revista olhar amazônico 6ª edição

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Ano l - Nº 6 - Janeiro/2012 R$ 7,00 l Um brinde A lição das águas ACIA Deste 1945 a serviço do Amapá Publicidade TALENTO a Macapá 254 anos SURF NA POROROCA

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Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

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Page 1: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Ano l - Nº 6 - Janeiro/2012R$ 7,00

l

Um brinde

A lição das águas

ACIADeste 1945 a serviço do Amapá

PublicidadeTALENTO

a Macapá254 anos

SURF NA POROROCA

Page 2: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

EditorialPortas abertas para o mundo

vila de São José de Macapá foi oficializada no dia 04 de fevereiro de 1758. O poder legislativo, a então Intendência, foi criado dois dias antes. Já começou invertendo a ordem Anatural e convencional da hierarquia dos poderes e pouca gente se deu conta disso.

Macapá pode ser a única cidade do mundo onde o poder legislativo nasceu primeiro que o executivo. A vila ganhou categoria de cidade em 1856. Foram 98 anos de estagnação. A evolução não

tinha pressa. E aí começou a cultura da 'vida boa': “Basta o céu, o sol, o rio e o mar e um pirão de açaí com tamuatá...”. Em 13 de setembro de 1943, o Amapá é desmembrado do Estado do Pará e ganha o status de Território Federal. E no dia 05 de outubro de 1988 é elevado a Estado.

O Amapá teve 10 anos de tutela federal antes de caminhar com as próprias pernas. Foi o mesmo tremor de pernas que quando o pai cancela a mesada do filho e que ele tem de dar um jeito na situação.E Macapá está no meio do mundo. No marco zero do Equador, com 600 km de costa atlântica e uma rica e vulnerável bacia pesqueira. É o estado mais preservado com cobertura vegetal e é banhado pelo maior rio do mundo. Um santuário ecológico, com um rico e vasto cenário natural, ideal para fomentar a indústria do turismo, como uma vocação redentora para a economia.

A ponte binacional vem ligar o Amapá à Guiana Francesa no caminho para o Velho Mundo. Precisou de 513 anos para descobrir que bastaria fazer o caminho de volta traçado por Vicente Iáñez Pinzón, em 1499, para descobrir a rota econômica e transformar o Amapá na ilha paradisíaca da Amazônia?

Portes ouvertes pour le monde

a 'vila' de São José de Macapá a été officialisée le 04 février 1758. Le pouvoir législatif, alors 'Intendência', fut créé deux jours avant. Cela commençait en inversant Ll'ordre naturel et conventionnel de la hiérarchie des pouvoirs et peu de monde s'en est

rendu compte. Macapá peut être la seule ville du monde où le pouvoir législatif est né avant l'éxécutif.

La 'vila' a reçu la catégorie de 'cidade' en 1856. Ce furent 98 ans de stagnation. L'évolution n'était pas pressée. Alors commença la culture de la 'belle vie' : « Il suffit du ciel, du soleil, du fleuve et de la mer et un peu de couac avec du wassaï avec des tamuatá... ». Le 13 septembre 1943, l'Amapá est détaché de l'Etat du Pará et reçoit le statut de Territoire Fédéral. Et le 05 octobre 1988 est élevé à celui d'Etat.

L'Amapá a eu 10 ans de tutelle fédérale avant de marcher sur ses propres jambes. Ce fut le même tremblement de jambes que quand le père supprime l'argent de poche de l'enfant et que celui-ci doit se débrouiller.

Et Macapá se trouve au milieu du monde. Sur l'Equateur, avec 600 km de côte atlantique et un riche et vulnérable bassin halieutique. C'est l'état dont la couverture végétale est la mieux préservée et il est bordé par le plus grand fleuve du monde. Un sanctuaire écologique, avec un décor naturel riche et étendu, idéal pour encourager l'industrie du tourisme, avec une vocation rédemptrice pour l'économie.

Le pont binational vient relier l'Amapá à la Guyane Française sur le chemin de l'Ancien Monde. Aurait-il fallut 513 ans pour découvrir qu'il suffisait de revenir sur le chemin tracé par Vicente Iáñez Pinzón, en 1499, pour découvrir la route économique et transformer l'Amapá en l'île paradisiaque de l'Amazonie ?

Page 3: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Raimundo Costa de Souza

Superintendente

Sebastião Barreiro Crisanto

Diretor de Jornalismo

REG.MTB 145/DRT/PA

(96) 9112 4516

Marcio Bezerra

Diretor Comercial

Elpídio Amanajás

Diretor Corporativo e

Correspondente em Brasília

REG.MTB 8468/DF

Édi Prado

Editor Chefe

REG.MTB 16137 DRT/RJ

Érika Bezerra

Produção de Arte

Marco Poli

Tradução

[email protected]

Foto da Capa: Paulo Uchôa

Colaboradores: Amiraldo Bezerra,

Carlos Bezerra, Edson Maciel Ramos,

Paulo Leite

Circulação - BRASIL: Amapá, Pará,

Amazonas, Acre, Maranhão, Rondônia,

Roraima, Tocantins, Mato Grosso e

Distrito Federal

GUIANA FRANCESA: Caiena

SURINAME: Paramaribo

Conceitos emitidos em artigos são de

responsabilidade dos autores, não

refletem a opinião desta revista.

Contato reportagens:

[email protected]

(96) 9974-0465 / (96) 8129-2066

Contato comercial:

[email protected]

(96) 8124-9796

Uma publicação

CNPJ: 05.018.654/0001-66

Revista Olhar Amazônico

Fone: (96) 3224-1406

Rua Eliezer Levy, 2322 - Centro

CEP: 68.900-140

Macapá - Amapá

Modelo da Capa: Jéssica Amanajás

06 O mundo vem ver a pororoca no Araguari

08

10

UNIFAP vai implantar campus avançado em Tartarugalzinho

CalçoenePrefeitura investe em turismo de eventos

SEÇÕES

Nesta Edição

09.Estamos de Olho

12 LIVROPétalas sobre Macapá

14 CAPAMacapá, 254 anos de um sonho juvenil

22 Maria de Nazaré Prado Ribeiro84 anos dedicados à família

26 Secretário de Educação anuncia novos tempos

34.Crônica: Carlos Bezerra

24.Perfil: Jaci Amanajás

20.Leitores

18.Olhar Social

30 ACIADeste 1945 a serviço do Amapá

32 IJOMA – Uma entidade voltada a solidariedade aos que padecem de

FelizCidade.FelizCidade.

Parque do Forte

Page 4: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

06 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 07

O mundo vem ver a pororoca no Araguari

por Édi Prado

A pororoca é um fenômeno da natureza que acontece quando duas correntes ou marés em direções opostas se encontram. É um espetáculo

natural de rara beleza e violência, e acontece também na França e na Índia, mas é no Brasil, no Estado do Amapá, que o encontro do Rio Araguari com o mar que ele acontece com mais intensidade. O piloto e um dos organizadores do evento no Amapá Sérgio Souza acredita que este ano o governador irá investir recursos para melhorar o acesso ao Rio Araguari, onde serão realizadas as provas e construir abrigos para os participantes e turistas.

