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ANÁLISE DOS DADOS PROJETO MÃOS LIMPAS, PACIENTE SEGURO Novembro 2013 a Novembro 2014

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ANÁLISE DOS DADOS

PROJETO MÃOS LIMPAS, PACIENTE SEGURO

Novembro 2013 a Novembro 2014

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SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ

Michelle Caputo Neto

SUPERINTENDENTE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Eliane Chomatas

CHEFE DO CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Paulo Costa Santana

CHEFE DA DIVISÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM SERVIÇOS

Ana Maria Perito Manzochi

Setor de Vigilância Sanitária em Estabelecimentos de Saúde/ Coordenação do Projeto

Rua Piquiri, 170 – Curitiba/Paraná - CEP 80230 140

Fone (41) 3330-4542 / 3330-4542 - Fax (41) 3330-4535

e-mail: [email protected]

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COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PROJETO

MÃOS LIMPAS, PACIENTE SEGURO

Patrícia Capelo

Setor de Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde

ELABORAÇÃO

Patrícia Capelo

Setor de Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde

COLABORAÇÃO

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Centro de Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac”

Setor de Vigilância Sanitária em Estabelecimentos de Saúde/ Coordenação do Projeto

Rua Piquiri, 170 – Curitiba/Paraná - CEP 80230 140

Fone (41) 3330-4542 / 3330-4542 - Fax (41) 3330-4535

e-mail: [email protected]

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Implantação do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro. Avaliação da etapa 2013 - 2014. Estado do Paraná. Project Implementation Clean Hands , Safe Patient. Stage of assessment 2013 - 2014. State of Paraná. Patrícia Capelo Setor de Vigilância Sanitária em Estabelecimentos de Saúde Centro de Vigilância Sanitária Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, PR – Brasil

Introdução

A higienização das mãos é considerada a medida de maior impacto e

comprovada eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência a

saúde, uma vez que impede a transmissão cruzada de microrganismos. Estudos

mostram que uma maior adesão às práticas de higienização das mãos está

associada a uma redução nas taxas das infecções, mortalidade e transmissão de

microrganismos multirresistentes em serviços de saúde.

Embora a higienização das mãos seja uma ação simples, a não adesão a

essa prática pelos profissionais de saúde ainda é considerada um desafio no

controle de infecção dos serviços de saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs em âmbito mundial a

“Aliança Mundial para a Segurança do Paciente”, lançada em 2004, com o objetivo

de reduzir os riscos associados às infecções relacionadas à assistência à saúde.

O primeiro Desafio Global de Segurança do Paciente está focado na

higienização das mãos. Essa proposta tem como lema “Uma Assistência Limpa é

uma Assistência mais Segura”, e conta com o comprometimento de vários países do

mundo, com a inclusão do Brasil em 2007.

As diretrizes da OMS listam vários componentes que formam a estratégia

multimodal, por considerar ser esse um método mais confiável para oferecer

melhorias da higienização das mãos sustentadas nas unidades de saúde. A

estratégia multimodal envolve cinco componentes críticos a serem desenvolvidos

pelas unidades de saúde:

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Mudança de sistema: é um componente vital para a Implantação da Estratégia

Multimodal de Melhoria da Higienização das Mãos em Serviços de Saúde.

Envolve a infra-estrutura necessária na unidade para as práticas de higienização

das mãos. Sem as devidas melhorias locais, os outros componentes da

Estratégia Multimodal não serão efetivos;

Treinamento e educação: os profissionais de saúde necessitam de um

treinamento claro e sucinto sobre a importância da higienização das mãos,

especialmente direcionado para “Os cinco momentos para a higienização das

mãos” e para os procedimentos corretos de higienização antisséptica das mãos

com preparações alcoólicas (gel ou solução) e higienização simples das mãos

(água e sabonete líquido associado ou não a antissépticos);

Avaliação e retorno: a avaliação das práticas de higienização das mãos,

percepção e conhecimento sobre o tema nos serviços de saúde, são elementos

vitais para o planejamento e também para verificar se as mudanças

implementadas nesses serviços têm sido efetivas na melhoria da higienização

das mãos e redução das infecções relacionadas à assistência à saúde. Isto é

essencial para a sustentabilidade das práticas de higienização das mãos;

Lembretes no local de trabalho: os cartazes nos locais de trabalho são

importantes, pois servem como lembretes para os profissionais de saúde sobre a

necessidade das práticas de higienização das mãos, além de informarem

pacientes e visitantes a respeito do padrão de assistência que eles podem

esperar dos profissionais de saúde;

Clima de segurança institucional: se refere ao ambiente e às percepções de

segurança do paciente nos serviços de saúde, nos quais a melhoria da

higienização das mãos é considerada prioridade.

As diretrizes da OMS foram desenvolvidas para encorajar os profissionais de

saúde a higienizar as mãos no momento certo, podendo ser aplicadas em qualquer

unidade de saúde, independentemente do número de leitos ou complexidade.

Reconhecendo a importância da estratégia multimodal da OMS, o Centro de

Vigilância Sanitária, por meio do Setor de Vigilância Sanitária em Estabelecimentos

de Saúde, da Divisão de Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde, desenvolveu o

Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro.

