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EMILENE CORRÊA SOUZA
A IMPORTÂNCIA DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS NO
DESENVOLVIMENTO DAS QUATRO HABILIDADES
COMUNICATIVAS NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA DO
ENSINO MÉDIO
CANOAS, 2011
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EMILENE CORRÊA SOUZA
A IMPORTÂNCIA DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS NO
DESENVOLVIMENTO DAS QUATRO HABILIDADES
COMUNICATIVAS NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA DO
ENSINO MÉDIO
Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Letras do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciada em Letras.
Orientação: Prof°. Ms. Iván Nelson Angues Bambarén
CANOAS, 2011
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EMILENE CORRÊA SOUZA
A IMPORTÂNCIA DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS NO
DESENVOLVIMENTO DAS QUATRO HABILIDADES
COMUNICATIVAS NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA DO
ENSINO MÉDIO
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em Letras pelo Centro Universitário La Salle - Unilasalle.
Aprovada pelo avaliador em 06 de julho de 2011.
AVALIADOR:
_________________________________________
Prof°. Ms. Iván Nelson Angues Bambarén
Unilasalle
3
Dedico esta nova pesquisa a todos os
professores e futuros professores de línguas
(materna e/ou estrangeira). Para que este
trabalho contribua ainda mais para o
crescimento intelectual de todos.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, aos meus amigos e aos meus professores de
faculdade pelo apoio e presença em cada momento dessa minha caminhada. Em
especial ao meu professor orientador Iván, que colaborou nessa minha nova etapa
como acadêmica em que pude dar continuidade ao meu primeiro TCC,
acrescentando novas ideias e sugestões a professores de Língua Espanhola.
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"A palavra é metade de quem a pronuncia e
metade de quem a ouve" (Michel Montaigne).
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RESUMO
Este trabalho teve como objetivo realizar pesquisa qualitativa, exploratória e
descritiva, utilizando como técnica pesquisa bibliográfica e documental. Inicialmente
teorizou-se sobre o significado de múltiplas linguagens e habilidades comunicativas,
com base em Howard Gardner, Roman Jakobson, Luis Carlos Cagliari, Ângela B.
Kleiman, bem como nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). Também foi
realizada a coleta de informações por meio de questionários com alunos e sua
respectiva professora de uma escola pública. Dessa forma, aplicou-se um
questionário junto aos alunos e outro junto à professora dessa escola com o objetivo
de observar como as habilidades comunicativas são utilizadas nas aulas de Língua
Espanhola, o quanto os alunos gostam do idioma, quais as atividades preferidas
pelos alunos e quais são as atividades os professores mais utilizam em sala de aula.
Também se realizou entrevistas com alguns alunos dessa escola, assim como com
professores de Língua Espanhola de outras escolas, a fim de complementar os
resultados obtidos com os questionários aplicados. Ao final deste trabalho, procurou-
se responder às hipóteses e aos objetivos, também como propor atividades
pedagógicas que contemplassem as múltiplas linguagens e o desenvolvimento das
habilidades comunicativas nas aulas de espanhol no Ensino Médio.
Palavras-chave: Múltiplas Linguagens. Habilidades Comunicativas. Língua
Espanhola. Ensino Médio.
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RESUMEN
Este trabajo tuvo como objetivo realizar investigación cualitativa, exploratoria y
descriptiva, utilizando como técnica una investigación bibliográfica y documental.
Inicialmente se teorizó sobre el significado de múltiples lenguajes y habilidades
comunicativas, con base en Howard Gardner, Roman Jakobson, Luis Carlos
Cagliari, Ângela B. Kleiman, bien como en los PCN (Parámetros Curriculares
Nacionales). También fue realizada la colecta de informaciones por medio de
cuestionarios con alumnos y su respectiva profesora de una escuela pública. De esa
forma, se aplicó un cuestionario a los alumnos y otro a los profesores de esas
escuelas con el objetivo de observar cómo las habilidades comunicativas son
utilizadas en las clases de Lengua Española, cómo a los alumnos les gusta el
idioma, cuáles son las actividades preferidas por los alumnos y cuáles actividades
los profesores más utilizan en sala de aula. También se realizó entrevistas con
algunos alumnos de esa escuela, así como con profesores de Lengua Española de
otras escuelas, a fin de complementar los resultados obtenidos con los cuestionarios
aplicados. Al final de ese trabajo, se procuró responder a las hipótesis y objetivos,
como también proponer actividades pedagógicas que contemplasen los múltiples
lenguajes y el desarrollo de las habilidades comunicativas en los clases de español
como lengua extranjera en la Enseñanza Secundaria.
Palabras claves: Múltiples Lenguajes. Habilidades Comunicativas. Lengua Española.
Enseñanza Secundaria.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Não fume .................................................................................................. 19
Figura 2 - Desenho .................................................................................................... 20
Figura 3 - Escultura de Constantin Brancusi ............................................................. 20
Figura 4 - Monalisa .................................................................................................... 20
Figura 5 - Lago Negro, Gramado/RS ........................................................................ 20
Figura 6 - Cantor ....................................................................................................... 21
Figura 7 - Orquestra .................................................................................................. 21
Figura 8 - Conversar ................................................................................................. 29
Figura 9 - Escrever .................................................................................................... 31
Figura 10 - Ler ........................................................................................................... 33
Figura 11 - Idade mínima e máxima dos alunos entrevistados ................................. 37
Figura 12 - Interesse pela Língua Espanhola nas turmas ......................................... 38
Figura 13 - O quanto a professora fala em espanhol em aula................................... 39
Figura 14 - Atividades propostas pelo professor nas aulas de espanhol .................. 40
Figura 15 - Atividades que os alunos mais gostam de realizar ................................. 41
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Relação entre as Inteligências múltiplas e as Múltiplas linguagens ........ 26
Quadro 2 – Número de alunos que responderam ao questionário ............................ 37
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 LINGUAGEM ....................................... .................................................................. 13
2.1 Funções da linguagem .......................... ............................................................ 15
2.1.1 Função referencial ou denotativa ..................................................................... 15
2.1.2 Função emotiva ou expressiva ......................................................................... 16
2.1.3 Função conotativa ............................................................................................ 16
2.1.4 Função fática .................................................................................................... 16
2.1.5 Função metalinguística..................................................................................... 17
2.1.6 Função poética ................................................................................................. 17
2.2 Tipos de linguagem ............................ ............................................................... 17
2.2.1 Linguagem verbal ............................................................................................. 18
2.2.2 Linguagem não-verbal ...................................................................................... 18
2.2.3 Linguagem verbal e não-verbal (linguagem mista) ........................................... 20
2.3 Inteligências múltiplas ....................... ............................................................... 22
2.4 Múltiplas linguagens .......................... ............................................................... 24
3 HABILIDADES COMUNICATIVAS ....................... ................................................. 28
3.1 Produção oral ................................. ................................................................... 29
3.2 Compreensão oral .............................. ............................................................... 30
3.3 Produção escrita .............................. ................................................................. 31
3.4 Compreensão escrita ........................... ............................................................. 33
4 O DESENVOLVIMENTO DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS E DAS QUATRO
HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESPAN HOLA NA
ESCOLA ENTREVISTADA E CONFORME ENTREVISTA COM ALUNO S E
PROFESSORES ....................................................................................................... 36
4.1 Questionários aplicados na escola ............. .................................................... 36
4.1.1 Faixa etária, sexo e série dos alunos entrevistados ......................................... 37
4.1.2 Interesse dos alunos pela Língua Espanhola ................................................... 38
4.1.3 Atividades propostas pelo professor nas aulas de Língua Espanhola ............. 39
4.1.4 Atividades que os alunos gostam de realizar ................................................... 40
4.1.5 Análise dos questionários aplicados na escola ................................................ 41
4.2 Entrevistas com alunos e professores .......... .................................................. 42
11
4.2.1 Entrevista com alunos ...................................................................................... 42
4.2.2 Entrevista com professores .............................................................................. 46
4.2.3 Análise das entrevistas com alunos e professores ........................................... 51
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES PARA O ENSINO D E LÍNGUA
ESPANHOLA ......................................... ................................................................... 54
5.1 Algumas considerações ......................... .......................................................... 54
5.2 Sugestões ..................................... ..................................................................... 56
5.2.1 Atividades com música ..................................................................................... 57
6 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................. 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO ............ 70
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PARA ALUNOS . ........................ 71
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PARA PROFESSO RES ............. 72
APÊNDICE D - PERGUNTAS DA ENTREVISTA COM ALUNOS ... ........................ 73
APÊNDICE E - PERGUNTAS DA ENTREVISTA COM PROFESSORE S ............... 74
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho é o resultado de uma pesquisa qualitativa, exploratória e
descritiva realizada sobre o tema as múltiplas linguagens e as habilidades
comunicativas, trazendo como título “A importância das múltiplas linguagens no
desenvolvimento das quatro habilidades comunicativas nas aulas de Língua
Espanhola no Ensino Médio”. Baseada em pesquisas já realizadas sobre o tema,
procurei encontrar suporte teórico para estabelecer a relação existente entre as
múltiplas linguagens e as habilidades comunicativas, bem como analisar propostas
pedagógicas já existentes, a fim de propor atividades para o ensino de Língua
Espanhola, envolvendo as múltiplas linguagens e as habilidades comunicativas na
escola, para que os alunos interajam com o meio social em que vivem.
A realização deste trabalho tem como objetivo trazer à tona a importância que
as múltiplas linguagens têm para o desenvolvimento das habilidades comunicativas
em ambiente escolar. Também se propõem atividades pedagógicas pertinentes
quanto aos níveis de ensino de Língua Espanhola, com a finalidade de melhorar a
aprendizagem dos alunos, a partir de suas competências intelectuais.
O trabalho divide-se em seis capítulos, sendo o primeiro esta introdução e o
último a conclusão deste trabalho, tendo quatro capítulos teórico-práticos. No
segundo capítulo, dividido por quatro subtítulos, têm-se explicada a dicotomia língua
e linguagem, bem como a teoria das múltiplas inteligências, estudada por Howard
Gardner; para que, assim, discuta-se o que são múltiplas linguagens. No terceiro
capítulo, também dividido em quatro subtítulos, aborda-se sobre as quatro
habilidades comunicativas – ler, ouvir, escrever e falar. No quarto capítulo, dividido
em dois subtítulos, têm-se a descrição e a análise da coleta de dados, a partir de
questionários e entrevistas realizados em escola pública a respeito da Língua
Espanhola. No quinto capítulo realiza-se pequenas considerações a respeito do
ensino da Língua Espanhol no Brasil e propõem-se atividades pedagógicas para o
ensino de Língua Espanhola na escola, a fim de desenvolver as habilidades
comunicativas com o uso das múltiplas linguagens, possibilitando a interação dos
alunos com o mundo social.
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2 LINGUAGEM
Neste segundo capítulo será tratada a diferença entre língua e linguagem.
Também serão apresentadas outras quatro questões: as funções da linguagem, os
tipos de linguagem, as inteligências múltiplas e o uso das múltiplas linguagens em
sala de aula.
Para que possamos definir o que é linguagem, devemos esclarecer o
significado da palavra língua, da qual essa deriva. Há uma dicotomia (divisão em
partes iguais, opostas e complementares) entre essas duas palavras, que nos
mostra que, embora pareçam iguais, existem pequenas diferenças de significados
entre elas.
Conforme Luft (1996, p. 390), a palavra língua é um substantivo feminino
constituído por um sistema de signos verbais (vocabulário) e de regras de emprego
desses signos (gramática), para efeito de comunicação. É um sistema abstrato
subjacente a enunciados reais, sendo uma propriedade inerente e funcional.
A língua é um conjunto de elementos que representam a fala, formada por um
sistema de sons vocais de uma comunidade que a usa para se comunicar. Por isso,
podemos dizer que a língua é também uma nomenclatura, pois constitui um sistema
e sofre influência de todos os indivíduos. Estudos baseados em linguistas, como
Chomsky (1977) e Saussure (2006), nos mostram que a língua é uma unidade
linguística dupla, constituída da união da natureza vocal (fala) e psíquica
(pensamento) de cada falante. Sendo assim, toda língua viva é sujeita à mudança: a
língua muda tanto interna quanto externamente no decorrer do tempo, pois é
universal, contínua, (nunca para) e regular (com regras que a estabelecem).
Passamos, agora, ao que é linguagem. Segundo Luft (1996, p. 390), a palavra
linguagem é um substantivo feminino que deriva da palavra língua. É um sistema de
comunicação, especialmente verbal, sendo tudo o que serve para exprimir ideias e
sentimentos.
Para Travaglia (2001, p. 21-23), há três concepções importantes de linguagem
quanto à educação: “[...] a linguagem como expressão do pensamento [...], a
linguagem como instrumento de comunicação, como meio de objetivo para a
comunicação, e [...] a linguagem como forma ou processo de interação”. Assim,
entendemos que a linguagem é a maneira peculiar de se expressar. Ela é a
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utilização da língua em qualquer que seja a atividade comunicativa do ser humano,
em que uma mensagem precisa ser transmitida a um receptor, a partir de algum
meio que liga o que é transmitido com o que é entendido.
Durante o processo de compreensão, vale lembrar que a linguagem pode
admitir ou não mais de uma interpretação. De acordo com Malanga (2004, p. 34), a
linguagem, quando admite uma única forma de interpretação, é denotativa, pois “a
denotação é o primeiro significado de uma palavra dentro de um idioma”, ou seja,
quando existe interpretação singular e literal com uso de palavra na comunicação;
quando admite mais de uma forma de interpretação, a linguagem é conotativa, visto
que “a conotação consiste em uma ampliação ou acréscimo dos significados, um
sentido figurado para uma palavra, que, naturalmente, não pode existir antes que ela
possua um sentido próprio, a denotação”.