O Que é a Pororoca? - A palavra Pororoca vem do idioma Tupi “Pororoka” que pode ser traduzida como “causar grande estrondo – estrondar”. A pororoca é definida como um fenômeno natural que acontece quando as águas do mar invadem um rio, na forma de uma imensa onda que vai de encontro com a corrente fluvial. Nas manifestações mais violentas esta onda pode chegar a atingir 6 metros de altura, uma velocidade de 30 quilômetros por hora e durar o impressionante tempo de uma hora e meia adentrando até 50Km ao longo do Rio, podendo causar destruição em suas margens.

Outras denominações - A pororoca recebe o nome de marcaret na França onde acontece no Rio Siena e no Rio Ganges na Índia recebe o nome de bore, mas é no litoral norte brasileiro é que o fenômeno acontece com mais violência e beleza, atraindo

Majestoso Araguari

Cálido és tu Araguari,Não só pelo teu significado etimológico,Mas também, por tudo que representas,Deste tuas nascentes simbólicasAté o encontro com o infinito, Que engrandece teus valores históricos!

És o maior Rio do Amapá,Com trinta e seis cachoeiras,Impedindo que o silêncio invadaO teu encantado roteiro.Para completar tudo issoVem a pororoca abraçar teus seios.

O Amapá todo se envaidecePela tua indelével grandiosidade.O teu leito é rico de peixesPois é grande tua fertilidade.Tuas margens são contínuas festasDe aves e outros animais.

Nasceste em lugares estranhos, Desconhecido ainda, por todos.Foste cauteloso em teus sonhosSabendo ser majestoso.Abraçaste os pequenos em um todo,Num gesto sábio e grandioso!

Paulo Leite

direção aos rios que se afunilam e ficam mais rasos fazendo com que a onda cresça e ganhe velocidade e força a ponto de fazer com que a direção da correnteza do rio seja invertida, para logo depois voltar ao normal. Esse fenômeno se repete 12 horas depois, na próxima maré alta. Nas pororocas mais violentas a onda arranca árvores e tudo o mais que encontrar pela frente. Os habitantes da região já acostumados se protegem e sabem reconhecer os sinais da pororoca muito antes dela chegar, pois é sabido que poucos momentos antes da onda chegar reina um silencio absoluto para logo chegar à onda com um barulho estrondoso.

Surfe - Aventura Radical - A beleza da pororoca não atraia apenas turistas para assistir o espetáculo, mas também surfistas que anualmente vem disputar o campeonato de surfe da pororoca. O vencedor é aquele que permanecer mais tempo na onda. O Recorde atual é do surfista Marcelo Bibita no Rio Araguari, com um tempo de 19 minutos e 14 segundos. Serginho Laus quer recuperar o recorde mundial de surfe na pororoca. O paranaense Serginho Laus não para. Pioneiro em surfar na pororoca brasileira, no Amapá, aos 31 anos, já bateu dois recordes mundiais, acabou de voltar de uma expedição na China e agora quer recuperar a marca mundial perdida para o inglês Steve King, que percorreu 15 quilômetros na Servern Bore, a pororoca da Inglatera.

A data está prevista para fevereiro ou marco, mas o local ainda não. Laus conta que planejava tentar o novo recorde no Amapá, mas recebeu um convite chinês de voltar ao rio Quintang, na China. A confiança que Laus tem em reconquistar o recorde está no fato de já ter feito uma marca bem superior às oficiais. Em um treino não registrado, ele já surfou 23 quilômetros. A pororoca é fenômeno que ocorre quando o mar i n v a d e o s r i o s , g e r a n d o o n d a s c o n t í n u a s . (http://turismo.culturamix.com/aventura/pororoca).

turistas de todo o mundo além de surfistas. Este ano, a competição mundial terá o Rio Araguari, como cenário deste grandioso esporte radical.

Os organizadores apelam aos governos municipal e estadual para haja a infraestrutura necessária, como a melhoria na estrada que dá o acesso ao local do evento, bem como a construção de locais de pousadas para os turistas que vêem do mundo inteiro participar e assistir este espetáculo onde o ser humano e a natureza travam um duelo de integração.

Pororoca - A Força da Natureza - A pororoca só acontece nas regiões que possuem grandes marés, assim o Rio Amazonas, despejando cerca de 12 bilhões de litros de água por minuto no Oceano Atlântico se torna o melhor lugar do mundo para o fenômeno. Somam-se a isto as altas marés e os ventos que empurram essa maré diretamente para os estuários. As pororocas acontecem de maneira mais violenta nos meses de março e abril durante as luas cheias e as luas novas, coincidindo com o período de cheia do Rio Amazonas.

Ondas gigantescas - Durante a maré alta se formam ondas cerca de 30 km da costa e seguem em

Page 5: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

texto e fotos Elpídio Amanajás

08 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Estamos de OlhPodar as árvores da cidade é uma atribuição exclusiva das prefeituras municipais. É uma operação que exige arte, ciência e técnica, evitando a mutilação. A poda traz benefícios às plantas e aos homens. Quando aplicada em árvores ornamentais, visa a harmonizar o espaço com a planta, evitando o crescimento desordenado da ramagem, a ocorrência de pragas, doenças e o secamento dos ramos.

PODA PREVENTIVA

PODA DESTRUTIVA

É o que vem fazendo a equipe de manutenção da rede elétrica da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Embora não seja competência dela, os técnicos são obrigados a fazer a poda para livrar a rede elétrica dos emaranhados dos galhos para evitar o curto circuito ou do Corpo de Bombeiros quando a situação é de risco iminente. A obrigação é da Prefeitura Municipal de Macapá, que deve realizar este serviço obedecendo as normas técnicas.

As antigas e sombreiras árvores da Av. Antonio Coelho de Carvalho estão sendo impiedosamente dizimadas. As raízes estão destruindo as calçadas e interferindo na rede elétrica. As árvores vieram primeiro. Para evitar essas agressões, sugerimos à PMM, que sejam instaladas nas redes elétricas onde existem árvores, peças isolantes nas redes, a exemplo das usadas pelos técnicos da CEA que operam com rede viva, para proteger contra acidentes. Não deve ser uma operação onerosa, considerando os benefícios.

Não dá mais para suportar. É preciso ação enérgica dos órgãos ligados a construção civil em Macapá. O CREA e a PMM devem ser mais rigorosos quanto às normas de edificação, exigindo a construção de estacionamentos em prédios públicos ou privados na área urbana da cidade. As ruas não têm mais espaços para tantos veículos e a tendência é preocupante, considerando o aumento do volume de veículos a cada dia na capital.

MUTILAÇÃO

ESTACIONAMENTOS

PAZ

Prevenção de A a Z é o slogan que vem sendo adotado pelo delegado Ernando Rosa, durante as palestras que ele ministra na Academia de Polícia e onde é convocado. Para evitar que os semáforos sejam desativados quando falta energia em determinado perímetro, ele sugere uma rede específica, que acione imediatamente os faróis, quando da interrupção da energia elétrica.

