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1 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE ESCORPIÕES (ARACHNIDA, SCORPIONES) NO CONDOMÍNIO VILLAGIO DI ITÁLIA, JARAGUÁ, SP André Luis Gomes Profa. Dra. Ana Eugenia de Carvalho Campos Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana. 07/2013

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE ESCORPIÕES (ARACHNIDA,

SCORPIONES) NO CONDOMÍNIO VILLAGIO DI ITÁLIA, JARAG UÁ, SP

André Luis Gomes

Profa. Dra. Ana Eugenia de Carvalho Campos

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.

07/2013

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Dedico

a minha esposa Andréia, exemplo

de amor e companheirismo.

aos meus filhos Bárbara e João

Lucas que alegram os meus dias.

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AGRADECIMENTOS

Ao amigo, irmão e parceiro de pesca Marcelo pelo incentivo á iniciação

do 6º Curso de Especialização em Entomologia Urbana.

Ao Dr. Odair Correa Bueno e a Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos

pelos ensinamentos e convivência ao longo de 18 meses.

As amigas Márcia e Heloísa pela ajuda e questionamentos.

Aos novos amigos conquistados ao longo dessa empreitada Luiz,

Mário, Bruno, Paulo, Rafael, Gustavo, Gabriele, Sérgio, Gabriel, Fabiana

Santos, Fabiana Pontes e Júlia, principalmente pelas conversas realizadas

após cada aula, propiciando “momentus” marcantes.

Ao pessoal da SAM, em especial Cassiane, Fábio e Ualas que

literalmente seguraram a onda na minha ausência.

A todos os moradores que me permitiram entrar em cada uma de suas

residências, mesmo em horas de descanso, meu muito obrigado.

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“O que parecia tudo, agora é nada

Sem nada nós queremos tudo

Contudo, parece que já não sabemos

De que vale tudo ou nada."

Marcelo Nova, Karl Hummel, Gustavo Mullem

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RESUMO

A expansão progressiva e desordenada da sociedade brasileira vem

contribuindo para o aumento de acidentes provocados por animais

peçonhentos nos últimos anos, inclusive pela superposição de espaços

ocupados por homens e escorpiões e a domiciliação desses aracnídeos em

áreas urbanas, tornando esse encontro praticamente inevitável. Desta forma, o

presente trabalho objetivou obter informações relacionadas á ocorrência de

escorpiões no Condomínio Villagio Di Itália, localizado na cidade de São Paulo,

área essa intensamente modificada e ocupada pelo homem. Em agosto/2012

foi encaminhado formulário acompanhado do termo de consentimento livre e

esclarecido, possibilitando a realização de vistorias nas residências entre

outubro/2012 a abril/2013. Das áreas vistoriadas 40% foram caracterizadas

positivamente, denotando um alto grau de infestação domiciliar na região e

duas espécies encontradas: Tityus bahiensis e Tityus serrulatus na proporção

de 95% e 5% respectivamente, tendo seus locais de encontro mapeados,

evidenciando os riscos de exposição da população local.

Palavras-chave: Escorpiões, Área Urbana, Aracnídeos, Tityus bahiensis.

Tityus serrulatus.

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ABSTRACT

The progressive expansion and disorderly of the Brazilian society has

contributed to the increase of accidents caused by poisonous animals in recent

years, including the overlapping of spaces occupied by men and scorpions and

domiciliation of these arachnids in urban areas, making this encounter almost

unavoidable. On this way, the present work aims to obtain information related to

the occurrence of scorpions at the Condominium Villagio Di Itália, located in the

city of São Paulo, an area that is intensively occupied and modified by man. In

August/2012 a form followed by the terms of consent was sent, enabling the

realization of inspections in residences between October/2012 and April/2013.

Among the areas inspected, 40% were characterized positively, indicating a

high degree of domiciliary infestation in the area and two species was found:

Tityus bahiensis and Tityus serrulatus in the proportion of 95% and 5%

respectively, having their meeting places mapped, showing the risks of

exhibition of the local population.

