abimo em revista - 6ª edição

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A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área.

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Isonomia

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Palestra Pucca

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Jornalista Responsável: Deborah Rezende (MTB 46691)

Redação: Deborah Rezende, Natália Helen e Marcela Marques

Revisão: Cássio Ribeiro, Gislaine Cristina, Gustavo Ribeiro

PRODUÇÃO E PUBLICIDADE:

[email protected]. 3966.2000

Edição e Arte: Lilian [email protected]

ABIMOAv. Paulista, 1.313 - 8º andarsala 806 - 01311-923São Paulo - SPTel.: 11.3285.0155www.ABIMO.org.br

SUMÁRIOEXPEDIENTE

Odontologia - Perfil

Prêmio SINAEMO Balança Comercial

Ping-Pong

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ABIMOGESTÃO 2011-2015

Franco Maria Giuseppe Pallamolla (Presidente – Lifemed)Luiz Calistro Balestrassi(Vice-Presidente – Neurotec)Paulo Akio Takaoka (Diretor Financeiro – Newmed)Paulo Henrique Fraccaro (Superintendente)

SINAEMO GESTÃO 2011-2015

Ruy Salvari Baumer (Presidente – Baumer)Paulo Henrique Fraccaro (Secretário) Milton Rubens Salles (Tesoureiro – Intermed)

Conselho Editorial:Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico)Márcio Bósio (Diretor Institucional)Paula Portugal (Gerente de Marketing e Exportação)

Conteúdo/Edição de textos:

A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização.

Artigo Franco PallamollaArtigo Ruy Baumer

Dia a diaCoalizão - Saúde

Artigo Deloitte

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incentivar a inovação. Criaram-se mecanismos de fomento à inovação, de desenvolvimento tecnológico, editais da FINEP e do BNDES, mas nunca se chegava ao ponto nevrálgico: o desequilíbrio tributário. Após inúmeras reuniões e audiências com ministros, senadores, deputados e diversos representantes do poder executivo, em um trabalho árduo, passo a passo demostramos que a saúde do Brasil dependia demais dos importados. Apesar de, obviamente, não os temos como inimigos, ganhamos, ante sua concorrência poderosa, ainda mais motivação para superar o subaproveitamento da indústria brasileira, conscientes do potencial e da qualidade do nosso setor.

Lutamos com afinco a favor desse ideal, acreditando em nosso país e na qualidade de nossa proposta, sempre embasada no equilibrado e ético “nacionalismo da indústria”, e não no radicalismo “da indústria do nacionalismo”.

Com esse norte, alcançamos a mais importante vitória da nossa entidade em 2014: a MP 651, convertida na Lei 13.043/2014, que concede à indústria nacional a isenção de PIS e COFINS nas vendas às entidades assistenciais e aos entes públicos.

Mantemos o nosso permanente acompanhamento e vigilância para que se concretize, ainda em 2014, o compromisso de a Receita Federal estender essa isenção ao IPI, pois o passo final dessa longa jornada se dará em 2015, quando perseguiremos a isenção do ICMS perante o CONFAZ.

E temos ainda mais motivos para comemorar: Na contra mão dos resultados obtidos pela balança comercial da saúde brasileira, as empresas associadas ao projeto Brazilian Health Devices vêm apresentando, oportunidade ante oportunidade, ótimos números nas vendas externas. Formada principalmente por pequenas e médias companhias, esse segmento das empresas associadas se destaca desenvolvendo produtos com boa relação custo-efetividade, o que lhes garante um bom potencial de exportação. Com certeza esse resultado é a prova de que o nosso projeto está no rumo certo.

Confiante na continuidade e resultados exitosos do nosso trabalho também em 2015.

BOAS FESTAS!

UM óTIMO NATAL E UM EXCELENTE 2015

FRANCO PALLAMOLLA é presidente da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos

Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios.

É com muito orgulho que a ABIMO comemora, em 2014, uma grande e importante vitória conquistada em prol da indústria de equipamentos médicos e odontológicos, que, com certeza, marcará a história da nossa entidade. Após sete anos de luta, o Governo Federal reconheceu a necessidade e o direito das nossas indústrias competirem em igualdade de condições com as estrangeiras.

Há mais de 10 anos o setor vem contribuindo decisivamente para a construção de uma política industrial, sendo que uma das questões mais complexas de serem resolvidas, mesmo que em todos os fóruns aos quais levamos esse debate nos fosse dada razão, era a ISONOMIA TRIBUTÁRIA.

A meu ver, era quase impossível edificar uma política industrial eficaz, produtiva e justa sem que houvesse isonomia entre fabricantes nacionais e estrangeiros. Discutia-se muito a necessidade de

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Temos um dos maiores sistemas de saúde do mundo, mas nessas condições não havia como competir. A desvantagem era total e injusta. Sempre frisamos que o interesse da indústria não era prejudicar as importações, mas, apenas concorrer nas mesmas condições existentes para os produtos importados. A desoneração, ou a extensão da isonomia a todo o sistema, como prevista nas propostas enviadas aos parlamentares pela ABIMO, apresentavam instrumentos importantes, capazes de ampliar de forma significativa o poder de compra público, sem aumentar o orçamento, ainda mais levando em conta que a tributação no setor da saúde não pode ser vista como uma área essencial de arrecadação da Receita.

Não podemos culpar os hospitais por perseguirem a sua redução de custo, importando material. Nós como empresários faríamos o mesmo, principalmente por termos um sistema absolutamente desequilibrado, contrariando o princípio constitucional pétreo da isonomia.

Por esses motivos precisávamos, quanto classe representativa, intervir. Do contrário, perderíamos mais nossas empresas; perderíamos mais investimentos de empresas internacionais no Brasil por questões tributárias. A conquista da igualdade - ainda que parcial – é também uma forma de agradecer a força e perseverança dessas empresas que aqui empregam, aqui pagam impostos e aqui sofrem o custo Brasil.

Ganhamos várias batalhas! Ainda temos que vencer a guerra. Estamos confiantes na continuidade do nosso trabalho em 2015.

RUY BAUMER é presidente do SINAEMO - Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos,

Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo.

FINALMENTE A ISONOMIA TRIBUTÁRIA

Não havia explicação lógica para um governo reduzir o IPI dos eletrodomésticos, ou dos carros, e não desonerar um setor estratégico como é o setor da saúde. Agindo dessa forma, ele só fazia criar empregos fora do país, aquecendo a economia dos outros. Enquanto isso, hospitais daqui ficavam em uma encruzilhada: comprando equipamentos estrangeiros, até então, mais baratos, ou pagando pelo produto mais caro, o nacional, por ser mais acessível.

Era esse o cenário enfrentado diariamente pelo setor que a ABIMO e o SINAEMO representam com a ausência de isonomia tributária na aquisição de produtos para a saúde por instituições públicas e filantrópicas.

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DIA A DIA

JULHO

AGOSTO

ABIMO PROTOCOLA OFíCIO SOBRE PRORROGAÇÃO DO PRAZO DA EXIGêNCIA DA AFE

A ABIMO protocolou, no dia 9 de julho, um ofício ao então diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, solicitando a prorrogação do prazo da exigência da Autorização de Funcionamento (AFE) às filiais (RDC 16/2014).Após várias reuniões com técnicos da Agência, foi aprovado que os processos de solicitação de AFE de filiais já protocolados e que não estivessem com o relatório de inspeção anexado, ou mesmo, incluídos no sistema visa canais (canal informatizado do sistema de vigilância sanitária), ficariam aguardando a complementação das informações, evitando, assim, o indeferimento.No dia 22 do mesmo mês, a ABIMO esteve reunida novamente com Barbano para tratar do tema,

quando o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, reiterou o pedido de prorrogação do prazo de início da vigência da RDC 16/2014 para 360 dias, uma vez que a solução paliativa apresentada pela diretoria da Anvisa ainda não havia resolvido o problema.Ele ressaltou que as empresas estavam tentando se adequar à nova regra, mas não estavam conseguindo, pois as Visas locais não puderam realizar as inspeções no prazo de 90 dias estabelecido na RDC 16/2014. “É injusto o setor ser mais uma vez penalizado pela falta de entendimento entre a Anvisa e as Visas estaduais e municipais”, disse.Posteriormente, em 28 de julho, a Anvisa acatou o pleito da ABIMO e a decisão foi publicada no Diário Oficial de 1º de setembro, na RDC 40, que altera o artigo 32 da Resolução - RDC nº 16, de 1º de abril de 2014, que oficializa que os estabelecimentos filiais de empresas que realizem atividades referentes a produtos para saúde para os quais é exigida AFE terão o prazo de um ano, contado a partir de 4 de agosto de 2014, para requerer à Anvisa a referida autorização.

Na ocasião, o ministro apresentou, em primeira mão, a Portaria que irá regulamentar as próximas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo – PDPs.Na audiência foram tratados outros assuntos, como a preocupação do setor em relação aos morosos prazos da Anvisa para concessão e a sucessão da presidência.Entre as questões apresentadas estava a necessidade da indicação de um diretor que já tenha conhecimento da importância da Agência para o desenvolvimento do setor.A luta pela isonomia tributária em relação aos produtos importados, quando adquiridos por entidades públicas ou sem fins lucrativos, também foi abordada na agenda. Na mesma tarde, a comitiva esteve reunida com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito, para continuar a discussão sobre a falta de isonomia tributária.Neste encontro foi apresentada, em detalhes, a proposta de texto da ABIMO com as alterações a serem incluídas na atual legislação tributária e que também serão inclusas na MP 651/2014.

REPRESENTANTES DA ABIMO E DO SINAEMO CUMPREM AGENDA COM MINISTRO DA SAúDE E REPRESENTANTES DA FAZENDA, EM BRASíLIA

Franco Pallamolla e Ruy Baumer, representando a diretoria da ABIMO e do SINAEMO, respectivamente, estiveram na tarde do dia 7 de agosto com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e com o líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Henrique Fontana, para tratar da “Política de Desenvolvimento Produtivo da Saúde”.

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ABIMO E ANVISA DEBATEM IMDRF

Na tarde do dia 20 de agosto, a ABIMO reuniu a Anvisa e profissionais que lidam diretamente com as atividades regulatórias das empresas associadas, em São Paulo com o objetivo de divulgar os trabalhos desenvolvidos nos últimos anos no IMDRF – International Medical Device Regulator Forum, no grupo do RPS – Regulated Product Submission.

PRESENÇA DE DENTISTAS EM ATENDIMENTO HOSPITALAR É DEBATIDA EM ENCONTRO NA FIESP

A maior abertura para o trabalho dos dentistas nos hospitais, com uma participação mais ativa e integrada do tratamento dos pacientes, foi tema de debates na tarde do dia 27 de agosto, durante o Encontro de Entidades do Setor de Odontologia, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. A iniciativa foi coordenada pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria (BioBrasil) e pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde (Comsaude) da entidade.Além dos representantes da Fiesp, participaram do evento integrantes dos Conselhos Federal e Regional de Odontologia, da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, da Associação Brasileira de Odontologia, da Faculdade de Medicina da USP e do Ministério da Saúde.De acordo com o coordenador do BioBrasil e do Comsaude, Ruy Baumer, o objetivo do encontro foi “unir o setor para tentar acrescentar tópicos de discussão e avaliar as vantagens e desvantagens da presença dos profissionais da área de odontologia nos hospitais”. Para Baumer, a ideia é aplicar a visão de indústria de saúde a cada empresa ou consultório.

