estudo de caso: casamento na contemporaneidade

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TEOLOGIA - NOTURNO ACONSELHAMENTO CRISTÃO PROF. ROSÂNGELA – Atividade ESTUDO DE CASO: O CASAMENTO NA CONTEMPORANIEDADE: CONSTRUINDO ESPAÇOS PARA O EU E O NÓS NA RELAÇÃO 1 SUMÁRIO Introdução......................................................... 2 O casamento na contemporaneidade...................................2 A construção da identidade conjugal - benefícios e dificuldades de um casamento....................................................... 4 Caso clínico....................................................... 6 Conclusão:......................................................... 6 Bibliografia....................................................... 7 ANEXO 1: Quem é essa nova mulher?..................................8 1 Esta atividade escolar se baseia no artigo da Psicóloga Maria Isabel Wendling como requisito do curso de Terapia da Familia e Casal no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI) Aluno: Daniel Deusdete Araújo Barreto Página 1 de 20

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Atividade escolar de Teologia - Aconselhamento Cristão - ESTUDO DE CASO:O CASAMENTO NA CONTEMPORANIEDADE: CONSTRUINDO ESPAÇOS PARA O EU E O NÓS NA RELAÇÃO.

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Page 1: ESTUDO DE CASO: CASAMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

TEOLOGIA - NOTURNOACONSELHAMENTO CRISTÃO

PROF. ROSÂNGELA – Atividade

ESTUDO DE CASO:

O CASAMENTO NA CONTEMPORANIEDADE: CONSTRUINDO

ESPAÇOS PARA O EU E O NÓS NA RELAÇÃO 1

SUMÁRIO

Introdução...............................................................................................................................2

O casamento na contemporaneidade..................................................................................2

A construção da identidade conjugal - benefícios e dificuldades de um casamento.....4

Caso clínico............................................................................................................................6

Conclusão:..............................................................................................................................6

Bibliografia............................................................................................................................. 7

ANEXO 1: Quem é essa nova mulher?.................................................................................8

ANEXO 2: O Eu e o Nós na Relação...................................................................................11

1 Esta atividade escolar se baseia no artigo da Psicóloga Maria Isabel Wendling como requisito do curso de Terapia da Familia e Casal no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI)

Aluno: Daniel Deusdete Araújo Barreto Página 1 de 13

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Introdução

O presente trabalho visa comentar e estudar alguns aspectos importantes do

relacionamento conjugal com base no trabalho realizado por Maria Isabel Wendling como

requisito para conclusão do curso de formação em Terapia de Família e Casal no Centro de

Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI).

Ela salienta a necessidade de um novo tipo de construção dos espaços individuais e

conjugais dos casais em nossa sociedade nos dias atuais e, para isso, apresenta:

Uma breve revisão teórica sobre o casamento na contemporaneidade.

As características e as expectativas apontadas por homens e mulheres no nosso

contexto social.

Os aspectos referentes à construção da identidade conjugal - os benefícios e as

dificuldades encontradas para lidar com o casamento no decorrer dos anos.

Por fim, apresenta um caso clínico de caracterização do processo de retomada do

vínculo conjugal num casal de meia-idade, compreendido a partir do ponto de vista

sistêmico.

 

O casamento na contemporaneidade

O casamento na sociedade moderna vem sofrendo transformações que apontam para a

grande dificuldade e complexidade de se construir uma vida a dois, principalmente por

causa dos aspectos sócio-econômicos.

Historicamente, na sociedade patriarcal, era o homem que dominava, cuidava e

administrava os recursos e a mulher lhe era submissa, no entanto, hoje este papel mudou e

a mulher conquistou um grande espaço na sociedade e passou a ser responsável também

pelo sustento e provisão desse lar. No texto abaixo, pode-se verificar essas questões:

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"Os homens estão aprendendo a conviver com mulheres confiantes e

auto-suficientes, e mostram-se mais preparados para ter relações

equilibradas", diz Dan Kindlon, de Harvard. "Muitos dizem que uma

mulher bem-sucedida é mais sexy." Kindlon aposta que as mulheres alfa

vão causar uma mudança na estrutura das famílias. "Os adolescentes de

hoje, que desde cedo convivem com mães, irmãs e colegas alfa, vão

dividir mais as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos", afirma

Kindlon. Hoje, esse homem ainda é exceção - principalmente em países

latinos como o Brasil, onde o machismo é mais arraigado. "O brasileiro

ainda está preso ao papel de provedor", diz a psicóloga Maria Isabel

Wendling, autora do estudo O Casamento na Contemporaneidade. "Se

ele perde esse papel, fica confuso. No consultório, no entanto, percebo

que os homens estão dispostos a se adaptar ao novo espaço que as

mulheres estão ocupando na relação." 2

No que tange ao significado dessa relação a dois, houve também mudanças na perspectiva

dos gêneros:

Os homens, no momento da escolha de sua parceira, dão mais ênfase aos aspectos

físicos e a atração sexual, enquanto que, por sua vez, as mulheres consideram mais o

sentimento amoroso.