UNIFAP vai implantar campus avançado em Tartarugalzinho

Deputada Dalva Figueiredo, Senador Randolfe Rodrigues, Vice-Reitor da Unifap, Prof. Filocreão, Deputado Bruno Mineiro

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A Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) continuará dando seqüência ao processo de interiorização do ensino superior no estado. No final de janeiro do ano

em curso a instituição realizou solenidade no auditório da escola estadual Alzira de Lima Santos, em Tartarugalzinho para anunciar oficialmente a construção do campus avançado naquele município.

O Vice-Reitor da Unifap Professor Antonio Filocreão esteve na solenidade para anunciar o beneficio. Ele informou que os recursos para a obra serão provenientes de emendas parlamentares alocadas pelos deputados federais: Luiz Carlos (PSDB) Dalva Figueiredo (PT) Evandro Milhomem (PC do B e) Senador Randolfe Rodrigues (PSOL). Como o município não dispunha de uma área para a edificação do futuro complexo universitário, a família do deputado estadual Bruno Mineiro (PT do B) efetuou a doação de uma área de extensão considerável para a Unifap.

Os parlamentares autores dessas emendas estiveram presentes no evento,com exceção Luiz Carlos que enviou representante outras autoridades municipais de Tartarugalzinho se fizeram presentes no evento. Para o Vice-Reitor da Unifap o futuro

campos universitário possibilitara o acesso ao ensino superior de moradores não apenas de Tartarugalzinho como os demais municípios vizinhos a exemplo de Pracuuba, Calçoene e distritos. “Hoje a nossa Universidade Federal do Amapá cumpre uma função institucional importante neste município, estamos dando o ponta pé inicial para muito em breve possamos oportunizar o terceiro grau a esses jovens, pois a formação só termina quando se tem o curso superior” ressaltou.

Para ele a união suprapartidária entre os parlamentares foi decisiva para que este sonho pudesse se realizar. “Todos os agentes políticos que estão engajados neste projeto de interiorização da nossa Unifap são de partidos diferentes, mais com muita maturidade cada um esta fazendo a sua parte e unindo forças e o resultado estamos começando a colher” Comentou a Deputada Dalva

Figueiredo. Inicialmente já estão alocados cerca de dois milhões de reais para iniciar o projeto e o restando será buscado com os demais membros da bancada federal.

O Senador Randolfe Rodrigues a c r e d i t a q u e a e x t e n s ã o d a universidade ao município dará novas perspectivas para jovens e uma formação acessível a todos. “Vim aqui para este evento histórico por entender da grande importância social que vai representar para toda a região sul do estado do Amapá e vamos nos esforçar toda a bancada para a concretização no mais curto espaço de tempo possível” disse o Senador Randolfe. Para os professores que trabalham na rede de ensino publica daquele município o novo campus vai possibilitar um melhor aparelhamento e reciclagem à categoria. “Vejo com muito entusiasmo essa iniciativa, isso dará um grande impulso na educação de nosso município, não so para os nossos alunos como aos professores que terão alternativas para cursar uma nova opção em curso de graduação além do magistério e com isso um melhor aperfeiçoamento” comentou Elaine Cristina Cardoso dos Santos que é professora da escola estadual Alzira de Lima Santos,em tartarugalzinho.

Prof. Elaine Cristina dos Santos, que trabalha em Tartarugalzinho na escola

onde ocorreu o evento

Page 6: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Publicidade NEI

Um dos setores econômicos que mais crescem no Brasil e no mundo é a indústria do turismo, que movimenta bilhões de dólares, gerando

emprego, renda e desenvolvimento econômico e social.Apostando no potencial turístico do município de

Calçoene, onde existem atrativos ímpares como o sítio arqueológico do Cunani, praia do Goiabal dentre outros, é que a prefeita Maria Lucimar (PMDB) decidiu investir no turismo de eventos. O Goiabal Verão, realizado durante as férias de julho, tem atraído milhares de visitantes a Calçoene, que se deslocam de Macapá e outros municípios amapaenses, assim como turistas da Guiana Francesa. Outro grande sucesso da prefeitura que já se tornou uma marca e um grande atrativo de público, é o Réveillon da Virada, que a cada ano bate recorde de público, como aconteceu na virada de 2011 para 2012.

por Elpídio Amanajás

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 11

Calçoene Prefeitura investe em turismo de eventos

A Prefeitura Municipal de Calçoene promete dar

continuidade aos eventos culturais

no município em 2012.

O empresário Francisco Odilon, proprietário da casa de shows Choperia da Lagoa, tem transferido essa estrutura, sem nenhum ônus para a Prefeitura de Calçoene, a título de colaboração, promovendo um diferencial na festa da virada. O rei do carimbó, Pinduca, com décadas de shows e mais de 50 discos gravados, esteve em Calçoene em um dos eventos da Prefeitura, e se disse encantado com a estrutura apresentada. “Sou um artista popular rodado neste Brasil e em vários países, mas essa estrutura de luzes, palco e efeitos, poucas casas noturnas no Brasil teem. Em Belém do Pará, esses equipamentos sofisticados não existem em nenhuma casa de shows”, disse o popular artista.

Segundo a Polícia Militar, cerca de cinco mil pessoas estiveram na orla da cidade de Calçoene durante o último réveillon. No período, não houve nenhuma ocorrência policial. “Nosso município tem um apelo turístico enorme, todos os eventos que criamos, teem obtido sucesso absoluto de público. Com isso, conseguimos projetar o município como um grande polo turístico do Amapá, que gera emprego e renda para o município”, comentou a prefeita. O acerto da decisão de incentivar o turismo em Calçoene é mostrado pelo fato de que, pela segunda vez foi eleita a melhor prefeita do estado recebendo o prêmio Tucuju de Ouro, promoção do grupo Conceito S/A.

10 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Empresário Odilon com sua esposa, Prefeita de Calçoene, Maria Lucimar

Reveillon de Calçoene

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12 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Pétalas sobre Macapá

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 13

Amiraldo Bezerra

livro “Pétalas sobre Macapá” foi a forma lírica e singela que Amiraldo Bezerra encontrou para Ohomenagear o lugar onde nasceu e onde viveu

fases muito importantes de sua vida.Amiraldo Pereira Bezerra é paraense, nascido nas ilhas do

Pará que circundam Macapá, em 30 de outubro de 1944. Filho de Raimundo Gomes Bezerra (Seu Mundoca) e de Hilda Pereira Bezerra. Chegou a Macapá antes de completar um ano de idade, logo na instalação do Território do Amapá. Há 37 anos reside em Fortaleza (CE), mas o amor por Macapá, mesmo à distância, persiste, sempre amando-a, reconhecendo e valorizando o seu progresso, fruto do trabalho árduo de quem traz no sangue a força da determinação e da perseverança.

Lançamento do livro:Local: Espaço Cultural Raízes do Amapá (Ceará da Cuíca)Data: 03 de fevereiro de 2012Horário: 20h30min

Sempre que te desnudas para às águas do Amazonas te banhar, que só se cobre quando o cetim transparente da noite vem te agasalhar, és a única capita neste país imenso de ocorrências e lugares tantos, a ser banhada pelo lindo, majestoso e caudaloso rio mar!

