a importância das auditorias ambientais nas empresas

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1 Curso : Planejamento e Gestão Ambiental Disciplina : Auditoria Ambiental C. Horária : 30 horas/aula Professor : Engº Antonio F. A. Navarro Pereira Ano : 2005 2. Ementa Auditoria Ambiental, Aplicação de Sistema de Gestão Integrada, Ordenação de procedimentos de Gestão, 3. Objetivo Geral Proporcionar ao aluno condições de compreender os procedimentos de Gestão Ambiental e de Auditorias Ambientais, com vistas à certificação de empresas.

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Curso : Planejamento e Gestão AmbientalDisciplina : Auditoria AmbientalC. Horária : 30 horas/aulaProfessor : Engº Antonio F. A. Navarro PereiraAno : 2005

2. Ementa

Auditoria Ambiental, Aplicação de Sistema deGestão Integrada, Ordenação de procedimentos deGestão,

3. Objetivo Geral

Proporcionar ao aluno condições de compreender os procedimentos de Gestão Ambiental e de Auditorias Ambientais, com vistas à certificação de empresas.

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4. Objetivos específicos

Apresentar os procedimentos de AuditoriaAmbiental;Desenvolver no aluno o entendimento do que vem aser um Sistema Integrado de Gestão Ambiental;Estabelecer critérios de comparação entre empresasque não possuem e as que possuem sistemas degestão integrados;Fornecer subsídios que possibilitem ao alunoimplantar e implementar a norma NBR ISO 14000.

5. Conteúdo Programático

Unidade I - Gestão Ambiental

1.1. Conceituação de Gestão1.2. Principais procedimentos de Gestão Ambiental

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Unidade II - Implementação de Sistema de Gestão Ambiental

2.1. Definição de responsabilidade e autoridade2.2. Desenvolvimento de cronograma deimplantação2.3. Documentos de sistema de gestão

Unidade III - Fundamentos de proteção de Meio Ambiente

3.1. Evolução de conceitos3.2. Meio Ambiente e Poluição3.3. Exemplos de proteção de meio ambiente

Unidade IV - Norma ISO 14001

4.1. Requisitos Gerais4.2. Política Ambiental4.3. Planejamento4.4. Implementação e Operação4.5. verificações e ações corretivas

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Eng. Antonio Fernando Navarro

A importância da

Um sistema de gerenciamento ambiental requer umsistema de documentação para coletar, analisar,registrar e recuperar informações. Informação éferramenta para tomada de decisão. A qualidade dadecisão depende da qualidade da informação.Decisões são geralmente relacionadas à solução deproblemas. Para solucionar um problema, nósnecessitamos de informações para decidir.

O meio ambiente é um item importante doplanejamento estratégico de qualquer organização.Há crescente conscientização da necessidade deproteger o meio ambiente.Consumidores e distribuidores estão tomandodecisões baseadas em aspectos ambientais. Gerentesde empresas tem a responsabilidade de demonstrar acapacidade da companhia de atender leisambientais.

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Para prover confiança deve-se ter sistemas deauditoria, onde auditores independentes ( internos eexternos ) são empregados.Auditar é comparar práticas correntes comprocedimentos e normas aprovadas. Para se ter umbom sistema de auditoria é necessáriadocumentação adequada.Há grande similaridade entre auditoria ambiental eauditoria da qualidade (planejamento, seleção deauditores, relatórios, ação corretiva, etc.).

Informação é ferramenta para tomadas de decisão. A qualidade da decisão depende da qualidade da informação. A qualidade da informação depende da relevância, da precisão e da velocidade da informação. Ela se torna volátil se não for registrada, indexada e atualizada.Executivos que tomam decisões recebem uma quantidade exagerada de dados, mas nem sempre recebem a informação que eles precisam, apresentadas de forma clara e adequada para uso em decisões.

Objetivo da Auditoria AmbientalAvaliar a importância da Auditoria Ambientalindicando os instrumentos para que esta sejaaplicada com eficiência e eficácia.Inicialmente será analisada a perspectivahistórica, a inserção da questão ambiental nagestão empresarial. Depois, identificada a atualtendência de implementação de normasregulamentos destinados à gestão ambiental dasempresas. Em seguida estabelecidos osconceitos de Auditoria Ambiental.

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Definições AcadêmicasDefinições AcadêmicasDefinições AcadêmicasDefinições Acadêmicas

Ø Segundo Webster’s,1976.

Ø Segundo Poutrel & Wasserman,1977.

Meio AmbienteMeio Ambiente

Webster’s

“As condições, influências ou força que envolvem einfluenciam ou modificam o contexto de fatoresclimáticos, edáticos bióticos que atuam sobre umorganismo vivo de uma comunidade ecológica e acabapor determinar sua forma e sua sobrevivência; aagregação das condições sociais e culturais (costumes,leis, idioma, religião e organizações política e econômica)que influenciam a vida de um indivíduo ou de umacomunidade”.

Poutrel & Wasserman

Define meio ambiente como “o conjunto, em umdado momento, dos agentes físicos, químicos,biológicos e dos fatores sociais susceptíveis deterem um efeito direto ou indireto, imediato ou atermo, sobre os seres vivos e as atividadeshumanas.”

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Definições LegaisDefinições LegaisDefinições LegaisDefinições Legais

Ø Lei 6.938, de 31/08/81 - Brasil.

Ø Constituição da República Federativa do Brasil.

Ø ISO 14001

Meio Ambiente

“Meio ambiente é o conjunto decondições, leis, influências e interaçõesde ordem física, química e biológicaque permite, abrigar e rege a vida emtodas as suas formas.”

Lei 6.938Lei 6.938

“Todos tem direito ao meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de usocomum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao PoderPúblico o dever de defendê-lo e àcoletividade o de preservá-lo parapresentes e futuras gerações” CF Art. 228.

Constituição da República Constituição da República Federativa do BrasilFederativa do Brasil

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Definido como os arredores no qualuma organização opera, incluindo “ar,água, terra, recursos naturais, flora,fauna, seres humanos e suas inter-relações.”

ISO 14001ISO 14001

PREOCUPAÇÃO COM O MEIO PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTEAMBIENTE

- 1970 = Iniciou a preocupação com o meio ambiente.- 1987 = Ato Único

* Tutela do Meio Ambiente* Proteção da saúde humana* Utilização atenta e racional das reservas naturais.

- 1992 = Tratado de Maastricht, formalizou a U. E queintegrou o meio ambiente na definição e atuação daspolíticas econômicas e sociais imposto aos governos.- Setores de maior preocupação: Transporte e Energia- SINIMA = Tem objetivo de sistematizar e apoiar à tomada dedecisão na área de Meio Ambiente, para rápida recuperação.

Avaliação dos impactos ambientaisA exploração dos recursos naturais causa danosambientais.A avaliação requer do analista conhecimentocientífico, visão abrangente, objetividade e bomsenso.Toda avaliação, em virtude da limitação dosmodelos existentes, é uma aproximação pobre darealidade.

