abimo em revista - 9ª edição

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A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área.

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CIMES

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Inteligência de Mercado

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Jornalista Responsável: Deborah Rezende (MTB 46691)

Redação: Deborah Rezende, Elaine Alves.

Revisão: Carolina Machado

PRODUÇÃO E PUBLICIDADE:

[email protected]. 3966.2000

Edição e Arte: Lilian [email protected]

SUMÁRIOEXPEDIENTE

Ping-Pong com André Marcos Fávero

Renovação APEX Mercado-Alvo: Irã

Artigo Coaching

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A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização. A ABIMO não se responsabiliza pelas informações contidas nos anúncios, qualidade dos produtos anunciados e outros detalhes de eventuais negociações, sendo essas de responsabilidade exclusiva das empresas anunciantes.

GESTÃO 2015-2019ABIMO

Presidente: Franco Pallamolla (Lifemed)Vice-Presidente: Walban Damasceno de Souza (Becton Dickinson)Diretor Tesoureiro: Luís Calistro Balestrassi (Neurotec)Conselheiros Titulares: Djalma Rodrigues (Fanem), Eliane Lustosa (Labtest), Kurt Kaninski (St Jude), Andre Ali Mere (Olidef), Caetano Biagi (Dabi Atlante), Giancarlo Schneider (Kavo do Brasil)Conselheiros Suplentes: Patricia Braile (Braile Biomédica), Marcelo Roberto de Menezes Dourado (Phlips), Leonardo Byrro (Cremer), Patricia Bella Costa (Colgate), Oscar Porto (Medtronic), Jose Roberto Pengo (Biomecânica), Rodolfo Candia (Conexão), Adailton Becker (JJGC), José Ricardo (Ibramed)Conselheiros Fiscais: Regiane Marton (Heraeus), Augusto Olsen (Olsen), Gabriel de Figueiredo Robert (Silimed)Conselheiros Fiscais Suplentes: Ermano Marchetti (Auto Suture), Wiliam de Paula (Hospimetal), Roberto Queiroz (Angelus)

SINAEMOPresidente: Ruy Salvari Baumer (Baumer)Secretário: Paulo Henrique Fraccaro (Implus)Tesoureiro: Tatiane Galindo (Ortosintese)Diretores Suplentes: Paulo Akio Takaoka (Medical Cirúrgica), Anselmo Quinelato (Schobell), Gilberto Nomelini (Gnatus)Conselheiros Fiscais: Jamir Dagir Junior (Dorja), Fabio Colhado Embacher (Emfils), William Pesinato (Fami), Conselheiros Fiscais Suplentes: Jose Tadeu Leme (Engimplan), Orlando de Carvalho (Carci)

Conselho Editorial:Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico)Márcio Bósio (Diretor Institucional)Clara Porto (Gerente de Projetos)Rodrigo Freitas (Coordenador de Marketing)

CONTEúDO/EDIÇÃO DE TEXTOS:

Artigo Franco PallamollaArtigo Ruy Baumer

Dia a diaCobertura F1 OdontoDesafios no processo

administrativo de incorporação de novas tecnologias de saúde – Artigo

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Cobertura MEDICA

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ABIMO - Av. Paulista, 1.313 - 8º andar - sala 806 - 01311-923 - São Paulo - SPTel.: 11. 3285.0155- www.ABIMO.org.br

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Encerramos mais um ano à frente da prestigiosa indústria brasileira de equipamentos para a saúde, hoje sacudidos por notícias inquietantes vindas dos campos político e econômico.

Não é a primeira vez que o ambiente do país nos põe à prova, exigindo o equilíbrio e o dinamismo que sempre caracterizaram o nosso setor nessa caminhada de tantos anos.

Mas, se tivéssemos a prerrogativa de sermos atendidos pelo lendário Papai Noel neste Natal, certamente o nosso pedido ao bom velhinho seria um só: que permaneçamos unidos como sempre fomos, pois da união vem a força, e da força vem a perseverança.

E a perseverança é a mola-mestra que nos impulsiona ao encontro dos grandes obstáculos e desafios, para dominá-los e vencê-los.

Assim como venceremos este que agora nos provoca e incomoda.

Renovamos aqui o empenho dos nossos melhores esforços para inaugurar um Brasil melhor, inovando, crescendo, atuando decisivamente por um setor de saúde respeitado e atuante, que proporcione o melhor para os pacientes e um campo de trabalho fértil para a nossa indústria de produtos para a saúde.

Que, para isso, não nos falte o vigor e a crença inabalável de que está nas nossas mãos materializar a diferença, apesar dos desmandos e dos caminhos tortuosos da nossa estrada.

E, para me despedir, tomo a liberdade de parafrasear Gonzaguinha, na sua composição PALAVRAS, que no trecho final diz: “Com tempo ruim, todo mundo também dá bom dia”.

Desejo a todos um ano de 2016 repleto de novas esperanças e aspirações para que possamos sempre desejar “bom dia” e sem permitir que as nuvens que hoje povoam o céu acinzentem os nossos horizontes.

UM 2016 DE HORIzONTES LARGOS

FRANCO PALLAMOLLA é presidente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos

Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios)

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Poderia terminar este texto aqui, desejando um feliz ano novo e reservando o espaço para terminá-lo em abril, talvez com alguma nova visão do ano. Mas essa proposta foi rejeitada pelos presidentes, então segue o editorial.

Termina um ano que não acabou, no qual a Saúde, sempre a primeira preocupação dos brasileiros, mais do que nunca foi relegada a segundo plano.

Queda de recursos, cancelamento de programas, barganhas políticas e falta de um programa de longo prazo que direcione as ações caracterizaram nosso setor. Até a liderança como tema importante para população perdemos… para a corrupção!

Mas enquanto deciframos o futuro, tal qual uma biruta durante rajadas, temos que continuar a atuar, crescer, inovar e criar valor. E buscar oportunidades no mercado. Se acreditamos que nas turbulências aparecem as oportunidades, não daremos conta de tantas que aparecerão.

Seremos mais competidores por menores recursos. É hora de buscar eficiência, produtividade, redução de desperdícios e mais qualificação pessoal.

Aproximação dos clientes, melhores serviços, parcerias com empresas e usuários, cumprimento de contratos.

Velocidade de inovação, abertura para o mundo, busca de novas tecnologias e processos.

E cuidar do nosso caixa! Só se cresce pagando juros aos bancos,o setor de protestos.

Se focarmos no nosso negócio e no cliente, com certeza quando tivermos, ao longo do ano, dados mais realistas, estaremos mais fortes para crescer.

E não podemos perder nossa atuação política para melhorar o setor. Se 20 e poucos estudantes alteram a política de um governo, um setor todo pode muito mais. Só não podemos nos acomodar.

Aprendemos este ano que para dobrar nossas metas é melhor não as ter. Então vamos à luta!

Para todos os nossos companheiros, parceiros, clientes, amigos e colaboradores, um grande 2016 com muita emoção.

RUY BAUMER é presidente do SINAEMO (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos,

Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo)

2016 – UM ANO DE MUITAS MUDANÇAS! Só NÃO SABEMOS PARA ONDE

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AGOSTO

ABIMO PARTICIPA DE ENCONTRO QUE REUNIU PROPOSTAS PARA INOVAR A SAúDE NO BRASIL

A Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade) realizou em 12 de agosto, na sua sede, o primeiro seminário “Propostas do Estado de São Paulo para Inovar a Saúde no Brasil”. Mais de 400 pessoas, entre autoridades governamentais, empresários, especialistas e representantes diplomáticos, participaram do evento discutindo soluções e propostas para o setor. Realizado em parceria com a secretaria de estado da Saúde, a de Governo e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o fórum contou com cinco painéis de temáticas distintas.“Os desafios que nos foram dados pelo secretário e vice-governador Márcio França nos estimularam a convidar a cadeia produtiva da saúde, que compareceu em peso, enumerando sugestões e projetos de sucesso que certamente vão agregar investimentos e muita inovação à saúde em São Paulo. O protagonismo é a marca do atual governo de São Paulo, sempre pautado pela inovação. E já estamos trabalhando forte no setor, tanto que atraímos, este ano, oito empresas do setor de saúde, que representam um aporte de R$ 1,5 bilhão”, disse o presidente da Investe SP, Juan Quirós.Ainda durante a cerimônia de abertura, o coordenador titular do BioBrasil – Comitê da Bioindústria da Fiesp –, Ruy Baumer, afirmou: “A saúde é um dos setores mais inovadores do mercado

global, que cria empregos qualificados, com investimentos de todos os portes, com predominância das pequenas e médias empresas. Nosso objetivo é fazer do estado de São Paulo o maior centro de inovação da América do Sul. Parabenizo a Secretaria de Desenvolvimento, o nosso vice-governador, a Investe São Paulo e as secretarias de Saúde e de Governo por tratarem bem nosso setor, que saberá responder à altura com mais empregos, inovação e bom atendimento aos pacientes privados e do SUS”.

DIA A DIA

ABIMO PARTICIPA DE REUNIÃO EM DEFESA DE MUDANÇAS NA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, juntamente com representantes de mais de 40 entidades empresariais de diversos setores, reuniu-se em 18 de agosto, em Brasília, para defender uma proposta alternativa – que prevê um reajuste linear de 50% para todos os setores, mantidas as exceções já aprovadas na Câmara – ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 57/15. O presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, esteve presente no encontro.O texto aprovado na Câmara eleva em 150% a taxação para a maioria dos setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento, porém abre exceções para os setores de massas, pães, peixes, aves e suínos.

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ABIMO É FONTE NO SETORIAL VALOR ECONôMICO

Pelo quarto ano consecutivo, a ABIMO teve uma expressiva participação nas matérias do setor de equipamentos médicos no Valor Setorial Saúde, revista publicada anualmente pelo Jornal Valor Econômico que traça um panorama do setor no país. A edição especial foi publicada em 3 de setembro e pode ser acessada em: www.revistavalor.com.br/home.aspx?pub=45&edicao=5.

SETEMBRO

ANVISA E AGêNCIA JAPONESA FIRMAM PARCERIA PARA TRABALHOS TÉCNICOS SOBRE FARMACOPEIA

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a PMDA (Agência de Produtos Farmacêuticos e Equipamentos Médicos do Japão) redigiram um Memorando de Entendimento para a condução de trabalhos técnicos relacionados à farmacopeia. O documento foi assinado pelo diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, durante o II Seminário Brasil–Japão sobre regulação de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos. O evento ocorreu nos dias 10 e 11 de setembro, em

Tóquio. A parceria irá ampliar a troca de experiências, em especial nas metodologias de análise de produtos médicos e medicamentos biológicos.No evento, Jarbas Barbosa destacou o trabalho da Anvisa na revisão de seus processos de trabalho com o objetivo de otimizá-los. Segundo ele, a Agência está dando ênfase a redução dos tempos regulatórios, ampliação da transparência e foco em ações relacionadas a produtos de maior risco, buscando o acesso mais rápido da população a produtos seguros e eficazes.Em sua fala de abertura, representando a indústria de produtos médicos do Brasil, Joffre Moraes, gerente de estratégia regulatória da ABIMO, mencionou a importância de seminários na cooperação bilateral tanto para a indústria como para seus órgãos reguladores. Ressaltou também a importância das discussões relacionadas a segurança, eficácia e pós-mercado na evolução de dispositivos médicos e, consequentemente, no benefício para os usuários dos sistemas de saúde.

“O que nós queremos, e o que é mais justo, é o aumento linear. Estamos aceitando a ideia. Entendemos que há necessidade de fechar esse ajuste fiscal. Estamos compreendendo, apesar de todas as dificuldades, a necessidade de aceitar algum aumento, mas queremos [fazer] de forma linear”, afirmou Skaf, após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).O benefício da desoneração foi criado em 2011 e permitiu que setores da economia trocassem a contribuição patronal para a Previdência, de 20% sobre a folha de pagamento, por alíquotas incidentes na

receita bruta. O texto do projeto original aumenta as duas alíquotas atuais de 1% e 2% para, respectivamente, 2,5% e 4,5%.“Diante da deplorável dificuldade econômica que o país enfrenta, com previsão de crescimento negativo e com previsão de fechamento de milhares de postos de trabalho no mercado, não podemos permitir retrocessos”, ressaltou o presidente da ABIMO.

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DIA A DIA

NOVEMBRO

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ABIMO PARTICIPOU DE EVENTO DA REDE PDE SIBRATEC

A Rede de PDE (Produtos e Dispositivos Eletrônicos) Sibratec (Sistema Brasileiro de Tecnologia) promoveu, no dia 5 de novembro, o evento com o tema “Oportunidades para desenvolvimento tecnológico e inovação do setor eletroeletrônico”, que aconteceu no hotel Golden Tulip Paulista Plaza, em São Paulo. O evento tinha como objetivo não apenas apresentar os resultados nesses cinco anos de projeto da Rede PDE, mas também visava aumentar a interação entre empresas, órgãos de fomento, governo e laboratórios do setor de eletroeletrônicos. O gerente de Estratégia Regulatória da ABIMO, Joffre Moraes, esteve presente e participou de palestras juntamente com profissionais ligados a outras entidades, como CTI (Centro de Tecnologia e Informação Renato Archer), MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação), Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica). No final, houve uma rodada de negócios com todos os participantes.