Levando em conta as diferentes interpretações que a linguagem pode assumir,
poderíamos nos perguntar o seguinte: como as crianças conseguem entender essas
diferenças e adquirir a linguagem de forma tão natural? Estudos linguísticos sobre a
aquisição da linguagem apresentam pelo menos duas explicações: a teoria
cognitivista de Piaget e a interacionista de Vygotsky. Esses dois teóricos afirmam
que “o cognitivismo, representado por Piaget, propõe que a criança constrói seu
conhecimento por meio da experiência com o mundo físico e que nesse
conhecimento se desenvolve por estágio admitindo o egocentrismo da criança [...]”
(ANDRADE, 2008, p. 2). Em contraponto a essa teoria, temos estudos em Vygotsky
quanto ao interacionalismo, ou seja, teoria esta baseada na interação:
a aquisição da linguagem é um fenômeno que se repete em cada ser. Na convivência com a família, o bebê recebe a transmissão de uma língua, junto com as normas, tradições e costumes da comunidade, do contexto em que está inserido. [...] o conhecimento é adquirido nas relações entre as pessoas, através da linguagem e da interação social (EBERT, 2008).
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2.1 Funções da linguagem
Em 1960, Roman Jakobson, linguista russo, sintetizou os variados empregos
da linguagem em seis funções, a partir das suas finalidades básicas na expressão e
no processo comunicativo. Segundo ele,
o REMETENTE envia uma MENSAGEM ao DESTINATÁRIO. Para ser eficaz, a mensagem requer um CONTEXTO a que se refere (ou “referente”, em outra nomenclatura algo ambígua), apreensível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível de verbalização; um CÓDIGO total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatário (ou, em outras palavras, ao codificador e ao decodificador da mensagem”; e finalmente, um CONTATO, um canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a ambos a entrarem e permanecerem em comunicação (1999, p. 123).
A partir desses seis empregos principais na comunicação (remetente,
mensagem, destinatário, contexto, código e contato), Jakobson denominou-os como
funções (emotiva, poética, conotativa, referencial, fática e metalinguística),
respectivamente.
Observa-se que, em estudos linguísticos baseados em Jakobson, Vayone
(1987, p. 52-57) explica que essas “seis funções da linguagem não se excluem, mas
também não se encontram todas reunidas necessariamente numa dada mensagem,
[...] frequentemente elas se superpõem”; assim, “pode-se admitir que numa dada
mensagem, uma ou outra função seja dominante”. A seguir ilustram-se essas
funções, para fins de esclarecimento.
2.1.1 Função referencial ou denotativa
Nesta função destaca-se o referente (o contexto) em que se inserem remetente
e destinatário na comunicação. Tem função denotativa, pois a interação se dá de
forma objetiva num determinado contexto.
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2.1.2 Função emotiva ou expressiva
Segundo Jakobson (1999, p. 123 e 124), “a chamada função EMOTIVA ou
expressiva, centrada no REMETENTE, visa a uma expressão direta da atitude de
quem fala em relação àquilo de que está falando”. Nesta função destaca-se o
remetente (a emoção), aquele que transmite certa mensagem em um determinado
contexto a um destinatário. Por isso, é normal conter nessa comunicação
interjeições, para exprimir os sentimentos do remetente.
2.1.3 Função conotativa
Nesta função destaca-se o destinatário ou receptor da mensagem em
determinado contexto, com a intenção do remetente de convencê-lo a algo.
Conforme Jakobson (1999, p. 124), “a função conotativa, encontra sua expressão
gramatical mais pura no vocativo e no imperativo”. Dessa forma, cabe apenas ao
destinatário decodificar o que é remetido na mensagem, podendo ocorrer diversas
interpretações da parte dele.
2.1.4 Função fática
Nesta função o importante é o contato mantido na comunicação por mais
tempo entre remetente e destinatário. Em outras palavras, Jakobson explica que
“para atrair a atenção do interlocutor ou confirmar sua atenção continuada [...] a
função FÁTICA pode ser evidenciada por uma troca profusa de fórmulas
ritualizadas, por diálogos inteiros cujo único propósito é prolongar a comunicação”
(1999, p. 126).
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2.1.5 Função metalinguística
Nesta função destaca-se o código utilizado entre remetente e destinatário por
meio do contato. Refere-se à metalinguagem, pois ambos discutem o código
utilizado durante a transmissão da mensagem durante esse contato, ou seja,
“praticamos a metalinguagem sem nos dar conta do caráter metalinguístico de
nossas operações. Sempre que o remetente e/ou o destinatário têm necessidade de
verificar se estão usando o mesmo código, o discurso focaliza o código;
desempenha uma função METALINGUÍSTICA” (Jakobson, 1999, p. 127).
2.1.6 Função poética
Nesta função o importante é a forma como a mensagem é transmitida do
remetente ao destinatário. Para Jakobson, “a função poética não é a única função da
arte verbal, mas tão somente a função dominante, ao passo que, em todas as outras
atividades verbais, ela funciona como um constituinte acessório, subsidiário” (1999,
p. 128). Dessa forma, entende-se que, sem ter importância na mensagem
propriamente dita, a função poética envolve os diversos estilos utilizados na
comunicação.
2.2 Tipos de linguagem
Existem dois tipos de linguagem que são usados na comunicação: a verbal e a
não verbal. Dependendo do caso em que acontece a comunicação, essas podem
aparecer separadas ou juntas. Quando juntas, podemos chamar de linguagem
verbal e não verbal (ou linguagem mista). Como explicitado nos tópicos a seguir,
podemos notar que há tipos diferentes de linguagem que constituem a comunicação.
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2.2.1 Linguagem verbal
A linguagem verbal possui sentido real e pode ser denotativa ou conotativa,
pois exige o uso de palavras, durante a comunicação, podendo ser usada por todos
os membros de uma sociedade; é a realidade objetiva com linguagem científica e
função representativa. Temos como formas de linguagem verbal, a escrita e a oral.
A linguagem escrita é o ato de se comunicar a partir da escrita, tornando-se
também uma comunicação verbal. A linguagem escrita aparece também na infância,
mas, diferente da oral, não é espontânea, pois é aprendida quando a criança
adentra na escola, assim como a leitura. Tem-se presente a linguagem escrita em
livros, jornais, revistas, legendas de filmes etc.
A linguagem oral é o ato de se comunicar a partir da fala, tornando-se, assim,
uma comunicação verbal. A linguagem oral aparece já na infância, segundo Oliveira,
quando “a criança aprende a falar por imitação”, sendo “levada ao hábito de ouvir,
utilizando a linguagem em situação funcional. [...] Na linguagem oral surgem
situações espontâneas”, “que são meios de que dispõe para desenvolver hábitos,
habilidades e atitudes indispensáveis à expressão oral”, essas situações “contribuem
para o desenvolvimento geral de expressão oral” (1985, p. 13). Tem-se presente a
linguagem oral em programas de rádio, telejornais, filmes etc.
2.2.2 Linguagem não-verbal
A linguagem não-verbal possui sentido figurado e admite livre interpretação por
todos os membros de uma sociedade; é conotativa. Essa linguagem não exige o uso
de palavra, já que a informação é codificada pela comunicação a partir da
simbologia com uso de códigos; é a realidade subjetiva com linguagem literária e
função expressiva. A seguir temos um aviso de “Não fume!” (figura 1), cujo
significado já é subentendido a partir do símbolo, sem apresentar linguagem verbal.
Temos como formas de linguagem não-verbal, a linguagem corporal e a linguagem
visual.
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Figura 1 - Não fume Fonte: Grupo iPED
A linguagem corporal, também conhecida como linguagem gestual, refere-se
ao meio de comunicação utilizado na comunicação sem fala. Conforme Malanga
(2001, p. 57), “a linguagem corporal é extremamente rica e variada e permite a
emissão de várias mensagens simultâneas, diferentemente da linguagem verbal,
que é linear”.
Um exemplo disso é a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), nela a linguagem
corporal tem grande importância na comunicação, visto que a fala é transmitida por
gestos. Desse modo, “as partes do corpo poderiam ser comparadas com letras, que
formam palavras e até frases inteiras para o observador preparado” (MALANGA,
2001, p. 56). Em contraponto, para os falantes, a linguagem corporal geralmente
aparece como secundária, quando é utilizada a fala. Assim, “a linguagem gestual
tende a confirmar a linguagem verbal, pontuando as frases, acentuando e
esclarecendo as palavras”, tornando “possível que o observador atento decodifique
conscientemente as informações da linguagem corporal de seu interlocutor”
(MALANGA, 2001, p. 64).
Já na linguagem visual temos variadas expressões a partir de elementos
visuais, constituídos por imagens, cores e formas, fazendo com que qualquer
pessoa possa entender seu significado. Para exemplificar melhor, temos a seguir o
desenho (Figura 2), a escultura (Figura 3), a pintura (Figura 4) e a fotografia (Figura
5). Esses recursos nada mais são do que uma expressão gráfica, pictórica e/ou
fotográfica, que servem para a leitura e entendimento de mundo e sociedade, não
sendo necessário o domínio de alguma língua para a compreensão, bastando ver,
observar e analisar o que essas imagens nos mostram.
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Figura 2 - Desenho Fonte: Sandra Martins
Figura 3 - Escultura de Constantin Brancusi
Fonte: Caiu a ficha
Figura 4 - Monalisa
Fonte: Panela de pressão
Figura 5 - Lago Negro, Gramado/RS Fonte: Autoria própria, 2008.
2.2.3 Linguagem verbal e não-verbal (linguagem mista)
Nesta linguagem, utilizam-se tanto elementos da linguagem verbal quanto da
não-verbal; por isso é chamada de mista. Nessa categoria, podemos destacar a
linguagem musical, a linguagem cinematográfica e televisiva e a linguagem teatral.
Vejamos, primeiramente, o que é a linguagem musical. Conforme Torça (2007),
“a música é comunicação e, por sua vez, faz-se de diversas maneiras, seja
instrumental ou vocal, [...] o mais importante é como se vai trabalhar a mensagem, a
comunicação em si”. Dessa forma, entendemos que a linguagem musical é mista,
pois a música pode apresentar letra ou não. Quando com letra de música, a
linguagem musical apresenta um interlocutor (Figura 6), utilizando a linguagem oral
ao apresentar a letra, linguagem escrita da música. Quando sem letra, a linguagem
musical só será mista quando, além de a música ser escutada, for apresentado ao
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público pessoalmente, como, por exemplo, em uma orquestra (Figura 7), ou seja,
durante essa apresentação será utilizado o recurso sonoro, bem como o visual. Este
último também estará presente quando a música possuir letra.
Já a linguagem cinematográfica e televisiva utiliza diversas linguagens na
comunicação. Segundo Coloda (1972, p. 39), “cada arte possui seu modo específico
de falar. [...] O cinema fala pela imagem luminosa em movimento, constituída de
planos”. Desse modo, podemos entender que a linguagem cinematográfica tem por
elemento principal o plano. São exemplos a posição da câmera e quem filma, além
dos elementos que constituem essa linguagem.
Em resposta à pergunta Como tirar proveito do cinema e da televisão?, o autor
afirma que
o cinema é uma arte, como as demais artes, possui suas próprias capacidades expressivas. É comunicação humana, meio de ensino, diversão, transmissão de cultura. Exige dos espectadores exercício e atividade intelectual. Faculta um novo olhar sobre as coisas vividas. Desperta valores (COLODA, 1972, p. 131).
Um exemplo dessa linguagem é o desenho animado, pois pode ser verbal ou
não-verbal. Portanto, é uma linguagem mista, visto que, além de elementos visuais,
possui recursos sonoros, como a música e, em muitos casos, a fala.
Por fim, temos a linguagem teatral, constituída pela linguagem verbal e não-
verbal, ou seja, mista, por conter elementos da linguagem oral, escrita, visual,
musical, entre outras já apresentadas. Mais do que a linguagem cinematográfica e
televisiva, esta linguagem é vista como uma das mais importantes para a educação.
Segundo Oliveira (1998),
Figura 6 - Cantor Fonte: Fábio Roniel
Figura 7 - Orquestra Fonte: Danza Ballet
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a arte dramática é um objeto semiótico por natureza. O conceito do que entendemos hoje por teatro é originário do verbo grego "theastai" (ver, contemplar, olhar). Tão antiga quanto o homem, a noção de representação está vinculada ao ritual mágico e religioso primitivo. Acredita-se que o teatro nasceu no instante em que o homem primitivo colocou e tirou a máscara diante do espectador, com plena consciência do exercício de "simulação", de "representação", ou seja, do signo.
2.3 Inteligências múltiplas
Para melhor compreender a teoria exposta a seguir, devemos entender o que
significa a palavra inteligência. Segundo Luft (1996, p. 361), é qualidade do
inteligente e faculdade de compreender. Dessa forma, temos como ser inteligente
aquele que possui facilidade ao abranger como um todo o sentido das coisas a que
lhe são apresentadas. Podemos caracterizar a inteligência como a capacidade
mental dos indivíduos; um exemplo disso é a habilidade para aprendizagem e o fato
de poder compreender ideias e linguagens. Quanto ao que significa a palavra
múltipla, Luft (1996, p. 435) define como algo não simples, complexo e variado; algo
numeroso em seu conteúdo.
Em Inteligências múltiplas: a teoria na prática, de Howard Gardner (1995),
pode-se verificar que o sistema nervoso é diferenciado e possui diferentes centros
neurais de tipos de informação. Nessa obra, verifica-se que cada indivíduo possui
sete áreas independentes intelectuais de atuação – essas chamadas de As sete
inteligências –, contendo inteligência hábil de resolver problemas significativos em
ambiente cultural, são elas: inteligência musical, corporal-cinestésica, lógico-
matemática, linguística, espacial, interpessoal, intrapessoal.
Gardner defende que a inteligência possui capacidade inata, geral e única para
qualquer indivíduo, seja maior ou menor o desempenho de atuação. O autor afirma,
ainda, que “uma inteligência implica a capacidade de resolver problemas ou elaborar
produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade social”
(1995, p. 21) e salienta que essas inteligências funcionam em conjunto, ou seja,
“exceto em indivíduos anormais, as inteligências sempre funcionam combinadas, e
qualquer papel adulto sofisticado envolverá uma fusão de várias delas” (1995, p. 22).