Divina porque pura, em eterna adolescência sem se macular, mesmo virgem a nossos olhos, andas filhos muitos a gerar, mas nem parece, és sempre a paixão desde a infância a demonstrar, nossa adoração por ti, mesmo a timidez nos evite, às vezes declarar!

Duzentos e cinquenta e quatro anos que podem até parecer muito, mais de duas centenas e meia de loiros com vida perene e eterna e basta aí chegar e olhar para notar o óbvio com qualquer intuito, para redescobrir-te com eras e é, virgem, bonita e hoje moderna.

Estão por fim a dar-te banho de loja, e de muito bom gosto, já vislumbrarmos até o quanto mais linda e cobiçada vais ficar, não precisas de maquiagem, basta um retoque sutil em teu lindo rosto, para deslumbrares quem aí vive ou for para rever-te ou visitar!

Quero te amar enquanto vida e lucidez Deus me conceder, mesmo o destino me pondo distante em outro estado residindo, louvar e bendizer teu nome, minha querida, enquanto viver, mesmo sofrendo tua falta, mas por ti morrer sorrindo!

Apesar dos maus-tratos de alguns passantes de mando que por aí estiveram, e não tenham te dado o cuidado e o respeito que te deveriam dar, tu resiste intocável e brava, altaneira e hoje remoçada estás, Diva do Norte, cidade do forte, amante de quem tem ama, meu amor, Macapá.

Aos 254 anos dessa eterna jovem

Page 8: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

uando crianças, ouvíamos dos professores, discursos do governador, prefeito e até do Qpresidente do Brasil, que a juventude é o

futuro deste país. E de tão repetida à frase, não surtia efeito. Havia perdido o encanto, a fantasia, o sonho e a esperança. Mas agora podemos revalidar este sonho.

por Édi Prado

.ESPECIALAniversário de Macapá 254 anos

Macapá254 anos de um sonho juvenil

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Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 17 16 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Os professores são jovens, o prefeito Roberto Góes é jovem. O governador Camilo Capiberibe é um dos mais jovens do País. O senador

Randolfe Rodrigues é o mais jovem e considerado como um dos mais atuantes do Senado Federal. O deputado federal Luís Carlos Jr é outro símbolo da juventude. A Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores estão repletas de parlamentares jovens e a presidente Dilma é a primeira mulher a governar o País.

Então o futuro anunciado há tanto tempo finalmente chegou. O País está sendo governado pela juventude. Então não cabem mais posturas velhas, viciadas, ultrapassadas e soluções em longo prazo. Vivemos na era da informática. O mundo está globalizado. A informação em tempo real. Vivemos um novo tempo. E Macapá reúne a juventude para ingressar neste novo tempo.

Queremos políticos jovens com ideais promissores: uma nova forma de fazer política, que é arte de engrandecer o Estado.

E chega de decepções, angústias, sofrimentos. Queremos o progresso, união.A capital Macapá completa 245 anos. É jovem considerando o tempo cronológico das cidades para onde foram concentrados os recursos federais para o desenvolvimento. Agora é que 'descobriram' o Amapá, como o estado mais preservado com a cobertura vegetal do Brasil, que tem uma ponte estratégica no Oiapoque, que ligará por via terrestre o Brasil com o mundo e o Oceano Atlântico unindo-se definitivamente com o Amazonas, reabrindo uma nova rota marítima comercial e turística.

Além disso, estamos no marco zero do Equador e Macapá é a única capital banhada pelo maior Rio do mundo e contamos com o estratégico porto de Santana, o segundo maior calado do País, capaz de dar fluxo aos maiores navios e transatlânticos. É uma capital jovem para implantar o progresso e o desenvolvimento.

Temos todos os ingredientes do progresso. Basta unir os interesses pelo bem comum, para o bem do Amapá. Que os poderes sejam harmônicos, mas que prevaleça esta união em torno do mesmo objetivo: o desenvolvimento do Estado. Que todos os municípios sejam contemplados com esta união e harmonia. Temos belas paisagens naturais, que embaladas por uma estrutura turística, traremos o mundo para conhecer este paraíso. E a juventude terá oportunidade de qualificação profissional e mercado de trabalho garantido. Surgirão novas

A juventude espera amor, compreensão, solidariedade, trabalho, oportunidade de qualificação profissional e de todos os sonhos juvenis que estes jovens, que estão no poder compreendem, porque fazem parte deste sonho, estão incluídos como os agentes responsáveis e transformadores.

ESPECIALAniversário de Macapá 254 anos.

faculdades e escolas técnicas profissionalizantes. Um futuro brilhante longe das drogas e da criminalidade.

A Revista Olhar Amazônico convoca a todos os amapaenses para festejar este novo tempo. Estamos na 6ª edição. Somos jovens também. Queremos divulgar as belezas de cada canto deste Estado rico e promissor. Já narramos uma síntese histórica da “República do Cunani” e as belezas naturais de Calçoene, com a linda e acolhedora praia de Goiabal, com o Oceano Atlântico beijando aquela cidade. Já mostramos a Base Aérea do Amapá, um importante marco histórico e turístico. Abrir a picada para as fantásticas viagens rumo ao Araguari para ver o surf da Pororoca, que atrai os maiores atletas do mundo numa competição válida para o ranking da categoria.

Senador Randolfe Rodrigues

Governador do Amapá Camilo Capiberibe Prefeito de MacapáRoberto Góes

Deputado Federal Luiz Carlos

Queremos desvendar a história de Serra do Navio e revelar o quanto importante foi aquele município, no tempo áureo do manganês. Mostramos a tradicional festa de São Tiago, que Mazagão Velho comemora desde a chegada dos negros no Amapá, em 1770, vindo de Mazagão, na Mauritânia de Marrocos, do outro lado do Atlântico. Registramos o começo da construção da hidrelétrica de Santo Antônio, em Laranjal do Jari. E sonhamos com a pavimentação desta rodovia que liga Macapá ao Vale do Jari de forma segura, rápida e confortável. E ainda temos uma longa jornada em todos os municípios, cada um com as belezas naturais. E Macapá tem muito mais para contar e registrar. Mostrar para o Brasil e o mundo toda essa beleza amazônica, com a riqueza de rios, lagos, igarapés, fauna, flora e a fitoterapia medicinal. Só precisamos de parceiros que também acreditem neste Amapá e somem com investimento publicitário, para que possamos juntos realizar este sonho.

Queremos mostrar como vive essa gente feliz, aventureira e cheia de esperanças. Revelar o quanto o Amapá evoluiu e que tem o Poder Judiciário como um dos mais céleres e modernos do País. Nossas páginas estão abertas para compartilharmos deste futuro que começa agora. Queremos ser parceiros, divulgadores e entusiastas difusores de tanta beleza e desenvolvimento do Estado do Amapá. O comércio e a indústria deram um salto importante nesta caminhada rumo ao progresso e ao desenvolvimento. Novos empreendedores surgem acreditando nesta união de esforços onde todos ganham.

Nesta festa de 254 anos de Macapá, a equipe da Revista Olhar Amazônico quer participar e convida a todos a compartilhar desta alegria e desse novo tempo. E a união só faz a força quando cada um empresta um pouco da sua força para alavancar este Estado, que em breve estará com uma população beirando a milhão de habitantes e que esta população não fique concentrada na capital. Que todos os municípios sejam promissores e abram a frente para o desenvolvimento, trabalho, renda e harmonia.