REPRESENTANTES DA ABIMO, MS E ANS FALAM SOBRE DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO SETOR PARA 2015

Diante de um cenário não muito claro para o próximo ano, o Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria (BioBrasil) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizou em 28 de agosto um debate sobre os desafios e perspectivas do setor de saúde para o ano de 2015.A reunião contou com a participação de Fausto dos Santos, da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde e de José Carlos Abrahão, diretor da Agência Nacional da Saúde (ANS).No encontro, o vice-presidente da Fiesp e coordenador do comitê, Ruy Baumer, destacou que a entidade está de portas abertas para promover mais integração e ampliar o diálogo no setor.Ele explicou que o BioBrasil reúne todas as atividades da cadeia produtiva da saúde e que é muito importante para o setor ter uma visão de médio e longo prazo. “O BioBrasil trabalha, independentemente de posicionamentos políticos, com setores públicos e privados. Sempre buscamos conviver com pessoas que tenham o mesmo objetivo para apresentar as tendências e ações previstas em 2015”, afirmou Baumer.

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SETEMBRO

DIA A DIA

ABIMO ENVIA CARTA COMENTANDO MATÉRIA DA FOLHA DE S.PAULO

A ABIMO, como legítima representante e defensora da indústria nacional de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios, enviou à Folha de São Paulo uma carta com o intuito de corrigir uma informação veiculada no dia 15 de setembro de 2014, na editoria CIêNCIA+SAúDE, sob a assinatura da jornalista Claudia Collucci.Na matéria “HC de São Paulo cria prótese de joelho mais barata que as importadas”, José Ricardo Pécora, ortopedista responsável pelo projeto e fonte da reportagem, erra gravemente ao afirmar que “as atuais próteses nacionais não têm a mesma qualidade e segurança em termos de durabilidade em relação às melhores importadas.”Na carta, a ABIMO afirmou que o comentário desqualifica não apenas as indústrias nacionais, que tem suas boas práticas de fabricação atestadas e seguem todas as regras e legislações em vigor para obterem os seus registros, mas também o trabalho da própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável pela concessão de tais registros.A ABIMO esclareceu, ainda, que a Anvisa e o mercado brasileiro não permitem e não aceitam produtos de qualidade inferior e que a indústria nacional de equipamentos para a saúde orgulha-se de seu parque fabril de produtos ortopédicos e de sua participação expressiva no mercado, tanto nacional quanto internacional.“Mais uma prova da qualidade de nossos produtos verifica-se nos números de exportação de implantes ortopédicos para diversos países do mundo. Somente no primeiro semestre desse ano foram enviados a países

como Estados Unidos, Colômbia, Argentina, Portugal, México, Chile, Espanha, Coreia do Sul, entre outros, quase US$ 40 milhões em implantes. Somente para os Estados Unidos (país campeão de exportação de produtos brasileiros para a saúde e conhecido pelas suas normas sanitárias rigorosas) foram mais de US$ 8,4 milhões”, dizia o comunicado. Para finalizar, a ABIMO reiterou que a indústria instalada no Brasil já tem hoje capacidade para produzir 95% dos equipamentos necessários aos hospitais com total qualidade e colocou-se à disposição da Folha para quaisquer dúvidas.Em resposta, Pécora enviou uma carta à ABIMO dizendo que “não houve intenção de denotar que as próteses nacionais não são seguras ou que não têm a mesma qualidade em relação às importadas”.

ABIMO PARTICIPA DE EVENTO SOBRE A ATUAL ECONOMIA BRASILEIRA

No dia 22 de setembro, a convite do Grupo Hospitalar, o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, compareceu a um almoço-debate promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais – no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, que contou com a presença do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

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A partir do tema “Uma Agenda Econômica Viável para a Retomada do Crescimento Brasileiro”, os participantes concluíram que o país estagnou economicamente e enfrenta crises de infraestrutura em todas as dimensões: transportes (portos, aeroportos, estradas) e em energia.Além de citar a falta de transparência do atual governo com o escândalo da Petrobrás, Fernando Henrique Cardoso criticou a inexistência de regras mais claras para financiamentos empresariais a campanhas políticas. “Assim como nos Estados Unidos, as empresas

devem ter um limite para doação e escolher apenas um partido”, disse, referindo-se ao fato de metade das doações de campanhas declaradas pelos candidatos à eleição vir de poucos grupos privados.Fraga destacou que a renda média da população brasileira ainda representa 20% da americana e, por isso, os cidadãos estão reclamando tanto. “Para continuar crescendo, o Brasil precisa de uma economia mais dinâmica”, disse. A proposta do ex-presidente do Banco Central é reverter esse quadro iniciando pela área de recursos humanos,

MINISTRO DA SAúDE APRESENTA PROPOSTA PARA PARCERIAS DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO NA FIESP

Com o objetivo de apresentar propostas para Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou de um seminário promovido pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria (BioBrasil) e pelo Comitê da Saúde (Comsaude) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no dia 26 de setembro, na sede da Fiesp.As PDPs têm como foco a autonomia do país na produção de medicamentos e equipamentos, estimulando a transferência tecnológica, e o abastecimento dos serviços do SUS. A estimativa é que a iniciativa gere uma economia de R$ 4,1 bilhões por ano em compras públicas.Na ocasião, o coordenador do comitê, Ruy Baumer, que também é presidente do SINAEMO, falou ao

ministro sobre a necessidade de isonomia tributária para produtos médicos brasileiros nas compras feitas por hospitais públicos e filantrópicos. Baumer frisou que a falta de isonomia onera a indústria brasileira e que o interesse da indústria não é prejudicar as importações, mas concorrer nas mesmas condições: “A desvantagem é total e injusta”, disse.Segundo o ministro Chioro, há concordância por parte do ministério em relação ao pleito: “Apoio a possibilidade de a indústria nacional trabalhar em bases análogas as dos produtos estrangeiros”, afirmou. Ele revelou a realização de uma conversa com a presidente Dilma Rousseff sobre o tema.“De acordo com o ministério, a isonomia tributária pode ser um ganho muito grande para os prestadores públicos e privados e para o desenvolvimento da indústria nacional, com geração de empregos e qualidade de vida para a população”, disse.O presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, e o superintendente da entidade, Paulo Fraccaro, estiveram presentes.

com a qualificação de pessoas jovens que estão dispostas a trabalhar.FHC finalizou o evento declarando que um novo governo, independentemente de partido, não vai mudar tudo da noite para o dia. “As mudanças fazem parte de um processo. O importante é votar em um presidente que seja um líder e tenha a capacidade de falar com o Congresso, com os partidos e as lideranças. Sendo assim, as medidas necessárias são passíveis de serem tomadas e o país poderá ser reconstruído a cada dia”, disse.

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DIA A DIA

OUTUBRO

ABIMO E COMSAUDE HOMENAGEIAM DIRCEU BARBANO

Na manhã do dia 6 de outubro, o então presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, esteve na sede da Fiesp, em São Paulo, a convite do presidente do Comsaude e do SINAEMO, Ruy Baumer, e do superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, para uma reunião seguida de uma homenagem prestada pelas entidades por conta do encerramento de seu ciclo de trabalho dentro da Agência.Barbano iniciou seu discurso dizendo que qualquer pessoa que esteja à frente de órgãos públicos e que não

tenha o cuidado de dialogar com os segmentos com os quais se relaciona comete um erro: “Hoje, vocês têm uma possibilidade de interagir com uma Anvisa muito mais fluída do que era há seis anos, quando eu cheguei”, sentenciou. “Senti muito isso na área de dispositivos médicos.”“Acredito que em alguns países a imagem da Anvisa melhorou, mais até do que dentro do Brasil, principalmente do ponto de vista dos empresários. O trabalho de melhorar cada dia mais essa imagem também é de todos nós”, disse Ruy Baumer.Fraccaro encerrou a reunião ratificando os pontos positivos da gestão de Dirceu Barbano. “Ficou muito claro que foi aberto o diálogo sem receio com a indústria e isso foi um fato extremamente importante”, disse. “Em momento algum deixamos de ser recebidos, nossos convites para reuniões sempre foram atendidos.”. Ele também disse que a Anvisa do futuro, que vai propiciar uma eficiência maior no andamento de processos, está próxima.

REUNIÃO ELUCIDA ASSOCIADOS A RESPEITO DE LIMINAR OBTIDA PELA ABIMO

A ABIMO promoveu, em São Paulo, uma reunião com seus associados para detalhar as informações a respeito da liminar favorável concedida à entidade, que exige que a Anvisa analise os pedidos de registro pendentes há mais

de 90 dias dos associados da ABIMO para as classes de I a IV no prazo de 30 dias. O registro de produtos junto à Anvisa é um procedimento excessivamente demorado e oneroso às empresas do setor.“A diretoria da ABIMO ponderou muito antes de decidir pelo mandado de segurança. Sabemos que a fila de mandados continuava aumentando e, consequentemente, a Anvisa tinha cada vez mais que deslocar funcionários das funções normais para atendê-la”, comentou o superintendente da entidade, Paulo Fraccaro, no início da reunião.

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DIA A DIA

RENOVADO CONVêNIO COM FUNDAÇÃO VALEPARAIBANA DE ENSINO

A ABIMO renovou em outubro o Convênio de Cooperação Técnico Científico Educacional com a Fundação Valeparaibana de Ensino, entidade mantenedora da UniVap (Universidade do Vale do Paraíba). Por meio desse acordo, as entidades

FóRUM SOBRE PRODUTOS PARA SAúDE DEBATE AÇÃO REGULATóRIA

A ABIMO, em parceria com entidades congêneres, promoveu no dia 7 de outubro, na sede da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o I Fórum de Produtos para Saúde, que contou com representantes do Ministério da Saúde e de presidentes de Associações do setor. O

“Estivemos ontem em reunião com dois diretores da Anvisa na qual externamos os nossos motivos e ficamos satisfeitos pela diretoria ter entendido a nossa atitude”.Para o gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes, é possível que os técnicos olhem com mais rigor os pedidos oriundos de ordem judicial, por isso, é importante que as empresas certifiquem-se de que os processos estejam de acordo com as exigências regulatórias. Moraes ressaltou ainda, que a Anvisa vem melhorando sua performance em relação aos prazos de análise de registro: “Estamos falando de um deficit nos processos de registro que vai de dois a quatro meses. Já é algo muito melhor do que o que tínhamos anteriormente”,

salientou. “Minha sugestão é que antes de utilizarem a ordem, as empresas vejam em que posição estão na fila e que só façam uso da decisão judicial para os processos que estão muito fora desse prazo.”

evento debateu questões relacionadas ao processo regulatório de produtos para saúde.“Queremos uma Anvisa forte porque esse é o primeiro passo para um sistema regulatório eficiente”, afirmou o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, durante a abertura do evento.O diretor da Agência, Ivo Bucaresky, lembrou que, em apenas 15 anos, a Anvisa se tornou reconhecida em âmbito nacional e internacional pelas ações regulatórias. “Estamos em um momento de amadurecer as relações, fazendo produtos eficazes e seguros sem normas tão burocráticas”, explicou.

se propõem a realizar atividades conjuntas em projetos de Pesquisa & Desenvolvimento, sendo que a UniVap, entre outras facilidades, proporcionará às empresas associadas da ABIMO o acesso ao seu parque tecnológico e laboratórios, intercâmbio técnico com seus cientistas e condições diferenciadas para participação em treinamentos.

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HOSPITAIS SÃO PREMIADOS PELA REVISTA HEALTHCARE MANAGEMENT

O “Excelência da Saúde”, projeto realizado pela revista Healthcare Management, premiou mais de 30 instituições de saúde que se destacaram nos últimos 12 meses por sua excelência e qualidade na gestão.O evento aconteceu em São Paulo e contou com importantes nomes do setor. Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, participou da cerimônia.

