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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA USO DE INSETICIDAS E RATICIDAS DE VENDA RESTRITA A EMPRESAS ESPECIALIZADAS NO BRASIL. JULIANA PEREIRA 12/2015 Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Câmpus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

USO DE INSETICIDAS E RATICIDAS DE VENDA RESTRITA A EMPRESAS ESPECIALIZADAS NO BRASIL.

JULIANA PEREIRA

12/2015

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Câmpus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

USO DE INSETICIDAS E RATICIDAS DE VENDA RESTRITA A EMPRESAS ESPECIALIZADAS NO BRASIL.

JULIANA PEREIRA

ORIENTADOR: Prof. Dr. Odair Correa Bueno

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Câmpus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.

12/2015

Pereira, Juliana Uso de inseticidas e raticidas de uso restrito a entidadesespecializadas no Brasil / Juliana Pereira. - Rio Claro, 2015 46 f. : il., gráfs.

Trabalho de conclusão de curso (especialização -Entomologia urbana) - Universidade Estadual Paulista,Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: Odair Corrêa Bueno

1. Pragas - Controle. 2. Produtos domissanitários. 3.Mercado de controle de pragas. I. Título.

628.96P436u

Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESPCampus de Rio Claro/SP

3

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por me dar a possibilidade de cursar esta tão

sonhada especialização.

Á minha família, por todo o amor, incentivo, paciência e dedicação.

Ao meu orientador Prof. Dr. Odair C. Bueno, pela paciência, confiança, e

atenção dedicadas durante todo o desenvolvimento do trabalho.

A todos os professores, por todo apoio e ensinamento. Em especial a Prof.ª

Dra. Ana Eugenia que além dos ensinamentos ainda transmitiu a paixão pela

Entomologia Urbana.

Aos amigos adquiridos da pós-graduação, por toda a ajuda, amizade e

companheirismo. Em especial a Marilda Simões, que se tornou um grande presente

em 2014.

À empresa Fabricante Bequisa pelo auxílio no investimento do meu

desenvolvimento profissional.

À Empresa Pragas Online, pela imprescindível contribuição na confecção e

divulgação do informativo, sem este grande auxílio o trabalho não seria o mesmo.

Às associações ABCVP, AGOPRAG, APRAG, APRAV e MINASPRAG, por

divulgarem o trabalho a todos os associados de suas respectivas regiões.

À empresa PHCFOCO pelo apoio em fornecer informações importantes do

mercado de controle de praga, assim enriquecendo o trabalho e possibilitando que

outras pessoas possam ter acesso as informações obtidas.

Às empresas Controladoras de Vetores e Pragas Urbanas que colaboraram

com o preenchimento do questionário.

4

DEDICATÓRIA

Ao meu filho Miguel Minoru, que me faz querer crescer a cada dia e desejar um futuro digno de ser vivido.

5

SUMÁRIO

1. RESUMO ................................................................................................................. 7

2. ABSTRACT ............................................................................................................. 8

3. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

3.1. Inseticidas. ...................................................................................................... 10

3.2. Raticidas ......................................................................................................... 11

4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13

5. OBJETIVO ............................................................................................................. 13

6. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 13

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 14

7.1. Porcentagens de estados participantes. ......................................................... 14

7.2. Cargo atual e tempo de atuação no segmento de controle de pragas ........... 16

7.3. Distribuição percentual dos setores de atuação por empresas de controle de

pragas .................................................................................................................... 18

7.4. Frequência de realização de serviços de controle de pragas ......................... 18

7.5. Frequência de utilização de formulações de raticidas .................................... 19

7.6. Marcas raticidas de maior preferência ............................................................ 21

7.7. Frequência de utilização de formulações inseticidas ...................................... 23

7.8. Frequência de utilização de grupos químicos de inseticidas líquidos ............. 23

7.9. Marcas de inseticidas líquidos de maior preferência ...................................... 25

7.10. Frequência de utilização de princípios ativos de gel baraticida .................... 27

7.11. Marcas gel baraticida de maior preferência .................................................. 28

7.12. Misturas de produtos e utilização de produtos com ativos associados ......... 29

7.13. Métodos de aplicação mais utilizados........................................................... 31

7.14. Preferência por fabricantes de produtos domissnitários ............................... 32

7.15. Locais de compra de produtos Domissanitários ........................................... 33

7.16. Características preferenciais na escolha de inseticidas e fatores decisivos no

momento da compra de produtos. ......................................................................... 34

7.17. Métodos de controle não químicos. .............................................................. 35

8. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 36

9. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 39

10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 39

11 – APÊNDICE ........................................................................................................ 41

6

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CVS 9 ....................................................... Centro de Vigilância Sanitária. Portaria nº 9

CRMV9 ..................................................... Conselho Regional de Medicina Veterinária

EMBRAPA ............................................ Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FUNASA ......................................................................... Fundação Nacional de Saúde

IN .................................................................................. Instrução Normativa do IBAMA

PCO ........................................................................................... Pest Control Operator

PHCFOCO ......................................................... Sistema de Informação de Marketing

7

USO DE INSETICIDAS E RATICIDAS DE VENDA RESTRITA A EMPRESAS

ESPECIALIZADAS NO BRASIL.

1. RESUMO

No Brasil existem 4.375 empresas devidamente registradas em Imunização e

Controle de Pragas Urbanas e outras 4.045 empresas cadastradas como MEI -

Micro Empreendedores Individuais, que em sua grande maioria não possuem alvará

da Vigilância Sanitária, mas que também atuam como Controladores de Pragas

Urbanas e tem acesso a produtos restritos a entidades especializadas. Entretanto

fazem uso de produtos restritos a entidades especializadas e os compram através

de Distribuidores específicos do ramo, diretamente dos fabricantes e agrorevendas.

Apesar de toda essa situação, nos últimos 15 anos o segmento de Controle de

Pragas vem apresentando um crescimento expressivo, tanto do ponto de vista

técnico quanto mercadológico, sendo possível verificar um maior profissionalismo e

formação técnica por parte dos profissionais do segmento, onde o Brasil atualmente

possui 16 fabricantes, sendo 11 nacionais e cinco multinacionais divididos em 257

produtos. Desta forma o segmento dispõe de produtos eficientes, viáveis e de

qualidade para uma boa execução de serviços de controle de pragas. Entretanto

informações sobre o mercado de controle de vetores e pragas no Brasil são

relativamente escassas, porém importantes, desta forma a pesquisa de mercado

online realizada com 304 empresas identificou características técnicas no uso de

inseticidas e raticidas pelo controlador de vetores e pragas urbanas no Brasil tais

como perfil de compra, frequência de serviços, frequência de uso, preferências,

marcas mais utilizadas e praticas de aplicação.

Palavras-chave: Inseticidas, Raticidas, Produtos Domissanitários, mercado de

controle de pragas.

8

USAGE OF INSECTICIDE AND RODENTICIDE PRODUCTS RESTRICTED TO

SPECIALIZED COMPANY IN BRAZIL.