Que sejamos um povo feliz.

Desembargador Mário Gurtyev, Presidente do TJAP

Page 10: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Professora de Violino, Rosalina Bernardina, ‘’Dona Rosa’’

Pe. Paulo Roberto, Presidente do IJOMA, recebendo a visita do Jornalista Barreiro Crisanto

Monick Costa, Assessora de Comunicação do Gabinete do Dep.

Federal Luiz Carlos em Brasília

Familia do Dep. Bruno Mineiro,

o pai, Seu Mineiro, D.

Narcisa, a esposa Liliane e a filha

Bruna Rezente em evento social no

município de Tartarugalzinho

Sandra Sousa com o esposo, Carlos Sérgio

Prefeita de Calçoene, Maria Lucimar, Senador Sarney e Odilon Filho em reunião de trabalho

Jornalista Carlos Bezerra (de chapeú), com servidores do TJAP: Elinamar Almeida, Allan Malcher, Jofre Bessa, Regina Costa,

Paulo Oliveira e José Façanha

Carlos Bezerra e Raimundo Costa de Souza

Papaléo Paes com o Dep. Moisés Souza, presidente da AL

Dep. Moisés, esposa Regilene Gurgel, e Mateus na comemoração do aniversário de

Felipe Gurgel Reategui

Comemoraram aniversário este mês Natália e Deodato Jr, na foto com a filha Nicole

Jornalistas Elpidio Amanajas e Ranolfo Gato nos estúdios da Rádio Forte FM

Rodolfo Fernando é

Administrador de Cidades

Jornalista Randolph Scooth e sua esposa Conselheira Tutelar Regiane Gurgel

Page 11: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Heraldo Trindade, Presidente da TV E RÁDIO CIDADE 101,9 FM Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 21

Dra. Ana Pires, Especialista em Medicina Natural da Clínica Oásis

(Curitiba/PR)

Leitores

Roberta Carvalho, Ana Carolina e Raniery Gerentes da Operadora VIVO no Amapá

Leitor assíduo da Revista Olhar Amazônico Presidente do SEBRAE/AP, Dr. Alvarenga

Glauter Cruz de Oliveira,Gerente Regional da Operadora

VIVO no Amapá

Médico Hematologista e Deputado Estadual, Jaci Amanajás

Sebastião Magalhães,

Secretario-Adjunto de Educação

José Maria Amaral Lobato, Secretario

de Estado da Educação

Page 12: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 23 22 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Maria de Nazaré Prado Ribeiro

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Baixada da Mucura

Família crescendo

la nasceu em Breves (Pa), no dia 15 de janeiro de 1928. Filha de Dídima da Costa Prado e Otávio José Rodrigues.

Casou em Breves, com Waldelor de Silva Ribeiro, inspetor e um dos pioneiros da velha guarda territorial. Ela lembra com detalhes como era Macapá em 05 de março de 1950, quando chegou a Macapá. “A cidade se resumia no entorno da Fortaleza de São José de Macapá até as mediações da Igreja São José, descendo pelo lado da praia” recorda. “ O Waldelor veio na frente. Ele chegou no dia 23 de novembro de 1949. O Território estava começando a se erguer. O primeiro trabalho dele foi como pintor, na Fortaleza de São José, enquanto preparavam a documentação para entrar na Guarda, no tempo do Janary”, conta.

– A primeira casa ficava na baixada da Mucura, o apelido de um mulher, que mandava no pedaço, bem ao lado da Fortaleza. Era onde se abrigavam os primeiros moradores vindos das Ilhas do Pará. Lá funcionava um matadouro de porco, mas eram abatidos gado, caça e funcionava como atracadouro de pescado, relembra. Depois o prefeito mandou ajeitar a área e nós tivemos que mudar para o Laguinho, que estava começando com a chegada dos negros, que moravam na Favela e nas Praças Barão do Rio Branco e Veiga Cabral. Por isso chamado de bairro moreno da cidade.

- “ O Delô construiu ele mesmo a nossa casa e mudamos para na Rua Gal Rondon, 618, em 1955, onde moro até hoje. Eu já tinha o Edilson José, Edvaldo de Jesus, Elisabete Maria e o Édi Prado, ainda no colo”. Depois vieram o Ednelson ( falecido), Edival, Elinete, Waldelor Filho, o Luizinho (também falecido), Edna e Edinaldo Prado Ribeiro. O salário não era tanto, mas dava para manter a família. A vida dos

meninos se resumia a escola, igreja, brincadeiras. Mas era tudo controlado. Não havia drogas, miseráveis, bandidagem e a Guarda Territorial era respeitada. Havia hora para sair e chegar a casa. Os filhos obedeciam aos pais.

- Com 84 anos, católica fervorosa, acompanhou a construção da primeira capela de São Benedito, D. Nazaré como e conhecida no bairro lembra da paz que reinava na cidade. “Meus meninos, com outros da vizinhança, jogavam bola na frente de casa. Carro quase não havia. O movimento começou com a construção da hidrelétrica do Paredão. Eram tratores, máquinas pesadas e caminhões que passavam diariamente levando equipamentos”, relata.

- A cidade cresceu de forma desordenada. Não levaram a sério o planejamento. Cada prefeito, embora nomeado pelo governador, fazia o que dava na telha. E hoje vivemos o drama em decorrência disso, vem recordando D. Nazaré Prado Ribeiro. Lembra ainda que a educação e saúde eram prioridades do governo. Todo menino tinha que estar em sala de aula e o governo dava uniforme, bota, material didático e os professores eram exigentes, vem relembrando.

Como era e como está

Educação

84 anos dedicados à famíliapor Édi Prado

A vovó com as netas

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Perfil

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 2524 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

Dr. Jaci Amanajás

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Dr. Jaci Amanajás realizando atendimento médico

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por Edson Maciel Ramos

ais que um Projeto Social, o Projeto Médico do Lar é, para o médico Jaci Amanajás, um Projeto de Vida. MFazer algo para aliviar o sofrimento das pessoas, foi

o que o levou a criar este projeto. A idéia nasceu desde os tempos de estudante de medicina, em 1973, quando o então acadêmico de medicina Jaci Amanajás participou do Antigo Projeto Rondon, atendendo os ribeirinhos das localidades pertencentes à cidade de Santarém, no Pará.

Foi uma experiência marcante que o levou, naquele momento, a imaginar um projeto dessa natureza no amapá. Ao retornar ao estado, em 1978, formado em medicina, o então médico Jaci Amanajás deu continuidade a essa idéia, inicialmente em parceria com o colega médico e padre, Dr. Raul Matte, do Hospital São Camilo e São Luis, atendendo as pessoas carentes dos bairros de Macapá. Após alguns anos, criou seu próprio projeto. O Projeto

Dr. Jaci Amanajás, Médico do Lar Um projeto de vida

Médico do Lar nasceu em 1992, e tem cadastrado em seus arquivos mais de 5.000 famílias procedentes de todos os Municípios do Estado do Amapá.

