncias que levam a um estado de insensibilidade transitória e completamente reversível.

Page 2: Anestesia Local2

Anestesia Local ou RegionalAnestésicos locais:São medicamentos que bloqueiam a

condução nervosa quando aplicados localmente, em tecido nervoso, na concentração apropriada. Podem causar tanto paralisia motora como sensitiva da área inervada e apresentam ação totalmente reversível, isto é, há recuperação completa da função motora após o emprego , sem que se evidencie qualquer dano estrutural às células ou às fibras nervosas.

Page 3: Anestesia Local2

Anestesia LocalRazões de se utilizar:1) Simplicidade;2) A maioria dos efeitos colaterais indesejáveis

da anestesia geral são evitados;3) Os métodos são ideais para os pacientes de

ambulatórios, para as cirurgias superficiais e de curta duração, e em situações de ingestão recente de alimentos, com risco de regurgitação e aspiração durante a anestesia geral.

Page 4: Anestesia Local2

Anestesia LocalRazões da não utilização1) A não aceitação do paciente; o paciente prefere

não estar consciente durante a cirurgia;2) A impraticabilidade de anestesiar certas áreas

do corpo. Ex.: o número de injeção, a quantidade de anestésicos e o tempo necessário ao estabelecimento de uma anestesia numa mastectomia radical são proibitivos ;

3) Insuficiência do tempo de anestesia;4) A absorção rápida do anestésico local pela

corrente sanguínea, causando reações colaterais indesejáveis.

Page 5: Anestesia Local2

Constituição dos anestésicos locais1.Radical aromático. Porção lipofílica da molécula, responsável por sua penetração no nervo. Importância clínica na capacidade de provocar reações alérgicas.2. Cadeia intermediária. Elemento estrutural, relacionada com a potência e toxicidade do anestésico local.3. Grupo amina. Porção ionizável, hidrofílica da molécula, determina a velocidade de ação do anestésico local. Pode ser secundária ou terciária.

Page 6: Anestesia Local2

Anestésico Local

Categorias químicas dos anestésicos de acordo com a utilidade clínica:(a)Agentes com uma ligação éster:

(b) Agentes com uma ligação amida:

Page 7: Anestesia Local2

Anestesia LocalDrogas de Utilidade Clínica(a) Agentes com

uma ligação éster entre o terminal aromático da molécula e a cadeia intermediária(cocaína, procaína, tetracaína e cloroprocaína);

Page 8: Anestesia Local2

Anestesia LocalDroga de Utilidade Clínica

Configuração química

(b) Agentes com uma ligação amida entre o terminal aromático e a cadeia intermediária (lidocaína, etidocaína, bupivacaína, prilocaína, mepivacaína, ropivacaína).

Page 9: Anestesia Local2

Anestesia LocalMecanismo de açãoBloqueio à condução feito por meio de

interferência no processo de origem do potencial de ação, havendo um aumento transitório da permeabilidade por íons sódio.

Bloqueio parece ser conseqüência de uma competição do anestésico com o cálcio no mesmo receptor que controla a permeabilidade da membrana, sendo a solução anestésica absorvida pela camada lipídica do nervo, impedindo a despolarização das fibras.

Page 10: Anestesia Local2

Anestésico Local

Absorção depende: Local de injeção (quanto maior a

vascularização local, maior o nível plasmático obtido);

Tipo da droga utilizada;Da associação ou não com vasoconstrictor;Propriedades

farmacológicas(lipossolubilidade e ação vasodilatadora).

Page 11: Anestesia Local2

Anestesia Local

Distribuição do medicamentoAtravés de ligação com proteínas

plasmáticas:Alfa-globulinasAlbuminas

Page 12: Anestesia Local2

Anestésico LocalMetabolismo dos anestésicos

Anestésicos locais do grupo amino-amida sofrem metabolismo hepático, têm meia-vida maior. Menos de 5% são excretados na urina de forma inalterada.

Anestésicos locais do tipo amino-ésteres têm meia-vida mais curta porque são depurados no plasma pelas colinesterases. Menos de 2% são eliminados na urina de forma inalterada.