Em Sobre as várias inteligências (1997) Gardner acrescenta a existência de mais
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duas inteligências à sua teoria original: a naturalista e a existencial. A seguir, pode-
se verificar o conteúdo da qual cada uma dessas nove inteligências trata:
- Inteligência musical: “facilidade na percepção e na produção da música”
(2005, p. 44), ou seja, é a habilidade para perceber temas musicais; “é, de muitas
maneiras, análoga à inteligência linguística” (2005, p. 44);
- Inteligência corporal-cinestésica: “capacidade de resolver problemas ou criar
produtos usando o corpo todo ou partes do corpo, como as mãos ou a boca” (2005,
p. 46); é a habilidade para coordenação em esportes, artes cênicas ou plásticas,
“também está presente em atividades francamente intelectuais” (2005, p. 46), como,
por exemplo, o pensamento.
- Inteligência lógico-matemática: “essa forma de inteligência se divide
facilmente em duas classes de capacidades. A inteligência lógica, [...] cuja
responsabilidade inclui determinar o que aconteceu, e o que pode acontecer, em
vários cenários” (2005, p. 42), e a matemática, sensibilidade para padrões, ordem e
sistematização; habilidade para lidar com séries de raciocínios;
- Inteligência linguística: “envolve facilidade no uso da linguagem falada e
escrita” (2005, p. 42), ou seja, é capacidade de diferentes funções da linguagem;
- Inteligência espacial: “capacidade de criar representações ou imagens
mentais espaciais e operar sobre elas de modos variados” (2005, p. 45), em outras
palavras, é a competência para aprender o mundo visual e espacial de forma
precisa; habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e criar tensão,
equilíbrio e composição numa representação visual ou espacial, em nível metafórico;
- Inteligência interpessoal: habilidade de entender e responder a humores,
temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas;
- Inteligência intrapessoal: “a pessoa intrapessoalmente inteligente possui um
bom modelo funcional de si mesma” (2005, p. 49); possui habilidade para ter acesso
aos próprios sentimentos, sonhos e ideias. Essa inteligência é a mais pessoal de
24
todas e pode ser observável a partir de manifestações linguísticas, musicais ou
cinestésicas;
- Inteligência naturalista: “envolve capacidades de fazer discriminações
consequenciais no mundo natural” (2005, p. 47), ou seja, é a sensibilidade em
estudos relacionados com animais, plantas e o meio ambiente, a partir do “exercício
dos nossos órgãos sensórios” (2005, p. 48);
- Inteligência existencial: capacidade filosófica de interpretação sobre o sentido
da vida; “envolve capacidades humanas de formular e examinar as perguntas mais
importantes: Quem somos nós? Por que estamos aqui? O que vai nos acontecer?
Por que morremos? Qual o sentido disso tudo, afinal de contas?” (2005, p. 50),
normalmente voltadas à religião e à espiritualidade.
Quanto ao desenvolvimento das inteligências, todo indivíduo possui certas
habilidades básicas em todas as inteligências, sendo elas determinadas por fatores
tanto genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Cada
inteligência tem sua forma própria de pensamento além de seu sistema simbólico;
esses estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade
de papéis e funções culturais.
Gardner afirma que sua teoria teve consequências na educação, defendendo
que essa desempenha “um papel crucial no desenvolvimento dos currículos”
escolares (1995, p. 30) e justifica que “não é possível falar coerentemente sobre as
ideias das inteligências múltiplas em sala de aula sem que se adote uma posição
quanto ao que deve ser ensinado e por quê” (2001, p. 192).
2.4 Múltiplas linguagens
Tomado o conceito da palavra múltipla, que se refere a quantidades de uma
mesma coisa, trataremos aqui o são Múltiplas linguagens. Entende-se por linguagem
toda e qualquer forma de comunicação que o homem criou ao longo dos tempos.
Conforme já visto, além da linguagem verbal (oral ou escrita) e da não-verbal
(corporal ou visual), há também a linguagem que é verbal e não-verbal (ao mesmo
25
tempo), chamada de linguagem mista, empregada, como, por exemplo, no teatro, na
televisão e no cinema, que, respectivamente, são visuais, sonoras e cinestésicas.
Essas envolvem os cinco sentidos: a visão, a fala, a audição, o movimento (tato) e o
paladar no ato comunicativo.
Analisando a representação a seguir, pode-se afirmar que as linguagens
utilizadas na comunicação e suas funções têm relação direta com as Inteligências
múltiplas da teoria de Gardner. Por exemplo, uma pessoa que tem a inteligência
corporal-cinestésica bem desenvolvida, ao interagir com outras pessoas, tem
facilidade de expressar suas ideias com um uso reduzido de palavras, pois seus
gestos são diretos e mais claros do que uma pessoa que tem essa inteligência
menos desenvolvida; também, essa pessoa tem mais facilidade de interação com
um grande grupo, visto que essa inteligência dá habilidade para as artes cênicas,
como falar em público sem inibição. Ainda, ao retomar teorias sobre a aquisição da
linguagem, como as de Piaget e Vygotsky, pode-se apontar que na comunicação
toda pessoa desenvolve as inteligências interpessoal e intrapessoal, uma vez que no
primeiro processo todas as funções da linguagem se reúnem.
RELAÇÃO
INTELIGÊNCIAS X MÚLTIPLAS LINGUAGENS
Inteligência musical
Linguagem musical
Inteligência corporal-
cinestésica
Linguagem corporal
Inteligência lógico-matemática
Linguagem verbal
Linguagem visual
Função denotativa da linguagem
Inteligência linguística
Linguagem verbal
Inteligência espacial
Linguagem visual
Inteligência Interpessoal
Uso de todas as funções da linguagem
na comunicação
Inteligência Intrapessoal
Linguagem verbal
Linguagem musical
Linguagem corporal
Função emotiva da linguagem
26
Inteligência naturalista Linguagem corporal
Linguagem visual
Inteligência existencial Função emotiva da linguagem
Quadro 1 - Relação entre as Inteligências múltiplas e as Múltiplas linguagens Fonte: Autoria própria, 2009.
A partir da teoria de Gardner, pode-se verificar que cada pessoa é única, tendo
entre as sete inteligências, denominadas por ele, uma que se sobressai. Portanto,
não devemos ignorar pessoas com algum tipo de dificuldade para a comunicação,
sejam pessoas com deficiências ou não. Um exemplo disso é Beethoven, autor da
Nona sinfonia, considerado um dos melhores compositores de música clássica,
deficiente auditivo, que compunha a partir de vibrações em seu piano.
Devido à inclusão de deficientes físicos, visuais, auditivos, entre outros em sala
de aula, passou-se a dar mais importância ao que essas pessoas poderiam realizar
dentro de suas limitações. Dessa forma, com o intuito de aproximar pessoas
deficientes às diferentes linguagens existentes e com o crescente uso da tecnologia
na comunicação foi criado o chamado Hipertexto. Este, capaz de conter livros
informatizados, em ambiente virtual, emprega diversas técnicas que colaboram para
a inclusão digital. Com a utilização desse recurso, bem como o uso de imagens e
sons, essas pessoas são inseridas num mesmo espaço que outras e passam a ter a
mesma flexibilidade, de interagir com o mundo de forma mais dinâmica. Estudos
mostram que, nos últimos tempos, há uma crescente preocupação para com a
inclusão social de pessoas com diferentes inteligências, sejam deficientes ou não,
por isso o incentivo às Múltiplas linguagens, especialmente na educação.
Em Múltiplas linguagens na escola, organizado por Regina Leite Garcia,
publicado em 2000, constam sete artigos que abordam questões sobre música,
fotografia, poesia, folclore, artes visuais e cênicas, que contribuem para a formação
de educadores que objetivam aulas significativas aos seus alunos. No artigo inicial,
Múltiplas linguagens na vida - por que não múltiplas linguagens na escola?
(GARCIA, p. 7-16), é explicado que o uso da arte tem grande importância na
educação e propõe que educadores tragam a brincadeira para dentro da sala de
aula em qualquer que seja a área de conhecimento, trabalhando os cinco sentidos.
Por causa da grande desigualdade social, não são todos os alunos que têm
condições de desenvolver suas múltiplas inteligências fora da escola. Sendo assim -
27
baseada em pensadores como Freud, Einstein, Bakhtin, entre outros - a autora
salienta que na educação deve ser observada a arte como conhecimento, ligando
teoria (que significa ver) com prática, de forma que seja explorada a imaginação e a
sensibilidade dos alunos, tendo em vista a diversidade de pensamento e de
linguagem entre eles.
Depois de esclarecer alguns pontos sobre o que significa linguagem, quais
seus tipos e funções, relacioná-la à teoria das Múltiplas inteligências, e exemplificar
algumas propostas que estão colaborando positivamente para com a educação,
entende-se por Múltiplas linguagens todo e qualquer tipo de manifestação
comunicativa que envolva algum tipo de linguagem e inteligência. Assim, defende-se
que, ao desenvolver atividades como brincadeiras utilizando diferentes recursos de
aprendizagem em sala de aula, não só os alunos aprenderão com mais facilidade,
como terão visões diferentes de mundo.
28
3 HABILIDADES COMUNICATIVAS
Neste terceiro capítulo será tratada a diferença entre competência e habilidade.
Também serão apresentados os significados das quatro habilidades utilizadas na
comunicação: compreensão e produção oral e compreensão e produção escrita.
Habilidades estas muito importantes para a aprendizagem em sala de aula.
Primeiramente, é importante esclarecer o que significa a palavra habilidade.
Para isso, cabe desmistificar sua sutil diferença com a palavra competência, visto
que, muitas vezes, essas são compreendidas como sinônimos uma da outra.
Conforme Luft (1996, p. 150 e 330), competência é a condição de alguém ser
competente (apto) ao desempenhar determinada tarefa. Em contraponto a isso,
entende-se por habilidade a capacidade ou qualidade do ser hábil, ou seja, é a
inteligência que cada pessoa possui ao realizar algo.
No texto Competências e habilidades (2007), Vera Lúcia Camara F. Zacharias
distingue que “competências se constituem num conjunto de conhecimentos,
atitudes, capacidades e aptidões que habilitam alguém para vários desempenhos da
vida”, enquanto que “habilidades se ligam a atributos relacionados não apenas ao
saber-conhecer, mas ao saber-fazer, saber-conviver e saber-ser”. Para Vera Lúcia,
“as competências pressupõem operações mentais, capacidades para usar as
habilidades” e “as habilidades devem ser desenvolvidas na busca das
competências”. Dessa forma, pode-se afirmar que competência e habilidade não se
excluem entre si. Enquanto que “a competência estaria constituída por várias
habilidades, [...] uma habilidade não pertence a determinada competência, uma vez
que uma mesma habilidade pode contribuir para competências diferentes”.
Tomados os significados de habilidade e competência, entende-se por
habilidades comunicativas as distintas capacidades que se tem para a comunicação.
Cabe salientar que comunicação significa a transmissão de pensamento num dado
conjunto de formas ou meios em que o remetente de determinada mensagem se faz
entendido pelo destinatário, a partir de uma produção comunicativa. Para Beltrão
(2002, p. 18), têm-se como formas de comunicação:
- mímica (por gestos); - simbólica (a partir de símbolos, como o Braile); - falada (rádio, imprensa falada etc.); - escrita (imprensa escrita, propaganda escrita e correspondência); - projetada (cinema, televisão, computador etc).
29
Assim como as formas de comunicação, outro fator decisivo que deve existir é
a compreensão, pois não basta apenas haver interação entre remetente e
destinatário numa dada mensagem, uma vez que a comunicação só passa a existir
quando há entendimento denotativo entre as duas partes. Segundo os PCNs –
Parâmetros Curriculares Nacionais, “o processo da compreensão escrita e oral
envolve fatores relativos ao processamento da informação, cognitivos e sociais”
(BRASIL, 1998, p. 89), em que o resultado desse processo é variado. “Isso significa
dizer que compreender envolve crucialmente a percepção da relação interacional
entre quem fala, o que, para quem, quando e onde” (BRASIL, 1998, p. 89).
“Se de um lado do jogo interacional de construir significados estão as
habilidades comunicativas de compreensão, do outro estão as habilidades de
produção escrita e oral” (BRASIL, 1998, p. 96 e 97) que se tem na comunicação.
Entende-se por produção a combinação das inteligências que o ser humano possui
expressas a partir das múltiplas linguagens e seus fatores linguísticos,
principalmente a fala ou a escrita, com a “presença ou ausência do interlocutor”
(BRASIL, 1998, p. 97). A seguir, explicitam-se as quatro habilidades comunicativas,
de produção (oral e escrita) e compreensão (oral e escrita).
3.1 Produção oral
Figura 8 - Conversar Fonte: Metaexecutiva
A produção oral ou a fala se faz por meio da imagem acústica e uso individual
da língua. É o conjunto de hábitos linguísticos que permitem a uma pessoa
compreender e fazer-se compreender, individualmente, durante a comunicação. Em
30
outras palavras, é o exercício da interação social. Vale salientar aqui que esta não é
contínua, mas é homogênea e linear, por isso existem processos metacognitivos.
“A fala é a expressão linguística e se compõe de unidades, de tamanho
variável, chamadas signos e que se caracterizam em sua essência pela união de um
significado a um significante” (CAGLIARI, 1997, p. 114); também é a segunda
habilidade que o ser humano normal desenvolve após seu nascimento.
