2º boletim de conjuntura econÔmica - gece ufms

25
 Publicação eletrônica editada pelo Depto. de Economia e Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Ano1 - n 0 2- Campo Grande/ MS Maio de 2011 Estamos apresentando a 2º edição do nosso Conjuntura! Desde a nossa última  publicação, dezembro do ano passado, alguns fatos importantes aconteceram no contexto nacional e estadual, fatos que serão analisados ao longo de esta edição.  O Conjuntura também gostaria de agradecer a participação dos alunos do  primeiro ano de Economia que já estão trabalhando na elaboração do nosso  boletim de conjuntura econômica, assim como aos alunos do quarto ano do curso de economia que seguem ajudando na construção deste importante documento de análise econômica. O grupo de Conjuntura convida a todos os interessados em  participar das nossas discussões semanais sobre a conjuntura econômica nacional e local que entrem em contato pelo email [email protected] para maiores informações. Por fim, não menos importante, lembrar que nosso principal objetivo é proporcionar aos leitores um documento completo, útil e de qualidade àqueles que estudam economia ou os que se interessam em aprender um pouco desse fascinante mundo das Ciências Econômicas. Boa Leitura!  Equipe Coordenador: Everlam Elias Montibeler Professores colaboradores: Matheus Wemerson gomes Pereira e Angela Frata. Acadêmicos Colaboradores: MS Economia: Alexandre Rui Neto, Valéria Silva Mortari, Patrícia Rodrigues do Carmo, Jander Luis Bernado; Mercado de Trabalho e Inflação: Jhonatan Melo,Gustavo Bernardino, Renan Ferreira; Setor Externo: Caio Luca Costa, André Pauletto, Vanessa Aziza, Juliana Patrice Corrêa; Política Fiscal: Bruna Luiza de Paula Souza,Bruna Dias Mendes, Hallini Tsiemy Gusiken, Hassan Kamir Dabo, Tamires Aline Correa; Política Monetária: Vinicius Misael Alves de Lima, Thiago Rabelo Soares, Fábio Baida Editoração: José Marcio Licerre e Danilo Palheta Nery E-mail: [email protected] Telefone: 33453574 Horário das reuniões: Todas as quintas às 11h30min no DEA

Upload: rodrigoesborges

Post on 09-Jul-2015

83 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Conjuntura Econômica

TRANSCRIPT

Page 1: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 1/25

 

 

Publicação eletrônica editada pelo Depto. de Economia e Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Ano1 - n

02- Campo Grande/ MS Maio de 2011 

Estamos apresentando a 2º edição do nosso Conjuntura! Desde a nossa última publicação, dezembro do ano passado, alguns fatos importantes aconteceram nocontexto nacional e estadual, fatos que serão analisados ao longo de esta edição. 

O Conjuntura também gostaria de agradecer a participação dos alunos do  primeiro ano de Economia que já estão trabalhando na elaboração do nosso boletim de conjuntura econômica, assim como aos alunos do quarto ano do cursode economia que seguem ajudando na construção deste importante documento deanálise econômica. O grupo de Conjuntura convida a todos os interessados em

 participar das nossas discussões semanais sobre a conjuntura econômica nacionale local que entrem em contato pelo email [email protected] para maioresinformações. Por fim, não menos importante, lembrar que nosso principal

objetivo é proporcionar aos leitores um documento completo, útil e de qualidadeàqueles que estudam economia ou os que se interessam em aprender um poucodesse fascinante mundo das Ciências Econômicas. Boa Leitura! 

Equipe 

Coordenador: Everlam Elias Montibeler

Professores colaboradores: Matheus Wemerson gomes Pereira e Angela Frata.Acadêmicos Colaboradores: MS Economia: Alexandre Rui Neto, Valéria Silva Mortari,Patrícia Rodrigues do Carmo, Jander Luis Bernado; Mercado de Trabalho e Inflação:Jhonatan Melo,Gustavo Bernardino, Renan Ferreira; Setor Externo: Caio Luca Costa, AndréPauletto, Vanessa Aziza, Juliana Patrice Corrêa; Política Fiscal: Bruna Luiza de PaulaSouza,Bruna Dias Mendes, Hallini Tsiemy Gusiken, Hassan Kamir Dabo, Tamires AlineCorrea; Política Monetária: Vinicius Misael Alves de Lima, Thiago Rabelo Soares, FábioBaida

Editoração: José Marcio Licerre e Danilo Palheta Nery

E-mail: [email protected] Telefone: 33453574

Horário das reuniões: Todas as quintas às 11h30min no DEA

Page 2: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 2/25

 

MS ECONOMIA 

CONTAS PÚBLICAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL 

As contas públicas do Estado de Mato Grosso do Sul são apresentadas para obimestre Novembro-Dezembro de 2010. Os dados são do Relatório Resumidoda Execução Orçamentária, Balanço Orçamentário, Orçamento Fiscal e daSeguridade Social publicado no Diário Oficial do dia 31 de janeiro de 2011.Nesse período receitas totalizaram 1,26 bilhões de reais, as quais são divididasentre Correntes, de Capital e Intra-Orçamentárias. Fechando o exercício 2010 asreceitas auferidas chegaram a 8,29 bilhões de reais, a previsão era para alcançaro montante de 9,23 bilhões. A divisão das prin-cipais fontes de receitas estádisposta no quadro 1.

Quadro 1 - Receitas e Despesas do Estado de Mato Grosso do Sul  –  Bimestre Novembro-Dezembro de 2010. (em milhões de reais)

DESPESASDotação

Atualizada(d)

Despesas Liquidadas Total dedespesas

até oBimestre

NoBimestre

(e)

%(e/d)

Até oBimestre

(f)

%(f/d)

Saldo aLiquidar

(d-f)Despesas Correntes 6.818,12 1.212,77 17,79 6.024,69 88,36 742,9

 

8.032,84

Pessoal e encargos sociais 2.555,62 525,19 20,55 2.424,05 94,85 128,85Juros e encargos da dívida 181,19 28,17 15,55 164,46 90,77 16,73Outras despesas correntes 4.081,31 659,4 16,16 3.436,17 84,19 597,32

Transferências a Municípios 1.274,88 194,64 15,27 1258,98 98,75 15,89

 Demais DespesasCorrentes 2.806,43 46,75 1,67 2.177,18 77,58 581,43Despesas de Capital 2.428,27 226,02 9,31 1247,28 51,36 971,1

Investimentos 1.789,09 159,01 8,89 811,48 45,36 956,96Inversões financeiras 16,75 0,44 2,63 10,49 62,63 5,98Amortização da Dívida 433,41 43,09 9,94 66,56 15,36 8,11

Intra-orçamentárias 795,87 180,85 22,72 760,85 95,60 33,14Total 10.042,31 1.619,09 16,12 8.032,84 79,99 1.747,15

RECEITASPrevisão

atualizada

(a)

Receitas realizadasTotal deReceitas

até o

Bimestre

No

Bimestre(b)

%

(b/a)

Até o

Bimestre(c)

%

(c/a)

Saldo a

realizar(a-c)

Receitas Correntes 7.358,37 1.217,53 16,55 6.688,04 90,89 670,32

8.295,16

Receita Tributária 4.821,18 776,93 16,11 4.363,88 90,51 457,30

 Impostos 4.665,22 759,36 16,28 4.239,84 90,88 425,37

Taxas 155,96 17,56 11,26 124,03 79,53 31,93

Outras receitas 2.537,19 440,6 17,37 2.324,16 91,6 213,02

Receitas de Capital 1.145,89 188,99 16,49 522,45 45,59 623,43

Intra-Orçamentária 732,78 138,98 18,97 732,78 100 0

 

Total 9.237,04 1.545,51 16,73 8.295,16 89,8 1.293,76Fonte: Diário Oficial do MS

 

Fechando o exercício2010 as receitas auferidaschegaram a 8,29 bilhões de reais, aprevisão era para alcançar omontante de 9,23bilhões. 