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Objetivo geral

Implantar o Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro.

Objetivos específicos

Divulgar aos profissionais, administradores e gestores dos serviços de saúde o

programa de melhoria da higienização das mãos;

Oferecer conhecimento técnico para embasar os profissionais dos hospitais

participantes nas ações relacionadas à promoção das práticas de higienização

das mãos, visando à prevenção das infecções relacionadas à assistência à

saúde;

Contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de segurança do paciente;

Avaliar a implantação do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro.nos hospitais do

estado do Paraná.

Metodologia Inicialmente foi definido o Coordenador Estadual do Projeto Mãos Limpas,

Paciente Seguro junto à Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Na seqüência

foram realizadas reuniões com Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

com a finalidade de definição dos componentes da Estratégia Multimodal que seriam

desenvolvidos no estado.

Também foi realizada uma reunião com a enfermeira do Centro de Vigilância

Epidemiológica do estado de São Paulo (Coordenadora Estadual do Projeto Mãos

Limpas, São Mãos Mais Seguras), para conhecimento do trabalho desenvolvido

durante a implantação da Estratégia Multimodal no estado.

Considerando o trabalho por eles já desenvolvido desde a implantação do

projeto em 2011, com adaptação dos instrumentos da Estratégia Multimodal da OMS

para a Melhoria da Higienização das Mãos para a sua realidade e elaboração de

planilhas para captação de dados junto aos hospitais, foi possível o desenvolvimento

de uma parceria entre os estados (São Paulo e Paraná) para uso compartilhado

destas ferramentas, adaptando-as para a realidade do estado do Paraná;

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Na seqüência demos início à fase de preparação e impressão de materiais

educativos:

Cartaz autocolante: “Como fazer higienização das mãos com produto alcoólico” e

“Como fazer higienização das mãos com água e sabonete líquido”;

Cartaz: “Cinco Momentos para Higienização das Mãos”;

Folder: “As 9 recomendações chave para a melhoria das práticas de higienização

de mãos”;

Foi realizado um encontro com técnicos de Vigilância Sanitária do

estado/municípios e profissionais dos hospitais para orientação sobre o Projeto

Mãos Limpas, Paciente Seguro, sua etapas de implantação, duração, critérios para

adesão e entrega dos seguintes materiais de apoio:

Materiais educativos (cartaz autocolante, cartaz sobre os cinco momentos para

higiene das mãos e folder);

CD gravado contendo: instrumentos de avaliação, planilhas para consolidação de

dados, aulas em PowerPoint, bibliografia para consulta.

Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro

O Projeto consistiu na implantação da estratégia multimodal da OMS

adaptada para o estado do Paraná com a aplicação de três itens da estratégia

multimodal da OMS:

Mudança de sistema;

Treinamento e educação;

Lembretes no local de trabalho;

O público-alvo foram hospitais, independentemente do número de leitos ou

complexidade do estado do Paraná, de natureza privada, pública ou filantrópica. A

adesão se deu em caráter voluntário, tendo sido obrigatório o envio de termo de

consentimento assinado pela autoridade máxima da instituição de saúde.

Como critérios para adesão foi definido que o hospital deveria escolher pelo

menos uma unidade para implantação do projeto e que esta

deveria possuir no mínimo:

uma pia para cada 10 leitos (com acesso a sabonete líquido e papel toalha);

produto alcoólico para higiene de mãos no ponto de assistência ao paciente.

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A disponibilização de produto alcoólico em local de fácil acesso para os

profissionais que prestam assistência é condição fundamental para aumentar a

adesão à prática de higiene de mãos. Em nosso país esta prática tornou-se

obrigatória a partir da publicação da Resolução - RDC nº 42, de 25 de outubro de

2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade da

disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos

serviços de saúde do país.

Os Hospitais que fizeram a adesão ao Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro

identificaram um responsável para coordenar as ações e enviar os indicadores de

avaliação para a coordenação estadual.

Nas unidades hospitalares a implantação do Projeto se deu em quatro etapas:

Etapa 1 - Preparação da unidade: definição da unidade alvo do projeto com

base na complexidade dos serviços e nos recursos disponíveis. Até o final desta

etapa a unidade selecionada deverá ter concluído todas as melhorias

necessárias para que as condições estruturais mínimas tenham sido atendidas

antes do início da próxima etapa;

Etapa 2 - Avaliação básica: aplicação dos instrumentos de avaliação para três

indicadores de melhoria:

Avaliação do consumo mensal de produto alcoólico para higienização das

mãos;

Avaliação da estrutura da unidade;

Avaliação da percepção e conhecimento dos profissionais.

Etapa 3 - Capacitação: realização de capacitação teórica e prática em higiene

de mãos, utilizando o material fornecido pela coordenação estadual (aulas e

vídeos);

Etapa 4 - Avaliação final: aplicação dos instrumentos de avaliação dos

indicadores de melhoria aplicados na Etapa 2.

Essas etapas tiveram duração de 12 meses, com início em novembro de 2013

e término em novembro de 2014.