Key-words : Scorpions, Urban Area, Arachnids, Tityus bahiensis. Tityus

serrulatus.

.

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SUMÁRIO

01 Introdução 08

02 Revisão bibliográfica 12

03 Objetivos 13

04 Justificativa 14

05 Materiais e Métodos 15

5.1 Área de estudo 15

5.2 Questionário 19

5.3 Atividades de campo 19

06 Resultados e Discussão 22

6.1 Registro de ocorrências de escorpiões nas residências vistoriadas. 22

6.2. Quantificação das amostras 23

6.3. Presença de escorpiões nas residências pesquisadas 24

07 Conclusão 26

Referências 27

Apêndice A 28

Apêndice B 29

Apêndice C 30

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1. INTRODUÇÃO

Os escorpiões são animais pertencentes ao Filo Arthropoda, classe

Arachnida e ordem Scorpiones, cujo corpo é dividido em duas regiões:

prossoma – região anterior onde se localizam os pedipalpos (par de garras ou

pinças) e as quelíceras (parde estruturas utilizadas para triturar os alimentos) e

o pistossoma – região posterior do animal onde se encontra o opérculo genital

e os apêndices sensoriais. Encontra-se também no opistossoma uma cauda

articulada comum artículo chamado télson na extremidade seguido de um

ferrão. Esse artículo é o responsável pela produção do veneno do escorpião

(Brasil, 2009).

A Ordem Scorpiones constitui apenas 1,5% dos aracnídeos conhecidos,

sendo representada por 18 famílias, 163 gêneros e aproximadamente 1500

espécies no mundo. A estimativa total da diversidade é de 7000 espécies com

ampla distribuição geográfica, representados em todos os continentes, com

exceção da Antártida (Brazil & Porto, 2010).

A fauna brasileira é representada por cinco famílias: Bothriuridae,

Chactidae, Liochelidae e Buthidae sendo que a família Buthidae representa

60% do total, incluindo as espécies de interesse em saúde pública.

De acordo com Brasil (2009), os escorpiões costumam ser encontrados

nas frestas das rochas, cascas de árvores, em troncos que estejam em

decomposição, pedras e dentro de tocas.

O habitat proporciona uma condição ideal de sobrevivência levando em

consideração a oferta de alimento, abrigo, temperatura, umidade etc. Essas

condições permitem a proliferação da população.

Geralmente são animais solitários, mas algumas espécies podem

desenvolver algum grau de comportamento social (Brasil, 2009).

Os escorpiões têm um ritual complexo de acasalamento no qual o

macho se utiliza dos pedipalpos para conter a fêmea e conduzi-la em uma

"dança nupcial". Uma das funções desta dança nupcial é a limpeza do solo

para fixação do espermatóforo (um estojo de quitina que contém os

espermatozóides). Após algum tempo (que pode durar horas) o macho

deposita o seu espermatóforo no solo, a fêmea é então conduzida até esta

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estrutura de forma que o mesmo penetra no seu opérculo genital localizado em

seu abdome (Stutz, 2013).

O período de gestação dura mais ou menos três meses. Cada ninhada

pode ter por volta de vinte filhotes, mas existem espécies que produzem até 90

filhotes por ninhada (Zuben, 2004).

Durante o parto a fêmea eleva o corpo com as pernas dianteiras

apoiando-se nas posteriores. A prole sobe no dorso e ali permanecem até fazer

a primeira muda e posteriormente abandonam o dorso da mãe para viver

independente. A muda é uma troca de pele que também pode ser chamada de

ecdise, ocorre em número limitado até a maturidade sexual quando param de

crescer (Brasil, 2009).

Os escorpiões possuem uma dieta bastante variada se alimentando

principalmente de insetos como baratas e grilos. As preferências alimentares

podem variar de acordo com a espécie, com o tamanho do escorpião, com a

quantidade do alimento etc. (Martins, 2008).