WORKSHOP REUNIU IMPORTANTES NOMES DA ÁREA DE ELETROMÉDICOS EM MG

Nos dias 16 e 17 de outubro, a ABIMO esteve presente como apoiadora do 1º Workshop Sul Mineiro do Setor Regulado de Equipamentos Médicos, realizado em Itajubá, Minas Gerais. O evento teve como objetivo atualizar os usuários, fabricantes, importadores e prestadores de serviço em equipamentos eletromédicos com relação à certificação, registro, comercialização, reparo e utilização.O gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes, palestrou sobre a Visão Geral do IMDRF - International Medical Devices Regulatory Forum (Fórum Internacional de Dispositivos Médicos Regulatórios), e da mesa redonda com o Prof. Dr. José Carlos T. de B. Moraes, da Universidade de São Paulo (USP)

Em seu discurso, ele afirmou a importância da qualidade na complexa gestão dos hospitais. “É muito importante fomentarmos cada vez mais a excelência no gerenciamento das instituições de saúde. Afinal, estamos falando de empresas que estão abertas todos os dias, 24 horas por dia, durante todo o ano.”A escolha foi feita pelo conselho editorial da revista, que elegeu 39 hospitais em 13 categorias, como Arquitetura, Tecnologia, Sustentabilidade e Gestão Corporativa, entre outras.Durante a cerimônia de premiação, Edmilson Jr. Caparelli, presidente do Grupo Mídia, ressaltou a importância do evento e a missão do Grupo em contribuir para a melhoria contínua do setor, incentivando debates e encontros com grandes nomes da Saúde.

e Roberto Castro Júnior, da Ventrix.“As informações e troca de experiências proporcionadas pelo workshop foram fundamentais para empresas nascentes e inovadoras no setor de produtos para a saúde buscarem sua continuidade e perenidade no mercado, garantindo seu sucesso”, opina Moraes.

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NOVEMBRO

ABIMO REALIZA APRESENTAÇÃO SOBRE POLíMEROS DE ALTA PERFORMANCE

A ABIMO e a Solvay SpecialtyPolymers realizaram em 17 de novembro uma apresentação sobre o uso de polímeros de alta performance para aplicações na saúde, o que tem sido feito com cada vez mais frequência, principalmente na substituição de materiais tradicionais como metais, vidro e outros de uso único e reutilizáveis. O desempenho desses polímeros (PEEK, PPSU, PSU) permite uma ampla variedade de aplicações deles em dispositivos médicos implantáveis utilizados em ortopedia, traumatologia, cardiologia, odontológica e outros, além da produção de componentes auxiliares como conectores para equipamentos de anestesia e respiradores, bandejas e caixas esterilizáveis de instrumentos, entre outros.

ABIMO PARTICIPA DE LANÇAMENTO DE SIMPóSIO DE DERMATOLOGIA DA HOSPITALAR

A HOSPITALAR Feira+Fórum promoveu na noite de 28 de outubro, em São Paulo, o jantar de lançamento do 1º Simpósio de Dermatologia, que ocorrerá durante a edição de 2015 da feira.Na ocasião, a presidente da HOSPITALAR, Waleska Santos, explicou que o intuito do evento era unir os diversos players do setor de saúde ligados de alguma forma à dermatologia, a fim

ENCONTRO DA INDúSTRIA DISCUTE COMPETITIVIDADE

Nos dias 5 e 6 de novembro, o diretor institucional da ABIMO, Márcio Bósio, representou a entidade no Encontro Nacional da Indústria – ENAI, a convenção anual do setor industrial brasileiro.Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde 2006, o evento reúne aproximadamente dois mil participantes, composto de participantes, entre eles líderes empresariais, entidades de representação da indústria de todos os segmentos e estados brasileiros e personalidades políticas. O tema central do evento foi: “O que a indústria espera do novo governo”, com o objetivo de trazer para discussão e reflexão as mudanças da competitividade da indústria brasileira e a sua inserção nos principais mercados mundiais.O evento contou com painéis, debates e atividades interativas. O ENAI 2014 abordou os principais pontos da agenda proposta pela CNI para os próximos quatro anos de governo. Os empresários serão mobilizados a participar ativamente da implementação dessas propostas.

de estreitar o relacionamento e gerar possibilidades de parcerias. “Sabemos que a demanda de equipamentos nacionais para laboratórios representa uma oportunidade, pois os dermatologistas com quem conversamos apontam que têm dificuldade em equipar seus consultórios”, exemplificou Waleska.Franco Pallamolla, presidente da ABIMO, e o superintendente, Paulo Fraccaro, estiveram presentes no evento. “Podemos fazer um paralelo dos consultórios de dermatologia com os de odontologia em termos de equipamentos”, exemplificou Fraccaro. “Acredito que a nossa experiência adquirida nessa área pode ser muito importante para o desenvolvimento de equipamentos para dermatologia no Brasil.”

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ODONTOLOGIA - PERFIL

ABIMO MApeIA perfIl de atuação e consumo de dentistas do país

CENSO DE ODONTOLOGIA APRESENTA DADOS QUE VÃO DESDE O PERFIL DEMOGRÁFICO E ESTRUTURAL àS MACROTENDêNCIAS, DIVIDIDAS POR ESPECIALIDADES ODONTOLóGICAS

Em parceria com o Grupo Key-Stone, consultoria italiana especializada no setor odontológico, a ABIMO elaborou em 2014 um estudo feito com dentistas do Brasil inteiro, contendo informações de compra e preferências de marcas, além de participação de mercado e tendências dos mais importantes segmentos da odontologia.

A apresentação do “Censo da Odontologia Brasileira” ocorreu em outubro, na sede da Fiesp, em São

Paulo, e mais de 90 representantes de indústrias associadas, não associadas, dentais, associações e seguradoras estiveram presentes.

Segundo a coordenadora de inteligência comercial da ABIMO, Katherine Guimarães, o intuito do estudo é disponibilizar para as empresas a oportunidade de conhecer o mercado e o perfil de seus clientes no país, podendo assim, elaborar as suas estratégias comerciais.

A pesquisa com os dentistas ocorreu nos meses de maio e junho de 2014. Foram

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realizadas ao todo 1.227 entrevistas com os proprietários dos consultórios odontológicos ou responsáveis por compras. Foram excluídos da amostra os centros de radiologia odontológica.

PERFIL DE DENTISTAS E CLíNICAS

O Censo apresenta dados que vão desde o perfil demográfico e estrutural às macrotendências, divididas por especialidades odontológicas como: especializações praticadas nos consultórios, desempenho 2014 comparado a 2013, número semanal de consultas e atendimentos únicos, formas de pagamento mais utilizadas, gastos mensais com compras, preferências de fornecedores e de marcas, entre outros.

Foram realizadas ao todo 1.227 entrevistas com os proprietários

dos consultórios odontológicos ou

responsáveis por compras.(Katherine Guimarães)

Segundo o Conselho Federal de Odontologia, existem no Brasil hoje 41.297 consultórios com dois ou mais dentistas. As entrevistas apontaram que 53% deles estão localizados na região Sudeste do país. Nordeste e Sul do Brasil estão empatados em segundo lugar com 16% dos consultórios.

Outro dado interessante é que a faixa etária média dos dentistas é de 47 anos e a maioria abriu seus consultórios até o ano de 1995.

O estudo mostrou, ainda, que 30% da população brasileira estiveram em consultórios privados no último ano. Além disto, indicou que 74% dos consultórios são generalistas, realizando todos os tipos de tratamento e que têm, em média, 67,5 consultas semanais, atendendo mais de 890 pacientes por ano. As regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentam média de consultas por consultórios maior que a nacional.

Foi abordada também a percepção de desempenho por especialidade que compara o ano de 2014 em relação a 2013. Os dados obtidos mostram que, de acordo com os dentistas entrevistados, houve aumento na área de implantodontia, seguida por ortodontia.

Roberto Rosso, presidente da Key-Stone, falou sobre as formas de pagamento aceitas pelos profissionais. O estudo apontou que 42% das clínicas aceitam o pagamento por meio de convênios odontológicos. “Porém, o total de pacientes que optam por tratamentos com este método de pagamento é apenas de 21%”, disse. A incidência de pacientes que pagam via convênio é muito mais baixa entre os titulares de clínicas mais jovens e aumenta nas clínicas que atendem mais pacientes.

Paula Portugal, Roberto Rosso, Paulo Fraccaro, Katherine Guimarães e Knud Sorensen

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GASTOS MENSAIS COM COMPRAS

Outro importante item, principalmente para o planejamento estratégico de 2015 da indústria odontológica, foram os gastos mensais em compras com materiais de consumo. “O mercado anual de consumíveis fica entre R$ 800 e R$ 900 milhões”, disse Rosso. “Juntos, todos os entrevistados citaram mais de 400 fornecedores diferentes, sinal de uma enorme fragmentação de mercado.”

IMPLANTODONTIA

O tratamento especializado de implantes limita-se a 8% dos entrevistados, enquanto 17% realizam implantes com a parceria de um colaborador externo. Um em cada quatro dentistas encaminha os próprios pacientes para algum colega.

“A análise mostra também certa heterogenia na fidelização a uma só marca neste caso”, finalizou Rosso.

“O mercado anual de consumíveis fica entre R$

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CLAREAMENTO EM ALTA

Muitos consultórios realizam tratamentos de clareamento dental: “Este dado é muito mais alto do que em qualquer outro país da América Latina e Europa”, adiantou Rosso. “Esse com certeza é um setor muito promissor para os negócios”.

Para vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen, os dados do estudo são valiosíssimos para todas as empresas ligadas à cadeia de produtos odontológicos: “Não estamos falando de dados quantitativos, apenas”, comentou. “A qualidade desses dados, vindos da opinião dos próprios dentistas, é uma foto nítida do comportamento de compras dos nossos clientes”.

O Censo da Odontologia Brasileira está sendo comercializado pela ABIMO e muitas empresas associadas e não associadas já o adquiriram para que sirva de apoio para seu planejamento de 2015.

“Não estamos falando de dados quantitativos, apenas”,

comentou. “A qualidade desses dados, vindos

da opinião dos próprios dentistas, é uma foto nítida

do comportamento de compras dos nossos clientes”.

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ODONTOLOGIA - PUCCA

Na tarde do dia 14 de agosto, a ABIMO recebeu o coordenador de saúde bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, para uma palestra a respeito do programa Brasil Sorridente, que completou 10 anos em 2014. A secretária-executiva do Conselho Estadual de Saúde, Stela Pedreira, também esteve presente.

O superintendente da ABIMO, Paulo Fraccaro, abriu a reunião dando um panorama do setor de odontologia, ressaltando seu potencial inovador e, principalmente, exportador: “Nossa odontologia sempre esteve entre os cinco principais players do mundo e sempre foi um exemplo de que, com política governamental ativa, as coisas podem dar certo”, comentou.

Em seguida, a coordenadora de inteligência comercial da ABIMO, Katherine Guimarães, apresentou os números da exportação da odontologia brasileira.

“Os números da balança comercial odontológica, apesar de deficitários, ainda são os mais animadores de nossa indústria”, comentou.

Ao compararmos o primeiro semestre de 2014 ao de 2013, temos uma redução de mais de US$ 8 milhões no deficit comercial. Neste período de 2014, o setor odontológico atingiu US$ 4,9 milhões de deficit contra U$ 13 milhões em 2013. A balança era superavitária em 2012 em US$ 7,7 milhões.

