história da igreja - reforma e contra-reforma

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REFORMA E CONTRA-REFORMA

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Slides criados por Fernando Farrapeira e apresentados em 25/11/2010.

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Page 1: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

REFORMA E CONTRA-REFORMA

Page 2: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

ESQUEMA GERAL DA EXPOSIÇÃO

Crise como vocação

Antecedentes imediatos

A arena do conflito

A rebelião protestante

A reação: Contra-Reforma

REFORMA E CONTRA-REFORMA

Page 3: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

“Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou antes de vós.” [Jo 15,18]

“Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.” [Mt 10,34ss]

Crise como vocação

REFORMA E CONTRA-REFORMA

Page 4: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Antecedentes imediatos

REFORMA E CONTRA-REFORMA

PEDRO VALDO (1140 – 1218), de Lyon

Pregava a pobreza e a simplicidade. Atacava os excessos da corte pontifícia e dogmas católicos como o Purgatório e a transubstanciação.

Seus seguidores, os valdenses (“pobres de Lyon” ou “pobres de Deus”), aderiam à pobreza voluntária, à pregação leiga e à observância estrita da Bíblia, cujo NT foi traduzido para o Franco-Provençal por iniciativa de Valdo.

Suas idéias foram condenadas pelos 3º e 4º Concílios de Latrão (1179 e 1215). Valdo foi excomungado pelo Papa Lúcio III.

Page 5: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Antecedentes imediatos

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOHN WYCLIFF (1329 - 1384), de Yorkshire

Queria a Bíblia traduzida para o inglês (uma motivação nacionalista, já que o povo era analfabeto e o latim era de uso corrente no meio acadêmico).

Defendia que o poder régio também provinha de Deus, logo, os bispos ingleses recebiam sua autoridade do rei, não do Papa (um pré-anglicanismo).

“O cristão não precisa de Roma ou de Avignon, pois Deus está em toda parte... Nosso Papa é Cristo ... A verdadeira autoridade emana da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo”.

Page 6: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Antecedentes imediatos

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOHN WYCLIFF (1329 - 1384), de Yorkshire

Combateu as ordens religiosas (chamava-as de seitas). Na Boêmia, seus ensinamentos colocaram os hussitas contra os monges, fazendo com que os bens dos monastérios caíssem nas mãos dos senhores feudais.

Aceitava uma Igreja sem autoridade visível: líderes naturais, contudo, poderiam surgir aqui ou ali. Rejeitava a transubstanciação, o purgatório, as indulgências e a infabilidade papal.

Foi considerado herético pelo Concílio de Constança (1415 – 1416), que também condenou Hus.

Page 7: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Antecedentes imediatos

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JAN HUS (1369 - 1415), de Husinec

Seguiu a linha de Wycliff, acrescentando o combate ao sacerdócio (“O crente não precisa da mediação sacramental ou eclesial para comunicar-se com Deus”).

Foi considerado herético e condenado pelo Concílio de Constança (1415 – 1416). Morreu na fogueira.

Page 8: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

O cenário do conflito

REFORMA E CONTRA-REFORMA

A ALEMANHA nos tempos de Lutero

Próspera, mas mergulhada numa anarquia política (400 estados)

A figura do Sacro Império era quase formal. O poder dividia-se entre os príncipes e a burguesia

A burguesia, fortificada pela riqueza das cidades, rivalizava com os seus suseranos

Nobreza e clero ricos, povo pobre: pesada carga de impostos, foros, rendas...

Pouca instrução religiosa do povo, geralmente inclinado à superstição

Page 9: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

O cenário do conflito

REFORMA E CONTRA-REFORMA

A ALEMANHA nos tempos de Lutero

Sentimento anti-Roma disseminado na elite, fruto de um nacionalismo germânico

Os bens da Igreja despertavam a cobiça em príncipes e fidalgos arruinados

Após a morte do imperador Maximiliano, assume Carlos V, protagonista do saque a Roma, em 1527

Disseminação de novas idéias por meio de uma imprensa vigorosa

Page 10: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

PRINCIPAIS PROTAGONISTAS

Lutero Calvino

Page 11: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO Nascido em 1483, em Eisleben , onde morreu em 1546.

Graduou-se em teologia na Universidade de Erfurt (1502), onde obteve o grau de mestre (1505).

Após sobreviver a uma tempestade, deixou a universidade e tornou-se monge agostiniano, onde tornou-se sacerdote.

Em 1508, começa a lecionar na Universidade de Wittenberg, onde obtém o doutorado em teologia, em 1512.

Page 12: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1516 e 1517 – Controvérsia das indulgências

Proferiu sermões contra as indulgências e afixa na porta da capela do castelo de Wittenberg, suas 95 teses, para promover um debate sobre o assunto.