Os escorpiões são forrageadores, eles sentam e esperam até sua presa

chegar perto. Para capturar o alimento eles usam estruturas sensoriais para se

direcionar e seguram a presa com os pedipalpos. Quando a presa é fácil ele

não inocula o veneno, mas quando a mesma oferece resistência ele utiliza o

veneno com a finalidade de paralisar a presa (Brasil, 2009).

Os tecidos da presa são triturados pelas quelíceras que ao mesmo

tempo umedece com suco digestivo facilitando a digestão (Martins, 2008).

De acordo com Zuben (2004), os escorpiões comem muito em uma

mesma refeição e tem a capacidade de permanecer um longo tempo sem

ingerir comida novamente, podendo ficar até um mês sem comer.

Dentre os predadores dos escorpiões estão presentes aranhas, lagartos,

corujas, louva-a-deus, macacos, galinhas, sapos e pássaros. No caso das

galinhas a predação ocorre eventualmente, pois as galinhas possuem hábitos

diurnos e os escorpiões hábitos noturnos. Já no caso dos sapos o contato é

mais freqüente, pois ambos possuem habito noturno sendo que um sapo pode

chegar a comer vários escorpiões em seguida (Zuben, 2004).

O veneno dos escorpiões é uma mistura química muito complexa que

tem o objetivo de destruir as células quando penetram nelas. Mesmo com essa

ação tão profunda, a toxicidade varia em relação às espécies. No momento da

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picada, a pessoa sente uma dor imediata, intensa e queimação no local da

ferroada. Existem casos mais graves que podem ocorrer vômitos, diarréia,

arritmias, edema pulmonar e choques (Martins, 2008).

Com base no estudo de Martins (2008) o tamanho da pessoa que é

picada também pode influenciar nas conseqüências, por exemplo, as crianças

são as que mais sofrem, pois a ação do veneno é mais rápida. A maior parte

das mortes por picadas ocorrem em crianças.

Quando um escorpião picar uma pessoa ela deve ser levada

rapidamente para uma unidade de saúde (clinicas, hospitais, etc.) e diferente

do que muita gente pensa, espremer ou sugar o local da picada não surte

efeito, sendo correto tratar com anestésicos e analgésicos. Caso o animal seja

capturado pode facilitar o diagnóstico, mas é importante tomar muito cuidado

na hora de aprisioná-lo. Devem se utilizar potes de vidros ou plásticos

resistentes, mas nunca sacolas plásticas, pois o animal pode escapar e

provocar outro acidente (Zuben, 2004).

No Brasil existem cerca de160 espécies de escorpiões e as

responsáveis pelos acidentes graves são do gênero Tityus que tem como

característica marcante um espinho sob o ferrão (Brasil, 2009). As principais

espécies capazes de causar acidentes graves são:

- Tityus serrulatus – É conhecido como escorpião amarelo, possui as

pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro, pode medir até sete cm. Está

presente na Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo,

Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Rio Grande

do Norte, Goiás e Distrito Federal. Sua reprodução é partenogênica (os óvulos

se desenvolvem sem fecundação de um macho), na qual cada mãe tem

aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano,

chegando a 160 filhotes durante a vida.

- Tityus bahiensis – É conhecido como escorpião marrom ou preto, tem o

tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom -

avermelhado, pode medir cerca de 7 cm. Está presente em Minas Gerais,

Goiás, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do

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Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Causa muitos acidentes no

estado de São Paulo.

- Tityus stigmurus – Possui uma coloração amarela com uma faixa

escura longitudinal na parte dorsal com uma mancha em forma de triangulo no

prossoma. É encontrado com freqüência no Nordeste, e também esta presente

em Pernambuco, Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e

Sergipe.

- Tityus paraensis – É conhecido como escorpião preto da Amazônia,

sua coloração muda de acordo com a maturidade e pode alcançar até 9 cm.

Está presente na Região Norte, principalmente no Pará e Amapá.

Recentemente têm sido encontrados no Mato Grosso.