Page 3: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 3/25

 

A dotação para as despesas para o exercício de 2010 era de 10,04 bilhões dereais, as despesas liquidadas para o bimestre Novembro-Dezembro somaram1,61 bilhão de reais, enquanto as despesas liquidadas até o mês de Dezembrototalizou 8,032 bilhões de reais 

As despesas do Estado estão compostas por três partes: Correntes, de Capital eIntra-Orçamentárias. A primeira se distingue pela importância na manutençãodos equipamentos e funcionamento dos órgãos e entidades, incluindo gastoscom pessoal, juros e encargos da dívida e demais despesas correntes. Noacumulado do período ela se encontra abaixo das receitas correntes, o que geraum resultado favorável, do ponto de vista fiscal, ao governo. A despesa deCapital, até dezembro de 2010, teve 34,09% da dotação utilizada para amortizara dívida, enquanto que 65,05% do recurso foi destinado a investimentos. Ao quese refere às despesas Intra-Orçamentárias, referente aos encargos sociais dos

servidores estaduais, elas representam 9,47% do total das despesas.

Dívida Consolidada 

O saldo da Dívida Consolidada Líquida de Mato Grosso do Sul para o exer-cício 2010, até o terceiro quadrimestre, chegou ao valor de 6,21 bilhões de reais.De acordo com a Resolução do Senado Federal o limite máximo deendividamento corresponde a duas vezes a Receita Corrente Líquida do Estado.Durante o primeiro quadrimestre de 2010 a dívida consolidada líquida era de117,42% desse limite, subindo para 118,15% no segundo quadrimestre,chegando a 119,74% no último quadrimestre. Isso representou uma variação de

2,32 pontos percentuais nesse exercício.

Quadro 2 - Demonstrativo da Dívida Líquida Consolidada- Janeiro aDezembro de 2010. (em milhões de Reais)

Fonte: Diário Oficial de MS

O saldo daDívida Consolidada

Líquida de Mato Grosso doSul para o exercício 2010, até oterceiro quadrimestre, chegou aovalor de 6,21 bilhõesde reais. 

Page 4: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 4/25

 

Ao analisar a distribuição da receita tributária do Estado percebe-se a forteparticipação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) naarrecadação, no bimestre Novembro/Dezembro de 2010 a participação foi de86% no total arrecadado. O restante está dividido entre o Imposto de Renda,Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (4%), Imposto de RendaRetido na Fonte (6%) o Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação deQuaisquer Bens ou Direitos (ITCD) (1%) e outras receitas (3%).

Figura 1 - Distribuição da receita tributária de Mato Grosso do Sul(Novembro e Dezembro de 2010)

Fonte: Elaborado a partir dos dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária das

Contas Regionais publicados no Diário Oficial do Estado de MS.

Mercado de trabalho e inflação 

No acumulado de janeiro a março deste ano corrente o estado de Mato Grossodo Sul gerou 64,9 mil novos postos de trabalho em compensação houve odesligamento de cerca de 55 mil trabalhadores, perfazendo um saldo de 9,8 mil

empregados, valor este que indica uma elevação de 2,54% na taxa de empregoestadual, contra uma variação observada de 1,99% em nível de Brasil,demonstrando o desempenho do Estado no mercado de trabalho acima da médianacional. No referido período o Estado foi responsável por 1,36% no número deadmissões e 1,34% dos desligamentos ocorridos no país.

No quadro 3 segue os números de Mato Grosso do Sul por nível setorial para asadmissões e desligamentos no mercado de trabalho, no período acumulado de

 janeiro a março deste ano.

De janeiro amarço deste ano corrente MSgerou 64,9 mil novos 

empregosem compensação houve odesligamento de cerca de 55 miltrabalhadores, perfazendo um saldo de

9,8 mil empregados 

Page 5: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 5/25

 

Quadro 3 - Número de Admissões e Desligamentos no Mercado de

Trabalho de Mato Grosso do Sul por setor de atividade econômica, de janeiro a março de 2011.

Fonte: MET  – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Embora a maior variação relativa no emprego encontre-se no setor extrativo

mineral, em termos absolutos o maior número de admissões e tambémdesligamentos se deu no setor de serviços, indicando para uma atividadeeconômica de alta rotatividade do emprego. Destaque também para os setores:comércio, agropecuária e indústria de transformação que mais tem contribuídopara a geração de emprego no Estado.

No quadro 4 tem-se um panorama da evolução de emprego no Estado nosúltimos seis meses, destacando a variação na taxa de emprego por setor deatividade econômica:

Page 6: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 6/25

 

Quadro 4 - Evolução do emprego por setor de atividade econômica noEstado de Mato Grosso do Sul 

Fonte: MET  – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

No acumulado de janeiro a março deste ano Mato Grosso do Sul se apresentacomo o terceiro estado brasileiro com o maior crescimento na taxa de emprego.Com o mercado de trabalho aquecido a demanda por produtos se impulsionaimpactando diretamente sobre o comportamento da inflação. Ainda para análisedo comportamento da inflação é de suma importância entender as atuaiscondições de oferta no Estado dentro dos principais produtos que impactamsobre a mesma. Através do índice de inflação calculado para a cidade de CampoGrande pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais  –  NEPES, expandiremosnossa análise para o comportamento dos preços no Estado.

A inflação acumulada de janeiro a março de 2011, em Campo Grande, foi de2,44%, e a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 6,56%.Considerando que meta de inflação para o ano de 2011, estabelecida peloConselho Monetário Nacional – CMN, é de 6,5%, já computada a tolerância de(+2%) do centro da meta que é de 4,5%, o índice observado para a capital doestado encontra-se acima do limite superior da meta fixada.

Frente ao exposto é visto que o CMN tem freqüentemente ajustado a taxa básicade juros - Selic, que regula os juros da economia do país, com intuito de seatingir a redução da inflação, através do encarecimento do crédito. O Quadro 5

mostra os índices dos sete grupos que compõem o IPC / CG do ano de 2011,bem o valor acumulado para os 12 meses anteriores.

A inflação acumuladade janeiro a março de 2011, emCampo Grande, foi de 2,44%, e ainflação acumulada 

nos últimos 12meses foi de 6,56%. 