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A maior parte da destruição do ambiente natural do globo tem como causa primordial as atividades humanas. Por isso, deve-se fazer uma abordagem sistêmica tanto dos eventos causados pelo desenvolvimento normal das atividades, como daqueles decorrentes de eventos acidentais, para uma adequada avaliação dos impactos. Como estes dois tipos de impactos têm características totalmente diversas, as técnicas, as metodologias e os modelos também são diversos. A partir das noções de eventos normais e acidentais, são desenvolvidos modelos econômicos na literatura internacional.

A crença na perfeição do desígnio divinoprecedeu e sustentou o conceito de cadeiaecológica, o qual teve, inicialmente, forteconotação conservacionista. No século XVIII,a maior parte dos cientistas e teólogosdefendia que todas as espécies da criaçãotinham um papel necessário a desempenharna economia da natureza (Thomas, 1989).

O pobre planeta Terra

Uma população mundial de mais de seisbilhões de pessoas, em contínuocrescimento, consiste, por sí só, num fatorde preocupação. Se considerarmos quecada um dos seis bilhões anseia pormelhor qualidade de vida, aquelecrescimento potencializa algum tipo decolapso nos sistemas de manutenção davida que nos fornecem ar, água e solo parasobreviver (Silva, PPL et al, 2002).

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Avaliação dos Riscos Ambientais refere-se àavaliação das conseqüências dos eventosinesperados, não planejados e indesejáveis, ou seja,os acidentes. É nestes momentos que a populaçãotoma consciência dos riscos ambientais impostospela tecnologia moderna. Esta avaliação pode serfeita através de diferentes Análises de Riscos:Ambiental (danos ao ambiente), Ecológico (danosaos ecossistemas ou às espécies), Humano (riscos àsaúde pública ou toxicologia), Tecnológico (danoshumanos causados por atividades industriais).

Problemática ambiental

Diante da problemática ambiental vivenciada pelassociedades pós-industriais modernas, surge apolitização das questões incorporadas a partir dosconceitos e representações da ecologia. Dessaforma, o “ecologismo”, visto como movimentopolítico, surgiu, como sugerem Lago & Pádua, da“percepção que a atual crise ecológica não sedeve a ‘defeitos setoriais e ocasionais no sistemadominante mas conseqüência direta de um modelode civilização insustentável do ponto de vistaecológico e socialmente injusto (Lago & Pádua,1985).

O colapso da Terra

Quando um estudo patrocinado pelo Clube de Roma(1972) – Relatório Meadows, afirmou que o mundopoderia entrar em colapso por volta de 2020, dadasdeterminadas premissas, houve uma avalancha decríticas, a grande maioria qualificando aquelasprevisões de fantasiosas e alarmistas. Hoje, passados28 anos depois, a maioria dos pesquisadores concordaque o problema da poluição e degradação ambientaisfoi subestimado (Cunha & Guerra, 2002).

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Biodiversidade

Nunca a biodiversidade foi tão ameaçada como no presente. Cem por cento das planícies selvagens dos Estados Unidos estão hoje perdidas. Noventa por cento também encontram-se perdidas na Nova Zelândia. Oitenta por cento das savanas encontram-se perdidas no Burundi e em Madagascar. Houve um recuo de mais de 50% das zonas úmidas na Alemanha, em sua parte oeste e nos Países Baixos entre 1959 e 1980 (Cunha & Guerra, 2002).

BiodiversidadeA biodiversidade tem se revelado um elementoestratégico. Além das perdas na vida selvagem háperdas consideráveis entre as variedades vegetais.Das mais de 10.000 subespécies vegetaisconhecidas e cultivadas na história hoje plantam-se menos do que uma centena. Nos EstadosUnidos, 96% das variedades classificadas noinício do século não são atualmente encontradasnos supermercados. (Cunha & Guerra, 2002).

EMPRESA E A QUESTÃO AMBIENTAL

Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento (1998), “... Um processo de transformaçãono qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos,a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudançasinstitucionais se harmonizam e reforçam o potencial presente efuturo, a fim de atender as necessidades de aspiraçõeshumanas”.

Aumento de Custo X Imagem das Empresas

Pressão de Seguradoras

Legislações mais restritivas

Pressão do Mercado

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Definição:

Segundo a ISO: “SGA, corresponde àestrutura, responsabilidades, práticas,procedimentos, processos e recursos paraimplementar e manter a gestão ambiental”.Gestão Ambiental é definida pela mesmaInstituição como sendo “parte de toda afunção gerencial de uma organização quedesenvolve, implementa, executa, revê emantêm a sua política ambiental”.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Elementos:

Criação de política ambiental

Estabelecimento de objetivos e alvos

Implementação e controle dos Sistemas

Correção dos Problemas

A Gestão Ambiental é o conjunto dos aspectos degerenciamento global que as empresas econômicasdevem adotar, com a função de realizar oplanejamento, o desenvolvimento, a implementaçãoe a manutenção de uma política ambiental emsintonia com o desenvolvimento sustentável.A aplicação dos princípios do desenvolvimentosustentável envolvem a integração dos critérios deproteção ambiental na prática econômica, a fim deque o planejamento estratégico empresarial torneefetiva esta conciliação.

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Por gestão ambiental entende-se o conjunto deprincípios, estratégias e diretrizes de ações eprocedimentos para proteger a integridade dos meiosfísico e biótico, bem como a dos grupos sociais quedeles dependem. Esse conceito inclui, também, também, omonitoramento e o controle de elementos essenciaisà qualidade de vida, em geral, e à salubridadehumana, em especial.

Suas atividades envolvem o monitoramento, ocontrole e a fiscalização do uso dos recursosnaturais, bem como o processo de estudo, avaliaçãoe eventual licenciamento de atividadespotencialmente poluidoras.Envolve, também, a normatização de atividades,definição de parâmetros físicos, biológicos equímicos dos elementos naturais a seremmonitorados, assim como os limites de suaexploração e/ou as condições de atendimento dosrequerimentos ambientais em geral.

Os sistemas de gestão ambiental SGA's são constituídospelos procedimentos, processos, recursos,responsabilidades, práticas e estrutura organizacional,para o desenvolvimento, implementação, revisão emanutenção da política ambiental definida pela empresa.

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CARACTERÍSTICA E PROCEDIMENTO PARA CARACTERÍSTICA E PROCEDIMENTO PARA ADOÇÃO DE UM SGAADOÇÃO DE UM SGA

Comprometimento da sua alta direção;

Definição da equipe responsável pelo projetode desenvolvimento e implementação de umSGA e descrição do projeto;

Estabelecimento da política ambiental;

Revisão inicial dos aspectos econômicos,tecnológicos e ambientais da empresa;

Definição dos objetivos e metas ambientais;

CARACTERÍSTICA E PROCEDIMENTO PARA ADOÇÃO DE UM SGA

Estabelecimento de programa específico de gestãoambiental para atender objetivos e metas;

Treinamento/Conscientização dos funcionários;

Execução do plano de gestão ambiental;

Cumprimento dos programas estabelecidos;

Aplicação de AA nas unidades da empresa;

Revisão do SGA.

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NORMAS E REGULAMENTOS AMBIENTAISNORMAS E REGULAMENTOS AMBIENTAISDEFINIÇÕES: NORMA (ABNT)

Segundo definição da ABNT - Associação Brasileira de NormasTécnicas “Uma norma é um documento estabelecido por consenso eaprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para o usocomum e repetitivo, regras, diretrizes, ou características para atividadesou resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação emum dado contexto”.