Entre os principais fatores que propiciam o escorpionismo nas regiões

brasileiras com maiores taxas de acidentes estão a expansão demográfica do

homem, a expansão do escorpião da espécie Tityusserrulatus ocupando áreas

urbanizadas e adquirindo hábitos domésticos e a superposição de espaços

ocupados por homens e escorpiões (Bochner, Fiszon, 2007).

Desta forma torna-se importante a obtenção de informações

relacionadas á ocorrência de escorpiões em áreas modificadas e ocupadas

pelo homem. Essas informações poderão auxiliar pessoas na tomada de

decisões corretivas, educacionais e culturais de modo a minimizar a

possibilidade com acidentes provocados por esses animais.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As famílias Bothriuridae, Chactidae e Liochelidae são as principais

encontradas no país, sendo que a Chactidae é mais incidente na região Norte e

Nordeste, a família Liochelidae é encontrada exclusivamente na região Norte

do Estado do Amazonas. Já a família Bothriuridae tem uma ampla distribuição

por todo o país (Brazil, 2010).

Segundo Brasil (2009) das 160 espécies de escorpiões existentes no

Brasil, quatro gêneros são importantes no quesito de acidentes á população,

são elas: Tityus serrulatus, Tityus bahiensis, Tityus stigmurus e Tityus

paraenses. De acordo com Stutz (s,d), as espécies Tityus serrulatus Tityus

bahiensis são bem presentes na região de Uberlândia.

Brazil (2010) relata que as regiões Norte e Nordeste são as principais

responsáveis pela elevada riqueza de espécies de escorpiões no Brasil. São

registradas 68 espécies para a região Norte e 34 espécies para a região

Nordeste. Os grandes responsáveis pela elevada riqueza nestas regiões são

os estados do Amazonas, com 38 espécies, e da Bahia, com 27 espécies.

De acordo como Ministério da Saúde (2009), cerca de 62,2% dos

acidentes com escorpiões ocorrem nos grandes centros urbanos, sendo que o

escorpião amarelo (T.serrulatus) é o que mais causa problemas.

As picadas geralmente estão localizadas nos dedos das mãos (23,9%) e

dos pés (21,5%). A maioria dos acidentes é considerado leve, não precisando

da aplicação do soro (76,3%), apenas em 17.7% dos acidentes houve a

necessidade da aplicação. (BRASIL, 2009)

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde (2009) a região Sudeste é a

que mais registra casos de acidentes com picadas de escorpião, de 1999 a

2010 foram registrados 323.013 acidentes nessa região, sendo que a região

com menor número de casos foi a Centro-Oeste, chegando a pouco mais de

50.000 acidentes.

Em relação a óbitos, o Ministério da Saúde (2009) registrou que a região

Nordeste tem um índice mais alto entre 2000 a 2010, os números chegam a

756. A região Sul teve o menor número de óbitos, 156.

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3. OBJETIVOS

A superposição de espaços ocupados por homens e escorpiões tem

contribuído para o aumento de acidentes provocados por esses animais. Desta

forma, o presente trabalho tem por objetivo obter informações relacionadas á

ocorrência de escorpiões no Condomínio Villagio Di Itália através de:

- Levantamento da ocorrência de escorpiões no local;

- Identificar os escorpiões coletados;

- Mapear os locais de ocorrência.

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4. JUSTIFICATIVA

A justificativa para a realização deste trabalho é a inexistência de

informações relacionadas á ocorrência de escorpiões no Condomínio Villagio

Di Itália.

Por tratar-se de um empreendimento novo, construído sobre campos de

futebol de várzea e/ou áreas utilizadas clandestinamente para despejo de lixo,

a obtenção de informações poderá auxiliar na tomada de decisões corretivas,

educacionais e culturais de modo a minimizar a possibilidade com acidentes

provocados por esses animais.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o estudo do tema proposto foi realizado um levantamento

bibliográfico, de forma que foi compreendidas pesquisas em artigos científicos,

trabalhos acadêmicos e literatura especializada.