Page 7: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 7/25

 

Quadro 5 - Índices e valores acumulados dos sete grupos que compõe ainflação da cidade de Campo Grande, em 2011 e nos últimos 12 meses.

Fonte: NEPES/ANHANGUERA-UNIDERP 

Depreende-se do quadro acima que os grupos que tem pressionando o IPC/CGnestes três primeiros meses de 2011 são principalmente a educação com asseguidas elevações nos artigos de papelaria, e os transportes, com a verificaçãodos significativos ajustes para o preço do etanol e também da gasolina.

O aumento no preço da gasolina é reflexo das continuas elevações verificadasno preço do petróleo, e o etanol, por sua vez, vem sendo comercializado apatamar de preço elevado devido à escassez do produto neste período. Atendência é que com a colheita da cana-de-açúcar que logo se inicia no Estado eem todo Brasil, os preços para o etanol comecem a ceder, deixando depressionar a elevação da inflação ou mesmo contribuindo para sua queda.

Setor Externo 

O estado de Mato Grosso do Sul, mesmo embora seja referencia na produção e

conseguinte exportação de variados produtos do agronegócio, pouco contribuina geração de receita obtida com as exportações brasileiras, representandoapenas 1,88% deste total, e se posicionando com isso na 12ª colocação noranking dos estados brasileiros exportadores, considerando dados de janeiro amarço deste ano corrente. Esta sinalização é reflexo de que os produtosexportados pelo Estado não possuem grande valor agregado, deixando abertoum amplo espaço a ser explorado na busca de agregação a cadeia através de ummaior nível de processamento de seus produtos.

No tocante ao leque de produtos transacionados por Mato Grosso do Sul

Page 8: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 8/25

 

no comércio internacional e a gama de países ao qual o Estado mantém relaçãocomercial, os dados fechados para o ano de 2010 indicaram que o Estadoexporta mais de 2 mil produtos fornecendo-os para 140 países diferentes, e

importa cerca de 1,4 mil mercadorias oriundas de 71 países. Nos dados abaixose têm uma análise da evolução das exportações e importações de Mato Grossodo Sul, remetendo ao desempenho da economia no setor externo através daobservação da balança comercial do Estado:

Quadro 6 - Balança Comercial de Mato Grosso do Sul

Fonte: MDIC/SECEX.

Page 9: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 9/25

 

POLÍTICA ECONÔMICA 

O tripé que bambeia 

Começaremos a analisar nossa política econômica a partir da sua base desustentação, melhor, a partir do tripé econômico que a mantém de pé, o qual oex-ministro Bresser Pereira há algum tempo tem defendido: política fiscalcontracionista, juros menores e câmbio competitivo.

O governo de Dilma Rousseff começou prometendo domar a fera do gastopúblico, que apesar de ser a vitamina do crescimento econômico brasileiro nosúltimos anos, tem contribuído para o aumento da inflação. Assim o eterno

embate entre Banco Central e Fazenda não tem data para terminar. No que dizrespeito à política de juros do governo, se é que podemos chamar assim, elaanda refém da política fiscal. Enquanto o governo não controlar o aumento dadívida interna líquida do setor público, a qual vem aumentando, os juros nãopoderão ser usados livremente para controlar a oferta e demanda de créditos daeconomia.

A parte do impotente ajuste fiscal e da alta taxa de juros, o que mais tempreocupado o governo e ocupado a pauta do dia tem sido como evitar avalorização da moeda brasileira. Pois, um dos princípios da economia é o pontode equilíbrio em que qualquer lugar fora deste ponto é negativo, ou seja, cambiovalorizado ou desvalorizado apesar de causarem resultados diferentes, trazemresultados não desejados ao equilíbrio econômico e a condução da políticaeconômica sustentável.

A valorização do real frente ao dólar tem pontos positivos e pontos negativos.Um real valorizado torna o montante da dívida externa mais barata, osequipamentos importados ficam mais acessíveis à indústria nacional, produtoscotados em moeda estrangeira como petróleo reduzem o custo de produção. Osefeitos negativos de uma valorização da moeda nacional frente ao dólar abrem apossibilidade de que ocorra um aumento da importação de bens de consumo nãobásicos, que os   produtos “100% nacionais” fiquem mais caros do que os

concorrentes estrangeiros, além do aumento da entrada de capitaisespeculativos. Hoje a principal preocupação do governo é como conter oaumento das despesas com serviços que já cumularam 18,8 bilhões de dólaresde janeiro a fevereiro.

O governo tem aplicado remédios paliativos para conter a entrada de capitalespeculativo, mas os efeitos dessas medidas têm sido mais positivos do ponto devista da política fiscal (previsão de arrecadação de 30 bilhões de reais emfunção do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) do que doalcance dos objetivos que deram origem ao aumento do IOF: combater a entradade capital especulativo.

Nesse início de governo ainda pairam muitas dúvidas e alguns audaciosos

O governo de DilmaRousseff  começou prometendodomar a fera do gastopúblico 

que tem contribuídopara o aumento dainflação. 

Page 10: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 10/25

 

10 

analistas já começam a ariscar palpites. Mas do lado do Banco Central aindanão ficou claro se Tombini, presidente do banco central, terá condições mantero papel do Bacen de guardião do poder de compra da moeda. Caso os interesses

da Fazenda se confundam com os interesses do Bacen, o grau de especulaçãoem torno do câmbio poderá se intensificar. O governo anunciou em fevereiroque cortaria 50 bilhões de reais dos seus gastos, o que para alguns analistas foivisto como meta inalcançável. Neste sentido o governo já partiu de um ponto dedescrença quanto a sua capacidade de executar o proposto em nível de gestãoeconômica. Se ao finalizar o ano, o governo não atingir sua meta de economizar50 bilhões reais, terá mais três anos de descrédito. Tal como num jogo deestratégia competitiva, mais do que ser capaz de executar a estratégia proposta,é preciso transparecer que se é capaz. Mas se o adversário (mercado) nãoacreditar na capacidade do governo em cumprir sua ameaça, então ele pagará

para ver!

Se aofinalizar o ano, o governo nãoatingir sua meta de economizar50 bilhões reais, terá mais trêsanos de descrédito. 

MERCADO DE TRABALHO E INFLAÇÃO 

Nível de Atividade da Indústria e Índice de Confiança do EmpresárioIndustrial 

Não obstante a economia brasileira ter registrado, em 2010, o crescimento anualmais acentuado desde 1986, os resultados recentes da atividade industrialdemonstram uma tendência de acomodação verificada já no último trimestre de2010 e que se confirma no início deste ano, resultado da adoção de políticas

macroprudenciais.

Em dezembro de 2010, segundo dados divulgados pelo IBGE, a produçãoindustrial recuou 0,7% em relação a novembro do mesmo ano, na série livre deinfluências sazonais. Já em fevereiro deste ano, mesmo com um crescimento de1,9% no nível da produção industrial e um aumento de 0,5% no empregoindustrial comparado com o mês anterior, o patamar de produção ficou 0,4%abaixo do nível recorde atingido em março de 2010, segundo dados da PesquisaIndustrial Mensal Produção Física-Brasil.