Está ocorrendo uma redefinição do que é percebido como papel de homem e papel de

mulher no âmbito familiar.

As mulheres, assim como os homens, estão namorando vários parceiros, tendo relações

sexuais mais cedo e casando mais tarde. Muitos casais passam a viver junto antes do

casamento, prolongando a fase de nascimento tios filhos.

Há aumento das expectativas entre os cônjuges com uma maior idealização do outro e

uma grande exigência consigo mesmo que provocam tensões e conflitos na relação

conjugal.

2 http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html

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As relações estão sendo constituídas em torno das identidades dos cônjuges tornando a

relação somente agradável enquanto produzir prazer.

Dificuldades de se criar laços significativos para produzir projetos compartilhados sem

deixar de lado a autonomia. Individualidade todo ser humano possui, mas individualismo

é um mal no casamento.

A despeito de tudo isso, as pessoas continuam a casar-se e a buscar a felicidade conjugal

como algo essencial em suas vidas. Ao decidir pelo casamento as pessoas deveriam se

modificar internamente e se reorganizarem uma vez que ocorrem muitas mudanças a partir

de uma vida a dois. É uma nova etapa no ciclo vital da família onde cada pessoa carrega

consigo toda a sua história individual e isso pode afetar significativamente a relação a dois.

A construção da identidade conjugal - benefícios e dificuldades

de um casamento

A construção da identidade conjugal deve começar mesmo antes do casamento. Será

necessário juntar-se ao outro, mas sem se fundir. Isso nem sempre é facilmente assimilado

e experimentado no cotidiano.

Uma união com outra pessoa requer uma série de ajustes até que cheguem a um mundo

comum de compartilhamento de situações e de idéias com negociação de tarefas,

modificação de papéis e assunção de novas funções.

O sucesso e o fracasso do matrimônio dependem em grande parte do funcionamento e das

regras de colaboração que devem ser expressas por cada casal em consideração às

inevitáveis diferenças e semelhanças entre os parceiros.

Nenhuma relação começa do zero, pois cada um tem um sistema de crenças e valores que

geram expectativas no casamento.

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Diz-nos Maria Isabel:

“Desta forma, o casal vai aos poucos construindo sua identidade conjugal

e começa a elaborar seus constructos em função um do outro. Willi (1

995) complementa esta ideia, afirmando que na vida cotidiana, os

parceiros contam um ao outro o que fizeram ou viram durante o dia. A

correspondência, a escuta e a troca entre o casal vai fortalecendo ainda

mais a relação e torna-se essencial para a higiene psíquica pessoal.

Porém, os indivíduos forma seus constructos a prtir de experiências

pessoais e já que nenhuma pessoa possui vivências exatamente iguais a

da outra, os constructos podem ter significados diversos para cada um”

Outro aspecto importante na construção da identidade conjugal diz respeito à coesão.

Casais saudáveis conseguem conciliarem os aspectos do cotidiano com os da relação. É o

“eu” e o “nós” que não devem ser preteridos um em relação ao outro. Administrar a vida, o

cotidiano, os negócios, as finanças, os problemas consomem muito da energia do “eu” e

pode prejudicar o cuidado e o carinho necessário ao “nõs” da relação conjugal, por isso,

necessário é a coesão. (ver Anexo 2).

Coesão é fundamental, mas a fusão é doentia. É preciso muito cuidado, pois muitos casais

acham que podem fazer coisas juntos, de maneira fusionada, demonstrando uma

personalidade dependente e mesmo infantil. Essa questão deve ser já antes do casamento

adminstrada, cuidada e disciplinada. Maria Isabel assim conclui:

Desta forma, constata-se que equilibrar os aspectos conjugais e indivi-

duais torna-se um desafio para os casais na contemporaneidade, sendo

essencial que haja uma maior reflexão entre os cônjuges sobre estes

espaços para uma melhor qualidade de vida na relação e crescimento

pessoal.