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Resultados

1. Adesão ao Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro

Após o evento de lançamento do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, em

outubro de 2013, 48 hospitais, com 71 unidades de assistência, encaminharam o

Termo de Adesão à Coordenação Estadual. Porém, após um ano de duração do

Projeto, 31 hospitais, com 51 unidades de assistência, finalizaram e encaminharam

todos os indicadores solicitados (Gráfico 1).

48

31

71

51

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2013 2014

HOSPITAISUNIDADES

Gráfico 1 – Adesão dos hospitais do estado do Paraná ao Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro no período de novembro de 2013 a novembro de 2014. 2. Caracterização dos hospitais que participaram do Projeto Mãos Limpas,

Paciente Seguro

Natureza N° % Público 11 35%

Privado 12 39%

Filantrópico 8 26% Total 31 100%

Tabela 1 – Hospitais segundo Natureza Jurídica, Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, novembro 2013 / novembro 2014 – estado do Paraná.

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Em relação à Natureza Jurídica dos 31 hospitais que concluíram as etapas do

Projeto, 35% (11/31) eram de natureza Pública, 39% (12/31) de natureza Privada e

26% (8/31) de natureza Filantrópica (Tabela 1).

Unidade N° % UTI 24 47%

Não UTI 27 53% Total 51 100%

Tabela 2 – Tipos de unidades de assistência envolvidas no Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro – período: novembro 2013 / novembro 2014 – estado do Paraná.

A adesão dos hospitais ao Projeto foi condicionada à escolha

de pelo menos uma unidade de assistência para sua implantação, sendo que alguns

hospitais optaram em implantar o Projeto em mais de uma unidade. No total, 51

unidades fizeram parte do Projeto, sendo: 24 Unidades de Terapia Intensiva (47%) e

27 Unidades classificadas como “Não UTI” (53%) – exemplo: Centro Cirúrgico,

Centro Obstétrico, Central de Materiais Esterilizados, Pronto Atendimento,

Ambulatórios, entre outros. (Tabela 2).

Natureza N° de leitos % Público 306 38%

Privado 297 37%

Filantrópico 205 25% Total 808 100%

Tabela 3 - Número de leitos das unidades participantes de acordo com a Natureza Jurídica- Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014, estado do Paraná. Em relação ao número de leitos existentes nestas unidades, o Projeto

envolveu 808 leitos no total, sendo a maior parte representada por hospitais de

natureza Pública – 38% (306/808), seguido dos leitos em hospitais Privados – 37%

(297/808) e Filantrópicos – 25% (205/808) (Tabela 3).

3. Análise dos Indicadores de Melhoria

A seguir serão apresentados os resultados obtidos por meio de três

indicadores de melhoria esperados com a implantação deste Projeto:

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avaliação do consumo mensal de produto alcoólico;

avaliação da estrutura para higienização das mãos na(s) unidade(s) envolvidas

no Projeto;

avaliação sobre a percepção e conhecimento dos profissionais em relação à

importância da higienização das mãos durante a assistência.

3.1 Avaliação do consumo mensal produto alcoólico para higienização das mãos

O consumo de produto alcoólico representa um indicador indireto de adesão à

prática de higiene de mãos. Para a coleta desta informação cada hospital pode

definir o método a ser utilizado, de acordo com a organização do serviço, sendo

iniciada a partir do momento em que os produtos foram disponibilizados no ponto de

assistência ao paciente.

36

43

47 4947 47 46

4541 41

40 40 40

0

10

20

30

40

50

60

nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14

Gráfico 2 - Número de unidades que enviaram mensalmente a Avaliação de Consumo de Produto - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014, estado do Paraná.

Conforme observado no Gráfico 2, 43 unidades (84,3%) conseguiram fazer a

avaliação de consumo de produto alcoólico a partir do mês de novembro/2013. Nota-

se que a partir do mês de dezembro/2013 o envio desta informação foi constante

para a maioria das unidades envolvidas, ocorrendo uma leve queda nos meses de

junho a novembro/2014.

N = 51 LEITOS

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Este indicador foi calculado mensalmente por meio da seguinte fórmula:

quantidade de produto alcoólico utilizada no mês (ml) / número de pacientes/dia.

27,13

23,26 23,96 24,09 25,03 25,1226,6 26,76

28,4727,18

29,23 28,56

31,66

0

5

10

15

20

25

30

35

nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14

Gráfico 3 - Consumo de produto alcoólico em ml por paciente-dia e linha de tendência - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014, estado do Paraná.

Observa-se no Gráfico 3 que houve um aumento no consumo mensal de

produto alcoólico para todas as unidades avaliadas, com 27,13 ml/pcte-dia em

novembro/13 contra 31,66 ml/pcte-dia em novembro/14. Em tempo, o consumo

mínimo preconizado pela Organização Mundial da Saúde é 20 ml/pcte-dia.