Os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também apontam parauma atividade industrial desaquecida em 2011. Segundo a instituição, mesmoapresentando um crescimento em relação ao mês anterior, puxado pelaprodução das grandes empresas, e com um crescimento do faturamento daindústria de transformação e das horas trabalhadas de 6,9% e 2,6%,respectivamente, comparado com o mês anterior, resultado que, em parte, foicreditado ao maior número de dias úteis no mês, a atividade industrial emfevereiro de 2011 se manteve abaixo do nível usual para o mês, pelo terceiromês consecutivo.

A tendência de retração foi acompanhada pelo Nível de Utilização de Capa-cidade Instalada (Nuci) que atingiu em março 84,3%, uma queda de 0,2 p.p emrelação ao mês anterior, sendo a terceira queda consecutiva, após apresentar umcrescimento de 0,4 p.p. em dezembro de 2010, na comparação

 

Embora a economiabrasileira 

tenharegistrado, em 2010, um crescimentoanual acentuado, os resultadosrecentes da atividade industrialdemonstram 

uma tendência deacomodação 

Page 11: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 11/25

 

11 

com novembro do mesmo ano, segundo dados divulgados pela FGV, queapontam, também, uma a terceira queda consecutiva para o Índice de

Confiança da Indústria (ICI), que, considerados dados dessazonalizados,atingiu 112,4 pontos em março deste ano.

O que, também, foi captado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial(ICEI), divulgado pela CNI (Tabela 1), que registrou um recuou 1,3 ponto emmarço de 2011, em relação a fevereiro, uma queda sentida em maior grau peloíndice de confiança das pequenas empresas, que apresentou uma variação de -2,0 pontos na comparação com fevereiro. Essa piora na confiança doempresário reflete uma preocupação com os efeitos das medidasmacroprudencias de contenção do crédito e elevação da taxa de juros, quesegundo o presidente da Federação das Indústrias e o Centro das Indústrias do

Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), Paulo Skaf, pode fazer com que o Brasil perca “mais uma vez uma grande oportunidade de crescimento”. 

Quadro 7 - Variação do Índice de Confiança do Empresário Industrial

Fonte: CNI ¹Em comparação com os últimos seis meses²Para os próximos seis meses. 

Mercado de Trabalho 

No mercado de trabalho o comportamento, no último trimestre de 2010 e iníciodeste ano, das variáveis que o compõem refletiram, ainda, os efeitosmultiplicadores dos estímulos fiscais e creditícios introduzidos nos últimostrimestres de 2010, com a taxa de desemprego, segundo dados do IBGE,atingindo em dezembro de 2010, 5,3%, menor patamar da série iniciada emmarço de 2002, puxado pela criação de 2.136,9 mil postos de trabalho, maiorsaldo desde o início da série, em 1985, segundo informações do Cadastro Geralde Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho eEmprego (MTE).

Para o mês de fevereiro de 2011 a Pesquisa de Emprego e Desemprego  –  PED,divulgada pelo DEESE, registrou, uma taxa de desemprego de 10,5%, umcomportamento estável em relação ao mês de janeiro, que havia crescidoligeiramente, ao passar de 10,1%, em dezembro, para 10,4%. E a 

No mercado detrabalho o comportamento,

no último trimestre de 2010 e iníciodeste ano, reflete, ainda, os efeitosmultiplicadores dos estímulos fiscais ecreditícios introduzidos 

nos últimostrimestres de 2010 

Page 12: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 12/25

 

12 

PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE confirmou a tendência de alta,estimando para o mês de fevereiro um taxa de desocupação de 6,4%. (Tabela 2).A discrepância entre as taxas de desemprego e suas respectivas variações sedeve a divergências metodológicas entre as duas pesquisas. A principal delasconsiste no fato de que a PME considera como desocupadas as pessoas semtrabalho, mas que estavam disponíveis para assumir e procurando um trabalho,

  já a PED dividi os desempregados em dois grupos principais: desempregoaberto que inclui as pessoas que procuraram trabalho e não exerceram nenhumtrabalho nos sete últimos dias; e desemprego oculto, pessoas que realizamtrabalhos precários e procuraram mudar de trabalho. Também é importanteressaltar que a PEA (População Economicamente Ativa) considerada pelo IBGEse refere às regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Riode Janeiro, Salvador e São Paulo. O DIEESE utiliza as capitais de Belo

Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e o DistritoFederal.

Quadro 8 - Taxa de Desemprego

Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED

Apesar do registro de uma alta significativa no início deste ano, principal-mentenos dados divulgados pelo IBGE, o movimento é considerado típico desseperíodo do ano e cabe assinalar que as taxas registradas neste primeiro bimestresão menores que as do primeiro bimestre de 2010.

Os dados do CAGED mostram uma geração de empregos inédita na sériehistórica para o mês de fevereiro, em que foram criados 280.799 empregosformais (TABELA 3). Os setores que mais contribuíram para o crescimento doemprego, no mês foram: Serviços, obtendo saldo recorde para todos os meses dasérie histórica do CAGED, a Construção Civil, com um aumento de 1,19%, e aAdministração Pública, com um saldo de 15.021 postos. Dentro do setor deserviços, que experimentou crescimento em todos os seus segmentos, valedestacar a contribuição do Ensino que, com a criação de 39.268 postos, obteve amaior taxa de crescimento no mês, 3,06%, entre todos os vinte e cincosubsetores de atividade econômica.

Page 13: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 13/25

 

13 

Quadro 9 - Saldo de emprego formal por setor de atividade

Fonte: CAGED/MTE 

Como resultado de aumentos do nível de emprego e do rendimento médio real,segundo o Balanço Anual de 2010 do DIEESE, entre 2009 e 2010, no conjunto dasregiões pesquisadas, a massa de rendimento real de ocupados cresceu 8,4%. Já emfevereiro de 2011 o rendimento médio real habitual dos trabalhadores apresentouqueda de 0,5% na comparação com janeiro e a massa de rendimento médio realhabitual dos ocupados, ficou 0,5% menor do que a registrada em janeiro de 2011.Para o mês de março, segundo dados do IBGE, rendimento médio real habitual dostrabalha-dores apresentou alta de 0,5% em comparação com fevereiro e 3,8% frente

a março do ano passado e a massa de rendimento médio real habitual dos ocupadosalcançando os 35,1 bilhões, um crescimento de 0,8% em relação a fevereiro e de6,7% em relação a março do ano passado. 

Índice de Confiança do Consumidor

Influenciado pelo bom momento da economia brasileira em 2010 os consumidoresse mostraram muito satisfeitos com a situação da economia e otimistas quanto aofuturo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas,em novembro de 2010 fechou em 125,1 pontos, recorde histórico. No entanto atendência de acomodação também foi percebida pelos consumidores, o ICC fechou

março com 120,1 pontos, menor patamar desde junho de 2010, mantendo atendência de queda do indica-dor iniciada em dezembro, mas interrompida pelocrescimento de 0,8% em fevereiro na comparação com janeiro deste ano. Oresponsável pela queda do índice em março foi uma piora no Índice deExpectativas, que mede o grau de otimismo com a evolução da situação econômicageral nos seis meses seguintes, com uma queda de 3,8% na comparação com feve-reiro e com a elevação de 17% para 21,3% dos que projetam piora da situaçãoeconômica. 