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Caso clínico

As divergências encobertas (a lei do silêncio) é um mal terrível, pois nele o casal se

acomoda e vai levando a sua vida sem conflitos, sem discussões, mas sem soluções. A

diferença era o rítimo de cada um.

Diana não se envolvia com a família, era individualista e pragmática e somente se

interessava pelo seu desempenho profissional.

Tarso já era mais dedicado à família e a uma vida simples.

O Problema: não conseguiam vivenciar o cotidiano; sentiam que não se amavam mais; não

tinham tempo para o “nõs” nem para suas vidas profissionais; distanciamento sexual, perda

de vínculos afetivos.

Gavetas: o que estava bom e o que poderia melhorar?

Escuta: compartilhar sentimentos que estavam envolvidos na relação.

Conciliação. Precisavam conciliar as diferenças.

“CAMA DO CASAL” era a “cama da família, do profissional”, que estava envolvida com

outras situações, mas não era a do casal, do “nós” na relação e isso afetava e distanciava a

intimidade necessária na relação. Eles precisavam se distanciar da família de origem.

O desafio do casal busca de equilíbrio entre a neccessidade de criar laços significativos e

ao mesmo tempo alcançar “autonomia” (isto é, ter individualidade, mas não ser

individualista; unir, mas não fundir).

Conclusão:

A Revista ÉPOCA em uma matéria entitulada “Quem é essa nova mulher?” (ver Anexo 1)

responde de forma a querer impactar: “Ela nasceu com as conquistas do feminismo, é

independente e segura. Ao mesmo tempo, admite que precisa de um companheiro e

não se importa em ser admirada pela beleza. Ela é a mulher alfa”.

A revista não está errada ao exaltar a mulher, ao condenar o machismo, ao desejar uma

relação equilibrada e independente, mas comete um lapso grave ao exaltar o individualismo

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feminino e ao tratar a relação como algo descartável tão logo haja um problema. Gostar de

homens (ou gostar de mulheres, no caso dos homens) aponta que a mulher alfa é aquela

que pode usar o outro como seu objeto e isso não é sadio ao se tratar de família, pelo

menos das famílias que tem temor a Deus.

Gostei do artigo e acho importante a busca do concerto, da harmonia, da solução em uma

relação a dois. Achei muito interessante a “lei do silêncio” e como isso pode, como um

câncer, destruir relacionamentos bem lentamente.

Eu acredito em Deus e no mandato divino de constituir a família. Eu acredito no juramento

feito de amar idependentemente da situação econômica-financeira, de saúde, “na vida e na

morte”. Eu acredito que Deus detesta o divórcio (Ml 2:16) e que devemos buscar ajuda para

encontrarmos solução e saída para os problemas conjugais. Como disse Paulo, se Cristo

não ressuscitou, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos (I Co 15:32; Is 22:13).

Como creio que Cristo ressuscitou, então creio na fidelidade, no amor e na solução dos

problemas conjugais.

Bibliografia

1. Artigo da Psicóloga Maria Isabel Wendling como requisito do curso de Terapia da Familia e Casal no Centro de Estudos da Família

e do Indivíduo (CEFI).

2. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html

3. http://www.gazetacatarinense.com.br/novo/?content=ler&id=82&tp=cl

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ANEXO 1: Quem é essa nova mulher?Ela nasceu com as conquistas do feminismo, é independente e segura. Ao mesmo tempo, admite que

precisa de um companheiro e não se importa em ser admirada pela beleza. Ela é a mulher alfa

BEATRIZ VELLOSO, MARIANA SANCHES E MARTHA MENDONÇA

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De qualquer forma, as perspectivas são auspiciosas. A Academy of Management Perspectives prevê que a

participação de mulheres na presidência de grandes empresas saltará de 1,7% para 6,2% num intervalo de

nove anos. Além disso, a defasagem na remuneração está caindo. "Nos últimos anos, a diferença entre o

salário dos homens e das mulheres vem diminuindo rapidamente", diz Marcelo Neri, da FGV. Na prática, outras

searas tradicionalmente dominadas pelos homens - como o Congresso onde está Manuela d'Ávila ou a área

financeira de Ana Cristina Tena - estão abrindo espaço para as mulheres. A carioca Amora Mautner, de 31

anos, desbrava um desses territórios: é uma das poucas mulheres no quadro de diretores de novela da TV

Globo. Comandou produções grandiosas como as minisséries JK e Mad Maria. Agora ela está à frente do

elenco da novela das 8, Paraíso Tropical. A vocação de Amora para a liderança é evidente. Ela desistiu de

atuar depois de uma curta carreira como atriz. "Eu não gostava que mandassem em mim, achava que do meu

jeito era sempre melhor." Na vida pessoal, Amora vive uma situação simbólica dos novos tempos: em duas

ocasiões, ela já dirigiu seu marido, o ator Marcos Palmeira. Os dois esperam um filho para agosto.