2. ABSTRACT

In Brazil there are 4,375 companies duly registered in Immunization and Urban

Pest Control and other 4,045 companies registered as MEI - Individual

Microentrepreneurs, who mostly have no license from health surveillance, but also

act as Urban Pest Controllers, having access to products restricted to specialized

entities. However they make use of restricted products for specialized entities and

buy through specific branch distributors, directly from manufacturers and agro

traders. Yet, in the last 15 years the Pest Control segment is showing significant

growth, both from a technical point of view as of marketing, and one can notice a

higher professional and technical training by the industry’s professionals, where

Brazil currently shows 16 manufacturers, with 11 national and 5 multinational, divided

into 257 products. Thus, the segment offers efficient products, viable

and holding quality for a good implementation of pest control services.

However,information about the vector and pest control market in Brazil is relatively

scarse, although important, so the online market research of 304 companies

identified technical features in insecticide and rodenticides use by the vector and

urban pest controller in Brazil such as buying profile, service frequency, usage

frequency, preferences, most used brands and application practices.

Keywords: Insecticides, Rodenticides, Domissanitary, Pest control market.

9

3. INTRODUÇÃO

No Brasil existem 4.375 empresas devidamente registradas em Imunização e

Controle de Pragas Urbanas, com variação de 13% nos últimos dois anos e outras

4.045 empresas cadastradas como Micro Empreendedores Individuais (MEI), com

variação de 47% nos últimos quatro anos e 9% nos últimos dois anos (PHCFOCO,

2015). Na sua grande maioria as empresas MEI não possuem alvará da Vigilância

Sanitária, porém também atuam como Controladores de Pragas Urbanas e tem

acesso a produtos restritos a entidades especializadas.

Segundo a portaria CVS9 (2000), a denominação de Empresa Controladora

de Vetores e Pragas Urbanas corresponde às empresas licenciadas pela Autoridade

Sanitária competente do Estado ou Município, especializadas na manipulação e

aplicação de desinfestantes domissanitários (inseticidas, rodenticidas e repelentes),

devidamente registrados no Ministério da Saúde, para o controle de insetos,

roedores e de outros animais nocivos à saúde.

Os principais vetores e pragas controlados por empresas prestadoras de

serviços em ambientes urbanos são aranhas, baratas, carrapatos, cupins,

escorpiões, formigas, moscas, mosquitos, percevejos, pulgas, roedores e traças

(ANTUNES; TAKEBAYASHI, 2003). O controle efetivo de pragas e vetores não pode

depender de um só método; ao contrário, ele deve dispor de várias alternativas,

adequadas à realidade local, que permitam sua execução de forma integrada e

seletiva (BRAGA; VALLE, 2007).

Segundo CVS9 (2000), o controle de pragas é um sistema que incorpora

ações preventivas e corretivas destinadas a impedir que vetores e as pragas

ambientais possam gerar problemas significativos. Visa minimizar o uso abusivo e

indiscriminado de praguicidas. É uma seleção de métodos de controle e o

desenvolvimento de critérios que garantam resultados favoráveis sob o ponto de

vista higiênico, ecológico e econômico.

Entretanto, neste segmento a maioria das empresas estabelecem como

prioridade e foco o controle químico de pragas, o que não condiz com a norma da

(CVS9, 2000) onde o controle químico tem papel coadjuvante, complementar às

orientações de limpeza e higiene.

Desta forma há no Brasil empresas licenciadas ou não, técnicas ou com baixo

conhecimento, mas que representam cerca de 8.000 empreendimentos no Brasil

10

(PHCFOCO 2015), que fazem uso de produtos restritos a entidades especializadas

e os compram através de Distribuidores específicos do controle de pragas,

diretamente dos Fabricantes e Agrorevendas.

Apesar de toda essa situação, nos últimos 15 anos o segmento de Controle

de Pragas vem apresentando um crescimento expressivo, tanto do ponto de vista

técnico quanto mercadológico, sendo possível verificar um maior profissionalismo e

formação técnica por parte dos profissionais do segmento.

Da mesma forma, ocorreu um desenvolvimento das empresas fabricantes de

produtos quanto a novos lançamentos e cada vez mais eles vem se tornando mais

satisfatórios para o controle. Neste início de século, tem havido um crescimento

acentuado no número de produtos novos, favorecendo o trabalho dos profissionais

da área e também ao ambiente uma vez que os produtos são mais seletivos e de

menor toxicidade para os mamíferos. Segundo Ramos (2004), são produtos mais

seletivos com eficiência relativa para algumas espécies de pragas urbanas.

O desenvolvimento mundial de inseticidas para o controle de pragas das

áreas urbanas, animal e agrícola está direcionado para a descoberta de novos

ingredientes ativos ou moléculas, purificação ou separação dos isômeros mais ativos

das moléculas existentes, formulações menos tóxicas, equipamentos de aplicação e

proteção mais eficientes, embalagens descartáveis, biodegradáveis e seguras

(FERREIRA, 1999).

O Brasil tem 33 fabricantes de produtos técnicos, sete grandes indústrias

(multinacionais) produtoras de agrotóxicos, com 475 princípios ativos divididos em

537 produtos comerciais (RIBAS; MATSUMURA, 2009).

O mercado de controle de Pragas consiste de 16 Fabricantes de

domissnitários (cinco multinacionais e 11 nacionais) divididos em 257 produtos

comerciais (Simone Santos, informação pessoal).

Desta forma o segmento dispõe de produtos eficientes, viáveis e de qualidade

para uma boa execução de serviços de controle de pragas.

3.1 Inseticidas.

O mercado dispõe de diversos inseticidas organosintéticos que pertencem

aos grupos químicos dos Piretróides, Organofosforados, Carbamatos, Fenil Pirazóis,

Neonicotinóides, Amidinohidrazonas entre outros. Entre estes, os inseticidas do

grupo químico dos fosforados e dos piretróides são muito empregados no controle

11

de pragas (SILVEIRA; ZANETTI, 2015), principalmente na mistura de ambos os

grupos químicos em uma única bomba inseticida para o controle de determinadas

pragas, principalmente baratas.

O mercado igualmente dispõe de diversas formulações inseticidas e raticidas.

O que na verdade é o método pelo qual o ingrediente ativo de um produto é

apresentado pela forma mais efetiva, em relação à aplicação (PRISCO, 2009).

Segundo Prisco (2009) as formulações inseticidas mais utilizadas são:

1. Concentrado emulsionável: formulação líquida e homogênea para

aplicação como dispersão, após a diluição em água (NBR 12679).

2. Suspensão concentrada: é uma formulação constituída de uma suspensão

estável de ingrediente(s) ativo(s) em veículo líquido que pode conter ingrediente

ativo dissolvido para aplicação após diluição em água (NBR 12679).

3. Pó seco: formulação sólida e uniforme, sob a forma de pó, possuindo boa

mobilidade, para aplicação direta ou através de polvilhamento (NBR 12679).

4. Pó molhável: formulação sólida na forma de pó, para aplicação sob a forma

de suspensão após a dispersão em água (NBR 12679).

5. Isca granulada: formulação sólida uniforme, para aplicação direta destinada

a atrair o alvo desejado ou a ser ingerida por ele (NBR 12679).

6. Suspensão de microencapsulado: formulação constituída por suspensão

estável de cápsulas, contendo o(s) ingrediente(s) ativo(s), num líquido, para

aplicação após diluição em água.