Vendas no Varejo

Após noves meses de taxas positivas, o volume de vendas no ComércioVarejista dá sinais de desaceleração. Segundo os dados da Pesquisa Mensal deComércio divulgados pelo IBGE o volume de vendas no último tri-mestre de2010 apresentou recuo em sua taxa de crescimento, na comparação com otrimestre anterior, ao ir de uma taxa de 11,2% para 9,6%, no que diz respeito aoVarejo.

Após noves meses detaxas 

positivas, o volume devendas no Comércio Varejista dásinais de desaceleração. 

Page 14: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 14/25

 

14 

Quadro 10 - Índice de Preços (%)

Indicadores out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11

IPCA 0,75 0,83 0,63 0,83 0,8 0,79INPC 0,92 1,03 0,6 0,94 0,54 0,66ICV-Dieese O,93 1,04 0,65 1,28 0,41 0,91IGP-M 1,01 1,45 0,69 0,79 1 0,62

IGP-DI 1,03 1,58 0,38 0,98 0,96 O,61

Fonte: IBGE, Dieese e FGV

Inflação 

O controle da inflação é o principal alvo das políticas macropudenciais que temlevado a acomodação da atividade produtiva. A inflação efetiva, medida peloÍndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2010 com uma taxaacumulada de 5,91%, a mais forte elevação para este indicador desde 2004.Uma alta puxada em grande parte pela inflação dos alimentos, que subiram10,39% em 2010.

A meta do governo para 2011 é de 4,5%, a mesma do ano passado. Mas as

projeções do Banco Central são de que o IPCA ficará por volta de 6% este ano,1,5 p.p acima do centro da meta mais ainda dentro da banda de cobertura. Asvariações dos índices de preços observadas no inicio deste ano (Quadro 10)refletem uma confluência de pressões sazonais e ações macroprudencias como aelevação dos juros.

O IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo), que tem análise baseada napopulação que recebe de 1 até 40 salários mínimos, apresentou em marçoapresentou um aumento de 0,79 p.p, a menor taxa desde o início do ano, o que erevela um bom controle da inflação.

O INPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor) que difere do IPCA nafaixa salarial em que atua, analisando a população que recebe de 1 até 6 saláriosmínimos e com a variação do preço dos alimentos como o que mais influi,obteve um aumento de 0,66% em março, tendo um aumento em relação a taxade fevereiro de 0,54%.

O ICV (índice de Custo de Vida) é realizado pelo DIEESE e analisa a faixa derenda que vai de 1 até 30 salários mínimos, em março teve aumento de 0,91 %,taxa maior do que o mês passado, que foi 0,41%. O IGP  – M (índice Geral depreços  – Mercado) teve em março um aumento de 0,62%, consideravelmentemenor em relação ao 1,0% de fevereiro. O IGP-DI (Índice Geral de PreçosDisponibilidade interna) obteve aumento de 0,61%. Tal índice atende ao mesmotipo de levantamento do IGP – M com diferença nos prazos: este analisa do dia21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência, e aquele analisa do dia 1até o dia 30, ou 31.

A meta dogoverno para 2011 é de 4,5%, amesma do ano passado 

Page 15: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 15/25

 

15 

POLÍTICA MONETÁRIA 

Base monetária e meios de pagamento 

Em relação à base monetária - montante de dinheiro que circula na economiabrasileira somado aos recursos guardados nos bancos comerciais  –  durante omês de março houve redução em relação ao mês anterior, com tendência quevem se repetindo desde janeiro, mas no acumulado dos últimos 12 meses aindase observa expansão de 20,3%, efeito que ainda persistirá por um tempo sobre ainflação, dado que existe uma pequena defasagem de tempo entre basemonetária e inflação. As Reservas Bancárias neste período diminuíram em8,5%, contra uma redução de 2,3% na emissão de papel-moeda em relação aomês anterior, porém, assim como o agregado anterior observa-se umcrescimento no acumulado do ano superior a taxa de crescimento de preçosperíodo.

Quadro 11 - Base Monetária e Meios de Pagamentosaldo em final de período (R$ milhões)

Componentes fev/10 jan/11 fev/2011* Variação percentualNo mês 12 meses

Base Monetária 154.334,42 193.547,23 185.606,93 -4,1% 20,3%

Papel Moeda Emitido 120541,7 138318,33 135091,97 -2,3% 12,1%Reservas Bancárias 33792,72 55228,893 50514,963 -8,5% 49,5%

Meios de Pagamento** (M1) 225.059,8 257.275,15 254.054,58 -1,3% 12,9%Moeda em Poder do Público 95776,78 109617,69 107332,02 -2,1% 12,1%Depósitos à Vista 129283,1 147657,46 146722,56 -0,6% 13,5%

Meios de Pagamento** (M2) 1.149.968 1.348.213,5 1.364.814,3 1,2% 18,7%

Depósitos para Investimento 3118,123 3456,728 3233,144 -6,5% 3,7%Depósitos de poupança 326604,4 382043,99 382799,13 0,2% 17,2%Títulos privados 595185,7 705437,67 724727,42 2,7% 21,8%

Meios de Pagamento** (M3) 2.202.445 2.554.583,1 2.605.296,9 2,0% 18,3%

Quotas de fundos de renda fixa 954616,3 1138661,6 1162888,5 2,1% 21,8%Op. Compromisso c/ tít. Fed. 97860,24 67707,955 77594,169 14,6% -20,7%

Meios de Pagamento** (M4) 2.619.851 3.044.798,7 3.095.103,6 1,7% 18,1%Títulos Fed. (SELIC) 417406,6 490215,59 489806,63 -0,1% 17,3%Títulos Est. e Mun. 0 0 0Fonte: BCB

O conceito de meios de pagamento M1, que compreende a moeda em poder dopúblico mais os depósitos à vista, situou-se em R$ 254 bilhões em fevereiro, tendouma redução de 1,3% em relação a janeiro. No conceito M2, houve uma variaçãopercentual positiva de 1,2%, se comparado ao mês de janeiro. O conceito M3somou R$ 2,6 trilhões, elevando-se em 2,0% em relação a janeiro, e o agregado M4teve uma expansão de 1,7%, estes números destacam também uma menor atividadeeconômica da economia nos meses de fevereiro e março de 2011. 

Page 16: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 16/25

 

16 

Taxa básica de juros 

Na penúltima quarta-feira de abril, o Copom decidiu dar seguimento aoprocesso de ajuste das condições monetárias elevando assim a taxa básica de

  juros da economia, a taxa Selic, para 12,00% a.a., sem viés para os próximosmeses.

O aumento de 0,25% foi considerado adequado e satisfatório para assegurar nospróximos meses as expectativas de se alcançar a meta de inflação de 4,5%.Devido a atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve oambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, aimplementação de ajustes das condições monetárias por um períodosuficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir aconvergência da inflação para a meta em 2012. Na reunião do COPOM emmarço, a taxa básica de juros (Selic), foi estabelecida em ponto percentualacima da última taxa fixada, no mês de janeiro. O COPOM tem elevado a taxade juros, visando conter a tendência inflacionária. Nos últimos 12 meses, a taxamédia diária anualizada aumentou em 2,52 pontos percentuais.