ISO: A ISO define uma norma “Como um acordo documentadocontendo especificações técnicas ou outros critérios precisos a seremutilizados uniformemente como uma regra, diretriz ou definição decaracterísticas a fim de assegurar que os materiais, produtos, processose serviços sejam adequados a sua finalidade”.

Gestão AmbientalGestão Ambiental

ISO 14000

Sistema deGestão Ambiental

Avaliação deDesempenho Ambiental

AuditoriaAmbiental

Avaliação doCiclo de Vida

Rotulagem Ambiental

Aspectos Ambientais em Normas de Produtos

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O sistema de gestão ambiental está intimamente ligado à auditoria ambiental. O SGA depende da auditoria para poder evoluir na perspectiva de melhoria contínua. Ao se implementar um sistema de gestão ambiental, automaticamente implementa-se a auditoria ambiental periódica. Assim, é necessário o conhecimento da auditoria ambiental como instrumento de gestão ambiental que irá “pilotar” o SGA.

Auditoria Ambiental

As auditorias ambientais são utensílios da gestão ambiental e contribuem para o bom funcionamento do SGA, e quando utilizadas adequadamente permitem:n Reduzir as repercussões sobre o ambiente,n Melhorar a imagem da empresa perante o exterior,n Cumprir a legislação ambiental,

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Uma auditoria ambiental é um processo de avaliaçãosistemático que permite obter e avaliar, de modoobjetivo, evidências, a fim de determinar se asatividades, acontecimentos, condições, sistemas degestão relativos ao ambiente ou informações que se lherefiram, estão em conformidade com a legislação emvigor.Uma auditoria ambiental pode ter vários objetivos ouâmbitos, conforme o fim a que se destina. Assim temosauditorias ambientais classificadas em função docliente a que se destinam, em função da freqüênciacom que se realizam e em função do âmbito dacertificação do sistema de gestão ambiental (SGA).

Históricon A auditoria ambiental surgiu nos Estados Unidos no final da década de 70, com o objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação. Ela era vista pelas empresas norte-americanas como uma ferramenta de gerenciamento utilizada para identificar, de forma antecipada, os problemas provocados por suas operações. Essas empresas consideravam a auditoria ambiental como um meio de minimizar os custos envolvidos com reparos, reorganizações, saúde e reivindicações.n Muitas empresas aplicavam, também, a auditoria para se prepararem para inspeções da Environmental Protection Agency - EPA e para melhorar suas relações com aquele órgão governamental.

O papel do EPAO papel da EPA com relação às auditorias ambientais tem-se alterado com o passar do tempo:n 1980 - requeria a implantação de programas de auditoria ambiental a qualquer empresa que causasse danos ao meio ambiente;n 1981 - passou a encarar a auditoria ambiental como de utilização voluntária por parte das empresas e as incentivava a adotá-la fornecendo em contrapartida, por exemplo, a agilização de processos de pedidos de licença e a diminuição no número de visitas de fiscalização; e n 1982 - assumiu o papel de incentivadora de auditorias voluntárias, sem conceder benefícios, e de fornecedora de assistência a programas de auditoria ambiental.

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Auditoria Ambiental na EuropaÉ na Europa, em 1992, no Reino Unido, que surgiu a primeiranorma de sistema de gestão ambiental, a BS 7750 (BSI,1994), baseada na BS 5770 de Sistema de Gestão daQualidade, onde a auditoria ambiental encontra-se alinormalizada. Na seqüência, outros países, como, porexemplo, França e Espanha, também apresentam suasnormas de sistema de gestão ambiental e de auditoriaambiental. Em 1993, começou a ser discutido o Regulamentoda Comunidade Econômica Européia - CEE no 1.836/93, emvigor a partir de 10 de abril de 1995, que trata do sistema degestão e auditoria ambiental da União Européia(Environmental Management and Auditing Scheme - Emas).

Auditoria Ambiental no BrasilNo Brasil, a auditoria ambiental surgiu, pela primeira vez, por meio da legislação, no início da década de 90, quando da publicação de diplomas legais sobre o tema, citados a seguir:

n Lei no 790, de 5/11/91, do Município de Santos-SP;

n Lei no 1.898, de 16/11/91, do Estado do Rio de Janeiro;

n Lei no 10.627, de 16/1/92, do Estado de Minas Gerais;

n Lei no 4.802, de 2/8/93, do Estado do Espírito Santo;

n Projeto de Lei Federal no 3.160, de 26/8/92; e

n Anteprojeto de Lei do Estado de São Paulo.

Razões para a realização de Auditorias Ambientaisn Auditoria de conformidade: consiste na verificação do cumprimento da

legislação aplicável existente. Segundo a própria autora, é umaauditoria de ambição muito limitada, pois se restringe à legislaçãoexistente e de caráter “defensivo”.

n Auditoria pós-acidente: centrada nos problemas de responsabilidadepenal ou civil, tem por objetivo determinar as causas de um acidente.Em geral, realizada paralelamente a um procedimento jurídico, pode darelementos à procuradoria, mas também pode fornecer à empresa osmeios necessários para sua defesa.

n Auditoria de risco: pode ser aplicada no caso de um contrato de seguroou, em um âmbito mais geral, no caso de uma análise de risco. Nesteúltimo caso, ela é útil para a empresa conhecer com precisão aextensão do risco de um acidente para o meio ambiente e,conseqüentemente, os riscos jurídico, econômico e financeiro. Comeste tipo de auditoria, a empresa visa simplesmente limitar seus riscos.

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Razões para a realização de Auditorias Ambientaisn Auditoria de operações de fusão, absorção ou de aquisição: uma

empresa que deseja, por exemplo, adquirir uma outra empresa podesolicitar uma auditoria ambiental para saber a natureza dos riscos aoqual ela estaria sujeita. Outro caso, por exemplo, é o da venda deterrenos nos quais serão colocados materiais descartados; a empresavendedora pode realizar uma auditoria ambiental para se desembaraçarde responsabilidades futuras no caso de contaminação. Da mesmaforma, uma empresa que vai comprar um terreno pode solicitar umaauditoria para saber em que situação, com relação à qualidade do soloe das águas, ele se encontra.

n Auditoria de gerenciamento geral: essa auditoria tem um objetivo maior.Trata-se de verificar todos os possíveis impactos da empresa sobre omeio ambiente. Essa auditoria permite a definição de uma orientação ede uma política da empresa por meio da totalidade dos dadosambientais e considera as evoluções futuras do contexto jurídico.

De acordo com a NBR ISO 14010 (ABNT 1996c),auditoria ambiental é o processo sistemático edocumentado de verificação, executado para obtere avaliar, de forma objetiva, evidências deauditoria para determinar se as atividades, eventos,sistema de gestão e condições ambientaisespecificados ou as informações relacionadas aestes estão em conformidade com os critérios deauditoria, e para comunicar os resultados desteprocesso ao cliente.

NORMAS INSTITUÍDAS

NORMAS FUNÇÃO SITUAÇÃO EM MAIO/2000

14010

14.011

14.012

Normas que definem as re-

gras de auditoria ambiental,

para as empresas

certificadoras: princípios

gerais, (14.010),

procedimentos (14.011), e

critérios de qualificação

para auditoria ambiental

(14.012).