20,6717,5

19,06 18,7721,28 21,85 21,35

23,42

33,4235,07

37,04 37,01 38,4636,27 37,38 36,9 37,78

34,14

40,32 39,51

43,66

20,25

14,82 14,74 14,76 15,61

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14

NÃO UTI

UTI

Gráfico 4. Consumo de produto alcoólico em ml por paciente-dia, comparação entre UTI e outras unidades fora da UTI- Projeto

Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

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Ao compararmos o consumo de produto alcoólico entre as Unidades de

Terapia Intensiva (UTI) e outras unidades, consideradas no início deste artigo como

“Não UTI”, foi possível perceber um consumo maior do produto nas primeiras

unidades (Gráfico 4). No entanto, esta diferença deveria ser ainda maior se

considerarmos o número de procedimentos aos quais pacientes críticos são

submetidos diariamente.

12,2 13,817

32,2

45,3

12,3

19,6

27,8

43,2

70,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

P10 P25 P50 P75 P90

nov/13nov/14

Gráfico 5. - Comparação da distribuição em percentis do consumo de produto alcoólico nas UTIs entre o mês de novembro/2013 (início do Projeto) e o mês de no mês de novembro/2014 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro - estado do Paraná.

O aumento no consumo de produto alcoólico fica mais evidente quando

comparamos o consumo no mês de novembro/13 e no mês de novembro/14 nos

percentis 10 a 90. Nas UTIs, avaliação realizada dessa forma revela um aumento no

consumo de produto alcoólico em todos os percentis (Gráfico 5), com mediana de 17

ml/pcte-dia no início do Projeto e 27,8 ml/pcte-dia ao final do Projeto, demonstrando

de forma positiva um incremento na adesão destas unidades.

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6,210,5

2533

38

9,9 11,1

22,6

63

90,9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

P10 P25 P50 P75 P90

nov/13nov/14

Gráfico 6. - Comparação da distribuição em percentis do consumo de produto alcoólico nas Unidades fora da UTI (“Não UTIs) entre o mês de novembro/2013 (início do Projeto) e o mês de no mês de novembro/2014 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro - estado do Paraná.

Para as unidades fora da UTI (Não UTIs) o aumento no consumo de produto

alcoólico aconteceu mais expressivamente nos percentis 75 e 90, sendo que na

mediana (P50) esse fenômeno não ocorre, havendo um leve queda do consumo.

Por meio desta análise foi possível perceber que algumas unidades fora da UTI

(cerca de 25%) praticamente dobraram o consumo de álcool para higienização das

mãos (P75 e P90), enquanto as demais, mesmo após a intervenção do Projeto,

mantiveram consumos similares aos que faziam antes (P10, P25 e P50) (Gráfico 6).

3.2 Avaliação sobre a Estrutura das Unidades

A informação sobre os recursos disponíveis para a adequada prática da

higienização das mãos nas unidades durante a Etapa 2 (avaliação inicial) e

posteriormente na Etapa 4 (avaliação final) foram realizadas e comparadas com a

finalidade de evidenciar as mudanças ocorridas no sistema após a implantação do

Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro.

Para essa avaliação foram avaliados itens relacionados à estrutura geral das

unidades, bem como itens específicos relacionados à existência e funcionamento de

pias e dispensadores de produto alcoólico.

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Em relação à avaliação geral das unidades foram definidos sete indicadores,

coletados por meio da observação direta, sendo eles:

Indicador 1: existe pelo menos uma pia exclusiva para higiene das mãos para

cada 10 leitos de internação?

Indicador 2: existe preparação alcoólica para higienização das mãos disponível

na unidade?

Indicador 3: a preparação alcoólica está colocada ao alcance das mãos no

ponto de assistência?

Indicador 4: houve treinamento específico para higienização de mãos há menos

de 1 ano?

Indicador 5: cartazes/lembretes de promoção da higienização das mãos estão

expostos nesta unidade?

Indicador 6: as diretrizes escritas com as recomendações sobre higienização

das mãos estão acessíveis nesta unidade?

Indicador 7: as luvas de procedimento (descartáveis) estão disponíveis nesta

unidade?

Gráfico 7 – Avaliação da estrutura básica para higienização das mãos. Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

4% 72,5

80,4

78,4

76,5

74,5

76,5

82,3

78,4

82,3

82,3

82,3

82,3

80,4

82,3

66 68 70 72 74 76 78 80 82 84

Existe pelo menos uma pia exclusiva para higiene dasmãos para cada 10 leitos de internação?

Existe preparação alcoólica para higienização das mãosdisponível na unidade?

O produto alcoólico existente está colocado ao alcance dasmãos no ponto de assistência/tratamento?

Houve treinamento específico para higienização das mãosrealizado há menos de 1 ano?

Cartazes/lembretes de promoção da higienização dasmãos estão expostos nesta unidade?

As diretrizes escritas com as recomendações sobrehigienização das mãos estão acessíveis nesta unidade?

As luvas de procedimento (descartáveis) estão disponíveisnesta unidade?

ETAPA 4

ETAPA 2

4%

8%

6%

4%

2%

6%

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Ao analisarmos os dados do Gráfico 7 observamos que na avaliação final

(Etapa 4) as unidades apresentaram melhoria em todos os itens relacionados à

estrutura básica das unidades, exceto em relação à disponibilidade de luvas de

procedimento nos setores (82,3%). O uso de luvas de procedimento é um

Equipamento de Proteção Individual muito importante para seguranças dos

profissionais e estratégias devem ser adotadas para incrementar o uso deste

dispositivo entre os trabalhadores. Entretanto, destacamos que seu uso não substitui

a higienização das mãos por parte destes profissionais.