Frente a tantos produtos inseticidas e ao aumento significativo das pragas a

ciência da tecnologia de aplicação vem se modernizando a cada dia, com

equipamentos mais modernos e completos, mas ainda assim os pulverizadores são

os equipamentos mais utilizados para diversas finalidades, dentre os quais, destaca-

se o controle de pragas urbanas (CASSIN, 2010).

3.2 Raticidas.

Segundo Jesus (2015) no Brasil, somente rodenticidas anticoagulantes são

usados no controle de roedores. Usualmente os rodenticidas são apresentados

como iscas para atração desses animais, mas às vezes são formulados como pós

de contato para se aderir ao pelo do animal. A aplicação de rodenticidas é bastante

utilizada entre os controladores de pragas, tem um baixo custo e uma mortalidade

rápida.

12

Os princípios ativos mais utilizados em rodenticidas com venda restrita a

entidades especializadas no Brasil são brodifacum (brodifacoum), bromadiolona

(bromadiolone), difetialona (difethialone), flocumafeno (flocoumafen) e cumatetralil

(coumatetralyl).

As formulações raticidas são diversificadas sendo os mais tradicionais bloco

parafinado, girassol, isca peletizada e pó de contato, onde recentemente tem se

tornando cada vez mais completas, atrativas, palatáveis e eficazes. A partir de 2008

novas formulações foram lançadas como bloco extrusado e girassol descascado,

que por sua vez não deixa resíduos tóxicos de casca no ambiente além de ser mais

prático e econômico.

1. Bloco Parafinado: Estas iscas recebem uma substância impermeabilizante,

geralmente a parafina. Esta impermeabilização confere maior durabilidade à isca em

condições de chuva, excesso de umidade e calor, fatores estes comuns em países

de clima tropical (FUNASA, 2002). O bloco parafinado é aplicado em bueiros e

lugares com essa característica, por que resiste à umidade devido à presença de

parafina (JESUS, 2015).

2. Isca peletizada: esta formulação passa por um processo chamado

peletização. Os componentes da formulação são submetidos à umidade e calor e

posteriormente passam por uma forma peletizadora, que é uma chapa redonda

cheia de furos que dá a forma de péletes de 3 a 5 mm (PINHEIRO FILHO, SAQUI,

ANDRADE, 2012; JESUS, 2015). Indicado pelos fabricantes para ser utilizado em

ambientes internos e áreas secas.

3. Girassol: A formulação é composta com sementes de girassol com casca,

impregnados com ingrediente ativo rodenticida (FUNASA, 2002). Isca muito atrativa,

podendo ser utilizada em ambientes internos e externos, principalmente em locais

de difícil controle.

4. Pós de contato: como já foi dito, não precisa atrair o roedor, mas basta que

fique impregnado em seu corpo, de onde será retirado (e ingerido) pelo próprio

animal pelas lambeduras. Portanto sua aplicação deve ser feita apenas nos locais

onde possivelmente os roedores infestantes estejam passando, ou seja, ao longo de

suas trilhas e pontos de passagem (FUNASA, 2002).

Frente a todas estas formulações e tecnologias o controle de pragas não é

mais realizado de forma generalizada, ou seja, um único produto para tudo e o foco

somente na praga infestante. O profissional precisa estudar e se aprofundar para

13

poder entender como funcionam os produtos químicos, quais as melhores

formulações a serem usadas, e acompanhar o progresso de uso dos produtos

(SHULLER, 2009).

Os profissionais estão se tornando cada vez mais conscientes do papel do

controle de pragas. Isso fica evidente pelo interesse que as empresas têm de

participar de eventos do setor, de assistir cursos e palestras e participar de

congressos. Consequentemente o segmento de controle de pragas está direcionado

à utilização de inseticidas e raticidas de forma mais pontual, adequada e segura.

4. JUSTIFICATIVA

Informações sobre o mercado de controle de vetores e pragas no Brasil são

relativamente escassas e quase não há especificações sobre este segmento.

Desta forma este trabalho visa identificar características técnicas no uso de

inseticidas e raticidas pelo controlador de vetores e pragas urbanas no Brasil, e

adquirir informações técnicas sobre o uso de produtos inseticidas e raticidas de

venda restrita a empresas especializadas, gerando informações relevantes tais

como perfil de compra, frequência de serviços, frequência de uso, preferências,

marcas mais utilizadas e praticas de aplicação.

5. OBJETIVO

Pesquisa de mercado com controladores de pragas urbanas de todas as

regiões do Brasil para realizar um levantamento sobre o uso de produtos saneantes

desinfestantes de venda restrita a empresas especializadas.

6. MATERIAIS E MÉTODOS

Primeiramente foi elaborado um modelo de questionário para verificar o

entendimento das perguntas e a praticidade das respostas. O modelo definitivo de

questionário surgiu após três revisões, sendo composto por 20 perguntas (abertas e

fechadas) referentes à frequência de serviços, produtos, preferências, marcas mais

utilizadas e praticas de aplicação.

14

Na pesquisa não foi solicitado à identificação do profissional ou da empresa,

caso contrário não conseguiria obter respostas de grandes franquias de mercado de

controle de pragas.

Na etapa seguinte o questionário foi adaptado no site

www.pesquisaonline.com.br (Apêndice: Questionário Online), onde ficará disponível

por um ano.

Paralelamente foi elaborada uma carta de apresentação sobre a pesquisa, a

qual a Pragas Online aprimorou e anexou em um informativo online, contribuindo

para um maior retorno de respostas, pois a pesquisa ficou mais visual, pratica e

confiável. (Apêndice: carta de apresentação).

O informativo dá acesso direto ao questionário no

Link: https://www.onlinepesquisa.com/s/4ce63f0.

Todo o processo de divulgação iniciou-se em julho de 2015, quando o

informativo online foi repassado para as Associações (ABCVP - RJ, AGOPRAG –

GO, APRAG - SP, APRAV - PR e MINAS PRAG - MG), que enviaram o informativo

para todos os associados de suas respectivas regiões: ABCVP (111 contatos),

AGOPRAG (16 contatos), APRAG (499 contatos), APRAV (26 contatos) e MINAS

PRAG (26 contatos).

O informativo também foi repassado para os e-mails dos participantes das

feiras Expoprag 2013 e Sulprag 2013, como também para os 3.726 contatos da

Pragas Online e franquias como Grupo Astral e Truly Nolen.

Paralelamente foi distribuído e divulgado em eventos de controle de pragas

realizados no Brasil através das Associações. A divulgação do questionário finalizou-

se em 23 de novembro de 2015.

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos mais de 4.000 e-mails de solicitações às empresas controladoras de

pragas para o preenchimento do questionário, apenas 304 foram respondidos, e em

alguns casos apenas parcialmente. Assim, em cada resultado e discussão foi

apresentado o número real de respostas obtidas.

7.1 Porcentagens de estados participantes.

15

A pesquisa de mercado online foi uma excelente ferramenta para o trabalho,

pois além de ser rápida e prática, também possibilitou distribuir os questionários em

várias empresas do território nacional, assim obtendo retornos de acordo com o

acesso e interesse de resposta das empresas contatadas.

O gráfico 1 possui amostragem de 303 respostas e mostra que os quatro

estados com maior representatividade são SP (28,71%), seguido de MG (11,88%),

PR e RS com as mesmas porcentagens de (9,90%). Desta forma este trabalho não

conta apenas com uma maior participação do estado de São Paulo, diferentemente

dos resultados apresentados em trabalhos anteriores, como 55% (CORRÊA, 2000) e

50% (RAMOS, 2004).