Gráfico 1  – Taxa Selic

Em abril, o Copomdecidiu dar seguimento ao processode ajuste das condiçõesmonetárias elevando 

assim a taxabásica de  juros da economia, ataxa Selic, para 12,00%a.a. 

Page 17: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 17/25

 

17 

Metas de inflação 

O COPOM manteve a meta inflação para o ano de 2011 (4,5%), com dois

pontos percentuais para mais ou para menos. No mês de fevereiro a inflação,medida como a variação mensal do IPCA, foi 0,8% maior em relação ao períodoanterior. No ano, a inflação já vem acumulando 1,63%, e nos últimos 12 meses,o acumulado é de 6,64%.

A inflação tem sido motivo de preocupação para o Copom. Em sua última ata, oComitê reconhece que prevalece sobre a economia um nível de incerteza acimado usual, e identifica riscos elevados no tocante concretização de um cenário emque a inflação atinja a meta estipulada. Devido ao fato de que o cenárioprospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente, o Copom decidiuelevar a taxa Selic para 12% ao ano.

O aquecimento econômico e a tendência de romper as metas de inflação não éum problema só do Brasil, a China também vive em alerta máxima quanto àacelerada subida dos preços e descontentamento da população com os seguidosaumentos de preços dos produtos básicos. Neste sentido, a solução que cabedentro do tripé estabelecido: política fiscal contracionista, juros menores ecâmbio competitivo; é aplicar uma política de aumento da taxa básica de juros.

Este aumento irá provocar em alguns países o aumento acentuado doendividamento público. O Governo brasileiro já trabalha com cortes de gastospúblicos para atender as metas inflacionárias via controle de juros. Mas esta

medida gera o efeito colateral do encarecimento do dinheiro e diminuição dacompetitividade das empresas que operam via empréstimos.

A inflação tem sidomotivo de 

preocupação para oCopom. Em sua última ata,reconhece que prevalecesobre a economia um nível de

incerteza acima do usual, eidentifica um cenário em que ainflação atinja a metaestipulada. 

Page 18: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 18/25

 

18 

SETOR EXTERNO 

As exportações brasileiras cresceram 31,98% em 2010, quando comparada com 2009,

registrando US$ 201 bilhões. As importações variaram 42,2% no mesmo período,aumentando de US$ 127 bilhões para US$ 181 bilhões. Com esta diferença de crescimentoo saldo da balança comercial reduziu de US$ 25 bilhões para US$ 20 bilhões, umdecréscimo de 20%. Já nos primeiros três meses de 2011, o Brasil exportou US$ 51 bilhõese importou US$ 48 bilhões, crescendo respectivamente 31% e 25% em comparação com omesmo período do ano anterior. O crescimento do saldo foi de 260%. Esta redução dosaldo comercial do Balanço de Pagamentos brasileiro nos últimos meses tem sidoconseqüência da valoração cambial pela qual passa o Brasil, fato que já foi comentado noboletim anterior.

Quadro 12 - Balanço de Pagamentos(US$ milhões)

Discriminação2009 2010 2011

ANO ANO Jan - Fev Jan Fev Jan - Fev

TRANSAÇÕES CORRENTES -24302 -47518 -7108 -5409 -3391 -8800

Balança comercial (FOB) 25290 20267 210 424 1198 1622

Exportação de bens 152995 201915 23502 15214 16732 31947

Importação de bens-127705 -181649

-23292-14791

-

15534 -30325

Serviços e Rendas -52930 -70630 -7821 -6021 -5073 -11094

Transferências unilaterais 3338 2845 503 188 484 673

CONTA CAPITAL EFINANCEIRA71301 100102

1080213922 12899

26820

Conta Capital 1129 1119 135 14 120 135

Conta Financeira 70172 98983 10667 13907 12779 26686

Investimento Direto 36033 36962 -2149 9248 9822 19070

Investimento em Carteira 50283 64458 5244 4942 2401 7343

Derivativos (líquido) 156 -112 -35 -26 -89 -115

Outros Investimentos -16300 -2324 7607  -257 644 388

ERROS E OMISSÕES -347 -3484 -797 -16 113 98

RESULTADO DO BALANÇO 46651 49101 2897 8497 9622 18118

Fonte: BC 

A variação do resultado do Balanço de Pagamentos entre 2010 e 2009 foi de 5,3%,gerando um saldo positivo da ordem de US$ 49 bilhões. Se por um lado a contacorrente gerou um déficit de 47,5 bilhões de dólares, a conta capital foi superavitáriaem 100,1 bilhões de dólares. Enquanto a conta corrente amargou um déficit de 19,9%, aconta de serviços e rendas aumento 33,4%, gerando um prejuízo de US$ 70,6 bilhõesem 2010. O saldo da balança comercial nos dois primeiros meses do ano registrou umresultado positivo de mais de 600% que foi causado por uma melhora das relações entreexportações e importações. No que se refere à conta financeira, houve um aumento de148,3% de aumento em relação aos primeiros meses de 2010, razão mais que suficiente

para o palácio do planalto decretar sinal de alerta máxima sobre o risco de uma entradamassiva de capital especulativo. 

Houve um aumento de 148,3% no saldo da conta financeira, gerando preocupação no Governo com o excesso de 

capital estrangeiro entrandono país. 

Page 19: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 19/25

 

19 

A principal conseqüência de o Brasil receber tanto capital estrangeiro é adesvalorização da taxa de câmbio (uma relação entre real e dólar). Com isto, ataxa de câmbio, em março deste ano, registrou uma variação de - 7% em relaçãoa janeiro de 2010. Isto implica em conseqüências para os resultados docomércio com o exterior, já que com o dólar barato em relação ao Real osprodutos brasileiros exportados encarecem para os importadores estrangeiros,enquanto os produtos importados pelo Brasil barateiam. O dólar atingiu umamédia no mês de março de 1,65 reais, mantendo a tendência de valorização doReal. O governo vem intervindo constantemente no mercado cambial, tentandoconter a valorização do real, realizando operações de compra de dólar, etaxando a entrada de capitais especulativos no país, mas as medidas até entãonão se mostraram muito eficazes.

Gráfico 2 - Taxa de Câmbio Nominal

Fonte: BCB

Apesar dos saldos da Balança comercial brasileira não estarem refletindo adesvalorização da taxa de câmbio, uma análise mais pormenorizada mostra queos produtos mais elaborados têm perdido espaço na pauta de exportações.Enquanto em 2007 tínhamos 54,3% das exportações compostas por produtosmanufaturados, nos três primeiros meses de 2011, estamos observando umaredução da participação total para 41,2%. Em contrapartida temos promovidoum aumento da participação de produtos básicos, principalmente commoditiescomo aço e petróleo. Dado que a participação destes produtos tem chegado a44,5%, 12,4% a mais que em 2007, com isto o Brasil tem se tornando cada vezmais dependente de produtos de baixo valor agregado, levando a algunsanalistas apontarem uma desindustrialização do país. Atualmente os principaisprodutos exportados pelo Brasil são minérios de ferro e seus derivados, petróleobruto, café, açúcar e derivados da soja.