SINAEMO ENVIA PEDIDO AO SENADO PARA APROVAÇÃO DO PDS 43/2015

O presidente do SINAEMO, Ruy Baumer, enviou em setembro um documento com posicionamento favorável ao PDS 43/2015, para que seja construída e revisada a Norma Regulamentadora nº 12 (NR 12) – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, do Ministério do Trabalho e Emprego. O documento pediu respeito ao equilíbrio entre a segurança no trabalho, a viabilidade dos negócios e a proteção dos postos de emprego, bem como apresentou os motivos pelos quais a entidade entende que deve ser sustada a aplicação da norma.Segundo o presidente, o Ministério do Trabalho, ao iniciar o processo de revisão da NR 12, não observou os parâmetros legais já existentes, tampouco os impactos sociais e econômicos que afetam a competitividade e o emprego no país. As mudanças realizadas colocaram na ilegalidade as máquinas em funcionamento, o que resultará no fechamento de milhares de postos de trabalho e retração ainda maior da economia brasileira, além da perda de competitividade externa.

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PING-PONG

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PING-PONG COM ANDRÉ MARCOS FÁVERO

André Marcos Fávero,Diretor de Negócios da Apex-Brasil

Formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e com MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais na FGV, André Marcos Fávero, nomeado em abril passado como diretor de negócios da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), ocupou também o cargo de analista de comércio exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Com grande experiência na articulação entre as iniciativas pública e privada, ele intermediou no MDIC a criação do Portal único do Comércio Exterior, ferramenta que visa estabelecer processos mais eficientes, harmonizados e integrados entre todos os intervenientes públicos e privados no comércio exterior. Atuou também na Secretaria de Tecnologia Industrial, onde coordenou domínios como TV digital, biodiesel, exportação de serviços de TI, inovação e propriedade intelectual; na Secretaria de Comércio Exterior, criou subsídios para as negociações de comércios de serviços lideradas pela Delegação Brasileira em Genebra. Em entrevista à ABIMO em Revista, Fávero comenta sobre os principais desafios e planos de atuação à frente da Apex-Brasil, assim como traça um panorama sobre o cenário de exportação neste momento de instabilidade econômica e o que precisa ser melhorado para que o Brasil obtenha avanços nesse setor. O diretor também explica sobre a atuação dos vários escritórios da Apex-Brasil espalhados ao redor do mundo, qual metodologia de trabalho é aplicada por eles no exterior e o apoio oferecido aos empresários. Acompanhe.

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Quando uma empresa ingressa no mundo do comércio exterior, ela acessa uma camada de políticas que as demais empresas que permanecem no mercado interno não conhecem.”

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ABIMO em Revista: O senhor ocupou o cargo de analista de comércio exterior do MDIC. Como pretende trazer essa experiência para a atuação na Apex-Brasil?André Fávero: Mais do que a relação pessoal, é importante ressaltar a relação institucional entre a Apex-Brasil e o MDIC. A Apex-Brasil faz parte da estrutura do Ministério, cujo norte estratégico é o Plano Nacional de Exportação. Dentro da estratégia, é muito importante trazer essa experiência do MDIC para a agenda da Agência no sentido de que o foco da Apex-Brasil vai continuar sendo a promoção de exportações e a atração de investimentos. Acontece que uma série de políticas de comércio exterior não está no portfólio da Apex-Brasil; está na Esplanada dos Ministérios e em outras políticas públicas. Então a ideia é justamente aproximar essas políticas públicas dos técnicos e da equipe da Apex-Brasil para que eles as incluam nos seus discursos, pois quem está em contato com as empresas e entidades no dia a dia é a Apex-Brasil, por exemplo, com os órgãos da Esplanada. Então, quando um representante da Agência está em contato com um empresário, um potencial investidor ou um potencial exportador, é importante falar do Sisprom (Sistema de Registro de Informações de Promoção); do regime especial de drawback, que consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado; do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), do Proex – principal instrumento público de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços; do ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio); e do Portal único de Comércio Exterior. Portanto é importante que a Apex-Brasil também ajude a promover, nesse sentido, as outras políticas que o governo tem lançado mão para estimular a exportação e atrair mais investimentos.

AR: A balança comercial de equipamentos para a saúde ainda é deficitária, apesar das empresas do Projeto junto à Apex-Brasil terem resultados extremamente positivos. O que é preciso para que as exportações de todos os setores do país decolem? AF: Existe um ponto importante antes de falar sobre dificuldades e eventuais gargalos. Há um grande dever de casa, que é de responsabilidade do governo junto com a entidade, principalmente junto ao setor privado: a cultura exportadora. Temos vários ajustes a fazer na área tributária, logística, financeira, entre outras. Porém, tendo a comunidade empresarial incorporado como estratégia a exportação não só como um escape conjuntural, os outros fatores poderão ser facilitados pela série de políticas que existem para isso. Quando uma empresa ingressa no mundo do comércio exterior, ela acessa uma camada de políticas que as demais empresas que permanecem no mercado interno não conhecem. Somente quem exporta tem acesso ao Proex, uma linha de financiamento com uma taxa muito baixa e a mais competitiva do mundo, ou seja, um exportador alemão, por exemplo, não tem uma condição melhor do que aquele que tem acesso ao Proex. Contudo aqueles empresários que atuam apenas no comércio interno não têm conhecimento disso. Outro ponto importante é a questão tributária, pois quem entra no comércio exterior, seja importando ou exportando, pode ter acesso ao drawback, por exemplo, que é um regime especial de exportação que suspende qualquer imposto ou tributo incidente sobre aquele insumo, desde que a empresa o exporte. Para melhorar o cenário da exportação no país, é preciso ter consciência de que exportar

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um pouco receosos justamente porque sabem que se o dólar não ficar tão atrativo as empresas se voltam para o mercado interno. Então quem mantém esses contratos e o fornecimento para os compradores internacionais, mesmo em períodos em que o dólar não está tão favorável, depois tem como benefício o período de dólar mais favorável. Nós temos orientado as empresas a incluírem essa estratégia permanente no seu planejamento, até porque não é em curto prazo que se começa a exportar. Existe outra máxima que costumamos falar para as empresas de que é melhor exportar 0,5% do seu faturamento do que não exportar nada, pois quando surgir um momento mais favorável para ampliar as vendas externas é mais fácil “virar a chave” e aumentar a exportação porque o produto já estará certificado, regulamentado, adequado ao mercado-alvo e, com isso, as empresas já terão cumprido uma série de requisitos.

AR: Qual é o maior gargalo que dificulta o avanço das empresas brasileiras no mercado global?AF: O primeiro passo é a questão cultural e da estratégia. Dependendo do setor, o mercado interno é menos competitivo; nós temos o cenário de equipamentos médicos e odontológicos em que há uma grande entrada de produtos importados, portanto já é um mercado mais acirrado e deveria estar naturalmente no Business Plan dessas empresas acessar outros mercados em que há oportunidades e grande aceitação de produtos brasileiros.

é importante. É evidente que o empresário só fará isso caso os resultados sejam satisfatórios, mas nós temos relatos de empresários de que, não somente agora que o dólar está favorável, mas em momentos de dólar mais moderado em relação ao real, a agenda de exportação fez muito bem para a saúde financeira e estratégica da empresa.

AR: Com a crise, as empresas brasileiras estão voltando seus olhos para o mundo. O senhor acredita que elas estão certas? A exportação é a solução para sobreviver?AF: O processo tem melhorando bastante, e nós percebemos cada vez mais o interesse das empresas em exportar. Mas é evidente que, com o dólar favorável às exportações e o mercado interno em período de desaquecimento, as empresas naturalmente buscam como saída a exportação. E é uma estratégia privada se a empresa quiser exportar ocasionalmente e não estruturalmente. Nós temos percebido que, nas empresas cuja opção tem sido manter uma fatia do seu faturamento ligado às exportações mesmo em períodos em que o dólar não é tão atrativo, os empresários têm compensado quando o dólar dá esse salto maior. Isso porque os contratos de comércio exterior são geralmente longos e há também a questão do relacionamento com o comprador, pois quando falamos de empresas brasileiras os compradores ficam

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Existe outra máxima que costumamos falar para as empresas de que é melhor exportar 0,5% do seu faturamento do que não exportar nada...”

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André Fávero, Clara Porto e Paulo Henrique Fraccaro

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Mas, vencida a questão cultural, sim, nós sabemos da questão regulatória, ainda mais no setor de atuação da ABIMO, relacionado diretamente à saúde. Temos conhecimento que os órgãos de regulação de outros países são tão criteriosos quanto o brasileiro e com essa agenda não é possível adequar o produto tão rapidamente, pois tem alto custo financeiro e demanda tempo.

AR: Atualmente a Apex-Brasil possui vários escritórios ao redor do mundo. Qual a metodologia de trabalho aplicada por esses escritórios no exterior?AF: Nós temos nove escritórios espalhados por todo o mundo. Eles têm um papel fundamental para as empresas que querem se internacionalizar, e nesse processo de internacionalização, não necessariamente produzir localmente. Mas, antes disso, há uma internacionalização que chamamos de logística, em que, para a empresa ficar mais próxima do seu público-alvo, ela pode instalar um centro de distribuição. Na área de abrangência, os escritórios têm ajudado muito as empresas a fazerem esse movimento. E também na captação de investimentos, pois os escritórios atuam como um ponto de referência para receber potenciais investidores interessados no mercado brasileiro também nesse momento de dólar favorável para investimentos.

AR: O trabalho dos escritórios da Apex-Brasil no exterior é voltado apenas para empresas que já têm um pouco mais de maturidade exportadora? Qual é o perfil?AF: Nós temos a figura da incubação na maioria dos escritórios. Então a Apex-Brasil realiza, por meio das unidades, um trabalho de receber empresas interessadas em ir aos mercados e elas têm como regra geral o direito de permanecer nos escritórios por 12 meses pagando uma tarifa muito abaixo do mercado (dependendo do escritório). Com isso, terá um endereço e acesso a toda facilidade logística para receber clientes, realizar reuniões e utilizar o espaço virtual ou físico, como escritório. Nesse sentido, podemos receber empresas menos maduras. emos casos de instituições pouco exportadoras no Brasil e que já querem dar

esse passo. Obviamente, o escritório pode ajudar mais, e a empresa pode se beneficiar mais quanto mais madura ela for. E o que o escritório pode proporcionar mais em termos de oportunidades vai ser proporcional ao grau de maturidade e preparo da empresa para o comércio exterior, não é um pré-requisito, mas se torna uma condição para que ela possa aproveitar melhor essa relação.

AR: Qual é o momento em que a indústria deve procurar o apoio desses escritórios no exterior?AF: A Apex-Brasil procura orientar, mas sem entrar na estratégia particular da empresa. Dependendo da maturidade exportadora, da experiência ou não da empresa em exportar, podemos sugerir, por exemplo, que ela passe por um processo de capacitação e adequação do produto. Outro passo é participar de algumas feiras, o que a permitirá tornar-se forte candidata a usufruir mais da estrutura dos escritórios com grande tendência a permanecer por um período de seis meses a um ano.A Apex-Brasil ajuda a construir uma agenda de potenciais compradores, mas a empresa precisa estar preparada para isso, tanto para atendimento às demandas quanto ao produto estar adequado no ponto de vista de regulamentação para atender àquele mercado.

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AR: Quais são os planos da Apex-Brasil para a Ásia? Sabemos que é um mercado muito grande que está crescendo para empresas brasileiras, mas o escritório em Pequim certamente é mais focado na China. Quais são os planos para o restante da região? Há planos de expansão?AF: O Plano Nacional de Exportação visa atingir outros países estratégicos e, no ponto de vista de interesse de potencial de mercado, na Ásia. Obviamente a China, pelo volume e por ser o principal parceiro nas relações comerciais, tem preponderância. Existem outros países do sudeste asiático, como o Japão, que sempre é um mercado muito importante para o Brasil, e a Coreia do Sul também. Nós já definimos em toda a região os mercados para cada setor e os seus respectivos potenciais. O escritório da Apex-Brasil tem uma área de abrangência, portanto ele não é focado somente na China, mas sim na região toda dentro da área de abrangência, e é o que tem acontecido em várias missões que ocorrem em outros lugares como Cingapura, Japão ou Coreia, pois é o escritório da China que os atende e essa logística se aplica aos demais escritórios também.