O estado do Rio de Janeiro (9,24%) teve um desempenho abaixo da

expectativa, pois é o segundo estado com o maior número de empresas

controladoras de pragas depois de São Paulo, sendo 432 empresas devidamente

legalizadas e 478 MEI. Ao passo que os estados do PR e RS possuem uma grande

representatividade, em contraste com trabalhos anteriores (CORRÊA, 2000;

RAMOS, 2004) onde a representatividade destes três estados era baixa.

É possível verificar uma maior concentração de respostas na região Sudeste.

Em 2000 (CORRÊA) este resultado foi de 68% para a região sudeste. Isso se deve à

melhor estrutura e organização do segmento de controle de pragas nesta região, na

qual há um maior número de empresas controladoras e de pragas, e onde há um

processo de urbanização e desenvolvimento de grandes cidades mais avançadas do

país (RAMOS, 2004).

Os estados correspondentes à região Sul apresentaram uma maior

representatividade que trabalhos anteriores. Segundo Ramos (2004) a região sul

representou apenas 6% das respostas e apenas 9% no trabalho realizado em 2000,

Corrêa. Esse aumento de respostas pode estar relacionado ao crescimento e

expansão das empresas de controle de pragas desta região e uma maior parceria

com distribuidores e Associações locais, que por sua vez ajudaram na divulgação do

questionário.

16

AM: 0,66% BA: 3,30% CE: 0,99%DF: 6,27%

ES: 0,33%

GO: 1,98%

MG: 11,88%

MS: 0,66%

MT: 1,32%

PA: 3,30%

PB: 0,66%

PE: 0,99%

PI: 1,32%

PR: 9,90%

RJ: 9,24%

RN: 0,66%

RS: 9,90%

SC: 4,29%

SE: 3,63%

SP: 28,71%

Gráfico 1. Porcentagem de empresas participantes por estado. Amostragem de 303 respostas.

7.2 Cargo atual e tempo de atuação no segmento de controle de pragas.

O gráfico 2 possui um amostragem de 304 respostas, sendo 342 indicações

de cargos exercidos, pois muitas pessoas colocaram mais de um cargo de atuação.

O gráfico 2 apresenta os cargos exercidos por parte dos profissionais em

controle de pragas que responderam ao questionário. Como a pergunta foi

elaborada de forma aberta, muitas pessoas colocaram mais de uma reposta, onde

foi possível observar que o controlador de pragas em muitos casos exerce muitas ou

todas as funções na empresa.

Foi encontrada uma maior quantidade de respostas para os cargos de

Responsável Técnico (60), seguido de Diretor (59), Gerente (42), Sócio (32) entre os

demais cargos.

Foi possível observar que em três (03) repostas os profissionais realizam

todas as atividades da empresa, onde este é um perfil característico de empresas de

controle de pragas de pequeno porte, nas quais temporariamente uma única pessoa

acaba fazendo ou auxiliando em todas as funções da empresa.

Como também o gráfico 2 apresenta que três (03) profissionais são Biólogos,

oito (08) Engenheiros Agrônomos, dois (02) Engenheiros Químicos e dois (02)

Médicos Veterinários.

17

O gráfico 3 possui amostragem de 303 repostas, e apresenta o tempo de

atividade dos entrevistados no segmento de controle de pragas. Sendo a maior

representatividade por profissionais que atuam há mais de 15 anos (35%), seguido

de 19% que atuam entre 5 e 10 anos e 18% entre 10 e 15 anos.

Os resultados obtidos no gráfico 3 vão de encontro com os cargos mais

exercidos no gráfico 2, pois responsáveis técnicos, diretores, gerentes e sócios

necessitam de uma maior experiência para a execução das atividades relacionadas.

0

10

20

30

40

50

60

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1712

311

Gráfico 2. Cargo atual no segmento de Controle de Pragas. Amostragem de 304 respostas.

Até 1 ano:7% 1 a 3 anos:

11%

3 a 5 anos:10%

5 a 10 anos:19%10 a 15 anos:

18%

mais de 15 anos:35%

Gráfico 3. Tempo de atuação no segmento. Amostragem de 303 respostas.

18

7.3 Distribuição percentual dos setores de atuação por empresas de controle de pragas.

O gráfico 4 possui amostragem de 302 respostas e apresenta que o setor

comercial possui 44% das respostas, seguido de 23% no setor industrial

(provavelmente estabelecendo contratos) e 18% Residencial.

Com o passar dos anos o perfil de atuação das empresas de controle de

pragas vem mudando. Segundo Corrêa (2000) a distribuição por setores era

homogênea com exceção de aeroportos.

Foi observado que 14% responderam “outros”, onde no espaço aberto de

respostas citavam todas as atividades.

Comercial:44%

Industrial:23%

Licitação:1%

Residencial:18%

Outros:14%

Gráfico 4. Porcentagem de setores de atuação. Amostragem de 302 respostas.

7.4 Frequência de realização de serviços de controle de pragas.

O gráfico 5 possui 303 respostas e apresenta maior frequência de serviços de

controle de pragas por baratas seguida de roedores, ambas obtendo frequência de

muito a altamente realizadas, seguidos por formigas próxima a muito realizadas.

Em estudo realizado pela PHCFOCO que avaliou o setor de controle de

pragas, ouviu-se cerca de 1.200 moradores de condomínios nas cidades de São

Paulo e Rio de Janeiro. Para estes moradores uma das pragas que mais infestou

prédios nos últimos 12 meses foram os roedores, apontados como os mais

frequentes em 53% dos casos.

19

As baratas são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das

cerca de 4.000 espécies existentes, a sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1%

busca o convívio com o homem, devido à disponibilidade de alimento, abrigo e água

(POTENZA, 2005).

As pragas que apresentaram menor frequência de controle são carrapatos,

escorpiões e aranhas.

Gráfico 5. Frequência de controle por pragas. Amostragem de 303 respostas.

7.5 Frequência de utilização de formulações de raticidas.

O gráfico 6 possui amostragem de 303 respostas e apresenta a frequência de

utilização das formulações raticidas no setor de controle de pragas.

A formulação que possui a maior frequência de utilização é o girassol

tradicional (com casca) que por sua vez possui alta atratividade e palatabilidade,

seguido do bloco parafinado que é de fácil fixação e resistente a intempéries e em

terceiro lugar o pó de contato, que se mantem como uma das preferências no

controle de roedores, sendo muito utilizado pela sua facilidade de aplicação, porém

requer critérios mais rígidos de segurança em relação às demais formulações

(JESUS, 2015).

20

Comparando trabalhos anteriores realizados nos anos de 2000 e 2015 com o

este trabalho, o ranking de formulações raticidas mudou consideravelmente, pois as

formulações vêm se tornando cada vez mais atrativas, palatáveis, eficazes e

versáteis, sendo que do ano 2000 até o presente momento surgiram novas

formulações como: girassol com casca, mix de cereais (trigo, milho, arroz e cevada),

isca fresca, bloco extrusado e mais recentemente girassol descascado.

Segundo Corrêa (2000) as formulações mais utilizadas eram Bloco parafinado

com (45%), Pellets (28%) e Pó de contato (22%).