Gilberto Pucca apresenta números de

PROGRAMA TROUXE AUMENTO DE OPORTUNIDADES DE NEGóCIOS COM O

GOVERNO PARA A INDúSTRIA NACIONAL

10 AnOs dO BrAsIl sOrrIdente

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OPORTUNIDADES

Os recursos investidos no Programa Brasil Sorridente passaram de R$ 710 milhões em 2010 para R$ 1,28 bilhão em 2013, aumento de aproximadamente 45%. Hoje, cerca de 100 milhões de brasileiros são cobertos pelo Programa. “Em 10 anos o Brasil passou a ser considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como parte do seleto grupo de países com baixa prevalência de cárie”, analisou.

Entre 2012 e 2013, foram doados 3.403 equipamentos odontológicos para o apoio à implementação de novas equipes de saúde bucal, principalmente em municípios com maior concentração de populações vivendo em situação de extrema pobreza.

Atualmente, existem 23.619 equipes de saúde bucal presentes em 4.978 municípios, além de 1.018 Centros de Especialidade Odontológica (CEO) implantados em 839 cidades e 1.465 laboratórios de próteses dentárias. No ano passado, os CEO realizaram 16,2 milhões de procedimentos especializados pelo SUS.

O Ministério da Saúde está implantando seis centros odontológicos por ano o que, segundo o coordenador, é um ritmo de crescimento alto. “Queremos – e podemos – manter esse ritmo.”

GRADUACEO

Como a maior novidade, o que significa aumento de oportunidades de negócios para a indústria nacional, Pucca anunciou que o atendimento odontológico será ampliado no Sistema único de Saúde (SUS) por meio do GraduaCEO. A iniciativa permitirá que universidades públicas e filantrópicas com cursos de odontologia façam procedimentos custeados pela saúde pública. Os alunos dessas instituições poderão atuar na atenção básica e especializada, ampliando o acesso da população a esse serviço.

A expectativa é que 15 universidades façam adesão ao GraduaCEO até o fim de 2014. As entidades que aderirem à iniciativa receberão um incentivo de R$ 80 mil do Ministério da Saúde. As clínicas odontológicas das universidades serão classificadas de acordo com o número de procedimentos realizados. As de padrão I vão realizar no mínimo 900 procedimentos odontológicos por mês e receberão R$ 25,2 mil mensais para custeio. As de padrão II terão capacidade de fazer no mínimo 1.700 procedimentos odontológicos em um mês e contarão com recursos de R$ 50,4 mil mensais. As de padrão III vão realizar no mínimo 2.700 procedimentos odontológicos todo mês e terão R$ 75,6

Em 10 anos o Brasil passou a ser considerado pela

OMS como parte do seleto grupo de países com baixa

prevalência de cárie

Os recursos investidos no programa passaram de R$ 710 milhões em 2010 para 1,28 bilhão em 2013, aumento de

aproximadamente 45%

Entre 2012 e 2013, foram doados 3.403 equipamentos odontológicos para o apoio à implementação de novas

equipes de saúde bucal

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mil mensais de custeio. As de padrão IV poderão fazer no mínimo 4.100 procedimentos odontológicos/mês e contarão com um repasse de R$ 103.320 mensais.Todas as clínicas contarão com cinco especialidades odontológicas (estomatologia, periodontia, endodontia, cirurgia e atendimento a pacientes com necessidades especiais) e laboratório de patologia, além de ofertarem próteses dentárias e realizarem procedimentos de atenção básica (como aplicação de flúor).

“Nós como brasileiros, por

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funcionar.”(Knud Sorensen)

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ODONTOLOGIA - PUCCA

Knud Sorensen, Stela Pedreira, Paulo Fraccaro e Gilberto Pucca

RESULTADOS

Para o vice-presidente de odontologia da ABIMO, Knud Sorensen, todos saem ganhando com reuniões como essa: “Nesses encontros conseguimos ter a referência dos números e do trabalho que vem sendo desenvolvido”, comentou. “Nós como brasileiros, por experiência e por preconceito, temos o hábito de pensar em iniciativas públicas em tom desanimador e nesse caso, vemos funcionar.”

O coordenador do Ministério da Saúde finalizou afirmando que a parceria com a ABIMO é imprescindível. “Essa é uma das parcerias mais eficazes que temos, um jogo aonde todo mundo ganha. Temos tentado trabalhar de maneira transparente e vamos unindo essas sugestões para usarmos como instrumentos de avaliação. Queremos apenas ser bons executores de recursos públicos”, finalizou.

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ISONOMIA

fInAlMente, IGUAldAde!O PASSO A PASSO DE UMA LUTA EM PROL DA COMPETITIVIDADE DA INDúSTRIA NACIONAL

Foram meses e meses de reuniões, encontros, compromissos, conferências na Câmara e no Senado e em busca de apoio de parlamentares. A ABIMO esteve com grandes nomes da política brasileira, mostrando a difícil realidade vivida pelas indústrias de equipamentos médicos instaladas no país, devido ao absurdo fato de terem sua competitividade comprometida ao serem tarifadas de forma diferente dos produtos importados nas compras feitas por hospitais públicos e filantrópicos, mesmo tendo capacidade de suprir mais de 90% das necessidades de equipamentos e materiais de consumo de um hospital geral.

A falta de isonomia tributária perante os importados configurava-se como um dos mais graves problemas enfrentados pelo setor produtor de equipamentos médicos, hospitalares, laboratoriais e odontológicos.

De um modo geral, o balanço das políticas industriais ocorridas desde 2012 vinha sendo positivo para o setor produtor de equipamentos para a saúde. Alguns incentivos foram conseguidos e muitos objetivos foram alcançados, mas a principal reivindicação dos fabricantes (a isonomia tributária), ainda se deparava com dificuldades para ser

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aprovada por enfrentar resistências em vários setores do governo.

Julgando a situação como uma “batalha desleal”, na qual só o produto importado levava vantagem e, causando grande prejuízo à balança comercial brasileira, a ABIMO sempre acreditou que o setor não poderia viver de medidas pontuais que não resolviam definitivamente esta desigualdade tributária.

Finalmente, a indústria nacional pode respirar sem a ajuda de aparelhos. A presidente Dilma Rousseff sancionou, em 14 de novembro de 2014, a Medida Provisória 651, que, entre outros benefícios, prevê a isenção de PIS e COFINS para o setor de equipamentos para a saúde. Para a MP entrar em vigor, o Ministério da Fazenda deverá editar uma norma listando os produtos que farão jus à isenção.

UM POUCO DE HISTóRIA

A proposta da ABIMO para a modificação do discrepante quadro era simples: garantir a isonomia tributária em todas as operações de compras por entidades vinculadas ao SUS. Segundo Marco Aurélio Braga, consultor jurídico da ABIMO, o primeiro passo neste caminho era ter claro o sentido da imunidade constitucional e aplicá-la infraconstitucionalmente. “Uma das formas era alterar a Lei Ordinária, através de Medida Provisória ou Projeto de Lei, a fim de garantir a isonomia tributária entre os produtos nacionais e importados”, explica. “A partir desta alteração, poderiam ser confirmados os entendimentos sobre a questão, tanto do Ministério da Fazenda como da Receita Federal, por meio de Atos Declaratórios Interpretativos”.E assim foi feito. A ABIMO vinha construindo desde 2007 uma agenda propositiva junto aos órgãos ministeriais e judiciais para reverter este quadro tributário que afetou sobremaneira a produção brasileira de equipamentos para saúde, desestimulando quem aqui produz, emprega, gera valor agregado e inova.

Foi somente em março de 2013 que os esforços da entidade em busca da isonomia alcançaram novos patamares, chegando a Brasília com o apoio do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional, o deputado Newton Lima, que desde então, se comprometeu a levar oficialmente a

“O tema da indústria brasileira precisava entrar na pauta de

discussões nacionais.”(Newton Lima)

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ISONOMIA

discussão até o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa: “O tema da indústria brasileira precisava entrar na pauta de discussões nacionais”, diz Lima.

Henrique Fontana, deputado federal, foi mais um que entrou na luta para garantir a isonomia para a indústria nacional. Em várias reuniões ocorridas em Brasília ele assumiu o compromisso e trabalhou junto a outros parlamentares na campanha pelo direito das indústrias

nacionais de competir em igualdade com as estrangeiras.

Junto a eles, o então secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, também assumiu em 2012 o compromisso de avaliar o pleito e encaminhar soluções nas diferentes esferas do governo. “Precisamos fortalecer o setor, que considero de segurança nacional. Isso é fundamental para aumentarmos a nossa capacidade de disputar os

mercados interno e externo”, comentou na ocasião.

Após esses esforços, a ABIMO reuniu-se com representantes da Frente Parlamentar da Saúde, presidida pelo deputado Darcísio Perondi, e da Frente Parlamentar das Santas Casas, chefiada pelo deputado Antonio Brito. Ambos apresentaram, em 2013, um requerimento conjunto convidando os então ministros da Saúde, Alexandre Padilha; da Fazenda, Guido Mantega; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando

“Não havia dúvidas de que um país que

implementou um programa como o Mais

Médicos não poderia ir à contramão e não incluir os setores estratégicos

para a saúde em suas desonerações.”

(Ana Amélia)

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Pimentel, a debaterem o tema em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. O deputado Antônio Britto reiterou a legitimidade do pleito da entidade: ”Está claro que as indústrias nacionais precisam de isonomia com a indústria estrangeira. Precisamos valorizar a saúde, a cadeia produtiva e as Santas Casas”.

Outro apoio fundamental na busca pela isonomia foi o da senadora Ana Amélia, que também sugeriu a realização de audiência pública sobre o tema na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Participaram desta discussão players do setor como o diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Valadares Oliveira; o assessor técnico da Subsecretaria de Tributação e Contencioso da Secretaria da Receita Federal, Alexandre Guilherme de Andrade e o representante da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Gonçalo de Abreu Barbosa.

“Não havia dúvidas de que um país que implementou um programa como o Mais Médicos não poderia ir à contramão e não

incluir os setores estratégicos para a saúde em suas desonerações”, acredita Ana Amélia.

As comissões de Finanças e Tributação e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio também realizaram audiência pública para debater a necessidade de desoneração da indústria de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios.

O deputado Dr. Ubiali, que solicitou o debate, explicou que o objetivo foi discutir maneiras de reduzir a carga tributária de forma sistêmica, “mas sem prejudicar o desenvolvimento da indústria brasileira em face de importação de produtos acabados”.

O pleito da ABIMO também foi apoiado pelo deputado Paulo Foletto. Ele ressalta o grave problema de competitividade da indústria nacional frente aos equipamentos importados. “Temos que dar chance para a indústria nacional crescer”, afirma. “Estamos competindo com um mundo inteiro que dá facilidades para a inovação tecnológica em produtos e serviços e o Brasil fica parado em temas fundamentais”. Segundo o deputado, o pleito tem grande impacto no custo da saúde e o benefício maior ainda para a cadeia da indústria.

“Não podemos deixar de mencionar a atuação das entidades parcerias, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), atuando em São Paulo e em Brasília”, completa o superintendente da ABIMO, Paulo Fraccaro.

A CHEGADA AOS MINISTÉRIOS

Com todo esse apoio dos parlamentares, que contava agora com o presidente da Comissão de Assuntos Sociais, Waldemir Moka, o tema finalmente bateu à porta da Esplanada dos Ministérios, por meio de uma reunião com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. “Discutimos até mesmo alguns pontos práticos da implementação nesta ocasião”, relembra o diretor institucional da ABIMO, Márcio Bósio. Em audiência posterior, foi apresentada, em detalhes, a proposta de texto da entidade com as alterações a serem incluídas na atual legislação tributária e que também seriam acrescentadas na MP 651/2014.

