análise da conjuntura econômica ao cmp

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ANÁLISE ECONÔMICA ANÁLISE ECONÔMICA DATA BASE 08 DE SETEMBRO DE 2009. DATA BASE 08 DE SETEMBRO DE 2009.

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Economy & Finance


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Page 1: AnáLise Da Conjuntura EconôMica Ao Cmp

ANÁLISE ECONÔMICA ANÁLISE ECONÔMICA

DATA BASE 08 DE SETEMBRO DE 2009.DATA BASE 08 DE SETEMBRO DE 2009.

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CENÁRIO INTERNACIONAL

No cenário internacional os sinais de fim da crise – ou da queda – vão se acumulando.

O mais comentado nessa terça-feira 8 de setembro foi o resultado da produção industrial na Inglaterra: crescimento de 0,5% em julho na comparação com o mês anterior. Trata-se do primeiro resultado positivo desde 2006 e acima das projeções dos analistas econômicos.

A alta se deveu em particular ao crescimento da produçãoautomobilística, o que acabou ‘puxando’ os demais setores manufatureiros. No acumulado do ano o resultado é ainda, porém,catastrófico.

A produção industrial entre julho de 2008 e julho de 2009 recuou 9,3%.

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Outro ponto de destaque nas discussões recentes foi a proposta da ONU da criação de uma moeda mundial em substituição ao dólar. Trata-se de uma ingenuidade sem limites.

O enfraquecimento recente do dólar, provocado tanto pelos gigantescos déficits americanos, como pela generosa injeção de recursos públicos no sistema financeiro, fez com que os agentes econômicos –notadamente os Bancos Centrais pelo mundo - ajustassem suas Carteiras tentando reduzir sua exposição ao dólar volátil em nome de outras moedas ‘mais estáveis’.

Esse tipo de movimento é natural em uma economia de trocas voluntárias e está longe de significar a derrocada do dólar comomoeda de referência internacional.

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Em primeiro lugar, caso o dólar deixe de ser a moeda dereferência, os Bancos Centrais que acumularam significativas reservas nessa moeda – como o caso do Brasil e da China – sofreriam uma perda relativa de riquezas significativa.

A estes países, pois, não interessa de fato a derrocada dodólar, exceto em discursos públicos ou como forma de propaganda.

Outro ponto importante é que a moeda americana está ancoradaem uma economia gigantesca (a maior do mundo), diversificada e inovadora em um país de mais longa tradição democrática e que jamais deu o calote em seus credores. Essas são propriedades que nenhum outro país do mundo possui – a União Européia é uma colcha de retalho de países distintos, a China é uma ditadura, etc. – e que dão forças naturais ao dólar.

Quem confiaria em um órgão ao estilo da ONU – político e cheio de vícios – como Banco Central do mundo?

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Uma importante questão também é deixada de lado nessasdiscussões acadêmicas.

O fato de os EUA emitirem a moeda de referência lhes confereum privilégio ‘exorbitante’: são os Estados Unidos quem determinam a taxa de juros do mundo – todos os países precisam olhá-lo como referencial – e o permite ter grandes déficits internacionais sem colocar sua economia em xeque.

Esse tipo de privilégio jamais, em toda história humana, foi abandonado por livre e espontânea vontade. A derrocada da Libra Esterlina exigiu duas Guerras Mundiais.

E isso está longe de ser a realidade atual.

Fica, então, o aviso. Toda essa conversa que vez por outra surgesobre o fim do dólar é pura parolagem.

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CENÁRIO NACIONAL A decisão tomada pelo Conselho de Política Monetária (COPOM)na semana passada não foi nenhuma surpresa para aqueles que acompanham esse relatório.

Há muito que o mercado deixou de esperar novos cortes na selic, de modo que a manutenção de seu patamar já fora há muito ‘precificada’. Mas uma questão mais interessante é a seguinte: Por que oCOPOM decidiu manter a selic em 8,75%? Na moderna teoria econômica, a explicação para os aumentos,reduções e manutenções da taxa básica de juros é determinadapor uma equação chamada de regra de Taylor.

A despeito dos detalhes técnicos, o que essa equação nos diz éque os juros devem subir (cair) quando a inflação esperada é maior (menor) que a meta de inflação, e/ou quando o produtoestá crescendo acima (abaixo) da sua taxa natural (taxa de crescimento que não pressiona a oferta no sentido de provocar aumentos no nível geral de preços).