É importante esclarecer que para se cadastrar no referido Projeto é preciso ser de família carente, assalariada ou sem emprego. Isso não quer dizer que não podemos atender

O objetivo principal do Projeto Médico do Lar é o atendimento médico e odontológico das famílias carentes de nosso Estado. Mas o Projeto não se resume apenas a estes atendimentos, vai mais alem, com palestras educativas, medicina preventiva, orientação no planejamento familiar, pré-natal, esporte e laser.

O Projeto Médico do Lar nasceu em 1992, e tem

cadastrado em seus arquivos mais de 5.000 famílias

procedentes de todos os Municípios do Estado do

Amapá. O objetivo principal do Projeto Médico do Lar é o

atendimento médico e odontológico

das famílias carentes de nosso Estado. pessoas de outras classes que nos procurem com necessidade de

atendimento urgente. O atendimento é feito nos bairros de Macapá e Santana e nos interiores do Estado. “Se considerarmos em média 05 pessoas por família, o referido projeto já atendeu, pelo menos uma vez, mais de 25 mil pessoas durante sua existência. Além das atividades rotineiras de atendimento médico e odontológico, o Projeto Médico do Lar faz parcerias com outras entidades públicas e privadas, como a Colônia de Pesca, a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Amapá, Associações de Bairros, Instituto Mão Solidária, Faculdades, entre outras. Nestes 20 anos de existência, já visitamos e atendemos os 16 municípios do Estado, nas mais distantes e difíceis localidades. Não é fácil manter um projeto desta natureza, mas graças a Deus temos parceiros que nos ajudam nesta jornada, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, bioquímicos e biomédicos, técnicos de laboratório e de enfermagem, além de entidades públicas e privadas”revelou Dr. Jaci Amanajas.

Para ele cada pessoa, empresários, políticos, profissionais das diversas áreas, entre outros, se caminhassem de mãos dadas nesta direção, o mundo seria diferente, o sofrimento das pessoas bem menor e a qualidade de vida de todos bem melhor.

Jaci Amanajás, filho de Alarico Amanajás e Raimunda Pena, é amapaense, nascido em 14/11/1949, na Comunidade de Buritizal, no Arquipélago do Bailique. Jaci é casado há 36 anos com a professora de música Maria Neuma da silva Amanajás, tem 05 filhos: 04 médicos e um administrador/formando em direito.

Fez o curso primário na Escola Rural de Sucuriju, o primeiro grau no Ginásio de Macapá e o segundo grau no Colégio Amapaense. Durante dois anos foi professor primário na Escola Municipal Rondônia, 03 anos professor de matemática do primeiro grau no Instituto de Educação e 04 anos professor de matemática de segundo grau no Colégio Nóbrega em Belém/PA.

Fez seu curso superior na Universidade Federal do Pará - UFPA, onde se formou médico em 1978. Foi Diretor-Presidente do Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá – HEMOAP, por mais de 20 anos (de 1981 a 2002). Fez especialização em Hematologia no Centro Departamental de Transfusão de Sangue em Angers, na França, em 1987. Em 2002 foi eleito pela primeira vez Deputado Estadual.

Em 2008 publicou o livro: Gestão Pública – Um Grande Desafio. Foi apresentador de programa de rádio por 04 anos, focando, principalmente, a saúde, na Rádio Difusora de Macapá, na Rádio Jovem FM em Santana e na Rádio Mazagão FM. Escreveu coluna semanal por 04 anos no Jornal Diário do Amapá. Em 2010 foi novamente eleito deputado Estadual.

Seus próximos passos na direção da carreira de escritor serão: publicação em 2012 do seu segundo livro relacionado à gestão pública de nome: Gestão Pública – A Hora da Verdade e em 2013 a publicação do primeiro livro médico de escritor amapaense: ABC das Doenças Hematológicas, direcionado, principalmente, a estudantes de medicina e médicos não especialistas na área.

Dr. Jaci já plantou árvores, escreveu livros e gerou filhos.

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ANÚNCIO AMAPADIGITAL

O secretário de educação anuncia novos tempos

26 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

por Édi Prado

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Rigor e disciplina

m visita a redação da Revista Olhar Amazônico, o secretário de educação, José Maria Amaral Lobato, acompanhado da esposa, Nazaré Silva

Lobato e do secretário adjunto, Sebastião Cristovam Fortes Magalhães, sentiu-se muito seguro para anunciar algumas medidas adotadas pelo governador Camilo Capiberibe, visando priorizar este setor. “A educação é à base da sociedade moderna. Um país que prioriza a educação pode pensar em progresso e desenvolvimento”, ilustra o secretário.

- O secretário tem lastro para gerenciar tão importante pasta. Ele trabalhou 18 anos na multinacional Icomi, na década de 70 , onde conviveu com o rigor e a disciplina administrativa de uma empresa privada. E foi espelhando esta postura que ele foi eleito o primeiro

prefeito de Serra do Navio. “Não tínhamos nem onde sentar. Não havia um prédio destinado a prefeitura. O município foi gerenciado quase 50 anos pela Icomi, que se recusava a aceitar que a administração pública assumisse Serra do Navio, relata.

- Lobato conta que só depois de 12 anos na justiça é conseguimos que a cidade Serra do Navio ficasse para o município, porque reinava a indefinição para quem ficava o patrimônio deixado pela ICOMI. O município de Serra do Navio foi criado em 1º de maio de 1992, através da lei n.º 007/92. “Eu despachava sentado num banco da praça debaixo das árvores. Foi difícil”,

Luta sem trégua

Secretário de Educação, José Maria Amaral Lobato, Superintendente da Revista Olhar Amazônico, Raimundo Costa de Souza e o Secretário Adjunto, Sebastião Magalhães em visita a redação da Revista

Page 15: Revista Olhar Amazônico 6ª Edição

relembra Lobato. Mas fomos conquistando espaço e enfrentar os grandes desafios para manter uma cidade com aquela estrutura, sem os recursos necessários, comemora.

- A o assumir a secretaria de educação, uma das maiores do Estado do Amapá, sabia que iria enfrentar muitos desafios e teria que contar com uma equipe também comprometida em soerguer a educação. “Quando o governador Camilo me convidou eu estava ciente da missão que teria citando pela frente. O Estado mantém 417 escolas e 90% das unidades escolares em depreciação, necessitavam urgentemente de reforma e ampliação física e ampliar também o quadro de pessoal para atender a crescente demanda”

Novo desafio

Nazaré Silva Lobato, esposa do secretária, José Maria Lobato, Secretário de Educação do Amapá e o Sr. Raimundo Costa de Souza

relata. – Além das dificuldades de espaço físico

para atender o setor, algumas escolas foram literalmente demolidas e outras dezenas alocadas. O governo estava com um débito de R$ 3 milhões mensal comprometido com esses alugueis. Existem escolas que estão alugadas há 50 anos. O que deixa mais seguro para prosseguir com esta empreitada é companhia do também gerenciador de crises, o experiente advogado, Sebastião Cristovam, que gerenciou a secretaria de administração (Sead), nos primeiros meses de governo e foi o timoneiro, que colocou a Sead nos trilhos. Lobato tem consciência que este primeiro ano foi de grande dificuldade.