Em 2015, Jesus apresentou que as formulações mais utilizadas são Bloco

Parafinado (80%), girassol com casca (70%) seguidos do Pó de contato.

Estabelecendo uma relação entre estes dois estudos e o presente trabalho é

possível verificar que o girassol com casca se tornou o produto mais utilizado pelos

profissionais de controle de pragas, e que a formulação Bloco parafinado ainda se

mantém presente quanto à preferência de utilização, mas certamente este quadro irá

mudar em breve, pois a formulação bloco extrusado vem ocupando uma posição de

destaque no trabalho. Destaque-se que esta vem a ser uma formulação mais

moderna, atrativa e palatável devido ao seu processo de industrialização por

extrusão.

As formulações que apresentam menor frequência de utilização são Isca

Fresca, Girassol descascado (lançado em 2014) e o mix de cereais.

Gráfico 6. Frequência de utilização de formulações raticidas. Amostragem de 303 respostas.

21

7.6 Marcas raticidas de maior preferência.

Embora o trabalho consista de 304 respostas nem todos os entrevistados

colocaram a marca de sua preferência, onde no espaço livre para respostas apenas

colocavam símbolos e letras, assim invalidando as respostas.

Como também muitos entrevistados não colocaram a marca por completo

(marca + respectiva formulação), sendo que na maioria das vezes apenas

colocavam a marca geral de uma determinada linha de produtos, como também em

muitos casos mencionavam somente o fabricante. Desta maneira a preferência por

raticidas será representada de duas formas, sendo por marcas gerais e fabricantes.

O gráfico 7 (marcas raticidas de preferência) possui amostragem de 234

respostas, e o gráfico 8 (preferência por fabricantes de raticidas) possui amostragem

de 260 respostas.

O gráfico 7 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as respostas

de preferência por marcas raticidas, onde as marcas de maior índice de respostas

são o Ratol (42) do fabricante nacional Chemone, seguido da marca Klerat (34) da

fabricante multinacional Syngenta e Rodilon (28) da fabricante multinacional Bayer e

Rigon (28) do fabricante nacional Rogama.

Ratol a marca de maior preferência, possui diversas formulações como bloco

e mini -bloco parafinado, isca peletizada, mix de cereais, girassol tradicional e pó de

contato em sua maioria com ativos diferenciados. Certamente a formulação girassol

fez com que a marca Ratol esteja como o raticida de maior preferencia, e também a

fabricante Chemone, por ter sido a pioneira no desenvolvimento da formulação

girassol.

Klerat uma das primeiras marcas do mercado de controle de pragas e

apresenta a segunda preferência, possui diversas formulações como bloco

parafinado e isca peletizada.

Rodilon também é uma das marcas mais antigas do mercado e apresenta a

terceira preferência, possui as formulações bloco extrusado, bloco parafinado e isca

peletizada.

Rigon possui as formulações bloco e mini-bloco parafinado, bloco extrusado,

isca granulada e girassol.

O gráfico 8 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as respostas

por fabricantes e por marcas raticidas (depois convertidas por fabricantes).

22

Os fabricantes de raticidas com maior índice de respostas são Chemone (47),

seguido da Syngenta (46), Bayer (40), Bequisa (40) e Rogama (37).

É possível verificar que embora o raticida Ratol da Chemone seja o produto

preferencial, seu fabricante está paralelamente à fabricante Syngenta, pois na

pergunta aberta a fabricante Syngenta consideravelmente citada.

O mesmo ocorre com os demais fabricantes principalmente a multinacional

Bequisa, que na soma de todos os produtos raticidas fabricados (Bequirat, Fulmirat,

Ratten-Rat e Xerife) e as repostas onde a Bequisa foi citada.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

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11

4 4

2528

2

128

47

Gráfico 7. Marcas de raticidas de maior preferêcia. Amostragem de 234 respostas.

05

101520253035404550

Basf

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15

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1

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1 1

12

5 3 1 2

37

5

46

5

Gráfico 8. Preferência por fabricantes de raticidas. Amostragem de 260 respostas.

23

7.7 Frequência de utilização de formulações inseticidas.

O gráfico 9 possui amostragem de 303 respostas e apresenta a frequência de

utilização das formulações inseticidas no setor de controle de pragas. A formulação

isca gel apresenta-se como altamente utilizada, seguida das formulações

concentrado emulsionáveis (CE) e suspensão concentrada (SC) como muito

utilizadas. O que vem a ser um resultado muito positivo no controle de pragas, pois a

formulação CE mais antiga do setor (CORREA, 2000), está paralelamente

posicionada com a formulação líquida SC, que por sua vez é mais moderna, segura

e técnica.

Já a formulação ME – Microencapsulada apresentou resultados menos

expressivo, estando atrás das formulações Gel, CE, SC e PS. Em trabalhos

anteriores estava representada entre as principais formulações.

Segundo Corrêa (2000) a representatividade das formulações era CE (17%),

Gel (16%) e ME e PM (13%). Conforme Ramos (2004) observa-se a prevalência dos

concentrados emulsionáveis (CE), com as iscas gel logo a seguir. Com importância

relativa próxima à do gel, aparecem as formulações microencapsuladas.

Gráfico 9. Frequência de utilização de formulações inseticidas. Amostragem de 303 respostas.

7.8 Frequência de utilização de grupos químicos de inseticidas líquidos.

O gráfico 10 apresenta a frequência de utilização dos grupos químicos de

inseticidas líquidos. É possível verificar que o grupo químico dos Piretróides ainda é

24

o mais utilizado, e está representado como sendo altamente utilizado, seguido dos

organofosforados apresentados como regularmente utilizados e do Fenil Pirazol.

Os piretróides são, atualmente, os inseticidas mais utilizados, pois

apresentam baixa toxicidade em mamíferos, baixo impacto ambiental, são efetivos

contra um largo espectro de insetos e são necessárias baixas quantidades para

exercerem sua ação (SANTOS; AREAS; REYES, 2007).

Segundo Corrêa (2000), os piretróides apresentavam a maior porcentagem

com 37% frente aos demais grupos químicos, seguido por organofosforados com

31%, o que também é possível encontrar no trabalho atual.

Essa relação entre piretróides e organofosforados entre tantos fatores

também se dá divido ao fato de que existe ainda a idéia de que ambos os produtos

devem ser associados. Isso persiste desde 1985 até os tempos atuais. (CORRÊA,

2000).

Em 2004, Ramos aponta uma preferência pelos piretróides, acompanhados

de perto pelos organofosforados, cujo uso no Brasil ainda é bastante marcante,

embora esse grupo químico venha sofrendo restrições de uso e sistemáticas ao

redor do mundo.

A surpresa foi verificar que o grupo químico dos Neonicotinóides está

presente neste trabalho, levando em conta que vem a ser um dos grupos químicos

mais recentes no setor de domissanitários, e apresenta resultados próximos ao Fenil

Pirazol.

Gráfico 10. Frequência de utilização de grupos químicos de inseticidas líquidos. Amostragem de 302

respostas.

25

7.9 Marcas de inseticidas líquidos de maior preferência.

Embora o trabalho consista de 304 respostas nem todos os entrevistados

colocaram a marca de sua preferência, onde no espaço livre para respostas apenas

colocavam símbolos e letras, assim invalidando as respostas.