AR: A Apex-Brasil foi visionária quando há muitos anos fez o escritório em Havana, e agora Cuba está abrindo novamente o mercado. Qual é a vantagem competitiva dessa abertura de mercado ter acontecido com a Apex-Brasil já instalada com o know-how do país antes de todos? AF: O fato de a Apex-Brasil já estar instalada vai

facilitar bastante na orientação às empresas brasileiras. Contudo, há um dado muito interessante que reporta não só o interesse do governo brasileiro, mas principalmente do setor privado brasileiro, pois na FIHAV 2015 – Feira Internacional de Havana –, que aconteceu neste mês de novembro, nós tivemos mais de 105 empresas inscritas para 45 vagas que a Apex-Brasil disponibilizou no seu pavilhão, ou seja, são mais de 100 empresas interessadas no mercado cubano, e são instituições de pequeno e médio portes. O mercado de Cuba é muito apropriado para empresas com esse perfil. As empresas de pequeno e médio portes têm capacidade de atender às demandas do mercado cubano porque não são contratos de volume muito grande. Isso se relaciona muito bem com o movimento institucional do governo e acreditamos que esse novo momento de Cuba vai trazer muitos benefícios para produtos e serviços brasileiros.

AR: A Apex-Brasil também possui um escritório em Angola. Quais são os planos para outras regiões da África e os demais países que não são de língua portuguesa?AF: Há vários motivos para o escritório estar em Angola, não só pela língua, mas pela quantidade de empresas que já estão no país fornecendo produtos e

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As empresas de pequeno e médio porte têm capacidade de atender às demandas do mercado cubano porque não são contratos de volume muito grande a que elas não poderiam atender.”

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André Fávero e Paulo Henrique Fraccaro, durante entrevista concedida em SP

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serviços, significando um canal de abertura muito importante. Temos, por exemplo, supermercados que são mantidos por empresas brasileiras e contamos com uma rede de varejo em que podemos inserir produtos brasileiros. Existe a situação atual de Angola em relação à dificuldade com a questão cambial, mas acredito que esse momento vai passar e que o país terá novamente uma grande capacidade de compra. Além de Angola, estamos explorando bastante o entorno da região: temos Moçambique (país de língua portuguesa), Senegal e países menores, porém com indicadores macroeconômicos muito interessantes, como a Etiópia. A África do Sul possui um amplo mercado, mas a concorrência com os europeus e americanos é grande, entretanto apresenta boas condições para produtos e serviços brasileiros. Há também o norte da África, que é coberto por nosso escritório em Dubai.

AR: Como é o processo de participação das empresas em feiras internacionais? AF: Nós temos um critério de ranqueamento para a participação de empresas em feiras. Por exemplo, tivemos recentemente a Anuga, maior feira do mundo voltada para segmento de alimentação, e lá estiveram grandes compradores. Esse ranqueamento é modulado conforme o tipo de feira. Nesse caso, sabíamos que grandes compradores estariam nessa feira, de modo que fizemos um direcionamento para que empresas maiores pudessem participar. No caso em que o mercado possui demandas menores, por exemplo a feira de Cuba, nós direcionamos para empresas menores. Modulamos isso e sempre atuamos em parceria com as entidades.

AR: Gostaria de abordar algo que não tenha sido perguntado?AF: Eu gostaria de ressaltar a importância de uma agenda mais intensa para trabalharmos o setor de equipamentos médicos e odontológicos, que é a de convergência regulatória. Não é uma nova fronteira, mas tem ficado evidente que se trata de uma barreira que impede a entrada de produtos brasileiros no exterior. A Apex-Brasil tem trabalhado nessa agenda juntamente às

agências envolvidas, no caso da ABIMO, com a Anvisa, e com outros órgãos como o Ministério da Agricultura para fins de alimentação ou produtos junto ao Inmetro. Portanto, nos interessa muito a interação entre as agências reguladoras e os homólogos de outros países, o que chamamos de reconhecimento mútuo de regulamentações. Sabemos que existem particularidades em cada país, mas é possível estabelecermos essa convergência regulatória para que haja redução de prazo de avaliação, certificação e critérios diferenciados, pois há casos em que em cada país existe um critério diferente, o que implica custo para cada empresa. Enfim, é uma agenda muito importante que a Apex-Brasil pretende intensificar em 2016.

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Nos interessa muito a interação entre as agências reguladoras e os homólogos de outros países, o que chamamos de reconhecimento mútuo de regulamentações.”

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ODONTOLOGIA

A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) tem longa experiência na utilização de eventos esportivos como plataforma de negócios. Entre 2009 e 2014, a agência investiu US$ 45 milhões na realização de eventos, reunindo empresários brasileiros e potenciais compradores internacionais, além de investidores, para um retorno em negócios de US$ 3,96 bilhões. Nesse período, foram 70 eventos e 713 empresas participantes.

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E como em time que está ganhando não se mexe, mais uma vez a Agência aproveitou um grande evento esportivo no Brasil para uma nova ação. Dessa vez, foi o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 (F1), que ocorreu entre os dias 13 e 15 de novembro, no autódromo de Interlagos, em São Paulo.Duas empresas associadas ao Projeto Brazilian Health Devices, executado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), foram escolhidas pela entidade para trazerem seus convidados e desfrutar do evento: a Angelus e a Dabi Atlante.

O coordenador de vendas internacionais da Dabi Atlante, Bruno Fernando Yamamoto, esteve presente na ação, junto ao seu maior representante na Bolívia, país em que a empresa é líder de vendas. Segundo ele, com diversos negócios realizados ao longo dos anos e com plano de crescimento desafiador para 2016, a Dabi formatou uma parceria para grandiosos projetos aliando a confiança em nossos produtos com a experiência do cliente local.

“Iniciativas de relacionamento como esta da F1, entre exportadores e clientes do mercado internacional, são extremamente importantes, pois concentram profissionais de diversos setores em um ambiente de grande fascínio de brasileiros e estrangeiros como o GP de Fórmula 1, tornando o encontro bastante produtivo para geração de novos negócios e perenidade dos projetos em andamento”, opina.

O convidado da Dabi, Javier Altieri J., gerente nacional da unidade de odontologia da empresa boliviana Gedasa, se disse muito grato e animado por ter sido convidado para um grande evento: “A F1 já é muito emocionante,

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dá muita adrenalina”, comentou ele. “Ainda mais estando em um bom ambiente e sendo muito bem tratado como fui; foi uma experiência espetacular.”

Javier achou muito interessante o uso de grandes eventos para fortalecer e incentivar as relações comerciais. Ele finaliza acrescentando que os produtos odontológicos brasileiros têm excelente reputação na Bolívia.

A Apex-Brasil fez de Interlagos um ambiente de negócios que durou três dias e envolveu investidores, 27 empresas brasileiras, 64 estrangeiras e startups nacionais. No primeiro dia, sexta-feira, foi realizado um seminário sobre Inovação no Setor Automotivo, que teve foco no debate de inovações que estão sendo discutidas pela indústria e o que ela busca para oferecer à sociedade. Os painéis incluíram participantes de grandes indústrias nacionais e estrangeiras e abriu espaço para quatro startups brasileiras apresentarem seus produtos. Serviu como uma grande vitrine, já que seus principais compradores, e também investidores, foram convidados para as apresentações.

Já o sábado e o domingo foram reservados ao ambiente de negócios propriamente dito. Os empresários participantes tiveram toda a

‘‘ A F1 já é muito emocionante, dá muita adrenalina”, comentou ele. “Ainda mais estando em um bom ambiente e sendo muito bem tratado como fui; foi uma experiência espetacular.”Dabi, Javier Altieri J. - Gedasa

ODONTOLOGIA

infraestrutura do espaço da Apex-Brasil em Interlagos à disposição. Além disso, puderam aproveitar a experiência do ambiente da F1, que contemplou palestra com Emerson Fittipaldi e passeio pelos boxes das equipes que disputaram o GP Brasil. Os participantes também puderam acompanhar, ao vivo, a sessões de treinamento, a qualificação e a corrida no domingo.

O vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen, destaca a excelente impressão do país que os eventos da Apex-Brasil deixam nos visitantes: “Eu mesmo saí de lá impressionado em ver como

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o Brasil é muito maior do que todos os problemas que vemos todos os dias”, disse. “Tem muita gente que veste a camisa verde e amarela. Em nenhum outro lugar do mundo eu vi uma promoção comercial ser feita com esse alto nível.”

“Eventos como este promovem grande visibilidade para as empresas exportadoras brasileiras.” Sorensen destaca também a excelência da organização do evento com a presença de personalidades ilustres como Emerson Fittipaldi.

“Gostaria de agradecer à Apex-Brasil e a ABIMO pelo exemplar tratamento dispensado neste evento, mais uma vez realizado em altíssimo nível, valorizando as empresas associadas e seus clientes”, finaliza Yamamoto, da Dabi.

Segundo a Apex-Brasil, a ação de negócios promovida durante o fim de semana do GP Brasil de Fórmula 1 tem a expectativa de gerar US$ 200 milhões.

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Knud Sorensen, vice-presidente do setor de odontologia da ABIMO, entre associados e compradores internacionais, durante Ação no GP de Fórmula 1, em SP

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INTELIGêNCIA DE MERCADO

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inteligênciA comerciAl: A BolA DA vez

Pesquisas de mercado sempre foram – e ainda são – uma ferramenta de extremo valor e relevância para aperfeiçoar os processos de tomada de decisão quando falamos de negócios com alinhamento estratégico e tático. A necessidade de respostas com alto nível de assertividade perante o dinamismo do mercado paira sobre as decisões de se investir ou não em um produto, um negócio ou uma empresa. As informações que muitas vezes o empreendedor tem ou acredita já ter podem não atender às expectativas da instituição e ser extremamente prejudiciais à saúde empresarial. Com isso, a inteligência de mercado, é uma importante ferramenta para a transformação de dados brutos em informações estratégicas capazes de gerar um amplo conhecimento ao empresário e que, ao mesmo tempo, facilita a sua tomada de decisão.

O estudo de mercado aprofundado auxilia as empresas no melhor posicionamento diante da globalização dos mercados. A análise é baseada em sistemas estatísticos, de pesquisa e monitoramento do comércio geral em que os dados são obtidos e analisados, transformando-se assim em informações importantes para as ações de promoção comercial e na estratégia de alavancar resultados internos.

No início deste ano, a ABIMO apresentou – em parceria com o grupo Key-Stone, consultoria de marketing especializada no mercado dental – o I Censo da Odontologia Brasileira. O intuito era ajudar seus associados a definirem as melhores estratégias e terem maior acesso à informação mercadológica. “Conhecimento do mercado onde atua fornece ao administrador melhor ciência do caminho que este deverá adotar e todo o aparato comercial necessário para o sucesso da empreitada. Conhecendo o caminho, pode-se também ir mais rápido, o que nos negócios muitas vezes é sinônimo de vantagem competitiva”, ressaltou o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla. Acrescentou ainda que o empresário bem-informado e com uma equipe atenta às transformações do mercado antecipa-se às soluções necessárias a fim de conduzir os seus negócios de maneira eficaz mesmo num ambiente tão competitivo como o das indústrias de produtos odontológicos.

FERRAMENTA QUE TRANSFORMA DADOS BRUTOS EM INFORMAÇõES ESTRATÉGICAS PODE GERAR UM AMPLO CONHECIMENTO AO EMPRESÁRIO E AO MESMO TEMPO FACILITAR A ROTINA DE TRABALHO CORPORATIVO.

O censo da ABIMO foi muito útil para reavaliarmos algumas informações distorcidas que tínhamos do mercado.”Orivaldo Ramos, Technew

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Para o gerente de Marketing da Gnatus, Francisco Neto Rehder, deter o conhecimento atualizado e conhecer o mercado de perto tem muito valor, e o Censo realizado pela ABIMO revelou direcionamentos bastante pertinentes que corroboraram a análise interna do setor. “Os resultados analisados a partir do Censo da ABIMO serviram para embasar as decisões estratégicas já tomadas anteriormente. Os números da balança comercial odontológica, apesar de deficitários no último ano, ainda figuram entre os melhores indicadores da indústria brasileira”, explicou. Rehder destacou também que, apesar do momento de crise, a mensagem é positiva e há espaço para que a empresa possa expandir o seu negócio. “As mudanças no perfil da sociedade brasileira também devem, a curto e médio prazo, influenciar de maneira positiva o setor odontológico, por isso a descentralização dos atendimentos e o aumento da prática de uma odontologia especializada são oportunidades que estão sendo monitoradas”, salientou.

Atualmente a Gnatus mantém dentro do departamento de marketing uma área dedicada à inteligência de mercado e à análise de cenários com foco voltado tanto para a análise interna como para a externa. “Entendemos que nesse mercado competitivo há necessidade de a empresa conhecer seus produtos e seu comportamento, o que demanda um conhecimento ainda maior de seus concorrentes, produtos, canais e seu posicionamento no mercado”, reforçou Rehder. A inteligência comercial busca obter vantagem competitiva e assim gerar valor para a empresa.

“O censo da ABIMO foi muito útil para reavaliarmos algumas informações distorcidas que tínhamos do mercado”, disse Orivaldo Ramos, presidente da empresa Technew. Ramos reconhece a importância

da inteligência de mercado em empresas: “Embora não tenhamos um departamento específico, até pelo porte da nossa empresa, entendemos que a inteligência comercial é e será cada vez mais importante como ferramenta de trabalho empresarial”, enfatizou.De acordo com Fernando Valery, gerente de Marketing da S.I.N. Sistema de Implante, frente às poucas informações setoriais que existem, especialmente sobre a implantodontia, o Censo da ABIMO permitiu a confirmação de conceitos, números e características identificados internamente sobre o mercado odontológico brasileiro por meio de uma fonte idônea e independente.