O levantamento das ocorrências foi estabelecido através de questionário

estruturado com oito questões que abordavam dados relativos às ocorrências e

processos adotados, expostos no apêndice A. O questionário foi enviado

juntamente com termo de consentimento livre e esclarecido exposto no

apêndice B.

Os questionários foram recolhidos após permanência de um mês junto

ao condômino e partindo de sua autorização foi estabelecido vistoria no local.

As vistorias foram realizadas com uso do formulário de Busca ativa exposto no

apêndice C.

5.1. Área de estudo

O presente estudo foi realizado em dezessete vilas residenciais,

nomeada como Villagio Di Italia, localizado no bairro do Jaraguá, região

Noroeste do Município de São Paulo, distante cerca de 20 km da região

central, construído pela Empresa Goldfarb no período de 2007 a 2009.

No bairro do Jaraguá, situa-se o Pico do Jaraguá, o segundo ponto mais

alto da cidade de São Paulo. O condomínio estudado situa-se entre o Parque

Estadual do Jaraguá e a Serra da Cantareira, assim sendo seu entorno é

formado por uma extensão remanescente de Mata atlântica. A UNESCO

reconhece o Parque Estadual do Jaraguá como Reserva da Biosfera, e integra

desde 1994 o chamado Cinturão verde da cidade de São Paulo (do qual

também faz parte a Serra da Cantareira que ladeia toda a zona norte de São

Paulo) (JARAGUÁSP, 2013).

Segundo SMDU, 2013 a região do Jaraguá iniciou o processo de

urbanização em 1950, a cidade crescia impulsionada pelo movimento de

expansão do setor industrial, porém a região estudada ainda procede ao

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desenvolvimento urbano, registrando maior incidência de moradias apenas a

partir da década de 80. Conseqüentemente trata-se de uma região que

preserva parte de suas características naturais, como parte da fauna e flora

nativa, além de um menor impacto ao clima, devido a presença de áreas de

preservação ambientais.

Mapa 1 – Densidade demográfica da cidade de São Paulo em 2000 – http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/img/mapas/urb-2000.jpg

A distribuição e localização geográfica das vilas esta apresentada no

quadro 1.

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Vila nº Nome Coordenadas

01 Villagio Di Milano 23°26'26.71"S 46°43'20.08"O

02 Villagio Di Roma 23°26'22.52"S 46°43'26.22"O

03 Villagio Di Firenze 23°26'25.05"S 46°43'25.90"O

04 Villagio Di Torino 23°26'25.69"S 46°43'31.08"O

05 Villagio Di Genova 23°26'36.86"S 46°43'31.45"O

06 Villagio Di Veneza 23°26'33.33"S 46°43'34.12"O

07 Villagio Di Napoli 23°26'40.65"S 46°43'37.09"O

08 Villagio Di Bologna 23°26'36.95"S 46°43'41.91"O

09 Villagio Di Padova 23°26'34.79"S 46°43'40.40"O

10 Villagio Di Parma 23°26'33.42"S 46°43'39.47"O

11 Villagio Di Livorno 23°26'35.27"S 46°43'46.34"O

12 Villagio Di Capri 23°26'29.13"S 46°43'46.03"O

13 Villagio Di Veneto 23°26'32.13"S 46°43'39.51"O

14 Villagio Di Ravena 23°26'25.50"S 46°43'48.75"O

15 Villagio Di Vicenza 23°26'25.03"S 46°43'38.93"O

16 Villagio Di Salerno 23°26'30.93"S 46°43'38.18"O

17 Villagio Di Arezzo 23°26'27.65"S 46°43'48.03"O

Quadro 1 – Identificação das Vilas do Condomínio Villagio Di Italia com suas respectivas coordenadas geográficas.

No período em questão foram construídas residências assobradadas,

com cerca de 70m2 de área total cada. Os terrenos eram utilizados como

campos de futebol de várzea ou, de forma clandestina, para despejo de lixo.

O mapa 2 registra a condição da área antes do inicio das obras do

empreendimento.

