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A reforma da ONU e o futuro do multilateralismo Prof. Dr. André Luiz Reis da Silva UFRGS

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A reforma da ONU e o futuro do multilateralismo

Prof. Dr. André Luiz Reis da Silva

UFRGS

Crise do multilateralismo? • A política externa brasileira diante da crise

multilateral • Anos 2000 – ascensão dos “emergentes”: países

intermediários, com multiplas possibilidades. • O Brasil como potência emergente – utilização de

mecanismos múltiplos e flexíveis para inserção internacional: multilateralismo, bilateralismo, regionalismo, grupos de geometria variável.

• Questionamento das instituições multilaterais tradicionais

• Uso intenso de geometria variável, articulado com parcerias estratégicas

• Ordem de Redes (Flemes e Saraiva)

Grupos de “Geometria Variável”

Resultados...

• Bloqueio de agendas das grandes potências

• Emergentes não conseguiram colocar outra ordem no lugar

• Resultados: impasse, esvaziamento

• CNSU, ONU, OMC, Meio Ambiente...

• Regimes internacionais desgastados

• ONU reflexo deste impasse em um contexto de “polaridades indefinidas”

Posição brasileira sobre CSNU

• Necessidade da Reforma no CSNU, que está anacrônico

• O Brasil está pronto para contribuir

• O Brasil tem as credenciais necessárias

• O Brasil é um país representativo da América Latina

• A mudança no Conselho de Segurança reflete a multipolaridade

Participação do Brasil no Conselho Segurança

• Participação do Brasil no Conselho de Segurança • 1946-1947 • 1951-1952 • 1954-1955 • 1963-1964 • 1967-1968 • 1988-1989 • 1993-1994 • 1998-1999 • 2004-2005 • 2010-2011 • ?

Propostas de reforma em disputa

• Painel de Alto nível

• Modelo A e Modelo B..

• Modelo A - propõe 6 novos assentos permanentes sem direito a veto e 3 novos não-permanentes

• Modelo B - prevê 8 assentos em nova categoria de membros (com mandato de quatro anos renováveis) e mais um membro na atual categoria não-permanente.

Ativos brasileiros

• - Inquestionável atuação diplomática para resolução de conflitos e construção de consensos.

• - Peso econômico e diplomático • - Ativismo do G4 - Índia, Brasil, Alemanha e Japão • - Questão do Hard Power. De fato, o Brasil tem

proporcionalmente uma capacidade militar baixa em relação à sua economia. Mas não se usa armas nucleares em missões de paz...

• - Brasil colecionou uma série de apoios, tanto de grandes potências, como de emergentes e países menores.

Dificuldades para o Brasil

• - apoio regional (de representante a representativo..): concorrência?

• - Unidos pelo Consenso • - China contra a ampliação. • - Estados Unidos: só se manifesta favorável ao Japão e

Índia. • - Africanos defendem uma reforma mais radical. • - baixo hard Power. Soft Power comprometido • - retração da participação brasileira nos fóruns multilaterais • - “Retraimento diplomático” – Desde 2011 – acelerado a

partir de 2016, pelo menos no seu aspecto de diplomacia presidencial

As contradições do poder de veto

• A grande questão é o poder de veto, que precisa ser atualizado.

• O impasse do poder de veto é reflexo direto das contradições do sistema internacional e de suas mudanças sistêmicas desde o fim da Guerra Fria.

• A configuração do poder de veto deverá evitar um CS improdutivo (Se for concentrado) ou esvaziado (se for difundido).

Considerações finais • - À primeira vista, o cenário multilateral atual não é

propício para reforma no Conselho de Segurança. Mas existem algumas variáveis a serem ponderadas.

• - Novo Secretário Geral se comprometeu com a reforma • - Intenso processo negociador desde 2005 (vários grupos e

coalizões) tem como denominador comum que a reforma é necessária.

• - Em qualquer cenário de ampliação do Conselho de Segurança, dificilmente não entraria o Brasil como membro permanente ou semi- permanente.

• Na América Latina, o Brasil é o país que reúne ainda as melhores credenciais (em termos de apoios, de poder militar e “simbólico” e de contribuições à ONU (exemplo do caso do Haiti).

• - A reforma no Conselho de Segurança será um dos grandes testes de coesão dos BRICS

• - A questão interna do Brasil é que vai fazer a diferença: O Brasil está preparado para contribuir para a construção e manutenção de bens públicos globais? A sociedade brasileira apóia este investimento?

• - Finalmente, a própria política externa: A nossa atual política externa é condizente com uma potência emergente?

• Responsabilidade brasileira com o multilateralismo.

• “o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras”. (ROUSSEFF, AG ONU, 2013)

• “[...] necessitamos de mais diplomacia e negociação – nunca menos. De mais multilateralismo e diálogo – nunca menos. Certamente necessitamos de mais ONU – e de uma ONU que tenha cada vez mais legitimidade e eficácia” (Temer, AG ONU, 2017)

Obrigado!

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• PPG em Estudos Estratégicos Internacionais

• PPG em Ciência Política

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