Com relação às línguas estrangeiras, a produção oral se dá de maneira um
pouco diferente da produção oral em língua materna. Enquanto uma criança normal
convive diariamente com pessoas que falam apenas uma determinada língua, ela irá
desenvolver a fala desta língua naturalmente, desde que esteja em ambiente
propício para a aprendizagem. Porém, para que uma criança aprenda a se
comunicar em uma língua estrangeira é necessário que ela seja regularmente
exposta a essa língua e, uma vez que é pouco frequente que em uma família os pais
falem uma língua estrangeira fluentemente, a criança só é exposta a uma língua
estrangeira na escola ou em um curso livre de idiomas. Nesse ambiente de instrução
tradicional, o tempo para a aprendizagem se reduz a duas ou três horas semanais; o
contato com falantes nativos ou proficientes na língua estrangeira se dá apenas
através do professor e os alunos convivem com um número limitado de discursos
linguísticos. Essas e várias outras questões fazem com que o desenvolvimento da
produção oral em língua estrangeira seja um processo mais lento do que na língua
materna.
3.2 Compreensão oral
A compreensão oral ou a audição é o ato de estar atento ao que é dito ao
destinatário pelo remetente de uma dada mensagem e entender essa informação
transmitida. É a realização interacional (imediata e social) a qual pode haver
intervenção direta do destinatário (ouvinte). Muitas vezes a presença de gestos
colabora para esta compreensão; é a primeira habilidade que o ser humano normal
desenvolve, até antes de seu nascimento.
Quando o aluno faz uso da compreensão oral em língua estrangeira ele tem
que relacionar o que ouve com o que ele já sabe sobre o assunto. É por isso que
31
ouvir é tão complexo. E, embora dediquemos de 40 a 50% do tempo ouvindo, a
qualidade da compreensão oral depende muito da familiaridade com o assunto
(processo top-down – de cima para baixo), da interação com o falante e do
conhecimento linguístico do aluno (processo bottom-up – de baixo para cima). Se o
aluno conhece o contexto do assunto que está sendo tratado, a compreensão da
mensagem é facilitada. Quanto mais o professor de língua estrangeira aumentar a
consciência do aluno quanto aos processos auditivos, mais os alunos desenvolverão
seu conhecimento metacognitivo essencial à compreensão oral.
Em consequência da globalização dos dias de hoje, um estudante pode estar
em contato com tantos idiomas quanto desejar; com diferentes pessoas no mundo
todo a partir da Internet. Outro exemplo disso são as músicas que tocam em rádios e
os vídeo-clipes que aparecem na televisão, em canais abertos, pois para
compreender esses clipes é importante que se possa visualizar imagens referentes
ao que é dito.
3.3 Produção escrita
Figura 9 - Escrever Fonte: Palavraguda
A produção escrita ou escrever é a interação sem presença de um interlocutor.
Em outras palavras, escrever é o ato de se comunicar a partir do texto, contendo
uma mensagem a ser transmitida ao leitor, não sendo necessária a produção oral.
A escrita, seja qual for, sempre foi uma maneira de representar a memória coletiva, religiosa, mágica, científica, artística e cultural. A invenção do livro e sobretudo da imprensa são grandes marcos da História da humanidade, depois é claro, da própria invenção da escrita. Esta foi passando do domínio de poucas pessoas para o do público em geral e seu consumo é mais
32
significativo na forma de leitura do que na produção de textos. Os jornais e revistas são hoje tão comuns quanto a comida. Para a maioria das pessoas, além de aprender a andar e falar, é comum aprender a ler e a escrever (CAGLIARI, 1997, p. 112).
“Na hora de iniciar uma produção escrita, todo estudante precisa saber o quê,
para quê e para quem vai escrever. Só então se define a forma do texto, que precisa
ser entendido pelo leitor” (GURGEL, 2009, p. 41). Em aulas de língua, tanto
materna, quanto estrangeira, é importante que se proponha a leitura e escrita de
textos significativos, que condizem com o cotidiano dos alunos. Não basta
simplesmente solicitar uma atividade corriqueira, como, por exemplo, traduzir um
texto que fale de determinado país, sem que este seja inicialmente apresentado aos
alunos, precedido de um texto informativo para leitura. Esse tipo de atividade pouco
contribui para o crescimento intelectual dos alunos como também faz com que
muitos, por não se identificarem com a proposta de trabalho, passem a não gostar
do estudo da própria disciplina.
Outro exemplo de atividade que pouco contribui para a evolução da escrita dos
alunos é
Escreva um texto sobre a primavera. Quem se depara com uma proposta como essa imediatamente deveria se fazer algumas perguntas. Para quê? Que tipo de escrita será essa? Quem vai lê-la? Certas informações precisam estar claras para que se saiba por onde começar um texto e se possa avaliar se ele condiz com o que foi pedido. Nas pesquisas didáticas de práticas de linguagem, essas delimitações denominam-se condições didáticas de produção textual. No que se refere ao exemplo citado, fica difícil responder às perguntas, já que esse tipo de redação não existe fora da escola, ou seja, não faz parte de nenhum gênero (GURGEL, 2009, p. 40).
33
3.4 Compreensão escrita
Figura 10 - Ler Fonte: Coisa de Lilly
A compreensão escrita ou a leitura é ler e estar atento ao que se está lendo, de
forma que se possa realizar interpretação do texto escrito. Segundo Cagliari, “é uma
interpretação da escrita que consiste em traduzir os símbolos escritos em fala”
(1997, p. 103), por isso, na compreensão escrita há ausência de interlocutor, mas
apresenta marcas interacionais no discurso.
Na infância é importante que se incentive a leitura. Essa experiência deve ser
trazida de casa, porém, em muitos casos, essa experiência só é adquirida na escola.
Por isso o professor, seja qual for sua área de ensino, deve motivar os alunos a ler,
a fim de que possam expressar suas compreensões de leitura na escrita com êxito
de forma significativa, pois só assim o hábito de ler e escrever se tornaria prazeroso.
Também é na infância que a forma de como solicitar que os alunos realizem a leitura
e a escrita pode influenciá-los no futuro, fazendo com que muitos alunos passem a
gostar ou não dessas atividades.
“Embora o discurso oficial da escola reafirme a importância da leitura, na
prática, essa atividade está vedada para grande parte dos alunos, que não
conseguem ir além do deciframento das palavras no texto” (KLEIMAN, 1999, p. 190).
Dessa forma, percebe-se que o ato de ler não é apenas passar os olhos pelo texto
escrito, mas entender o que está de fato escrito. Ao ler os alunos devem relacionar a
leitura com a experiência de vida que possuem, sabendo conectar seu cotidiano com
o mundo.
34
Ler é compreender e compreender é, sobretudo, um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender. É um processo que envolve ativamente o leitor, à medida que a compreensão que realiza não deriva da recitação do conteúdo em questão. Por isso, é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de efetuar o esforço cognitivo que pressupõe a leitura, e para isso tem de conhecer o que vai ler e para que fará isso [...] (SOLÉ apud PELISSARI, 2009, p. 92).
Segundo os PCNs, “é necessário que o professor escolha o texto a ser usado
para, a seguir, estabelecer um propósito para leitura. [...] É útil pensar sobre o
trabalho em fases que podem ser chamadas de pré-leitura, leitura e pós-leitura”
(1998, p. 91). Entende-se por essas três fases, respectivamente, a preparação para
a leitura, ou seja, a leitura individual com o objetivo de decodificar palavras-chave do
texto; a leitura propriamente dita, incluindo uma nova leitura individual e uma
coletiva; e, por fim, a interpretação do que foi lido, para fins de exercícios como, por
exemplo, a produção textual.
Assim como os PCNs, muitos estudiosos da área da educação afirmam que a
compreensão escrita é mais significativa na infância do que a produção escrita,
porém, educadores possuem grandes dificuldades ao fazer com que os alunos
tenham interesse pela leitura, assim como os próprios pais dos alunos. “Conduzir
uma criança ao prazeroso universo da leitura nem sempre é uma tarefa simples.
Mas também não é tão difícil assim. Afinal, tempo livre e imaginação solta –
características de toda infância saudável – são tremendos facilitadores. Bem mais
complicado é transformar em leitor um adulto que chegou a essa fase da vida sem
ter descoberto o prazer dos livros” (COSTA, 2008, p. 60).
Após ilustrar alguns elementos que constituem as quatro habilidades
comunicativas, é possível afirmar que se aprende primeiro a compreensão e
produção oral, para depois a compreensão e produção escrita. Cabe salientar que
todas as pessoas normais falam, mas nem todas escrevem, portanto se fala mais do
que se escreve. Isso porque há um índice muito grande de analfabetismo hoje em
dia, mas
o início do conhecimento sobre linguagem escrita não depende do manejo pessoal da escrita e, portanto, não coincide com o início da escolaridade obrigatória. Embora pareça paradoxal, o início do conhecimento sobre a notação escrita propriamente dita também não coincide com a escolaridade, embora esteja intimamente ligado a ela. A relação entre o ensino institucional e o desenvolvimento do conhecimento da criança é de influência, não de determinação. Por diversas razões: porque a escrita é um
35
objeto social cuja presença e funções ultrapassam o marco escolar e porque a criança é um sujeito ativo e construtivo do seu próprio conhecimento. A primeira razão, a presença extra-escolar da escrita, é um fato inquestionável e não tem de ser justificado. Em compensação, a segunda não parece tão evidente (TEBEROSKY, 2003, p. 65).
Para que seja possível diminuir e, quem sabe, eliminar o analfabetismo,
entende-se que a leitura deve ser incentivada a partir dos diversos gêneros
existentes (livros, jornais, revista, internet, cartas), desde cedo, começando por ler
para as crianças na infância, sem evitar assuntos polêmicos como racismo e
violência. Esse ato também é significante para os adultos, visto que, ao perceber
uma criança aprendendo, o adulto se sentirá motivado a aprender também.
Atualmente, existem projetos pedagógicos que já estão mostrando bons
resultados quanto ao incentivo da leitura, como o PNLL – Plano Nacional do Livro e
Leitura (BRASIL, 2007), do Governo Federal (disponível em meio eletrônico1).
Também, para nortear professores, existem muitos projetos que visam colaborar
para um bom planejamento de aulas, um exemplo disso é a edição especial da
revista Nova escola (CIVITA, 2008). Esta apresenta diversas propostas de como
aproximar as pessoas e a leitura, tornando possível a interação delas com o mundo.
Assim, conclui-se que a utilização das quatro habilidades comunicativas, por
meio das múltiplas linguagens, torna a aprendizagem uma experiência significativa
ao inseri-las num contexto social, pois “para uma educação de qualidade e de
resultados é inegável a importância da comunicação. Somos seres de linguagem e,
por isso, uma comunidade é educativa se for comunicativa” (MEURER, 2009, p. 54).
Dessa forma, é importante acrescentar que os PCNs incentivam que os professores
desenvolvam a partir da leitura as demais habilidades, seguindo um eixo temático,
para que os alunos interajam com o meio em que estão inseridos. A partir disso,
entende-se que é pela compreensão escrita que uma pessoa aprimora suas demais
habilidades comunicativas, ou seja, o incentivo à leitura é primordial para que uma
pessoa tenha sucesso no desenvolvimento das quatro habilidades comunicativas.
1 http://www.pnll.gov.br
36
4 O DESENVOLVIMENTO DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS E DAS QUATRO
HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESPAN HOLA NA
ESCOLA ENTREVISTADA E CONFORME ENTREVISTA COM ALUNO S E
PROFESSORES
Nos dois capítulos anteriores foram ilustrados os significados de Múltiplas
linguagens e Habilidades comunicativas, a partir da coleta de informações por meio
de pesquisa exploratória e descritiva. Para que fosse possível confirmar as
hipóteses do projeto do presente trabalho, neste quarto capítulo utilizou-se pesquisa
qualitativa, a fim de coletar e analisar dados obtidos a partir dos resultados de
questionários aplicados em uma escola pública com alunos de Ensino Médio a
respeito das aulas de Língua Espanhola, bem como entrevista realizada com alguns
alunos dessa mesma escola e professores atuantes em escolas públicas e ou
particulares.
Dessa forma, este capítulo se divide em duas grandes partes, a análise dos
resultados obtidos com os questionários aplicados na escola e a análise das
entrevistas realizadas com alunos e professores.
4.1 Questionários aplicados na escola
Primeiramente, a escola escolhida foi contatada e marcou-se para o dia 11 de
março de 2011 a visita para a aplicação do questionário (APÊNDICE B) com as
turmas. Vale ressaltar que antes da aplicação deste foi assinado pelos participantes
um termo de consentimento (APÊNDICE A), para que os dados coletados pudessem
ser analisados e os resultados divulgados no presente trabalho.
Participaram da presente pesquisa uma turma de 1° a no, três turmas de 2° ano
e duas turmas de 3° anos, tendo um total de 157 alu nos (86 meninas e 71 meninos).
Salvo que a escola que concedeu a aplicação dos questionários possui mais turmas,
porém, apenas as turmas participantes mencionadas já haviam tido espanhol nos
anos anteriores. No quadro 2 é possível verificar o número de alunos entrevistados
por série.
37
Turmas Número de alunos
1° ano 21
2° ano 82
3° ano 54
Total 157
Quadro 2 – Número de alunos que responderam ao questionário Fonte: Autoria própria, 2011.
É importante destacar aqui que a escola entrevistada possui apenas uma única
professora de Língua Espanhola que respondeu a um questionário parecido ao dos
alunos (APÊNDICE C) e que suas respostas corresponderam às dos alunos em
todos os sentidos, por isso não se fez necessária a demonstração e comparação
dessas respostas neste primeiro momento. As respostas desse questionário farão
parte da próxima etapa deste capítulo em que serão mencionadas as entrevistas
com alunos e professores.
4.1.1 Faixa etária, sexo e série dos alunos entrevistados
Após a aplicação dos questionários na escola, realizou-se a soma das
respostas obtidas dos alunos, dividindo-as por sexo e série. Também foi apontada a
faixa etária em cada nível, como apresentam os gráficos 1 e 2 a seguir.
1 - Sexo feminino 2 - Sexo mascu lino
10
12
14
16
18
20
1° ano 2° ano 3° ano
Idade mínima
Idade máxima
101112131415161718
1° ano 2° ano 3° ano
Idade mínima
Idade máxima
Figura 11 - Idade mínima e máxima dos alunos entrevistados Fonte: Autoria própria, 2011.
