trabalho de farmaco pronto parte escrita
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1. Classificação dos anti-helminticos
Os anti-helmínticos classificam-se em 3 grupos:
1.1 Compostos Inorgânicos: são fármacos à base de sais de metais, que já foram muito
utilizados como agentes anticestódeos. Ex: arseniato de chumbo e dibutil dilaurato de estanho.
1.2 Compostos Orgânicos Naturais: foram muito utilizados principalmente no tratamento de
helmintoses de aves. Ex: arecolina.
1.3 Compostos Orgânicos Sintéticos: são os mais utilizados atualmente, formados por vários
grupos químicos. Ex: substitutos fenólicos, salicilanilidas, pirimidinas, benzimidazóis,
imidazotiazóis e avermectinas.
Estes fármacos agem principalmente: interferindo na produção de energia e
coordenação neuromuscular do parasita, causando sua morte quando esgotam-se suas reservas
energéticas ou a sua expulsão, decorrente de paralisia.
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2. Inibidores do metabolismo energético
Benzimidazóis
São os: tiabendazole, mebendazole, albendazole, triclabendazole, parbendazole,
fenbendazole, oxbendazole, oxfendazole, etc.
Efeito: morte do parasita por sua inanição.
Pró-benzimidazóis
São os: tiofenato, febantel, netobimin, etc
São compostos efeito ovicida.
Substitutos fenólicos
São os: disofenol, nitroxinil, niclofan, nitroscanato, bitionol
Salicilanilidas
São: closantel, rafoxanida, niclosamida, oxiclozamida, etc)
Efeito: inanição do parasita
Sulfonamidas:
Clorsulon
Efeito: também causam inanição do parasita.
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3. Grupos que interferem na coordenação muscular:
Imidazotiazóis:
São: tetramisole, levamisole, etc e pirimidinas (pirantel, morantel, etc)
Efeito: ação agonista colinérgica.
Organofosforados:
São: triclorfone, diclorvos, coumafos, fentione, etc
Efeito: São inibidores da enzima acetilcolinesterase. Estes causam paralisia estática do
parasito.
Piperazina
Dietilcarbamazina
Efeito: Hiperpolarização das células musculares
Avermectinas
São: Ivermectina, avamectina, doramectina, etc
Milbemicinas
Moxidectina
Efeito: potencializadores do GABA (Causam paralisia flácida)
Outros Compostos
Pirazinoisoquinolonas
São: praziquantel epsiprantel
Efeito: paralisação e a inanição do parasito.
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4 Vias de administração de antiparasitários
Quando se administra um antiparasitário, é comum buscar-se uma manutenção de certa
carga parasitária a níveis tolerantes ao hospedeiro.
Nestes animais geralmente busca-se o controle da parasitose a níveis aceitáveis, que não
alterem na sua produtividade e saúde.
É recomendável que a eficiência do fármaco seja de aproximadamente 95% e que ele atue em
todas as fases do desenvolvimento do parasita.
As principais vias de administração de um antiparasitário são:
- Intra-ruminal
- oral
- Pour-on ou Spot-on
- Bolus
- Intramuscular ou subcutânea
- Tópica
- Spray
- Brinco mosquicida
- Pulverização ou banho de imersão
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5 As parasitoses em animais ruminantes de produção
As parasitoses em ruminantes de produção, podem acarretar em grandes perdas
econômicas.Provocam perda nos índices de prenhez e aumentam a susceptibilidade a doenças.
Se a infecção parasitaria é muito alta:
Os animais podem apresentar casos com severas perdas de peso de até 60 kg de carne
ou 150 kg de leite devido aos carrapatos, de 20kg de carne e 60kg e leite devido as moscas,
até 40kg de carne e 120kg de leite pelo berne e até 45kg de carne ou 135kg de leite devido as
verminoses na vida útil do animal
(dados EMBRAPA)
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6 Ectoparasiticidas
Organofosforados
São os ectoparasiticida mais utilizados atualmente para o controle de carrapatos,
miíases, berne, etc.