A taxa decâmbio se desvalorizou 7% somentenos três primeiros

meses de 2011. 

Page 20: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 20/25

 

20 

Gráfico 3 - Participação nas Exportações por Fator Agregado

Fonte: BCB

Os principais parceiros comerciais do Brasil, tanto nas importações quanto nasexportações, são respectivamente China, Estados Unidos e Argentina. Outrospaíses que se destacam pela importância são Alemanha, Japão e Itália.Ressaltando que a China tem se distanciado dos EUA como principal parceirocomercial do Brasil, fato este que colaborou para a vinda do presidente

americano Barack Obama, como uma forma de reverter este quadro. Por outrolado a presidente Dilma Roussef participou recentemente de uma viagem para aChina, buscando ampliar a venda de produtos com maior valor agregado.

Quadro 13 - Maiores Parceiros Comerciais do Brasil

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA IMPORTAÇÃO BRASILEIRA

País US$ País US$

CHINA 7.136.780.217 CHINA 7.186.429.036

ESTADOS UNIDOS 4.918.532.518 ESTADOS UNIDOS 7.166.619.111

ARGENTINA 4.771.724.815 ARGENTINA 3.707.342.864PAISES BAIXOS HOLANDA) 2.854.111.756 ALEMANHA 3.176.390.393

ALEMANHA 2.129.496.351 COREIA, REPUBLICA DA (SUL) 2.210.994.805

JAPAO 1.983.867.516 NIGERIA 1.954.176.253

FEDERACAO DA RUSSIA 1.253.650.537 JAPAO 1.906.752.549

ITALIA 1.234.834.153 ITALIA 1.315.894.405

ESPANHA 1.142.662.197 FRANCA 1.246.723.918

REINO UNIDO 1.134.374.525 CHILE 1.090.973.747

Fonte: MDI/Secex

Periodo: 01/2011 a 03/2011

Page 21: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 21/25

 

21 

POLÍTICA FISCAL 

A política fiscal no período entre o fim de mandato do Governo Lula e o iníciodo Governo da Presidenta Dilma, não têm demonstrado continuidade. Os cortesno orçamento do governo e aumento na taxa de juros foram às medidasencontradas pelo novo Governo para a atenuação do desequilíbrio fiscal, em umcenário de inflação alta combinado com o crescimento extraordinário. Isto fariacom que o setor público voltasse a atuar conforme suas possibilidades, porémressalva-se que o papel que havia sido feito pela política no último governoconstituiu-se fator importante para a saída da crise econômica financeiramundial de 2008-2009.

Além da sutil saída da crise, o Brasil teve em 2010 um ano excepcional emrelação ao crescimento econômico, com aumento de 7,5% no Produto InternoBruto, desempenho que foi o melhor das últimas décadas. E o investimentopúblico teve contribuição significativa nesse crescimento, a formação bruta decapital fixo teve crescimento na ordem de 21,8% em 2010. Como exemplo, oBNDES que cada vez mais opera como estimulador de desenvolvimentoeconômico e teve sua participação relativa nesse crescimento da formação brutade capital fixo de 20,7%. A taxa de investimento do Governo Federal emproporção ao PIB atingiu no final de 2010, a marca de 3,3% do PIB, fluxomensal acumulado em 12 meses, excluindo operação da Petrobras (setembro de2010).

Despesa do Tesouro Nacional 

Diante dos resultados primários do governo central, observa-se que o TesouroNacional é o único órgão que compõe o Governo Central que apresenta umareceita superior as suas despesas demonstrando seu resultado positivo o queacaba por implicar em um financiamento do Tesouro Nacional à PrevidênciaSocial e ao Banco Central que apresentam um relativo déficit em seusresultados.

Quanto às despesas do Tesouro Nacional, de outubro de 2010 a dezembro destemesmo ano as despesas com custeio e capital apresentam um declínio de R$ 4,3bilhões. Entretanto, em janeiro de 2011 apresenta um acentuado aumento de R$8,9 bilhões registrando uma despesa de R$ 22 bilhões aproximadamente edeclina novamente em janeiro para R$ 11,9 bilhões. Já as transferências aestados e municípios caminham na mesma direção, porém mais altos que asdespesas com pessoal e encargos até janeiro de 2011, onde a partir destemomento, as despesas com pessoal e encargos evidenciam uma relativaestabilidade enquanto as despesas com transferências a estados e municípiosapresentam uma queda.

Referente às transferências do Tesouro Nacional ao Banco Central as despesasapresentam-se estáveis. No total, as despesas do Tesouro Nacional, em outubroa dezembro de 2010, demonstram um aumento. Em janeiro de 2011 apresentamuma razoável estabilidade e em fevereiro indicam uma queda.

A políticafiscal no períodoentre o fim de mandato do GovernoLula e o início do 

Governo daPresidenta Dilma, não têmdemonstrado continuidade. 

Page 22: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 22/25

 

22 

Quadro 14 - Despesa do Tesouro Nacional 

(R$ milhões)Discriminação out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11

Transferências a estados e municípios 11.715,00 12.639,00 16.714,00 15.553,00 15.851,00

Pessoal e encargos 12.990,00 14.974,00 18.724,00 15.719,00 13.519,00

Investimento 3.891,00 3.718,00 7.284,00 2.860,00 1.515,00

Custeio e capital 17.582,00 15.999,00 13.268,00 22.179,00 11.972,00

Tranferência do TN ao Bacen 83,00 106,00 139,00 89,00 196,00

Total 46.261,00 47.436,00 56.129,00 56.400,00 43.053,00

Fonte: BCB

Dívida líquida do setor público 

De acordo com o Tesouro Nacional, a dívida pública se refere ao financia-mento contraído por parte do Governo para pagamento de gastos que não foramcobertos pela arrecadação de impostos. Nesse mesmo sentido, a Dívida Líquidado Setor Público (DLSP) é formada pelo passivo menos os principais ativosnão-financeiros do setor público e do Banco Central em relação aos agentesprivados e governos federais, estaduais e municipais, exceto a Petrobrás desde2009.

Um ponto a se destacar, se refere ao conceito da dívida líquida no Brasil que sediferencia comparado a outros países, pois incluem as atividades do BancoCentral, assim, a base monetária é considerada um componente da dívida, poisserve como financiamento pelo Governo. Dessa forma, a dívida interna estáintimamente ligada à Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP),dado que estipula o montante necessário de recursos que o Governo precisarádispor para suprir seus gastos que as suas receitas fiscais não poderão cobrir.

No quadro 15, demonstra-se a evolução da dívida líquida, apesar do aumentosignificativo da dívida líquida, sua porcentagem no PIB é menor com 39,9%,comparado a dezembro de 2009, dado a elevação da renda nacional. A dívidainterna líquida variou de R$ 1,85 para R$ 1,88 trilhão entre janeiro e fevereirodeste ano, ou seja, acréscimo de 1,67 % no mês (aumento de 30,4 bilhões).