38
Quanto à faixa etária das turmas, observa-se que nos dois gráficos anteriores
há uma grande semelhança de idade entre os alunos dos três anos. Por exemplo,
para as meninas a idade mínima no 1° e no 2° ano é 14, e no 3° ano 15; a idade
máxima no 1° ano é 18, e no 2° e no 3° ano é 19. Já para os meninos a idade
mínima é de 15 nos três anos, e a idade máxima no 1° e no 2° é 18, e no 3° 17.
Esse comparativo demonstra que há um número considerável de repetentes no
Ensino Médio não só no 1°, mas nos 2° e 3° anos tam bém.
4.1.2 Interesse dos alunos pela Língua Espanhola
Conforme os gráfico 3 e 4 é possível verificar que, quanto ao gosto pela Língua
Espanhola, de 157 alunos 80 gostam um pouco de espanhol e 55 gostam muito.
Quanto ao gosto pelas aulas de Língua Espanhola, 105 gostam muito e 95 gostam
um pouco. Comparando os dois gráficos, é possível afirmar que há poucos alunos
que não se interessam pela Língua Espanhola, tenho um número de 10 a 15 alunos.
Isso demonstra que é possível fazer com que os alunos que gostam um pouco se
interessem mais pelas aulas e por aprender a língua, o que nos faz pensar que,
talvez, a abordagem em sala de aula não esteja surtindo efeito e que a professora
não esteja utilizando todos os recursos possíveis em sala de aula.
3 - Gosto pelo espanhol 4 - Gosto pelas aulas de es panhol
10
20
30
40
50
60
70
80
Alunos
Gostam muito deEspanhol
Gostam um poucode Espanhol
Não gostam deEspanhol
0
20
40
60
80
100
120
Alunos
Gostam muito dasaulas de Espanholda escola
Gostam um poucodas aulas deEspanhol da escola
Não gostam dasaulas de Espanholda escola
Figura 12 - Interesse pela Língua Espanhola nas turmas Fonte: Autoria própria, 2011.
39
Outro fato importante a ser destacado é de a professora falar pouco em
espanhol nas aulas, conforme mostra o gráfico a seguir. A partir dessa informação, é
possível pensar que isso pode fazer com que os alunos que gostam pouco da língua
e das aulas possam simplesmente perder o interesse, passando a não gostar da
língua. Dessa forma, seria de extrema importância que a professora começasse a se
comunicar mais na língua, mesmo que os alunos não entendessem tudo, a fim de
que se sentissem motivados a isso.
5 - O quanto a professora fala em espanhol em aula
0
20
40
60
80
100
120
140
Professor(a)
Fala sempre emEspanhol na aula
Fala pouco emEspanhol na aula
Não fala em Espanholna aula
Figura 13 - O quanto a professora fala em espanhol em aula Fonte: Autoria própria, 2011.
4.1.3 Atividades propostas pelo professor nas aulas de Língua Espanhola
Segundo as respostas dos alunos, gráficos 6 e 7, nota-se que a professora
oferece quase sempre o mesmo tipo de exercício lúdico nas aulas de Língua
Espanhola, as cruzadinhas, e com menos frequência palavras caça-palavras, não
propondo nenhum outro tipo de jogo que desperte mais o interesse dos alunos.
Observa-se também que entre todas as atividades possíveis a serem propostas
predomina sempre o mesmo tipo de atividade sugestionado para qualquer ensino de
língua estrangeira, a tradução, a música e a leitura de textos. Produção textual,
exercícios gramaticais e prática de diálogo são trabalhados, mas em menor
proporção comparados às atividades citadas anteriormente. Salienta-se que a
40
prática de diálogo é uma atividade muito importante para o ensino de língua
estrangeira, porém, de acordo com o que foi apurado com as respostas dos alunos,
a professora não demonstra dar o devido valor.
O que se percebe com a análise desses gráficos é que, embora a escola, por
ser pública, não possua variados recursos digitais, como laboratório de idiomas e de
informática, a professora trabalha músicas. Assim, é possível afirmar que também se
pode trabalhar diálogos em sala de aula. Com o apoio de um CD player com
diálogos gravados para os alunos tomarem de exemplo a professora pode solicitar
que os alunos também pratiquem diálogos.
6 - Jogos em espanhol que o(a) professor(a) trabalha
7 - Atividades em espanhol que o(a) professor(a) solicita
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Cruzadinhas
Caça-palavras
Jogo de memória
Jogo de mímicas
Uno
Truco
0
20
40
60
80
100
120
140Tradução
Ouvir músicas
Ler textos
Escrever textos
Exercíciosgramaticais
Praticar diálogos
Ler gibis
Figura 14 - Atividades propostas pelo professor nas aulas de espanhol Fonte: Autoria própria, 2011.
4.1.4 Atividades que os alunos gostam de realizar
Dentre as atividades que a professora solicita em sala de aula, conforme o
gráfico 8, percebe-se que os alunos preferem música, visto que entre todas as
atividades que a professora solicita em aula essa é menos tradicional.
Outro dado importante de ser mencionado é o fato de os alunos terem a
oportunidade de escrever o que mais gostavam de fazer para aprender a língua
(pergunta Qual a atividade que você mais gosta de fazer para aprender espanhol?,
APÊNDICE B), muitos diziam gostar de assistir a filmes, leitura de livros e histórias
em quadrinhos, jogos, praticar diálogos e realizar teatro, atividades estas menos ou
41
nunca trabalhadas em sala de aula. Ressalta-se que essas também são atividades
possíveis de se realizar em aula, pois não necessitam de muitos recursos cabendo à
professora apenas organizar essas atividades de forma que possam serem
trabalhadas ao longo do ano letivo.
8 - Atividades que os alunos gostam de realizar para aprender espanhol
5
15
25
35
45
55
Músicas
Ler
Conversar
Tradução
Cruzadinhas
Caça-palavras
Figura 15 - Atividades que os alunos mais gostam de realizar Fonte: Autoria própria, 2011.
4.1.5 Análise dos questionários aplicados na escola
A partir da conclusão desta primeira parte do capítulo pode-se concluir que a
professora não reflete sobre as quatro habilidades comunicativas para desempenhar
seu papel como educadora de língua estrangeira, pois não foi apontada em nenhum
momento uma constância no incentivo a essas habilidades dos alunos em sala de
aula. Também não se observou nenhuma iniciativa da parte da professora de
compreender as múltiplas inteligências dos alunos e qual das múltiplas linguagens
que surtiriam mais efeito em sala de aula, tendo em vista que apenas se trabalhava
um tipo de atividade lúdica como exercício, não sendo considerados que os gostos
de cada aluno poderiam vir a agregar muito as aulas.
42
4.2 Entrevistas com alunos e professores
4.2.1 Entrevista com alunos
Em 19 de março de 2011 foram convidados quatro alunos do Ensino Médio, da
mesma escola participante desta pesquisa, para responderam perguntas mais
específicas a respeito da Língua Espanhola (APÊNDICA D), como, por exemplo, sua
importância na vida, no cotidiano e no futuro dos alunos. Por motivo de sigilo o nome
dos alunos entrevistados não será citado, sendo utilizadas letras para representá-
los. Conforme a seguir, podem-se verificar algumas informações relevantes a
respeito de cada entrevistado, como escolaridade, idade e sexo, bem como suas
respostas às perguntas da entrevista.
• “R” - estudante do 3° ano do Ensino Médio, 16 anos , sexo masculino; “GK” -
estudante do 2° ano do Ensino Médio, 15 anos, sexo feminino; “G” - estudante do 3°
ano do Ensino Médio, 17 anos, sexo masculino; “C” - estudante do 3° ano do Ensino
Médio, 16 anos, sexo masculino.
Entrevistadora: Qual é a importância do espanhol em sua vida?
R: “Atualmente não tem muita importância, mas no futuro se caso eu entrar em uma
empresa multinacional, posso ter mais importância”.
GK: “Para mim o espanhol terá importância no futuro, pois hoje em dia para
conseguir um emprego eles exigem muitas coisas, entre elas falar outras línguas,
entre as mais importantes o inglês e o espanhol”.
G: Vivemos em um continente em que a Língua Espanhola é a mais falada, então,
dominar o básico desse idioma é muito importante”.
C: “Nenhuma”.
Entrevistadora: Você acredita que as aulas de espan hol contribuem para seu
futuro profissional? De que forma?
R: Sim, facilitando na comunicação entre as pessoas e, consequentemente, com o
crescimento profissional”.
43
GK: “Sim, pois assim sabemos o quanto é importante para próximos trabalhos ou se
não vamos usar esta língua”.
G: “Sim, ter informações básicas sobre a Língua Espanhola é um avanço muito
grande”.
C: “Sim, como forma de comunicação”.
Entrevistadora: O que você mais gosta no espanhol?
R: “Não gosto, apesar de saber que é uma língua necessária”.
GK: “O diálogo”.
G: “Gosto da pronúncia das palavras”.
C: “A pronúncia”.
Entrevistadora: Quais são as suas expectativas para o futuro? Você acredita
que continuará o espanhol presente em sua vida? Ond e?
R: “Pretendo fazer vestibular e ingressar na faculdade, depois trabalhar na área do
curso. Acredito que o espanhol estará presente nos livros ou nas viagens que
realizarei”.
GK: “Eu acho que eu quero continuar estudando línguas, mas não acredito que o
espanhol irá continuar no meu futuro profissional”.
G: “Acredito muito pouco, acho que existe pequenas possibilidades de o espanhol
estar presente na minha vida no futuro”.
C: “Talvez, em viagens para o exterior, por exemplo”.
Entrevistadora: Quando falamos no espanhol, o que l he vem à mente?
R: “Uma língua complicada, mas parecida com o português”.
GK: “Viajar para países com essa língua”.
G: “Vem em mente o conteúdo de espanhol do colégio e também algumas músicas”.
C: “Países da América Latina”.
Entrevistadora: Como você acha que o espanhol está presente em sua vida?
R: “Apenas no colégio”.
GK: “Eu acho que na escola apenas”.
G: “Atualmente ele está presente somente nas aulas de espanhol”.
C: “É um importante meio de comunicação”.
44
Entrevistadora: Comparando o espanhol com o inglês, o que você gosta mais?
Por quê?
R: “O português, por ser a língua da qual mais domino”.
GK: “Gosto mais de inglês, por que é uma língua totalmente diferente da nossa e
muito usada para trabalho em relações exteriores”.
G: “Gosto mais do inglês, porque é uma das línguas mais faladas do mundo, e eu
desejo no futuro saber falar fluentemente esta língua”.
C: “A facilidade de aprendizado”.
Entrevistadora: Quais dessas duas línguas você acre dita ser mais importante
para sua vida? Por quê?
R: “O inglês, pois é a língua universal”.
GK: “O inglês, pois eu pretendo seguir carreira profissional com inglês no meu
trabalho”.
G: “A Língua Inglesa para mim é a mais importante. É importante porque é a língua
oficial de várias nações importantes no mundo”.
C: “Inglês, pois tenho um maior contato com essa língua e acredito que será mais
importante no meu futuro”.
Entrevistadora: Você costuma ler livros em espanhol ? Que tipo de livros?
R: “Não, além dos professores do colégio não incentivarem, não tenho muito
interesse”.
GK: “Não”.
G: “Não, li somente uma vez no colégio e era um livro de contos infantis”.
C: “Não”.
Entrevistadora: Você costuma ver filmes e/ou seriad os em espanhol? Quais?
R: “Não, os filmes e séries que costumo assistir são normalmente americanos e
dublados”.
GK: “Não”.
G: “Não tenho o costume”.
C: “Não”.
45
Entrevistadora: Você costuma escutar músicas em esp anhol? Dê exemplos de
cantores e bandas.
R: “Às vezes, como a Shakira”.
GK: “Não costumo escutar músicas em espanhol, mas a que mais gosto é a
Shakira”.
G: “Sim, costumo ouvir músicas da Shakira”.
C: “Não”.
Entrevistadora: Você costuma falar em espanhol? Com quem?
R: “Não”.
GK: “Não”.
G: “Sim, com o professor de espanhol”.
C: “Não”.
Entrevistadora: Você costuma comparar o espanhol co m o português e/ou
inglês? De que forma?
R: “O espanhol com o português, por serem línguas semelhantes no modo de falar e
escrever diversas palavras”.
GK: “Não costumo”.
G: “Sim, comparo a escrita semelhante de algumas palavras da Língua Espanhola
com a Portuguesa”.
C: “Sim, pela forma de escrever e de falar”.
Entrevistadora: Você se sente motivado a aprender e spanhol na escola?
Como? O que os professores fazem para isso?
R: “Na realidade não tenho muito incentivo, pois os professores não trazem coisas
novas e como as salas de aula têm muitos alunos é complicado do professor motivar
os alunos”.
GK: “Pela escola não tenho motivação, pois a professora trabalha apenas com
teorias e matérias simples”.
G: “Sim, se os professores estimular e cobrar bastante”.
C: “De certa forma estudando com músicas e literatura”.
46
Entrevistadora: O que você acha fundamental para su a aprendizagem de
espanhol?
R: “Sim, para uma melhor formação, apesar de não possuir um ensino adequado no
colégio no qual estudo”.
GK: “Mais diálogo em sala de aula”.
G: “Acho fundamental a prática de espanhol fora da sala de aula”.
C: “Diálogo”.
Entrevistadora: Dê um pequeno parecer em relação ao espanhol e ao ensino
de espanhol sobre algum dado que não tenha sido con templado nesta
entrevista:
R: “Os cursos de espanhol devem ser mais completos que o colégio para possuir
melhor aprendizagem. Acredito que a única forma é fazermos cursos paralelos, e as
formas didáticas para aprender espanhol devem se adequar a quantidade de alunos
e a base de conhecimento”.
GK: “O espanhol também é muito usado para viajar e conhecer outros lugares, para
pessoas que trabalham com turismo e precisam conduzir as pessoas destes outros
lugares, é para isto que eu acho mais importante saber falar essa língua”.