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ISONOMIA

desoneração. Foram estimados os efeitos sobre crescimento do PIB, inflação, produção, emprego setoriais e sobre a própria arrecadação. A conclusão é de que a renúncia fiscal é recuperada integralmente em menos de um ano, graças aos efeitos positivos sobre a atividade produtiva da economia como um todo.

Retirados o PIS-COFINS e o IPI, quando contemplado, o resultado anual confirma um aumento de 0,3% no PIB, e mais 132 mil postos de trabalho em toda a indústria brasileira.

Ao mesmo tempo, Franco Pallamolla e Ruy Baumer, representando a diretoria da ABIMO e do SINAEMO, respectivamente, reuniam-se também com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e com o líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Henrique Fontana, para falar da MP. Novamente o ministro Chioro comprometeu-se a apoiar o pleito da ABIMO para solucionar o problema.

A presidente Dilma Rousseff já havia sido informada sobre o problema pelo próprio Paulo Fraccaro em uma reunião intersetorial. “Quando expliquei o caso à presidente ela imediatamente perguntou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, o que estava acontecendo”, conta.

IMPACTO ECONÔMICO

Segundo a ABIMO, o setor irá sentir de forma muito rápida os efeitos da isenção, pois as empresas poderão se valer dela a partir da publicação da regulamentação.

José Tadeu Leme, presidente da Engimplam, empresa de engenharia de implantes, comenta que a isonomia vai equilibrar o mercado já que sua implantação facilitará a concorrência, pois as empresas contarão com as mesmas vantagens dos produtos importados. Porém, apesar de considerar uma vitória, Leme prefere não comemorar antes da divulgação da isenção.

Atualmente a Engimplan conta com uma faixa de venda pública de 80% e um faturamento de R$ 14 milhões.

Outra empresa do setor de implantes ortopédicos, a Baumer vende cerca de 40% dos seus produtos para o mercado público. Os efeitos da isenção devem ser sentidos em até quatro meses, após a regulamentação inicial, adianta o presidente da empresa, Ruy Baumer. “Com a regulamentação devemos atingir 45% em vendas públicas e os preços finais para os hospitais tendem a cair”.

No âmbito do governo, também haverá ganho. O estudo setorial encomendado pela ABIMO para ABIMO para a Fundação Getúlio Vargas, em 2013, mostra claramente os efeitos da

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“Com a regulamentação devemos atingir 45% em vendas públicas e os preços finais para os hospitais

tendem a cair.”(Ruy Baumer)

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PRóXIMOS PASSOS

Todo esse esforço certamente impactará positivamente no Sistema único de Saúde (SUS), que poderá ter acesso a uma ampla gama de produtos nacionais para suprir as demandas do setor saúde. Tal possibilidade de oferta implica na qualidade dos produtos para a saúde e fortalece ainda mais a indústria nacional, contribuindo excessivamente para a promoção do mercado interno e para a ampliação da prestação dos serviços públicos na saúde.

Porém, a luta pela igualdade ainda continua. “As empresas internacionais vendem com isenção de todos os impostos (I.I., IPI, PIS/COFINS, e ICMS) e nós conseguimos até agora a primeira parte (PIS e COFINS). Agora vamos aos outros impostos”, finaliza Baumer.

Nos preços a queda poderá ser de 9,8%, que não deve se transformar exclusivamente em aumento das margens de lucro, mas, também, beneficiara os hospitais públicos e filantrópicos e, consequentemente, a população brasileira.O estímulo à produção na cadeia amplia também o ganho fiscal total, mas não alteram de forma relevante os efeitos sobre IPI e PIS-COFINS.

“Essa é uma grande vitória e uma diminuição na vantagem indevida que as empresas do exterior têm em relação às instaladas no Brasil, que aqui empregam, pagam impostos, sofrem o custo Brasil e aqui continuam sendo ignoradas pelo governo”, sentencia Ruy Baumer, que também é presidente do SINAEMO e coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Bioindústria (BioBrasil) e do ComSaúde da Fiesp. “A atuação da ABIMO na coordenação das ações em todas as esferas governamentais, no suporte jurídico e na organização geral das atividades, foi essencial para esta conquista”, diz.

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MEDICA

MAIOR FEIRA DE PRODUTOS MÉDICOS DO MUNDO, MEDICA GERA EXCELENTES RESULTADOS PARA EMPRESAS BRASILEIRAS

de frente pArA O MUndO!

Os números da MEDICA sempre impressionam. Os quase 5 mil expositores receberam, entre 12 e 15 de novembro de 2014, 130 mil visitantes, ratificando o título de principal feira internacional do setor de serviços e produtos médicos do mundo. Segundo os organizadores, os visitantes vieram de cerca de 150 países para Düsseldorf, na Alemanha e o tempo médio de permanência deles no evento foi de 2,2 dias.

O público da feira é qualificado e bastante estratégico: mais de 70% dos visitantes são tomadores de decisão de compras e outros 10% estão envolvidos com algum tipo de consultoria.

“A qualidade dos visitantes foi superior a do ano passado. Fizemos relacionamentos bem específicos, com pessoas que conhecem o nosso negócio e muitos contatos de países em desenvolvimento, foco da Baumer na área internacional”, conta Priscila Bartholomew, supervisora de exportação da fabricantes de implantes ortopédicos.

Renata Canteiro, gerente de qualidade da Injeflex, também ressalta as características dos visitantes: “O movimento e a qualidade de contatos este ano foi bem superior ao dos anos anteriores.”

Os 50 expositores brasileiros, participantes do Brazilian Health Devices, estiveram presentes em pavilhões no Hall 17 (hall internacional), Hall 4

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(específico para Fisioterapia e Ortopedia) e Hall 3 (específico para Laboratório). O pavilhão do Hall 17, que abriga a maior quantidade de empresas, esteve próximo aos pavilhões da França, Reino Unido e Estados Unidos, países famosos pela alta qualidade e tecnologia no setor da saúde.

Como primeiro ano da participação brasileira no pavilhão voltado para fisioterapia e ortopedia, as impressões não poderiam ser melhores: “Foi excepcional a nossa participação no Hall 4”, acredita Daniel Marques, analista de comércio exterior da Ibramed.

Três empresas associadas também foram expositoras fora dos pavilhões brasileiros: Carci, Fanem e Labtest optaram por stands individuais que garantiram maior visibilidade às suas marcas.

Com a promessa de preços competitivos, a Magnamed levou à Alemanha diversas novidades. Para o gerente de exportação, Reginaldo Damião, a MEDICA possibilita relação com distribuidores e facilita a realização de negócios para países aos quais ainda não havia exportado. “Neste ano, esperamos abrir mercado no continente europeu”, conta. “Incrementamos a quantidade de distribuidores importantes e com grande potencial.”

NOVAS EMPRESAS PARTICIPANTES

Por ser considerada uma vitrine mundial, a MEDICA leva cada vez mais novas empresas a atravessarem o Atlântico em busca da internacionalização.

Oito empresas pertencentes ao projeto estrearam na MEDICA em 2014, já saindo do Brasil com boasperspectivas: Apramed, Atrasorb, BCF, Braile, DFV,Gnatus, Lupetec e Osteomed. “Praticamente todos os nossos concorrentes estavam presentes e nossa participação foi de suma importância para a estratégia de exportação”, conta Lucas Vicente, diretor da Atrasorb.

Para o gestor de negócios internacionais da Apramed, Joe Correa, a MEDICA é fundamental para quem quer atingir o mercado europeu. A Apramed foca no mercado inglês, alemão, francês e espanhol, países que estão sempre em busca de aparelhos tecnológicos e práticos.

“Nossas expectativas eram as melhores possíveis, pela amplitude da exposição que os expositores alcançam neste evento”, comenta Eduardo Quezada, gerente de exportação da Osteomed Implantes. “Nosso intuito era realizar novos negócios na Europa e Oriente Médio e aumentar nossa participação nos mercados em que já atuamos”.

“Praticamente todos os nossos concorrentes estavam presentes e nossa participação foi de suma importância para a estratégia de

exportação.”(Lucas Vicente, Atrasorb)

Incrementamos a quantidade de distribuidores importantes e com

grande potencial.”(Reginaldo Damião, Magnamed)

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MEDICA

Atuante na feira desde 2008, a HPBIO classifica como “memorável” a participação da empresa: “A presença em 2013 nos rendeu a assinatura de um contrato exclusivo de distribuição das válvulas de hidrocefalia para a Europa através de um distribuidor alemão que já nos gerou frutos”, conta Flavia Rodrigues, gerente de exportação da empresa. “Graças ao bom trabalho da ABIMO em parceria com a Apex-Brasil, somos privilegiados em participar da maior feira internacional do segmento e nos igualar aos grandes players do mercado mundial”.

Como os resultados em 2013 foram bastante positivos, a perspectiva para 2014 foi de prospecção de novos clientes para a Instramed. “Nossa presença na feira aumenta a credibilidade da empresa e também propicia a divulgação da marca e produtos para mercados que ainda não atingimos”, explica a supervisora de exportação, Márcia Kruse.

Visitante da MEDICA desde 1983 e expositora a partir de 2010, Luciana Damasceno Ferreira, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Bioclin, acredita que esse tipo de evento é muito importante para uma aproximação com seus parceiros, sejam eles clientes ou fornecedores. ”Através da feira temos a oportunidade de ver de perto o que o nosso segmento está planejando para o futuro e em quais tecnologias devemos focar nossos investimentos e ações.” A empresa vem crescendo vertiginosamente nos últimos seis anos, e ações como a participação em eventos internacionais são responsáveis diretas por esses resultados positivos, segundo Luciana.

Voltada ao mercado odontológico, a Indusbello participou pela quarta vez da feira: “A MEDICA foi de extrema importância porque conseguimos encontrar representantes em países de interesse da empresa. Nosso principal foco de mercado é a Alemanha, pois é o centro de fabricação de produtos médicos”, conclui o diretor da empresa, Leonardo Beni.

“Nossas expectativas eram as melhores possíveis, pela amplitude

da exposição que os expositores alcançam neste evento.”

(Eduardo Quezada, Osteomed Implantes)

SEMPRE PRESENTES

Há empresas que não abrem mão de participar anualmente da feira, como a Olidef, que está presente desde 2002, consolidando o evento como um dos mais primordiais em seu calendário internacional. No último ano a empresa realizou uma transação positiva com um grupo da Rússia com sede na Alemanha e uma primeira venda para a Mongólia.

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RESULTADOS

Djalma Luiz Rodrigues, diretor da Fanem, acredita que o Projeto Brazilian Health Devices é fundamental para abrir os caminhos para o exterior. “Se estamos hoje em destaque com stand próprio, é em parte mérito desse projeto que colabora para que a Fanem consiga concretizar seu voo solo na MEDICA”, elogia.

Ao todo, as empresas brasileiras realizaram quase 3 mil contatos com 123 países diferentes e atingiram o total de US$ 2,292 milhões em negócios com 20 deles: Alemanha, Arábia Saudita, Argélia, Bélgica, China, Colômbia, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Grécia, Irã, Itália, Marrocos, México, Paquistão, Turquia e Taiwan.

A expectativa para geração de negócios para os próximos 12 meses é de US$ 16 milhões, número um pouco acima do consolidado na edição do ano passado, que foi de US$ 15 milhões. A coordenadora de promoção comercial da ABIMO, Clara Porto, explica que, apesar do aumento no número de vendas em relação ao ano passado, elas foram feitas de forma menos pulverizada entre os países: “Isso significa que as empresas estão realizando menos vendas, mas de valores maiores”.