Os organofosforados podem ser utilizados isoladamente ou associados a piretróides.
Quanto ao seu mecanismo de ação inibem a hidrólise da acetilcolina, inibindo a acetil
colinesterase.
Administração:
É administrado de maneira tópica na forma de pulverização ou banho de imersão, spray
e spot on. Na forma tópica possue menor efeito toxico do que seu uso por via oral e menor
período de carência.
Efeitos adversos
Intoxicação
Relaciona-se com ação sobre o SNA
Pode ocorrer ataxia, colica, diarreia, tremores musculares, sialorreia e broncoespasmo.
O sinal patognômonico da intoxicação é a miose extrema.
Tratamento da intoxicação é a administração de atropina
Período de Carência
Para bovinos de corte o abate dos animais tratados com este produto deve ser realizado
24 horas após a última aplicação.
Para animais leiteiros: não requer período de carência para o consumo do leite.
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Principais moscas e carrapato que afetam ruminantes
Fig. 1 Dermatobia hominis, Haematobia irritans, Rhipicephalus microplus, da esquerda
p/ direita.
Piretroides
Geralmente utilizados em associação com organofosforados, tem como mecânismo de
ação a abertura de canais de sódio nas membranas neurais dos insetos.
No grupo dos piretroides temos:
Cipermetrina
Ação no controle de Haematobia irritans, Boophilus microplus e na prevenção de berne,
causado por Dermatobia hominis, por possui ação mosquicida sobre vetores Stomoxys
calcitrans e Musca domestica.
Ação sarnicida e piolhicida.
É administrado por pulverização e também está presente em formulações pour on.
Obs. Não há informações sobre período de carência
Flumetrina
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Ação no controle do carrapato Boophilus microplus, dos piolhos Damalinia bovis,
Haematopinus eurystemus, Linognatus vituli, e dos ácaros Chorioptes bovis ePsoroptes ovis
em ruminantes.
Aplicação pour on, no dorso do animal.
Período de carência:
Gado de corte: Observar um período de 24 horas entre a última aplicação do produto e o
abate dos animais para consumo humano.
Gado leiteiro: Obedecer a um intervalo mínimo de 10 horas entre a última aplicação do
produto e uso do leite dos animais tratados para consumo humano.
Ciflutrina
Utilizada no controle de bernes, carrapatos e moscas.
Período de carência
Em bovinos de corte: observar um período mínimo de 24 horas entre a última aplicação
e o abate.
Em gado leiteiro: aplicar o produto imediatamente após a ordenha da tarde, para ter um
período de 10 horas antes da ordenha seguinte.
Carbamatos
Mecânismo de ação: paralisia espástica e morte do parasita. Também são inibidores das
colinesterases.
São menos tóxicos que os organofosforados. Quando os animais são intoxicados a
sintomatologia é a mesma produzida pelos organofosforados.
Propoxur
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Composto com ação acaricida (Dermanyssus gallinae), no controle de pulgas (Pulex
irritans, Ctenocephalides spp.) oportunistas e moscas (Musca domestica eStomoxys
calcitrans).
Deve ser aplicado nas instalações, onde houver ninhos, e no animal infestado.
Período de carência
Não há informações sobre o período de carência do medicamento Tanidil.
Substitutos fenólicos
Causam inanição do parasita e morte. Possuem ação principal endoparasiticida.
Nitroxinil
Pode ser utilizado no controle de Oestrus ovis em ovinos, o bicho da cabeça, causador
da oestrose e controle da fascíola hepática.
A administração é realizada por via subcutânea.
Período de Carência
Para animais de corte o abate deve ser realizado 30 dias após o último tratamento.
Para animais leiteiros o produto não deve ser empregado em animaiss que estejam
produzindo leite para consumo humano.
Fenilpirazóis
Danificam o sistema nervoso central do inseto.