Os demais indicadores apresentaram um mínimo de 78,4% de conformidade

(item referente à existência de uma pia exclusiva para higiene das mãos para cada

10 leitos), sendo que ao compararmos os dados da Etapa 2 e Etapa 4, as melhorias

variaram entre 2% a 8%.

Para avaliar a infra-estrutura mínima necessária para uso das pias destinadas

à higiene de mãos foram selecionados quatro indicadores:

presença de sabonete líquido ou antisséptico;

dispensador de sabonete líquido em funcionamento;

presença de papel toalha;

dispensador de papel toalha em funcionamento.

Gráfico 8 -. Avaliação da estrutura mínima para higienização das mãos - avaliação das pias Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

93,65 93,65

95,3 95,0394,74

97,11

90,26

92,37

86

88

90

92

94

96

98

Presença de saboneteliquido ou antisséptico

Dispensador desabonete em

funcionamento

Presença de papeltoalha

Dispensador de papelem funcionamento

ETAPA 2ETAPA 4

5% 1,1% 3,5% 2,7%

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No Gráfico 8 observamos que na Etapa 2 (início do Projeto) as unidades já

apresentavam índices de conformidade elevados para todos os indicadores

avaliados (mínimo de 93,65%), com um aumento pouco significativo (mínimo de

97,11%) nos indicadores relacionados à presença de sabonete líquido e

funcionamento destes dispensadores na Etapa 4 (final do Projeto).

Em relação aos indicadores relacionados à presença de papel toalha e

funcionamento destes dispensadores, houve queda de 5% e 2,7% respectivamente

na comparação entre as Etapas 2 e 4.

362

389

345

350

355

360

365

370

375

380

385

390

395

ETAPA 2 ETAPA 4

ETAPA 2ETAPA 4

Gráfico 9 - Avaliação da estrutura mínima para higienização das mãos - quantidade de pias Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

Em relação à quantidade de pias disponíveis nas unidades, houve um

aumento de 7% na comparação realizada entre as Etapas 2 e 4, conforme

demonstrado no Gráfico 9.

Para avaliação da infra-estrutura mínima relacionada aos dispensadores de

produto alcoólico para higienização das mãos, foram selecionados dois indicadores:

presença de dispensador de produto alcoólico abastecido no ponto de

assistência;

dispensador de produto alcoólico em funcionamento.

7%

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77,32 76,51

97,71 97,87

0

20

40

60

80

100

120

Dispensador de produto alcoólicoabastecido

Dispensador de produto alcoólico emfuncionamento

ETAPA 2ETAPA 4

Gráfico 10 -. Avaliação da estrutura mínima para higienização das mãos - avaliação dos dispensadores de produto alcoólico. Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

Foi observada a melhoria em 20,4% no abastecimento dos dispensadores de

produto alcoólico nos pontos de assistência, quando comparadas as Etapas 2 e 4 do

Projeto. Também houve melhoria em 21,4% no funcionamento destes dispensadores

(Gráfico 10).

613 611

0

100

200

300

400

500

600

700

ETAPA 2 ETAPA 4

Gráfico 11 - Avaliação da estrutura mínima para higienização das mãos - avaliação da quantidade de dispensadores de produto alcoólico disponíveis nos pontos de assistência. Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

20,4% 21,4%

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Em relação à quantidade de dispensadores de produto alcoólico disponíveis

nos pontos de assistência a mudança não foi significativa, com 613 dispensadores

na Etapa 2 (início do Projeto) e 611 na Etapa 4 (final do Projeto), conforme Gráfico

11.

3.3 Avaliação da Percepção e Conhecimento dos Profissionais sobre a importância da higienização das mãos

Para avaliar a percepção e o conhecimento dos profissionais de saúde sobre

a importância da higienização das mãos foi necessário identificar os fatores que

influenciam a adesão dessa prática nos serviços de saúde, bem como identificar

quais as possibilidades de melhoria.

Os questionários de avaliação foram aplicados para os profissionais das

unidades onde o Projeto foi implantado tanto na Etapa 2 (início do Projeto e

considerado o período pré-capacitações) como na Etapa 4 (final do Projeto e

considerado o período pós-capacitações). Foram respondidos 1089 questionários na

Etapa 2 e 1036 na Etapa 4.

Figura 1 - Questionários aplicados e capacitações realizadas. Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

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Foram realizadas 202 capacitações teóricas e

práticas relacionadas à higienização das mãos , com 1674 profissionais capacitados,

conforme demonstrado na Figura 1.

A diferença entre o número de questionários respondidos na Etapa 4 e 2

justifica-se pelo fato de que em alguns hospitais outros profissionais de diferentes

unidades não pertencentes ao Projeto também foram capacitados.

Para avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da

higienização das mãos nos serviços de saúde, cinco indicadores foram

selecionados:

as lideranças apóiam e promovem a higiene das mãos?

o hospital disponibiliza a preparação alcoólica para a higiene das mãos no ponto

de assistência?

os cartazes sobre higiene das mãos estão expostos nos pontos de assistência?

todo profissional de saúde é treinado para higienização das mãos?

instruções claras e simples sobre higienização das mãos estão visíveis?