Publicadas pela ISO em

01/10/96 e traduzidas

pela ABNT em novembro

do mesmo ano. A revisão,

prevista para o período

de 1999/2001, ainda não

finalizada.

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Auditoria Ambiental

Conceito: É a ferramenta usada pelas empresas para controlarmedir e evitar a degradação ambiental.

Definição: Pode ser definida como uma investigaçãoindependente e sistemática das rotinas e procedimentos deuma empresa relacionada com o meio ambiente, observandocritérios técnicos e organizacionais previamente estipulados,identificando os possíveis riscos ambientais e o atendimento alegislação pertinente dentre outros.Execução: As auditorias podem ser internas, externas oucorporativas.

Auditoria Ambiental“Ferramenta gerencial compreendendo umaavaliação sistemática, documentada, periódicae objetiva do desempenho de organizações,gerências e equipamentos, com o objetivo decontribuir para salvaguardar o meio ambiente,facilitando o controle gerencial de práticasambientais, e avaliando o cumprimento dediretrizes da empresa, o que incluiria oatendimento de exigências de órgãosreguladores e normas aplicáveis.”

Requisito da NBR ISO 14001:1996 A alta administração da organização, em intervalos por elapredeterminados, deve analisar criticamente o SGA, paraassegurar sua conveniência, adequação e eficáciacontínuas. O processo de análise crítica deve assegurarque as informações necessárias sejam coletadas, de modopermitir à administração proceder a esta avaliação. Essaanálise crítica deve ser documentada. Deve abordar aeventual necessidade de alteração na política, objetivos eoutros elementos do SGA à luz dos resultados de auditoriasdo SGA, da mudança de circunstâncias e docomprometimento com a melhoria contínua.

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Recomendações da NBR ISO 14001:1996

É recomendado que as análises críticas incluam: n resultados das auditorias; n nível de atendimento aos objetivos e metas; n contínua adequação do SGA em relação a mudanças de condições e informações; n as preocupações das partes interessadas pertinentes.

n Em 1972 : Primeiros Programas Oficiais de Auditoria Ambiental na Europa e EUA

n Ferramenta de acompanhamento e fiscalização

n Em 1979 : Diretiva permitindo inspeções, amostragens e análise nas companhias feitas por entidades externas e independentes, comunicando os resultados aos organismos do governo americano (EPA)

n Em 1986 : Declaração de Princípios de Auditoria Ambiental (EPA)

n Década de 90 : Surgiram as Normas de Gestão

Ambiental

n Carta Empresarial para o “Desenvolvimento Sustentável” da Câmara de Comercio Internacional (ICC)

n Normas Britânicas - BS 7750

n EMAS – Princípios de Eco-Gestão e Auditorias Ambientais

n Normas ISO da série 14.000

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No Brasil, a auditoria ambiental surgiu, pela primeiravez, por meio da legislação, no início da década de90, quando da publicação de diplomas legais sobre otema, citados a seguir:a) Lei no 790, de 5/11/91, do Município de Santos-SP;b) Lei no 1.898, de 16/11/91, do Estado do Rio deJaneiro;c) Lei no 10.627, de 16/1/92, do Estado de MinasGerais;d) Lei no 4.802, de 2/8/93, do Estado do EspíritoSanto;e) Projeto de Lei Federal no 3.160, de 26/8/92; ef) Anteprojeto de Lei do Estado de São Paulo.

Internacionalmente, a auditoria ambiental sobrebase normalizada começou a ser discutida em 1991com a criação do Strategic Advisory Group onEnvironment – Sage no âmbito da ISO. A discussãose amplia mundialmente, em 1994, com adivulgação dos projetos de norma dentro da sérieISO 14000. Em 1996, tais projetos de norma sãoalçados à categoria de normas internacionais, sendoadotadas pelos países participantes da ISO. NoBrasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT apresentou, em dezembro de 1996, as NBRISO 14010, 14011 e 14012, referentes à auditoriaambiental.

Categoria•Auditoria Gerência – avalia os SGA;•Auditoria Completa – desenvolve um exame completode todas as interações da indústria com o meio ambiente;•Auditoria Técnica- avalia as unidades de produção,processos e sistemas de tratamento de resíduos;•Auditoria de Responsabilidade- Está associada a fusõese aquisições industriais, tendo por objetivo avaliar opassivo ambiental da empresa.

AUDITORIA AMBIENTAL

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Benefícios da Auditoria Ambiental

n Melhora os níveis de conformidade com relação à legislação,normas e códigos de prática

n Encoraja consistência e conformidade interna quanto àspolíticas da empresa

n Aumenta a consciência ambiental em todos os níveis daempresa

n Reduz o risco de incidentes que possam levar a danosambientais significativos e resultar em possíveis processos

n Oferece maiores oportunidades para detecção do usoinapropriado ou desperdício de recursos, bem como delimitações na aplicação de tecnologia e na gestão de resíduos

n Gera informação e dados que poderão ser utilizados por órgãosreguladores e pelo público em geral

Tipos de Auditoria Ambientaln Auditoria de Conformidade

n Auditoria de Due-diligence

n Auditoria de Performance

n Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental

n Auditorias de Descomissionamento

n Auditoria de Fornecedores (Cadeia Produtiva)

n Auditorias de Diagnóstico Preliminar (ADP)

n Auditorias Normativa

n Auditoria Comportamental

Auditoria Ambiental vs. Rotina de TrabalhoAuditorias de

primeira parte

Avaliação da unidade, negócio ou processo conduzida por empregados

próprios

Auditorias de segunda

parte

Avaliação de toda ou parte da unidade, negócio ou processo conduzida por

auditores qualificados

Auditorias de terceira parte

Avaliação da unidade, negócio ou processoconduzida por pessoal externo; incluindoas inspeções conduzidas por agenciasgovernamentais

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Auditoria de Sistema de Gestão

A Auditoria Ambiental de um sistema de gestãotem dupla finalidade, isto é, verificar, analisar eemitir parecer sistemático não só documprimento dos objetivos, escopo e critérioestabelecidos no SGA, mas também da eficáciadeste, para o atendimento da política ambientalda empresa.

Característica de um programa de AA

Ø Tamanho da empresa e/ou de cada uma de suasoperações;

Ø Potencial de risco ambiental das operações daempresa;

Ø Situação da empresa perante as agências ambientaisgovernamentais, as organizações não governamentais(ONG’s) e as comunidades adjacentes às suasinstalações;

Ø Disponibilidade de recursos humanos e financeirosda empresa.