Page 13: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1518– Contestação da autoridade do Papa

Em sua luta contra a doutrina das indulgências e do purgatório, contesta a bula Unigenitus, do Papa Clemente VI (1343), que dava suporte à doutrina atacada.

Colocou-se, então, contra o papado, alegando que não fazia parte essencial da Igreja fundada por Cristo , passando a ser considerado um herege.

Lutero pedia a realização de um concílio para discutir o tema.

Page 14: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1519 e 1520 – Afastamento da Igreja

Frustrada a tentativa de Carlos X de resolver a questão amistosamente, Lutero aprofunda a cisão, ao defender que o primado dado por Cristo a Pedro não teria transmitido aos seus sucessores.

Disputa de Leipzig, com Johann Eck.

Com o sucesso de suas idéias, alarga a distância da ortodoxia, fixando um novo conceito de igreja e dos sacramentos (atribuía à Eucaristia o poder de perdoar os pecados, entre outros). A justificação somente pela fé.

Page 15: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1520 – Um caminho sem volta

Protegido pelos príncipes alemães, Lutero abraça idéias antes defendidas por Hus e chama o Papa de anticristo.

Propõe medidas drásticas aos príncipes, como supressão do celibato para os padres, destituição do poder temporal do Papa, o reconhecimento de um governo secular, a abolição das rendas do Papa.

Nova teologia dos sacramentos: transubstanciação sim, sacrifício não; batismo eficaz somente com a fé; crisma, matrimônio e unção dos enfermos não são sacramentos.

Page 16: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1521 – A excomunhão

Expirado o prazo dado pelo Papa para que se retratasse, Lutero queima a bula papal (Exsurge Domini), tendo sido excomungado em 1521.

Ante a Dieta de Worms, teria dito:

“Estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável."

Page 17: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1521 – O exílio no Castelo de Wartburg

Após seu posicionamento ante a Dieta de Worms, Frederico, o Sábio (príncipe-eleitor da Saxônia) providencia o seqüestro de Lutero, para protegê-lo.

Em Wartburg, Lutero traduz a Bíblia para o alemão e elabora os pontos de sua reforma e de sua doutrina (justificação somente pela fé, relativização da confissão, mudança no cânon da missa, retirando o seu caráter imolatório, etc.).

Page 18: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1523 – Abandono do celibato

Casa-se com uma ex-feira cisterciense, Catarina von Bora, reforçando a pregação contrária ao celibato dos padres, movimento crescente entre o clero revoltoso alemão. Constitui família: seis filhos.

O seu casamento com uma religiosa selou definitivamente sua ruptura com a Igreja Católica.

Page 19: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1524 - 1525 – Revolução dos camponeses

Liderados por Münzer, os camponeses rebelaram-se contra os nobres, tendo sido vencidos pelo duqre de Lorena, que ordenou a execução de 20 mil camponeses rendidos.

Lutero escreveu aos príncipes exortando-os a massacrar os revoltosos: “Exterminai, decapitai, que todo aquele que puder, trate de agir!”

Até o fim da vida, Lutero foi atormentado pela idéia de que a revolta foi fomentada por sua pregação.

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A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1524 - 1525 – Revolução dos camponeses

Após a “traição” de Lutero, os camponeses abraçaram a indiferença do cuis regio, eius religio, facilitando a futura imposição da fé luterana aos seus domínios pelos príncipes alemães.

A revolta camponesa levou Lutero a modificar sua visão de igreja, abandonando um modelo anárquico, por outro fundado na ordem visível materializada nos príncipes.

Page 21: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO 1530 – Augsburgo: A Confissão Luterana

Melanchthon redige a Confissão, que fixa os pontos da Reforma, que guarda muitos pontos da fé católica, mas afasta-se quanto ao livre-arbítrio do homem, a desnecessidade das obras para a justificação, o livre exame das sagradas escrituras.

A fé de Augsburgo transtorna a teologia dos sacramentos e submete os estados alemães a uma fé que não é mais a católica.

Page 22: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

MARTINHO LUTERO O ocaso

No fim da vida, torna-se blasfemo, anti-semita e luciferino:

- Sobre o papa: “porco de Satanás”- Sobre o sacerdócio: “imprime o sinal da besta nos padres”- sobre ter celebrado a missa por 15 anos: “seria melhor eu ter-me tornado um rufião”- sobre os judeus: “bestas negras”

Morreu em 1546.

Page 23: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOÃO CALVINO Nascido em Noyon, em 1509 – morto em Genebra, em 1564.

Foi o “Lutero dos franceses”. Se Lutero foi o defensor da liberdade germânica , Calvino seria o precursor de Descartes.

Em 1521, muda-se para Paris, para estudar. Em 1529, atendendo a pedido de seu pai, começa a estudar Direito em Orleans. Em 1532, obtém o doutorado.

Sua conversão à fé protestante: entre 1532 e 1534. Nesse ínterim, ele sai de Paris, fugindo de perseguições a protestantes.