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Mapa 2- Área de estudo em 10/02/2003 (Google earth, 2003)

Atualmente a área incorpora dezessete vilas já estabelecidas como

demonstra o mapa 3.

Mapa 3- Área de estudo em 10/07/2013 delimitada apresentando as dezessete vilas estudadas (Google earth, 2013)

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5.2. Questionário

Para obtenção da autorização dos moradores na realização da vistoria

de campo, em agosto/2012 foi encaminhado aos condôminos o termo de

consentimento livre esclarecido apêndice B, recolhidos nos meses de

setembro, outubro e novembro do mesmo ano, preenchidos ou não. Ao longo

desse período deu-se início ao agendamento das visitas em cada imóvel.

5.3. Atividades de campo

As vistorias ocorreram no período de outubro/2012 a abril/2013 e todos

os procedimentos adotados seguiram os padrões de segurança especificados

no Manual e Controle de Escorpiões (Brasil, 2009).

Para realização das vistorias, foram utilizados os seguintes

equipamentos e materiais:

- bota, calça comprida com a boca da calça para dentro da meia, camisa

de manga curta, luvas de “vaqueta” (luva de eletricista), pinça de bambú, boné,

recipiente transparente, plástico, com boca larga e tampa rosqueada, álcool

etílico (70%) para fixação e conservação dos animais mortos, prancheta,

caneta e lápis, fita crepe para identificação dos recipientes, lanterna com pilhas

e mochila para transporte dos materiais.

Utilizou-se formulário de busca ativa, exposto no apêndice C, para os

registros das características do imóvel, locais de ocorrências, acidentes,

captura, ações corretivas, etc. Os formulários serviram apenas como registro

da informação e permaneceram com o pesquisador.

Orientações quanto aos cuidados na prevenção de invasões foram

repassadas verbalmente ao morador.

A identificação dos exemplares coletados seguiram as orientações de

Matthiesen (1976) que apontam para as principais características de

diferenciação das espécies Tityus bahiensis e Tityus serrulatus descritas no

quadro 2.

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Tityus bahiensis Tityus serrulatus

Coloração geral castanha escura. Tronco castanho, mais escuro que as pernas

Coloração geral amarela. Tronco tendendo para pardo, dorsalmente.

Tíbia dos palpos com mancha escura bem nítida (Fotografia 1)

Tíbia dos palpos de coloração uniforme.

Segmento caudal IV liso dorsalmente. Segmento caudal IV com duas fileiras de “dentes” constituindo duas serras dorsais (Fotografia 2)

Quadro 2 – Características de diferenciação entre as espécies T. bahiensis e T. serrulatus.

Fotografia 1 – Visão dorsal do Tityus bahiensis, onde podemos observar mancha escura bem nítida na tíbia dos palpos;

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Fotografia 2 - Visão dorsal do IV segmento caudal, T. serrulatus, evidenciando duas fileiras de “dentes” constituindo duas serras. Registro obtido através de microscópio digital no aumento de 10X.

Fotografia 3 - Visão dorsal de alguns exemplares capturados no período, onde os cinco primeiros exemplares pertencem a espécie T. bahiensis e o último exemplar com 4,0cm pertence a T. serrulatus.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As atividades de campo resultaram em 98 residências vistoriadas ao

longo do período de outubro/2012 a abril/2013, sempre em horário diurno e em

final de semana, momento em que os moradores estavam presentes em suas

residências e permitiam o acesso.

6.1. Registro de ocorrências de escorpiões nas resi dências

vistoriadas.

Das 98 residências vistoriadas, 39 (40%) foram caracterizadas como

positivas, ocorrendo tanto coleta de amostras vivas/mortas como coletas por

terceiros, realizadas pelos próprios moradores, acondicionando as amostras

nos mais diversos recipientes, como por exemplo, garrafas pet, saboneteiras,

etc. Algumas amostras foram entregues fixadas em solução desconhecida.

Gráfico 1 – Registro de ocorrências de escorpiões nas residências vistoriadas.