A situação do casal, em que a mulher "dirige" o marido, é uma boa metáfora

dos novos tempos. O exemplo dos dois aponta para uma alteração na

estrutura do casamento, que já se observa aqui e ali, e será mais comum

dentro de alguns anos: o processo de adaptação dos homens às mulheres

alfa. Nesse processo, os maridos estão aprendendo a conviver com mulheres

que, por vezes, são mais poderosas que eles, podendo eventualmente deixá-

los à sombra. Muitos estão até desfrutando da situação.

É o caso de Michel Klein, de 56 anos, dono da rede de lojas Casas Bahia, que há três anos mora com Maria

Alice Pereira, uma empresária de 37 anos. Maria Alice é dona de um café badalado na região dos Jardins, em

São Paulo, e de três centros de convivência para funcionários das fábricas das Casas Bahia. Trabalha pelo

menos dez horas por dia e controla tudo por um laptop (que chama de "meu bebê"). Por ele, assiste a imagens

em tempo real de seus negócios - tudo sem descuidar do visual, da ginástica, da maquiagem. Diante de uma

mulher com tamanha autonomia e segurança, Klein não esconde o orgulho. "As mulheres independentes são

mais interessantes", diz ele. "É gostoso chegar em casa e poder sair daquele assunto que eu chamo de 'cricri',

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As mulheres não têm

mais medo da solidão:

72% dos divórcios não-

consensuais do país

são pedidos por elas

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sobre criada e crianças. Sinto a maior admiração pela carreira da Maria Alice." Ela confirma o companheirismo

do marido. "O Michel jamais me pediria para deixar de trabalhar. Quando tenho de trabalhar no fim de semana,

ele vai para o meu escritório comigo, leva umas revistas e fica lendo, enquanto eu resolvo as minhas coisas."

"Os homens estão aprendendo a conviver com mulheres confiantes e auto-suficientes, e mostram-se

mais preparados para ter relações equilibradas", diz Dan Kindlon, de Harvard. "Muitos dizem que uma

mulher bem-sucedida é mais sexy." Kindlon aposta que as mulheres alfa vão causar uma mudança na

estrutura das famílias. "Os adolescentes de hoje, que desde cedo convivem com mães, irmãs e colegas

alfa, vão dividir mais as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos", afirma Kindlon. Hoje, esse

homem ainda é exceção - principalmente em países latinos como o Brasil, onde o machismo é mais

arraigado. "O brasileiro ainda está preso ao papel de provedor", diz a psicóloga Maria Isabel

Wendling, autora do estudo O Casamento na Contemporaneidade. "Se ele perde esse papel, fica

confuso. No consultório, no entanto, percebo que os homens estão dispostos a se adaptar ao novo

espaço que as mulheres estão ocupando na relação."

Maria Alice Pereira

Idade: 37 anos

Estado civil: é noiva do empresário

Michel Klein, com quem mora há três

anos

Por que é alfa: controla os negócios

por imagens em tempo real de seu

laptop (o qual chama de "meu bebê")

sem descuidar da ginástica

Para chegar a esse equilíbrio, as mulheres também tiveram de mudar. Da postura confrontadora do início do

movimento feminista, por vezes até agressiva, elas caminharam para um ponto em que não têm mais

vergonha de dizer que gostam e precisam dos homens - ainda que não seja pelo salário, e sim pelo apoio e

companheirismo. "Adoro homem, Deus não inventou nada melhor", afirma a publicitária pernambucana Ana

Venina, de 42 anos. Ela foi casada duas vezes e, com o último marido, teve o filho Matheus, de 8 anos. "Mas

sei que homem não é emprego, é companheiro. Não acredito em relacionamento com dependência financeira

ou emocional." A postura de Ana é típica das mulheres alfa: elas querem ter um homem a seu lado e

reconhecem os prazeres da vida a dois. Mas não precisam se casar nem dependem dos homens - mais que

isso, elas não dependem de ninguém. As estatísticas comprovam que, quando estão infelizes, elas não

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hesitam em seguir "carreira-solo". Segundo o IBGE, 72% dos divórcios não-consensuais do país são pedidos

pela mulher. "Até a década de 70, o casamento era a junção de duas metades: o provedor e a responsável

pelo lar", diz o economista Marcelo Neri. "Agora, as mulheres são as duas metades em uma só."