Estes indicadores foram categorizados em uma escala de avaliação que

variou entre: péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.

Os gráficos 12, 13, 14, 15 e 16 apresentam os resultados encontrados.

AS LIDERANÇAS APOIAM E PROMOVEM A HIGIENE DAS MÃOS?

2,02 1,45 2,94 2,22

10,567,63

37,8335,04

45,36

51,35

0

10

20

30

40

50

60

ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4

PESSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

Gráfico 12 – Avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos – As lideranças apóiam e promovem a higiene das mãos? Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

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O HOSPITAL DISPONIBILIZA A PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA A HIGIENE DAS MÃOS NO

PONTO DE ASSISTÊNCIA?

0,55 0,58 1,1 1,165,51 6,95

34,25 36,1

57,5852,61

0

10

20

30

40

50

60

70

ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4

PESSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

Gráfico 13 – Avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos – O hospital disponibiliza a preparação alcoólica para a higiene das mãos no ponto de assistência? Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

OS CARTAZES SOBRE HIGIENE DAS MÃOS ESTÃO EXPOSTOS NOS PONTOS DE ASSISTÊNCIA?

2,94 1,455,88

3,286,52 5,98

37,19 36,39

46,3750,1

0

10

20

30

40

50

60

ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4

PESSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

Gráfico 14 – Avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos – Os cartazes sobre higiene das mãos estão expostos nos pontos de assistência? Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

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TODO PROFISSIONAL DE SAÚDE É TREINADO EM HIGIENE DAS MÃOS?

32,78

25,9723,05

19,69 20,222,39

10,84

18,53

8,45 9,65

0

5

10

15

20

25

30

35

ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4

PESSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

Gráfico 15 – Avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos – Todo profissional de saúde é treinado em higiene das mãos? Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

INSTRUÇÕES CLARAS E SIMPLES SOBRE HIGIENE DAS MÃOS ESTÃO VISÍVEIS?

13,59

7,05

20,39

13,22

21,4

13,22

22,87

34,17

16,62

27,61

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4 ETAPA 2 ETAPA 4

PESSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

Gráfico 16 – Avaliação da percepção dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos – Instruções claras e simples sobre higiene das mãos estão visíveis? Comparação entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

PÉSSIMO RUIM REGULAR BOM ÓTIMO

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Os indicadores demonstrados nos Gráficos 12, 13 e 14, foram avaliados pela

maioria dos hospitais como bons ou ótimos, tanto na Etapa 2 (início do Projeto)

como na Etapa 4 (final do Projeto).

Em relação ao indicador sobre treinamento de todos os profissionais de saúde

para higienização das mãos (Gráfico 15), a avaliação foi considerada péssima pela

maioria dos hospitais em ambas as Etapas do Projeto. Esse fato reforça a

dificuldade relatada pelos serviços relacionada à alta rotatividade de profissionais,

dificultando que esta meta consiga ser atingida e melhorada.

O indicador do Gráfico 16 (instruções claras e simples sobre higienização das

mãos estão visíveis?) obteve uma avaliação variando entre ruim e bom em ambas

as Etapas.

A avaliação sobre o conhecimento dos profissionais em relação à importância

da higienização de mãos nos serviços de saúde foi realizada por meio das seguintes

perguntas, cujas respostas deveriam ser consideradas como “verdadeiras” ou

“falsas”:

friccionar as mãos com preparação alcoólica é mais rápido do que higienizar as

mãos com água e sabão?

friccionar as mãos com preparação alcoólica é mais eficaz contra os

microorganismos do que higienizar as mãos com água e sabão?

a preparação alcoólica deve cobrir todas as superfícies de ambas as mãos?

as mãos devem estar secas antes da aplicação do produto alcoólico?

as mãos podem ser seca com papel toalha após fricção das mãos com

preparação alcoólica?

o tempo mínimo necessário para eliminar os microorganismos das mãos é 20

segundos?

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Gráfico 17 – Conhecimento dos profissionais sobre a importância da higienização das mãos, comparação em percentual (%) entre a Etapa 2 (início do Projeto) e a Etapa 4 (final do Projeto) - Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, período de novembro/2013 a novembro/2014 - estado do Paraná.

O percentual de respostas corretas no Gráfico 17 chama a atenção para o

fato de ter ocorrido pouca diferença entre as respostas obtidas na Etapa 2 (pré

capacitação) e na Etapa 4 (pós capacitação), exceto para a pergunta: “Friccionar as

mãos com preparação alcoólica é mais eficaz contra os microorganismos do que

higienizar as mãos com água e sabão?”. Dos profissionais avaliados, somente

27,92% consideravam esta afirmativa correta antes da capacitação, sendo que este

percentual permaneceu abaixo do esperado (52,8%) mesmo após as capacitações.

4. Questionário aplicado aos hospitais participantes ao final do Projeto

Para avaliar a implantação do Projeto nos hospitais foi aplicado um

questionário on-line direcionado aos coordenadores dos 31 hospitais participantes,

com resposta de 77,4% destes (24/31). Seguem as respostas ao questionário.