Page 13: Anestesia Local2

Anestésico Local

Fatores que alteram a duraçãoDose da droga;Adição de substâncias vasoconstrictoras:Podem controlar o sangramento em uma

ferida;Podem aumentar a freqüência de bloqueios

nervosos bem-sucedidos e prolongar o tempo de ação dos agentes anestésicos. Adrenalina, concentração de 1:200.000.

Page 14: Anestesia Local2

Anestésico LocalAção dos anestésicos na seguinte ordem:Bloqueio da sensação dolorosa;Bloqueio da sensação térmica;Bloqueio da sensibilidade tátil;Bloqueio da pressão profunda.

Page 15: Anestesia Local2

Anestésico LocalEfeitos tóxicos: local e sistêmico

Efeitos locais adversos:Manifestações neuro-musculares, anestesia

prolongada e parestesias(às vezes, irreversível).

Efeitos de toxicidade sistêmica: SNC, cardiovascular e imunológico.

Page 16: Anestesia Local2

Anestésico LocalEfeito tóxico no SNCSensação de “vazio”;Tonteiras,alterações visuais e auditivas;Desorientação, excitação seguida de

depressão do SNC;Contratura muscular, convulsões, perda da

consciência e coma.

Page 17: Anestesia Local2

Anestésico LocalEfeito Cardiovascular e ImunológicoDepressão direta do miocárdio, vasodilatação

e bradicardia, podendo chegar a colapso cardiovascular;

Sintomas: Dispnéia, dor torácica,palpitações;Diaforese, síncope. Efeito no sistema imunológico:Reações alérgicas

Page 18: Anestesia Local2

Tratamento de reações de toxicidade aos anestésicos locais Prevenção de hipóxia cerebral com

oxigenioterapia;Combate à convulsão com dose de

barbitúrico de ação rápida ou diazepínico(Tiopental 25mg ou Diazepan 10mg EV);

Complicações neurológicas: evitar o uso de fenitoína para não potenciar a toxicidade do anestésico local.

Page 19: Anestesia Local2

Tratamento de toxicidade aos anestésicos locaisControle da hipotensão e da bradicardia:

administração de líquidos e aminas vasopressoras.

Reações alérgicas leves: tratar com anti-histamínicos

Reações alérgicas mais sérias: uso de adrenalina 1:1.000, na quantidade de 0,3ml por via subcutânea em adultos.

Page 20: Anestesia Local2

Reações tóxicas aos anestésicos locais potenciadas nos casos:Pacientes com comprometimento renal ou

hepático;Gravidez, pacientes idosos ou crianças

pequenas;Quadros de hipóxia, acidose respiratória e

doenças cardíacas preexistentes(notadamente bloqueios no sistema de condução intracardíaco).

Page 21: Anestesia Local2

Contra-indicação de vasoconstrictor à solução anestésica local:(a) Presença de hipertensão ou doença

cardíaca;(b)Pacientes excessivamente nervosos;(c)Em cirurgias realizadas em locais onde

existem arteríolas terminais, dedos das mãos e dos pés (particularmente na doença vascular periférica), ponta do nariz e no pênis;

(d) Em obstetrícia;(e) Em combinação com anestesia geral.

Page 22: Anestesia Local2

Tipos de anestesia localDependendo da intervenção proposta e do

local:A.Anestesia tópicaB.Anestesia por infiltraçãoC.Bloqueio de campoD.Anestesia de condução ou regionalE.Anestesia regional endovenosa

Page 23: Anestesia Local2

Anestesia Local Extensão da área anestesiada depende:Do local onde se aplica a solução anestésica;Do volume administrado;Da concentração da solução anestésica;Da difusibilidade do agente.

Page 24: Anestesia Local2

Anestesia LocalAnestesia TópicaÉ aquela com a qual se obtém a eliminação

da dor por contato direto do agente anestésico sobre a pele, as mucosas ou cavidades, com a utilização de gotejamento, nebulização, deposição ou instilação da droga. Ex. Emulsão óleo/água de lidocaína e prilocaína na proporção de 1:1 (EMLA®), proporciona anestesia da pele integra.

Page 25: Anestesia Local2

Anestesia Local por infiltraçãoÉ o método de anestesia mais comumente

utilizado. O tecido a ser operado é infiltrado com líquido anestésico, que atua diretamente sobre as terminações nervosas.