G: “O espanhol é um idioma importante, e deve ser levado mais a sério, assim como
o inglês, ele é pouco valorizado, uma aula por semana é muito pouco para esses
conteúdos”.
C: Não declarou nada a respeito.
4.2.2 Entrevista com professores
Para esta parte do trabalho foram convidados quatro professores de espanhol
de Ensino Médio em escola pública e ou privada para responderam perguntas mais
específicas a respeito do ensino de Língua Espanhola (APÊNDICA E). Por motivo de
sigilo o nome dos professores entrevistados também não será citado, sendo
utilizadas letras para representá-los. A seguir, podem-se verificar algumas
informações relevantes a respeito de cada entrevistado, como grau escolar o qual
lecionam, idade e sexo, bem como suas respostas às perguntas da entrevista.
47
• “ME” - professora de Língua Espanhola de Ensino Fundamental, Médio e
Superior, 57 anos, sexo feminino; “L” - professora de Língua Espanhola de Ensino
Fundamental e Médio, 58 anos, sexo feminino; “D” – professora de Língua
Espanhola de Ensino Fundamental e Médio, 27 anos, sexo feminino; “N” -
professora de Língua Espanhola de Ensino Fundamental e Médio, 54 anos.
Entrevistadora: Qual sua contribuição para o ensino de espanhol?
ME: “Que cada vez mais pessoas conheçam o universo da língua espanhola”.
L: “Trabalho para a divulgação do ensino de Espanhol desde faz muitos
anos, como professora, como presidente do CORPE (Conselho Riograndense
dos Professores de Espanhol”.
D: “Costumo buscar novidades na área, especializar a oralidade, usar músicas e
jogos, deixar a aula bastante atrativa. Uso muitos textos também para interpretação
e só falo em espanhol”.
N: “Intento que os alunos gostem de aprender a língua para se comunicar e como
instrumento de aquisição de conhecimento”.
Entrevistadora: De que forma você acredita estar mo tivando os alunos a
aprender espanhol?
ME: “Fazê-los perceber a necessidade de aprender a língua que, aparentemente,
acreditam ser ‘tão semelhante’ ao português de forma divertida. Mostrar-lhes a
cultura e particularidades do idioma”.
L: “De todas as formas possíveis, como palestras, cursos, encontros, oficinas”.
D: “Através da novidade. Como a Língua Espanhola é algo realmente novo nas
escolas de rede pública, tudo que levo é atrativo para eles, principalmente quando
levo canções, eles adoram e conhecem novos ritmos e cantores”.
N: “Demonstrar que saber um idioma nos dá novas oportunidades de comunicação e
inclusive no âmbito laboral”.
Entrevistadora: O que você acredita ser fundamental na aprendizagem de
espanhol?
ME: “As quatro habilidades essenciais: compreensão auditiva, compreensão escrita,
leitura e comunicação na língua alvo”.
48
L: “A conversação”.
D: “A oralidade, o falar e se expressar em espanhol. Como é 'parecido' com
o português, ou seja, se aproxima em muitas coisas com a nossa língua materna, os
alunos acabam gostando muito, pois conseguem se comunicar de forma mais fácil”.
N: “Motivar ao aluno e falar na língua alvo sempre”.
Entrevistadora: Porque você resolveu ser professor( a) de espanhol?
ME: “Por ser nativa (uruguaia) e observar a necessidade do mercado. Além disso,
também gostar de repassar o conhecimento da cultura e da própria língua
espanhola”.
L: “Por gostar muito do idioma e ser hispanohablante”.
D: “Para não ser igual à maioria dos estudantes que acreditam que só o inglês é
importante na área da educação”.
N: “Porque ensinar uma língua é compartilhar saberes e trocar vivências”.
Entrevistadora: Qual a importância do espanhol para o futuro profissional de
seus alunos?
ME: “Saber comunicar-se tanto oralmente como por escrito”.
L: “O espanhol está crescendo cada vez mais, não só no Brasil com o a nível
mundial”.
D: “Assim como qualquer idioma, curso, especialização, o espanhol só adiciona na
vida de qualquer pessoa que realmente estude, vá a fundo no idioma. Não apenas o
espanhol, mas qualquer estudo é importante na vida de quem quer se destacar na
vida”.
N: “Saber inglês hoje não é diferencial para certas camadas sociais e o espanhol é a
língua que o aluno brasileiro pode treinar com mais facilidades além de ser um
idioma falado em toda América Latina e nos organismos internacionais”.
Entrevistadora: Você acha que os recursos eletrônic os contribuem para uma
aula mais dinâmica? Como? Como você utiliza esses r ecursos?
ME: “Sim. alem de escutar a língua (preparar o ouvido), o aluno visualiza situações a
serem exploradas na própria língua, dependendo do assunto trabalhado em aula”.
L: “Sim. Utilizando computadores e novas tecnologias. Colocando os alunos em
contato com elas”.
49
D: “Sim, lógico! A gente como professor, precisa estar atento a tudo, o mundo virtual
está presente na vida de todos, se não utilizarmos essas opções, podemos ir ficando
pra trás e ser apenas mais um professor desinteressante, como muitos por aí...
Devido ao pouco tempo de aula e a dificuldade de trabalhar em escola pública que
não temo retorno necessário para fazermos um trabalho mais motivador, utilizo
como posso. Temos na escola computadores, no qual uso para pesquisas junto
com eles, jogos gramaticais na rede, PowerPoint com tirinhas da Mafalda, canções
no karaokê... esses são alguns exemplos”.
N: “Temos muitos materiais diferenciados para trabalhar com recursos multimídias,
usando áudio autêntico, músicas, vídeos ou filmes, louça eletrônica, pesquisas na
Web. Ultimamente uso as redes sociais para postar músicas, vídeos, notícias, até
receitas de cozinha e eles pedem para ser meus amigos”.
Entrevistadora: Em escola pública normalmente esses recursos são menos
disponíveis ao professor. Como você vê o ensino de espanhol sem esses
recursos?
ME: “Não vejo empecilho algum. O professor tem de (re)inventar-se procurando
suprir as necessidades do aluno com o material que dispõe”.
L: “Usando a criatividade do professor”.
D: “Não temos muitos recursos mesmo, na escola que leciono, temos a disposição
computadores, mas com internet muito lenta, temos retroprojetor, sala de vídeo e
Data show, o problema do Data show é que demora muito para conectar tudo e o
tempo é pouco”.
N: “A maioria de escolas públicas tem sala de informática, provavelmente não se
poderá usar sempre, mas sempre que se consiga vale a pena. Também pode se dar
os links para que eles procurem na Web. Agora música e filme sempre foram
usados. Depende do planejamento do professor e de seu engajamento com as
novas tecnologias”.
Entrevistadora: Como você vê o ensino de espanhol n as escolas particulares e
públicas? Há alguma diferença? Qual (is)?
ME: “No ensino propriamente dito, não vejo diferença. Vai depender da
contribuição/dedicação do professor para com a disciplina de acordo com o público
alvo”.
50
L: “Muitas, sendo a mais importante a facilidade financeira do aluno particular”.
D: “Nas escolas particulares é tudo mais fácil de ser feito, isso em relação a
infraestrutura, o que nas públicas não é tão moderno. No mais, não vejo diferença, já
trabalhei em ambas escolas e posso garantir que a aula dada em escola pública, de
minha parte, pelo menos, é a mesma, com o mesmo cuidado e carinho”.
N: (a entrevistada não respondeu ao questionamento).
Entrevistadora: O que você acredita que um aluno ne cessita ter para aprender
espanhol?
ME: “O aluno necessita ter interesse e curiosidade. Reconhecer a importância da
língua, levando em conta que em nossas fronteiras se respira o idioma espanhol,
assim como o crescimento da língua no mundo”.
L: “Disponibilidade, tempo e muita vontade”.
D: “Apenas vontade e não ter vergonha, para qualquer coisa que vá estudar, não
somente para espanhol”.
N: (a entrevistada não respondeu ao questionamento).
Entrevistadora: Em sua opinião, o que é mais import ante: falar ou escrever
bem em espanhol? Por quê?
ME: “De forma imediata, é mais importante saber falar. É essencial saber entender o
outro, e de fazer-se entender”.
L: “As duas habilidades são importantes. A criança aprende primeiro a falar
e depois a escrever. Num idioma o processo é muito parecido”.
D: “Tanto um quanto o outro são importantes, geralmente começamos na fala,
na linguagem e depois vamos para a escrita. Tem que ser equilibrado”.
N: (a entrevistada não respondeu ao questionamento).
Entrevistadora: Você acredita que o espanhol seja m ais importante que o
inglês para se aprender nas escolas brasileiras? Po r quê?
ME: “Acho importante aprender as duas línguas, levando em conta o mundo
globalizado. Sem deixar de reconhecer que nossas fronteiras exigem que se domine
o idioma espanhol”.
L: “Atualmente o ensino do inglês tem mais alunos e mais escolas, mas o
ensino de espanhol é igualmente importante”.
51
D: “Olha, sou suspeita ao falar sobre a Língua Espanhola, sou uma apaixonada pelo
idioma, pela cultura e tudo que envolve o castelhano. Acredito que qualquer idioma
seja importante aprender, não apenas inglês ou espanhol, isso até nos dá um
limite, deveríamos aprender francês, italiano, alemão... O que ocorre é que todo
brasileiro acredita que 'fala espanhol' só porque conhece algumas palavras ou
termina todas as palavras em 'ito', mas quem vai a fundo no idioma, sabe que isso é
irreal. Estudo espanhol há quase dez anos e hoje posso dizer com firmeza que
conheço bem os verbos, por exemplo. Não é tão fácil quanto parece.”
N: (a entrevistada não respondeu ao questionamento).
Entrevistadora: Você acredita que um aluno ao ler u m texto ou escutar uma
música em espanhol consiga compreender sem o uso ab usivo do dicionário?
ME: “Sim. O aluno compreende, de forma geral, o que lê e escuta. Sendo que, o
vocabulário que não entende (referindo-me a um texto de linguagem acessível) não
compromete o entendimento do texto como um todo. Essa é, ao meu ver, uma das
vantagens sobre a língua inglesa”.
L: “Sim, normalmente embora não consigam entender todo o contexto, a maior
parte será compreensível”.
D: “Sim, até em inglês, quando conhecemos um pouco do vocabulário, dá pra fazer
uma tradução, mesmo que seja precária”.
N: (a entrevistada não respondeu ao questionamento).
4.2.3 Análise das entrevistas com alunos e professores
Analisando as respostas dos alunos entrevistados é possível concluir que
quanto à importância do espanhol, ficou claro que no momento os alunos não dão
muita importância à língua, porém afirmam ser o espanhol importante para o futuro.
Dessa forma, acreditam que o ensino de espanhol contribui para uma comunicação
com pessoas de outros lugares, bem como ser um ponto favorável para o mercado
de trabalho. Comentam gostar da pronúncia e do diálogo da língua, mas confirmam
que o espanhol não fará parte de seu futuro, apenas em viagens e livros. Acham
uma língua difícil e afirmam estar em contato com ela apenas na escola, embora
52
seja um importante meio de comunicação. Entre o espanhol e o inglês os
entrevistados preferem e acreditam ser mais importante o inglês por ser a língua
mais falada no mundo. Não leem, não assistem a filmes, o único contato musical
que possuem é através da cantora Shakira; não costumam falar em espanhol,
apenas quando solicitado em aula. Comparam o espanhol e o português devido às
suas semelhanças na escrita e na fala. Confirmam não se sentirem motivados a
aprender espanhol na escola. Sentem falta da prática de diálogos em sala de aula e
acreditam esse fator ser fundamental para a aprendizagem. Acreditam ser o
espanhol ensinado em cursos livres mais proveitoso que o ensinado na escola.
Mesmo sendo uma língua importante para a comunicação com povos de outros
países afirmam que deveria ser mais motivado, como o inglês.
Analisando as respostas dos professores entrevistados é possível identificar
interesses em comum para com o ensino de espanhol, visto que todos mencionam
buscar promover a língua entre os alunos para fins de educação e conhecimento,
através de elementos atrativos no uso da língua para motivá-los. Ressaltam a
importância do incentivo às múltiplas linguagens em sala de aula e da utilização de
recursos eletrônicos como positivos à aprendizagem. Embora nas escolas públicas
não se tenham os mesmos recursos da particular, fica claro nas respostas obtidas
que, independentemente do recurso, não há impedimentos para se ministrar uma
aula inovadora, buscando interagir com os alunos e motivá-los a aprender a língua.
É elogiável que frente a tantos recursos ainda hoje se realizam pesquisas com os
alunos, bem como o uso da internet, de vídeos e músicas etc. Dizem não haver
diferença no ensino, porém, o que pode diferenciar um pouco são os recursos
financeiros disponíveis e o modo como os professores trabalham. Outro ponto a ser
analisado que pode tornar o ensino insatisfatório é o desinteresse dos alunos para
aprender, a partir das respostas é possível afirmar que um aluno interessado pode
sim aprender, desde que esteja disponível para isso. Em um primeiro momento
dizem que a fala, assim como na língua materna, é a primeira habilidade a ser
trabalhada, e que, por isso, é importante começar por ela para depois avançar com a
escrita, e só depois reuni-las. Ressaltam que o ensino de inglês e espanhol deve ser
incentivado na mesma proporção, visto que ambas as línguas são importantes para
a comunicação, e comentam ser o espanhol mais fácil de entendimento por se
aproximar do português e possuir um vocabulário mais acessível.
53
Comparando a análise das respostas dos dois grupos supracitados é possível
afirmar que as hipóteses, que originaram este trabalho são confirmadas.
- Os alunos de Ensino Médio apresentam dificuldades de compreensão e expressão
oral e escrita, o que lhes acarretará barreiras de comunicação no futuro.