ESTRATÉGIAS

A inteligência comercial tem como objetivo munir os tomadores de decisão com informações sólidas e pertinentes aos estímulos do mercado, otimizando tempo, recursos e focando em resultados. “A análise do Censo da ABIMO nos proporcionou um olhar atento a algumas regiões nas quais tivemos a oportunidade de desenvolver planos de ações a curto e médio prazo e que certamente já terão impacto nos resultados ainda em 2015”, afirmou o gerente o marketing da Gnatus. Com base nas análises proporcionadas pelo Censo, a S.I.N. Sistema de Implante verificou minuciosamente a distribuição dos produtos da empresa e de seus concorrentes em diferentes regiões do país. Isso gerou novas estratégias específicas, e cada uma das ações que já vinham sendo executadas será reforçada na rotina da empresa. A S.I.N. conta com um departamento, sob a tutela da gerência de Marketing, com foco em inteligência de mercado e cuja responsabilidade é adquirir e analisar

Os resultados analisados a partir do Censo da ABIMO serviram para embasar as decisões estratégicas já tomadas anteriormente. Os números da balança comercial odontológica, apesar de deficitários no último ano, ainda figuram entre os melhores indicadores da indústria brasileira.”Francisco Neto Rehder, Gnatus

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INTELIGêNCIA DE MERCADO

informações internas e externas, gerando insights e recomendações nas atividades estratégicas de toda a empresa. “É um departamento que, quando bem-organizado e estruturado, é fundamental na sustentabilidade interna ao identificar, a longo prazo, oportunidades e ameaças, além de investigar e questionar situações de mercado e gerar recomendações a diversas áreas”, defendeu Valery.

Diante da era da informação, é necessário transformar dados em conhecimento. A comunicação em conjunto com recursos tecnológicos é uma necessidade para o funcionamento tático, estratégico e operacional de qualquer empresa. Para se sobressair no mundo dos negócios, é preciso saber manusear a informação como ferramenta estratégica de competitividade, portanto as empresas que desenvolverem alternativas com informações eficazes certamente farão parte do grupo de instituições com melhor desempenho.

PRóXIMOS PASSOS

A ABIMO estuda, em parceria com algumas empresas de consultoria, a possibilidade de desenvolver um levantamento para a área deortopedia também. “A entidade, hoje, é muito carente de informações desse segmento,assim como para o segmento da odontologia, por isso precisamos de dados para medirmos e acompanharmos o mercado ortopédico. Hoje, por não termos informações que nos permitam fazer uma análise factível desse mercado, ficamos impossibilitados de realizar uma análise competitiva e de tendências”, esclarece Beatriz Fragnan, coordenadora de Inteligência de Mercado da ABIMO, que complementou ainda que a ideia inicial

era fazer estudos trimestrais, porém atualmente já é cogitada uma frequência semestral.

Há perspectivas de investimentos em mais pesquisas e estudos voltados para a área de inovação, inclusive no setor de ortopedia. De acordo com a coordenadora, algumas consultorias possuem foco maior para inovação e detêm um volume grande de dados principalmente para a área médica, que precisa inovar para sobreviver. “Já fizemos algumas ações, como uma pesquisa sobre inovação com as empresas e aproximação com o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), a qual auxiliou muitos empresários e por isso acreditamos que o ‘casamento’ da academia com a indústria sempre é benéfico”, complementou. A ABIMO prospecta produtos voltados para a inovação porque percebe a necessidade de dados nessa área, assim como visa parcerias com outras intuições como o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

A entidade pretende, ainda, lançar um anuário elaborado internamente com dados conjunturais completos do setor com o número de empresas, trabalhadores, tributos, salários, PIB, investimento, produtividade, alguns dados sobre inovação, gasto com trabalhadores (FGTS, previdências etc.), comércio exterior, entre outros. O trabalho será realizado anualmente e em contrapartida a ABIMO produzirá relatórios com periodicidade menor embasados no acompanhamento de variáveis disponibilizadas com maior frequência, como emprego, PIB, produção etc. Um estudo atualizado com dados do Data SUS de 2015 também está nos planos da associação: “Esse estudo é de suma importância por apresentar dados do estoque de equipamentos existentes, em uso e disponíveis no SUS, além disso o número de leitos é disponibilizado em quantidade no SUS e não SUS. Todos esses dados podem ser filtrados por Estados, Municípios e por especialidade médica”, reforça Beatriz.

‘‘ Esse estudo é de suma importância por apresentar dados do estoque de equipamentos existentes, em uso e disponíveis no SUS, além disso o número de leitos é disponibilizado em quantidade no SUS e não SUS. Todos esses dados podem ser filtrados por Estados, Municípios e por especialidade médica.”Beatriz Fragnan, coordenadora de Inteligência de Mercado da ABIMO

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COMÉRCIO EXTERIOR

A ABIMO dará continuidade aos pleitos junto ao governo e projeta apresentar alguns produtos novos, como um raio-x do comércio exterior por meio de um relatório com dados de transações no exterior, pois, segundo a coordenadora, a instituição acredita que os dados podem ser úteis para os empresários. “Após a divulgação de alguns dados da balança comercial em nossa newsletter, recebi várias demandas para outras informações mais detalhadas, ou seja, é um produto que percebemos ser importante para o associado”, pontuou.

Haverá continuidade no acompanhamento do pleito da desgravação México, Canadá, Tunísia, Líbano e Efta (Associação Europeia de Livre Comércio) que ainda carece de uma resposta do governo. Essa negociação trata da redução do imposto de importação e provavelmente permanecerá até julho de 2016. Ainda sobre comércio exterior, a Letec (Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum) ainda não foi divulgada pelo governo, e a ABIMO aguarda a publicação, assim como participará de reuniões com a CEB (Coalização Empresarial Brasileira) e o Deint (Departamento de Negociações Internacionais) do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) com o intuito de verificar as regras de origens e outros produtos. Também será feito o acompanhamento da isonomia tributária que aguarda resposta dos Ministérios da Fazenda e da Saúde.

MONITORAMENTO DE MERCADO

De acordo com a coordenadora, em novembro deste ano, foi realizada uma pesquisa conjuntural de vendas e produção bimestral, e a próxima já tem data marcada para janeiro de 2016. “Realizamos essa pesquisa com o objetivo de monitorar o mercado, visto que esses números também são demandados pelo governo e dessa forma teremos uma série histórica que nos possibilita fazer análises para essas variáveis extremamente importantes.”

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A inovação tecnológica é um objetivo estratégico das principais economias do sistema mundial moderno, demandando alto grau de articulação entre empresas, associações e estados, visto que a assunção do risco é uma característica da empreitada. Nesse contexto, o Brasil entra na agenda da inovação tecnológica e, com isso, concentra esforços para a criação de um ambiente institucional propício à inovação, por meio de políticas industriais e arranjos legais que visam fornecer o máximo de segurança aos atores da inovação.

Por um lado, estamos falando sobre um dos mercados com crescimento mais dinâmico no mundo, estando entre os segmentos mais inovadores. A mudança demográfica mundial é uma grande força motriz em relação a novas soluções médicas e processos. Pela primeira vez na história mundial, em 2050 haverá mais pessoas com mais de 60 anos em comparação a crianças com menos de 15 anos. Isso causa mudanças drásticas nos sistemas de saúde nacionais e na forma como cuidamos de nossos pacientes.

Um produto ou processo inovador de sucesso depende de uma demanda óbvia e promissora do mercado, de combinações inteligentes de tecnologias de ponta, de

recursos voltados para a tendência internacional, de um layout voltado para a exportação, a estratégia de zero corrupção, a prevenção de falsificação de produtos, o mínimo risco em relação à falha do produto e questões jurídicas, além de, acima de tudo, parceiros colaboradores fortes e confiáveis.

Está cada vez mais claro que o mundo espera, ansiosamente, por inovações que permitam melhorias nos sistemas e maior acesso à população. São vários os pontos a serem debatidos e, para isso, é preciso abrir espaço para uma comunicação bastante ampla e eficiente com todos os envolvidos nos processos de inovação.

“Temos que ser inovadores para competir não somente no Brasil, mas também no exterior”, diz o presidente do SINAEMO (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo) e coordenador titular do BioBrasil/Fiesp (Comitê da Cadeia Produtiva da

BrAsil entrA nA AgenDA DA inovAção tecnológicAEVENTO DA ABIMO DISCUTE A CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE INSTITUCIONAL PROPíCIO à INOVAÇÃO

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Bioindústria/Saúde e Biotecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Ruy Baumer. “Devemos levar em consideração que o setor de produtos médicos, ao contrário do farmacêutico, por exemplo, é muito pequeno, com exceção da odontologia [segundo maior do mundo] e, portanto, nosso foco deve ser o mercado internacional, como vários países menores já fazem: criam os seus produtos e os desenvolvem buscando o mercado internacional.”

Com a diminuição das barreiras entre os países, a inovação passou a ser ferramenta fundamental de competitividade, principalmente na área da saúde.

Por esse motivo, a ABIMO vem, ao longo dos anos, criando e participando de iniciativas que conscientizem tanto o público produtivo quanto órgãos de governo sobre a importância de uma cultura e de uma política industrial que priorizem os investimentos em inovação no setor produtivo nacional.

O CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para a Saúde) é uma das ações promovidas pela entidade com o intuito de estruturar um espaço para a periódica interação entre os diversos segmentos interessados no desenvolvimento de inovações tecnológicas, em materiais diversos e equipamentos destinados à preservação e ao tratamento da saúde humana. O congresso tem o intuito de fortalecer a inovação, além de propiciar um ambiente colaborativo maior entre o setor, as universidades, os institutos e o governo.

Em sua quarta edição, ocorrida nos dias 5 e 6 de outubro de 2015, os debates foram dominados pelo consenso de que a inovação é o mote do desenvolvimento das empresas.

O destaque da edição 2015 foi o novo formato do evento, com inclusão da rodada de inovação e uma dinâmica mais participativa da plateia. Na opinião do diretor institucional da ABIMO, Márcio Bósio, esse foi um dos pontos altos do evento. Ele destaca também a preocupação em colocar temas e palestrantes que possam verdadeiramente discutir as políticas públicas de forma a responder concretamente às necessidades do setor.

Franco Pallamolla discursa em abertura do 4o CIMES

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“Algumas mesas como ‘A Agenda Tecnológica Setorial’, na qual a ABDI apresentou os resultados de um trabalho realizado em conjunto com o Ministério da Saúde, que aponta as tendências tecnológicas, e a mesa ‘A Inovação que o Brasil já faz’, permitiram aos debatedores apresentar suas sugestões, bem como, quais políticas públicas de fomento à inovação dão certo”, comenta. “A mesa sobre uso do poder de compras do estado trouxe com muita clareza os avanços e desafios que o setor tem ainda pela frente.”

PAINÉIS

A abertura do evento contou com discursos contundentes sobre a necessidade de aumentar a competitividade da indústria nacional, sobretudo com mais exportações e investimentos em inovação. A conjuntura econômica atual também foi discutida entre empresários e representantes do setor.

Está cada vez mais claro que o mundo espera, ansiosamente, por inovações que permitam melhorias nos sistemas e maior acesso à população.”Franco Pallamolla, ABIMO

‘‘ “Sabemos as agruras que estamos passando [devido à crise econômica] no nosso país, com preços em queda, margens reduzidas e custos elevando-se diariamente, além de inadimplência. E, sobretudo, estamos perdendo as importantes conquistas obtidas nos últimos anos, como a desoneração sobre a folha de pagamento e o uso do benefício da Lei do Bem. É um ano triste para um setor que vem investindo, acreditando e fazendo a sua parte, inclusive na balança comercial”, discursou o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, na abertura do Congresso.

Representando a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o diretor de negócios, André Fávero, disse que a agência é uma importante aliada dos empresários no sentido de ampliar as exportações de produtos brasileiros: “No Brasil, é natural que as empresas exportadoras sejam as que mais inovam. Precisamos estimulá-las a exportar continuamente, não somente quando o dólar está em alta, ou quando o mercado interno está desaquecido”, frisou o representante da Agência.

A abertura seguiu com o representante do Ministério da Saúde Eduardo Jorge, cuja fala ressaltou que o assunto inovação é recente e recorrente no país, mas que a cultura de inovar ainda não está intrínseca na cabeça do brasileiro. “Inovar, debater como inovar e como melhorar a cadeia produtiva pode novamente promover o desenvolvimento desse setor que é tão importante, pois movimenta 10% do PIB”, disse. “Fóruns como este são muito importantes para que o governo identifique onde deve melhorar.”

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O presidente do SINAEMO Ruy Baumer, fez coro à necessidade de maior participação das empresas brasileiras fora do país, tendo a premissa da inovação como fundamento para fomentar as exportações. Assim como o presidente da ABIMO, Baumer criticou a queda das medidas de fomento à indústria da saúde e a falta de diálogo com o setor: “Além de todas as medidas anunciadas anteriormente terem sido canceladas, as taxas regulatórias diretamente ligadas à inovação aumentaram 200%, sem qualquer estudo de impacto, tanto em grandes como em pequenos negócios.”