Page 26: Anestesia Local2

Anestesia Local por infiltraçãoManeiras de obter a redução da dor

associadas à infiltração do anestésico local: adicionar bicarbonato de sódio à solução anestésica; usar soluções aquecidas do anestésico; uso de agulhas menores e mais finas; infiltração em velocidade mais lenta; injetar o agente anestésico nas bordas da ferida, quando esta não apresenta contaminação; tratar a ferida com anestesia tópica antes da infiltração.

Page 27: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de Anestesia Local por Infiltração

Limpeza da pele;Antissepsia;Isolamento da região por campos;Identificação dos campos de reparo;Demarcação da incisão;Punção;Infiltração

Page 28: Anestesia Local2

Anestesia Local Técnica de Anestesia Local por InfiltraçãoPunção:Punção inicial com seringa carregada de

anestésico tendo uma agulha de fino calibre (n. 5 ou 6), descartável, tornando menos dolorosa a picada inicial;

A agulha penetra na pele em direção perpendicular até o hipoderma, onde se faz infiltração local, um pequeno nódulo.

Page 29: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de Anestesia Local tipo Infiltração

Page 30: Anestesia Local2

Anestesia localTécnica de anestesia local por Infiltração

Primeira infiltração deve ser feita para o lado por onde penetram os nervos na região operatória;

A injeção do anestésico pode ser feita durante a introdução ou a retirada gradativa da agulha

Page 31: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica da anestesia local por infiltração

Page 32: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de anestesia Local por InfiltraçãoEm região operatória extensa infiltrações são

necessárias por diversas formas:Lineares – imbricadas – em leque – radiadas –

cônicas – angulares.Quando existe solução de continuidade na

pele, a penetração da agulha é feita diretamente no hipoderma ou em planos mais profundos

Page 33: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de Anestesia Local por Infiltração

Page 34: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de Anestesia Local por Infiltração

Page 35: Anestesia Local2

Anestesia local tipo bloqueio de campoA injeção do anestésico é aplicada ao redor

do tecido a ser operado. É empregado para exérese de tumores da pele e do tecido subcutâneo, drenagem de coleções liquidas, remoção de corpos estranhos, tratamento de feridas traumáticas, desbridamento de feridas infectadas etc.

Page 36: Anestesia Local2

Anestesia de condução ou regionalÉ obtida pela injeção do agente anestésico

junto aos troncos nervosos, a distância do local a ser operado, acometendo ou não a capacidade motora. Pode ser:

1.Troncular: bloqueia troncos nervosos2.Peridural e caudal: bloqueia as raízes

nervosas no espaço extradural;3.Raquianestesia: bloqueia no espaço subdural.

Page 37: Anestesia Local2

Anestesia regional endovenosa-BierA anestesia é introduzida em uma veia do membro

escapular ou pélvico na dose de 2-3mg/kg de peso, enquanto a circulação deste é interrompida por meio de manguito. Efetua-se a injeção intravenosa numa veia do antebraço. Deve-se aplicar o torniquete acima do cotovelo. Duração média de analgesia é de 90 min. Permite as reparações cirúrgicas de mãos e punho, quando o ato cirúrgico durar aproximadamente uma hora. Esta técnica não é apropriada a pacientes com enfermidades cardiocirculatórias, especialmente aqueles com apreciáveis lesões anatômicas.

Page 38: Anestesia Local2

Anestesia regional endovenosa - Bier

Page 39: Anestesia Local2

Técnicas anestésicas especiaisBloqueio auricularPara intervenção no pavilhão auricular, faz-se

a anti-sepsia de toda a região retroauricular próximo ao sulco auricular posterior. Uma agulha hipodérmica (tipo insulina), fazem-se botões anestésicos com 0,5-1,0ml de lidocaína a 1% em toda a extensão do sulco, com intervalos de 1,5-2,0 cm entre os botões anestésicos. Cerca de 3min., após infiltração, estará anestesiado por cerca de 1hora.

Page 40: Anestesia Local2

Técnicas anestésicas especiaisBloqueio auricular

Page 41: Anestesia Local2

Anestesia em lesões de couro cabeludoClassificação de lesões de couro cabeludo:(a)Lesões cujo tratamento cirúrgico consiste na

sutura;(b)Lesões cujo tratamento cirúrgico consiste

em incisão e drenagem;(c)Lesões cujo tratamento cirúrgico exige o

desbridamento como início do procedimento ou escalpes muito extensos.