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Djalma Rodrigues, da Fanem e André Limp, da Apex-Brasil

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MEDICA

“O objetivo foi aproveitar que governo e indústria estavam

reunidos na principal feira do setor médico-hospitalar do mundo para criar um canal de discussão sobre como é

possível trabalhar em conjunto na internacionalização das

empresas brasileiras.”(Franco Pallamolla)

A participação da MEDICA também tem um viés político/econômico importantíssimo para as empresas brasileiras. No primeiro dia de feira a ABIMO promoveu o 1º Fórum de Discussão de Política Industrial e Regulação na Internacionalização, que reuniu os órgãos reguladores e as indústrias brasileiras para discussão de temas referentes às políticas industriais para o segmento.

Segundo o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, o objetivo foi aproveitar que governo e indústria estavam reunidos na principal feira do setor médico-hospitalar do mundo para criar um canal de discussão sobre como é possível trabalhar em conjunto na internacionalização das empresas brasileiras.

Estiveram no evento André Limp, da Apex-Brasil; Valdir Barbosa, do Ministério da Saúde; Valdênio Araújo, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI; Carlos da Silva Moutinho, da Diretoria de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária da Anvisa; João Paulo Pieroni e Carlos Henrique Cabral Duarte, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.

“Nossa presença na feira aumenta a credibilidade da empresa e também

propicia a divulgação da marca e produtos para mercados que ainda

não atingimos.”(Márcia Kruse, Instramed)

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AÇÕES POLíTICAS

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O representante da ABDI abordou os impactos socioeconômicos do Complexo Industrial da Saúde (CIS) no Brasil em sua apresentação. Segundo Valdênio, a crescente pressão de custos nos sistemas de saúde vem direcionando a introdução de inovações de melhor custo-efetividade. Ao mesmo tempo, a ampla utilização de tecnologias da informação e comunicação e a maior importância dos mercados emergentes contribuíram para a criação de novos modelos de negócio e de oportunidades para o reposicionamento dos países nas cadeias globais de valor. “As principais empresas do setor iniciaram um movimento global de consolidação, marcado por um crescente número de aquisições de pequenas e médias empresas detentoras de ativos estratégicos, como produtos e plataformas tecnológicas inovadoras ou mesmo acesso a canais de distribuição e força de vendas qualificada”, disse.

Valdênio também fez algumas reflexões sobre as políticas industriais no setor de saúde, que, segundo ele, representaram um avanço no ambiente jurídico que ampara a utilização do poder de compra do Estado em prol do desenvolvimento tecnológico.

Para os especialistas do BNDES, a indústria brasileira tem espaço para ser competitiva em diversos segmentos. Em sua apresentação, os representantes do banco apontaram os produtos que podem atender às necessidades específicas do país, com soluções integradas e custo-efetivas, em setores estratégicos da área de equipamentos médicos. João Paulo Pieroni abordou a atuação do BNDES no fomento à indústria da saúde, falando especificamente dos resultados do Plano Inova Saúde – Equipamentos Médicos, ação do governo federal brasileiro para apoio à inovação que contou com um orçamento de R$ 600 milhões.

Logo após, Valdir Barbosa, do Ministério da Saúde, começou sua apresentação enfatizando que o Brasil é o único país com mais de 100 milhões de pessoas que aceitou o desafio de ter sistema único de saúde universal,

“As principais empresas do setor iniciaram um movimento

global de consolidação.”(Valdênio Araújo, ABDI)

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MEDICA

O diretor da Anvisa, Carlos da Silva Moutinho, expôs números do mercado mundial da saúde aos presentes que, em 2013, atingiu a marca de US$ 328 bilhões. Posteriormente, abordou dados da balança comercial e do marco regulatório brasileiro.

Moutinho falou também sobre algumas tendências mundiais, como a crescente projeção da liderança diplomática e econômica do Brasil na América do Sul, o aumento exponencial da importância da China para o funcionamento e o crescimento da economia mundial e sobre o fortalecimento das parcerias bilaterais principalmente na América Latina, Caribe e África com especial atenção a África do Sul.

Para o representante da Anvisa, a convergência dos requisitos regulatórios entre países por meio do International Medical Device Regulator Forum (IMDRF), do Medical Device Single Audit Program (MDSAP) e do MERCOSUL é uma tendência, bem como a definição de requisitos técnicos para condução de pesquisa clínica com produtos para saúde no Brasil (CP nº 64/14) e a revisão dos marcos regulatórios no MERCOSUL.

O Fórum foi acompanhado por cerca de 130 representantes de 70 indústrias brasileiras, expositoras e visitantes da feira MEDICA 2014. Ao final, foi aberto um debate e o público pode direcionar suas perguntas aos representantes dos órgãos do governo.

ressaltando o fato de o país ser o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo, ter 98% do mercado de vacinas, com 72% da população do Brasil coberta por 5.900 hospitais e 64 mil unidades básicas de saúde.

Barbosa elencou alguns desafios para a inovação no setor, como a necessidade de diminuir a vulnerabilidade da Política Nacional de Saúde ao mesmo tempo em que se aumentam os investimentos, bem como melhorar a cadeia produtiva e fortalecer as empresas nacionais. “Precisamos expandir, modernizar e fortalecer a rede de laboratórios públicos e criar um ambiente favorável para atrair investimentos para a P&D, inovação e produção, diversificando e ampliando a produção industrial”, disse.

Em seguida, ele apresentou os requisitos e dados das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo - PDPs do Ministério: “Temos hoje 103 parcerias confirmadas, sendo 96 de produtos acabados e sete produtos sob processo de pesquisa”, contou. Segundo ele, o governo gasta cerca de R$ 8,9 bilhões por ano em compras públicas.

PARCERIAS

A HOSPITALAR Feira + Fórum esteve com um stand no pavilhão brasileiro. “A presença da HOSPITALAR complementa a participação nacional, pois é a principal feira do setor da América Latina, o que potencializa atrair mais compradores internacionais para o Brasil, reforçando a imagem de um país sério e competitivo, através da realização de um evento tão significativo para o setor da saúde mundial”, acredita Paula Portugal, gerente de exportação da ABIMO.

“Nossa presença na MEDICA é expressiva há mais de 17 anos e reafirma a importância do Brasil e da América Latina como importantes referências e mercados estratégicos para empresas e profissionais de saúde do mundo todo”, ressalta a presidente Waleska Santos.

“O Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo; 98% do mercado de vacinas,

com 72% da população do Brasil coberta por 5.900 hospitais e 64 mil

unidades básicas de saúde.”(Valdir Barbosa, MS)

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DO JEITINHO BRASILEIRO

Sucesso desde 2011, foi realizado o já tradicional Brazilian Happy Hour no pavilhão brasileiro, no dia 13 de novembro. O BHD aposta nesta ação como estratégia de negócios e relacionamento, apresentando comidas e bebidas típicas do Brasil ao público internacional, além de música brasileira ao vivo, proporcionando assim um ambiente descontraído para que as empresas do Brazilian Health Devices possam estreitar os laços de relacionamento com seus clientes internacionais. Mais uma vez, o evento ultrapassou as expectativas esperadas. “Como sempre o Brazilian Happy Hour foi um sucesso!”, comenta Clara Porto. Estima-se que o evento recebeu cerca de 500 visitantes internacionais.

Data da próxima MEDICA em Düsseldorf: 16 - 19 novembro de 2015

BRASIL BEYOND

O Brasil Beyond é uma estratégia unificada de comunicação criada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para reposicionar a imagem do país e construir uma identidade forte e diferenciada que coopera nas ações promoção de comercial, evidenciando nossos diferenciais competitivos. Em 13 anos de participação do setor na MEDICA feira, o projeto tem implementado melhorias contínuas. Em 2014, os destaques foram a incorporação do conceito Brasil Beyond, que foi bem avaliado pelos participantes.

AGENDE-SE!

Na visão de Pallamolla, que presidiu a mesa, o resultado do fórum foi extremamente positivo, por ser a primeira iniciativa de colocar os órgãos do governo e a indústria face a face para debater sobre as principais dificuldades e entraves à exportação e internacionalização das indústrias brasileiras de produtos para saúde.

Durante os dias que se seguiram da feira, as autoridades presentes visitaram os stands das empresas brasileiras expositoras e puderam conferir a movimentação e os principais lançamentos do mercado mundial de equipamentos médicos.

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ACONTECE - PRêMIO SINAEMO

Case do SINAEMO é premiado por melhor

prática sindical pela Fiesp e Firjan

Sindicatos patronais que mais se destacam em gestão, defesa setorial, no estímulo

ao associativismo e em responsabilidade socioambiental são o alvo do Prêmio ‘Melhores

Práticas Sindicais’.

A iniciativa é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com

a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), através do Movimento Sindical,

e tem por objetivo reconhecer as melhores práticas adotadas pelos sindicatos patronais

filiados, na busca de seu fortalecimento e do aumento do associativismo.

A solenidade de entrega da edição 2014 reuniu presidentes de sindicatos e

representantes de associações na noite do dia 18 de novembro, na sede da

entidade paulista.

O SINAEMO (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos,

Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo) foi vitorioso na categoria

“Infraestrutura Administrativa, Financeira, de Sistemas e Recursos Humanos”

com o case “Implantação de Sistemas integrados para gestão financeira e CRM (Costumer Relationship Management)”.

O objetivo do projeto foi modernizar administrativamente o sindicato e facilitar

o acesso aos seus números.

Recebendo o prêmio em nome do presidente do sindicato, Ruy Baumer, o

secretário do SINAEMO e superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, considerou a vitória justa: “O sistema

que implantamos propiciou ao SINAEMO acessar informações relevantes sobre associados e números da operação da

entidade de maneira ágil e organizada”.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, afirmou que os governantes deveriam trabalhar para a

criação de um ambiente propicio para o crescimento econômico.

Em seguida, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ressaltou a importância

de trabalhar em prol do fortalecimento das empresas e indústrias brasileiras, que geram emprego, criam inovação

e desenvolvimento. “Nossa parte nós estamos fazendo”, disse.

Skaf ainda alertou sobre o agravamento do desemprego que, em sua análise, é um

risco em 2015. “Teremos uma situação complicada na economia, e também no

lado político”, avaliou. “A palavra é força, para não permitirmos aquilo que não

seja de interesse do Brasil”, concluiu o presidente da Fiesp.

PREMIAÇÃO BUSCA A VALORIZAÇÃO DO TRABALHO E DAS INICIATIVAS REALIZADAS

PELOS SINDICATOS DOS ESTADOS

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José Augusto Queiroz, Paulo Skaf e Paulo Fraccaro

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CATEGORIA: INFRAESTRUTURA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA DE SISTEMAS E RECURSOS HUMANOS

1º – Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo (SINAEMO) – Prática: Implantação de Sistemas Integrados de Gestão Financeira2º – Sindicato das Indústrias de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de São Paulo (Sinbevidros)3º – Sindicato da Indústria de Abrasivos (Sinaesp)/ Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo (Sinafer)

CATEGORIA: COMUNICAÇÃO PROGRAMAS DE ASSOCIATIVISMO E PROMOÇÃO COMERCIAL

1º – Sindicato das Indústrias do Vestuário – (Sindivestuário) – Prática: Plataforma B2B de Negociação2º – Sindicato da Indústria do Mobiliário de Mirassol (Simm)3º – Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo (Sipatesp)

CATEGORIA – DEFESA SETORIAL

1º – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim)/ Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo (Sinprocim)2º – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas (Sindigraf)3º – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma)

CATEGORIA- RESPONSABILIDADE SOCIAL

1º – Sindicato Nacional da Indústria de Pneumáticos, Câmaras de Ar e Camelback (Sinpec) – Prática: O Ciclo Sustentável do Pneu2º – Sindicato da Indústria da Construção do Mobiliário e de Cerâmicas de Santa Gertrudes (Sincer)3º – Sindicato das Indústrias do Calçado de Birigui (Sinbi)

A LISTA DE PREMIADOS

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BALANÇA COMERCIAL

Após encerrar o ano de 2013 com um deficit de mais de US$ 4 bilhões na balança comercial, a indústria brasileira de produtos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios demonstra ares de recuperação em 2014. Os dados consolidados pelo departamento de inteligência comercial da ABIMO mostram que entre janeiro e outubro de 2014 o setor trabalhou com uma média de US$ 66 milhões em exportações ao mês.