Baumer frisou também que o Brasil não está acostumado a buscar parcerias, nem dentro e nem fora do país, e que a prática deve ser fomentada, inclusive entre concorrentes. “Isso é um costume no mundo todo. Empresas se juntam para viabilizar um produto único, com vantagens para ambos.”

Finalizando, ele ressaltou que, se é na dificuldade que ocorrem as maiores inovações, não é hora de esperar pelo governo: “Faremos nossa parte por nossa conta. Temos de ser inovadores para sair da crise que, apesar de não termos causado, com certeza pagaremos a conta”, finalizou.

No Brasil, é natural que as empresas exportadoras sejam as que mais inovam. Precisamos estimulá-las a exportar continuamente, não somente quando o dólar está em alta, ou quando o mercado interno está desaquecido.”André Fávero, Apex-Brasil

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Além de todas as medidas anunciadas anteriormente terem sido canceladas, as taxas regulatórias diretamente ligadas à inovação aumentaram 200%, sem qualquer estudo de impacto, tanto em grandes como em pequenos negócios.” Ruy Baumer, SINAEMO

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O DESAFIO DA POLíTICA INDUSTRIAL NA SAúDE

Há mais de dez anos o setor vem contribuindo decisivamente para a construção de uma política industrial. Marcus Simões, coordenador-geral do Complexo Químico e da Saúde do MDIC, iniciou o seu discurso na plenária falando sobre as contribuições do MDIC para o setor de materiais e equipamentos para a saúde. O ministério acredita que esse é o momento de discutir os fatores críticos no processo industrial.

Segundo ele, o MDIC visa inserir o Brasil de forma qualificada nas cadeias globais de valor, elevar a produtividade da indústria e dos serviços, ampliar o investimento e o adensamento produtivo na indústria. “Não podemos perder a onda da internet, a comunicação máquina a máquina, porque é uma forte tendência. É importante que o Brasil esteja à altura, principalmente no que diz respeito a P&D, para se tornar um grande exportador, pois o mercado de saúde é o único que cresce a dois dígitos no Brasil”, disse Simões.

De acordo com ele, a articulação entre os fatores envolvidos, notadamente entre o segmento regulatório e a área de financiamento, é fundamental para o progresso industrial do Brasil. Uma nova política industrial está em construção e é de interesse da sociedade.

Para Dirceu Barbano, ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a política industrial é uma agenda concorrente com recursos. O setor precisa qualificar, induzir ou inventar uma intersetorialidade com quem faz política industrial nacional, buscar equilíbrio na balança comercial e pensar em articular uma agenda do desenvolvimento da indústria que não impacte no cuidado com a saúde. “Devemos balancear e programar a estratégia das empresas diante do cenário econômico; estamos no meio de uma crise séria com decréscimo de 3%, e a inflação vai voltar a subir”, advertiu. Segundo Barbano, com a dificuldade industrial da saúde, o setor deve enxergar novas oportunidades e ser menos dependente do estado. “É preciso identificar novas oportunidades de exportação, olhar para o depois da crise, pois ela vai trazer novas oportunidades para empresas do setor de saúde. Nós vamos sair da crise com capital estrangeiro e com estruturas de estado gastando melhor o dinheiro”, salientou Barbano, que ainda destacou a necessidade de o setor pressionar a Anvisa quanto à aprovação de leis que tornem o ambiente menos pesado para a indústria.

Para o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, a política industrial nasceu em 2007 e desde então se tornou efetivamente uma política. “Na minha avaliação, nós evoluímos muito, pois saímos de um cenário em que não havia nenhum instrumento. Temos o maior sistema de saúde universal do planeta e não temos

É importante que o Brasil esteja à altura, principalmente no que diz respeito a P&D, para se tornar um grande exportador, pois o mercado de saúde é o único que cresce a dois dígitos no Brasil.”

Devemos balancear e programar a estratégia das empresas diante do cenário econômico; estamos no meio de uma crise séria com decréscimo de 3%, e a inflação vai voltar a subir.”

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empresas de porte porque se determina que precisamos comprar pelo menor preço. Instigamos riscos; nós conseguimos com muitas discussões contornar a situação por meio das PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo), que ainda não foram regulamentadas.” O presidente finalizou o seu discurso destacando os desafios do setor: “Nós criamos um sistema em que precisamos, como sociedade, enfrentar vários países que estimulam a indústria a investir em tecnologia. Eu ouço que os diversos produtos são excelentes para o mercado e para o SUS, mas não podemos colocar isso na nossa política industrial, pois há o impedimento de licitações não regulamentadas.”

Pallamolla enfatizou ainda que o desafio do setor é conseguir manter a política em pé. “Nós propomos uma agenda positiva para os ministérios. Vamos buscar o que as prefeituras precisam e dar uma resposta a esse segmento, pois a indústria está observando o que o usuário precisa. Nós não teremos produtividade e competitividade sem escala”, destacou.

GARGALOS E DIFICULDADES

Diante das dificuldades em contratar pesquisadores e em conseguir financiamento público, empresas que queiram inovar em seu processo industrial precisam compartilhar portfólio, conhecimento e soluções.

Outro ponto é a necessidade de aproximação das empresas com o mundo acadêmico. Encontrar projetos em comum e que gerem produtos novos para as empresas e melhorias de pesquisas para as universidades pode ser um dos caminhos a serem seguidos. O tema dominou os debates durante o painel “A inovação que o Brasil já realiza”, que contou com a participação de cinco empresas vencedoras e finalistas do Prêmio Inova Saúde, organizado anualmente pela ABIMO com o intuito de fomentar o alto padrão tecnológico e inventivo das empresas brasileiras do setor da saúde.

Para viabilizar novos investimentos, empresas recorrem a financiamentos e parcerias com entidades acadêmicas. “Temos um produto de muitas incertezas, pois se trata de

algo inédito no mundo, e dependemos muito de pesquisas. Nossa maior dificuldade sempre foi a necessidade de profissionais doutorados, e não existe nenhum instrumento de empresa de fomento para ser parceira nesse sentido”, destacou Marcelo Amato, da Timpel, vencedora do Prêmio Inova Saúde deste ano.

Por sua vez, Guilherme Agreli, da Braile Biomédica, vencedora do Inova Saúde de 2012, disse que a busca por financiamentos tem sido um agravante no fomento inventivo dentro da empresa. “Nosso desenvolvimento é bastante ativo e temos uma política de incorporação muito rápida de tecnologia. Lançamos ao menos dez produtos nos últimos anos, mas tivemos problemas com a Finep”, afirma fazendo referência ao Financiamento de Estudos e Projetos de apoio à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades e institutos tecnológicos.

“A dificuldade que temos hoje é do próprio mercado, que tem o governo como principal comprador, além de políticas que não acontecem. Internamente percebemos que se ficarmos presos a isso não avançaremos. Estamos bastante estabelecidos com o mercado externo; não temos queixas com empresas de fomento, embora deixem a desejar com os pagamentos [que não seguem o cronograma do projeto inovador]”, ponderou ílio de Nardi Junior, da Fanem.

Além de empecilhos com financiamentos, a busca por novos e qualificados profissionais foi outro entrave registrado. “Para trazer profissionais é difícil, pois o pesquisador não pode ter outra fonte de renda que não

A dificuldade que temos hoje é do próprio mercado, que tem o governo como principal comprador, além de políticas que não acontecem. Internamente percebemos que se ficarmos presos a isso não avançaremos.”Nardi Junior, da Fanem

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seja a destinada para a pesquisa. O que estamos fazendo agora, e tem nos mostrado bons resultados, é o trabalho em conjunto com universidades e hospitais, de forma a não trazer o pesquisador para dentro da empresa, embora esta esteja participando diretamente com quem sabe quais as necessidades de novos produtos”, comentou Tatsuo Suzuki, da Magnamed, empresa do Inova Saúde em 2013.

Calistro Balestrassi, diretor da ABIMO e idealizador do Prêmio Inova Saúde, destaca a importância das empresas continuarem investindo em inovação e tecnologia, deixando a Associação à disposição dos empresários para ajudá-los enquanto entidade associativa. “O estado não acompanha a velocidade da inovação. O Brasil ainda é conhecido como provedor de matéria-prima, e não de inovação e tecnologia. Precisamos inverter essa imagem”, pontuou.

O 4º CIMES abordou diversos temas, como financiamentos, demandas da saúde, odontologia do futuro, bem como discutiu sobre o ambiente regulatório, entre outros. “Ao longo desse período, debatemos sobre vários assuntos. Começamos pela demonstração inequívoca da capacidade que a indústria nacional tem de inovar. Trouxemos os últimos vencedores do Prêmio Inova Saúde, promovido pela ABIMO. Mostramos, não apenas com palavras mas também com produtos já em comercialização, que a nossa indústria é capaz”, comemorou Franco Pallamolla no encerramento. “Tivemos também a manifestação clara de que o Brasil possui e reúne competência científica. As nossas academias são um manancial de competências. Nelas ocorre uma grande geração de conhecimento. Há ainda, porém, divergências que separam esses dois elos da corrente da inovação e que precisam ser dissolvidas. Isso é possível!”

REUNIÃO ENTRE INDúSTRIAS BRASILEIRAS E CENTROS DE PESQUISA SUPERA EXPECTATIVAS

Uma das grandes novidades do 4º CIMES foi a criação da Rodada de Inovação Tecnológica, promovida com o objetivo de reunir indústrias brasileiras e centros de pesquisa e tecnologia com projetos compatíveis entre si para uma conversa inicial sobre a possibilidade de parceria para P&D de novas tecnologias, produtos e processos. Todo o know-how da ABIMO na organização de encontros pré-agendados de negócios foi aplicado para esse novo formato, baseado no modelo da rodada de negócios já praticado pela entidade.As indústrias receberam suas agendas de reunião e um roteiro de preparação para a rodada contendo os principais pontos que devem levar para discussão, de acordo com as competências tecnológicas e os projetos de cada centro de pesquisa agendado.As reuniões aconteceram em um espaço próprio durante o CIMES, paralelamente às palestras, em mesas individuais.Segundo a gerente de projetos da ABIMO, Clara Porto, foram feitas quase 50 reuniões entre indústrias e centros de pesquisa e desenvolvimento. “O resultado foi acima do esperado”, comemora.

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CAPA - PAINÉIS

A plenária Internacional: “Inovação na indústria da engenharia biomédica – uma visão para o futuro e como

fazer parte dele” foi o destaque da programação, pois contou com a participação do chefe do Departamento

de Engenharia Biomédica, Igor Efimov, da George Washington University, em Washington, nos EUA e do

Laboratório de Imagem Cardíaca, especializado em pesquisa e engenharia cardiovascular. Durante o seu

discurso, Efimov falou sobre dispositivos e sua aplicação em doenças cardíacas para o tratamento das principais

causas de mortes, assim como o desenvolvimento da terapia do dispositivo implantável para arritmia cardíaca,

que é uma das histórias de sucesso mais marcantes do século XX, e que contribuiu significativamente para

mais de uma década de extensão da expectativa de vida durante o último meio século.

Diante das dificuldades em contratar pesquisadores e de conseguir financiamento público, empresas que queiram inovar em seu processo industrial precisam compartilhar

portfólio, conhecimento e soluções, segundo especialistas do setor que debateram a inovação no setor da saúde

durante o 4° CIMES. Para viabilizar novos investimentos, empresas recorrem a financiamentos e parcerias com

entidades acadêmicas. O diretor Institucional da ABIMO, Márcio Bósio, mostrou dados de pesquisa realizada pela

Associação com cem associados, que, entre outros temas, citaram os três principais entraves para a inovação no país: tributação, burocracia e incerteza de resultados.

Durante o evento, houve a plenária “Política Industrial da Saúde”, que contou com uma mesa de debate

moderada pelo presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, e composta por Eduardo Jorge, diretor de produção

industrial e inovação do Ministério da Saúde; Marcus Simões, coordenador-geral do Complexo Químico e da

Saúde do MDIC; Dirceu Barbano, ex-diretor-presidente da Anvisa; e Francisca Pontes da Costa Aquino, do Sebrae.

Eduardo Jorge, do Ministério da Saúde, enfatizou que as evoluções tecnológicas estão condicionadas a outras áreas do conhecimento; o setor é forte e caracterizado por micro

e pequenas empresas. “Temos o dever de buscar novos mercados e ampliar a participação do Brasil, melhorar

o fluxo entre academia e universidades e investir em formação”, destacou.

A mesa de debate Agenda Tecnológica Setorial, que reuniu representantes da ABDI (Agência Brasileira

de Desenvolvimento Industrial) e representantes do governo federal que identificaram os avanços e desafios

da indústria nacional com a captação de recursos e regulamentações para terem seus produtos regulamentados

e disponíveis no mercado. Maria Luiza Leal, diretora da ABDI, iniciou o debate traçando o atual panorama de

tecnologias emergentes que podem ser subsidiadas para aumentar a competitividade da indústria nacional. “A agência vem desenvolvendo, há alguns anos, análises

para identificar tecnologias em potencial para os próximos 15 anos, embora não tenhamos nenhuma influência

macroeconômica para melhorar a competitividade da indústria”, pontuou. As agendas tecnológicas setoriais foram criadas como instrumento da política industrial

e da política de ciência, tecnologia e inovação para subsidiar a elaboração de agendas setoriais voltadas para o

desenvolvimento tecnológico e de promoção da inovação.