Page 42: Anestesia Local2

Anestesia em lesões de couro cabeludoA anestesia de escolha será a infiltração ou o

bloqueio de campo (dependendo do tipo e da extensão da lesão);

Agulha deve ser de calibre 25x7 e estar posicionada sobre a gálea, no tecido celular subcutâneo, local onde se encontram a inervação e a irrigação do couro cabeludo e onde o anestésico pode ser injetado com menor resistência. Recomenda-se a 1,0%.

Page 43: Anestesia Local2

Anestesias em lesões de couro cabeludo

Page 44: Anestesia Local2

Bloqueio dos nervos intercostaisPalpa-se a borda inferior da costela e, após a

realização de um botão anestésico, introduz-se uma agulha até que ocorra o contato com a mesma. Neste ponto injeta-se solução anestésica de bupivacaína a 0,5% com vasoconstrictor (2 a 5ml de solução). Infiltram-se tantos espaços intercostais quantos forem necessários para bloquear a área a ser tratada.

Page 45: Anestesia Local2

Bloqueio do plexo braquialDuas vias:supraclavicular e a axilarVia supraclavicular é utilizada em cirurgias

em todo o membro superior, como drenagens de coleções purulentas ao longo do membro, reduções de fraturas e reparação de lesões extensas ao longo do braço. Injetar cerca de 10ml de bupivacaína a 0,5% ou 1,0%, com vasoconstrictor, na região supraclavicular, onde a artéria e veia subclávia, juntamente com o plexo braquial cruzam a primeira costela sob a clavícula.

Page 46: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial-Técnica Supraclavicular

Paciente em decúbito dorsal com hiperextensão cervical e rotação do pescoço para o lado oposto;

Punção com agulha de 5cm, após realização de um botão anestésico acima da metade da clavícula;

Introdução da agulha em ângulo de 80° com a pele, de fora para dentro e de cima para baixo, até atingir a primeira costela,desliza-se ao longo do eixo até o paciente acusar parestesia, sintoma fundamental do método.

Page 47: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial-Técnica SupraclavicularDose recomendada:10 a 20ml de lidocaína (xilocaína) a 2% ou;10 a 20ml bupivacaína (marcaína) a 0,5%

podendo ser associada a epinefrina.Duração aproximada de duas horas para a

xilocaína e de três horas para a marcaína.Complicações: lesão da a.subclávia com

formação de hematoma; lesão direta do nervo com risco reduzido; e pneumotórax.

Page 48: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial-Técnica Supraclavicular

Page 49: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial-Técnica Supraclavicular

Page 50: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial- Técnica Axilar Não produz anestesia total do membro, mas não é

susceptível de pneumotórax. Decúbito dorsal com o braço estendido

lateralmente, formando ângulo de 90° com o eixo do corpo;

Introduz-se agulha curta (4-5cm) dirigida pouco acima da a. axilar, previamente palpada;

Após prévia aspiração e calculo da dose de anestésico, injeta-se a droga;

Aplica-se manguito de pressão logo abaixo da axila para evitar que anestésico se difunda distalmente.

Page 51: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do Plexo Braquial- Técnica AxilarDoses empregadas:Adultos com mais de 80kg: 25 a 30ml de

lidocaína a 2,0% com adrenalina 1:200.000 ou 20ml de bupivacaína a 0,5%;

Mulheres e adolescentes com 50 a 70kg: 20 a 25ml de lidocaína a 2% com adrenalina 1:200.000 ou bupivacaína a 0,5% 15ml; com 40 a 60kg: 15 a 20ml de lidocaína a 2,0% com adrenalina ou bupivacaína a 0,5% 10 a 15ml.

Page 52: Anestesia Local2

Bloqueio do Plexo Braquial-Técnica Axilar

Page 53: Anestesia Local2

Bloqueio dos nervos periféricos do membro superiorClassificação didática das lesões dos MM. Superiores

Lesões da mão (digitais, palmares e dorsais);Lesões do antebraço;Lesões do braço.

Page 54: Anestesia Local2

Bloqueio dos nervos periféricos do membro superior

Lesões digitaisRecebem tratamento cirúrgico em nível

ambulatorial devem ser anestesiadas a distância, bloqueio troncular na base da falange proximal, permite suturas, drenagens, desbridamento e exéreses ungueais.