Como também muitos entrevistados não colocaram a marca por completo

(marca + diferenciais do produto. Ex. Plus, Prime entre outros), sendo que na

maioria das vezes apenas colocavam a marca geral de uma determinada linha de

produtos, como também em muitos casos mencionavam somente o fabricante.

Desta maneira a preferência por inseticidas será representada de duas formas,

sendo por marcas e fabricantes de inseticidas líquidos.

O gráfico 11 (marcas inseticidas de preferência) possui amostragem de 225

respostas, e o gráfico 12 (preferência por fabricantes de inseticidas líquidos) possui

amostragem de 261 respostas.

O gráfico 11 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as respostas

de preferência por marcas de inseticidas líquidos, onde as marcas com de maior

índice de respostas são o Demand (47) da fabricante multinacional Syngenta,

seguido do produto Tenopa (28) da fabricante multinacional Basf.

O produto de maior preferência Demand possui duas apresentações 2,5 CS e

10 CS. Embora no gráfico 9 a formulação Microencapsulada referente à formulação

do Demand tenha sido mais baixa que em trabalhos anteriores, ainda assim vem a

ser o produto com uma preferência expressiva sobre os demais produtos.

O produto de segunda preferência, o Tenopa, que vem a ser uma nova

proposta do mercado, sendo um produto 2 em 1, ou seja, dois ativos em uma única

formulação.

O Gráfico 12 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as

respostas por fabricantes e por marcas de inseticidas líquidos (depois convertidas

por fabricantes). Os fabricantes com maior índice de respostas são Syngenta (65),

seguido da Basf (61), Bayer (39), Bequisa (35) e Rogama (32) fabricante nacional.

É possível verificar que embora o inseticida Demand seja o produto

preferencial, a Syngenta está paralelamente alinhada com a Basf, pois além de ser

mencionada nas perguntas abertas, a Basf ainda possui a soma dos produtos

Fabricados (Fendona, Tenopa, Termidor e Termidor Duo). O mesmo é possível ser

observado com os demais fabricantes.

26

0 10 20 30 40 50

Vectron

Two - OL

Termitox

Termigama

Termiex

Termidor Duo

Termidor

Tenopa

Temprid

Synper Plus

Solfac

Shoot

Responsar

Propoxil

Premise

Poderoso

Opthigard

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Lankron

K-Othrine

Icon

Hades

Fulmiprag

Fim Combina

Ficam

Fendona

Diclorvol

Devetion

Demax

Demand

Delvap

Deltek

Deltamax

Deltagard

DDVP Tecnocell

DDVP 1000

DDKill

Cyperex

Cymperator

Ciperprag

Cavaleiro

Bifentol

Bergard

Alfatek

Alfanol

Alfacipermetrina Fersol

3

3

1

2

1

2

14

28

13

1

1

1

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1

1

1

3

1

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1

13

1

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1

1

1

1

1

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1

7

7

9

1

6

1

3

2

1

Gráfico 11. Marcas de preferência de inseticidas líquidos. Amostragem de 225 respostas.

27

0

10

20

30

40

50

60

70 61

3935

14

1 2 1 3 1 1 1

32

1

65

3

Gráfico 12. Preferência de fabricantes de inseticidas líquidos. Amostragem de 261 respostas.

7.10 Frequência de utilização de princípios ativos de gel baraticida.

O gráfico 13 possui a amostragem de 301 respostas e apresenta a frequência

de utilização de princípios ativos de géis baraticidas, sendo possível verificar que

houve uma grande homogeneidade nas respostas, onde todos os ativos apresentam

uma frequência de utilização regular exceto no ativo Propoxur, onde existe apenas

uma marca de gel com este ativo.

Embora sejam ativos com propostas de controle e tempo diferenciado, ainda

assim são excelentes ativos.

Não foi encontrado pergunta similar a esta em trabalhos anteriores, assim

dificultando o entendimento da evolução na utilização de ativos de géis baraticidas.

Gráfico 13. Frequência de utilização dos princípios ativos de gel baraticida. Amostragem de 301 respostas.

28

7.11 Marcas gel baraticida de maior preferência.

Embora o trabalho consista de 304 respostas nem todos os entrevistados

colocaram a marca de sua preferência, onde no espaço livre para respostas apenas

colocavam símbolos e letras, assim invalidando as respostas.

Como também muitos entrevistados não colocaram a marca por completo

(marca + diferenciais do produto. Ex. Plus, Prime entre outros), sendo que na

maioria das vezes apenas colocavam a marca geral de uma determinada linha de

produtos, como também em muitos casos mencionavam somente o fabricante.

Desta maneira a preferência por inseticidas será representada de duas

formas, sendo por marcas e fabricantes de gel baraticida.

O gráfico 14 (marcas inseticidas de preferência) possui amostragem de 124

respostas, e o gráfico 15 (preferência por fabricantes de gel baraticida) possui

amostragem de 146 respostas.

O gráfico 14 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as respostas

de preferência por marcas de géis baraticidas, onde as marcas com maior índice de

respostas são o Maxforce (70) da fabricante multinacional Bayer, seguido do produto

Opthigard (27) da fabricante multinacional Syngenta e Blatum (22) da empresa

nacional Server Química.

O produto Maxforce atualmente possui duas apresentações como Maxforce

Prime e Maxforce IC, possuindo o mesmo ativo Imidacloprid e apenas alguns

diferenciais técnicos para aplicação.

O produto Opthigard é à base de Hidrametilnona e o Blatum a base de

Fipronil.

O Gráfico 15 foi desenvolvido utilizando a média ponderada entre as

respostas por fabricantes e por marcas de gel baraticida (depois convertidas por

fabricantes).

Os fabricantes com maior índice de respostas são Bayer (80), seguido pela

fabricante Syngenta (31) e por fabricantes que apresentam tênue diferencial em

seus índices de respostas como Basf (24), Chemone (24), Server Química (22),

Rogama (20) e Bequisa (18).

Os resultados do gráfico 15 se devem a somatória de produtos por fabricantes

e porque muito entrevistados mencionam o fabricante e não a marca.

29

0

10

20

30

40

50

60

70

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2 1 1 1 17

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17

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2

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1

27

11

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Gráfico 14. Preferência por marca de gel baraticida. Amostragem de 124 respostas.

0102030405060708090

24

80

1824

3 1 1 2

20 2231

2

Gráfico 15. Preferência por fabricantes de gel baraticida. Amostragem de 146 respostas.

7.12 Misturas de produtos e utilização de produtos com ativos associados.

O gráfico 16 possui amostragem de 301 respostas e apresenta que 70% dos

entrevistados realizam a mistura de inseticidas líquidos em uma única bomba

inseticida para aplicação e apenas 30% utiliza um único produto por aplicação.

Em muitos casos as misturas são realizadas com formulações distintas em

uma só bomba inseticida para o controle de pragas, o que nem sempre gera bons

30

resultados. A formulação SC tem como veículo a água e os ativos geralmente estão

dissolvidos em concentrações elevadas, que ao se misturarem com os ativos das

formulações CE que apesar de oleosas, estas se misturam com a água, formando

assim uma mistura muito concentrada, o que leva a ocorrência de interação físico-

química. A maioria das incompatibilidades físicas e químicas é observada em

misturas de produtos com formulações CE com PS, EW e SC (PETTER et al., 2013).