Processo de Auditoria

1. Pré Auditoria1. Pré Auditoria• Contatar o líder da

da Unidade. • Definir Escopo,

Objetivos e Agenda• Time de Auditoria e

responsabilidades

• Solicitar, distribuir e revisar as informações pré-auditoria

• Reunião do time de auditoria e finalizar os detalhes

2. Realização da 2. Realização da auditoria na auditoria na UnidadeUnidade

• Abertura• Revisão e

avaliação do sistema de gestão ambiental

• Verificação das constatações

• Avaliação e classificação das constatações

• Fechamento

3. Pós Auditoria3. Pós Auditoria• Preparação da

minuta do relatório

• Receber e incorporar os comentários

• Preparação e emissão do relatório final

• Plano de ação da Unidade

• Acompanhamento do plano de ação

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Definição de objetivos e escopo da auditorian Objetivos Gerais:

n Cumprimento de normas corporativas

n Verificação de conformidade com as regulamentações

n Redução de resíduos, emissões, lançamentos, etc.n Objetivos específicos:

n Análise do gerenciamento de resíduos perigosos

n Auditoria de conformidade com as novas regulamentações atmosféricas

n Considerações sobre escopo:

n Área física

n Área subordinada

n Hora

Definição de objetivos e escopo da auditoria

n Variáveis:

n Recursos financeiros

n Histórico da Unidade

n Ênfase legislativa

n Equipe profissional disponível

n Programas de auditoria da Unidade

n Questões legais

Funções e Responsabilidades

n Líder da auditoria

n Desenvolver o plano de auditorian Formar a equipe de auditorian Distribuir informações prévias da auditorian Orientar a condução da auditoria

n Auditores ambientais

n Coletar e analisar informações n Relatar as constatações e recomendaçõesn Gerenciar registros e documentos

Linha organizaciona

l

Fornecer informações,

acesso e espaço ao time de auditoria

Apoiar o envolvimento de toda organização

na auditoria

Page 27: A importância das auditorias ambientais nas empresas

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Informações Pré-Auditoria

n Questionário pré-auditoria:

n Informações gerais da Unidade (estrutura organizacional, limites geográficos, layout, operações, histórico, licenças, etc.)

n Informações ambientais específicas (principais fontes de poluição e sistemas de tratamento)

n Padrões de avaliação:

n Legislação, Regulamentos, Resoluções, etc.

n Política e procedimentos corporativos

n Padrões mundiais e boas práticas ambientais

n Sistemas de gestão (ISO, EMAS ou outros)

Reunião da equipe pré-auditoria:

n Possibilitar contato entre as pessoas

n Discutir as informações pré-auditoria

n Esclarecer responsabilidades

n Desenvolver cronograma das atividades

Atividade Data

Entrar em contato com o gerente da instalação 6 semanas antes

Definir e comunicar o escopo da auditoria 6 semanas antes

Desenvolver e enviar questionário pré-auditoria 6 semanas antes

Questionário pré-auditoria devolvido 4 semanas antes

Designar auditores 2 semanas antes

Coletar e distribuir informações básicas 2 semanas antes

Revisar os requisitos locais 2semanas antes

Finalizar detalhes administrativos 2 semanas antes

Elaborar plano de auditoria 1 semanas antes

Realizar reunião pré-auditoria com auditores 1 semanas antes

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Reunião de abertura

n Incluir liderança da unidade

n Apresentar equipe de auditoria

n Restabelecer objetivos, escopo, métodos e agenda da auditoria

n Confirmar o produto da auditoria

n Obter um entendimento das operações da unidade e principais aspectos ambientais

Realização da Auditoria na UnidadeVisita de orientação

n Lugares para os quais deseja dispensar atenção especial

n Limpeza e resíduos

n Odores incomuns

n Coloração do solo

n Deterioração de equipamentos

n Ajustes no plano de auditoria

Realização da Auditoria na UnidadeTipos de evidências de auditoria

n Evidências físicas: algo que o auditor possa observar

n Evidências documentais: algo verificável por meio de documentos escritos

n Evidências circunstanciais: observações indiretas que ajudam a equipe a desenvolver uma impressão global das práticas

n Evidências testemunhais: informações recebidas nas entrevistas com empregados

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Realização da Auditoria na UnidadeEntrevistasn Planejar antecipadamente

n Fazer entrevistas no local de trabalho

n Falar pessoalmenten Utilize o bom hábito de saber ouvir

n Demonstre que você está ouvindo

n Faça perguntas abertas

n Espere pela resposta

n Verifique se entendeu as respostas reformulando as perguntas

n Decidir como documentar as constatações

n Confirmar e verificar comparando informações

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Realização da Auditoria na UnidadeAvaliação e classificação das constatações da

auditorias

Os resultados devem ser :

n Relevantes (consistentes com o escopo e objetivos da auditoria)

n Livres de preconceitos

n Objetivos e persuasivos

n Consultivos (identificam questões e mostram o potencial impacto em termos de regulamentação, normas da corporativas, prática técnica, desperdício, produtividade, etc.)

Realização da Auditoria na UnidadeTipos de constataçõesn Regulamentação: envolve leis, portarias,

regulamentações e diretrizes externas à empresa, incluindo regulamentações governamentais e tratados internacionais

n Política: envolve políticas da empresa ou exigências legais

n Orientação/Observação: envolve diretrizes, práticas ou programas não exigidos por lei. As recomendações são feitas com intuito de melhorar o desempenho ambiental

n Recomendações: sistema exemplar, ação ou programa merece ser adotado por outros.

Realização da Auditoria na UnidadeReuniões de fechamenton Conselho

n Comece com uma anotação positiva

n Defina as regras básicas da reunião

n Resolva os mau-entendidosn Atividades

n Enfatize as deficiências dos sistemas

n Faça uma lista e discuta rapidamente todos os resultados

n Regulamentação

n Política da empresa

n Práticas gerenciais

n Faça recomendações, se adequado

n Ressalte a responsabilidade pela ação corretiva

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4/9/2010 91

Crimes ambientais Responsabilidade Penal Objetiva

Eng° Antonio Fernando Navarro

2004

Responsabilidade Civil Objetiva

O Brasil consagra a regra da responsabilidadecivil objetiva decorrente de danos ao meioambiente. Isto significa que, não é precisoapurar se o agente poluidor praticou o atoambientalmente lesivo por culpa ou por dolo:basta que esteja configurado o nexo decausalidade entre o ato e o dano para que sejaimputada a responsabilidade civil — entenda-se, o dever patrimonial de reparar o dano.

Direito Internacional do Meio Ambiente

O Direito Internacional do Meio Ambiente desde adécada de 1960 consagra a regra da responsabilidadecivil objetiva para determinados danos, como aquelescausados por poluição por óleo nos mares. Desde1977 a Lei Federal 6.453 prevê a responsabilidade(civil) sem culpa do agente causador do danoambiental. Todavia, a fim de que a matéria não viessea ser flexibilizada futuramente pelo legislador ordinário,veio ela a ser tratada também na Constituição Federalque, em seu art. 21, inciso XXIII, letra "c", dispõe que aresponsabilidade civil por danos nucleares independeda existência de culpa.

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Responsabilidade PenalA Lei 9.605/98 consagrou, em cumprimento aodisposto no art. 225, § 3°, da ConstituiçãoFederal, a responsabilidade penal da pessoajurídica. Nesse sentido, é importante que osacidentes ecológicos sejam investigados com aseriedade que merecem, em especial para finsde ressarcimento civil dos danos causados. Assucessivas reincidências de danos ambientais,por outro lado, constituem uma importanterazão para que se comece a pensar tambémno desdobramento das investigações para aesfera criminal

Apuração de Responsabilidades

Para que seja configurada a responsabilidadepenal, seja de pessoas físicas ou jurídicas,será necessário apurar o dolo ou a culpa(negligência, imperícia ou imprudência) dosagentes responsáveis. Não nos esqueçamosde que o Direito Ambiental está permeado dosvalores que inspiram os Direitos Humanos, damesma forma que o Direito Internacional dosDireitos Humanos está indissoluvelmenteatado à proteção do meio ambiente. Defendera responsabilidade penal sem culpa por danosao meio ambiente será antes de mais nadaafrontar a dignidade humana.