Há um lado bastante positivo nesta análise: o mês de setembro alcançou o melhor resultado dos últimos três anos somando US$ 80,815 milhões em exportações. Em 2012 e 2013 as exportações de setembro não superaram os US$ 60 milhões, o que representa um crescimento de 8% na comparação entre os períodos.

Segundo Paula Portugal, gerente de exportação da entidade, as exportações do setor em 2014 devem crescer de 8% a 10% no comparativo com 2013, ano que somou US$ 737 milhões em negócios. Grande parte deste bom resultado deve-se às ações do Brazilian Health Devices, visto que as 187 empresas que compõem o projeto setorial são responsáveis por 25% do montante das exportações, ou seja, foram as negociadoras de US$ 189 milhões em 2013.

À pOrtA dOs OUtrOs

cOntInentesCOM APOIO DO PROJETO BRAZILIAN HEALTH DEVICES, INDúSTRIA

BRASILEIRA DA SAúDE BUSCA AMPLIAR EXPORTAÇÕES

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MERCADO RUSSO: DEPENDENTE DE IMPORTAÇÕES

Depois de um primeiro semestre agitado, com participações expressivas em feiras como Arab Health, Africa Health, CIOSP, HOSPITALAR e AEEDC, que totalizaram quase US$ 255 milhões em vendas internacionais para a indústria durante o ano todo, o segundo semestre reservou para as empresas do BHD ações na América do Norte, na Europa e na Ásia.

Dez empresas participaram da comitiva que levou a indústria brasileira pela segunda vez à Dental Expo, principal feira de produtos odontológicos da Rússia, que acontece anualmente em Moscou. O mercado russo é de interesse das indústrias nacionais por

ser extremamente dependente de importações. Segundo dados levantados pela ABIMO, mais de 80% dos produtos para saúde e odontologia vem de fora do país por falta de produção local. Além disso, a atual tensão política entre Rússia e a Comunidade Europeia representa uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras aumentarem suas exportações para este mercado.

Os expositores do pavilhão brasileiro mostraram-se satisfeitos com a participação. Para Eduardo Scarchetti, gerente de comércio exterior da Biodinâmica, o evento realizado entre 29 de setembro e 2 de outubro funcionou como uma porta de entrada. “Estávamos negociando com um distribuidor e, durante a feira, pudemos conhecer melhor o comércio local”, comenta.

Sérgio Escobar, gerente de vendas da VIPI, também almeja bons resultados para o futuro. “Fizemos ótimos contatos e certamente concretizaremos novos negócios”.

Leandro Real, coordenador de importação e exportação da DFV, elogiou a localização do pavilhão brasileiro na feira que também reuniu a indústria russa, alemã, coreana e chinesa. “Localização fantástica que proporcionou grande exposição às nossas empresas”, celebra.

Neste ano, foram quase US$ 100 mil em negócios fechados durante a feira além de 379 contatos realizados com países como Rússia (em sua grande maioria), Japão, Armênia, Eslovênia, Coreia do Sul, China, Irã, Cazaquistão, Turquia, Moldávia, Ucrânia, Polônia e Bielorrússia. Para os próximos 12 meses decorrentes do evento, as expectativas de negócios giram em torno de US$ 1 milhão.

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BALANÇA COMERCIAL

BHD APOIA AÇÕESINDIVIDUAIS DE EMPRESAS

O BHD também apoia a participação de empresas com experiência em internacionalização em eventos nos quais a ABIMO não organiza pavilhões brasileiros. “A importância deste tipo de apoio direto às empresas mais experientes ultrapassa os benefícios à própria companhia já que fortalece a imagem da indústria nacional pela exposição de uma marca já consolidada internacionalmente”, esclarece Clara Porto, coordenadora de promoção comercial da ABIMO. “Além disso, promove a internacionalização de todo o setor da saúde brasileira”, completa.

Dentro deste escopo, a Biomecânica esteve presente na 10ª edição da Medical Fair Asia, importante feira de equipamentos e suprimentos médicos realizada em Singapura entre os dias 9 e 11 de setembro deste ano. O evento, que recebeu 10 mil visitantes e 700 expositores de 35 países, trouxe resultados bastante expressivos: ao todo foram 17 reuniões com 11 países diferentes, dentre eles China, Austrália, Suíça e índia.

A expectativa de negócios para os próximos seis meses gira em torno de 100 mil euros e, para o próximo ano, 500 mil euros. O diretor

de marketing da Biomecânica, Ricardo de Brito, ficou satisfeito com os resultados e almeja bons negócios futuros. “Foi um evento de pequeno porte comparado às outras feiras do circuito mundial. Mesmo assim, proporcionou contatos importantes que serão desenvolvidos ao longo dos próximos meses”, comentou.

Outra empresa individualmente apoiada pelo projeto foi a Angelus que, por meio de uma ação denominada “Experiência Brasil”, promoveu workshops sobre produtos e técnicas odontológicas brasileiras no exterior. O curso teórico-prático apresentou técnicas de última geração e foi ministrado por especialistas indicados pela Endovations, empresa distribuidora de produtos Angelus na Espanha.

“Como nossos produtos são inovadores na odontologia, quando se tem um formador de opinião dando cursos e ensinando as técnicas de uso e suas vantagens, temos um impacto positivo no volume de vendas”, explica o gerente de comércio exterior da empresa, Sidarta Cypriano.

Esses cursos já foram realizados nas cidades de Madri, Burgos e Badajos. Segundo Cypriano, houve um aumento de vendas na Espanha em torno de 20% em relação a 2013.

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MERCADO EUROPEU

O Brazilian Health Devices promoveu, também, duas missões comerciais à Europa com Rodadas de Negócios no formato Road Show entre empresas brasileiras e distribuidores-alvo franceses e espanhóis, identificados através da contratação de uma empresa de matchmaking.

Participantes desta missão, as empresas Biodinâmica, Dentoflex, Instramed, Nacional Ossos e Olsen estiveram em Paris, França, para reuniões de negócios que ocorreram entre 31 de agosto e 3 de setembro. Na sequência, essas empresas viajaram a Madri, na Espanha, para um encontro com Federico Schmidt, presidente da Comisión de Sector Dental da FENIN e CEO da Casa Schimidt, um dos maiores distribuidores de artigos odontológicos locais. A FENIN é a Federação Espanhola de Empresas de Tecnologia e Saúde que reúne, coordena e defende o interesse de empresas locais do setor a fim de expandir sua representatividade global nas autoridades regionais, nacionais e europeias.

Para a coordenadora de inteligência comercial da ABIMO, Katherine Guimarães, a penetração no mercado francês, fechado e nacionalista, é um entrave que as empresas participantes do projeto ainda precisam contornar: “Esse foi um primeiro passo importante para que a nossa indústria desbrave esse mercado.”

Fabiola Gautré-Llussa, representante da embaixada do Brasil na França, acredita que prospectar mercados em setores fechados como o médico-odontológico é um trabalho difícil e de longo prazo: “por experiências em outros setores, aprendemos que é preciso dar continuidade a esse relacionamento para que os fabricantes brasileiros se tornem conhecidos e ganhem, pouco a pouco, credibilidade”, disse.

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Na Espanha, os resultados foram mais satisfatórios: “As empresas espanholas foram bem receptivas e cada empresa fez por volta de dez reuniões”, conta Katherine. Juntas, as missões devem gerar quase meio milhão de euros em negócios para as empresas nos próximos 12 meses. A Espanha é a décima colocada no ranking de países que mais importam produtos médicos e odontológicos do Brasil. No primeiro semestre de 2014 o Brasil exportou mais de US$ 10,2 milhões para Espanha. A França importou quase US$ 5 milhões dos mesmos produtos e está na 19ª posição da lista.

DE VOLTA à AMÉRICA LATINA

Mercado de grandes oportunidades para a indústria odontológica, o México sediou, entre os dias 12 e 16, a feira AMIC Dental, única exposição que reúne profissionais da área odontológica do país. Essa foi a primeira participação do pavilhão brasileiro na feira, que está em sua 62ª edição.

Em se tratando de produtos odontológicos, o México ocupa a terceira posição na lista dos países de destino dos nossos produtos, atrás apenas dos Estados Unidos e da Argentina. Os contatos realizados durante a feira foram principalmente com compradores mexicanos, porém também foram prospectadas empresas de Honduras, Guatemala, Paraguai, Argentina, República Dominicana, Estados Unidos e Peru. As cinco empresas brasileiras: Biodinâmica, Maquira, Nova DFL, Titanium Fix e X-Dent fecharam quase US$ 200 mil em negócios durante o evento e a expectativa para os próximos 12 meses é de mais de US$ 550 mil.

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eM BUscA de AvAnçOs pArA O BrAsIlGRUPO DE ENTIDADES QUER FOMENTAR O DEBATE RELACIONADO AOS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO SISTEMA DE SAúDE

Cansados de investimentos governamentais insuficientes na área da saúde, representantes de entidades ligadas ao setor, entre elas a ABIMO, criaram o movimento Coalizão Saúde, uma iniciativa que tem como principal objetivo fornecer macro diretrizes para avanços no sistema de saúde brasileiro, tendo como pilares os programas de promoção da saúde e prevenção de doenças. A ideia é que o projeto também auxilie a incorporação e avaliação de novas tecnologias, a otimização de custos e o aperfeiçoamento de processos regulatórios. O grupo quer fomentar o debate relacionado aos desafios enfrentados pelo sistema de saúde, dialogando com a esfera governamental e demais setores da sociedade.

A iniciativa foi proposta com base em dados levantados sobre a saúde, que movimenta 9,2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Apesar desses números, o governo federal investe pouco na área: apenas 1,8% de toda a riqueza. De acordo com Giovanni Guido Cerri, diretor da Faculdade de Medicina da USP e ex-secretário de Saúde do Estado de São Paulo e Claudio Luiz Lottenberg, diretor-presidente do Hospital Israelita Albert Einsten e ex-secretário municipal de saúde de São Paulo, em artigo publicado no Jornal Folha de S. Paulo, no dia 19 de outubro de 2014, a União reduziu a participação no financiamento de saúde, que caiu de 58% para 45% em dez anos. Segundo os diretores cujas empresas fazem parte do movimento, são necessários ao menos 10% da receita corrente bruta para se obter uma saúde de qualidade.

Outro fator que chamou a atenção e contribuiu para a criação da Coalizão

Saúde foi a ausência do tema nas discussões no período eleitoral, principalmente nos debates com os candidatos à Presidência da República. Mesmo nas disputas estaduais, foi o terceiro ou quarto assunto mais abordado no Estado de São Paulo; no Rio de Janeiro, foi o sétimo, sendo que, a partir de pesquisas realizadas por institutos renomados, a saúde é o maior problema do país apontado por eleitores. Agora, com a definição da eleição, o grupo continuará a propor ações de melhoria para a saúde da população brasileira.