A mistura mais comum é a associação de Organofosforados mais em

específico Diclorvós (DDVP) com Piretróides. Essa relação entre piretróides e

organofosforados entre tantos fatores também se dá devido ao fato de que existe

ainda a ideia de que ambos os produtos devem ser associados. Isso persiste desde

1985 até os tempos atuais. (CORRÊA, 2000).

O gráfico 17 possui amostragem de 300 respostas e apresenta que 69% dos

entrevistados utilizam produtos associados (dois ou mais ativos em um único

produto), e 31% não utilizam produtos associados.

Em breve esta porcentagem irá mudar, indicando um aumento na utilização

de produtos associados, pois se trata de uma tendência eficaz e prática por já haver

produtos já associados em uma mistura homogênea e devidamente registrados no

Ministério da Saúde.

Os produtos apresentados no comércio com base nessas misturas são

formulações homogêneas, diferentes das misturas realizadas nas empresas

prestadoras de serviços, cuja heterogeneidade é resultante de uma associação

artesanal (NETO, 2015).

Sim:70%

Não:30%

Gráfico 16. Porcentagem de empresas que realizam a mistura e/ou associação de inseticidas líquidos. Amostragem de 301 respostas.

31

Sim:69%

Não:31%

Gráfico 17. Porcentagem de empresas que utilizam produtos com ativos associado. Amostragem de 300 respostas.

7.13 Métodos de aplicação mais utilizados.

O gráfico 18 apresenta que a pulverização é o método de controle que possui

de muito alta frequência de utilização, seguida da iscagem que possui frequência de

muito utilização e o polvilhamento com a frequência de regular a muito utilizada. O

mesmo resultado pode ser obtido em trabalhos anteriores.

Em 2000, Corrêa apontou que as metodologias mais utilizadas foram

pulverização (24%), iscagem (22%) e polvilhamento (17%).

Em 2004, Ramos apresentou resultados semelhantes, onde o principal

método de aplicação utilizado pelas controladoras de pragas é a pulverização,

seguida da iscagem e depois do polvilhamento.

Existem no mercado diversos modelos de pulverizadores, dentre os

principais, destaca-se os pulverizadores costais de alavanca e os de compressão

prévia (CASSIN, 2010).

A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o produto, mas sim

na interação entre vários fatores (praga, doença, produto, equipamento e ambiente)

buscando um controle eficiente, com custo baixo e mínima contaminação ambiental

(EMBRAPA 2005; CASSIN, 2010).

32

Os métodos de aplicação como termonebulização e nebulização apresentam

as menores frequências de aplicação.

Gráfico 18. Frequência de métodos de aplicação inseticida. Amostragem de 301 respostas.

7.14 Preferência por fabricantes de produtos domissanitários.

Embora o trabalho consista de 304 respostas nem todos os entrevistados

colocaram a marca de sua preferência, onde no espaço livre para respostas apenas

colocavam símbolos e letras, assim invalidando as respostas.

Desta forma o gráfico 19 possui amostragem de 262 respostas, como também

foi desenvolvida utilizando a média ponderada entre as respostas de preferência por

fabricantes no controle de pragas.

O gráfico 19 apresenta que os fabricantes com maior índice de respostas são

Bayer (63), seguida da Syngenta (51), Basf (42), Rogama (37), Bequisa (34) e

Chemone (21).

O mercado de controle de pragas atualmente conta com 16 empresas

fabricantes de produtos domissanitarios de venda restrita a entidades

especializadas, sendo 5 multinacionais e 11 nacionais.

Os controladores de pragas em sua maioria buscam produtos de qualidade,

mas em muitos casos também optam por produtos de determinados fabricantes,

sejam ele por confiança e credibilidade ou por acordos comerciais.

33

0

10

20

30

40

50

60

70

42

63

34

1

21

1 1 3 1 2 1

37

2

51

3

Gráfico 19. Preferências de fabricantes de produtos Domissanitários. Amostragem de 262 respostas.

7.15 Locais de compra de produto Domissanitários.

O gráfico 20 possui amostragem de 301 respostas e apresenta que o maior

volume de vendas de produtos domissanitários é realizado através de distribuidores

profissionais (271), seguido de agrorevendas (38) e compras realizadas direto do

fabricante (35).

Na opção de respostas no item outros (6), as informações obtidas são em sua

maioria por “fabricação própria”.

O que no passado não era bem assim, onde os resultados apresentados por

Corrêa (2000) mostram que apenas 58% compravam de distribuidores, 20% de

fabricantes e 19% de agrorevendas, petshops e cooperativas.

A relação de todos os resultados mostra que o mercado vem se

profissionalizando cada vez mais, pois a compra em sua maioria tem sido realizada

nos pontos certos de vendas, onde se obtém toda a garantia, respaldo e

profissionalismo esperado.

Já as compras realizadas direto do fabricante, indicam que (35) empresas de

controle de pragas são consideradas ou não tecnificadas e conceituadas,

estabelecendo grandes volumes de compras ou demais acordos comerciais para a

compra direta.

34

0 50 100 150 200 250 300

Outros

Distribuidores

Direto do Fabricante

Agrorevendas

6

271

35

38

Gráfico 20. Locais de aquisição de produtos domissanitários. Amostragem de 301 respostas.

7.16 Características preferenciais na escolha de inseticidas e fatores decisivos no momento da compra de produtos.

O gráfico 21 possui amostragem de 302 respostas e apresenta

homogeneidade no gráfico, mas é possível verificar que as características mais

importantes e de preferência na escolha de um inseticida são em ordem de

importância a segurança, baixa toxicidade, baixo odor, alto residual e rápida

mortalidade.

Em 2007, PHCFOCO apresentou que os três principais atributos de

preferência em um produto são segurança com 95%, efeito (residual, desalojante e

repelente) com 81% e pouco odor 79%.

O gráfico 22 possui amostragem de 300 respostas e apresenta que o fator

decisivo no momento da compra de produtos Domissanitários é a qualidade técnica

do produto (74%), seguido do menor preço (13%), fabricante (10%) e versatilidade

de aplicação (3%).

Embora os resultados tenham sido praticamente homogêneos, ainda assim,

apresentam um resultado positivo, pois mostra que o mercado está evoluindo e

trabalhando cada vez mais dentro da filosofia MIP.

35

Gráfico 21. Características preferenciais na escolha de um inseticida. Amostragem de 302 respostas.

Fabricante10%

Menor preço13%

Qualidade técnica

74%

Versatilidade de aplicação

3%

Gráfico 22. Fatores decisivos na compra de produtos Domissanitários. Amostragem de 300 respostas.

7.17 Métodos de controle não químicos.

O gráfico 23 possui amostragem de 301 respostas e apresenta que os

métodos de controles mecânicos mais utilizados são placas adesivas para captura

de roedores (234), seguido de armadilhas luminosas para captura de insetos

voadores (196), gel repelente para pombos (146) e barreiras físicas para pombos

(144).

Já era esperado que as placas adesivas para controle de roedores fosse à

metodologia mais utilizada. No controle de roedores nem sempre é permitida ou

indicada à utilização de rodenticidas, como ocorre em ambientes mais sensíveis com

manipulação de alimentos, indústrias de embalagens entre outros, desta forma

viabilizando o uso de placas adesivas.