Page 55: Anestesia Local2

Anestesia Local

Lesões palmaresAnestesia por infiltração local;Bloqueio de campo (menos indicado);Bloqueio a distância, isto é, no nível do

punho;Nos casos de abscesso, drenagens e

desbridamentos, evitar bloqueio de campo, utilizar anestesia por infiltração local e bloqueio no nível do punho.

Page 56: Anestesia Local2

Anestesia Local

Lesões do dorso da mãoEscassez de tecido subcutâneo, infiltração

local presta-se muito bem ao tratamento cirúrgico.

Em abscessos, drenagens e desbridamentos utiliza-se anestesia por infiltração ou bloqueio a distância, no nível do punho.

As lesões, mesmo quando pequenas, podem acometer estruturas nobres – tendões, p.ex- e requerem exploração cirúrgica.

Page 57: Anestesia Local2

Anestesia Local

Lesões da mãoLidocaína a 1% sem adrenalina

(vasoconstrictor) para infiltrações locais;Possibilidade de uso de vasoconstrictor para

bloqueio no nível do punho

Page 58: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio troncular dos dedosAplicar 2-4ml de lidocaína a 1% sem

vasoconstrictor, com agulha calibre 23 de qualquer dos lados da cabeça do metacarpo e/ou lateral e medialmente à base da sua falange proximal, até sentir-se a maior resistência do tecido conectivo palmar;

Mão em posição dorsopalmar, evitar a infiltração através da face palmar;

Injeta-se 0,5 – 1,0ml do anestésico, para bloqueio, primeiro do r. nervoso palmar do dedo e depois o r. nervoso palmar dorsal.

Page 59: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio troncular dos dedos

Page 60: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica do bloqueio troncular dos dedos

Page 61: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio no nível do punhoConsegue-se

anestesia parcial ou total da mão, bloqueando-se, individual ou conjuntamente, os nervos radial, mediano e ulnar.

Page 62: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do radial Inicialmente palpa-se a artéria radial no ponto mais próximo ao punho. Infiltra-se lateralmente a artéria com 1 ou 2ml de anstésico local. É necessário complementar este bloqueio através da infiltração de 1 ou 2ml de anestésico no subcutâneo da região dorsorradial do punho , a fim de anestesiar os ramos superficiais do nervo radial.

Page 63: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo radial

Page 64: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo radial

Page 65: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do medianoIntroduz-se a agulha entre os tendões do

flexor radial do carpo e palmar longo, logo atrás das pregas articulares do punho, na borda medial do flexor do carpo. O nervo mediano acha-se no plano do tendão do flexor superficial comum dos dedos e tendão flexor próprio do polegar. Com agulha nesta posição, procura-se encontrar parestesia e injetam-se 3- 5ml do anestésico.

Page 66: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo mediano

Page 67: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo mediano

Page 68: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo ulnarPalpa-se a artéria ulnar e o tendão dos

flexores ulnares do carpoPunciona-se entre estas duas estruturas, com

agulha de bisel curto, aprofundando até o processo estilóide da ulna

Injetam-se 2 a 4ml de anestésico local. Complementar com bloqueio dos ramos ulnares através da infiltração de anestésico no subcutâneo.

Page 69: Anestesia Local2

Anestesia LocalTécnica de bloqueio do nervo ulnar

Page 70: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio do nervo ulnar

Page 71: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio dos nervos radial, mediano e ulnar no punho e digital

Page 72: Anestesia Local2

Anestesia Local

Técnica de bloqueio no nível do cotoveloTipo de anestesia

empregado para tratamento de lesões localizadas na mão ou no antebraço, através do bloqueio seletivo ou em conjunto dos nervos mediano, radial e ulnar.

Page 73: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo mediano no nível do cotoveloPalpa-se a artéria braquial na face flexora do

cotovelo, introduz-se a agulha, medialmente a ela, em seu mesmo plano anatômico;

Produz-se parestesia, introduzindo-se a agulha no conjunto (feixe) neurovascular, injetam-se 5ml de lidocaína;

É freqüentemente necessária a realização de várias punções para que seja conseguido o bloqueio.