PLENÁRIA INTERNACIONAL: INOVAÇÃO NA INDúSTRIA DA ENGENHARIA BIOMÉDICA – UMA

VISÃO PARA O FUTURO E COMO FAzER PARTE DELE

MESA DE DEBATE: A INOVAÇÃO QUE O BRASIL JÁ REALIzA

PLENÁRIA: POLíTICA INDUSTRIAL DA SAúDE

MESA DE DEBATE: AGENDA TECNOLóGICA SETORIAL

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O painel “Médico-Hospitalar: Demandas da Saúde Brasileira” contou com a participação de Maurício

Alchorne, da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados); Luiz Roberto Klassmann, do GHC (Grupo

Hospitalar Conceição); Charles Tocantins, diretor extraordinário do Conasems (Conselho Nacional de

Secretarias Municipais de Saúde), e Marcello Dias Bonfim do Hospital Sírio-Libanês. O propósito do debate foi

proporcionar um espaço para apresentação de modelos de saúde dos hospitais privados, assim como mostrar as

dificuldades que os municípios enfrentam no atendimento público e as novas tecnologias e avanços para melhorias

no conforto ao paciente.

A mesa, moderada pelo superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, contou com a participação de João

Tavares Neto, superintendente da Anvisa; Jorge Venâncio, coordenador da Conep (Comissão Nacional de Ética e Pesquisa); Paulo Coscarelli, assistente da Diretoria de

Avaliação da Conformidade do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia); José Carlos Moraes,

diretor da Divisão de Ensaios e Calibração do Laboratório de Engenharia Biomédica da Escola Politécnica da USP

(Universidade de São Paulo) e Joselito Pedrosa, coordenador de média e alta complexidade do Departamento de Atenção

Especializada do Ministério da Saúde.

Considerada uma das melhores do mundo e uma das áreas mais promissoras da indústria da saúde no Brasil,

a odontologia teve destaque no CIMES no painel que debateu a “Odontologia do Futuro”. Há tempos o

setor passa por adequação de métodos e aplicação de tecnologia que colocam a profissão entre uma das mais

respeitadas e importantes do mundo. As inovações tecnológicas representam um progresso significativo para

a carreira e sua incorporação no dia a dia tem um impacto altamente positivo.

Os financiamentos oferecidos por instituições financeiras às empresas são, muitas vezes, a forma mais requisitada

por empresários para aumentarem suas produções e inovar. Para apontar os caminhos das pedras nessa busca por

crédito, o segundo dia do 4° CIMES contou com o painel “Financiamento à Inovação”, com apresentações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),

da agência de fomento Desenvolve SP, da Finep e da Emprapi. Financiamento para inovação é uma das bases

para o desenvolvimento das empresas, principalmente as pequenas e as médias. Precisa-se ter apoio para que

as ideias inovadoras sejam transformadas em produtos e disponibilizadas no mercado.

PAINEL MÉDICO-HOSPITALAR: DEMANDAS DA SAúDE BRASILEIRA

MESA DE DEBATE: AMBIENTE REGULATóRIO NA INOVAÇÃO

MESA DE DEBATE: FINANCIAMENTO DA INOVAÇÃO

PAINEL DE ODONTOLOGIA: ODONTOLOGIA DO FUTURO

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MEDICA 2015

Como em todos os anos, novembro é um dos meses mais esperados pelos departamentos de vendas internacionais das empresas de dispositivos médicos. É o mês da feira MEDICA, que recebeu em sua edição 2015, entre os dias 16 e 19 de novembro, visitantes do setor de cerca de 120 nacionalidades. A porção de visitantes internacionais (vindos de fora da Alemanha), aumentou mais de 50%. Segundo a organização, um grande número de pessoas veio [surpreendentemente] dos mercados estrangeiros dos EUA, América Latina, além de, especialmente, do Irã e dos países situados nas regiões de língua árabe.

“A MEDICA é o evento número um para os tomadores de decisão de todos os países”, comenta o presidente da feira, Joachim Schäfer, sobre o fato de que 96% dos visitantes têm poder de decisão.

“A grande característica do produto brasileiro é ter um custo efetivo positivo – pois a saúde cada vez mais procura economia e eficiência em seus tratamentos, em qualquer lugar do mundo, e o Brasil é um parceiro que tem toda a condição de atender a essa necessidade”, comenta Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO.

o munDo está aqui!MAIS DE 120 PAíSES REUNIRAM-SE NA ALEMANHA PARA A MEDICA 2015.

O pavilhão brasileiro, organizado pela 14ª vez pelo Brazilian Health Devices, projeto executado pela ABIMO, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) foi formado por cinquenta empresas entre o hall principal.

As empresas participantes preveem aproximadamente 10 milhões de dólares em negócios oriundos da edição desse ano da MEDICA, provenientes de mais de 2.400 contatos. “São números bastante expressivos, mesmo diante de um cenário econômico interno não muito satisfatório. As empresas têm aproveitado este momento interno para investir na exportação”, diz a coordenadora de promoção comercial da ABIMO, Laísa França.

O diretor administrativo da Lupetec, empresa que desenvolve equipamentos para laboratórios de anatomia patológica, Caio Cesar Martins, conta que a empresa pretende realizar, no mínimo, o dobro de contatos em relação aos obtidos na edição anterior, devido a essa segmentação, da qual participam pela primeira vez: “Tivemos boa indicação de empresas do setor que expõem no hall de laboratórios”, diz. Essa é a segunda participação da empresa na MEDICA, cujo intuito é de desenvolver os mercados da Europa, do Oriente Médio e da África.

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A MEDICA também foi muito promissora para a Sismatec, gerando muitos contatos com boas perspectivas: “Nossas expectativas foram atendidas e superadas”, conta Vanessa M. Corrêa, supervisora comercial da empresa. “Não concretizamos negócios durante a feira, mas os mercados que nos pareceram mais promissores durante as reuniões foram das Filipinas, da Indonésia, do Paquistão, da Romênia e da França.” Ela explica que Paquistão e Indonésia são mercados já consolidados para a empresa. Já nas Filipinas e na França (mercados 100% novos), a intenção é alcançar novos clientes. “A França nos trouxe muitas perspectivas, as negociações estão adiantadas e acho que vamos concretizar ainda neste mês de novembro”, comemora. “Participamos pelo pavilhão brasileiro e como sempre com grande visibilidade. Futuramente estudamos a participação com stand próprio visando participar de forma ainda mais presente nesse evento tão importante.”

“A expectativa maior foi atendida – de expor e contatar novos potenciais clientes e parceiros para nossos serviços especializados de telemedicina”, conta Leonardo Melo, diretor executivo da Diagnext.com. A empresa oferece um serviço

especializado na transmissão de dados médicos através de ambientes hostis de comunicação, utilizando-se de tecnologias de desenvolvimento próprio para big data, tendo sido finalista do Prêmio Inova Saúde 2015, promovido pela ABIMO.

“A entidade está de parabéns quanto à organização do evento. O processo foi perfeito em nossa opinião”, disse, ressaltando eloquentes elogios a toda a equipe da entidade.

Outra empresa que teve suas expectativas superadas foi a Cbemed. Segundo o gerente de Comércio Exterior, Eder Gatti, a Feira deste ano foi melhor que a de 2014: “Estamos iniciando as exportações para países da Europa e já temos negócios com as Filipinas desde 2013”, diz. “Esperamos dar seguimento e concretizar os negócios e contatos iniciados.”

Dentre os grandes eventos do setor, a MEDICA é a feira que reúne as grandes novidades do segmento. E, ainda que para muitas empresas seja um território já explorado, algumas associadas à ABIMO a veem como um mercado em expansão. É o caso da empresa GMI, empresa que está a um passo de iniciar as suas exportações, visto que em trinta dias receberá o

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Excelente feira, com público realmente sério e interessado.”

Lucas Vicente, Atrasorb

“Superou as expectativas tanto em relação a contatos de

negócios como com fornecedores e busca de novas ideias.”

Paulo Sirum, Timpel SA

“Foi uma grade oportunidade de aproximação junto a mercados

em potencial desenvolvimento.”Cristina Santiago, BMR Medical

“Com a defasagem cambial, nossos produtos ficaram

atraentes. Para a Exxomed, esta é a feira de maior retorno de

contatos e expectativas futuras.”Exxomed

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MEDICA 2015

STANDS INDEPENDENTES

Algumas empresas também tiveram stands no hall de laboratórios e de ortopedia. Segundo a gerente de projetos da ABIMO, Clara Porto, essa segmentação acontece no Hall 3 desde 2013 e no Hall 4 desde o ano passado. “Dessa forma, os resultados são melhores, pois os visitantes desses halls são focados no tipo de produto que essas empresas estão oferecendo e isso impacta diretamente no potencial de negócios”, explica.

A Magnamed, empresa do mercado de ventilação pulmonar e anestesia, espera aumentar em 20% os seus resultados estando no Hall 11. Segundo Wataru Ueda, fundador e CEO da Magnamed, a empresa conseguiu estabelecer contato e trocar experiências com pessoas de todos os continentes. “Criamos boas perspectivas de negócios para o próximo ano e pudemos ouvir sobre as expectativas do público para o segmento em que atuamos.”

Durante os três dias de feira, a empresa apresentou todo o seu portfólio de produtos de ventilação para transporte e UTI. O gerente comercial, Evandro Melo, conta que a Magnamed possui um funcionário direto na índia e na Turquia e com isso realmente vão conquistando, passo a passo, alguns negócios importantes. “Nossa participação foi um sucesso e as expectativas, plenamente atendidas”, diz.

certificado CE dos produtos. “Essa foi nossa terceira participação consecutiva na MEDICA e, sem dúvidas, a Feira tem impulsionado nossa evolução”, conta o gerente de Marketing e Negócios da empresa, Gabriel Pizzingrilli.

E a empresa leva da MEDICA inúmeras perspectivas de negócios e grandes parcerias em Portugal, na Espanha, na Itália, na Noruega, na Turquia, na China, na índia e em Hong Kong.

Guilherme Guedes, gerente de exportações da Olidef, conta que neste ano a equipe presente na Alemanha conseguiu agregar grandes parcerias à empresa: “Todos os anos fidelizamos ainda mais nossos distribuidores e este ano conseguimos uma grande parceria com dois mercados-chave para a empresa: Malásia e Jordânia”, conta. “Conseguimos prospectar negócios nesses países com a ajuda de um gerente regional para a área. Esse trabalho começou no início do ano e concretizamos agora com uma enorme venda na Jordânia.” Ele não deixou de ressaltar o novo layout do pavilhão brasileiro, que segue as novas diretrizes da Apex-Brasil: “Ficou espetacular!”

‘‘ Temos muito orgulho de levar tecnologia brasileira para a maior vitrine do mundo da área médica. É a oportunidade de mostrar equipamentos de qualidade que atendem às necessidades dos pacientes.”Tatsuo Suzuki, Magnamed

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EVENTOS PARALELOS

Os visitantes da feira ficaram impressionados com o que viram em Düsseldorf; não apenas com as inúmeras inovações apresentadas pelos expositores, mas também com o que ouviram nas palestras e apresentações que estavam sendo realizadas concomitantemente à feira.

Sendo a feira líder para fornecedores da indústria de tecnologia médica e sendo realizada pela primeira vez durante o curso de quatro dias, o COMPAMED ocorreu em conexão com a MEDICA. Um número recorde de 779 expositores apresentou soluções e serviços de tecnologia para toda a cadeia de fornecimento de tecnologia médica para os 18.800 visitantes especializados. A ABIMO participou de um Fórum promovido pela IVAM (Associação Internacional de Micro e Nanotecnologia) para discutir as relações bilaterais entre Brasil e Alemanha na área médica.

Já conhecida internacionalmente, esta foi a quinta vez consecutiva que participou da Feira com stand próprio, no pavilhão 11. Antes disso, a Fanem marcou por 10 anos presença no evento no pavilhão brasileiro Brazilian Health Devices. A participação visa especialmente à exposição da marca da empresa ao mercado externo. “Além disso, trata-se de uma oportunidade única de nos relacionarmos com nossos clientes e representantes internacionais de todo o mundo, que na ocasião estão reunidos em um só local. Por conta disso, podemos dizer que as expectativas foram atendidas”, explica o diretor executivo, Djalma Luiz Rodrigues.

Durante a MEDICA, a equipe da Fanem deu prosseguimento a algumas negociações que já haviam sido iniciadas e espera o fechamento de alguns negócios futuros principalmente em alguns dos países da África e do Oriente Médio.

‘‘ Trata-se de uma oportunidade única de nos relacionarmos com nossos clientes e representantes internacionais de todo o mundo, que na ocasião estão reunidos em um só local. Por conta disso, podemos dizer que as expectativas foram atendidas.”Djalma Luiz Rodrigues, Fanem

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O painel contou com a participação do gestor do projeto Brazilian Health Devices na Apex-Brasil, Gabriel Isaacsson, do superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e da gerente de exportação da empresa HP Bio, Flávia Rodrigues Carvalho.