Acredita, no entanto que a crise já faz parte do passado e garante que agora o Estado já se aprumou no rumo certo e assegura que o governador vem proporcionando os mecanismos necessários para a grande mudança.

Um grande problema

A educação é à base da sociedade moderna. Um país que prioriza a educação pode pensar em progresso

e desenvolvimento”, ilustra o secretário.

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Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 3130| Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

ACIADeste 1945 a serviço do Amapá

por Carlos Bezerra

Vereador Clécio, Senador Randolfe, Deputado Italiano Dominico, Presidente ACIA, Nilton Ricardo, Diretor de Marketing da

ACIA, Publicitário Yuri Bezerra

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Oestado do Amapá foi criad oem 1943. Dois anos depois ,em 1945, mai sprecisamente

em 24 de julho, surgia a ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DO AMAPÁ (ACIA), que desde então luta pelo crescimento empresarial da Terra Tucuju. A ACIA é parte importante da nossa história, tanto no período de Território Federal, quanto de Estado, e é a mais antiga organização em atividade permanente da sociedade amapaense, tanto que ao tempo de Território Federal, a entidade foi o único fórum de debates independentes, visando discussões como livre iniciativa e economia de mercado.

No que se refere à criação de entidades sindicais ou associativas, o papel representado pela ACIA foi fundamental. Foi ela a matriz da Câmara de Dirigentes Lojistas de Macapá (CDL) e federações importantes como a Fecomércio, Amaps e Adaap, apenas como exemplos.

Hoje, no Amapá, não se dispensa a presença e participação da ACIA quando o assunto é desenvolvimento econômico do Amapá. Prova recente disso, foi o encontro da D i re to r i a da ins t i tu i ção com parlamentares e empresários italianos que aqui estiveram neste mês de janeiro, visando pesados investimentos em diversas áreas. A comitiva italiana, composta pelos parlamentares Nicolò Giuseppe; Giuseppe Lopresí; Nicola D'Addea e a secretária do grupo Itália-Brasil Ana Claudia Carvalho Barbuda Spano. Além desses, vieram, também, a presidente da Prodit Engenharia, Maria Donata Caro e Mark Bertolino, do Departamento Internacional da empresa. Pela Fundação Made in Italy, o secretário geral Romuald Cozza e Philip Mass, representando a Frete Tecnologia

Consultores Internacionais. O Grupo Italiano foi representado por Lucio Piombetti. Além desses, integrou a delegação o Provedor de Justiça de Crédito Alexander Carradori e da Cahill - Caizzone & Associates, Mario Caizzone. O presidente da ACIA, Nilton Ricardo Felgueiras Farias de Souza informou que os italianos pretendem formar joint-ventures com empresas amapaense na área da construção civil, entre outros interesses como agricultura.

Para o presidente da ACIA o entendimento comercial e industrial com a Itália parece mais fácil que com os países do Platô das Guianas, notadamente a Guiana Francesa, uma vez que a França não parece demonstrar maior interesse nesse intercâmbio comercial, em que pese a breve união territorial do Amapá com a Guiana, através da ponte binacional Oiapoque-Saint-Georges. “Falta entendimento entre o empresariado amapaense e o francês. E não parece haver interesse do lado francês no incremento das atividades comerciais. Apenas como exemplo, não se vê em Caiena um só produto brasileiro”, diz o presidente da ACIA.

Ricardo Felgueiras vê uma enorme possibilidade de desenvolvimento econômico do Estado com a construção de um moderno Porto em Santana. “O Amapá, por sua localização geográfica, é estratégico para as exportações brasileiras. A ACIA já tentou esse debate

em governos anteriores. Há sinais de que o Estado, finalmente, começa a abraçar essa ideia. E isso é muito bom para todos os amapaenses”, diz Ricardo Felgueiras, complementando: “A saída para que o Amapá deixe sua economia de contra-cheques oficiais é investir na agricultura, indústria e produção de energia.”

A nova diretoria, eleita para o biênio 2012-2013 traçou vários planos estratégicos a serem executados. O principal objetivo é trabalhar pelo fortalecimento institucional da ACIA. Para isso, trabalhará pela valorização da classe empreendedora, uma vez que a participação do empresário amapaense é importante na geração de emprego e renda. E é fundamental que essa participação seja reconhecida pela sociedade civil e pelos poderes constituídos. “E isso será conseguido, focando nos aspectos estruturantes para garantir a força da representatividade da instituição”, diz o presidente Ricardo Felgueiras. Exemplo dessa força é a construção da moderna sede da ACIA, na esquina da Av. FAB com a Gal. Rondon, no centro de Macapá. A sede, um moderno edifício de 14 andares com todos

requisitos de segurança e funcionalidade, será um exemplo visível do processo de verticalização da cidade. “Macapá, como se sabe, se ressente de boa cobertura na área do saneamento básico. E enquanto for horizontalizada, mais e mais esse problema aumentará”, explica Felgueiras.

A atualização do Estatuto Social é outra meta perseguida pela nova diretoria. “É ele que representa a vontade coletiva dos associados e organiza as diretrizes para seu funcionamento”, assegura”, diz o presidente em nome da diretoria. Com 67 anos de história, a nova diretoria da ACIA pretende elaborar um documento que conte a história da instituição. “Afinal de contas, quem não tem passado, também não terá futuro”, assegura Ricardo Felgueiras.Na área social, a ACIA já oferece – e pretende oferecer mais ainda – contribuição relevanteno que se refere à elevação do perfil social educativo ou econômico que seja do interesse da sociedade.

Outro projeto importante, é a criação de um Banco de Dados Econômicos que facilite o planejamento, expansão ou adequação de um negócio qualquer. Mas, para isso é preciso que o pequeno e médio empresário participe mais ativamente da ACIA, associando-se a ela e participando de seus projetos. “Algumas pessoas acreditam ser a ACIA uma instituição apenas dos grande empresários. Isso não é verdade. Desejamos a participação de todo o empresariado amapaense, independentemente de seu tamanho ou poder. Juntos, seremos fortes. Se formos muitos, seremos mais fortes, ainda”, diz Ricardo Felgueiras.

“Pela presidência da ACIA passaram nomes importantes. É nosso desejo que os melhores se unam a nós para que possamos melhor para o desenvovimento do Amapá”, finalizou Ricardo Felgueiras.

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Ijoma: Uma entidade voltada a

solidariedade aos que padecem de câncerpor Barreiro Crisanto

Pe. Paulo Roberto, Presidente do Ijoma

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Toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça elas conseguem

realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma

nova humanidade.

instituto Joel Magalhães tem com finalidade ser presença cristã , colaborando espiritualmente e O materialmente com os doentes portadores de CA

(câncer) e seus familiares. Com esse propósito os voluntários do projeto tem o objetivo de exercitar o seu amor e sair de si para os outros, considerando a realidade do abandono dos pacientes portadores de câncer e na busca de incrementar a pedagogia cristã, contribuindo assim para o fortalecimento espiritual e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. O objetivo do projeto é resgatar a dignidade do portador de CA, prioritariamente os mais carentes da nossa sociedade, contribuindo assim, com seu bem estar físico e emocional, bem como auxiliar os familiares na maioria das vezes desorientados e sem assistência social.