Page 74: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio do nervo mediano no nível do cotovelo

Page 75: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio do nervo radial no cotoveloAgulha deve ser introduzida até fazer contato

ósseo no epicôndilo lateral do úmero, na altura da articulação do cotovelo, entre o supinador longo e o tendão do bíceps;

Injetam-se 5ml de lidocaína, que são mantidos infiltrando-se retrogradamente até o subcutâneo;

São freqüentemente necessárias várias punções, todas com contato ósseo, para que se consiga bloqueio.

Page 76: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio do nervo radial no cotovelo

Page 77: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio do nervo ulnar no cotoveloCotovelo ligeiramente fletido. O nervo ulnar

repousa no sulco formado pelo olecrano e pelo côndilo medial do úmero, a menos de 1 cm abaixo do plano da pele.

Técnica: infiltração do sulco com 3 a 4ml de anestésico local utilizando agulha de bisel curto. Deve-se evitar o uso de grande volume de anestésico local.

Page 78: Anestesia Local2

Anestesia Local

Bloqueio do nervo ulnar no nivel do cotovelo

Page 79: Anestesia Local2

Anestesia LocalDisposição dos nervos ulnar e mediano no membro escapular e suas regiões para bloqueio.

Page 80: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do pênis

Infiltração dorsal “em botão” junto à sínfise púbica, na linha mediana, e infiltração circular, no mesmo nível, até a junção do pênis com o escroto, utilizando-se 5-8ml de lidocaína sem vasoconstrictor;

Infiltração do tecido subcutâneo da junção escrotal com 15ml de anestésico;

Bloqueio com 0,5-1,0ml da droga no nível do freio balanoprepucial.

Page 81: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio perinealNervo pudendo é responsável pela inervação

desta região;Paciente em decúbito dorsal, na posição

ginecológica;Antissepsia de todo o períneo, da região

perianal e da raiz da coxa;Palpação da tuberosidade isquiática, botão

anestésico cutâneo, introdução de uma agulha longa (10cm), medialmente à tuberosidade isquiática e perpendicular à pele;

Page 82: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio perinealInjetam-se, 10ml de lidocaína à 1%, ao redor do

lado anterior e por debaixo da tuberosidade, guiando-se, em seguida, para o lado interno, infiltra-se mais 10ml da droga;

Completa-se o bloqueio da região perineal infiltrando-se a área a 1,0 cm por fora e paralelamente aos grandes lábios, desde a parte média até o monte pubiano;

Nesta última manobra, anestesiam-se os nervos íleo-hipogástrico, íleo-inguinal e genitocrural, inervam a pele sobre o monte pubiano e os lábios vaginais.

Page 83: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio perineal

Page 84: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio dos nervos periféricos do membro inferiorLesões dos pés apresentam maior tendência

para complicações infecciosas;Abordagem cirúrgica adequada depende de

uma anestesia que proporcione conforto ao paciente;

Evitar, quando possível, anestesia por infiltração local no pé, principalmente na região plantar por ser extremamente dolorosa;

Lesões digitais pequenas podem receber uma anestesia por bloqueio troncular.

Page 85: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio no nível do tornozeloBloqueio completo, devem atingir os

seguintes nervos:(a)Anteriormente (região dorsal):nervo fibular

superficial, nervo tibial anterior e nervo safeno interno;

(b)Posteriormente(região plantar): nervo tibial posterior e nervo safeno externo

Page 86: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio no nível do tornozelo

Zonas de anestesia dos pés por bloqueio dos nervos no nível do tornozelo

Page 87: Anestesia Local2

Anestesia LocalPrática de bloqueio no tornozeloDeve ser usada agulha 25x7 e lidocaína a 1%

com vasoconstrictor;Bloqueio dos nervos anteriores é feito com o

paciente em decúbito dorsal e com leve extensão do pé;

Bloqueio dos nervos posteriores é feito com o paciente em decúbito ventral e com o pé em flexão de 90°.

Page 88: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo safeno internoInfiltração de 5 – 10ml

de anestésico no tecido subcutâneo, próximo à veia safena magna, superiormente, ao maléolo interno.Não é necessário parestesia para que se possa proceder à infiltração.

Inervação da parte medial do tornozelo e pé.