Em sua fala durante o Fórum, Fraccaro disse que o Brasil vem se preparando para ser cada vez mais exportador. “O fórum também serviu para entendermos mais sobre a regulamentação que as empresas brasileiras interessadas em exportar para a Alemanha devem cumprir”, conta.

“A nossa participação no fórum foi muito interessante para a história da empresa, pois, após dez anos de presença na Feira MEDICA, podemos perceber os resultados do mercado alemão conquistado”, ressaltou a gerente de exportação da empresa HP Bio, Flávia Rodrigues Carvalho. “Depois de muito trabalho, de muita adequação de produto, de certificações e de procura do certificador correto, é muito gratificante poder mostrar para o mundo inteiro que fomos bem-sucedidos.”

MEDICA 2015

BRASIL E ALEMANHA

Além das empresas associadas ao Projeto Brazilian Health Devices, o pavilhão brasileiro contou com o stand da Hospitalar Feira + Fórum, local que serviu de base para que os representantes de empresas e instituições integrantes do Programa Cluster de Tecnologias para Saúde do Rio Grande do Sul pudessem receber seus convidados e prospectar novos negócios com empresas daquele país.

O objetivo dessa missão internacional era divulgar os programas que o Cluster está desenvolvendo no Brasil e ampliar a parceria com o Medical Valley alemão, que reúne mais de 500 empresas, desde companhias de grande porte até startups, além de 16 universidades e outras 40 instituições de saúde. “Oferecemos nosso stand como ponto de apoio para a missão empresarial do Programa Cluster de Tecnologias para Saúde do Rio Grande do Sul”, conta a presidente da Hospitalar, Waleska Santos.

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HAPPY HOUR BRASILEIRO É SUCESSO

Desde 2011, quando teve sua primeira edição, o já tradicional Brazilian Happy Hour é uma das ações mais esperadas dentro do pavilhão brasileiro na MEDICA.

O Brazilian Health Devices aposta nessa ação como estratégia de negócios e relacionamento, apresentando comidas e bebidas típicas do Brasil ao público internacional, além de música brasileira ao vivo: “Dessa forma buscamos proporcionar um ambiente descontraído para que as empresas participantes possam fazer networking e estreitar o relacionamento com seus clientes internacionais”, explica a gerente de projetos da ABIMO, Clara Porto.

Gabriel Isaacsson, gestor de projetos da Apex-Brasil, diz que é importante destacar a constante busca da Agência pela valorização de ações inovadoras, que busquem resultados concretos em termos

de fechamento de negócios e projeção de uma imagem positiva para as indústrias brasileiras. “O happy hour brasileiro na MEDICA é um exemplo concreto deste tipo de ação. Em poucas horas, mas com um planejamento cuidadoso, ele obteve um êxito impressionante no que se propôs.”

Mesmo com outros eventos de relacionamento ocorrendo em paralelo, o público aumenta a cada ano. Cerca de 400 pessoas estiveram no pavilhão brasileiro durante a ação.

AGENDE-SE!

ANO QUE VEM A MEDICA ACONTECERÁ ENTRE OS DIAS 14 E 17 DE NOVEMBRO!

“Mais uma vez a Hospitalar atua como plataforma de divulgação da tecnologia e da indústria da cadeia da saúde do Brasil para o mundo”, coloca Viviane Silva, gerente de Marketing da Hospitalar.

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RENOVAÇÃO APEX

Na contramão da queda na balança comercial da saúde verificada no ano passado, as empresas apoiadas pelo projeto Brazilian Health Devices tiveram resultados melhores que a indústria nacional como um todo. As 160 empresas integrantes do projeto registraram, no primeiro semestre de 2015, crescimento de 24,8% em suas exportações, em comparação com os 0,2% das empresas não apoiadas, incluídas nessa conta as multinacionais que utilizam o Brasil como base exportadora. Ainda melhores são os resultados das empresas da indústria odontológica, que reverteram o deficit de US$ 14 milhões registrado em 2013 com um expressivo superavit de mais de US$ 13 milhões em 2014, devolvendo à odontologia a condição de setor superavitário nas exportações do segmento de saúde.

Bem-vinDo Ao projeto BrAziliAn HeAltH Devices 2015-2017

TRABALHO DO PROJETO DA ABIMO, EM PARCERIA COM A APEX-BRASIL CONTINUA NO PRóXIMO BIêNIO, COM NOVIDADES.

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Os mercados-alvo prioritários para os próximos dois anos de atuação do Projeto dentro dos subsetores de equipamentos médico-hospitalares, implantes e próteses, materiais de consumo, laboratório e radiologia são: Angola, Chile, Espanha, Estados Unidos, índia, México, Rússia e Turquia, enquanto os secundários são Arábia Saudita, Colômbia, Emirados Árabes, Equador, Irã e Peru.

Para o subsetor de odontologia: China, Emirados Árabes, Estados Unidos, índia, Irã, México, Rússia e Turquia. Os países secundários são Arábia Saudita, Chile, Colômbia, Costa Rica, Japão e Polônia.

CALENDÁRIO DE AÇõES

As missões prospectivas e comerciais que promovem rodadas de negócios em mercados específicos devem ocorrer em 2016 no Japão, na China, na Costa Rica e na Colômbia. Em 2017, as empresas desembarcam na Arábia Saudita e no Irã.

Para os próximos dois anos de Projeto, também está previsto continuar as ações de inteligência de mercado personalizadas de acordo com a necessidade de cada indústria associada com a relação entre produtos, países, exigências específicas, entre outros itens; além de estarem agendados seminários sobre temas diversos da exportação.

Com a celebração desse novo convênio, a ABIMO e a Apex-Brasil assumem mais um compromisso desafiador: alavancar o setor de tecnologias assistivas e reabilitação, segmento que sempre esteve voltado às demandas do mercado interno e que agora investe vigor e competência na conquista do mercado internacional.

As exportações crescentes desses produtos chamaram a atenção do projeto BHD, demonstrando grande potencial de expansão. Com isso, foram incluídas participações em três novas feiras anuais nos Estados Unidos, na Alemanha e numa feira itinerante na Europa: ABILITIES EXPO, REHACARE e EFORT, respectivamente.

“Além de ser um setor que promove bem-estar e qualidade de vida para os pacientes, foi identificado que a indústria brasileira é uma das maiores produtoras nesse setor, que é de grande demanda internacional”, explica a gerente de projetos da ABIMO, Clara Porto. “Existe um grande potencial de negócios nesse setor, principalmente para cadeiras de rodas e produtos auriculares.”

O BHD mantém sua participação com o pavilhão brasileiro tanto no setor médico-hospitalar quanto no odontológico, nas já consagradas maiores feiras do mundo: CDS em Chicago e FIME em Miami, ambas nos Estados Unidos; na Alemanha, as tradicionais IDS em Colônia e a MEDICA em Düsseldorf; e a AFRICA HEALTH em Johannesburgo, na África do Sul. Também não ficam de fora a ARAB HEALTH e a AEEDC.

Novas feiras também foram incluídas no calendário de ações: a MEDIC WEST AFRICA em Lagos, na Nigéria, que ocorre no mês de outubro, e a zDRAVOOKHRANENIYE, em dezembro, na cidade de Moscou, na Rússia, da qual o projeto deve participar somente em 2017. Chegando ao outro lado do mundo, as empresas odontológicas do Projeto estarão, em abril de 2016, na IDEM, em Cingapura, e em junho de 2017 na SINO DENTAL, em Pequim, na China.

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RENOVAÇÃO APEX

BHD TEM MAIS DE 60% DE AUMENTO EM APORTE

Na manhã do dia 23 de outubro, a Apex-Brasil renovou seu convênio com a ABIMO para mais um biênio de trabalho em prol da promoção comercial de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. Além do Brazilian Health Devices, outros cinco projetos foram renovados.

Segundo a Apex-Brasil, os seis projetos renovados exportaram mais de US$ 640 milhões em 2014; isso equivale a US$ 21 de retorno para cada real investido. A assinatura, que aconteceu no hotel WTC, implicou o estabelecimento de novos valores, planos de ações, metas e projeção de resultados que devem contribuir para o aumento das exportações brasileiras. A meta para os seis projetos é superar o patamar de US$ 776 milhões em exportações em 2016, um aumento de pouco mais de 20% em dois anos. O aporte ao projeto da ABIMO teve um aumento de mais de 60%. “Esse aumento demonstra para a ABIMO o quanto o setor da saúde tem alto valor agregado e o quanto ele é imprescindível para o desenvolvimento tecnológico do país, o aumento das exportações e a melhoria da balança comercial brasileira”, comenta a gerente de projetos da entidade, Clara Porto.

“Nesses quase 15 anos de parceria, o projeto Brazilian Health Devices teve a grande competência de conduzir a presença da indústria brasileira de produtos para a saúde junto a mais de 180 países por meio de ações constantes e minuciosamente planejadas, as quais tornaram os nossos equipamentos uma opção com qualidade e preço justo, competindo em mercados com os mais altos padrões de exigência”, discursou o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla.

O presidente da Apex-Brasil, David Barioni, afirmou em seu discurso que a renovação de convênios com essas entidades aconteceu em um ótimo momento, afinal, os projetos setoriais visam precisamente à promoção da indústria brasileira no mercado internacional e ao acesso aos mercados em perfeita harmonia com o Plano Nacional de Exportação. “Os mercados em que as empresas estão atuando são aqueles que o Brasil elencou dentre os 32 países do plano Nacional de Exportações, o que é muito importante porque, dada a escassez de recursos, é sempre termos um foco, e a principal maneira de honrar nossos recursos é não desperdiçarmos as oportunidades.”

Nesses quase 15 anos de parceria, o projeto

Brazilian Health Devices teve a grande

competência de conduzir a presença da indústria brasileira de produtos

para a saúde junto a mais de 180 países por meio

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‘‘Os mercados em que as empresas estão

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o que é muito importante porque, dada a escassez de recursos, é sempre

termos um foco e não desperdiçarmos as

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Franco Pallamolla (ao centro), com David Barioni (à direita) e representantes de outras cinco entidades

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ARTIGO

grandes desafios na avaliação de equipamentos, materiais e dispositivos de uso médico, odontológico e laboratorial é a escassez de publicações sobre o tema e a ausência de evidências científicas de qualidade que tratem da avaliação e gestão durante todo o ciclo de vida dessas tecnologias. A isso se soma o fato de que, de um total de quase 200 pedidos de incorporação feitos até setembro de 2015, cerca de 40% foram indeferidos por não conformidade formal da documentação.

Nesse sentido, diante das particularidades do processo de incorporação de produtos de saúde no SUS, entende-se que as empresas devem ter uma atenção redobrada com relação a etapas e procedimentos previstos na legislação, notadamente na preparação do protocolo do requerimento de incorporação com vistas ao impacto do produto oferecido no orçamento do SUS, possibilitando a avaliação da conveniência e oportunidade do pedido de incorporação da nova tecnologia, além da adequação do pedido aos critérios de eficácia, eficiência e efetividade do produto às necessidades de saúde, bem como aos parâmetros baseados na relação custo-efetividade da incorporação tecnológica.

Por fim, se faz necessário acompanhar o requerimento em todas as suas etapas, possibilitando o atendimento de eventuais pedidos de informações complementares, de forma a tornar mais céleres e qualificados os pedidos sob apreciação da Conitec.

DESAFIOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE INCORPORAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE SAúDE

Desde 2011, a incorporação de novas tecnologias ao SUS (Sistema único de Saúde) se tornou atribuição do Ministério da Saúde, assessorado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), em razão do advento da Lei nº 12.401/2011. Com o objetivo de assessorar o Ministério da Saúde, a Conitec se vale das rotinas de ATS (Avaliação de Tecnologias em Saúde), uma vez que as tecnologias incorporadas devem demonstrar segurança, eficácia, evidenciar claro benefício clínico, além de atender ao paradigma do custo-efetividade, bem como serem aplicáveis ao contexto do país e sustentáveis em longo prazo.

Mas, além de fornecer aportes técnicos de relevância estratégica para subsidiar as decisões dos gestores, a Conitec foi incumbida de promover a celeridade processual, além de promover a transparência e maior participação social nas demandas de incorporação de novas tecnologias em saúde. Por esse motivo, foi editado o Decreto nº 7.646, de 21 de dezembro de 2011, que estabelece o processo administrativo específico para incorporação, exclusão e alteração de tecnologias em saúde no SUS.

Ocorre que, conforme estudo produzido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), um dos

De um total de quase 200 pedidos de incorporação feitos até setembro de 2015, cerca de 40% foram indeferidos por não conformidade formal da documentação.”‘‘

Rodolfo Tamanaha e Anderson Arruda são sócios do ATC Advogados, escritório especializado em direito público e empresarial.C

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Organização Mundial da Saúde. Clinical Evidence for Medical Devices: Regulatory Processes Focusing on Europe and the United States of America; 2010.

