abordagens psicoterápicas para as psicopatologias da contemporaneidade

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Abordagens Psicoterápicas para as Psicopatologias da Contemporaneidade

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Page 1: Abordagens Psicoterápicas para as Psicopatologias da Contemporaneidade

Abordagens Psicoterápicaspara as Psicopatologias da

Contemporaneidade

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Condições sociais e Psicopatologias

• Desenvolvimento neurocientífico e psicofarmacológicos ainda não dão conta das patologias do vazio;

• A cultura pós moderna desvaloriza a reflexão e estimula o gozo imediato pelo consumismo e valorização da aparência, contribuindo para o aumento da incidência da psicopatologia;

• Importa o que a pessoa tem e não o que ela é;• Necessidade de valorização da subjetividade

através da relação psicoterapêutica.

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Análise da condições sociais contemporâneas

• O Excesso. Este se manifesta imediata inicialmente no registro do SENTIR para, então, as intensidades se disseminarem nos registros do corpo e da ação;

• Súbitas variações de humor, polarizadas entre Apatia e Irritabilidade, campo em que se inscrevem os transtornos do humor;

• Vazio que invoca a Depressão e o Nada que envolve a Melancolia.

Page 4: Abordagens Psicoterápicas para as Psicopatologias da Contemporaneidade

Análise da condições sociais contemporâneas

• O Excesso no campo da Ação: Existimos em uma hiperatividade permanente, isto é, em uma Excitabilidade Elevada, condição de possibilidade de Violência e Compulsão.

• No campo do Pensamento: perde-se a temporalidade e a capacidade de simbolizar as experiências.

• Esgarçamento dos laços afetivos, dos elos de ligação, fragilidade das regulações simbólicas.

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Análise da condições sociais contemporâneas

• Frente à efemeridade dos acontecimentos, a cultura contemporânea enfatiza a personalidade centrada no eu, traduzida em uma intensidade máxima de prazer – o hedonismo.

• Observa-se uma ressacralização do corpo, venerado em verdadeiros cultos, com mandamentos a serem seguidos, não havendo mais a contradição entre o sagrado e o profano. Passa-se a viver sob a regra vigente do silicone, da lipoaspiração do excedente e da proibição de envelhecer.

Page 6: Abordagens Psicoterápicas para as Psicopatologias da Contemporaneidade

Análise da condições sociais contemporâneas

• As dificuldades da vida familiar e das relações amorosas testemunham principalmente a crescente afirmação dos direitos individuais face aos interesses de grupo.

• Os encontros sociais que marcavam os ciclos da vida comunitária, como festas, práticas religiosas e diálogo familiar, são cada vez menos freqüentes e mais marcados pela lógica do mercado, tornando-se impessoais.

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Análise da condições sociais contemporâneas

• compromissos do tipo “até que a morte nos separe” se transformam em contratos do tipo “enquanto durar a satisfação”, temporais e transitórios por definição, por projeto e por impacto pragmático – e assim passíveis de

ruptura unilateral, sempre que um dos parceiros perceba melhores oportunidades e maior valor fora da parceria do que em tentar salvá-la a qualquer – incalculável – custo (BAUMAN, 2001, p.187).

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Psicopatologias Contemporâneas

• Consideramos que os transtornos alimentares, drogadição e situações traumáticas remetem ao vazio simbólico e formam um quadro bastante representativo das patologias do nosso tempo.

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Estrutura das Psicoterapias

• Avaliação diagnóstica criteriosa quanto aos aspectos• biopsicossociais;• Estabelecimento da gravidade e escolha do cenário de

tratamento;• Explicitação dos problemas, metas e recursos;• Abordagem multiprofissional e multidisciplinar;• Psicoterapia individual e em grupo com uso de

diversas técnicas;• Trabalho com familiares;• Psicofármacos podem ser necessários.

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Transtornos Alimentares

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Transtornos Alimentares• Sintomas:• Porta de entrada para mente;• Acalmam o paciente;• Produzem sensação controle;• Incrementam a negação dos sentimentos envolvidos.

• Objetivos do tratamento:• Condição saudável do corpo;• Condição alimentar saudável;• Construção de imagem corporal mais realista.

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• Psicoterapia:• Duração mínima seis meses;• Freqüência mínima semanal;• Consolidação da aliança de terapêutica ;• Diminuição dos sintomas;• Reconhecimentos dos sentimentos e conflitos;• Exame do papel da doença no contexto da• vida.

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Adicção

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Dependência Química

• Objetivos:• Obtenção e manutenção da abstinência;• Motivação e continuidade do tratamento;• Recuperação dos vínculos sociais,• ocupacionais e familiares.

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Dependência Química• Psicoterapia:• Acolhimento com escuta empática;• Estabelecimento de clima emocional de genuíno• interesse e confiança;• Desenvolvimento da aliança terapêutica;• Liberação de forças motivacionais que levam a• novas atitudes;• Reformulação dos vínculos interpessoais;• Encontro com novas fontes de prazer (relações• amorosas, trabalho e família).

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Situações Traumáticas• O trauma acontece quando o processamento• psíquico da experiência traumática não ocorre;• A experiência traumática é um evento• (exógeno) excessivo para as condições do• psiquismo;• A mente pode entrar em colapso;• Pode existir uma reinterpretação equivocada• das relações com os objetos internos e• externos.

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Situações Traumáticas• Psicoterapia:• Acolhimento com escuta empática;• Estabelecimento de clima emocional de genuíno• interesse e confiança;• Oferecimento de tempo suficiente para que paciente• esgote o excesso de excitação acumulada;• Terapeuta processa a experiência traumática, tornando-a• tolerável para o paciente;• Considerar casos agudos ou crônicos (stress agudo ou• stress pós-traumático);• Intervenções em crise considerando o espectro

apoioinsight.