Page 89: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo tibial anteriorAnestésico (5-10ml)

infiltrado entre o tendão do músculo tibial anterior e do extensor do hálux, na porção inferior da face anterior da perna. A agulha deve fazer contato com a superfície óssea da tíbia, injeção feita retrogradamente até o tecido subcutâneo.

Page 90: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo fibular superficialInfiltração de 5-10ml,

“em leque”, no tecido subcutâneo, até 2 a 4cm do maléolo lateral, a partir da borda lateral do tendão extensor longo dos dedos até o tendão do músculo fibular longo.Inerva a face dorsal do pé, exceto o 5º dedo.

Page 91: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo tibial posteriorInfiltração de de 10-

12ml de anestésico, retrogradamente, a partir da superfície óssea posterior da tíbia, lateralmente à artéria tibial posterior e medialmente ao tendão de Aquiles. Responsável pela área sensitiva da planta do pé.

Page 92: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio do nervo safeno externoInjetam-se 5-10ml de

anestésico no tecido subcutâneo, a partir da borda lateral do tendão de Aquiles, até o maléolo lateral, tomando-se cuidado para não puncionar a veia safena parva, que acompanha o nervo desde o terço médio da perna.

Page 93: Anestesia Local2

Anestesia LocalBloqueio no nível do joelhoO único bloqueio que surte resultado neste

nível é o do nervo safeno interno, que se torna subcutâneo na face interna do joelho e acompanha a veia safena interna até o tornozelo. Para bloqueá-lo, faz-se infiltração subcutânea em torno da veia, logo abaixo da face interna do joelho.

Page 94: Anestesia Local2

RaquianestesiaInjeção de pequenos volumes de solução

anestésica local no espaço subaracnóide, em nível da coluna lombar.

Anatomia e aplicação:

- Técnica estéril- Infiltração local da pele e tecidos subcutâneos- Introduz agulha espinhal pequena (calibre 18 a

27), entre dois processos espinhosos adjacentes.

Page 95: Anestesia Local2

RaquianestesiaA agulha atravessa as seguintes estruturas:- Ligamento supra-espinhoso- Ligamento amarelo- Dura-máter- Aracnóide- O LCR é aspirado e é injetado solução

anestésica local

Page 96: Anestesia Local2

RaquianestesiaDeterminantes do nível de analgesia:Dose total injetada(uma dose maior leva a

disseminação a um nível mais alto)O volume(maior volume leva a disseminação

a um nível mais alto)Baricidade(densidade da solução em

comparação ao LCR)A posição do paciente imediatamente após a

injeção

Page 97: Anestesia Local2

RaquianestesiaO início e a duraçãoDependem basicamente do anestésico local

específico usado;Da dose injetadaPode-se adicionar epinefrina à solução para

aumentar a duração da analgesiaVaria de 30 minutos(lidocaína) até seis

horas(tetracaína com epinefrina).

Page 98: Anestesia Local2

RaquianestesiaComplicações(1)Hipotensão devido a vasodilatação e

bradicardia simpaticoliticamente induzidas(2)Bloqueio espinhal alto podem ocasionar

hipotensão, dispnéia(perda da propriocepção torácica ou da função dos músculos intercostais) ou apnéia(diminuição da perfusão medular espinhal secundariamente a hipotensão)

(3)Cefaléias(4)Infecção do SNC(meningites, abscessos

epidurais ou aracnoidites)

Page 99: Anestesia Local2

RaquianestesiaContra-indicações:Contra-indicações absolutas: infecção no

local planejado de punção, aumento da pressão intracraniana, septicemia generalizada, coagulopatias e falta do consentimento do paciente.

Contra-indicações relativas: hipovolemia, doenças preexistentes do SNC, dores crônicas na região lombar inferior, disfunções plaquetárias e estenose aórtica

Page 100: Anestesia Local2

Anestesia epiduralA introdução de uma agulha epidural é

semelhante àquela de uma agulha espinhal, exceto pelo fato que a agulha epidural não atravessa a dura-máter. Não há saída de LCR. A ponta da agulha epidural fica situada no espaço epidural, entre o ligamento amarelo, posteriormente, e dura-máter, anteriormente. Pode-se aplicar o método de aplicação individual ou técnica de cateter contínuo.