Danos ambientais

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Legislação Ambiental

Decreto-Lei n.º 79.347/77: promulgou a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos Causados por Poluição por Óleo;Lei n.º 6.453, de 17 de outubro de 1977: trata da responsabilidade civil por danos nucleares, prevendo em seu artigo 4º que “será exclusiva do operador da instalação nuclear, ns termos desta Lei, independentemente da existência de culpa, a responsabilidade civil pela reparação de dano nuclear causado por acidente nuclear”; Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981: Lei na Política Nacional do Meio Ambiente, artigo 14, § 1º - “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente”;

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Lei n.º 7.347/85: Ação Civil Pública;Constituição Federal, 1988:art. 21, inciso XXIII, alínea “c”: referente aos danoscausados por atividade de exploração de energianuclear, sendo a responsabilidade civil por danosnucleares independente da existência de culpa;art. 225, § 2º e 3º: este tratando das condutas eatividades consideradas lesivas ao meio ambiente,sujeitando os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, asanções penais e administrativas, independentementeda obrigação de reparar os danos causados e aquelereferente àquele que explorar recursos minerais,ficando obrigado a recuperar o meio ambientedegradado, de acordo com solução técnica exigida peloórgão público competente, na forma da lei.

Lei n.º 7.797/89: Fundo Nacional do Meio Ambiente;Lei n.º 7.802/89: Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

Dano Ambiental

O dano ambiental pode ser compreendido comoqualquer lesão aos recursos ambientais, causando adegradação, e conseqüentemente o desequilíbrioecológico. Caracteriza-se pela pluralidade de vítimas.Quando ocorre o dano ambiental, afeta-se o direito deviver em meio ambiente ecologicamente equilibrado eda fruição desse bem de uso comum de todos, comoconsagrado no artigo 225 de nossa Constituição Federal.Assim, não apenas a agressão à natureza que deve serobjeto de reparação, mas também a privação doequilíbrio ecológico, do bem estar e da qualidade devida imposta à coletividade.

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Referências bibliográficas

Referências Bibliográficas

ANTUNES, Paulo de Bessa. Curso de direito ambiental. Rio deJaneiro: Renovar, 1990.BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.CHAVES, Antônio. Poluição e responsabilidade no direito brasileiro.Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 534, p. 11-24, abril 1980.FERRAZ, Sérgio. Responsabilidade civil por dano ecológico. Revistade Direito Público, São Paulo, v. 49-50, p. 34-41, 1979.LUCARELLI, Fábio Dutra. Responsabilidade civil por danoecológico. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 700, p. 7-26, fev.1994.MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 2ªed. São Paulo: Malheiros, 1992.

MARTINS, Renata de Freitas. Responsabilidade CivilAmbiental.Texto apresentado em trabalho de Direito Civil V epublicado na internet(http://sites.uol.com.br/renata.maromba/responsabilidadeambiental.htm). São Paulo: 2002.MEIRELLES, Helly Lopes. A proteção ambiental e a ação civilpública. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 611, p. 7-13, 1986.MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Fundamentos do direito ambiental noBrasil. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 706, p. 7-29, ago. 1994.NERY JÚNIOR, Nelson. Responsabilidade civil por dano ecológicoe a ação civil pública. Revista de Processo, São Paulo, ano 10, n. 38,p. 129-145, abril/jun. 1985.SAMPAIO, Francisco José Marques. O dano ambiental e aresponsabilidade. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro,n. 185, p. 41-62, jul./set. 1991.SILVA, José Afonso da Silva. Direito ambiental constitucional. 2ª ed.São Paulo: Malheiros, 1992.

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Histórico da NBR ISO 14001

Desde sua publicação, a ISO 14001 foi adotada por mais de14.000 organizações de todos os portes setores da indústriaem 84 países.O comitê de desenvolvimento da Norma ISO - TC 207passou a desenvolver a série ISO 14000, incluindo a ISO14001, em 1994. A ISO 14001 foi publicada em setembrode 1996.As outras normas ambientais e diretrizes relevantes para oSistema de Gestão Ambiental (SGA) são:ISO 14004 - Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes,Princípios Gerais e Técnicas de Apoio;ISO 14010 - Diretrizes para Auditoria Ambiental -Princípios Gerais da Auditoria Ambiental;ISO 14011 - Diretrizes para Auditoria Ambiental -Procedimentos - Auditoria de Sistemas de GestãoAmbiental;ISO 14012 - Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critériosde Qualificação para Auditores Ambientais.

O que é a ISO 14001:1996n A norma ISO 14001 é uma ferramenta criada para

auxiliar empresas a identificar, priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas práticas usuais. A norma faz com que a empresa dê uma maior atenção às questões mais relevantes de seu negócio. A ISO 14001 exige que as empresas se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão empresarial.

n A norma é baseada no ciclo PDCA do inglês "plan-do-check-act" - planejar, fazer, checar e agir - e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida.

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Escopo

Implementar, manter e melhorar um sistema de gestão ambiental para assegurar conformidade com a política ambiental e demonstrar tal conformidade a terceiros.

Política ambientalEste é o principal condutor do SGA, que estabelece a estratégia ambiental da organização.Deve ser adequado à natureza, escala e impactos ambientais da organização e inclui o compromisso com a melhoria contínua, com a prevenção da poluição e com manter-se de acordo com requisitos legais, entre outros. Deve também ser documentada, comunicada aos funcionários e estar disponível ao público.

PlanejamentoEsta seção da norma deve ser considerada dinâmica e estabelece tanto o foco da gestão quanto o da gestão de mudanças. Ela determina as áreas de gestão, os aspectos ambientais, o que deve ser alcançado, requisitos legais, outros requisitos, programas de melhoria, objetivos e metas. Além disso, é também apresentada nesta seção a necessidade de se aplicar a gestão ambiental a projetos relacionados a mudanças nas atividades, produtos e serviços.

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Implementação e operaçãon as responsabilidades, autoridade e funções dos

indivíduos dentro do SGA; n as necessidades e competências de treinamento de

indivíduos que realizam os processos de controle e da consciência ambiental por toda a organização;

n a maneira pela qual as comunicações internas e externas serão geridas;

n a documentação do sistema; n o controle operacional das fontes poluentes da

organização e das mercadorias e serviços que ela utiliza;

n a maneira como as emergências em potencial serão identificadas e como tais emergências ou incidentes serão gerenciados e tratados.

Verificações e ações corretivasn através do monitoramento e avaliando-se a

performance do controle operacional e conformidadepara com os requisitos legais;

n através do estabelecimento de processos paraidentificar e relatar falhas ao se atender aos requisitosde controle e prevenir para que tais falhas não tornema ocorrer;

n assegurando-se que registros sejam gerados emantidos a fim de que se possa demonstrar o controlee a melhoria;

n através de auditorias internas para que se possareportar a aptidão, adequação e eficácia do SGA ematender à política da organização e aos seusobjetivos.