- As aulas de Língua Espanhola no Ensino Médio, da forma em que são
desenvolvidas, atualmente, não contribuem o suficiente para o desenvolvimento das
quatro habilidades comunicativas.
Em muitos aspectos há uma proximidade de interesses entre alunos e
professores, porém não se compreende por que alguns professores se distanciam
do que é possível de se realizar em sala de aula, mesmo que com quase nenhum
recurso. Para tornar possível que qualquer professor de Língua Espanhola saiba
explorar as múltiplas linguagens nas aulas de espanhol e auxiliar os alunos em sua
formação, desenvolvendo suas habilidades comunicativas, no próximo capítulo, e
último, far-se-á algumas considerações acerca do ensino do espanhol no Brasil com
vistas a propor algumas atividades possíveis de se realizar nas escolas com poucos
recursos, de forma que se aproxime dos interesses e da realidade dos alunos.
54
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES PARA O ENSINO D E LÍNGUA
ESPANHOLA
5.1 Algumas considerações
A primeira presença do ensino da Língua Espanhola no Brasil aparece entre
1888 e 1930 devido à presença de imigrantes, acontecendo de nos primeiros anos
muitos padres jesuítas ensinaram aos indígenas o espanhol para o trabalho braçal.
Em 1930, com a Ditadura Militar reformulou-se o sistema educacional, passando a
LE (Língua Estrangeira) a incorporar os currículos escolares e, consequentemente, o
espanhol. Este, porém só aparece definitivamente nos anos 40 como língua
moderna, substituindo o latim no Ensino Médio.
Embora o espanhol tenha sido incorporado nos currículos regulares, sua carga
horária semanal sempre foi inferior à do inglês e francês. Em 1961, a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) retira a obrigatoriedade da LE no ensino regular, ficando a
critério das escolas fronteiriças a escolha por uma segunda língua ou não. Nos anos
80, contudo, tendo em vista a não ocorrência do ensino de LE nas escolas e a
expansão de ligações comerciais internacionais com o Brasil, inicia-se uma
expansão de cursos livres de línguas estrangeiras pelo país.
Em 1991 é adotada a sigla MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) entre
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e mais tarde incorporados novos países,
favorecendo a criação de escolas bilíngues na fronteira desses países cujas línguas
utilizadas seriam o português e o espanhol. Dessa forma, em 1996 a LDB passa a
obrigar o ensino de uma língua moderna no Ensino Médio, contemplando outra
língua como optativa. Vale ressaltar que, mesmo com a aproximação do Brasil com
países cuja língua oficial é o espanhol, o inglês predominou mais uma vez no ensino
regular nas escolas por causa das relações comerciais internacionais com outros
países cujo inglês era a língua mais falada. Finalmente em 2005 foi criada a lei
11.161, que obriga o ensino do espanhol no Ensino Médio, sendo optativo no Ensino
Fundamental.
Após a lei de obrigatoriedade do espanhol no Brasil ter sido criada ocorreu
muitas discussões entre professores, estudantes e políticos, entre elas qual o real
55
objetivo de ensinar uma LE na escola, como também, o que esse ensino
acrescentaria para os estudantes. Em resposta a esses questionamentos pode-se
afirmar que em qualquer que seja a área de conhecimento, o ensino em geral busca
promover a construção coletiva do conhecimento de forma significativa aos
estudantes, a fim de formar cidadãos. Dessa forma, a língua seria um objeto de
interação transdisciplinar para estudantes de uma sociedade, de forma que esses
possam se comunicar com pessoas de qualquer que seja o país. Essa interação
deve ser capaz de promover papel significativo para que os estudantes possam
compreender o mundo globalizado o qual estão inseridos. O ensino de LE nas
escolas busca, assim, valorizar os países falantes, suas culturas, bem como a
pluralidade e a heterogeneidade entre os povos.
Em “Por que os brasileiros devem aprender espanhol?”, de João Sedycias (In
SEDUCIAS et al. 2006, p. 35-44) encontramos que o espanhol deve ser ensinado no
Brasil pela simples questão de ter sido assinado um acordo com a Argentina, o
Uruguai e o Paraguai para que fossem uma única zona comercial e econômica.
Além disso, o espanhol é a segunda língua nativa mais falada no mundo, sendo 21
países os que o tem como língua oficial e outros mais como segunda língua, como,
por exemplo, os EUA e o Canadá. Aprender espanhol também é uma questão de
“enriquecimento profissional” e “pessoal”.
A partir das considerações supracitadas é imprescindível que um professor de
espanhol saiba desmitificar os “diferentes espanhóis” existentes no mundo, visto que
uma língua nunca é falada de forma igual em todos os lugares, havendo variantes e
variedades entre uma sociedade falante e outra. Embora no Brasil a língua oficial
seja o português e nos países vizinhos o espanhol, também é importante que a
diferença entre essas línguas seja levada em consideração quando se pensa no
ensino do espanhol no Brasil, pois
[...] a língua espanhola passa a ser vista através de um estereótipo de “língua fácil”, isso em função de possuir uma relativa “proximidade” com o português. Assim, surge o intitulado “portunhol”, o qual vai contribuir para um efeito contraditório acerca da língua espanhola: por um lado, acelera a sua propagação; e, por outro, auxilia no desprestígio de seu ensino (SALVADOR; SANTOS, 2009).
No Brasil, quando se pensa no ensino do espanhol nos questionamos o
seguinte: Quem são os que aprendem?; Para que aprendem?; O que precisam
56
aprender?; Onde aprendem? e Como o aprendem?. Entende-se que alunos de
Ensino Médio e universitários do curso de Licenciatura em Letras com ênfase em
Língua Espanhola aprendem espanhol como forma obrigatória. Porém, como forma
facultativa há a possibilidade de aprender espanhol alunos de outros cursos de
graduação, alunos de Ensino Fundamental e demais interessados na língua. Dessa
forma, pode-se afirmar que se aprende espanhol para saber se comunicar, conhecer
o idioma e, talvez, ensinar o idioma, sendo necessário saber noções básicas para
comunicação, leitura e escrita da língua, bem como compreender a língua, saber
utilizá-la e os professores como ensiná-la, a partir de técnicas, propostas e projetos
didático-pedagógicos.
Segundo Luz Maria Pires da Silva no artigo titulado “Enseñanza de español
para brasileños: elaboración de material” (“Ensino de espanhol para brasileiros:
elaboração de material”) (In: SEDYCIAS, 2009, p. 188), o professor deve tornar a
aprendizagem do aluno significativa. Dessa forma, é importante o uso do texto em
sala de aula para que o aluno tenha “um contato direto e estável com a nova língua
e cultura” (tradução minha).
Por isso, se faz necessário que o aluno aprenda a falar as palavras e conhecer
seus significados, bem como saber escutar e escrever o que escuta. Por o espanhol
ser muito parecido com o português se torna significativo fazer com que o aluno
perceba essa diferença, como a pronúncia e a escrita das palavras, não o corrigindo
num primeiro momento, mas mostrando essas diferenças sutis existentes. O
professor deve realizar sempre revisão do vocabulário aprendido a partir de jogos
para memorização, como atividades com música, conversação e filmes, desse modo
o aluno realizará a repetição de formas diversas ao modo como foi aprendido.
5.2 Sugestões
Primeiramente, sugere-se que todo e qualquer professor de língua estrangeira
indague-se sempre a respeito da seguinte problematização:
57
- Como podemos desenvolver as múltiplas linguagens com alunos do Ensino Médio
frente a tantos problemas existentes quanto à formação das quatro habilidades
comunicativas?
- A exploração das múltiplas linguagens no ensino pode auxiliar na formação de
cidadãos com boa compreensão e expressão oral e escrita, mais desinibidos e
preparados para o futuro?
Em resposta a esses questionamentos, é importante que o professor saiba
incentivar o aluno a usar suas quatro habilidades comunicativas, para que seja
possível trabalhá-las de diversas formas com atividades que envolvam as múltiplas
linguagens existentes. É explorando as múltiplas linguagens que os alunos se
sentiram motivados a demonstrar suas múltiplas inteligências, desenvolvendo
melhor suas habilidades e competências para uma boa comunicação. Mesmo que
não haja uma fórmula “mágica” que se possa seguir em todas as aulas é possível
sim que os professores interajam com os alunos tornando a sala de aula um
ambiente mais agradável e divertido de se aprender.
Tendo em vista que os professores dispõem de um grande número de recursos
didáticos, como livros, revistas, jornais, vídeos, sites, jogos, etc, e de projetos
educacionais voltados para o ensino de espanhol, bem como pouco tempo em sala
de aula com uma mesma turma, devido à carga horária estabelecida nas escolas, se
propõe aqui a prática de atividades que envolvam as quatro habilidades
comunicativas a partir de músicas.
5.2.1 Atividades com música
Com o objetivo de fazer com que os alunos conheçam um pouco mais da
cultura de países que possuem o espanhol como língua oficial e desenvolvam suas
quatro habilidades comunicativas, a partir de uma das múltiplas linguagens, a seguir
se propõe algumas atividades possíveis de serem trabalhadas com música em
Língua Espanhola. Salienta-se que o modo de explicação do conteúdo não faz parte
desta proposta de atividades, podendo o professor ou não acrescentar novas
atividades a partir destas propostas.
MÚSICA 1
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Conteúdo: verbos
Recursos: um CD player, xerox, quadro negro.
Carga horária: 3 horas (2 períodos)
Grau escolar: 3° ano do Ensino Médio
1. Escute a música e preencha as lacunas.
PARA O ALUNO
PARA O PROFESSOR
ESTOY ENAMORADO (DONATO Y ESTEFANO)
Quiero beber los _______ de tu boca
Como si fueran gotas de rocío Y allí en el aire dibujar tu nombre
Junto con el mío Y en un acorde dulce de guitarra
Pasear locuras en tus sentimientos Y en el sutil ________ de una noche
Sepas lo que siento Que estoy enamorado
Y tu amor me hace grande Que estoy enamorado
¡Y qué bien, Y qué bien me ________ amarte!
Dentro de ti __________ en cautiverio Para __________ al aire que respiras
Y en cada espacio unir mis ___________ Junto con tu vida
Que si naufrago me quedo en tu orilla De __________ sólo me alimente
Que despierte del sueño ___________ Sólo para verte
Que estoy enamorado Y tu amor me hace grande
Que _________ enamorado ¡Y qué bien,
Y qué _________ me hace amarte! VOY A ENCENDER EL FUEGO DE TU
PIEL CALLADA MOJARÉ TUS LABIOS DE AGUA
___________ ¿PARA QUÉ PECAMOS? SUEÑOS DE LA NADA...
ESTOY ENAMORADO (DONATO Y ESTEFANO)
Quiero beber los besos de tu boca
Como si fueran gotas de rocío Y allí en el aire dibujar tu nombre
Junto con el mío Y en un acorde dulce de guitarra
Pasear locuras en tus sentimientos Y en el sutil abrazo de una noche
Sepas lo que siento Que estoy enamorado
Y tu amor me hace grande Que estoy enamorado
¡Y qué bien, Y qué bien me hace amarte!
Dentro de ti quedarme en cautiverio Para sumarme al aire que respiras
Y en cada espacio unir mis ilusiones Junto con tu vida
Que si naufrago me quedo en tu orilla De recuerdos sólo me alimente
Que despierte del sueño profundo Sólo para verte
Que estoy enamorado Y tu amor me hace grande
Que estoy enamorado ¡Y qué bien,
Y qué bien me hace amarte! VOY A ENCENDER EL FUEGO DE TU
PIEL CALLADA MOJARÉ TUS LABIOS DE AGUA
APASIONADA ¿PARA QUÉ PECAMOS? SUEÑOS DE LA NADA...
2. Encontre no caça-palavras abaixo as palavras preenchidas na música.
B C A B R A Z O S L J I U J N B T V D W GV L O N H B F C X W QP L O N I L N A
59
E D R Q K I U G R C J L H Y B L P I N C T R R F D N Y C S X E J O D N U F O R P
S R B I E N P O E F C U O P M B C T X W D V N J L N U H V T D W J N U C P L A
O Y Q U E D A R M E S R U H i T V Y U N B T V G V N H K T L K I E M R A M U S
S KO J G T N B D S T I I IU J B T P I O P M O B Y C R F S A Q W F H K I B Y C A I
T H F I N D S R W Z C O F T V R W I T Q Z S T G R G J O I P L M N A K L V R P O
Y V E W Z R J L P N Y N N O P B C I S P L I J O N V R R D V T L W C M I C T G N
Y R V Z W O L P B T D E S P I E R T E V T C R I A J U H Y V B Y S E U V T W D
IO N I R E C U E R D O S Y B P L I Y G B X W T B HO K U N I N G B G I J L P M A
3. Escreva essas palavras nos seus respectivos lugares abaixo e após ligue com
seu significado.
A _ _ _ _ _ _ Beijos
A _ _ _ _ _ _ _ _ _ Recordações
B _ _ _ Profundo
B _ _ _ _ Ilusões
D _ _ _ _ _ _ _ _ Faz
E _ _ _ _ Estou
H _ _ _ Desperte
I _ _ _ _ _ _ _ _ _ Bem
P _ _ _ _ _ _ _ Apaixonada
R _ _ _ _ _ _ _ _ Somar a mim
S _ _ _ _ _ _ Abraços
4. Quais dessas (11) palavras encontradas exprimem ideia de ação? Escreva uma
frase com cada uma dessas palavras que exprimem essa ideia.
5. Dialogue em espanhol em duplas ou trios a respeito da mensagem da música.
Utilize as seguintes expressões:
Yo creo... / Yo pienso... / Me parece... / En mi opinión… / Esta música dice respecto
a… / Yo entendí que… / Se trata de… / Nos pasa la mensaje de…
6. Escreva um pequeno parágrafo respondendo às seguintes perguntas, cite trechos
da própria música para justificá-las:
60
a) Quem está apaixonado?
b) A pessoa está conversando com alguém ou não?
c) A pessoa está acordada ou dormindo?
d) A pessoa possui intenção de casamento?
e) Que pecado é referido?