A proposta do Coalizão é difundir ideias para continuar sugerindo melhorias à saúde. Os membros são favoráveis a que as agências reguladoras de saúde sejam mais técnicas, eficazes e rápidas, com simplificação de registros e consolidação das normas existentes, além de defenderem maior segurança jurídica dos projetos de trabalho conjunto, tais como as Parcerias Público-Privadas, Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo e Organizações Sociais na Saúde, de modo a garantir melhores soluções para a resolução dos problemas da saúde pública em nosso país.

Os participantes do movimento Coalizão Saúde são: Abafarma; Abimed; ABIMO; Abramed; Abramge; Amil; Anahp; CMB; CNS; FBH; FenaSaúde; Grupo Fleury; Hospital Albert Einstein, Santa Joana e Sírio Libanês; Interfarma; Qualicorp; Rede D’Or; Sinaemo; Sinfar-RJ; Unidas Autogestão em Saúde.

COALIZÃO - SAúDE

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PING PONG

Estrategicamente localizado na região Sudeste do Brasil, o estado de Minas

Gerais tem a segunda maior população entre os 26 estados do Brasil. A

importância do Estado é revelada pelos indicadores econômicos do país, que apontam Minas Gerais como terceira

maior economia da nação.

O Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) foi criado em 30 de maio de 1968, com

a missão de desenvolver o setor industrial do Estado. O objetivo da

Instituição é o de despertar o interesse dos potenciais investidores nacionais e

estrangeiros para as potencialidades ou vantagens comparativas que o Estado

tem em relação às outras regiões do Brasil. Nessa entrevista, Monica Neves

Cordeiro, diretora-presidente do Indi fala um pouco sobre o trabalho do Instituto.

Monica Neves Cordeiro

O que é o Indi e quais são seus objetivos?O INDI, Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais, é a agência de promoção de investimentos de Minas Gerais. Uma instituição pioneira no Brasil, com atuação desde 1968, que tem em seu DNA as suas mantenedoras CEMIG e BDMG, que é o banco de fomento do Estado, e é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado – SEDE. O Instituto apoia a expansão das empresas que estão em Minas Gerais e atrai os novos investimentos de empresas nacionais e estrangeiras que queiram investir no território mineiro. Nossas equipes atuam em todos os setores produtivos da economia. O que tem sido feito pelo Indi para a consecução dos seus objetivos?O importante é destacar que o INDI continua respondendo ao desafio de apoiar investimentos e vem se revitalizando, através de diversas ações estruturadoras, por meio da estruturação de uma Diretoria de Prospecção de Negócios, focada no mercado internacional, e que visa a atrair para Minas investimentos diversos, por exemplo. Para tanto, o Indi se vale de missões que estreitam relacionamento de negócios com países estrangeiros. Vale ressaltar os trabalhos em curso com China, índia, Alemanha e Estados Unidos da América – além da recepção de inúmeras delegações internacionais em Minas Gerais.

O Instituto também disponibiliza informações detalhadas e georeferenciadas acerca de áreas disponíveis para a implantação de projetos em todo território mineiro, certo? Sim. Visitamos com os empresários as áreas identificadas como mais adequadas para implantação de cada projeto.Também atuamos com infraestrutura, dando apoio junto às concessionárias de serviços públicos para a disponibilização de água, energia, gás natural, telefonia, transmissão de dados, dentre outros insumos, necessários e requeridos pelo projeto. No quesito meio ambiente damos apoio e orientação ao longo do processo de licenciamento do empreendimento junto aos órgãos ambientais.

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Ping-Pong com monica neves cordeiro

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Quais são as outras formas de atuação?Também fazemos parcerias com instituições governamentais, privadas e classistas para treinamento de pessoas, atuando em desenvolvimento e formação de capital humano, proposição de políticas públicas voltadas para a atração e viabilização de empreendimentos em Minas Gerais e a interlocução com a área governamental de finanças e tributos para identificação de tratamento tributário adequado à operação.Atuamos ainda com inteligência de mercado, no fornecimento de informações demográficas, econômicas e sociais de municípios e regiões de Minas Gerais. Conhecimento diferenciado da economia mineira e dos setores produtivos e interlocução com o banco estadual de fomento econômico para estruturação de solução financeira adequada ao projeto.

Como se iniciou o pólo mineiro de Ciências da Vida em Minas Gerais?O pólo mineiro “nasceu” em 1975, com a criação da Biobrás, em Montes Claros. Em 2000, a empresa recebeu a primeira patente internacional de insulina, uma das quatro no mundo. Chegou a ser a quarta maior fabricante

mundial de insulina sintética, antes de ser vendida para a dinamarquesa Novo Nordisk, em 2002.

Como o Indi avalia o setor de Ciências da Vida?O crescimento da economia do conhecimento (Ciências da Vida, TI, aeroespacial, entre outras) no Estado tem sido uma das mais importantes estratégias do INDI. Especialmente, o setor de Ciências da Vida tem recebido atenção especial, devido ao seu tamanho e vocação histórica.

Pode nos citar algumas empresas representativas do Setor no Estado?A Alta Genetics, localizada no Triângulo, é um exemplo do potencial de Minas na área. De 2009 a 2012, a empresa acumulou um crescimento de 300% em suas exportações. Outro exemplo é a Labtest, a maior indústria brasileira do segmento de diagnóstico in vitro, que está presente em 20 países e tem sede na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No setor farmacêutico, um destaque foi a decisão da empresa indiana ACG Worldwide, em 2012, de implantar uma unidade industrial para a produção de cápsulas gelatinosas para medicamentos. Também ganha destaque o setor de equipamentos médico-odontológicos com empresas-âncoras como a GE Healthcare e a Philips, ambas localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No Sul do Estado há também grandes empresas do setor, pode-se citar o grupo Cimed que com a assessoria do Indi, dinamizou suas atividades no Estado. A Cimed expandiu e implantou

em Pouso Alegre a Nutracom Indústria, voltada à produção de suplementos alimentares. Outro exemplo relevante é a União Química que deu início, em 2007, a um processo de internacionalização, exportando seus produtos para países da América Latina e da África.

Alguma empresa se destacou neste ano?Neste ano de 2014, o destaque é para a Biolab, líder no mercado brasileiro de medicamentos sob prescrição médica na área de Cardiologia e também com atuação relevante nas áreas de Ginecologia, Dermatologia, Gastroenterologia, Reumatologia, Ortopedia e Pediatria, que assinou um protocolo de R$ 200 milhões com o Governo por meio do Indi e implantará, no Sul do Estado, uma indústria e um centro de distribuição destinados à produção e comercialização de medicamentos de uso humano, alimentos funcionais e produtos dermocosméticos.

O INDI continua respondendo ao

desafio de apoiar investimentos

e vem se revitalizando,

através de diversas ações

estruturadoras, por meio da

estruturação de uma Diretoria de

Prospecção de Negócios, focada

no mercado internacional, e que

visa a atrair para Minas investimentos

diversos.

O crescimento da economia do

conhecimento (Ciências da Vida, TI,

aeroespacial, entre outras) no Estado tem sido uma das mais importantes

estratégias do INDI

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ARTIGO - DELOITTE

Em 2013, o mercado de medical devices no Brasil movimentou US$ 5,6 bilhões, equivalente a US$ 28,2 per capita, com um crescimento de 14,6% em relação a 2008.

O Brasil possui uma indústria de medical devices bem estabelecida compreendendo empresas locais e multinacionais com foco maior em consumíveis e produtos

Atratividade do mercado brasileiro para Medical Devices

EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO DO MERCADO DE MEDICAL DEVICES 2008-2013:

odontológicos. A produção total está em torno de US$ 3 bilhões. Atualmente, o Brasil é o quarto mercado mais atrativo na região das Américas que comercializam medical devices.

Os dispositivos que tiveram os maiores crescimentos foram as órteses e próteses seguido por diagnóstico de imagem conforme detalhado na imagem abaixo.

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Há uma tendência de crescimento no mercado de medical devices nos próximos cinco anos, estima-se que o mercado atingirá US$ 10,6 bilhões, o que equivale a uma taxa anual de crescimento de 13,5%. Com esse crescimento, o Brasil ficará entre os dez países com os maiores crescimentos, sendo que para a região das Américas, é previsto que o país seja o primeiro do ranking.

Em contrapartida, as exportações de medical devices não apresentaram crescimento. Pesquisas recentes do IBGE indicaram que as exportações caíram 0,7% em 2014.

A desaceleração deu-se a quedas nas

exportações de órteses e próteses, seguida

de outros dispositivos médicos e produtos

odontológicos.

Outra questão que merece destaque são as ações que o governo tem tomado para incentivar o crescimento do mercado de medical devices no país e, além disso, o estimulo para pesquisas e desenvolvimentos para produção nacional desses materiais com o intuito de diminuir a importação e desenvolver a indústria interna.

As importações de medical devices registraram um crescimento estável, apesar da desvalorização do Real em relação ao dólar. Pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram que as importações de medical devices aumentaram 8,9% em 2014, seguido de uma contração de 1,6%. De acordo com a tabela abaixo as importações de órteses e próteses em 2014 tiveram o menor resultado, seguido por patient aids e outros medical devices.

ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO DO MERCADO DE MEDICAL DEVICES 2013-2018:

Com a finalidade de investir no mercado de saúde o Ministério da Saúde, planejou um orçamento em 2014 de US$ 45,5 bilhões, um aumento de 5,5% em relação a 2012.

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O orçamento na saúde tem crescido a uma taxa anual média de 10% ao longo da última década. Esse crescimento reflete iniciativas para expandir programas de cuidados primários de saúde e estratégica e de tecnologias para o tratamento de câncer e outras doenças crônicas.

Enquanto isso, hospitais sem fins lucrativos e hospitais filantrópicos que operam no sistema público de saúde do SUS vão receber um impulso financeiro para 2014. O Ministério da Saúde elevou de 25% para 50% o incentivo pago para a prestação de serviços de média e alta complexidade, como exames e cirurgias mais complexas. Esta medida deve gerar um impacto financeiro de R$ 1,7 bilhão em 2014.

Para estimular o setor de pesquisas e desenvolvimento no país o Ministério da Saúde decretou uma lei que estabelece os critérios para a realização de Parcerias de Programa de Desenvolvimento de Produto (PDP). O decreto estabelece um novo marco regulatório a ser adotado pelo governo federal para a gestão de acordos entre instituições públicas e privadas que visam à produção de Medical devices para o SUS.

Atualmente existem 104 parcerias em curso para a produção nacional de

Fonte: Brazil Medical Devices Report Q4 2014. Espicom.

97 entradas de saúde. Espera-se nestes acordos gerar uma economia de R$ 4,1 bilhões por ano em contratos públicos.

O projeto foi estendido para medical devices, tendo sido inicialmente desenvolvido para estimular a produção de medicamentos, mas eles estão crescendo como um mecanismo estratégico para aumentar a produção interna.

Em dezembro de 2013, foi anunciado PDPs para 15 dispositivos médicos incluindo sete parcerias para a produção de dispositivos de cardiologia, abrangendo marca-passos, desfibriladores, stents e cateteres de balão. Outras parcerias abrangem equipamentos de diálise, grampeadores cirúrgicos, equipamentos de oftalmologia e monitores. Estes 15 projetos deverão gerar uma economia para o SUS de R$ 365 milhões dos quais 62% virá de produtos de cardiologia.

O governo é um forte ator no mercado medical devices dada a sua capacidade de investimento e influência no âmbito da regulamentação. Os estudos de mercado apontam um cenário favorável para o setor com um forte crescimento para o país nos próximos anos que o colocará entre um dos maiores mercados do mundo.

ARTIGO - DELOITTE

Artigo escrito pela Camila Salerno Carvalho Nickel e Bruna Cutrupi da consultoria empresarial em Life Sciences & Healthcare da Deloitte Touche Tohmatsu

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