Page 101: Anestesia Local2

Anestesia epiduralDeterminantes do nível de analgesia

Difunde-se através da dura-máter e até as raizes nervosas espinhais ocasionando uma distribuição dermatômica bilateral da analgesia. A disseminação do bloqueio das raízes nervosas é determinada principalmente pelo volume da injeção e, em menor grau, pela posição do paciente, sua idade e área de introdução.

Page 102: Anestesia Local2

Anestesia epiduralInício:- É mais lento, a solução anestésica local

tem de difundir-se por uma distância maior

- Rapidez de início do bloqueio simpático e da hipotensão também é menor

- Intervalo de aplicação depende do agente usado

Page 103: Anestesia Local2

Anestesia epiduralComplicações-Perfuração inadvertida da dura-máter

pode ocasionar cefaléias espinhais- Hematomas epidurais são raros e

ocorrem em casos de coexistência de uma coagulopatia.

Page 104: Anestesia Local2

Anestesia LocalAnestesia locorregional em criançasAnestesia local ou tópicaAnestesia local ou tópica associada à sedação

da criança (ou mesmo anestesia geral pura).Índice de complicações com a sedação para

tratamento de pequenas lesões é de 2,3%:Diminuição de oxigenação, reações paradoxais;Vômitos, apnéia necessitando ventilação por

máscara;Laringoespasmo, bradicardia e estridor laríngeo

Page 105: Anestesia Local2

Anestesia LocalAnestesia locorregional em criançasCrianças submetidas à sedação:As crianças têm um grau menor de sofrimento

durante o procedimento (tanto em termos de dor como emocional);

Trabalho de sutura pode ser feito mais rapidamente e muitas vezes com um cuidado maior;

As técnicas de anestesia envolvendo sedação devem ser sempre consideradas e explicadas aos pais e/ou responsáveis pelas crianças, procurando-se obter o consentimento informado para o procedimento.

Page 106: Anestesia Local2

Anestesia LocalPrincipais anestésicos locaisCocaína ( Erytroxylon coca – 4 a 10% ) –

derivado do Alcalóide natural, duração média de ação, 45 min., usada para anestesia em operações de cavidade nasal.

Procaína ( derivado do ácido paraminobenzóico – 0,5 a 5% ), duração média de ação, 30 a 60min., não é muito eficaz para anestesia de superficie.

Page 107: Anestesia Local2

Anestesia LocalPrincipais anestésicos locais:Tetracaína ( Ácido paraminobenzóico – 0,1 a

2% ), maior potência que a procaína, útil em todas as técnicas de anestesia local e regional. Início de ação lento com tempo prolongado de ação, duração 45 min. a 3 horas.

Page 108: Anestesia Local2

Anestesia LocalPrincipais anestésicos locais:Bupivacaína ( Amidas - 0,2 a 0,5% ): tem

longo período de latência e atua por longo tempo (até 8 h.) dependendo da técnica.

Etidocaína ( Amidas – 0,2 a 1% ): tem início de ação mais rápido que a bupivacaína e com potência e duração dos efeitos semelhantes (4 a 8h ).

Page 109: Anestesia Local2

Anestesia LocalPrincipais anestésicos locais:Lidocaína ( Amidas - 0,5 a 0,5% ): usada para

todas as técnicas de anestesia local e regional e também para tratamento de arritmia cardíaca. Duração: 15 min. a 2 h. Curto tempo de latência, grande poder de difusibilidade, baixa toxicidade e intensa ação tópica.

Page 110: Anestesia Local2

Anestesia Local

Principais anestésicos locais:Mepivacaína ( Amidas – 0,5 a 2% ): duração

30 minutos a 2 h 30 minutos, semelhante à anterior com início de ação mais rápido e duração um pouco maior.

Page 111: Anestesia Local2

Anestesia LocalMUITO OBRIGADO!

Page 112: Anestesia Local2

Anestesia LocalBibliografiaDripps RD, Eckenhoff JE, Vandam DL.

Anestesiologia. 5.ed.-Rio de Janeiro, RJ: Ed. Interamericana, 1980.

Pires MTB, Starling SV. ERAZO Manual de urgências em pronto-socorro.- 8.ed.- Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006

Silva AL. – Cirurgia de Urgência.- Rio de Janeiro, RJ: MEDSI, 1985.

Doherty GM, Baumann DS, Cresswell LL, Goss JC, Lairmore TC.- Washington Manual de Cirurgia.- Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan S.A. 1999