Essa virada de mesa foi fundamental para que as alfas se sentissem à

vontade para arriscar e decidir o rumo da própria vida - seja no momento de

pedir o divórcio, de adiar (ou rejeitar) a maternidade, de deixar o marido em

casa para sair à noite com as amigas. O novo panorama produz mulheres

que, sem ter a obrigação de se afirmar, desfrutam de uma serenidade que

não se via nas gerações anteriores. É a serenidade que se observa na

administradora de empresas Gabriela Mascioli, de 31 anos. Há quatro anos, ela largou um emprego estável

num banco de investimentos, onde ganhava bem, era respeitada e tinha chances de ascensão, para realizar o

sonho de trabalhar com dois assuntos que adora: culinária e livros. Abriu em São Paulo uma livraria

especializada em títulos sobre gastronomia. Há três anos, veio outra mudança: separou-se do marido, com

quem estava casada havia sete anos. O divórcio veio sem traumas. "Vejo cada um desses passos como

experiências que me deixaram mais forte", diz ela. "Quero estar casada, ou empregada, se isso for fazer minha

vida melhor. Se for para fazer minha vida pior, não quero."

O espírito alfa encontra sua última fronteira nas meninas jovens, as mulheres adultas de amanhã. As

garotas alfa, encontráveis nas escolas das grandes cidades do Brasil, deverão reunir a serenidade de

Gabriela Mascioli, a firmeza de Maria Alice Pereira, a competência de Ana Cristina Tena e a liderança

de Amora Mautner. Essas características estão presentes num grupo de alunas do 3o ano do ensino

médio do Colégio Santa Cruz, tradicional escola da classe média alta paulistana. Diana Garcia, de 16

anos, não demonstra a menor ansiedade em arrumar marido e ter uma família. "Pode ser que eu case,

pode ser que não. Acho que minha vida pode ser boa dos dois jeitos." Nina Giglio, de 17, ainda nem

fez o vestibular para Arquitetura e já planeja mestrado e doutorado, prometendo engrossar as

estatísticas que mostram as mulheres dominando as universidades. "Acho importante não parar de

estudar nunca", diz. E Bruna Keese, também de 17, mostra desprendimento até com o ponto que

costuma atingir as mulheres em cheio: o corpo. "Tenho tanta coisa boa para fazer... Não entro nessa

paranóia de ficar me preocupando em emagrecer", afirma. É assim - de cabeça fresca, com segurança,

autonomia e a passos largos - que as mulheres alfa caminham para o futuro.

Ana Venina

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O número de mulheres

chefes de família

aumentou oito vezes

entre 1995 e 2005. Elas

já são 28% no Brasil

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PROF. ROSÂNGELA – Atividade

Idade: 42 anos

Estado civil: divorciada

Por que é alfa: é uma publicitária

bem-sucedida. Gosta de homem e

diz que Deus não inventou nada

melhor. Com seu segundo marido,

teve Matheus, de 8 anos. Mas diz

que não acredita em

relacionamentos com dependência

emocional ou financeira

 

 

REF.: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76794-6014-462-3,00-QUEM+E+ESSA+NOVA+MULHER.html

ANEXO 2: O Eu e o Nós na Relação

O ser humano sempre buscou uma auto compreensão. Muitos filósofos, pensadores, psiquiatras, sociólogos,

psicólogos e tantos outros, procuraram e procuram definições capazes de ajudar as pessoas terem uma idéia

melhor de si mesmas; suas atitudes e comportamentos. Mesmo assim, é comum ouvir pessoas se queixando

do \"vazio\" que sentem.

Conviver em sociedade não é uma coisa simples, ainda mais com tantas exigências. Não seria diferente na

vida a dois. Percebo o quanto os casais têm se esforçado para que seu casamento\"dê certo\", fazendo muitas

vezes várias tentativas e \"malabarismos\" para chegar a um acordo e melhorar a qualidade da união conjugal.

Isto evidencia que, apesar de constatarmos inúmeros casos de divórcios e separações, o casamento pode

ainda ser considerado algo importante na vida das pessoas. Segundo Walsh (2002), a grande maioria

daqueles que se divorciam, tornam a casar-se, formando famílias reconstituídas e apontando o quanto as

pessoas procuram, além da satisfação de necessidades, serem felizes no casamento. Porém, esta busca pela

felicidade necessita de um compromisso diário com o outro, envolvendo além do amor e do respeito, muita

dedicação e compreensão. Sendo assim, o significado de felicidade e bem-estar pode ser diferente para os

cônjuges e o conflito entre construir a identidade conjugal sem perder a identidade individual pode levar a

frustrações e sofrimento para os envolvidos.