Pergunta 1: O hospital já possuía ações/programas direcionados para incentivo

à higienização de mãos antes do início do Projeto? (exceto campanhas anuais).

68,23

27,92

88,71

83,2

81,63

59,69

76,93

52,8

88,32

83,2

85,91

74,13

0 20 40 60 80 100

1. Friccionar as mãos com preparaçãoalcoólica é mais rápido do que

higienizar as mãos com água e sabão?

2. Friccionar as mãos com preparaçãoalcoólica é mais eficaz contra os

microorganismos do que higienizar as

3. A preparação alcoólica deve cobrirtodas as superfícies de ambas as mãos?

4. As mãos devem estar secas antes daaplicação do produto alcoólico?

5. Pode-se secar as mãos com papeltoalha após fricção das mãos com a

preparação alcoólica?

6. O tempo mínimo necessário paraeliminar os microorganismos das mãos é

20 segundos?

ETAPA 4

ETAPA 2

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N° %

SIM 14 58,33%

NÃO 10 41,67%

Total 24 100%

Tabela 4 - Número de hospitais que possuíam programas direcionados ao incentivo à prática de higienização das mãos antes de adotarem o Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, estado do Paraná.

Observa-se na Tabela 4 que 41,67% dos hospitais não desenvolviam ações

sistemáticas para incentivo à prática da higienização das mãos.

Pergunta 2: Assinale o grau de dificuldade (fácil, difícil ou não realizado)

encontrado para as seguintes ações:

capacitação da equipe de enfermagem;

capacitação da equipe médica;

capacitação das equipes multiprofissionais (fisioterapia, nutrição, psicologia,

etc.);

capacitação dos profissionais do plantão noturno;

aplicação dos questionários de percepção e conhecimento;

preenchimento dos consolidados (planilha Excel) referentes aos

questionários;

manutenção de regularidade na dispensação de produto alcoólico;

fixação dos adesivos e dos cartazes sobre os cinco momentos para higiene

das mãos;

avaliação mensal do consumo de produto alcoólico nas unidades do projeto;

adequação da estrutura para higiene das mãos nas unidades: pias e

dispensadores de sabão líquido / papel toalha;

adequação da estrutura para higiene das mãos nas unidades

: dispensadores de produto alcoólico

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AÇÕES

DESENVOLVIDAS FÁCIL % DIFÍCIL % NÃO

REALIZADO %

Capacitação da equipe de enfermagem

22 91,67% 2 8,33% __ __

Capacitação da equipe médica 3 12,50% 18 75% 3 12,50%

Capacitação das equipes multiprofissionais

16 66,67% 6 25% 2 8,33%

Capacitação dos profissionais do plantão noturno

12 50% 12 50% __ __

Aplicação dos questionários de percepção e conhecimento

21 87,50% 3 12,50% __ __

Preenchimento dos consolidados (planilha Excel) referentes aos questionários

21 87,50% 3 12,50% __ __

Manutenção de regularidade na dispensação de produto alcoólico

18 78,26% 5 21,74% 1 4,17%

Fixação dos adesivos e dos Cartazes sobre os cinco momentos para higiene das mãos

22 91,67% 2 8,33% __ __

Avaliação mensal do consumo de produto alcoólico nas unidades do projeto

19 79,17% 5 20,83% __ __

Adequação da estrutura para higiene das mãos nas unidades: pias e dispensadores de sabão líquido / papel toalha

16 66,67% 5 20,83% 3 12,50%

Adequação da estrutura para higiene das mãos nas unidades: dispensadores de produto alcoólico

18 75% 5 20,83% 1 4,17%

Tabela 5 – Grau de dificuldade encontrado no desenvolvimento do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, estado do Paraná.

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A maior dificuldade encontrada em 75% dos hospitais foi relacionada à

capacitação das equipes médicas, sendo que 12,5% dos hospitais não realizaram a

capacitação com esses profissionais.

Outro dado interessante diz respeito à capacitação dos profissionais do

plantão noturno. Em 50% dos hospitais essa ação foi considerada fácil e em outros

50% a mesma ação foi considerada difícil.

Pergunta 3: Assinale entre as alternativas abaixo, quais foram as melhorias obtidas

com a implantação o Projeto

MELHORIAS

NÚMERO %

Capacitação das equipes 20 90,91% Aumento no consumo de produto alcoólico para hm 20 90,91%

Maior envolvimento dos profissionais 16 72,73% Apoio da administração às questões relacionadas à higiene de mãos

16 72,73%

Apoio do serviço de higiene e limpeza 14 63,64%

Desenvolvimento de material próprio para incentivo às práticas de higienização das mãos

11 50%

Estruturais 7 31,82% Criação de uma equipe responsável pelas ações de higiene das mãos dentro do hospital

2 9,09%

FICHAS PREENCHIDAS 22 91,67%

NÃO RESPONDERAM 2 8,33% Tabela 6 – Melhorias obtidas com a implantação do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro, estado do Paraná.

Chamam a atenção as melhorias obtidas em 90,91% dos hospitais nos itens

relacionados à capacitação das equipes e aumento no consumo de produto

alcoólico. Também merece destaque as melhorias encontradas em 72,73% dos

hospitais e que estão relacionadas ao maior envolvimento dos profissionais com as

práticas de higienização das mãos e apoio da administração (Tabela 6).