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previsão é fechar 2015 com aproximadamente

MERCADO-ALVO: IRÃ

Clara Porto, gerente de Projetos da ABIMO

us$ 2 milHões exportADos

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O Irã, oficialmente chamado de República Islâmica do Irã e anteriormente conhecido como Pérsia, é um país localizado na Ásia Ocidental, fronteiriço de países como Armênia, Cazaquistão, Rússia, Afeganistão, Paquistão, Iraque e Turquia.

Composto por uma área de 1,7 milhão de quilômetros quadrados, é a segunda maior nação do Oriente Médio e a 18ª maior do mundo, com mais de 78 milhões de habitantes (17º país mais populoso do mundo). Trata-se do lar de uma das civilizações mais antigas do mundo.

País geograficamente diverso, mas principalmente montanhoso, o Irã sempre teve importância geopolítica significativa devido à sua localização, no cruzamento entre o sul, o centro e o ocidente da Ásia. Teerã é a sua capital e a maior cidade, servindo como o centro cultural, financeiro e industrial da nação.

Apesar de ser uma potência média e de exercer grande influência na segurança energética internacional, bem como na economia mundial por causa das suas grandes reservas de combustíveis fósseis (que incluem a maior oferta de gás natural do mundo e a quarta maior reserva comprovada de petróleo), o Irã vinha enfrentando sanções impostas por países como os Estados Unidos desde a Revolução de 1979, mas, depois que o presidente Ahmadinejad reiniciou o programa nuclear do país, a ONU aprovou um pacote que impôs novas barreiras, a cada ano, desde de 2006.

Em julho de 2012, a União Europeia baniu a compra e o transporte de petróleo bruto iraniano, colocando fim a um acordo comercial que era responsável por cerca de 20% das exportações petrolíferas do país. Com esse cenário, também em 2012, o FMI (Fundo Monetário Internacional) confirmou que o país entrou em recessão econômica pela primeira vez nas últimas duas décadas.

MISSÃO EMPRESARIAL

No ano de 2015, depois de o cenário internacional arrefecer as barreiras comerciais impostas ao Irã e de a presidente Dilma Rousseff sinalizar uma reaproximação com o país do Oriente Médio, o MDIC e a Apex-Brasil realizaram, entre 25 e 29 de outubro, uma missão empresarial ao país.

A agenda da missão incluiu seminários sobre oportunidades de comércio bilateral em ambos os países, visitas técnicas e encontros de negócios. A missão contou com a participação de 19 empresas, 11 das quais já exportam para o Irã.

O coordenador de Projetos Setoriais da Apex-Brasil, Igor Brandão, considera que a delegação brasileira superou a expectativa prévia em relação à missão. No que tange ao cenário, ele destaca as conversas estabelecidas entre o MDIC e autoridades iranianas sobre oportunidades concretas de cooperação e facilitação do comércio após a queda das sanções. No tocante a negócios, 40 representantes de diversos setores e empresas brasileiros tiveram contatos com potenciais parceiros iranianos e puderam estudar vários aspectos sobre o ambiente de negócios do país. Como resultado, a missão tem expectativa de gerar US$ 30 milhões.

“Destaco a abertura e disposição dos iranianos para tratar de negócios com os brasileiros. Percebemos que o nosso país tem uma imagem muito positiva entre os empresários do Irã e somos vistos como bons parceiros, em potencial, inclusive

Percebemos que o nosso país tem uma imagem muito positiva entre os empresários do Irã e somos vistos como bons parceiros, em potencial, inclusive para questões que envolvam desenvolvimento tecnológico conjunto ou transferência de tecnologia.”Igor Brandão, Apex-Brasil

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MERCADO-ALVO: IRÃ

para questões que envolvam desenvolvimento tecnológico conjunto ou transferência de tecnologia”, analisa Brandão. Ele complementa que, devido ao embargo, o Irã experimentou dificuldades de atualização tecnológica em algumas áreas. “Como exemplo, temos a área da saúde, em que há uma expectativa de mais investimentos privados, na medida em que avancem as negociações do novo acordo nuclear”, indica ele.

Representando um dos setores prioritários na missão, a gerente de projetos Clara Porto fez parte da comitiva brasileira, que contou ainda com representantes dos setores de equipamentos médicos fármacos e farmoquímicos; máquinas e equipamentos; autopeças; alimentos, proteína animal e frutas; tecnologia da informação; plásticos; vidros; cana-de-açúcar e derivados; infraestrutura e indústria de base; e implementos rodoviários. As oportunidades do mercado iraniano haviam sido identificadas em estudo realizado pela Apex-Brasil no início de 2015 e foram corroboradas pelo mapa de oportunidades construído pela Agência para subsidiar o PNE.

Durante a missão, as principais oportunidades identificadas pela ABIMO foram no segmento odontológico, visto que há poucos fabricantes iranianos no setor, que atualmente importa bastante da China, Coreia e Suíça, segundo a Iranian Dental Union. Também há oportunidades para o setor médico-hospitalar, pois o Irã fabrica apenas cerca de 50% de sua demanda interna, de acordo com a Association of Medical, Dental and Lab Equipment Manufacturers (contraparte iraniana da ABIMO). “Para laboratórios, o cenário pode ser bastante promissor também”, acrescenta Clara.

Durante a missão, a ABIMO teve a oportunidade de apresentar para mais de 100 iranianos presentes no evento as oportunidades de cooperação com a indústria brasileira de produtos médico-hospitalares e odontológicos, além dos principais produtos exportados atualmente para o Irã. “Recebemos várias demandas depois do evento e esperamos que, após a queda das sanções, as empresas brasileiras aumentem suas exportações para esse destino”, comemora a gerente de projetos da entidade. Segundo Clara, a previsão é fechar 2015 com aproximadamente US$ 2 milhões exportados para o Irã, somente contabilizando as empresas participantes do projeto, que já são responsáveis por mais de 80% de tudo o que é exportado ao Irã no setor de produtos para saúde.

Mercado-alvo do projeto, o país foi largamente estudado pelo departamento de inteligência da ABIMO antes de ser sugerido como prioritário para as empresas exportadoras pela primeira vez em 14 anos. O escopo da fase 2015-2017 do BHD prevê uma missão comercial exclusiva para o país, que deve ocorrer entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017.

A previsão é fechar 2015 com aproximadamente US$ 2 milhões exportados para o Irã, somente contabilizando as empresas participantes do projeto, que já são responsáveis por mais de 80% de tudo o que é exportado ao Irã no setor de produtos para saúde.”Clara Porto, ABIMO

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BALANÇA COMERCIAL

Em 2014, o Brasil exportou US$ 1,4 bilhão para o Irã e importou US$ 5 milhões. O Irã foi o 35º destino das exportações brasileiras e a 108ª origem das importações. No período, a pauta dessas exportações foi composta majoritariamente por produtos básicos (89,9%), seguidos dos semimanufaturados (9,1%) e dos manufaturados (1%). Principais produtos da pauta: milho em grãos (60,9%), carne bovina (19%), farelo de soja (7,1%), açúcar bruto (6,7%), entre outros.

Já as importações de produtos iranianos são compostas por 51,2% de básicos, 47,3% de manufaturados e 1,5% de semimanufaturados. Destaques: uvas (31,6%), polímeros plásticos (29%) e objetos de vidro para uso doméstico (7,6%).

No ano de 2014, 98 empresas brasileiras realizaram exportações para o Irã e 55 empresas brasileiras importaram produtos do país do Oriente Médio.

Na comparação entre o primeiro semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, o Irã foi o segundo país entre os 32 mercados prioritários do PNE (Plano Nacional de Exportações) que mais cresceu, registrando 28,6% de aumento nos valores exportados, passando de US$ 599 milhões para US$ 760 milhões.

“Não há razão para pensar que a pauta de exportação brasileira para o Irã não pode ir além dos produtos primários. Temos um excelente exemplo da área de equipamentos médicos e já mapeamos oportunidades para vários outros setores”, afirma o presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto.

Falando de empresas do projeto BHD, os dados levantados pela ABIMO ratificam a promessa de bons negócios: o Irã é o 19º destino das exportações dos membros do projeto, dentro de um universo de 129 países. No período que vai de janeiro a setembro de 2015, houve um aumento de 40,9% em relação às exportações do mesmo período de 2014. (Veja mais no infográfico.)

CARACTERíSTICAS PARA EXPORTAÇÃO

Em todas as reuniões realizadas no Irã, ficou bastante claro para a comitiva que a maioria dos distribuidores exige contratos de exclusividade de distribuição dos produtos. “Essa é uma característica cultural do país, que preza por relações de confiança e ganho mútuo”, acredita a gerente de projetos, Clara Porto. No Irã, é essencial que os produtos sejam registrados junto ao Ministério da Saúde, através da IMED (Iran Medical Equipment Department, um departamento do IFDO – Iran Food and Drug Organization). Os produtos são categorizados em classe A, B, C ou D, sendo a classe D a de maior risco.

As exigências regulatórias variam de acordo com a classe de risco e o tipo de produto. Em alguns casos, é exigido que as empresas comprovem registro no FDA (agência regulatória dos EUA). Essas mudanças na legislação para regulação sanitária ainda são recentes, porém já estão sendo exigidas pelo Ministério da Saúde do Irã.

Importante destacar também que desde 2007 existe uma lei de patentes e marcas no Irã, que é condizente com a WIPO (World Intellectual Property Organization). Consultorias de acesso ao mercado recomendam que empresas com produtos de alto valor agregado façam o registro da marca e da patente no mercado iraniano.

Os portos no Irã são responsáveis por mais de 90% de todo o comércio exterior do país. Dos 187 portos da costa sul-iraniana, 43 são usados para a importação e exportação de mercadorias. Entre eles, o porto do Irã, o porto “Bandar Abbas” recebe a maioria das importações.

O Irã conta com dez aeroportos internacionais: Imam Khomeini e Mehrabad em Teerã e outros oito em Mashhad, Tabriz, Isfahan, Rasht, Tabriz, Arak, Kish Island e Qeshm Island. Todos esses aeroportos oferecem serviços de transporte internacional de mercadorias.

MERCADO-ALVO: IRÃ

Na comparação entre o primeiro semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, o Irã foi o segundo país entre os 32 mercados prioritários do Plano Nacional de Exportações que mais cresceu, registrando 28,6% de aumento nos valores exportados, passando de US$ 599 milhões para US$ 760 milhões.”David Barioni Neto, Apex-Brasil

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ARTIGO

teremos poucas ofertas de vagas de emprego. Logo, o espaço será apenas para os mais preparados e flexíveis em negociar e até mesmo em ganhar menos.

É sabido que sem planejamento não há sucesso, mas infelizmente esse não é o forte de nossa cultura. Muitas pequenas e médias empresas quebram nessas épocas de “crise” por falta de planejamento e investimento de médio a longo prazo. Nenhuma empresa se mantém perene com sucesso e saúde financeira sem investimento e planejamento.

Portanto, para 2016, não pense no trabalho dentro da organização só no aqui e agora. Aos poucos, com paciência, realizando as mudanças culturais e construindo estratégias sólidas, as empresas serão presenteadas por uma cultura engajadora e participativa, lideranças fortes e decisórias, ações planejadas e resultados mensuráveis.

sem plAnejAmento, só nos restA gerir A crise

A tal da “crise” tem nos incomodado muito. Mas o que poucos sabem é que, antes de ser algo real e de impacto macro, ela se inicia de forma micro e se instala como se fosse um vírus. Tudo começa de forma mental e vai tomando proporções cada vez maiores na rotina de todos. Por isso fica muito complexo administrar algo que todos estão vivendo e falando intensamente.

Mas claro que, passando pelo modelo mental, ela vai se instalando no comportamento das

Nenhuma empresa se mantém perene com sucesso e saúde financeira sem investimento e planejamento em três pilares fundamentais: tecnologia, processos e pessoas.”‘‘

PAULO PAIVA é palestrante, psicanalista, e coach. Especialista em gestão de pessoas, Paulo impulsiona as pessoas a alcançar resultados em suas carreiras, trabalhar em equipe, vencer desafios e solucionar problemas, tornando-as melhores a cada dia e compreendendo o seu verdadeiro papel diante do universo. www.paulopaivapalestrante.com.br

pessoas, pela insegurança, pela forma de já aceitarem que estão vivendo uma crise, e a realidade começa ser ampliada.

Por isso o cenário para 2016 deverá ser de atenção. É simples, mas ajustes deverão ser feitos em todos os sentidos. Sabemos que

INFELIzMENTE O ATO DE PLANEJAR NÃO É O FORTE DE NOSSA CULTURA. E ISSO É MUITO GRAVE PARA O CRESCIMENTO DE QUALQUER NEGóCIO, QUIÇÁ PARA A SUSTENTABILIDADE DE UM PAíS.

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Inscrições abertas!

Novidade:Premiação de R$50 mil

para o vencedor de cada setor: Médico-Hospitalar e Odontológico

Prêmio Inova Saúde 2016

Inscreva-se já no site www.abimo.org.br/premioinovasaude

Mais informações:E-mail: [email protected]: (11) 3285 0155