60%

40%

Residências em que não houve registro (59)

Residências em que houve registro (39)

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6.2. Quantificação das amostras

As Vilas 15 e 16 (Villagio Di Vicenza e Villagio Di Salerno) foram as que

apresentaram maior número de ocorrências por escorpiões, sendo 7 e 9

respectivamente. Nesses locais houve uma maior participação dos moradores

quanto á permissão para realização das vistorias de campo, elevando

consideravelmente a proporção de imóveis vistoriados nessas Vilas, sendo de

38% para o Villagio Di Vicenza e 32% para o Villagio Di Salerno.

Cabe ressaltar que no terreno ao lado dessas Vilas um novo

empreendimento está sendo construído (Fotografia 4), acarretando em

mudanças drásticas no ambiente, podendo promover o deslocamento das

populações de animais, inclusive dos escorpiões, para as vilas vizinhas.

Fotografia 4 – Registro de novo empreendimento vizinho as vilas 15 e 16.

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6.3. Presença de escorpiões nas residências pesquis adas

De acordo com o levantamento de campo realizado, 39 residências

foram caracterizadas como positivas. Nestes locais foram identificadas 02

espécies de escorpiões: Tityus bahiensis e Tityus serrulatus, na proporção de

95% e 5%, respectivamente.

Gráfico 2 – Presença de escorpiões nas residências pesquisadas

O registro de 02 amostras de T. serrulatus ocorreu nas residências 6 e 7

da Vila 3, Villagio Di Firenze, no mês de abril/2013 através de coleta realizada

por terceiros, em final de semana, área interna do imóvel, horário diurno,

momento em que se realizava a limpeza das residências. A mesma Vila 3 foi

caracterizada como positiva em outras 03 residências por T.bahiensis.

95%

5%

Tityus bahiensis (37) Tityus serrulatus (2)

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Mapa 4 – Visão geral das vilas estudadas delimitando os locais de ocorrência, onde o contorno amarelo identifica de encontro da espécie Tityus bahiensis e o contorno vermelho identifica a presença das duas espécies T.bahiensis e T. serrulatus.

O registro de T. serrulatus em duas residências ratifica a extrema

facilidade de dispersão dessa espécie em ambientes que passam por intenso

processo de adensamento habitacional.

No caso da Vila 3, Villagio Di Firenze, as residências tem sido

gradualmente reformadas pelos moradores, constituindo um fluxo contínuo de

entrada de materiais oriundos de diversas regiões do país bem como os

veículos utilizados no seu transporte, possibilitando a introdução dessa

espécie.

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7. CONCLUSÃO

Foram vistoriadas 98 residências onde 40% apresentaram ocorrências

de escorpiões. Esse elevado percentual de residências positivas sugere um

alto grau de infestação domiciliar na região do Jaraguá. Segundo Brasil, (2009)

uma incidência de ocorrência entre 26% e 50% se caracteriza como alta

infestação e acima de 50% como altíssima infestação.

Duas espécies foram registradas nas dependências das vilas estudadas.

A espécie constatada com maior freqüência foi a Tityus bahiensis (95%) em

relação à espécie Tityus serrulatus (5%).

Os registros de T. bahiensis e T.serrulatus sugerem a necessidade de

acompanhamento pelas entidades sanitárias do município na região gerando

subsidio de atuação preventiva junto à população.

Novos estudos poderão revelar a expansão territorial e/ou substituição

da espécie endêmica T. bahiensis por T. serrulatus, principalmente por sua

reprodução partenogenética, além de outras características biológicas

peculiares como agressividade, competição e predação, elevando a

possibilidade com acidentes mais graves inclusive óbitos.

De acordo com o inciso 10 do art. 3º da portaria MS/GM nº 1.172 de 15

de junho de 2004, compete aos municípios o registro, a captura, a apreensão e

a eliminação de animais que representem riscos a saúde do homem, cabendo

ao estado a supervisão, acompanhamento e orientação dessas ações.

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REFRÊNCIAS

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APENDICE A

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APENDICE B

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APENDICE C