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PORQUE JOEL portador de CA no mediastino, falecido no Offir Loyola, no dia 13/12/11. O Joel, como tantos brasileiros saiu do Maranhão fugindo da fome e da miséria. Após três anos trabalhando em Macapá em março de 2001 começa e sentir os primeiros sintomas da enfermidade. Começa sozinho a buscar ajuda nos postos de saúde público. Em agosto , após um exame , descobre a doença. A senhora Marli Barros procura a igreja pede ajuda. Pe. Paulo sensibilizado pela situação do jovem, assume o Joel e passa a acompanhá-lo e após dois meses lutando contra a

burocracia, consegue mandar o jovem para Belém no dia 16 de outubro. Joel fica esperando ser atendido no hotel mantido pelo governo do Estado até o dia 13 de dezembro, quando, consegue fazer uma biópsia, e infelizmente , vem a falecer no mesmo dia.O projeto leva o seu nome, pela história de vida ,e a forma como o ele, foi exemplo de superação e amor a vida.

QUEM FOI JOEL filho de Antonio Rodrigues Magalhães e Maria de Lourdes da Costa Magalhães, nascido no dia 16/06/ 1981 no Maranhão.

Nascido numa família extremamente pobre e numerosa, não teve a oportunidade de estudar e com nove anos saiu do Maranhão e foi para Capanema (PA), em busca de emprego. Em Capanema morava na rua e foi engraxate. Após um ano sendo morador de rua, a pedido de um tio foi para São Luis (MA) trabalhar numa pastelaria de sua propriedade.

Ali também era explorado quando um outro tio que morava em Macapá, o chamou para vir tentar a vida aqui. Em Macapá após um longo calvário sem casa, família e

“Quem nunca realizou um trabalho solidário, talvez não saiba a felicidade que este gesto provoca ao escutar as pessoas beneficiadas e a riqueza humanitário que ele promove no ambiente social”, comenta Pe. Paulo Roberto, para ele é preciso exercer a solidariedade

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dinheiro, consegue emprego de carregador de cimento. Talvez a causa da sua enfermidade. Após um ano conseguiu um emprego melhor e resolveu alugar um quarto pois se sentia humilhado pelo tio que lhe deu guarida. Nesse novo emprego ficou três anos quando descobriu a doença. Desesperado não quis voltar para o Maranhão, pois segundo ele, trazia profundas recordações de tristeza e dor, sendo assim pediu ao Pe. Paulo que o ajudasse e que não o deixasse levá-lo para o Maranhão, vivo ou morto.

Após nove meses de luta contra o câncer, a burocracia e a indiferença social, mas cercado de amor e respeito pelos amigos que passaram a ser sua nova família, vem a falecer no dia 13/12/2001. E a seu pedido esta sepultado em Macapá, lugar que ele amou e foi amado por todos nós que aprendemos a ver naquele menino fraco e indefeso o rosto de todos os brasileiros abandonados pelo poder público. Nossos irmãos.

Olhar Amazônico| Janeiro 2012 | 33 32 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico

MAIORES INFORMAÇÕES:Quem desejar saber mais informações ou ser um colaborador do IJOMA, poderá procurar a sede da entidade na Av. Ana Nery, 1159, Jesus de Nazaré, entre Leopoldo Machado e Jovino Dinoá. Tel: (96)8117-7826.

OBJETIVOS DO IJOMAGERAL: Prestar assistência espiritual aos portadores de câncer, cujo número e variedade crescem assustadoramente no nosso estado, que não acompanha com a atenção devida equidade social, humanidade e justiça o cidadão e a cidadã acometido de tal infortúnio.

ESPECIFICOS: Atender portadores de CA, com acompanhamento psicológico e material. Prioritariamente os mais carentes.1. O voluntário não deve desistir de participar das ações do grupo.2. O voluntário não deve esquecer da contribuição financeira.3. O voluntário poderá apresentar novos membros desde que aceitem as normas dos Instituto. MATERIAS: alimentos, remédios, transportes, outros.MÉTODOS: triagem a fim de identificar as reais necessidades do paciente e sua família.

PERFIL DO VOLUNTÁRIO1. Ter boa vontade e desejo de servir2. Consciência humanitária e cidadã3. Criatividade e disponibilidade4. Capacitação profissional 5. Alguém que já perdeu um parente ou amigo vitimado por um câncer PERFIL DO INSTITUTO JOEL 1. Sem fins lucrativos2. Sem fins políticos 3. Não pode firmar convênios federal, estadual ou municipal4. Não pode ter funcionários a disposição do estado e do município RESULTADOS ESPERADOS1. A melhoria de vida do paciente e de sua família2.Melhorar a realidade estimulando o voluntariado e a valorização humana 3.Trabalhar a prevenção

INSTITUTO JOEL MAGALHÃES

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Carlos Bezerra é jornalista e cronista. Publicou no jornal Diário do Amapá algo em torno de 1.200 crônicas. É viciado em livros, jornaisrevistas, pintura e música clássica. Leia outras crônicas em:

CarlosBezerra

PRAZER EM TE VER DE NOVO

www.jornalistacbezerra.blogspot.com

‘‘As possibilidades são realmente infinitas e o pior é que não percebemos isso, encapsulados nas nossas limitações.

‘‘stou caminhando. Não

tenho a mínima ideia de Eonde estou. Tudo é tão

estranho. Estranho, mas não assustador.

Sinto-me no polo, mas não sinto frio.

Refiro-me à brancura. Uma brancura

total e absoluta. Não tenho noção de

horizonte. Céu e Terra confundem-se.

Mas uma coisa me intriga: a luz. Que

luz estranha! Um princípio de medo que

começara a se infiltrar no início desta

caminhada cedeu. Recuou e começa a dar

espaço a uma sensação desconhecida.

Um bem estar total e absoluto apossa-se

de cada célula de meu corpo.

Eu disse corpo? Interessante, não há

corpo, mas eu continuo me sentindo eu,

como sempre fui.

Não me parece tão importante assim

esse corpo que nunca foi meu, nunca foi

eu. É absolutamente irrelevante.

Olho a luz e sinto que não deveria

olhar diretamente para ela. Não se olha a

olho nu para o Sol impunemente. Mas, o

que estou dizendo? Além de não haver

corpo, não há olho também. Mas há luz,

l u z q u e n ã o f a z s o m b r a s . A s

possibilidades são realmente infinitas e o

pior é que não percebemos isso,

encapsulados nas nossas limitações.

A paz venceu o medo. Aproximo-me

da luz. E a luz então fala. Não acho

estranho que a luz fale.

O quê, afinal de contas, há de tão

estranho no fato de uma luz falar? Não

uma luz qualquer, não outra luz, mas esta

luz.

Estou a um passo dela. Movido por

hábitos ancestrais, estendo a mão que

não existe mais.

A luz sorri e uma voz calma, que me

agrada muito, diz: Prazer em te ver de

novo, Carlos. Eu te conheço desde o

tempo em que não existias.

34 | Janeiro 2012 |Olhar Amazônico