Page 24: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOÃO CALVINO 1524 – Publica a "Psychopannychia, un traité sur le sommeil de l'âme“, uma obra contra a crença da mortalidade da alma, pregada por Lutero. Foi sua primeira obra de cunho religioso.

1534 – Cartazes apócrifos são colados nas ruas contra o caráter sacrificial da missa católica. As autoridades francesas reagem com execuções de heréticos nas fogueiras.

1535 – Olivétan, protestante e primo de Calvino, traduz a Bíblia para o francês, direto do hebraico e do grego.

Page 25: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOÃO CALVINO 1536 - Institutio religionis Christianae. Calvino dirige-se ao rei Francisco I, defendendo a Reforma. Critica a vida religiosa (compara os mosteiros a bordéis) e ataca o rito da missa como idólatra.

Calvino chega em Genebra, no auge da rebelião protestante. Profanação de hóstias, proibição de missas, etc. Participa de debates com católicos, após o que foi acusado de heresia em Berna.

1538 – Calvino deixa Genebra, após conflitos com protestantes locais e refugia-se em Estrasburgo. Lá, fixa os pontos de sua doutrina teológica.

Page 26: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOÃO CALVINO 1540 – Casa-se com uma ex-anabatista, com quem tem 2 filhos.

1541 – Volta a Genebra, onde instaura um regime teocrático., com a criação de um tribunal (Consistório) com o objetivo de julgar as condutas individuais “de acordo com a Palavra de Deus”. A excomunhão é a pena mais grave, que poderia levar à prisão, à tortura, ao banimento e à execução.

Os nomes de batismo somente poderiam ser aqueles presentes na Bíblia. Toda a pompa e o luxo são extirpados.

Page 27: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

JOÃO CALVINO 1542 – Genebra cresce com imigrantes protestantes advindos da França.

1553 – execução de Miguel Servet na fogueira, por heresia, em Genebra.

1555 – Reação contra Calvino em Genebra. Protestantes franceses dominam o Consistório e esmagam a oposição genebrina, capitaneada por Perrin (Enfants de Genève). Prisões e execuções dos revoltosos: cadáveres esquartejados expostos nas ruas de Genebra.

1564 – Morte do heresiarca.

Page 28: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

DESDOBRAMENTOS TRÁGICOS

Imposição do protestantismo em países cujos reinantes aderiram à nova doutrina: estados alemães e escandinavos, partes da Suíça, Países Baixos, etc.

O Anglicanismo (a partir da excomunhão de Henrique VIII, em 1533): fruto do pensamento de Wycliff, ficou posteriormente exposto ao protestantismo calvinista, sob Eduardo VI (1547 – 1533).

Guerras religiosas na França: massacre dos valdenses (1546); o Calvinismo torna-se um partido, na França; Massacre de São Bartolomeu (1572).

Page 29: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A rebelião protestante

REFORMA E CONTRA-REFORMA

DANOS À FÉ

Deus sim, Cristo sim, Igreja não.

A fé sem obras salva.

O livre exame das Escrituras.

A desnecessidade dos sacramentos.

A predestinação dos maus ao Inferno. O determinismo calvinista.

Page 30: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A reação: Contra-Reforma

REFORMA E CONTRA-REFORMA

CONCÍLIO DE TRENTO (1545 a 1563)

Page 31: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A reação: Contra-Reforma

REFORMA E CONTRA-REFORMA

CONCÍLIO DE TRENTO (1545 a 1563)

Convocado pelo Papa Paulo III, para definir os pontos fundamentais da fé católica em face dos erros da Reforma Protestante.

Organizou a vida da Igreja e fixou a doutrina católica em relação à salvação, aos sacramentos e a liturgia. Refutou os desvios do protestantismo e unificou a liturgia da missa latina, afastando as especificidades dos ritos locais.

Aprofunda a doutrina da justificação e do pecado original. Detém-se sobre a remissão das penas temporais dos pecados (questões suscitadas pelas indulgências).

Page 32: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

A reação: Contra-Reforma

REFORMA E CONTRA-REFORMA

CONCÍLIO DE TRENTO (1545 a 1563)

1º Período (1545-48) — Decretos sobre a Sagrada Escritura e Tradição, o pecado original, a justificação e os sete sacramentos em geral e vários decretos disciplinares.

2º Período (1551-52) — Decretos sobre os sacramentos, particularmente sobre a eucaristia , a penitência e a extrema-unção.

3º Período (1562-63) — Decretos doutrinais, mas sobretudo decretos eficazes para a reforma da Igreja.

Page 33: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Conclusão

REFORMA E CONTRA-REFORMA

OPORTET HAERESES ESSE

(I Cor 11, 19)

Page 34: História da Igreja - Reforma e Contra-reforma

Até 2011 !