A dívida internalíquida variou de R$ 1,85 paraR$ 1,88 trilhão entre  janeiro efevereiro deste ano, ou seja,acréscimo de 1,67 % no mês(aumento de 30,4bilhões). 

Page 23: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 23/25

 

23 

Quadro 15 - Dívida Líquida do Setor Público (R$ milhões)

Fonte: BCB

A dívida externa líquida, formada pelos passivos externos menos reservasinternacionais, desde dezembro vem sofrendo uma considerável redução. Dedezembro a janeiro houve uma redução de 5,33% e de janeiro a fevereiro umaredução de 3,98%, ou seja, uma economia de 15,11 bilhões de reais. Umaconsideração importante se refere à Era Militar, sabe-se que o “milagre

econômico” por volta da década de 1970, trouxe grandes estragos na proporçãodo aumento da dívida, atualmente, a dívida bruta tem sua maior parcela contraídapelas empresas privadas, as políticas econômicas vigentes buscam um controlemais firme sobre a dívida visando à estabilidade econômica. 

Necessidade de financiamento do setor público

A necessidade de financiamento do setor público no Brasil encontra suas fontesinternamente com predomínio em dívidas junto ao setor imobiliário e bancário e

por meio da expansão da base monetária, e ocasionalmente o setor públicotambém recorre a empréstimos estrangeiros. Esta conta apresenta-se com sinalinverso ao resultado apresentado nas contas publicas.

Discriminação dez/09 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11

Dívida Líquida Total 1 362 711 1 436 288 1 450 709 1 475 820 1 476 105 1 491 400

Governo Federal 971 724 1 019 026 1 030 096 1 044 518 1 045 669 1 062 417

Governos Estaduais 350 339 372 024 376 071 387 503 387 085 388 286

Empresas Estatais 23 771 23 198 23 440 23 937 25 015 24 502

Dívida Interna Líquida 1 655 242 1 798 604 1 818 487 1 835 512 1 854 985 1 885 393

Dívida Externa Líquida -292 532 - 362 316 -367 778 -359 692 -378 880 -393 993

DLSP em % do PIB 42,8 39,8 39,8 40,2 39,8 39,9

Page 24: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 24/25

 

24 

Quadro 16  – Necessidade de Endividamento do Setor Público (R$ milhões)

2010 2011

Discriminação Out Nov Dez Fev Mar

Nominal 6 366 14 359 8 683 1 532 11 202

Governo Central 1 766 9 976 -4 831 1 024 9 870

Governos regionais 4 392 4 237 12 871 - 480 1 855

Empresas estatais 209 146 643 989 -523

Juros nominais 16 105 18 525 19 536 19 281 19 115

Governo Central 8 999 11 631 10 573 14 831 12 400

Governos regionais 6 906 6 614 8 948 4 023 6 562

Empresas estatais 200 280 15 427 153

Primário -9 738 -4 166 -10 853 -17 748 -7 913

Governo Central -7 233 -1 655 -15 404 -13 807 -2 530

Governos regionais -2 514 -2 377 3 923 -4 503 -4 708

Empresas estatais 9 -134 628 562 -675

Fonte: BCB

A partir de outubro de 2010 as estatísticas tanto da divida liquida quanto danecessidade de financiamento do setor publico passaram a não mais incluir emsuas discriminações as contas do grupo Eletrobrás, tal qual ocorreu com aPetrobrás. Neste mesmo mês o Governo Central registrou superávit primário de

R$7,23 bilhões, os governos regionais de R$2,5 bilhões e as empresas estataisconsolidaram déficit de R$9 milhões. O resultado nominal, que inclui oresultado primário e os juros nominais, registrou déficit de R$6,4 bilhões nomês. A dívida líquida do setor público atingiu R$1.436,3 milhões (41,3% doPIB), reduzindo-se 0,2 % do PIB em relação a setembro. Contribuíram para essaredução o superávit primário que representou 2,5% do PIB registrado no mês eo crescimento do PIB corrente, em 4,2%. Em novembro, o superávit primáriodo setor público alcançou R$ 4,16 bilhões. O Governo Central registrousuperávit de R$1,65 bilhão; os governos regionais de R$2,37 bilhões, e asempresas estatais, que em outubro haviam se mostrado deficitárias, R$134milhões. O resultado nominal apresentou déficit de R$14,35 bilhões no período.

A dívida líquida do setor público atingiu R$1,45 bilhões (40,1% do PIB),mantendo-se relativamente estável em relação a outubro. No último mês de2010, o Governo Central registrou superávit primário de R$15,40 bilhões, e osgovernos regionais déficit de R$3,92 bilhões e as

Page 25: 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS

5/10/2018 2º BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA - GECE UFMS - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2o-boletim-de-conjuntura-economica-gece-ufms 25/25

 

25 

empresas estatais também se mostraram deficitárias em R$628 milhões. Já oresultado nominal registrou déficit de R$8,7 bilhões em dezembro. No

acumulado no ano, o resultado foi deficitário em R$93,7 bilhões (2,56% doPIB), atingindo a dívida líquida do setor público R$1.475,8 milhões (40,4% doPIB), elevando-se 0,3 % do PIB, em relação a novembro.

Em janeiro o superávit primário do setor público consolidado alcançou R$17,7bilhões em janeiro e o Governo Central registrou superávit de R$13,8 bilhões.Os governos regionais, seguindo a mesma tendência do Governo Central,tiveram um superávit R$4,5 bilhões e as empresas estatais registraram déficit deR$562 milhões.

O resultado nominal registrou déficit de R$1,5 bilhão em janeiro. No acu-

mulado em doze meses, o resultado foi deficitário em R$97,2 bilhões (2,64% doPIB).A dívida líquida do setor público atingiu R$1.476,1 milhões (40,1% doPIB), reduzindo-se 0,4 % do PIB em relação a dezembro. A redução da relaçãoDLSP/PIB em janeiro foi influenciada pelo superávit primário registrado nomês, que contribuiu com 0,5 % do PIB, e pelo crescimento do PIB corrente, quecontribuiu com 0,4 %.

Em fevereiro, o superávit primário do setor público consolidado alcançou R$7,9bilhões, melhor desempenho neste mês desde 2001. O Governo Central incorreuem superávit de R$2,5 bilhões, o mesmo ocorreu com os governos regionais emR$4,7 bilhões, e as empresas estatais, R$675 milhões. No ano, o resultadoprimário atingiu R$25,7 bilhões (4,22% do PIB.

O resultado nominal apresentou déficit de R$11,2 bilhões em fevereiro. No ano,o déficit nominal atingiu R$12,7 bilhões (2,09% do PIB). A dívida líquida dosetor público chegou a R$1.491,4 milhões (39,9% do PIB) em fevereiro,elevando-se 0,1 % do PIB em relação ao mês anterior. No ano, a relaçãoDLSP/PIB reduziu-se 0,2 % do PIB. O superávit primário acumulado no ano e oefeito do crescimento do PIB corrente contribuíram para essa redução com 0,7% do PIB cada um.