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Pergunta 4: Com relação à continuidade do Projeto (poderá ser assinalada mais de

uma resposta):

CONTINUIDADE

NÚMERO °

%

Pretende expandir o Projeto para outras unidades 18 75%

Gostaria de dar continuidade a uma possível segunda fase do Projeto

20 83,33%

Ao término do Projeto não realizará mais nenhuma atividade complementar que seja proposta

___ ___

Tabela 7 – Número de hospitais que participaram do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro com interesse em dar continuidade ao Projeto, estado do Paraná.

Dos hospitais que responderam a avaliação 83% gostariam de dar

continuidade a uma segunda fase do Projeto e 75% pretendem expandi-lo para

outras unidades.

Pergunta 5: Assinale as dificuldades encontradas (poderá ser assinalada mais de

uma resposta):

DIFICULDADES

NÚMERO °

%

Pouca ou nenhuma dificuldade 10 41,67%

Apesar de possuir estrutura suficiente não houve adesão dos profissionais às práticas de higiene de mãos

6 25%

Não foi possível trocar o produto alcoólico avaliado negativamente por produto de melhor qualidade dificultando a adesão dos profissionais

3 12,50%

O tempo gasto nas ações propostas pelo projeto foi incompatível com as atividades rotineiramente desenvolvidas no hospital

3 12,50%

Não houve apoio da unidade onde o projeto foi implantado

1 4,17%

Outras dificuldades 6 25% Tabela 8 – Dificuldades encontradas pelos hospitais que participaram do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro - estado do Paraná.

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Partes dos hospitais relataram pouca ou nenhuma dificuldade para condução

do Projeto (41,67%). Entretanto, 25% dos hospitais que responderam ao

questionário informaram a existência de outros tipos de dificuldades não

relacionadas com os itens descritos na tabela acima, tais como:

“Apoio dos médicos”;

“Dificuldade na devolução dos questionários na segunda etapa”;

“Falta de tempo para conferir o uso do álcool”;

“Não foi possível colocar mais pias para a lavagem das mãos com sabonete

líquido devido não ter espaço na unidade”;

“Não houve boa aceitação de alguns membros da equipe principalmente médica”;

“Preconceito pelo uso do álcool gel e a equipe de enfermagem tem dificuldade

em manter a rotina do uso do produto alcoólico caso não seja cobrado

permanentemente”.

Pergunta 6: Na sua avaliação final o Projeto foi:

N° %

REGULAR

BOM 16 66,67%

ÓTIMO 8 33,33%

Total 24 100% Tabela 9 – Avaliação final do Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro - estado do Paraná.

O Projeto foi considerado bom pela maioria dos hospitais entrevistados

(66,67%) e ótimo para 33,3%. (Tabela 9).

Conclusão

O Projeto Mãos Limpas, Paciente Seguro contribuiu de forma expressiva para

que os hospitais pudessem desenvolver ações para melhoria na adesão à

higienização de mãos nas unidades participantes, no entanto existe a necessidade

de que estas ações sejam sustentadas e expandidas.

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Dessa forma, o Centro de Vigilância Sanitária, por meio da Divisão de

Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde, pretende dar continuidade ao Projeto em

nova etapa.

Houve também melhoria gradual da relação entre hospitais e Vigilância

Sanitária durante a condução do Projeto, uma vez que o monitoramento dos dados

realizado mês a mês estabelece maior proximidade entre ambos. Esse fato,

possibilitou inúmeras vezes o esclarecimento de dúvidas e a melhoria na qualidade

dos dados enviados à Coordenação Estadual, evitando o envio de dados coletados

de forma errada ou mesmo a desistência por parte dos hospitais para finalização do

Projeto.

Bibliografia

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http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/manual_integra.pdf

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em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf

3. ANVISA. Guia para Implantação da Estratégia Multimodal de Melhoria da

Higienização das Mãos em Serviços de Saúde. Disponível em:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/723a3f0040ab1bfc9ac7db45e19

b1501/guia_de_implement.pdf?MOD=AJPERES

4. ANVISA. Manual para Observadores.Disponível em: http:/

www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_oms/manual_para_observad

ores-miolo.pdf.

5. Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf

6. Resolução – RDC nº 42, de 25 de outubro de 2010. Disponível em:

http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/105968-42.html

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7. OMS. WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. Disponível em:

http://whqlibdoc.who.int/publications/2009/9789241597906_eng.pdf

8. OMS. A Guide to the Implementation of the WHO Multimodal Hand Hygiene

Improvement Strategy. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/hq/

2009/WHO_IER_PSP_2009.02_eng.pdf

9. Michael Behnke, PhD; Petra Gastmeier, MD; Christine Geffers, MD; Nadine

Mönch, 10. MD; Christiane Reichardt, MD.Establishment of a National Surveillance

System for Alcohol-Based Hand Rub Consumption and Change in Consumption over

4 Years. Infection Control and Hospital Epidemiology, vol. 33, n. 6 (June 2012), pp.

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