Análise pela direçãon Através da análise dos resultados de

monitoramento, medição e auditoria interna, a organização deverá estabelecer se mudanças são necessárias na política e nos objetivos e retificar qualquer parte do SGA.

n Deve-se salientar que a norma exige que as informações necessárias sejam coletadas para que, então, se possa realizar a revisão. Subentende-se, assim, que tal análise seja documentada, podendo passar a fazer parte das responsabilidades do representante da direção, como definido no item 4.4.1(b).

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A abordagem do processo de auditoria para a ISO 14001n O processo de certificação compreende uma

auditoria e uma análise técnica executada porum representante autorizado da empresa deauditoria independente. A certificaçãodemonstra um nível de confiança na capacidadedo cliente de avaliar e planejar suas atividades,produtos e serviços para que estes atendamaos requisitos definidos na norma, àquelescontidos na política da empresa e que tambémobtenham bons resultados no que diz respeito àprevenção da poluição e melhoria contínua,conforme definido na norma.

Lições do SGAMuitas questões devem ser levadas em consideração na hora de se implementar um SGA, tais como aspectos ambientais, conformidade legal, consistência, emergência e gerenciamento dos fornecedores.As três afirmações mais óbvias, mas igualmente as que mais são esquecidas na hora de se iniciar um processo são: n leia a norma cuidadosamente e nos mínimos detalhes, observe os "você deverá"; n inicie o processo com base no que você tem e tente ao máximo evitar a burocracia; n leia a norma em uma das duas línguas oficiais, pois algumas traduções apresentam problemas.

Revisão da ISO 14001 – Um novo ambiente?

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A política ambiental deve ser suficientemente única a ponto de identificar a organização, sua localização e as questões ambientais que estejam relacionadas às suas atividades, produtos e serviços. O conteúdo deverá refletir seus aspectos ambientais e conduzir a organização naturalmente aos seus objetivos e metas para que estes estejam em conformidade com a necessidade da política de ser a estrutura para sua identificação.A política ambiental de uma empresa é tanto uma estratégia quanto uma ferramenta de comunicação e como tal a mesma deve ser divulgada dentro da organização e estar também disponível ao público externo. A organização é quem decide em que medida tal política deverá ser usada, como uma ferramenta promocional para influenciar as partes

interessadas.

Aspectos ambientaisn A organização deverá definir tanto o processo que vem sendo

usado como aquele que será usado no futuro para identificar os aspectos ambientais que possam vir a afetar o meio ambiente de maneira significativa.

n Os aspectos ambientais serão relacionados a suas atividades, produtos ou serviços e sobre os quais estes possuam controle direto e onde possam indiretamente influenciá-los. No anexo A.3.1 estão disponíveis orientação, a ISO 14004 e seus aspectos, e como podem ser identificados.

n Enquanto não for incluída nesta cláusula, deve-se considerar as cláusula 4.4.6c e 4.4.7 onde a necessidade de se identificar aspectos também é mencionada. De maneira similar, é mostrada na cláusula 4.3.4 a necessidade de aplicação de gestão ambiental para mudanças nas atividades, produtos ou serviços.

O procedimento deve incluir de que maneira os aspectosserão avaliados e os critérios utilizados para que se possadefinir se são suficientemente significativos e, por estarazão, se necessitam de controle operacional.O requisito é parte importante neste processo para manteras informações atualizadas, indicando a necessidade de sedocumentar a entrada e a saída do processo.O output do processo irá determinar o que deve sercontrolado e conduzirá ao estabelecimento de como issoserá controlado e à necessidade de se melhorar odesempenho através de uma definição clara de objetivos emetas.

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Requisitos legais e outros requisitosn A ênfase desta cláusula está novamente nos aspectos

ambientais. Neste caso, os requisitos legais e outros requisitos estão associados a eles. Como isso faz parte do planejamento, faz-se necessário que a organização defina como ela irá estabelecer os requisitos legais e outros requisitos relacionados às suas atividade, aos seus produtos ou serviços.

n Enquanto houver a necessidade de determinar a Lei Ambiental, o regulamento/norma/regra deve ser identificado, sendo o foco do desempenho e monitoramento de conformidade indicado na cláusula 4.5.1.

É bom lembrar que os requisitos legais e outrosrelacionados ao produto necessitam de identificação,incluindo armazenagem, embalagem, transporte, usoe disposição final.Outros requisitos poderão ser especificados porvizinhos, clientes e dentro da própria organização. Osvizinhos poderão se deter nos inconvenientes quebarulho, odores, vibração e impacto visual podemcausar, já os clientes provavelmente deter-se-ão maisnos aspectos de embalagem, utilização de matéria-prima e questões de entrega.Internamente a organização poderá querer estabelecernormas de desempenho que vão além daconformidade legal ou ser submetida a requisitos deuma iniciativa ambiental pertencente a umacorporação maior.

Objetivos e metasn Os objetivos estabelecidos por uma organização podem ser

globais - que surgem da política da empresa e queatendem ao compromisso de prevenção de poluição econformidade legal - ou manter o foco na melhoriaespecífica.

n Como isso faz parte da cláusula de planejamento dadefinição da norma e do que deve ser atingido por ela, taisobjetivos tornam-se muito importantes. Dessa forma, aorganização deve reconhecer tanto os impulsionadoresquanto as restrições que influenciam suas decisões, porisso, a referência na cláusula às fontes de taisimpulsionadores e restrições.

n Como suporte para os objetivos documentados, aorganização deverá estabelecer metas em um nível efunção relevantes, sendo novamente uma questão deplanejamento para que se possa estabelecer o que, queme até quando as mesmas devem ser atingidas, sendotambém fundamental documentá-las e divulgá-las.

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Programas de gestão ambientaln Nesta cláusula a atividade de planejamento está

centrada em gerenciar o cumprimento dos objetivos e metas e, ao mesmo tempo, lembrar as organizações de que as questões ambientais devem fazer parte de todas as suas atividades comerciais.

n Os programas criados devem ser passíveis de rastreamento para que suas conquistas possam ser gerenciadas, por isso a existência do requisito para designar responsabilidade e os meios pelos quais eles serão alcançados.

Estrutura e responsabilidaden Esta cláusula enfatiza que para se atingir uma

gestão efetiva, as funções, responsabilidades eautoridades devem ser definidas,documentadas e comunicadas. Será deresponsabilidade da organização a decisão dequais funções e indivíduos devem serdefinidos.

n A exceção seria o(s) representante(s) degestão, pois este possui um papel eresponsabilidade específicos, sendo o maisimportante disso seu relato do desempenhodos SGA para à alta gerência.

Treinamento, consciência e competêncian Esta cláusula possui três elementos que apresentam

uma tênue diferença de intenção.n O mais importante, quando se trata de gestão, é ter

indivíduos capacitados e para que isso seja possível énecessário que eles tenham experiência, boa formaçãoou treinamento.

n A organização deve determinar qual a capacitaçãonecessária na forma de treinamento para aqueles quepossuam um trabalho que possa gerar um impactosignificativo. Esses são os indivíduos que devem estarcapacitados a realizar atividades de controleoperacional. Indivíduos engajados na operação decaldeiras, no tratamento de água ou controle deemissão de ar são candidatos típicos.

