Crise do multilateralismo? • A política externa brasileira diante da crise
multilateral • Anos 2000 – ascensão dos “emergentes”: países
intermediários, com multiplas possibilidades. • O Brasil como potência emergente – utilização de
mecanismos múltiplos e flexíveis para inserção internacional: multilateralismo, bilateralismo, regionalismo, grupos de geometria variável.
• Questionamento das instituições multilaterais tradicionais
• Uso intenso de geometria variável, articulado com parcerias estratégicas
• Ordem de Redes (Flemes e Saraiva)
Resultados...
• Bloqueio de agendas das grandes potências
• Emergentes não conseguiram colocar outra ordem no lugar
• Resultados: impasse, esvaziamento
• CNSU, ONU, OMC, Meio Ambiente...
• Regimes internacionais desgastados
• ONU reflexo deste impasse em um contexto de “polaridades indefinidas”
Posição brasileira sobre CSNU
• Necessidade da Reforma no CSNU, que está anacrônico
• O Brasil está pronto para contribuir
• O Brasil tem as credenciais necessárias
• O Brasil é um país representativo da América Latina
• A mudança no Conselho de Segurança reflete a multipolaridade
Participação do Brasil no Conselho Segurança
• Participação do Brasil no Conselho de Segurança • 1946-1947 • 1951-1952 • 1954-1955 • 1963-1964 • 1967-1968 • 1988-1989 • 1993-1994 • 1998-1999 • 2004-2005 • 2010-2011 • ?
Propostas de reforma em disputa
• Painel de Alto nível
• Modelo A e Modelo B..
• Modelo A - propõe 6 novos assentos permanentes sem direito a veto e 3 novos não-permanentes
• Modelo B - prevê 8 assentos em nova categoria de membros (com mandato de quatro anos renováveis) e mais um membro na atual categoria não-permanente.
Ativos brasileiros
• - Inquestionável atuação diplomática para resolução de conflitos e construção de consensos.
• - Peso econômico e diplomático • - Ativismo do G4 - Índia, Brasil, Alemanha e Japão • - Questão do Hard Power. De fato, o Brasil tem
proporcionalmente uma capacidade militar baixa em relação à sua economia. Mas não se usa armas nucleares em missões de paz...
• - Brasil colecionou uma série de apoios, tanto de grandes potências, como de emergentes e países menores.
Dificuldades para o Brasil
• - apoio regional (de representante a representativo..): concorrência?
• - Unidos pelo Consenso • - China contra a ampliação. • - Estados Unidos: só se manifesta favorável ao Japão e
Índia. • - Africanos defendem uma reforma mais radical. • - baixo hard Power. Soft Power comprometido • - retração da participação brasileira nos fóruns multilaterais • - “Retraimento diplomático” – Desde 2011 – acelerado a
partir de 2016, pelo menos no seu aspecto de diplomacia presidencial
As contradições do poder de veto
• A grande questão é o poder de veto, que precisa ser atualizado.
• O impasse do poder de veto é reflexo direto das contradições do sistema internacional e de suas mudanças sistêmicas desde o fim da Guerra Fria.
• A configuração do poder de veto deverá evitar um CS improdutivo (Se for concentrado) ou esvaziado (se for difundido).
Considerações finais • - À primeira vista, o cenário multilateral atual não é
propício para reforma no Conselho de Segurança. Mas existem algumas variáveis a serem ponderadas.
• - Novo Secretário Geral se comprometeu com a reforma • - Intenso processo negociador desde 2005 (vários grupos e
coalizões) tem como denominador comum que a reforma é necessária.
• - Em qualquer cenário de ampliação do Conselho de Segurança, dificilmente não entraria o Brasil como membro permanente ou semi- permanente.
• Na América Latina, o Brasil é o país que reúne ainda as melhores credenciais (em termos de apoios, de poder militar e “simbólico” e de contribuições à ONU (exemplo do caso do Haiti).
• - A reforma no Conselho de Segurança será um dos grandes testes de coesão dos BRICS
• - A questão interna do Brasil é que vai fazer a diferença: O Brasil está preparado para contribuir para a construção e manutenção de bens públicos globais? A sociedade brasileira apóia este investimento?
• - Finalmente, a própria política externa: A nossa atual política externa é condizente com uma potência emergente?
• Responsabilidade brasileira com o multilateralismo.
• “o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras”. (ROUSSEFF, AG ONU, 2013)
• “[...] necessitamos de mais diplomacia e negociação – nunca menos. De mais multilateralismo e diálogo – nunca menos. Certamente necessitamos de mais ONU – e de uma ONU que tenha cada vez mais legitimidade e eficácia” (Temer, AG ONU, 2017)
Obrigado!
• PPG em Estudos Estratégicos Internacionais
• PPG em Ciência Política
• UFRGS