Fipronil
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Utilizado em spray ou em pour on, tem ação na prevenção e tratamento de miíases
causadas por Cochliomyia hominivorax e de larvas da mosca Dermatobia hominis. Também
age contra carrapatos e mosca Stomoxys calcitrans, em cepas resistentes a outros
ectoparasiticidas.
Período de carência
Abate: bovinos tratados não deverão ser abatidos dentro do período de 100 dias após o
último tratamento, quando a carne se destinar ao consumo humano.
Formamidina:
Amitraz é o composto mais utilizado deste grupo. É repelente e inseticida. Causa
hiperexcitabilidade e paralisia seguida de morte nos artrópodes. É muito utilizado em casos de
resistência a carbamatos e organofosforados. Ação carrapaticida (Boophilus microplus) em
bovino.
Uso via pulverização.
Período de carência
O leite proveniente de animais tratados com Amitraz Pulverizado não deverá ser
aproveitado para o consumo humano, antes de decorridas 24 horas da última aplicação do
produto.
Os animais de corte tratados com amitraz somente deverão ser abatidos para o consumo
humano, após decorridas 2 (duas) semanas da última aplicação do produto.
Fluazuron
Atua contra carrapatos Boophilus microplus, impedindo a formação de quitina,
responsável por seu exoesqueleto.
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É um regulador do crescimento de insetos, inibindo o desenvolvimento de larvas do
carrapato.
Não afeta mamíferos e tem baixo impacto ambiental.
Pode ser administrado por via pour on, na linha do dorso do animal.
Período de carência
Suspender a medicação 42 dias antes do abate de animais destinados ao consumo
humano.
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7 Endoparasiticidas
Albendazol
É um princípio ativo com ação anti-helmíntica indicado para bovinos, ovinos e caprinos.
É responsável por controlar as principais verminoses gastrintestinais e pulmonares
(nematódeos) que acometem bovinos, como aquelas provocadas por estódeos (tênias) adultas
e formas encistadas (cisticercose) e trematódeos (fascíolas).
É um poderoso agente na eliminação dos parasitas pois atua contra as suas três fases de
vida: adulto, larva (inclusive hipobióticas) e ovo.
O parasita morre por inanição e é expulso do organismo através dos movimentos
peristálticos.
Periodo de carência
Para abate14 dias e 72 horas do leite para o consumo humano.
No caso de cisticercose, deve-se respeitar o intervalo de 40 dias entre tratamento e o
abate para a calcificação dos cistos.
Não deve ser utilizado em fêmeas gestantes no período de 45 dias iniciais de gestação.
Os medicamentos comerciais podem ser administrados pelas vias oral e subcutânea.
Levamisol
O levamisol é um antiparasitário interno e imunoestimulante para bovinos e ovinos. É
indicado para o tratamento de infecções por vermes gastrointestinais e pulmonares.
É administrado por via subcutânea, sob a pele solta na frente ou atrás da escápula, e
doses superiores a 10 ml devem ser aplicadas em 2 ou mais lugares.
É um produto que possui expressiva e direta ação sobre nematoides e, não diretamente,
a trematoides, cestoides ou protozoários.
Possui meia vida plasmática curta, de cerca de 4 horas. Por conta disso, não há efeito
cumulativo.
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A eliminação se dá 40% pela via urinária e 41% pela via fecal. Há certa eliminação
também pela via respiratória, embora ela seja uma fração pequena.
Trata-se de um vermífugo extremamente seguro, uma vez que a dose tóxica é cerca de 2
a 5 vezes maior que a dose eficaz a ser administrada.
Períodos de carência:
Animais para abate, o abate deve ser realizado pelo menos 7 dias após a última aplicação.
Animais leiteiros, o leite dos animais tratados com Levamisol só pode ser consumido 48 horas
após a última aplicação.
Substitutos Fenólicos e Salicilanilidas
São utilizados no controle da Fasciola hepática
Como mecânismo de ação, ambos inibem o metabolismo energético, causando inanição
e morte do parasito.
Nitroxinil
Administração por via subcutânea
Período de carência:
Carne - 30 dias.