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No Brasil o que se verificava naquele momento era uma inflação esperada abaixo do centro da meta – 4,3% contra 4,5% - e oproduto crescendo a uma taxa ainda bastante inferior à suataxa normal (natural, média, etc.). Uma análise mais superficial da regra nos teria dito que o BACEN iria cortar os juros, maspor que isso não aconteceu? Um detalhe importante negligenciado nas formas mais simples da regra de juros (de Taylor) – sendo a que os jornalistas econômicos têm em mente, em geral – é a questão da defasagem da condução e da formulação da política monetária.

O BACEN, seguindo os passos do FED (o Banco Central dos EUA) decidiu se pela cautela: a economia vem demonstrando alguns sinais de melhora, e os efeitos econômicos das últimas reduções da taxa de juros ainda não foram sentidos em suaplenitude na economia.

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Os economistas acreditam que reduções hoje na taxa de juros só são plenamente sentidas na economia depois de três a seis meses.

Como não se sabe ainda a trajetória futura da economia brasileira e, em particular, da economia mundial, o COPOM decidiu pela manutenção dos juros, buscando evitar os riscosde superaquecer a economia no futuro, o que exigiria novas rodadas de aumentos da taxa selic.

O mais provável é que essa cautela se mantenha e que não vejamos mais nenhuma variação na selic até o próximo ano.

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Vejamos agora outros aspectos da economia brasileira com base no Relatório Focus (Mercado) de 4 de Setembro de 2009: 1. PREVISÃO DE TAXA SELIC NO FINAL DO PERÍODO

9,25%

8,75 %

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As expectativas do mercado para a selic vigente ao final de 2009 e 2010 mantiveram-se em 8,75% e 9,25%,respectivamente.

Ou seja, não se esperam mais reduções na taxa nominal durante todo este ano, e uma reversão da tendência de queda a

partir de 2010.

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9,81 % p/ 2010

8,90 % p/2009

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Expectativa. Não está ainda descartada a possibilidade de umcrescimento positivo marginal de 0,2%, por exemplo.

PARTICIPAÇÃO RELATIVA DA DÍVIDA PÚBLICA SOBRE O PIB

A dívida líquida do Setor Público como proporção do PIBcontinua apresentando uma alta preocupante.

Entre os 2 últimos Relatórios Focus o índice de 2009 foi de42,43% para 42,50%. É certo que uma variação de 0,07% não chega a ter grandes significados econômicos, mas o queincomoda é a MANUTENÇÃO DA TENDÊNCIA DE ALTA.

A boa notícia fica por conta da redução, igualmente diminuta, na projeção da variável para 2010, indo de 41% para 40,95%.

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Espera-se que esta seja a primeira de sucessivas reduções noíndice, mostrando que o mercado confia na capacidade do governo equacionar o problema e trazer a dívida para os baixos patamares anteriores o mais breve possível.

Em NOTA À IMPRENSA sobre a POLÍTICA FISCAL de 27/08/2009, o Banco central deixa clara a piora no quadro fiscal brasileiro.

O superávit fiscal do setor público consolidado alcançou R$ 3,2 bilhões em julho.

Analisando-se o resultado por segmento do setor público, o Governo Central registrou superávit de R$ 1,7 bilhão; os Governos Regionais R$ 797 milhões e as empresas estatais R$ 692 milhões.

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No ano, o superávit acumulado alcançou R$ 38,4 bilhões (2,25% PIB) registrando queda correspondente a 3,38 p.p. do PIB em relação ao mesmo período de 2008.

A queda na arrecadação das receitas federais influenciada pelo menor nível de atividade e pelas medidas de desoneração adotadas para fazer frente a crise financeira internacional segue repercutindo sobre o resultado acumulado no ano.

No acumulado em 12 meses, o superávit alcançou R$ 52,1 bilhões (1,76% do PIB), comparativamente a R$ 60 bilhões (2,4% do PIB) registrados em junho

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NÍVEIS POSSÍVEIS DE TAXA DE JUROS

No mercado de juros futuros, os negócios transcorreram na data base com estabilidade nas taxas mais curtas e aumentos no preço dos contratos mais longos. Vejamos os principais contratos negociados:

9,709,7101/2001

8,928,9407/2010

8,748,7504/2010

8,648,6401/2010

8,638,6311/2009

8,638,6310/2009

Taxa anterior %

Taxa Atual %

Vencimento

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