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Síndrome do Pânico

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Síndrome do Pânico

• Caracteriza-se por medo súbito e sem motivo aparente, com alterações fisiológicas (como

taquicardia, dores no peito, sensação de sufocamento e desmaio, sudorese) e sensação de morte iminente.

• Daí a origem do nome reportar-se a Pã, deus grego com chifres e pés de bode que quando aparecia repentinamente, assustava pastores e camponeses. Foi desta forma que surgiu a

denominação Pânico, o terror repentino.

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Síndrome do Pânico

• Com a pós-modernidade, desponta uma sociedade cada vez mais individualista, competitiva e violenta, em que o sujeito depende exclusivamente de sua performance, dispensando o contato com o outro.

• Nesse contexto, chama atenção a explosão do fenômeno da Síndrome do Pânico, relacionado à vivência de desamparo e à falta de garantias.

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Síndrome do Pânico

• Em conseqüência as massas se dispersam e rompem os laços sociais que as mantinham ligadas entre si. A certeza de fazer parte de algo que transcende as individualidades se quebra e, com isso, a sensação de pertencimento se esvai. O pânico, sentimento de ruptura desses laços e certezas, se institui e se alastra (BIRMAN, 2003a, p. 73).

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Depressão

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Depressão

• Caracterizada por tristeza intensa, abatimento profundo e desinteresse pelas coisas, a depressão faz com que a tarefa de viver torne-se difícil, pesada, cheia de idéias fixas e pessimistas.

• O que outrora foi denominado melancolia apresentava um luto a ser elaborado, ou seja, um evento onde o que estava presente era uma realidade de perdas (de entes queridos, doenças, etc.).

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Depressão• Extensão, confirmada pelas estatísticas, de

diagnósticos de depressão, cujo aspecto não tem um núcleo voltado para uma perda ou para um tema definido, caracterizando-se mais por um empobrecimento que atinge todas as áreas da vida.

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Transtornos de Personalidade Anti- Social

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Transtornos de Personalidade Anti- Social

• Transtorno da Personalidade Anti-Social é um padrão de desconsideração e violação dos direitos dos outros .

• Inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.

• Também conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial.

• Diagnóstico: o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos.

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Transtornos de Personalidade Anti- Social

• Os indivíduos portadores deste transtorno não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros normais.

• Freqüentemente enganam ou manipulam os outros a fim de obter vantagem pessoais ou prazer.

• Um padrão de impulsividade pode ser manifestado por um fracasso em planejar o futuro.

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Transtornos de Personalidade Anti- Social

• Tendem a ser irritáveis ou agressivos e entrar em lutas corporais ou cometer atos de agressão física.

• Exibem um desrespeito imprudente pela segurança própria ou alheia.

• Tendem a ser extremamente irresponsáveis.

• Demonstram pouco remorso pelas conseqüências de seus atos.

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Papel da Psicologia e das Psicoterapias

• Papel do psicólogo diante das psicopatologias implica compreender o sofrimento do indivíduo na situação socio-histórica em que ele vive, ama, trabalha e se relaciona com os outros.

• Contribuir para a identificação dos fatores

pessoais, familiares, sociais e culturais associados ao vazio existencial e à diminuição

do poder pessoal.

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Psicoterapia Breve e Psicopatologias

• Identificar os determinantes psicossociais do comportamento de procura de cuidados, nomeadamente as dificuldades e conflitos familiares, os abusos e a violência, a acumulação de acontecimentos de vida, os problemas.

• A finalidade é a de facilitar o encontro do indivíduo com o significado da sua existência.

• Pretende-se clarificar como agir no futuro em novas direções.

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Psicoterapia Breve e Psicopatolgias

• Pretende-se promover uma abertura cada vez maior das perspectivas do indivíduo em relação a si-próprio e ao mundo.

• Pretende-se facilitar ao indivíduo uma atitude mais autêntica em relação a si-próprio.

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Algumas conclusões:

• Com efeito, as mutações institucionais sofridas pela humanidade no século XX e início do século XXI trouxeram o alargamento da compreensão do sofrimento psíquico pelos profissionais que lidam com essa nova demanda.

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Algumas conclusões:

• Nessa trilha, a Psicologia vê-se convocada a produzir novos modelos de compreensão do psiquismo, sob o risco de tornar-se uma teoria obsoleta e defasada diante das rápidas transformações que são o marco da contemporaneidade.

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Referências Bibliográficas

• Albergaria, J. (1999). Noções de criminologia. Belo Horizonte, MG: Mandamentos.

• Bartol, C. R. (1980/2002). Criminal behavior: a psychosocial approach. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall.

• Baumeister, R. F. (1997/2000). Evil: inside human cruelty and violence. New York, NY: Freeman.

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Psicoterapia Breve com Pacientes Oncológicos

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PSICOTERAPIA

• Uma melhor qualidade de vida tornou-se o objetivo desta abordagem. Nisto se inclui o suporte psicológico durante intervenções como cirurgias, rádio e quimioterapia, por exemplo, que podem gerar efeitos colaterais agressivos e/ou desconfortáveis.

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Algumas possíveis atividades do psicólogo que trabalha com pacientes oncológicos

1- Atendimento a pacientes internados ( cirurgia , etc., ).

2- Atendimento na sala de quimioterapia. 3- Atendimento ambulatorial ( paciente de

radioterapia e outros ).4- Atendimento de grupo (ex. pacientes

mastectomizados)5- Atendimento à família .6- Trabalho junto à equipe técnica.