MÚSICA 2
Conteúdo: verbos
Recursos: um CD player, TV e DVD player ou Data Show, xerox, quadro negro.
Carga horária: 3 horas (2 períodos)
Grau escolar: 1° ano do Ensino Médio
1. Escute a música com atenção e circule as (10) palavras extras que aparecem na
letra.
PARA O ALUNO Maria la del Barrio (Thalía)
Y a mucha honra María la del Barrio yo soy La que de escuincla la quedó resola Y pa' cambiar su suerte De su barrio querido se fué Pa' poder comer Y a mucha honra Maria la del Barrio yo soy La que chamaca locamente se enamoro Y por curar dolências Se desquició Cuando él la dejó Maria, Maria la del Barrio no, no llores más Maria, Maria la del Barrio por tu amor él Regresará Y a mucha honra Maria la del Barrio yo soy La que señito a su hijo tu abandono Y pa' cubrir este pecado En su secreto que lo convirtió Señor, perdóname Señor Maria, Maria la del Barrio no, no llores más Maria, Maria la del Barrio por tu amor él Lo Regresará
Maria, Maria la del barrio no te culpes más Maria, Maria la del barrio Dios te perdonará Soy Maria, Maria la del Barrio Que de mi corazón se adueño Todita mi ilusión él se llevó me Soy Maria, Maria la del Barrio Que regrese a mi le pido a Dios Porque yo me pierdo sin su amor Soy Maria, Maria la del Barrio Sangre de mi sangre abandone Doy mi vida por volverlo a ver Soy Maria, Maria la del Barrio Ay! Ayudame señor A enmendar este cruel el error Soy Maria, Maria la del Barrio Soy Maria, Maria la del Barrio Maria la del Barrio soy yo Por amor fue que todo pasó Maria la del Barrio soy yo Cuanto sufre mi herido corazón Maria la del Barrio soy yo Quiera Dios mi pecado perdonar me Maria la del Barrio soy yo Para que vuelva la felicidad
PARA O PROFESSOR Maria la del Barrio (Thalía)
Y a mucha honra María la del Barrio yo soy La que de escuincla la quedó resola
Maria, Maria la del barrio no te culpes más Maria, Maria la del barrio Dios te perdonará Soy Maria, Maria la del Barrio Que de mi corazón se adueño
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Y pa' cambiar su suerte De su barrio querido se fué Pa' poder comer Y a mucha honra Maria la del Barrio yo soy La que chamaca locamente se enamoro Y por curar dolências Se desquició Cuando él la dejó Maria, Maria la del Barrio no, no llores más Maria, Maria la del Barrio por tu amor él Regresará Y a mucha honra Maria la del Barrio yo soy La que señito a su hijo tu abandono Y pa' cubrir este pecado En su secreto que lo convirtió Señor, perdóname Señor Maria, Maria la del Barrio no, no llores más Maria, Maria la del Barrio por tu amor él Lo Regresará
Todita mi ilusión él se llevó me Soy Maria, Maria la del Barrio Que regrese a mi le pido a Dios Porque yo me pierdo sin su amor Soy Maria, Maria la del Barrio Sangre de mi sangre abandone Doy mi vida por volverlo a ver Soy Maria, Maria la del Barrio Ay! Ayudame señor A enmendar este cruel el error Soy Maria, Maria la del Barrio Soy Maria, Maria la del Barrio Maria la del Barrio soy yo Por amor fue que todo pasó Maria la del Barrio soy yo Cuanto sufre mi herido corazón Maria la del Barrio soy yo Quiera Dios mi pecado perdonar me Maria la del Barrio soy yo Para que vuelva la felicidad
2. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) e corrija as falsas.
( ) A música conta uma história.
( ) A protagonista da história se chama Marta.
( ) A personagem cometeu muitos pecados.
( ) A personagem continua morando no mesmo bairro.
( ) A personagem se casou.
3. Resuma a história da música em tópicos, conforme a ordem dos acontecimentos.
4. Assista ao vídeo com trecho da novela homônima e encene-o de forma
humorística. (Obs.: o professor deverá escolher um vídeo na internet para essa
atividade).
62
6 CONCLUSÃO
Durante o desenvolvimento deste trabalho pude confirmar a relação existente
entre as múltiplas linguagens e as habilidades comunicativas. Baseada nos
referenciais teóricos pesquisados percebeu-se quão necessário se faz a presença
de relações entre os diversos tipos de linguagem no contexto escolar para que a
aprendizagem da Língua Espanhola ocorra de forma satisfatória, a fim de preparar
os alunos para o futuro.
Embora se saiba que é mais difícil atrair o interesse dos alunos nas aulas de
Língua Espanhola do que nas aulas de Língua Portuguesa, ao mediar o
conhecimento dos alunos, o professor pode fazer uso das múltiplas linguagens para
introduzir diversos conteúdos a partir do desenvolvimento das quatro habilidades
comunicativas. Também, quando ocorre interação entre o mundo social, no qual os
alunos estão inseridos, com as aulas de Língua Espanhola, os alunos dão mais valor
ao que lhes é ensinado, pois aprendem a partir de diferentes atividades propostas
pelo professor, passando, assim, a gostar mais da disciplina.
É importante destacar aqui que inicialmente quisera-se aplicar os
questionários em turmas de Ensino Fundamental regular, porém não foi encontrada
nenhuma escola pública que ensinasse espanhol para esse nível; também não foi
possível aplicar os questionários em escola particular, tendo em vista o pouco tempo
disponível para aplicação dos questionários e a falta de interesse por parte das
escolas particulares contatadas. Em consequência disso, o trabalho só pôde
comparar respostas entre alunos e professores.
Salienta-se que embora, no presente trabalho, os alunos não tenham sido
testados quanto ao seu desempenho nas quatro habilidades comunicativas, a fim de
incentivar as múltiplas linguagens, tentar-se-á, futuramente, pôr em prática as
atividades com música sugeridas ao final do último capítulo. Sendo assim, entende-
se que o presente trabalho não teve sucesso à proposta inicial, porém, serve como
um ponto de partida para o que se pretende melhorar no ensino de Língua
Espanhola nas escolas de Ensino Médio.
63
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70
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido
Programa de Graduação em Letras
Trabalho de Conclusão de Curso - A importância das múltiplas linguagens no
desenvolvimento das quatro habilidades comunicativas no ensino de Língua Espanhola no Ensino Médio
Pesquisadora Emilene Corrêa Souza
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O objetivo deste estudo é levantar dados sobre as aulas de Língua Espanhola na escola. Para participar do mesmo, será necessário dispor de aproximadamente 10 minutos para responder ao Questionário composto de questões sobre Língua Espanhola e atividades de ensino realizadas em sala de aula.
Declaro estar ciente das informações acima apresentadas e manifesto de forma livre e esclarecida meu interesse e consentimento em participar desta pesquisa.
_____________________________________________
Assinatura do participante
71
APÊNDICE B - Questionário de pesquisa para alunos
Escola: ___________________________________________ __________________________
Série: ____ Turno: _______ Idade: _____ Sexo: ( ) M ( ) F Data: _______________
QUESTIONÁRIO
Você gosta de espanhol? ( ) Sim, muito. ( ) Sim, um pouco. ( ) Não.
Você gosta das aulas de espanhol da sua escola? ( ) Sim, muito. ( ) Sim, um pouco. ( ) Não.
Seu professor fala em espanhol na aula? ( ) Sim, sempre. ( ) Sim, às vezes. ( ) Não.
Sim Não
Você faz ou já fez algum curso de espanhol fora da escola?
Você pratica diálogos em espanhol em aula?
Você fala em Espanhol fora da escola?
Com quem? Onde? ___________________________________________________________________
Você já fez algum passeio com a escola em que tivesse que falar só em espanhol?
Você costuma usar dicionário em espanhol em aula?
Você costuma usar dicionário em espanhol fora da escola?
O (a) professor (a) traz ou já trouxe textos em espanhol para você traduzir?
Você costuma escrever frases e pequenos parágrafos em espanhol em aula?
O (a) professor (a) usa ou já usou músicas em espanhol em aula?
O (a) professor (a) já trouxe filmes em espanhol para a aula?
Você já teve aulas de espanhol no Laboratório de Informática da escola?
Você já teve aulas de espanhol no Laboratório de Idiomas da escola?
Você já fez teatro em espanhol em aula?
Você já jogou algum jogo em espanhol em aula?
Marque, abaixo, os jogos que seu/sua professor (a) usa em sala de aula ( ) caça-palavras ( ) cruzadinhas ( ) jogo da memória ( ) encontre alguém que... ( ) jogo de mímicas ( ) jogos de adivinhações com perguntas (sobre pessoas famosas, por exemplo) ( ) outros __________________________________________________________________________
Marque, abaixo, as atividades que seu professor solicita que você realize:
( ) traduzir do espanhol para o português ( ) traduzir do português para o espanhol ( ) ler textos em espanhol para responder perguntas sobre o mesmo ( ) ler histórias em quadrinhos ( ) ler livros ( ) fazer exercícios gramaticais do tipo “passe a frase p/ a forma negativa, interrogativa etc” ( ) ouvir diálogos em CD ou K-7 para responder perguntas sobre os mesmos ( ) ouvir músicas e cantá-las ( ) praticar diálogos em espanhol em duplas ou trios ( ) apresentar pequenas peças de teatro em espanhol ( ) escrever textos curtos como cartas, descrições de lugares ou pessoas etc ( ) fazer cartazes ilustrando vocabulário aprendido nas lições ( ) assistir filmes e responder perguntas em espanhol sobre o mesmo ( ) outros __________________________________________________________________________ Qual a atividade que você mais gosta de fazer para aprender espanhol?
___________________________________________________________________________________
72
APÊNDICE C - Questionário de pesquisa para professo res
Escola: ___________________________________________ _______________________________
Professor (a): ____________________________________ _______________Data: _____________
QUESTIONÁRIO
Sim Não
Você já concluiu a graduação em Letras?
Você faz ou já fez algum curso de especialização em Língua Espanhola?
Você faz ou já fez algum curso de Mestrado?
Você faz ou já fez algum curso de Doutorado?
Você fala a Língua Espanhola em aula? ( ) Sim, sempre. ( ) Sim, às vezes. ( ) Não
Você fala a Língua Espanhola fora do ambiente escolar?
Você fala outro idioma estrangeiro além da Língua Espanhola?
Qual (is)?
___________________________________________________________________________
Em quantas escolas você leciona a Língua Espanhola? _______________________________________
Em quais séries você leciona por escola? _________________________________________________
Você já realizou algum passeio de imersão em Língua Espanhola com os alunos?
Você utiliza livro didático de Língua Espanhola em aula?
Você utiliza gramática de Língua Espanhola em aula?
Você solicita o uso do dicionário em sala de aula?
Você utiliza textos de Língua Espanhola para os alunos traduzirem em aula?
Você solicita leitura de livros na Língua Espanhola aos alunos?
Você utiliza músicas na Língua Espanhola em aula?
Você trabalha com exercícios de compreensão auditiva além de músicas?
Que tipo de exercícios? _______________________________________________________________
Você utiliza filmes na Língua Espanhola em aula?
Você já trabalhou com teatro na Língua Espanhola em aula?
Você já utilizou algum jogo na Língua Espanhola em aula?
Que tipo de jogo? ____________________________________________________________________
Que atividades você costuma solicitar em sala de aula?
Em sua opinião, quais as atividades que os seus alunos mais gostam de realizar para aprender a Língua Espanhola? Você percebe preferências diferentes conforme as séries?
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APÊNDICE D - Perguntas da entrevista com alunos
- Qual é a importância do espanhol em sua vida?
- Você acredita que as aulas de espanhol contribuem para seu futuro profissional?
De que forma?
- O que você mais gosta no espanhol?
- Quais são as suas expectativas para o futuro? Você acredita que continuará o
espanhol presente em sua vida? Onde?
- Quando falamos no espanhol, o que lhe vem à mente?
- Como você acha que o espanhol está presente em sua vida?
- Comparando o espanhol com o inglês, o que você gosta mais? Por quê?
- Quais dessas duas línguas você acredita ser mais importante para sua vida? Por
quê?
- Você costuma ler livros em espanhol? Que tipo de livros?
- Você costuma ver filmes e/ou seriados em espanhol? Quais?
- Você costuma escutar músicas em espanhol? Dê exemplos de cantores e bandas.
- Você costuma falar em espanhol? Com quem?
- Você costuma comparar o espanhol com o português e/ou inglês? De que forma?
- Você se sente motivado a aprender espanhol na escola? Como? O que os
professores fazem para isso?
- O que você acha fundamental para sua aprendizagem de espanhol?
- Dê um pequeno parecer em relação ao espanhol e ao ensino de espanhol sobre
algum dado que não tenha sido contemplado nesta entrevista.
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APÊNDICE E - Perguntas da entrevista com professore s
- Qual sua contribuição para o ensino de espanhol?
- De que forma você acredita estar motivando os alunos a aprender espanhol?
- O que você acredita ser fundamental na aprendizagem de espanhol?
- Porque você resolveu ser professor(a) de espanhol?
- Qual a importância do espanhol para o futuro profissional de seus alunos?
- Você acha que os recursos eletrônicos contribuem para uma aula mais dinâmica?
Como? Como você utiliza esses recursos?
- Em escola pública normalmente esses recursos são menos disponíveis ao
professor. Como você vê o ensino de espanhol sem esses recursos?
- Como você vê o ensino de espanhol nas escolas particulares e públicas? Há
alguma diferença? Qual (is)?
- O que você acredita que um aluno necessita ter para aprender espanhol?
- Em sua opinião, o que é mais importante: falar ou escrever bem em espanhol? Por
quê?
- Você acredita que o espanhol seja mais importante que o inglês para se aprender
nas escolas brasileiras? Por quê?
- Você acredita que um aluno ao ler um texto ou escutar uma música em espanhol
consiga compreender sem o uso abusivo do dicionário?