pedagogia na contemporaneidade

8/17/2019 Pedagogia Na Contemporaneidade

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PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E

METODOLÓGICOS DA PEDAGOGIANA CONTEMPORANEIDADE

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAISFACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIAPROF. MSC. SIDNEI HUEBERT DOS SANTOS



A SOCIEDADE PEDAGÓGICA

• Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais

contemporâneos é a ampliação do conceito de educação e a

diversificação das atividades educativas, levando, por

conseqüência, a uma diversificação da ação pedagógica nasociedade. Em várias esferas da prática social, mediante as

modalidades de educação informais, não-formais e formais,

é ampliada a produção e disseminação de saberes e modos

de ação (conhecimentos, conceitos, habilidades, hábitos,procedimentos, crenças, atitudes), levando a práticas

pedagógicas. Estamos diante de uma sociedade

genuinamente pedagógica [...]. (LIBÂNEO, 2001, p. 3).



• E essa chamada “sociedade pedagógica” ou“sociedade do conhecimento”, é resultado de umasérie de transformações ocorridas no mundo,baseadas nos avanços da comunicação, da ciência e da

tecnologia e do surgimento do processo de“acumulação flexível” como resposta à crise docapitalismo vivenciada durante os anos 70 e 80 doséculo XX, dado o esgotamento do sistema

fordista/taylorista de produção. Para Harvey (1996),nossa contemporaneidade caracteriza-se por ser umasociedade tecnizada de caráter flexível, informacional,cuja base é a da microeletrônica.

A SOCIEDADE PEDAGÓGICA



AS MUDANÇAS COMEÇAM NOMUNDO DO TRABALHO

• Obviamente ocorreram mudanças significativas nosprocessos de trabalho. No fordismo/taylorismo temosum processo de trabalho rígido, no qual ocorre uma

intensa divisão e fragmentação do trabalhoimplicando em acentuado controle e supervisãoadequados ao funcionamento de linhas de produção,acarretando assim, limitações dos trabalhadores atarefas específicas, repetitivas e monótonas, quepoderiam contribuir para um processo real dedesqualificação do trabalhador na medida em que nãorequeria uma diversidade de saberes (BRAVERMAN,1987).




• Já na sociedade tecnizada, temos um processo detrabalho flexível que traz a possibilidade “de umaredução dos níveis de divisão e fragmentação do

trabalho”, uma vez que “oportuniza aintercambialidade entre funções e a polivalência dotrabalhador”, que pode desenvolver tarefasdiferentes.

•

Tal “flexibilização funcional” pode ser desenvolvidaatravés da agregação de funções para cadatrabalhador (“ilhas de fabricação”, onde um homempode controlar várias máquinas); e da rotação pordiferentes tarefas e trabalho por equipes.




• Por sua vez, Hirata (1997, p. 24-23) afirma que essenovo modo de “especialização flexível” faz com queseja repensado o lugar do indivíduo na organização e

no próprio processo de trabalho. Para a autora, àclasse trabalhadora é exigida uma superação do modode trabalho semiqualificado tipicamente fordista/taylorista para uma “divisão menos acentuada dotrabalho”.



AS MUDANÇAS COMEÇAM NO MUNDODO TRABALHO E CHEGAM À PEDAGOGIA

• Uma vez que o atual momento do mundo do trabalhoé profundamente marcado por expressões comoprodutividade, flexibilidade e empregabilidade,

quando é colocada ao trabalhador que o mesmo sejacapaz de se adequar às mudanças e exigências domercado, à educação são lançados intensos desafiosque demandam novas formas de pensar o indivíduo e

o trabalho.




• Então, partindo do vínculo entre educação eeconomia, as mudanças decorrentes do capitalismo,da globalização e das inovações tecnológicas,

apresentam questões para a Pedagogia. Mudou-se operfil requerido do profissional e as novas exigênciasde qualificação dos trabalhadores afetaram ossistemas de ensino, quando, então, percebe-se que opedagógico perpassa a sociedade, extrapolando oâmbito escolar formal, abrangendo esferas maisamplas da educação.




• Portanto, pode-se afirmar que o Curso de Pedagogia formaum profissional qualificado para atuar em diversos ramoseducativos e apto para atender às demandas sócio-educativas existentes nos âmbitos formal, não formal einformal, requeridos pela “sociedade pedagógica”.

• O Pedagogo, então, pode ser um profissional em sintoniacom as novas realidades e com as novas tecnologias,atuando em diferentes instâncias da prática educativa,

direta ou indiretamente. Vislumbram-se, para esteprofissional, objetivos de formação humana previamentedefinidos em sua contextualização histórica. Ou seja, aopedagogo, no atual contexto, cabe uma atuação criadora,

transformadora, de profissional do conhecimento.




• Todas as práticas sociais se exercitam a partir deintencionalidades, explícitas ou não. É fundamental que asociedade tenha bem claro as intencionalidades presentes napráxis. Esta explicitação de objetivos deve-se fazer através de

uma ação científica, intencional, planejada, organizada, quechamo de prática pedagógica. Essa prática pedagógica nãodeve estar restrita apenas às escolas, mas a todas as práticaseducativas de uma sociedade, de forma a potencializar a

ação educacional com fins educativos, em vista a um projetode formação de sociedade. Carecemos historicamente desteprofissional, intelectual crítico, que faça as mediações entreas instituições educativas e um projeto social de formação depessoas: o pedagogo. (FRANCO, 2002).



BIBLIOGRAFIA

• BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista - a degradaçãodo trabalho no século XX. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1987. p. 17-123.

• FRANCO, M. Amélia Santoro. A pedagogia para além dosconfrontos. Anais do Fórum de Educação: Pedagogo queprofissional é esse? Belo Horizonte, FAE/CBH/UEMG, set/2002.

• HARVEY, David. Condição pós-moderna. 4ª ed. São Paulo. Loyola,1996.

• HIRATA, Helena. Os mundos do trabalho: convergência e

diversidade num contexto de mudanza dos paradigmas produtivos.In: CASALI, Alípio et all (org.). Empregabilidade e Educação: novoscaminhos no mundo do trabalho. São Paulo: EDUC, 1997.

• Libâneo, José Carlos. (2001). Pedagogia e pedagogos: inquietaçõese buscas. Educar em Revista, (17), 153-176.

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