Atenção: Não deve ser utilizado em vacas em lactação.
Closantel
Administração por via intramuscular ou solução oral
Período de carência
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Carne e Leite: 30 dias
8 Agentes Antiprotozoários
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Tratamento contra Babesia spp. e Anaplasma spp., protozoários responsáveis pelo
quadro de tristeza parasitária bovina.
Bezerro apático, com TPB
No tratamento, são utilizados:
Derivados das diamidinas - Interferem na glicólise anaeróbica do parasita e em sua
síntese de DNA.
Efeitos colaterais: podem causar tremor muscular, salivação, queda da pressão
sanguínea e pulso acelerado.
Não causam efeitos parassimpatomiméticos ou danos hepáticos, se administrados na
dose correta.
Derivados das carbanilidas - Atuam no núcleo das células do parasita, promovendo
alterações no seu número e tamanho, também no citoplasma.
Tem ação também para tratamento profilático contra várias espécies deBabesia.
Como efeito indesejável, deixam resíduos nos rins e fígado por até 170 dias, sendo que
o período de carência deve ser de no mínimo 30 dias para animais destinados ao consumo,
tendo uso restrito. São os compostos amicarbilida e imidocarb.
Período de carência
Pirofort: Carne 21 dias. Leite - 5 dias.
Diminazine e Diazen: Carne - 30 dias. Não deve ser utilizado em vacas em lactação.
Administração por via subcutânea ou intramuscular.
9 Uso e restrições da Ivermectina em Ruminantes
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A ivermectina é um parasiticida que atua na prevenção e tratamento de diversas
espécies de parasitas internos e externos de bovinos e ovinos, como berne, carrapatos, vermes
gastrointestinais;
No caso dos ovinos, todos os estágios parasitários do Oestrus ovis, conhecido também
como “Bicho da cabeça”.
Ocasiona paralisia flácida, morte e eliminação dos parasitas.
Nos casos de infestações por Onchocerca, a ivermectina afeta as larvas em
desenvolvimento e bloqueia a saída das microfilárias do útero dos vermes fêmeas adultos.
Não é utilizada para cestoides e trematoides uma vez que esses helmintos não possuem
receptores com afinidade para avermectinas.
Pode ser administrado por via subcutânea, na dose de 1mL para cada 50 kg (bovinos).
A meia-vida é de aproximadamente 22 a 28 horas, e sua maior concentração é no fígado
e no tecido adiposo.
São excretados quase que exclusivamente nas fezes em um período de
aproximadamente 12 dias;
Entretanto, devido à sua grande lipossolubilidade, ela pode ser estocada no tecido
adiposo, ocasionando um retardamento na eliminação do fármaco;
A restrição do uso se deu por conta do uso indiscriminado, não sendo respeitado o
período de carência;
Só pode ser comercializada após emissão de receituário veterinário.
Período de carência:
- Bovinos: 35 dias após o último tratamento.
- Ovinos: 28 dias após o último tratamento.
Não usar o produto em vacas leiteiras que estejam produzindo leite para o consumo
humano.
Obs.: Foram proibidas a fabricação, comercialização e importação de avermectinas de longa
duração.
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Bibliografia
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Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária, 2011, 5ª Ed, SPINOSA, H. S.
http://www.bayervet.com.pt/pt/animais_companhia/parasitas/SG/desparasitacao/
principios_protocolos.html. Acesso em 17/06/2014.
http://www.virbac.com.br/produtos/4/bovinos/12/antiparasitarios. Acesso em
17/06/2014
http://www.farmacampo.com.br/downloads/ectoparasitas.pdf. Acesso em 21/06/2014.
http://mercado.ruralcentro.com.br/produtos/849/levamisol-biovet-frasco-250-ml-biovet.
Acesso em: 24/06/2014
http://www.polivet-itapetininga.vet.br/obras/levamisol04.pdf
http://file.biovet.com.br/Bula/levamisol_biovet.pdf
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