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Deve-se fornecer treinamento àqueles que nãoestiverem devidamente capacitados para a realizaçãode tais atividades.Uma grande parte da cláusula diz respeito àconsciência (conhecimento/ percepção), que pretendegarantir que indivíduos saibam exatamente o que estásendo exigido deles, o por quê de estarem realizandotais tarefas e as conseqüências para o caso de nãoserem seguidas as instruções dadas.É importante salientar que há um requisito na cláusulaque exige que os indivíduos tenham uma maiorconsciência dos impactos ambientais de suasatividades de trabalho, não sendo suficiente que apenasconheçam os aspectos.

Comunicação (divulgação)n A mensagem desta cláusula é de que as comunicações

devem ser gerenciadas. O requisito nesta cláusularelacionado à comunicação interna é bastante simples e oSGA deve definir como será o procedimento adotado. Istoinclui comunicação verbal, escrita e eletrônica e autilização de ferramentas como quadros de avisos,boletins informativos e televisão. Com relação àcomunicação externa, a organização deve ser reativa epró-ativa.

n Ela deve responder a comunicações de partes externasinteressadas através de um procedimento que,primeiramente, deve ser para receber e documentar taiscontatos. Isso implica na revisão da comunicação e querdizer que as decisões tomadas com relação às respostasmais adequadas a cada caso devem ser registradas.

As comunicações devem ficar restritas a reclamações mas, sim,abranger uma variedade de assuntos e questões parainformações e comunicação de exigências de clientes e outraspartes interessadas. Estando o processo distribuído por toda aorganização, devendo ser revisadas para serem usadas noestabelecimento dos objetivos, como exigido na cláusula 4.3.3.As organizações devem reconhecer o poder da comunicação nahora de influenciar os outros e também na hora de aliviar suas

preocupações.Isso faz com que a organização pense mais sobre o que ela quercomunicar, o que ela espera alcançar com isso e a melhorforma de fazê-lo. Para este fim, a norma exige que elasregistrem suas decisões no que diz respeito aos métodos que as

mesmas utilizarão, não interessando se as comunicarão ou não.

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Documentação da gestão ambientalOs requisitos destas cláusulas são basicamentede gestão de qualidade. Muitas organizaçõespodem achar que os requisitos da norma estãosendo alcançados dentro de outros sistemas degestão e a ISO 14001 não incentiva a duplicaçãoe a integração de suportes. Por isso a referênciaà provisão de direção, ambas dentro dadocumentação da SGA, mas também para outrossistemas.

Controle operacionaln É nesta cláusula que o compromisso para com a prevenção da

poluição e o cumprimento dos requisitos legais são gerenciados.Os meios pelos quais esses compromissos serão atingidos sãoos procedimentos e instruções de trabalho que previnem osaspectos ambientais identificados de gerar um impacto.

n Os procedimentos e as instruções de trabalho devem serprojetados não apenas para estabelecer o controle e como esteserá alcançado, mas também para definir o resultado pretendidodaquele controle. Este critério de desempenho pode incluirparâmetros de equipamentos ou fatores organizacionais. Oresultado do desempenho serão os requisitos legais e outrosrequisitos definidos na atividade de planejamento.

n Procedimentos e instruções de trabalho devem apresentar apossibilidade de, através de critérios de operação definidos,serem monitorados, o que quer dizer que registros são mantidospara demonstrar conformidade para com a instrução e para que ocontrole seja realizado com sucesso.

n A cláusula também trata dos aspectos ambientais que a organização venha a ter apenas controle limitado sobre e também aqueles a que ela possa ter apenas influência.

n Esses aspectos são aqueles associados com as matérias-primas usadas no negócio, não restritas a aquelas que geram o produto, e os serviços contratados os quais a organização faz uso.

n Deve-se salientar que a cláusula exige que a organização faça uma conexão entre o controle dos aspectos e os procedimentos, e que também comunique os requisitos desses procedimentos aos fornecedores e distribuidores.

n Os procedimentos podem não ser criados pela própria organização, mas podem ser o processo pelo qual ela deseje que seus fornecedores e distribuidores atinjam o controle. Está implícito que a conformidade a esses requisitos deverá ser monitorada.

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Preparação para casos emergenciais e respostan Nesta cláusula há tanto requisitos de planejamento quanto de

controle. A norma exige que os procedimentos sejamdefinidos para que se possa identificar onde podem ocorreracidentes e emergências.

n Casos emergenciais relacionados a fogo, enchentes eterremotos têm grande potencial para gerar impactosambientais e, por esta razão, a organização deve prestarmuita atenção neles.

n Procedimentos, incluindo a metodologia para se identificaraspectos, devem estabelecer o potencial paratransbordamento e emissão acidental proveniente dequaisquer atividades que a organização realize ou que sejarealizada por um de seus fornecedores e/ou distribuidores.

n Os procedimentos devem, então, estabelecerprimeiramente a maneira como tal potencialserá prevenido e em segundo lugar a respostaou atitude que será tomada no caso de ocorrerum acidente ou emergência. Isso pode tantofazer parte dos procedimentos como de planosespecíficos.

n A norma reconhece a prática de se testar taisplanos a fim de se demonstrar que acapacidade está de acordo com asnecessidades do caso e que os indivíduos sãodevidamente treinados para este tipo desituação.

Monitoramento e mediçãon Esta cláusula é uma das poucas oportunidades em que

a norma especifica que o procedimento precisa ser documentado.

n O requisito para monitorar a eficácia do controle operacional é lógico e serve para medir e comparar o controle alcançado com os requisitos legais e outros requisitos, demonstrando a realização dos compromissos de acordo com a política da empresa.

n Através da trajetória da qualificação de desempenho da conquista de melhoria contínua é possível definir os objetivos e metas da organização.

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Não-conformidade e ação corretiva e preventivan O termo não-conformidade carrega a inferência infeliz de

identificação de culpa. É na verdade o reconhecimento de que o controle foi perdido ou de que não foi eficaz.

n A identificação da não-conformidade pode surgir do monitoramento e medição ou da auditoria e identifica os pontos fracos que devem ser analisados e tratados no sistema.

n A norma enfatiza, na cláusula e na orientação no anexo A 4.5.2, a importância de se identificar, através da investigação, a causa da não-conformidade para que se possam tomar medidas corretivas e preventivas.

Registros

n A importância de se criar registros e mantê-los não pode ser subestimada uma vez que os registros são a base de demonstração da eficácia do sistema para que se possa atingir a política e os objetivos da organização e a conformidade com a norma.

Auditoria do sistema de gestão ambientaln A auditoria é uma das fontes de informação

disponíveis para que o alto escalão da gerência da organização possa determinar a eficácia do SGA.

n A norma reconhece que a auditoria deve ser usada como um facilitador de controle e melhoria, considerando-se que qualquer atividade de auditoria deve ser baseada na importância ambiental da atividade e nos resultados de auditorias anteriores, o que explica o porquê do sistema muitas vezes ser auditado com pouca freqüência, justificado pelos resultados de auditorias anteriores.