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As dificuldades encontradas pêlos casais atualmente demonstram o quanto a vida diária, a rotina e as

demandas da sociedade influenciam tanto no bem-estar conjugal como na maneira de lidar com o próprio

casamento. Todas estas questões acrescidas das exigências pessoais, profissionais e familiares, fazem com

que muitas vezes o casal reflita sobre sua relação e se questione sobre como conciliar todas estas demandas

necessárias para o seu desenvolvimento.

O casamento vem sofrendo uma série de transformações durante o tempo, nos mostrando que construir uma

vida a dois pode ser uma das tarefas mais complexas e difíceis do ciclo de vida familiar. Ao longo do tempo,

pode-se perceber que o casamento sempre recebeu influências do contexto sócio-econômico, atendendo ao

mesmo tempo, a uma diversidade de interesses, tanto sociais e familiares como também, individuais.

Historicamente, na sociedade patriarcal, o homem dominava a relação e a mulher era subordinada a ele. Os

âmbitos público e privado eram divididos entre homens e mulheres, sendo que o primeiro era de

responsabilidade masculina, enquanto o segundo, feminina. Atualmente, há uma maior igualdade entre os

cônjuges. A mulher conquista novos espaços no mercado de trabalho e na vida em sociedade, apesar de ainda

ser destinada a ela a organização doméstica e o cuidado com os filhos (Strey, 1998). No que diz respeito ao

significado do casamento também houve alterações na perspectiva dos gêneros. Segundo uma pesquisa

realizada por Féres- Carneiro (1997), o casamento significa a constituição de uma família para os homens e é

definido como uma relação de amor para as mulheres, o que nos concede alguns indícios sobre os motivos

que levam cada vez mais às mulheres tomarem a iniciativa para a separação matrimonial. Poder-se-ia pensar

que se não há mais amor, não existe motivos para permanecerem casadas, possibilitando desta forma, que

encontrem outra pessoa para amar e talvez se casarem novamente.

Outra diferença apontada pela pesquisadora refere-se à escolha conjugal. No momento da escolha, os homens

relatam valorizar os atributos físicos e a atração sexual, enquanto que, por sua vez, as mulheres consideram

mais o sentimento amoroso. Além disso, foi constatado que aos poucos vem ocorrendo uma redefinição do

que é percebido como papel de homem e papel de mulher no âmbito familiar. Os homens começam a ter maior

participação no cotidiano doméstico, embora esta participação seja vista ainda como concessão e ajuda e não

como divisão de responsabilidades. Já no que diz respeito ao momento em que ocorre o casamento no ciclo

vital também se observam modificações. As mulheres, assim como os homens, estão namorando vários

parceiros, tendo relações sexuais mais cedo e casando mais tarde. Muitos casais passam a viver junto antes

do casamento, prolongando a fase de adultez jovem e adiando o nascimento dos filhos (Carter e McGoldrick,

1995). Além disto, o casamento pode ser compreendido como uma relação de intensa significação na vida das

pessoas, envolvendo um alto grau de intimidade e investimento afetivo (Féres-Carneiro, 2001). Pode-se

perceber com todos estes dados, que há um aumento das expectativas entre os cônjuges, um alto nível de

idealização do outro e uma super-exigência consigo mesmo, provocando tensão e conflito na relação conjugal.

Aluno: Daniel Deusdete Araújo Barreto Página 12 de 13

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Espera-se desta relação intimidade, amizade, afeto, realização sexual, companheirismo e oportunidade de

desenvolvimento emocional. No entanto, é difícil atingir esses ideais o que pode ser demonstrado pelas altas

taxas de divórcio ou pelas insatisfações apontadas pelos casais que buscam auxílio através da terapia.

Como se observa, as relações conjugais contemporâneas são constituídas em torno das identidades dos

cônjuges. O compromisso nestas relações é o de sustentar o desenvolvimento pessoal e a relação se mantém

enquanto for prazeroso e útil para cada um. Féres-Carneiro (2001) concluiu que tanto os homens como as

mulheres salientaram a importância da individualidade na vida a dois ao mesmo tempo em que valorizavam a

importância de compartilhar e dividir.

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