36

A utilização de armadilhas luminosas vem crescendo a cada ano, pois as

armadilhas geralmente são utilizadas em cozinhas industriais, restaurantes,

indústrias alimentícias, indústrias de embalagens entre outros. Como também está

vinculado a contratos, o que reforça que o mercado está migrando dos serviços

avulsos para contratos, sendo vinculadas em contratos ou em consignação.

O alto controle de pombos se deve ao fato de não existirem produtos

registrados para esta finalidade e nem regulamentação para o controle, embora o

seu controle seja permitido conforme a IN 141. Já o CRMV possui uma normativa

sobre o abate de aves, na qual inclui os pombos, segundo a qual somente um

médico veterinário pode realizar tal procedimento.

O controle de pombos é algo muito questionado, sendo poucas as empresas

que o fazem, e se respaldando através de laudos e relatórios quando realizam o

abate.

0 50 100 150 200 250

Outros

Placa de cola - roedores

Placa de cola - moscas

Placa de cola - baratas

Gel repelente para pombos

Controle biológico

Barreira física para pombos

Armadilha luminosa

23

234

137

117

146

94

144

196

Gráfico 23. Porcentagem de métodos de controle não químico. Amostragem de 301 respostas.

8 – CONSIDERÇÕES GERAIS

As empresas de controle de pragas atuam em maior frequência nos serviços de

controle de baratas, seguida de roedores e formigas. Atuando mais nos setores

comerciais (44%), seguido do setor industrial (23%) e residência (18%). O que

mostra que o mercado vem mudando, pois a atuação nos setores era

homogênea, exceto em aeroportos.

37

A formulação raticida de maior frequência de utilização é o girassol que por sua

vez possui alta atratividade e palatabilidade, seguido do bloco parafinado e do pó

de contato. Mas em breve este ranking irá mudar, pois a formulação bloco

extusado está em uma posição de destaque no trabalho, como também vem a

ser uma formulação mais moderna, atrativa e palatável devido ao seu processo

de industrialização por extrusão.

A formulação inseticida de maior frequência no setor de controle de pragas é a

isca gel para o controle de baratas e formigas, seguida da formulação

concentrado emulsionável (CE) e suspensão concentrada (SC). Já a formulação

ME – Microencapsulada apresentou resultados menos expressivo, estando atrás

das formulações Gel, CE, SC e PS.

Os grupos químicos de inseticidas líquidos mais utilizados são Piretróides,

seguido dos Organofosforados e Fenil Pirazóis. Quanto aos princípios ativos dos

géis baraticidas há uma homogeneidade na utilização, exceto no ativo Propoxur

que possui baixa utilização e uma única marca.

Os controladores de pragas em sua maioria realizam a mistura de inseticidas

líquidos variados e distintos em uma única bomba inseticida para aplicação e

esta prática chega a 70% das empresas. Como também utilizam produtos já

associados (dois ou mais ativos em um único produto) que são devidamente

registrados no Ministério da Saúde, e que possuem ativos e ações inseticidas

diferenciadas.

Os métodos de aplicação mais utilizados são pulverização, seguida da iscagem e

do polvilhamento, sendo o mesmo resultado obtido em trabalhos anteriores como

em 2000, Corrêa e 2004, Ramos. E os produtos de uso restrito as entidades

especializadas são adquiridos pelos controladores de pragas em sua maioria em

distribuidores profissionais, seguido de agrorevendas e compras realizadas

diretamente do fabricante. E uma pequena parcela mencionou que realiza a

fabricação própria.

As características na escolha de um inseticida em ordem de importância são a

segurança, baixa toxicidade, baixo odor, alto residual e rápida mortalidade. Mas

os fatores decisivos no momento da compra de produtos Domissanitários são em

sua maioria a qualidade técnica do produto, seguido do menor preço e fabricante.

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A pesquisa de mercado mostra que as cinco marcas raticidas de maior

preferência do mercado em ordem de importância são a marca Ratol da

fabricante Chemone, seguido da marca Klerat da fabricante Syngenta, Rodilon da

fabricante Bayer, Rigon da fabricante Rogama e a marca Storm da fabricante

Basf. E os cinco fabricantes de raticidas de maior preferência do mercado em

ordem de importância são Chemone, Syngenta, Bayer, Bequisa e Rogama.

As seis marcas de inseticidas líquidos de maior preferência em ordem de

importância são o Demand da fabricante Syngenta, seguido do produto Tenopa

da fabricante Basf, Termidor também da Basf, Temprid da fabricante Bayer e

paralelamente as marcas Devetion da fabricante Bequisa e Fendona novamente

da fabricante Basf. Embora o mercado possua algumas restrições de uso quanto

ao Organofosforados, ainda assim o produto Devetion se encontra entre as

marcas mais utilizadas pelo controlador de pragas. E os cinco fabricantes de

inseticidas líquidos de maior preferência do mercado em ordem de importância é

a fabricante Syngenta, seguido da Basf, Bayer, Bequisa e Rogama.

As cinco marcas de géis baraticidas de maior preferência em ordem de

importância são o Maxforce da fabricante Bayer, seguido do produto Opthigard

da fabricante Syngenta, Blatum da fabricante Server Química, Colt da fabricante

Rogama e Atratol da fabricante Chemone. E os cinco fabricantes de géis

baraticidas de maior preferência do mercado em ordem de importância são a

fabricante Bayer, seguido da fabricante Syngenta, paralelamente Basf e

Chemone e por fim Server Química.

A preferência por fabricantes de produtos gerais no controle de pragas são em

primeiro lugar Bayer, seguida da Syngenta, Basf, Rogama, Bequisa e Chemone.

Neste Ranking apenas os fabricantes Rogama e Chemone são nacionais.

Os métodos de controles não químicos mais utilizados são placas adesivas para

captura de roedores, seguido de armadilhas luminosas para captura de insetos

voadores, gel repelente e barreiras físicas para pombos. Ressalte-se que nem

sempre é permitida ou indicada a utilização de rodenticidas em ambientes mais

sensíveis, como também armadilhas luminosas auxiliam significativamente no

controle de insetos voadores. Já no controle de pombos, deve-se considerar o

fato de não existirem produtos registrados para esta finalidade e nem

regulamentação para o controle em questão, embora o mesmo seja permitido

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conforme a IN 141. Já o CRMV possui uma normativa sobre o abate de aves, na

qual inclui os pombos, segundo a qual somente um médico veterinário pode

realizar tal procedimento.

9 – CONCLUSÕES

A pesquisa de mercado utilizando questionário online possibilitou a obtenção

de informações de empresas de todo território nacional, de forma que este trabalho

evita que se conte com uma maior participação do estado de São Paulo, que

contribui com apenas 28,71% das respostas. Outro aspecto importante é que o

responsável pela resposta, em sua grande maioria, ocupa alto cargo na empresa,

como sócio, diretor ou gerente.

De uma forma geral, a pesquisa permitiu obter informações que revelaram os

avanços no controle de pragas realizado por empresas especializadas, destacando:

frequência de serviços, frequência de uso, preferências, marcas mais utilizadas e

praticas de aplicação.

10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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11 – APÊNDICE 11.1 Questionário Online.

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11.2 Carta de apresentação.